Jornal do Ave nº183

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9 de julho DE 2020 JORNAL DO AVE

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Quinzenário 9 de julho de 2020 Nº 183 Ano 6 | Diretora Magda Machado de Araújo | 0,70 €

03 Santo T irso

09 Atualidade

Aniversário da Vila com elogio à Resiliência dos ribeirenses

Regras apertadas na peregrinação de S. Bento

08 Sinistralidade

05 Santo T irso

Ruas em terra com tempo contado na Agrela

07 VN Famalicão

Meios Aéreos vão ajudar a vigiar florestas

bombeiro dos “amarelos” perde a vida na A3 PUB

OPJ VAI DOTAR vILA DAS AVES E mONTE cÓRDOVA DE PARQUES DeSPORTIVOS


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Atualidade

// Santo Tirso

Nova “vida” da Arco Têxteis começa com novo supermercado Às nove em ponto de 25 de junho, entravam os primeiros clientes na mais recente loja da Mercadona, em Portugal. O retalhista escolheu Santo Tirso e uma das zonas da cidade recentemente revitalizadas, instalando-se numa parcela daquela que foi uma das maiores indústrias têxteis da região, a fábrica do Arco. “Para nós, a Mercadona de Santo Tirso representa um projeto muito interessante, que contribuiu para a revitalização da zona onde estava instalada a antiga fábrica da Arco Têxteis, já num estado avançado de degradação”, sublinhou Joana Ribeiro, Diretora Regional de Relações Externas Norte de Portugal. No dia da abertura, o presiden-

te da Câmara Municipal de Santo Tirso teve oportunidade de conhecer toda a dinâmica do supermercado e sublinhou que este é mais um investimento bem-vindo ao concelho. “Trata-se de um projeto de grande valor que vem validar a estratégia definida pela Câmara na captação de investimento e criação de novos postos de trabalho no Município. Acredito que a abertura da Mercadona vai permitir trazer uma nova centralidade e imprimir uma nova dinâmica a toda esta zona, que irá, com toda a certeza, tornar-se numa âncora do desenvolvimento do comércio local e de novos negócios”, enfatizou Alberto Costa. A Mercadona de Santo Tirso é

a 12.ª loja do retalhista em Portugal. Neste supermercado, que funciona todos os dias, das 9h00 às 21h30, foram criados 60 postos de trabalho, todos com contratos sem termo desde o primeiro dia. Depois da falência em 2015, as instalações da Arco Têxteis foram adquiridas pela empresa Rota Própria, num investimento total de 7,5 milhões de euros. O projeto de reconversão da antiga fábrica, numa área de 100 mil metros quadrados, passa pela criação de valências dedicadas a comércio, serviços, habitação e equipamentos. Naquele local vai também nascer um restaurante da cadeia de fast-food Mcdonald’s. A empresa prevê que, no total, o

M ercadona abriu a 25 de junho investimento dos diferentes agentes privados que ali se irão fixar ascenderá a 40 milhões de eu-

ros e criará mais de 500 postos de trabalho.

Alberto Costa aplaude “chumbo” da CCDR-N ao novo aterro “É gratificante ver que todo -mails trocados com as mais divero nosso trabalho e esforço das sas instituições, entre as quais tamúltimas semanas culmina nes- bém a CCDR-N e, portanto, chegate parecer CCDR-N”. Foi desta mos a bom porto”, referiu o autarforma que Alberto Costa, presi- ca, à margem da inauguração da dente da Câmara Municipal de requalificação do complexo haSanto Tirso se referiu ao parecer bitacional municipal, na Reguendesfavorável ao pedido de licen- ga, na manhã de segunda-feira, 6 ciamento da Resinorte para ins- de julho. talar um aterro em Covelas, conAlberto Costa sublinhou que “o celho da Trofa, “paredes-meias” Governo deu mostras de que, de com aquele que esteve em fun- facto, não é permitido fazer coisas cionamento até 2016, em Santa destas de qualquer das formas”, Cristina do Couto, território do tendo em conta o “histórico” daconcelho tirsense. CÁTIA VELOSO quela área territorial. “Não fazia sentido absolutamente nenhum, “Fizemos todo o esforço, desde a numa zona onde estão previstas a reunião com o senhor Ministro (do selagem definitiva do antigo aterAmbiente), a todos os ofícios e e- ro e a criação de um espaço ver-

A lberto Costa

de, fazer-se um novo aterro a três nal do município da Trofa, sendo a instalação do referido aterro inmetros de distância”, sublinhou. O parecer desfavorável da compatível com os objetivos ineCCDR-N ao pedido de licencia- rentes a esta restrição de utilidamento para a construção de um de pública, não merecendo tamnovo aterro sanitário na fregue- bém enquadramento no Plano Disia de Covelas, foi conhecido ao retor Municipal, em vigor”, pode início da noite de sexta-feira, 3 de ler-se na comunicação. Recorde-se que, desde que foi julho, através de uma nota de imprensa do Ministério do Ambien- tornada pública a intenção da Resinorte, foi criado o Movimento te e da Ação Climática. “A CCDR-N considerou que a lo- Contra a Construção do Aterro em calização prevista para a instala- Covelas, que promoveu diversas ção do aterro não reúne as condi- ações de protesto. O presidente da ções necessárias para a sua apro- Câmara, que chegou a confirmar vação em matéria de ordenamen- a vinda do aterro acabou, peranto do território, já que a área em te o descontentamento da populacausa está, parcialmente, integra- ção, por voltar atrás e manifestarda na Reserva Ecológica Nacio- -se contra o projeto.

e-mail: jsto@net.sapo.pt http://josesarmento. blogspot.pt https://www.facebook.com/sarmentojose http://sarmento-news.blogspot.pt


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Atualidade // Santo Tirso

Peregrinação de S. Bento com regras apertadas Proteção Civil Municipal de Santo Tirso está a preparar condições de segurança para peregrinos que rumam ao Mosteiro de S. Bento, no sábado, 11 de julho. CÁTIA VELOSO É um dos momentos mais importantes das festas em honra de S. Bento e, por isso, está sob a mira dos responsáveis locais, que querem garantir que, em tempo de pandemia, a segurança das pessoas não seja colocada em causa. A peregrinação ao Mosteiro de S. Bento é tradição que arrasta milhares de pessoas e, por isso, este ano, será feita com novas condições. “Vão ser criadas regras e para isso contamos com o apoio das juntas de freguesia, das forças de segurança e dos bombeiros, durante todo o percurso”, referiu o presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, Alberto Costa. O autarca referiu que foi feito um apelo à Infraestruturas de Portugal “para que fosse feita a limpeza na Estrada Nacional 105”, reforçando, assim, “as condições de segurança de circulação” dos peregrinos. “Não queremos as pessoas a circu-

lar em grandes aglomerados, mas sim a cumprir o distanciamento social recomendado”, sublinhou. No Mosteiro de S. Bento, serão criados corredores de circulação, com gradeamento, para impedir cruzamento de pessoas, e disponibilizado álcool-gel, sendo obrigatório o uso de máscara. No exterior do templo estarão disponíveis casas de banho para os visitantes. Para quem não se pode expor, a autarquia, em parceria com as entidades religiosas, providenciou que a missa solene de 11 de julho, dia de S. Bento, fosse transmitida online, através da página de Facebook do Município. A celebração realiza-se às 19 horas, na Igreja Matriz de Santo Tirso e será presidida pelo bispo do Porto, D. Manuel Linda.

Baile, arraial e concerto para F esta terá de ser feita “em casa” dos tirsenses festejar... em casa A pandemia veio provocar um O “Arraial dos Carvalhais” pas- que os Ecos da Cave realizaram Como? Através das plataformas conceito novo às festas de S. Bento que, este ano, serão assinala- digitais, numa decisão que “desin- sará a ser “Arraial em Casa”, numa na Praça 25 de Abril, em 2017. O das de forma diferente. O desafio centiva os ajuntamentos sociais” noite popular, a 10 de julho. Dez momento pretende também assié que os tirsenses celebrem num e que, ao mesmo tempo, apoia os artistas locais propõem-se dar nalar o novo projeto da banda de Santo Tirso, que irá lançar um liprograma cultural apostado em “artistas do município”. “Será uma alegria à população, a partir das fazer da casa de cada um o terrei- forma de os apoiar, dado que a Co- 20h30, com atuações transmitidas vro/DVD com os momentos mais vid-19 levou a que muitos dos con- online. Conjunto Típico Pedra do marcantes do grupo composto por ro da festa. certos destes artistas tenham sido Couto, Zédicó, Lando, Duo Poli- José Costa, Carlos Lima, Armindo cancelados”, explicou o presiden- fonia, Serafim Ferreira, José Mo- Lima, Chico Zé e Fredo. pub te da Câmara Municipal de Santo rais, Banda Charanga, Conjunto Musical Santo André, Grupo de Tirso, Alberto Costa. A programação recupera os no- Concertinas de Monte Córdova e “São as festas populares com mes das habituais iniciativas que Amigos e Lusosom são os grupos maior tradição no Município e, as caracterizam, mas apresenta-as que vão atuar. EDITAL por isso, consideramos que senum novo formato. Ou seja, vai haria importante assinalá-las, ainEcos da Cave em “revive” ver “Há Baile em Casa”, “Arraial ALTERAÇÃO DE OPERAÇÃO No dia 11 de julho, haverá “Con- da que de uma forma diferente, em Casa” e “Concerto em Casa”. DE LOTEAMENTO O programa propõe iniciativas de certo em Casa”, numa espécie de devido às restrições inerentes à DISCUSSÃO PÚBLICA 8 a 12 de julho, que serão dina- “revive” Festas de São Bento, com Covid-19”. Alberto Costa, mizadas nas redes digitais Face- a transmissão nas plataformas diDr. Alberto Manuel Martins Costa, Presidente da Câmara Municipresidente da CM Santo Tirso book, Instagram e Youtube, nas gitais do Município do concerto pal de Santo Tirso: páginas da Câmara Municipal de Torna público que, em cumprimento do disposto no nº 3 do artigo 21º Santo Tirso. do Regulamento Municipal da Urbanização e Edificação de Santo TirNa quarta-feira, 1 de julho, o so, decorrerá um período de discussão pública sobre o pedido de alarranque das festas foi assinalateração da licença da operação de loteamento (lote 11), titulada pelo do com a iluminação do Mosteiro alvará número 13 de 5 de agosto de 1974, localizado em Rua Padre de S. Bento. A 8 de julho, data em José Maria Alves, n.º 654, na extinta freguesia de Areias, com a duraque se assinala a elevação de Sanção de 15 dias e início 8 dias após a data da afixação do presente ediPela primeira vez, é o público quem escolhe os três vencedores da to Tirso a cidade, a habitual ceri- melhor montra das Festas S. Bento, num concurso que tem como objetal no edifício dos Paços do Concelho. mónia de homenagem a individua- tivo dinamizar o comércio local. No total, são 77 os estabelecimentos O projeto de alteração da operação de loteamento, poderá ser conlidades ou instituições do Municí- comerciais em competição. As votações decorrem até 11 de julho, no sultado no balcão único da Câmara Municipal bem como no edital pupio, com atribuição de medalhas blicitado na página da Câmara Municipal na internet. facebook do Município, onde se podem ver as imagens das montras de mérito, foi substituída por um a concurso. Os vencedores serão conhecidos no dia 12. Os interessados devem apresentar as suas reclamações, observatributo, nas plataformas digitais, a ções ou sugestões, por escrito. Uma estadia para duas pessoas no Hotel Cidnay; um programa de todos os profissionais que estive- relaxamento para duas pessoas nas Termas das Caldas da Saúde e um E para constar e devidos efeitos, vai o presente edital ser afixado e ram na linha da frente no comba- jantar, para duas pessoas, no restaurante Kasa Velha são, respetivapublicado nos termos legais. te à Covid-19. mente, o primeiro, segundo e terceiro prémios. O “Há Baile em Casa”, substituto Santo Tirso e Paços do Concelho, 15 de junho de 2020. “Estamos perante um contexto diferente, em que temos que privido tradicional “Há Baile no Largo”, legiar a segurança de todos e apesar de não ser possível realizar as chega esta sexta-feira, 9 de julho, Festas de São Bento no formato a que estamos habituados, consideracom a animação garantida pelos mos importante assegurar que o espírito se mantém”, adianta o pre“Los Bravos”, a partir das 22 horas, sidente da Câmara Municipal, Alberto Costa, sublinhando que “esta também através das plataformas é também uma forma de desenvolver a economia local e incentivar a digitais do Município. população a frequentar o comércio tradicional”.

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Concurso de Montras

promove comércio local


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// Vila Nova de Famalicão

Dias à Mesa com bacalhau no prato

Praça da Cidadania para homenagear população que viveu na pandemia “O que é justo este ano é medalhar todos os famalicenses”. Foi desta forma que Paulo Cunha explicou a criação da Praça da Cidadania, que será inaugurada esta quinta-feira, 9 de julho, pelas 18 horas, junto à entrada principal do Parque da Devesa e à estação rodoviária. A palavra “Famalicão” surge, em letras gigantes, acompanhada do símbolo do concelho, numa home-

nagem que marca o Dia da Cidade. A autarquia espera, assim, dignificar ainda mais um dos “cartões de visita” da cidade, imortalizando a conduta da população durante a pandemia de Covid-19. “Os famalicenses deram e estão a dar uma resposta exemplar, não só ao nível profissional - os profissionais da saúde, da segurança pública, os voluntários das corporações de bombeiros, mas tam-

bém muitos profissionais de outras áreas, como a recolha do lixo, o setor alimentar, agricultores, indústrias e seus trabalhadores, transportadoras e seus motoristas de ligeiros e pesados, etc… -, mas também ao nível pessoal”, explicou Paulo Cunha, enaltecendo a “forma como as pessoas souberam recolher-se ao confinamento familiar e acatar as regras da Direção-Geral da Saúde”.

Bacalhau é rei no próximo fim de semana Depois do sucesso do fim de semana de retoma da iniciativa Dias à Mesa, com a famosa francesinha, segue-se a próxima edição, com o tradicional bacalhau. A iniciativa, da chancela da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, decorre entre 9 e 12 de julho, nos restaurantes aderentes que são: Alfa; Amaury; Barão; Bisconde; Casa dos Frangos de Baltar; Casa Pêga; Churrascão Sousa; Combinação de Sabores; Dona Maria Pregaria; El Vagabundo; Fondue; Moutados; O Caçarola; Outeirinho; Porta-Enxerto; Príncipe; Refresco; Sara Cozinha Regional; Torres; Tosco e Vinha Nova. “O bacalhau é um dos símbolos mais fortes da gastronomia por-

tuguesa e, mais do que um peixe apreciado de norte a sul do país, é também um alimento que conta parte da história de Portugal”, sublinhou a autarquia em nota informativa. Uma das novidades desta edição é o “Passaporte Gastronómico”, que oferece um desconto de dez por cento nos restaurantes aderentes. Para além disso, o passaporte dá a oportunidade de jantar ou almoçar gratuitamente num restaurante à escolha. Depois do bacalhau, os Dias à Mesa voltam em setembro, com a cozinha vegetariana. Em novembro, há espaço para a castanha e para as massas.

Famalicão abre caminho para colocar produtos locais nas grandes superfícies O pontapé de saída foi dado com 27 produtores locais, mas a porta está aberta para muitos mais. Esta foi a garantia dada pelo presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão na entrega dos primeiros selos Made In Famalicão, que representam 65 produtos. CÁTIA VELOSO

Paulo Cunha, presidente da autarquia famalicense, alertou que os selos não devem fazer os produtores “relaxarem” nas expectativas, mas sim ser encarados com um fator de motivação para que se privilegie a melhoria contínua dos produtos. “Nós não queremos que este processo seja uma mera fotografia da realidade, nós queremos que este processo seja uma ferramenta ao serviço da melhoria dessa mesma realidade”, atestou o edil, depois da entrega dos selos, que decorreu a 29 de junho, no auditório da Casa do Território, no Parque da Devesa.

Através do Programa de Incentivo ao Consumo de Produtos Locais e Endógenos, a autarquia famalicense pretende contribuir não só para a promoção, mas também para o alargamento das redes de distribuição e comercialização do que é produzido em Vila Nova de Famalicão. “Não ignoremos que criar condições para que estes produtos possam chegar às prateleiras de espaços comerciais de maior dimensão no concelho de Famalicão, permite-lhes chegar ao conhecimento do grande público e esse é claramente o grande objetivo”, sublinhou Paulo Cunha. Do outro lado, os produtores agradecem. Arminda Sá criou o Gin Vermuiz, um gin premium inspirado nas memórias do Minho, 27 produtores receberam o selo “M ade I n Famalicão - P roduto que é nosso” e numa altura em que os princiPaulo Cunha espera que, aos profunda, “ao nível da capacitapais clientes, no ramo da hotelaria e restauração, ainda não estão primeiros 27 produtores com selo ção do produtor”. Integram-se neste programa os a operar em pleno, considera que Made In Famalicão, se juntem esta ação da Câmara Municipal “é “muitos mais produtores”, numa produtos “do setor agroalimentar, importante para chegar a outros iniciativa que, além desse ato sim- agrícolas e transformados, que bólico, engloba uma ação mais através deste projeto podem conmercados”.

trariar as consequências económicas da atual crise de saúde pública, reconhecendo e valorizando a produção local e e as novas ideias e conceitos que germinam na região”, explicou a autarquia.


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Atualidade // Santo Tirso

Habitações municipais da Reguenga requalificadas Está concluída mais uma parcela do investimento da Câmara Municipal de Santo Tirso destinada à modernização dos complexos habitacionais do concelho. O presidente da autarquia, Alberto Costa, e o presidente da Junta de Fregueisa da Reguenga assinalaram, na manhã de segunda-feira, a conclusão da empreitada no complexo habitacional da freguesia, que permitiu melhoramentos ao nível da eficiência energética. “Neste caso concreto, falamos de um investimento de cerca de 270 mil euros, em que foram substituídas todas as caixilharias, colocado reboco térmico no exterior do edifício e os esquentadores deram lugar a bombas de água que nos garantem maior eficiência

energética e maior qualidade de vida para os cerca de 70 moradores que residem nestas 24 habitações”, sublinhou o presidente da Câmara Municipal, Alberto Costa. Este é, segundo o autarca, “o terceiro complexo habitacional” com obras de requalificação concluídas e mais se seguirão, “num investimento global de quatro milhões de euros”, garantiu. Márcio Pinho, presidente da Junta de Freguesia da Reguenga, sulinhou que a intervenção, desejada “há muito tempo”, é “muito importante para a qualidade de vida dos moradores”. Para a freguesia estão também previstas outras intervenções, nomeadamente ao nível da requalificação viária. “Ao abrigo do pro-

Autarquia investiu cerca de 270 mil euros na requalificação jeto da Câmara de acabar com as ruas em terra, temos obras pre-

vistas que, devido à pandemia de Covid-19, não avançaram, mas

em breve vão arrancar”, anunciou. C.V.

Ruas em terra com tempo contado na Agrela Já são cerca de 30 as ruas em terra que já foram intervencionadas no concelho de Santo Tirso, ao abrigo de um amplo plano de investimento da autarquia em colaboração com as juntas de freguesia, que ascende aos dois milhões de euros. Numa visita às obras que decorrem na Agrela, a 27 de junho, o presidente da Câmara Municipal quis evidenciar que mesmo em tempos de pandemia, as obras estiveram em curso. “Em conversa com o senhor presidente de Junta, deu para perceber que, até ao final do mandato, será possível acabar com as ruas em terra. São intervenções importantes em vias, que eram reivindicadas há já muito

tempo”, sublinhou Alberto Costa, sem deixar de invocar outros investimentos feitos na freguesia, como “a cozinha ao lado da Junta de Freguesia”, o “melhoramento do ringue” e a “colocação de sinalética nova”. As cerca de três dezenas de intervenções para pavimentação de ruas em terra iniciadas este ano são levadas a cabo pelas juntas de freguesia, através do financiamento da Câmara Municipal. Este foi o grande projeto definido pelo executivo no plano de atividades de 2020. Paulo Bento, presidente da Junta de Freguesia da Agrela, considera que as obras são “estruturantes”. No total das intervenções previstas em 2020 para a freguesia

Agrela ficará sem ruas em terra “até ao final do mandato” de Agrela, que engloba a primeira fase da Rua de Nossa Senhora

da Guia, a Rua Padre Damião, a Rua de Pantanas e a Rua da Mina,

o investimento é de cerca de 160 mil euros.


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// Vila Nova de Famalicão

Arrancou construção do centro de recolha animal “O que aí vem não é um canil, físico, mas que segue toda uma é mais do que aquilo que for- dinâmica de sensibilização, acomalmente se chama um Cen- lhimento, responsabilidade e detro de Recolha, é genuinamen- dicação animal”, adiantou Paute uma ferramenta ao serviço lo Cunha. da política municipal para proA obra implica um investimenteção dos animais.” Foi desta to total de mais de meio milhão forma que o presidente da Câ- de euros, foi adjudicada à emmara Municipal de Vila Nova de presa Fernando Silva & Cª, Lda. Famalicão, Paulo Cunha, lan- e tem um prazo de execução de çou, na segunda-feira, 6 de ju- 450 dias. lho, as obras de construção do Segundo o autarca, esta obra novo Centro de Recolha Oficial vai ao encontro das politicas púAnimal de Famalicão, que vai blicas de proteção dos animais, nascer junto às atuais instala- “uma aposta clara do município” ções do canil municipal, numa que desde o início deste mandaárea de cerca de 5500 metros to dedica um pelouro à Defesa quadrados. dos Animais. “A Câmara Municipal não esgota em si o perímetro “O que vai nascer aqui é uma a fazer neste sector, há voluntariaobra importante e pioneira, é um do, há dever cívico e há grupos incentro de proteção animal, dife- formais, associações e até cidarente dos canis existentes, que dãos neste setor com desempenão se circunscreve ao edifício nho de exemplaridade nesta ma-

Centro de R ecolha vai nascer junto ao atual canil municipal téria”, acrescentou. A autarquia acredita que se trata de “um equipamento de qualidade que dotará o concelho de um espaço com condições para acolhimento e tratamento de ani-

mais errantes”, sendo composto por cerca de 80 boxes para cães, 45 para gatos e quatro para outras espécies. “Entre outras valências, o espaço estará dividido em instalações por espécie (canil, ga-

til e outras espécies), instalações individuais e de grupo, celas de quarentena e de ninhadas, enfermaria, armazéns, gabinete veterinário, zona de desinfeção e zona de recreio e atividade física para cães e gatos”, detalhou. Melhorar os objetivos sanitários, controlar doenças, melhorar o bem-estar animal e segurança da população, melhorar as condições de trabalho e a funcionalidade do espaço atualmente existente são preocupações que estão na base da construção deste novo equipamento. “O Centro de Recolha estará equipado com todas as condições para o cumprimento dos seus objetivos e das exigências e obrigações legais inerentes a um equipamento desta natureza”, garantiu a Câmara Municipal.

Multiusos vai “impulsionar” Requião Requião vai ganhar um espaço polivalente no centro da freguesia, que vai permitir impulsionar a dinâmica social, recreativa e cultural local. “Será uma infraestrutura imprescindível ao normal desenvolvimento da freguesia, um espaço capaz de receber a população e onde ela possa expressar as suas artes e cultura e adquirir conhecimentos nessas mesmas áreas”, refere o presidente da Junta de Freguesia, João Pereira. A primeira fase de obra, no valor de 160 mil euros, conta com uma

apoio financeiro municipal de 147 mil e 500 euros e está em desenvolvimento referindo-se à edificação do espaço polivalente e construção de estruturas de apoio como de receção, instalações sanitárias, arrumos, camarins e copa. A obra foi um dos focos da visita do presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, à freguesia, a 1 de julho, no âmbito do novo ciclo de visitas do autarca ao território. “É uma obra infraestrutural que vai alavancar o crescimento da freguesia através de uma aposta nas

capacidades das pessoas e no movimento comunitário e associativa e que terá aqui um espaço de eleição para se expressar”, disse o presidente da Câmara, Paulo Cunha. A visita a Requião serviu ainda para o autarca municipal verificar várias intervenções realizadas na freguesia em vários domínios e assim confirmar o bom nível de desenvolvimento que a freguesia tem vindo a trilhar nos últimos anos. “Temos vindo a percorrer um caminho equilibrado mas as-

P rimeira fase da obra implicará investimento de 160 mil euros cendente que nos deixa orgulhosos pelo trabalho realizado e con-

fiantes no território que legamos para o futuro”, referiu João Pereira.

Aposta na eficiência energética permite poupança de 40% na iluminação pública A Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão vai conseguir uma poupança de cerca de 40 por cento na sua fatura com a iluminação pública no concelho, através da substituição das luminárias equipadas com lâmpadas convencionais por luminárias do tipo Led. Depois de terminada a primeira fase do processo que decorreu no ano passado e abrangeu o centro urbano da cidade, as estradas nacionais e a Via Intermunicipal (VIM), a autarquia vai avançar agora com a segunda fase que implica a substituição das luminárias na via pública das vilas de Joane, Ribeirão e Riba de Ave e nas estra-

das municipais do território. A decisão de contratar a empreitada para esta segunda fase, que envolve um investimento municipal de mais de um milhão de euros, foi aprovada esta quinta-feira em reunião do executivo municipal. Segundo o presidente da autarquia, Paulo Cunha, “trata-se de um investimento âncora para o município, por várias razões”. E explicou: “Em primeiro lugar estão as razões ambientais, pois como é sabido as lâmpadas Led são uma solução mais amiga do ambiente e com elas estamos a contribuir para a redução da pe-

Câmara vai poupar na conta da luz

gada ecológica no concelho e para um futuro mais sustentável”. Mas o autarca não escondeu a importância do aspeto financeiro. “Claro que há aqui um clara poupança orçamental. Com as soluções Led, vamos consumir significativamente menos energia o que se reflete numa poupança de cerca de 40 por cento nos gastos com a iluminação pública”, sublinhou. Ao todo, nas duas fases, serão substituídas cerca de 10 mil lâmpadas, num investimento dos dois milhões de euros. Com todas as todas as estradas nacionais, municipais e núcleos urbanos da cidade e das vilas de

Famalicão equipadas com tecnologia Led, fica apenas a faltar os caminhos vicinais, que são os caminhos públicos de ligação entre lugares das freguesias. “Quando chegarmos aos caminhos vicinais atingiremos cem por cento do território”, adiantou ainda o autarca. Recorde-se ainda que neste âmbito, a autarquia instalou, em 2016, lâmpadas do tipo LED em mais de uma dezena de parques e praças do concelho. Entretanto, concluiu também os projetos de sustentabilidade e eficiência energética para a Casa das Artes e Piscinas Municipais de Oliveira S. Mateus e Joane.


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// Vila Nova de Famalicão

Meios aéreos vão vigiar florestas durante época de incêndios O programa de vigilância florestal e prevenção contra incêndios do município de Vila Nova de Famalicão vai contar este ano com um sistema de vigilância área, no âmbito de um projeto piloto desenvolvido em parceria com a empresa Flying Equipment Skyline. O protocolo de cooperação para a utilização deste novo meio de apoio através da captação e transmissão de imagens aéreas foi aprovado na manhã de 2 de julho, na reunião do executivo municipal, e foi um dos temas em destaque na apresentação do Programa Municipal de Vigilância Florestal que decorreu três dias depois, com a presença, entre outros, do vice-presidente e vereador da Proteção Civil, Ricardo Mendes, representantes da empresa e elementos das forças de segurança e socorro do concelho. “Trata-se de um recurso que estava a ser testado na área militar e

que agora passa também a ter uma utilização civil, complementando o dispositivo municipal de monitorização e vigilância do território”, explicou Ricardo Mendes, acrescentando que se trata de “mais uma ferramenta à disposição das forças de primeira linha de combate aos fogos florestais”. O responsável técnico da empresa Flying Equipment Skyline, Gerson Fernandes, explicou que no ar a plataforma em causa tem um aspeto semelhante a uma asa de parapente gigante, é motorizada, tripulada e com oito horas de economia. “É a primeira vez que está a ser utilizada na área da Proteção Civil. No fundo vai estar a monitorizar o território e ao mesmo tempo a comunicar com os serviços municipais de Proteção Civil, identificando os pontos negros e mais perigosos do concelho para que possa haver uma prevenção e atuação mais eficaz naquela zona”, disse.

A presentado dispositivo que vai vigiar florestas durante o verão Refira-se ainda que o esquema de vigilância florestal em Famalicão funciona durante todo o ano, através de um sistema de videovigilância composto por 12 câmaras, sendo que durante o período critico, ou em dias de alerta ama-

relo ou superior, a vigilância fixa é complementada pela vigilância móvel e vigilância armada. Este ano, o dispositivo de vigilância móvel foi reforçado com 12 operacionais que percorrerão o concelho para prevenir e detetar

eventuais focos de ignição. Recorde-se que a prevenção de incêndios florestais não se esgota na vigilância. Durante todo o ano são realizados trabalhos de conservação da rede viária florestal e ações de silvicultura preventiva.

Novo CLDS 4G centrado no emprego e formação O município de Vila Nova de Famalicão já arrancou com o novo programa de Contrato Local de Desenvolvimento Social – CLDS 4G, tendo designado como Entidade Coordenadora Local da Parceria a Engenho – Associação de Desenvolvimento Local de Vale do Este.

Lions distribui máscaras pelas crianças “Já tens a tua?" dá o mote para o novo projeto da iniciativa do Lions Clube de Vila Nova de Famalicão, com o apoio da Fundação Lions de Portugal, que consiste na distribuição de 400 máscaras comunitárias certificadas às crianças inscritas nas Unidades de Saúde Familiar que fazem parte do ACES Ave/Famalicão. “Considerando os condicionalismos resultantes da pandemia de Covid-19 no dia a dia das populações e na vida em comunidade, bem como a previsibilidade da situação atual se alongar no tempo, entendeu o Lions de Vila Nova de

Famalicão encetar, junto dos seus parceiros mais esta iniciativa, no sentido de fornecer material de proteção individual, desta feita às crianças”, referiu fonte do clube. A entrega formal das máscaras aconteceu a 29 de junho, na sede do ACES, com a presença do diretor Ivo Machado. A distribuição das referidas máscaras será feita pelo ACES de forma gratuita às crianças que recorram às suas unidades de saúde familiar para consultas programadas ou para cumprimento do plano de vacinação.

Os principais objetivos do novo programa foram apresentados, a 2 de julho, na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, pelo vereador do Desenvolvimento Territorial Integrado do município, Augusto Lima. O novo CLDS-4G apresenta um plano de ação centrado nas áreas do emprego, formação, qualificação e empreendedorismo e vigora até 31 de maio de 2023, implicando um investimento no concelho de 450 mil euros. Para Augusto Lima, “este novo projeto não pode descurar a situação atual, que é complexa, incerta e que nos traz grandes desafios”. O também responsável pelas áreas da Economia, Empreendedorismo e Inovação do município adiantou que a pandemia tem

provocado um aumento do desemprego no concelho, referindo que que entre fevereiro e maio o número de desempregados subiu de 3500 para 5100. Além disso, há, atualmente, “1500 empresas em lay off, que afetam 15 mil trabalhadores”, referiu. “São dados que, obviamente, nos preocupam e que merecem da nossa parte projetos que ajudem a fazer face a estas dificuldades,” referiu, salientando que este novo CLDS “tem uma estratégia clara para o emprego, formação e enquadrando-se nas políticas sociais do concelho, nomeadamente na Estratégia Concelhia de Desenvolvimento Integrado”. Augusto Lima adiantou que “numa primeira fase será realizado um mapeamento do que está a acontecer no território, fazendo-se uma ponte com as entidades responsáveis pela educação, emprego e formação”. “Queremos que seja um projeto marcante, que traga benefícios ao território”, sublinhou, sem deixar de perspetivar que o CLDS “tem mesmo que contribuir de uma forma significativa

para melhorar a situação que estamos a viver”. O programa tem a finalidade de promover a inclusão social dos cidadãos através de ações, a executar em parceria, que permitam contribuir para um aumento da empregabilidade, para o combate de situações críticas de pobreza, especialmente infantil, da exclusão em territórios vulneráveis, envelhecidos ou fortemente afetados por calamidades, tendo igualmente especial atenção na concretização de medidas que promovam a inclusão ativa das pessoas com incapacidade. O CL DS 4G é desenvolvido pelo Instituto Segurança Social (ISS), I.P que enviou um convite à Câmara Municipal para criação de um CLDS. Por sua vez é Câmara Municipal que designa a Entidade Coordenadora Local da Parceria. Recorde-se que o CLDS 3G vigorou no concelho até finais de 2018, tendo implicado um investimento de 356 mil euros. A entidade coordenadora foi a CIOR e tinha como objetivos promover o emprego e combater a pobreza.


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Atualidade

// Santo Tirso

// Vila Nova de Famalicão

Bombeiro dos “Amarelos” perde a vida na A3

Prisão domiciliária para homem que esfaqueou ex-companheira Ficou sujeito a prisão domiciliária o homem que, ao fim da tarde de segunda-feira, 6 de julho, atacou a ex-companheira com uma faca. O caso aconteceu à luz do dia e em pleno espaço público, junto ao Parque de Sinçães, na cidade de Vila Nova de Famalicão. As agressões foram presenciadas por populares que estavam perto do local e que alertaram as autoridades. Minutos depois da denúncia, a Polícia de Segurança Pública chegou ao local e ainda conseguiu deter o indivíduo, de 36 anos. Após a detenção, o homem foi presente a tribunal, que decretou como medida de coação a prisão domiciliária e proibição de contactar com a vítima, de 32 anos, que apesar dos ferimentos não corre risco de vida.

Apanhado num terreno a esconder bens furtados Rui Silva colidiu com barreiras de proteção da via Um bombeiro da corporação dos Tirsenses perdeu a vida na sequência de um acidente de mota, na autoestrada N.º 3 (A3), na segunda-feira, 6 de julho. Rui Silva, de 36 anos, tinha acabado de entrar na via, cerca das 20 horas, através do nó de Santo Tirso/Trofa e circulava em direção ao Porto, quando colidiu com as barreiras de proteção da via, tendo sido projetado cerca de dez metros. No local estiveram os Bombeiros Voluntários da Trofa, com duas viaturas e quatro elementos, a Viatura Médica de Emergência e Reanimação de

Vila Nova de Famalicão ambulân- va no quadro de reserva por mocia de Suporte Imediato de Vida tivos laborais, emitiu uma nota de Santo Tirso. No entanto, não foi de pesar, sublinhando que “perpossível salvar o homem e o óbito der um ente querido é motivo de acabou por ser declarado no local. muita tristeza, mas vamos lembrar O Núcleo de Investigação de que está descansando com Deus”. Acidentes de Viação da GNR es- “A direção, comando e todo corteve no local a recolher indícios po ativo e funcionários desta Asque possam explicar as causas sociação desejam coragem e força para enfrentar este momento do acidente. O corpo foi transportado para o de sofrimento. Que os familiares Gabinete Médico-Legal e Foren- e amigos recebam os nossos mais sinceros pêsames”, pode ler-se se do Ave, em Guimarães. No Facebook, a Associação Hu- na publicação. O corpo de Rui Silva foi a sepulmanitária dos Bombeiros Voluntários Tirsenses, na qual Rui Silva tar, esta quarta-feira, no cemitério foi bombeiro profissional e des- de Santa Cristina do Couto, locade há cerca de dois anos figura- lidade onde residia.

// Vila Nova de Famalicão

Incêndio consumiu camiões e armazém O fumo negro e intenso, visível a quilómetros de distância, alarmou moradores junto da Zona Industrial de Ribeirão, onde deflagrou um incêndio, na tarde de domingo, 5 de julho. O fogo começou num camião e alastrou para outro, tendo ainda afetado parte de um armazém de uma empresa junto à zona onde estavam estacionados os veículos. Segundo fonte dos Bombeiros Voluntários de Famalicão, um dos camiões armazenava farinha e outro material à base de plástico, o que “dificultou” o combate às chamas. No armazém também afetado havia “produtos químicos”, mas os soldados da paz conseguiram evitar que as chamas alas-

Um homem de 30 anos foi detido pela GNR de Famalicão, depois de ter sido apanhado no interior de um espaço privado, em Brufe. O caso aconteceu a 27 de junho e, “na sequência de uma denúncia” que dava conta de que um indivíduo se encontrava “no interior de um terreno privado”, os guardas deslocaram-se para o local e intercetaram o homem, até àquele momento manietado por um popular. No decorrer das diligências para apurar o que levou o homem a invadir a propriedade privada, os militares apuraram que tinha acontecido um furto numa residência próxima “do local onde o suspeito foi encontrado”. “Ao inspecionar esse terreno, foi possível detetar o material que havia sido subtraído daquela residência e que o suspeito escondeu no interior do terreno, ocultando os bens furtados num monte de areia”, fez saber a Guarda, em comunicado. Detido pela GNR, o suspeito foi constituído arguido e os factos remetidos para o Tribunal Judicial de Vila Nova de Famalicão.

GNR dispersa grupo que esperava por corrida ilegal O cenário não seria inédito e há quem diga que, nos últimos tempos, era habitual ver-se aglomerados de pessoas na passagem superior da A7, em Seide, Vila Nova de Famalicão. Mas na noite de 28 de junho, o convívio acabou por ser interrompido pela Guarda Nacional Republicana de Famalicão. Cerca das 23h40, depois de “uma informação sobre o ajuntamento”, os militares depararam-se com “cerca 50 a 60 pessoas e 20 viaturas” no local, que se teriam concentrado “para a realização de uma corrida ilegal na A7”, referiu a Guarda em comunicado. “Apesar da dispersão rápida à chegada da patrulha da GNR, foi ainda possível identificar 17 cidadãos”, acrescentou.

Detidos por tráfico de droga I ndcêndio deflagrou na tarde de domingo trassem para o resto da empresa. No local estiveram mais de 70 operacionais e 21 veículos, das corporações dos Bombeiros Voluntários de Famalicão, Famali-

censes, Taipas, Vizela, Trofa e de Braga. A Cruz Vermelha de Ribeirão, a GNR e proteção Civil Municipal também apoiaram nas operações de socorro.

A GNR de Riba de Ave deteve dois homens, de 37 e 57 anos, por tráfico de estupefacientes, naquela freguesia do concelho de Vila Nova de Famalicão. “A detenção foi efetuada no decorrer de uma ação de patrulhamento, numa zona conotada com o frequente tráfico de estupefacientes. Os dois suspeitos, já referenciados pelos militares da Guarda, foram abordados e detidos na posse de 30 doses de cocaína e dez de heroína”, informou a Guarda. Os detidos foram constituídos arguidos e os factos remetidos para o Tribunal Judicial de Vila Nova de Famalicão.


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// Vila Nova de Famalicão

Ribeirão é vila há 34 anos Uma forma de dar dignidade à despedida dos ribeirenses aos entes queridos, as obras de requalificação da casa mortuária da freguesia foram benzidas em dia de 34.º aniversário da vila, antecedendo uma sessão solene que também quis destacar os feitos daqueles que dão vitalidade à comunidade. CÁTIA VELOSO O atleta Gabriel Maia, o ornitologista Marco Cruz e o pianista Miguel Marques Lima foram distinguidos pela Junta de Freguesia de Ribeirão que, em noite solene a 3 de julho, não deixou de sublinhar o papel das autarquias locais no bem-estar da população. “Um presidente de junta nunca pode estar satisfeito. Tem sempre muitas obras a fazer e, felizmente, nós temos concretizado muitas e os ribeirenses sentem isso. É evidente que há projetos que nós gostávamos que fossem concretizados, mas compreendemos que o concelho é muito grande e a Câmara não pode investir só em Ribeirão”, sublinhou Adelino Oliveira, que também não quis deixar de elogiar a postura “responsável” da popula-

ção durante a pandemia. O mesmo fez Paulo Cunha, presidente da Câmara Municipal, que aplaudiu a resiliência dos ribeirenses: “Esta região é a que mais contribui para a vocação exportadora do concelho. E se há regiões do país muito próximas do comércio e dos serviços e que, naquele período de confinamento se fecharam em casa, esta foi uma das que mais se expôs, porque era preciso continuar a trabalhar, porque o país precisava que as indústrias continuassem a produzir. Tivemos mulheres e homens muito corajosos que saíram de sua casa para que o país pudesse continuar a funcionar”. Como é apanágio, em dia de aniversário fez-se o balanço do trabalho feito e projetou-se o futuro pretendido, com Adelino Oliveira em operação de charme em busca de apoio municipal, esse já garantido para a obra que vai dar a Ribeirão um novo parque de lazer. O equipamento vai nascer no centro da Vila, na Ruas das Oliveiras, e contemplará uma zona para a prática desportiva, outra área para merendeiro e um percurso junto

Benzida requalificação da casa mortuária de R ibeirão à margem do Rio Veirão. “Vamos criar condições para que as pessoas possam passar um domingo agradável, junto a um rio que não está poluído. Estamos perante um projeto muito interessante, cuja mais-valia as pessoas vão perceber quando estiver concretizado”, frisou Adelino Oliveira. O projeto, que conta com o apoio da Câmara Municipal, vai seguir para “a fase de concurso”, sendo expectável que esteja pronto a

ser utilizado “no início do próximo ano”, anunciou o autarca. A pedra no sapato continua a ser a Estrada Nacional 14 e o atraso da tão desejada nova ponte, num projeto do Governo que deverá acabar com os engarrafamentos entre a vila e o concelho da Trofa. Paulo Cunha anunciou que o estudo de impacte ambiental está concluído e que a etapa que se segue é o lançamento do concurso. No entanto, não arriscou a anunciar expectati-

vas quanto ao início dos trabalhos, referindo que “enquanto não se lançar o concurso, ninguém pode dizer que a obra vem”. “É bom não ignorar que, se formos ouvir o que já dizia o anterior ministro que tutelou esta pasta, Pedro Marques, há 5 anos, ele dizia que era no próximo mês de agosto, ou no próximo mês de janeiro, ou no próximo ano. Já passaram cinco anos”, criticou.


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Gabriel Couto dá nova vida ao Teatro de Variedades do Parque Mayer O Teatro de Variedades, no Parque Mayer, vai ser alvo de uma profunda obra de reabilitação e reconstrução, a cargo da empresa de construção famalicense Gabriel Couto. O contrato de adjudicação já foi assinado e prevê uma empreitada de cerca de cinco milhões de euros e um prazo de execução de um ano e meio. O projeto, assinado pelo arquiteto Manuel Aires Mateus, dá à construtora mais créditos ao valor pelo qual já é reconhecida no campo da requalificação e reabilitação urbanas. Incluída na área do Plano de Pormenor do Parque Mayer, a requalificação do Teatro Variedades está assente num conceito de intervenção global de forma a reabilitar os espaços principais e completá-los com uma nova envolvente funcional, compreendendo o exterior, acessos e áreas téc-

nicas de apoio. O Teatro Variedades, classificado no Conjunto de Interesse Público municipal da Avenida da Liberdade, foi inaugurado em 1926 e trouxe-se a segunda casa de espetáculos, a seguir ao Teatro Maria Vitória, do recinto que viria a ser conhecido como Parque Mayer. Espetáculos de revista e de teatro celebrizaram este palco, por onde passaram nomes como Vasco Santana, Beatriz Costa, Vasco Morgado, Raul Solnado, Eunice Muñoz, José Viana, entre outros. Quarenta anos após a abertura, o Teatro de Variedades foi afetado por um incêndio, tendo sido recuperado e, já na década de noventa, após ter sido alvo de uma renovação do seu interior, serviu de palco para o programa semanal “Grande Noite”, que o encenador Filipe La Féria gravou para a RTP1. Ainda antes do início do novo século acabou por fechar. Com um edifício que “apresen-

ta algumas fragilidades construtivas”, o Teatro de Variedades vai ser alvo de uma empreitada, que passará pela “demolição dos anexos precários e exíguos construídos em torno do edifício original, das lajes adicionadas dentro da sala de espetáculos e do foyer de entrada, bem como o desmonte da cobertura”. “Os acessos laterais à plateia existentes serão substituídos e serão utilizados novos materiais na nova construção. Nesta alojar-se-ão acessos verticais e de emergência, instalações sanitárias, camarins, bastidores, gabinetes de administração, bar e áreas técnicas das instalações especiais”, explicou fonte da construtora famalicense. Está ainda prevista a “ampliação e remodelação das instalações existentes, através da recuperação e reabilitação da sua sala principal e do palco, da construção de uma nova envolvente às mesmas e uma intervenção total

E ste será o novo T eatro de Variedades na cobertura”. No site da Câmara Municipal de Lisboa, que detém a empresa municipal adjudicatária - Lisboa Ocidental, SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana E.M., pode ler-se que “o Plano de Pormenor do Par-

que Mayer pretende devolver ao usufruto dos lisboetas o local mítico, lúdico e de cultura, que este espaço representa e criar novos espaços culturais, reconverter o Variedades e construir um novo Auditório”.

Iniciativa Liberal quer ser “alternativa viável” em Famalicão

Teatro e circo animam palco da Casa das Artes Oficializado Núcleo Concelhio da I niciativa L iberal Assumir o papel de “provedor do contribuinte” é o principal objetivo do núcleo concelhio da Iniciativa Liberal (IL), em Vila Nova de Famalicão. Carlos Figueiredo, farmacêutico de 56 anos, encabeça a estrutura no concelho e no plenário inaugural, realizado no Auditório da União das Freguesias de Vila Nova de Famalicão e Calendário, a 4 de julho, comprometeu-se a “defender o contribuinte famalicense contra abusos por parte do executivo camarário,

como a excessiva tributação ou desperdício de fundos públicos”, e a “defender o fortalecimento da iniciativa privada”, com a apresentação de “propostas” que contribuam para “atrair mais investimento” para o concelho. A juventude e o ambiente também são, segundo o núcleo, “preocupações” a ter em conta num percurso que os liberais querem que seja capaz de “marcar a diferença a nível autárquico para os próximos dois anos”. A estrutura pro-

põe-se “ser uma voz de oposição e uma alternativa viável para os eleitores”. No plenário inaugural, que contou com a presença do antigo presidente da IL, Carlos Guimarães Pinto, foram eleitos os dois órgãos constitutivos do Núcleo: a Mesa do Plenário, assumida pelo candidato único António Elias, e o Grupo de Coordenação Local (GCL), encabeçado por Carlos Figueiredo. Foi ainda aprovado o Regulamento do Núcleo.

A Casa das Artes retomou a atividade, depois de ter suspendido a programação cultural em virtude da pandemia de Covid-19. O palco voltou a ganhar luz no primeiro fim de semana de julho, com a interpretação do elenco do Baú dos Segredos, nas classes A e B, da História de Oliver Twist. O teatro regressa ao Grande Auditório a 23, 24 e 25 de julho, às 21h30, numa encenação de Pedro Galiza. “Inferno” (círculo VII/círculo VIII/ círculo IX), a partir de Divina Comédia de Dante Alighieri, é uma coprodução Casa das Artes de Famalicão e ACE Escola de Artes de Famalicão, com os alunos do 3.º ano do Curso Profissional de Artes do Espetáculo-Interpretação. Entre 28 de julho e 2 de agosto, decorre o àmostra Circo contemporâneo, numa coprodução Instituto Nacional de Artes do Circo (INAC) e Casa das Artes de Famalicão. Trata-se e um conjunto de 24 solos de apresentação do primeiro trabalho profissional dos alunos finalistas do INAC. Os espetáculos são sempre às 21h30, no Grande Auditório e a entrada custa 4 euros, com desconto de 50 por cento para estudantes, seniores e Cartão Quadrilátero Cultural.


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Atualidade

// Vila Nova de Famalicão

Mais de 600 vagas em formação profissional superior e especialização tecnológica Estão abertas as candidaturas para os Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP) e Cursos de Especialização Tecnológica (CET) para o ano letivo 2020/2021. As entidades formadoras de Vila Nova de Famalicão disponibilizam um total de 625 vagas distribuídas por 19 cursos CTeSP e 6 cursos CET, com início da formação no mês de setembro, quer em regime laboral, quer pós-laboral. As inscrições devem ser efetuadas junto de cada uma das entidades formadoras ou então através do Centro Qualifica de Famalicão http://www.famalicaoeducativo.pt/_centro_qualifica_apresentacao Todo este volume de formação disponibilizado em território famalicense será ministrado pelas entidades: Citeve – Centro Tecnológico Das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal (www.citeve.pt); Cenfim – Centro De Formação Profissional de Indústria Metalúrgica e Metalomecânica (www. cenfim.pt); Cespu (www.cespu. pt); Instituto Politécnico do Cávado e Ave – Polo de Vila Nova de Famalicão (www.ipca.pt); e Instituto Politécnico de Bragança – Polo de Vila Nova de Famalicão (www.ipb. pt). As informações estão disponíveis no portal da Educação de Famalicão.

Candidaturas estão abertas Cursos Técnicos Superiores Profissionais Os Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP) são formações de ensino superior. Gerontologia, Bem-Estar e Termalismo, Manutenção e Controlo de Equipamentos Biomédicos, Bioanálise e Controlo, Secretariado Clínico, Estética, Cosmética e Bem-Estar, Tecnologia Alimentar, Gestão Ambiental, Design de Moda, Eletrónica, Automação e Comando, Energia, Telecomunicações e Domótica, Sistemas Eletrónicos e Computadores, Apoio à Gestão, Exportação e Logística, Comércio Eletrónico, Desenvolvimento Web e Multimédia, Gestão finan-

ceira e contabilística, Manutenção industrial e Redes e segurança informática são os CTeSP oferecidos pela Cespu, IPB e IPCA. As condições de ingresso obrigam os candidatos a serem titulares de um curso secundário ou de habilitação legalmente equivalente; que tenha sido aprovado nas provas especialmente adequadas para maiores de 23 anos; titulares de um diploma de especialização tecnológica ou de técnico superior profissional; titulares de um grau de ensino superior que pretendam a sua requalificação profissional. A duração do CTeSP tem 120 créditos e a duração de quatro semestres (2 anos), sendo o último

em contexto de trabalho. A frequência destes cursos tem associado o pagamento de uma propina, ainda que os formandos se possam candidatar a uma bolsa de ação social. Cursos de Especialização Tecnológica Os Cursos de Especialização Tecnológica (CET) são formações pós-secundárias não superiores que visam conferir uma qualificação profissional de nível 5 do Quadro Nacional de Qualificações (QNQ). Gestão da Produção para a Indústria metalúrgica e metalomecânica, Tecnologia Mecânica,

Tecnologia Mecatrónica, Industrialização de produto moda, Comércio Moda e Processos de Coloração e Acabamentos Têxteis são os Cursos de Especialização Tecnológica oferecidos pelo Cenfim e pelo Citeve. Para terem acesso aos CET, os candidatos têm de cumprir com as seguintes condições: serem titulares de um curso de ensino secundário ou de habilitação legalmente equivalente; serem estudantes que tenham obtido aprovação em todas as disciplinas dos 10º e 11.º e tendo estado inscritos no 12º ano, de um curso de ensino secundário ou de habilitação legalmente equivalente, não o tenham concluído; serem titulares de uma qualificação profissional de nível 4; serem titulares de um diploma de especialização tecnológica ou de um grau ou diploma de ensino superior que pretendam a sua requalificação profissional. Os estudantes que não sejam titulares de um curso de ensino secundário ou de habilitação legalmente equivalente têm de realizar, caso sejam selecionados, um plano de formação adicional. Os CET têm a duração aproximada de um ano e meio (18 meses) a que corresponde entre 60 e 90 unidades de crédito. A frequência destes cursos é gratuita e tem direito a bolsa de formação e transporte.

Recinto do Anima-te tem selo “Clean & Safe” O recinto dos espetáculos do Anima-te, programa de Verão promovido pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão para os meses de julho, agosto e setembro, no Parque da Devesa, foi distinguido com o selo “Clean & Safe” atribuído pelo Turismo de Portugal e pela Inspeção Geral das Atividades Culturais. O selo “Clean & Safe” assume-se como uma espécie de garantia que distingue as atividades que asseguram o cumprimento de requisitos de higiene e limpeza para prevenção e controlo da Covid-19, reforçando, assim, a confiança do espetador. Depois da primeira semana de eventos, o Anima-te dará ao público muita música no fim de semana de 10, 11 e 12 de julho. Para o dia 10, está agendado o primei-

tas pela Direção-Geral da Saúde, devido à pandemia da Covid-19. A entrada nos espetáculos, incluindo cinema, só será permitida mediante a apresentação de bilhete. Os ingressos são gratuitos e poderão ser levantados, no local do evento (Parque da De-

Noiserv atua no dia 10 ro concerto da edição deste ano do Devesa Sunset, com Noiserv, às 19 horas. À mesma hora, a música dos Sons do Minho promete animar o dia de sábado, 11 de junho, e no dia 12, domingo, o programa apresenta Nuno Campos Quarteto, num concerto inserido no Ciclo Porta-Jazz promovido pela Associação O Eixo do Jazz.

Refira-se ainda que estão a decorrer as aulas de desporto ao ar livre do programa Move-te no Parque da Devesa e nas freguesias. Há ainda o Mercado Artesanal, na Praça D. Maria II, e os espaços de Street Food, também no centro da cidade famalicense. Os espetáculos do programa Anima-te estão condicionados à observância das normas impos-

vesa), no período das três horas que antecedem o espetáculo e uma pessoa poderá levantar até seis ingressos. Mais informações sobre o Anima-te em w w w.famalicao.pt / agenda-municipal-famalicao.


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Atualidade // Vila Nova de Famalicão

Autarca critica distribuição do apoio à redução tarifária nos transportes “Existe em Portugal, uma discriminação evidente entre os territórios”, no que diz respeito aos serviços de transporte público. “Uma discriminação que resulta essencialmente da política nacional de financiamento aos transportes públicos e que cria diferenças abismais entre os territórios”. A afirmação foi feita pelo presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha, aos jornalistas, a 2 de julho, logo após a reunião do executivo municipal, depois de questionado pelo líder da oposição, Nuno Sá, sobre a escassez de resposta dos transportes públicos no concelho. Paulo Cunha lembrou que o serviço de transportes públicos rodoviários é realizado por empresas privadas que gerem legitimamente a sua atividade em função da eficiência económica. “Sem uma política nacional de apoio a este serviço, ao nível do que acontece nas Grandes áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, nunca haverá

um serviço de qualidade que fomente realmente a utilização do transporte público”, diz o autarca. Sem este apoio, “nenhuma operadora poderá arriscar a colocar uma carreira sem ter a certeza que terá utilizadores ou financiamento publico para o custear e é normal que assim seja”, sublinhou. Neste âmbito, o autarca criticou a forma como foi colocado em prática o chamado PART – Programa de apoio à redução tarifária – “que subsidia o transporte público, ajudando as pessoas a diminuir o seu custo e estimulando o uso dos transportes, o que é saudável, mas que beneficia apenas os concelhos das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, discriminando os restantes territórios nacionais, o que é injusto”. “Faz sentido que as pessoas que vivem nos territórios das grandes áreas metropolitanas tenham melhores condições do que tem quem vive em Famalicão, Braga, Vila Verde ou Terras de Bouro?” questionou o edil famalicense, sublinhando que “há aqui claramen-

Autarca criticou forma como foi colocado em prática o PART te uma discriminação e enquanto isso não for resolvido é impossível que haja melhor transporte”. O autarca recorda que a Câmara Municipal de Famalicão tem tentado apoiar as operadoras, nomeadamente com o passe escolar e com o passe sénior. “Temos feito tudo o que está ao nosso alcance, mas os apoios têm que ser na-

Apoio extraordinário à renda já chega às famílias As famílias do concelho de Vila Nova de Famalicão já estão a beneficiar da medida extraordinária lançada em abril pela Câmara Municipal para apoiar os famalicenses que perderam rendimentos por força da Covid-19 no pagamento de rendas com a habitação. Até agora foram submetidas 35 candidaturas, das quais 15 foram consideradas elegíveis, 8 foram consideradas inelegíveis e 6 rejeitadas por não reunirem todas as condições necessárias para a concessão do apoio. Atualmente encontram-se ainda em avaliação 6 candidaturas e o valor do apoio atribuído até agora pela autarquia ultrapassa os 3 mil euros. O programa excecional de apoio à renda Covid-19 ainda está em vigor e as candidaturas decorrem online em https:// rendas.famalicao.pt/, bastando apresentar os documentos solicitados que comprovem a situação

socioeconómica do agregado. O apoio é mensal, tem que ser requerido mensalmente, tramitando nos serviços sociais da Câmara Municipal, e pretende evitar que a despesa financeira do agregado familiar com o pagamento da renda para habitação própria e permanente, após o início da pandemia, seja superior a metade da remuneração do mesmo agregado. Isto é, o montante será atribuído para ajudar a diminuir a taxa de esforço das famílias estando excluídos os agregados cuja taxa de esforço, após a perda de rendimentos, seja inferior a 50% do rendimento bruto mensal. A medida aplica-se a todo o tipo de rendimentos – trabalhadores por conta de outrem e profissionais liberais. Refira-se que para além desta medida extraordinária, a autarquia decidiu também reabrir as candidaturas ao programa municipal “Casa Feliz – Apoio à Renda”, que apoia as famílias fama-

licenses que vivem em habitações arrendadas e que, de uma forma temporária e inesperada, se vejam sem condições financeiras para cumprirem os contratos celebrados com os seus senhorios. O período normal de candidaturas para este apoio municipal decorreu durante os meses de novembro e dezembro e resultou na atribuição de um apoio a 274 famílias do concelho, ao longo de um ano, nas suas despesas com a habitação, num investimento de cerca de 280 mil euros. Desde que o programa foi reaberto já foram submetidas 31 candidaturas, das quais 13 foram consideradas elegíveis. Os apoios são divididos em três escalões A, B e C, correspondendo a 100 euros, 75 euros e 50 euros mensais. Destas 13 candidaturas elegíveis, 9 foram integradas no escalão A e 4 no escalão B.

cionais”. Mostrando-se bastante desagradado com a falta de investimento público nesta área, Paulo Cunha aproveitou ainda para salientar que “aquilo que o estado português está a fazer à TAP devia fazer em todos os setores dos transportes. Não é só a TAP que tem problemas com as suas operações. A

STCP também tem, a Arriva também tem, a Transdev e a CP também têm. Todas as empresas que estão ligadas ao setor dos transportes sofrem. Não são só os transportes aéreos que estão a sofrer com esta pandemia, todos os outros meios de transporte também estão. O que não têm é os mesmos apoios.”


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Desporto // Modalidades

Armindo Araújo venceu no regresso dos Ralis DR

DR

Cardoso arrancou para a liderança O Troféu C1 voltou a ser apos- aberto até aos últimos metros. ta do piloto de Vila das Aves “Estivemos muito bem nas duas Nuno Cardoso, que regressou corridas, dentro e fora de pista. ao ativo, no Circuito Internacio- Na primeira, fizemos uma recunal de Portimão, no passado fim peração notável desde o 18.º até de semana, conseguindo a lide- ao 2.º lugar. Na segunda, deixarança da competição. mos escapar o 2.º lugar por dois milésimos. Foram duas corridas Foi um arranque em cheio para muito emocionantes”, disse Nuno Nuno Cardoso em Portimão. O pi- Cardoso, que acrescentou que loto de Vila das Aves, integrado na “as entradas de safety-car baraequipa 777, saiu de Portimão na li- lharam as contas, sobretudo porderança do Troféu C1, depois de que as equipas com mais pilotos, um segundo e de um terceiro lu- como é o nosso caso, têm menos gares nas duas animadas corridas margem para usufruir destes mode seis horas. mentos para a troca de pilotos”. A primeira sessão cronometraNuno Cardoso reconheceu esda não correu conforme esperado, tar muito satisfeito por arrancar devido a um problema de travões, a época de 2020 com o pé direique só foi possível corrigir para a to “Foi um arranque quase perfeicorrida. “Começamos o fim de se- to. O mais importante foi consemana de forma apreensiva, uma guido. Divertimo-nos muito, convez que não fomos competitivos quistamos dois pódios e estamos logo de início. Felizmente, con- na frente do campeonato”, finaliseguimos resolver o problema e zando com a certeza de que “esta tivemos um carro em bom nível margem pontual pode ser muito dali para a frente”, referiu o pilo- importante, tendo em conta o níto apoiado pela OZ Energia e por vel do campeonato, que “é muiO Meu Gás. to alto”, com “várias equipas que As duas corridas foram muito podem ganhar corridas”. “Todisputadas e a decisão pelos pri- dos os pontos vão ser decisivos”, meiros lugares manteve-se em concluiu.

A rmindo A raújo segue no 2.º lugar

do

Campeonato de Portugal de R alis

tas da classificação, gan hanArmindo Araújo (Skoda Fa- nenhuma, no primeiro dia. bia R5) venceu o Rali de CasBruno Magalhães, em Hyundai do, novamente, mais de dez setelo Branco, prova que a Escu- i20 R5, conseguiu a melhor mar- gundos de vantagem para Maderia Castelo Branco promo- ca no segundo troço, seguindo- ga l h ães e con seg u i ndo c he veu, marcando o regresso da -se José Pedro Fontes, que se im- gar apenas atrás de José Pedro modalidade à estrada. pôs na terceira especial, com o Fontes. A vitória foi confirmada com o terceiro melhor tempo na Citroën C3 R5. No d ia s eg u i nte, A r m i ndo Power Stage. Entre os 85 participantes, ArO piloto tirsense isolou- se mindo Araújo apostou em “ar- Araújo voltou a destacar-se no rancadas” fortes que lhe permi- a r ra nq ue, con seg u i ndo u ma no 2.º lugar da classificação do tiu gerir a prova, constituída por v a ntagem de 10,5 seg u ndos Campeonato de Portugal, atrás sete troços e cerca de cem qui- para o adversário Bruno Maga- de José Pedro Fontes. “Acho que mostrámos uma exlhães, enquanto José Pedro Fonlómetros. Vencer em Castelo Branco não tes acabou por cair na classifica- celente atitude. A equipa fez um é novidade para o piloto de San- ção, a braços com problemas no excelente trabalho. O carro esto Tirso que já em 2019 tinha con- Citroën, mas ainda assim con- teve sempre impecável e nós seguido o feito, ao volante de seguiu vencer a terceira clas- atacámos e defendemos quando devíamos. Gerimos a prova. Hyundai i20 R5. Desta vez, con- sificativa. Armindo Araújo viu Bruno Ma- Estivemos sempre no sítio certando com a força do Skoda Fabia R5 Evo, venceu a classifica- galhães encurtar a distância e to, à hora certa e isso traduziutiva inaugural, mantendo a lide- apostou na segunda passagem -se numa vitória que foi muito imrança apesar de não ter conse- por Dáspera – Salgueiral, fe- portante para nós”, afirmou Arguido chegar à frente em mais chando, praticamente, as con- mindo Araújo, no fim da prova.

Aves já despromovido voltou a vencer 11 jogos depois

Lusa

CD Aves

O Desportivo das Aves venceu, na noite de quarta-feira, o Vitória de Setúbal, por 1-0, em jogo da 31.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, e regressou aos triunfos no campeonato, aumentando a série negativa de resultados da equipa sadina. O iraniano Mohammadi, aos quatro minutos, de grande penalidade, marcou o único golo do jogo para a equipa já despromovida ao segundo escalão, com o Vitória de Setúbal, que estreou o técnico Lito Vidigal, a desperdiçar um penálti ainda na primeira parte. Depois de 11 jogos sem vencer, o Desportivo das Aves regressou às vitorias e está no 18.º e último lugar, com 17 pontos, enquanto o Vitória de Setúbal, que não vence há 13 jogos, somou a quinta derrota consecutiva, está em 16.º, com 30, mais três que o Portimonense, primeira equipa em zona de despromoção. Mohammadi marcou o golo avense


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Desporto

“Os políticos ainda não compreenderam que investir no desporto é investir na saúde” ção e transformação social.

“Planos Estratégicos de Desenvolvimento Desportivo Municipal” é o nome do livro que o avense Jorge Machado lançou recentemente, depois de apresentar a tese de mestrado. Em entrevista ao Jornal do Ave, o também presidente da Assembleia de Freguesia de Vila das Aves sublinhou “a importância do planeamento na definição das políticas públicas de desenvolvimento desportivo”, num plano municipal, através de uma intervenção que deve ser “planeada, sustentável e preocupada com as gerações futuras”. CÁTIA VELOSO Jornal do Ave (JA): Como surgiu a ideia de escrever este livro? Jorge Machado (JM): Digamos que resultou de um encontro feliz entre vontade e circunstância. Na origem do livro está a tese apresentada por mim, em novembro passado, às provas públicas da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto para a obtenção do grau de mestre em Gestão Desportiva, e que teve como propósito a elaboração de um plano estratégico de desenvolvimento desportivo para o Município de Santo Tirso. Foi, portanto, esta circunstância e a enorme vontade que sempre tive de escrever um livro, que me motivou a avançar com este projeto. Consciente desta necessidade, o livro defende a realização de planos estratégicos de desenvolvimento desportivo, documentos condensadores e que devem refletir a estratégia de uma qualquer autarquia na implementação da sua política desportiva, através da aplicação de metodologias participativas, de planeamento operacional e estratégico, bem como da consciencialização para uma melhor racionalização dos recursos públicos, procurando questionar os leitores sobre a pertinência de novos modelos de governança, de uma nova sensibilização para o desenvolvimento sustentável no seio do Desporto e para a preservação do meio ambiente. Acredito particularmente que só através desta consciencialização será possível às autarquias locais estarem preparadas para as exigências do século XXI. JA: Como é que as autarquias locais devem desempenhar o

L ivro de Jorge M achado surge depois da apresentação do mestrado em Gestão Desportiva seu papel no desenvolvimento suas dimensões, pelo que continuarão a ter uma responsabilidadesportivo? JM: O Desporto está consagra- de crescente na sua configuração. Para que tal ocorra, há a necesdo na Constituição da República Portuguesa, pelo que é uma ma- sidade de encontrarmos uma metéria de interesse público. No or- lhor governança para o Desporto denamento jurídico, o enquadra- e uma liderança capaz de planear mento legal do Desporto nas au- e projetar o futuro. O processo de tarquias locais está disperso em planeamento é um processo que envolve, simultaneamente, decivários diplomas. Nesta medida, a administração dir e agir, pelo que há a necessipública, central e local, deve re- dade de uma liderança no Desporpartir responsabilidades na sua to capaz de estar à altura das exipromoção, através de políticas gências dos tempos de hoje. Lidepúblicas que garantam o acesso rar é gerir, dirigir e inferir. É anà prática por parte de todos os ci- tecipar e perspetivar, procurando um justo equilíbrio entre todas as dadãos. Ora, todos reconhecemos que variáveis envolvidas no processo os municípios são a autarquia lo- de decisão. cal que sempre teve uma imporJA: No caso concreto de Santo tante intervenção no domínio do Desporto, sendo os principais Tirso, como é que esse trabalho promotores e dinamizadores do tem sido feito? JM: Creio que o município de desenvolvimento desportivo local e, por maioria de razão, os prin- Santo Tirso tem consciência da imcipais promotores e dinamizado- portância do Desporto, razão pela res do desenvolvimento despor- qual tem realizado uma forte aposta nesta área. Entendo que Santo tivo nacional. É, portanto, inquestionável a for- Tirso tem seguido um caminho inte aposta que os municípios fazem teressante, dando passos sólidos no Desporto, seja numa lógica de e objetivos na procura de melhopromoção da atividade física, saú- res soluções. Os exemplos do bom caminho de e bem-estar, seja numa lógica de afirmação territorial e de pro- que Santo Tirso tem seguido são moção do que de melhor os seus vários, desde a aposta na promoção da atividade física, como eleterritórios têm para oferecer. Desta forma, acredito que, tal mento promotor de saúde, bemcomo no passado, as autarquias lo- -estar e da adoção de comportacais são, no presente, e serão, no mentos saudáveis; da aposta no futuro, extremamente importantes Desporto como ferramenta de inpara o desenvolvimento desporti- tervenção e transformação social; vo, a todos os níveis e em todas as da aposta na construção e requa-

lificação de infraestruturas desportivas; na diversidade da oferta de programas e modalidades desportivas; no apoio ao associativismo desportivo; entre muitos outros. Claro está que há sempre margem para evoluir, faltando ao município, por exemplo, algumas instalações desportivas e uma maior aposta no desporto em contexto de natureza. Esta atuação transversal permite que o Desporto assuma grande importância na estratégia de desenvolvimento do município de Santo Tirso, até porque o nosso território possui caraterísticas ímpares para a prática desportiva, seja ela em contexto formal ou informal, competitivo ou de lazer, quer pelas condições naturais da região em que nos inserimos, quer pela qualidade dos equipamentos desportivos existentes, que permitem a prática desportiva das mais diversas modalidades, ao ar livre e indoor, com o maior conforto e competência. Quanto ao caminho a percorrer, não me compete a mim, aqui e agora, falar-vos sobre esse percurso, até por razões óbvias relacionadas com a minha responsabilidade profissional. No entanto, posso dizer-vos que Santo Tirso pode e deve continuar a utilizar o Desporto como um instrumento de afirmação territorial, a nível nacional e internacional; e como um instrumento de promoção de um estilo de vida saudável e de interven-

JA: Como é que as autarquias podem "fintar" dificuldades para "acudir" às necessidades das diferentes associações/modalidades? JM: As autarquias locais assumem vários papéis na qualidade de promotoras do fenómeno desportivo, designadamente pela sua intervenção ao nível das infraestruturas desportivas; ao nível do apoio ao associativismo; ao nível do desenvolvimento de projetos e programas desportivos; ao nível da sua preocupação com a saúde e bem-estar; ao nível do espetáculo desportivo; ao nível da promoção do desporto para todos; ao nível da promoção do desporto de alto rendimento; ao nível da capacitação dos agentes desportivos; ao nível da promoção da ética e do fair-play; enfim, muitos mais exemplos poderiam ser aqui enumerados sobre a intervenção das autarquias no seio do Desporto. Porém, em todas estas intervenções há claramente um denominador comum, nomeadamente o facto de ser reconhecido às autarquias locais o papel crucial que representam na concretização e democratização do desporto, da atividade física e do exercício físico (realidades distintas e muitas vezes confundidas, mas que neste momento não importa aqui esclarecer). Posto isto, parece-me que a melhor forma de as autarquias locais "fintarem" as dificuldades é através do reconhecimento de que têm de desenvolver estratégias, processos e mecanismos que reforcem a sua atuação, por forma a poderem catapultar e promover o desenvolvimento desportivo dos seus territórios, nomeadamente através da realização de planos estratégicos de desenvolvimento desportivo, identificando, balizando e planeando, de uma forma clara e concisa, toda a sua atuação. Cada vez mais são exigidos elevados níveis de eficiência aos decisores políticos, pelo que as autarquias terão de ter uma constante preocupação de gestão e planeamento na definição e implementação de políticas de desenvolvimento desportivo. JA: Quais são as expectativas atuais das gerações presentes? JM: O Desporto nas autarquias


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Desporto locais não pode mais ser visto de forma isolada e à mercê da vontade discricionários dos decisores políticos. Hoje, a exigência é cada vez maior. A crise e o aperto financeiro que o país sofreu, nos últimos anos, tiveram consequências positivas, se é que assim se pode dizer, particularmente na responsabilidade e na exigência com que se gere o erário público. No seio do Desporto, começa a existir uma corrente muito forte na defesa de um desenvolvimento sustentável, apenas possível de alcançar através de um desenvolvimento do fenómeno desportivo sustentado e preocupado com os impactos futuros da sua atuação, além do dever de ser o mais democrático possível, preocupando-se em disponibilizar uma oferta diferenciada e equitativa. Todavia, tenho a certeza de que ninguém está em condições de conhecer, antecipadamente, quais serão os contornos da sociedade futura. Mas também sei, e sabemos todos, que se nada for feito, se não forem desenvolvidas políticas de educação ambiental, de promoção de uma cidadania ativa, assente numa administração pública atenta e eficiente, o património natural e as gerações futuras poderão estar hipotecadas e a humanidade terá sérias dificuldades em evitar o colapso. Por isso, não tenho dúvidas que as gerações presentes estão cada vez mais despertas para esta realidade, exigindo uma gestão equilibrada e racional das necessidades atuais, sejam elas ao nível das infraestruturas físicas ou ao nível de ações imateriais, tendo em consideração o impacto que essas opções poderão ter no futuro. JA: Quais são então os pilares em que se devem sustentar os planos estratégicos de desenvolvimento desportivo? Qual é o horizonte mais adequado para a concretização dos objetivos traçados? JM: A atuação de uma organização com responsabilidades no desenvolvimento desportivo não se pode basear em pressupostos subjetivos, pouco fundamentados e de caráter pontual. Esta intervenção deve ser planeada, devidamente projetada e estruturada, tornando-se evidente a necessidade de desenvolver planos estratégicos de desenvolvimento desportivo ao nível das autarquias locais, mas não só.

No que concerne ao horizonte vas, sustentadas no planeamento temporal mais adequado, há auto- e na estratégia. Existirão segurares que defendem que um período mente outras visões, mas foi este de cinco, dez ou quinze anos pode o caminho que escolhi percorrer, colocar em causa a taxa de suces- procurando ser diferenciador na so e de execução do plano. Outros abordagem a este tema. há que entendem que a definição JA: Juntamente com a cultude estratégias, num horizonte temporal de cinco a dez anos, não é ra - e segundo dados da Pordata inexequível. Ainda assim, gran- - Portugal regista apenas 10 por de parte dos autores defende ho- cento de despesa no desporto. rizontes temporais com alguma Como avalia esta opção política? JM: No que ao poder público longevidade, permitindo a estabilidade necessária na definição diz respeito, a questão que se codos objetivos e das metas a atingir. loca é se o planeamento e a definiPor exemplo, na tese que deu ção de uma estratégia sobrevive à origem a este livro, o documen- vontade e à decisão política, se há to proposto por mim definia uma a coragem na administração púlinha de intervenção num hori- blica para definir uma estratégia zonte temporal de dez anos (até e não ceder à discricionariedade 2030), tendo como principal obje- da atividade política e da sua detivo prestar um contributo efetivo pendência do voto. Esta questão é relevante, tal para o conhecimento e compreensão do fenómeno desportivo no como é a necessidade de uma concelho, bem como da atuação maior ligação entre políticas muda autarquia e dos demais agen- nicipais, intermunicipais, regiotes desportivos com quem esta se nais e nacionais, reduzindo os enrelaciona, culminado com a apre- cargos do erário público e capitasentação de um produto final e de lizando as infraestruturas e evenaplicação prática, designadamen- tos desportivos numa lógica de te com uma proposta de um Plano gestão e utilização em rede, recoEstratégico de Desenvolvimento nhecendo a necessidade de um pensamento sustentável. Desportivo. Ora, apesar da sua aparente simQuanto aos pilares em que se devem sustentar os planos estra- plicidade, o Desporto é dotado de tégicos de desenvolvimento des- uma enorme complexidade, ocuportivo, a abordagem deste livro pando cada vez mais um espaço procura correlacionar os concei- próprio e inigualável na sociedatos de desenvolvimento organi- de contemporânea, sendo, nas pazacional, governança e lideran- lavras do Prof. Doutor Manuel Sérça, concomitantemente com o pa- gio “o fenómeno cultural de maior pel das autarquias locais na con- magia do mundo contemporâneo”, cretização de políticas desporti- as quais subscrevo na integra.

Ficha Técnica Proprietário e Editor: Justbrands – Consultoria e Comunicação Unipessoal, Lda | Nif. 510170269 Detentor 100 % capital: Maria Araújo| ERC: 126524 | ISSN 2183-4601 Depósito Legal: 469158/20 Diretora: Magda Machado de Araújo Subdiretor: Hermano Martins | e-mail: geral@jornaldoave.pt; publicidade@

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Todavia, quase sempre, o Desporto não tem o tratamento que merece. Muito recentemente, na apresentação do Programa de Estabilização Económica, o Desporto foi completamente esquecido. Esta ausência é um bom exemplo do modo como é tratado e reconhecido. Infelizmente, a sociedade e os decisores políticos ainda não compreenderam que um maior investimento no Desporto é, simultaneamente, um investimento na saúde, no bem-estar e na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, isto para enumerar apenas alguns dos seus benefícios. Ao Desporto acontece o mesmo que acontece com a Saúde, ou seja, na Saúde todo o sistema está orientado para uma lógica de combate à doença e não para uma lógica de promoção da saúde. Enquanto não alteramos este paradigma, o Desporto continuará a ser “só futebol”. Outro bom exemplo, são os sucessivos Orçamentos de Estado. Nestes, é possível perceber que o Desporto tem sido, constantemente, uma prioridade adiada. Em 2019, a despesa pública correspondia a 0.08%! Um verdadeiro desastre. Então se compararmos este número com valores de alguns países da UE ou da América do Norte, que fazem uma for-

te aposta no Desporto, ainda pior. Penso que o problema possa estar na pouca importância social que é atribuída ao Desporto, algo que me parece ser um manifesto contrassenso, na medida em que todos nós compreendemos muito bem o impacto social do Desporto, nomeadamente como importante veículo de transmissão de valores, de transformação e intervenção social. Se a isto juntarmos o facto de termos dos melhores atletas e treinadores do mundo; dos melhores académicos e cientista desportivos do mundo; ao facto de as nossas seleções nacionais terem reconhecimento internacional e estarem sempre representadas ao mais alto nível; e de que o Desporto é uma das atividades mais perfilhadas por largas fatias da população; então menos compreensível é que tudo isto aconteça. Deixo para reflexão a seguinte afirmação do Prof. Doutor Jorge Olímpio Bento: “o Desporto é o artefacto cultural por excelência, criado pela nossa civilização para corresponder ao desejo de instituir o corpo como instrumento de socialização em princípios e valores que elevam e qualificam a pessoa e a vida.”

Biografia Casado e pai de três filhos, Jorge Machado nasceu nas Caldas de Vizela, em 1986, e reside em Vila das Aves. Licenciado em Direito, Pós-Graduado em Gestão Autárquica e Mestre em Gestão Desportiva, é jurista de profissão. Atualmente, desempenha funções de assessoria no Gabinete da Presidência da Câmara Municipal de Santo Tirso, tendo anteriormente exercido funções de coordenação na Divisão de Desporto, do mesmo município. Além desta atividade profissional, é dirigente associativo e membro da equipa nacional de karaté, como treinador regional. É formador no âmbito do Plano Nacional de Ética no Desporto, colaborando com o iLIDH e IPDJ/PNED na qualidade de Embaixador para a Ética no Desporto. Como praticante de karaté, é 2º dan de Shotokan e foi atleta de alto rendimento, medalhado nacional e internacionalmente, contando com 14 títulos de campeão nacional (na disciplina de kumite), em 20 anos de carreira desportiva ao mais alto nível, nos quais se destacam ainda o 14.º lugar no Ranking Mundial da WKF em -67 (2011); 5.º lugar no Campeonato do Mundo (2003); 7.º Lugar no Campeonato da Europa (2011 e 2012); Medalha de Bronze Golden League Itália (2011) e Medalha de Bronze Campeonato da Europa de Karaté Shotokan (2004 e 2009). Recebeu a medalha de Mérito Desportivo Câmara Municipal de Santo Tirso, em 2004, e um voto de louvor desportivo da Câmara Municipal de Vizela, em 2012. Foi distinguido com o Prémio Personalidade do Ano da Confederação do Desporto de Portugal (2003). Assina, regularmente, vários artigos e comunicações que versam sobre temáticas relacionadas com a Ética no Desporto, que lhe valeram já o 2.º Prémio na 8.ª edição do prémio de imprensa “Desporto com Ética/2019”.

0,70 € Tiragem 7000 exemplares| NIB: PT 50 0038 0000 39909808771 50 | Telefone: 252 414 714 | Sede e Redação: Rua Aldeias de Cima, 280 Trofa | Publicidade 969848258 | Redação 925 496 905 | | Nota de redação: Os artigos publicados nesta edição do Jornal do Ave são da inteira responsabilidade dos seus

subscritores. Todos os textos e anúncios publicados neste jornal estão escritos ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. É totalmente proibida a cópia e reprodução de fotografias, textos e demais conteúdos, sem autorização escrita. Estatuto editorial em http://jornaldoave.pt/index.php/estatuto-editorial


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Saúde

// Região

CHMA com regresso “gradual” à normalidade, mas “atento” à Covid-19 Maior recurso às teleconsultas, retoma (quase integral) da média de consultas externas e recuperação - “a bom ritmo” da atividade cirúrgica. É desta forma que a administração do Centro Hospitalar do Médio Ave dá conta do que tem sido o funcionamento das unidades de Santo Tirso e Vila Nova de Famalicão, nas últimas semanas. Um regresso à “normalidade” que tem sido “gradual” e feito “de forma sustentada”. Em comunicado, o Centro Hospitalar refere que a recuperação tem sido feita “no contexto a que agora se chama 'novo normal', isto é, cumprindo exigentes regras de segurança, reforçadas atendendo à crise sanitária que atravessamos”. E neste capítulo, sublinha, “a compreensão e colaboração dos profissionais e dos utentes tem sido exemplar”. O aumento das teleconsultas aplica-se apenas às “subsquen-

tes”, ou seja, após os atendimentos presenciais e a taxa de consultas externas já ronda os “80 por cento” da média registada pelo CHMA antes da pandemia. “A atividade cirúrgica recupera igualmente a bom ritmo, especialmente a cirurgia de ambulatório, que atualmente já realiza cerca de 75 por cento das cirurgias que realizava no ritmo normal, antes do início da pandemia”, detalhou. Para “atenuar” o impacto provocado nos doentes internados pela proibição de visitas, o CHMA “está a disponibilizar, nas duas Unidades, meios eletrónicos de comunicação (videochamadas) para comunicação com familiares”. 3 mil testes à Covid-19 realizados No que ao combate à pandemia diz respeito, o Centro Hospitalar já realizou “cerca de três mil testes”, estando, atualmente, a assegurar a realização da despistagem junto dos “utentes referenciados pelo

CHMA já realizou cerca de três mil testes à Covid -19 ACES de Vila Nova de Famalicão”. O internamento dedicado a doentes infetados pelo novo coronavírus está vazio, mas a atenção que uma situação de pandemia exige “não tem reduzido”, garante o CHMA, que se diz “aler-

ta e preparado para continuar a dar uma resposta eficaz aos casos suspeitos (e confirmados) desta patologia. “Continuamos a apelar à população dos três municípios que servimos – Santo Tirso, Trofa e Vila

Nova Famalicão - para, em defesa própria e dos outros, manter vigilância e o cumprimento das regras básicas de segurança (etiqueta respiratória, distância social, higiene das mãos e uso de máscara)”, sensibilizou.


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