Edição nº2808 | 20 janeiro 2011

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CTUALIDADE

20 I janeiro I 2011

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www.jornaldoalgarve.pt

JORNAL do ALGARVE

VOZ DO POVO

PODER LOCAL CARLOS GRADE, PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DA TÔR

Parque Empresarial e Lar de Idosos são grande meta

Manuel Papuchinha, reformado

Carlos Grade está à frente da Junta de Freguesia da Tôr, no concelho de Loulé, há 13 anos e considera que as condições básicas de qualidade de vida para a população estão garantidas. Contudo, a falta de postos de trabalho e de habitação para as novas famílias são problemas com que se depara diariamente

J.A. - Quais os maiores progressos que têm surgido na freguesia nos últimos anos? C.G. - Nessa área, considero-me um autarca feliz. Dado o bom relacionamento com o executivo municipal, completei uma aspiração que tive logo quando tomei posse há treze anos: dotar toda a freguesia de abastecimento de água e esgotos onde era possível. Hoje, temos água a 98 por cento e esgotos a 95 por cento para toda a população.

"A revisão do PDM é uma esperança para esta freguesia que se encontra constrangida pelas Redes de Reserva Agrícola e Natura" Construímos uma sede para a junta funcionar e arranjamos todos os caminhos, pusemos tapete nas principais ruas e estradas. Alcatroámos ou colocámos betão em todas as ruas. Hoje, ninguém tem caminhos de terra à sua porta. Pedimos iluminação pública para todas as ruas, estradas e sítios. Também fomos uma das primeiras freguesias a ter concluído o processo de toponímica e temos um Cen-

tro Escolar que alberga cerca de 90 crianças com todas as condições para apreender e criarem valores para o Futuro. Na minha opinião, hoje dá gosto viver na Tôr. J.A. - Quais os projetos que gostaria de ver concretizados a curto e médio prazo? C.G. - O maior projeto era a construção de um lar para dar dignidade aos idosos da freguesia, e não só, nos seus derradeiros dias. O projeto está em fase de aprovação e a junta deliberou atribuir a verba de um ano do contrato programa com a Câmara Municipal de Loulé, aproximadamente 40 mil euros, para ajudar a sua construção. Também apoiamos a construção de habitação social e do parque industrial. J.A. - Acha que a atual situação nacional vai atrasar estes projetos? C.G. - Com os cortes que o Governo fez, com certeza. Esta junta de freguesia foi penalizada em 20 por cento da verba a receber e todos serão castigados.

Não creio. Em alguns centros históricos fizeram-se muitas obras para mudar a imagem, mas ainda persistem muitos problemas. As pessoas não têm dinheiro para arranjar as suas casas e, por isso, as habitações vão ficando cada vez mais velhas e degradadas. Por outro lado, a insegurança é cada vez maior nestas zonas. As senhoras já não podem sair à rua durante a noite, pois correm o risco de ser roubadas.

Maria Puskas, empregada EMARP Eu acho que os centros históricos estão muito abandonados e, por isso, ocorrem muitos assaltos e roubos. As pessoas começam a evitar os centros das cidades por medo, o que não é muito bom. Nesse sentido, o governo, as câmaras ou as forças de segurança deveriam ter mais atenção a estes locais, para que as pessoas pudessem andar à vontade pelas ruas.

Dina Emídio, doméstica Penso que têm futuro. Deviam ser mais visitados a par de outros locais com interesse, monumentos das nossas cidades que não sabemos apreciar devidamente

Guida Gago, auxiliar de educação Por um lado acho que deviam ter futuro, mas confesso que vejo tudo muito abandonado. Se não há comércio que puxe as pessoas para visitarem essas zonas o que é que as pessoas vão lá fazer? Acabam por ser os estrangeiros a visitar os espaços históricos e pouco mais. Era bom que essas zonas fossem recuperadas.

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Jornal do Algarve - Situada na zona interior do concelho de Loulé, quais as maiores dificuldades que a freguesia da Tôr enfrenta atualmente? Carlos Grande - As maiores dificuldades revelam-se a nível da falta de postos de trabalho e a falta de habitação a preços controlados, ou seja, condições para “prender” os jovens à terra. J.A. - Na sua opinião, neste momento já se encontrou um ponto de equilíbrio entre os interesses da população e as condicionantes ambientais existentes no território? C.G. - Não pode haver equilíbrio quando no espaço entre duas habitações é considerado reserva agrícola ou reserva ecológica e fora das povoações não é permitido em parte alguma a construção. Não fomentam a possibilidade de construir nas propriedades que os habitantes possuam, implicando a deslocação dos jovens para as cidades. J.A. - Tem defendido o avanço do projeto "Quinta da Ombria" referindo diversas vezes que poderá ser um bom criador de postos de trabalho. Além deste projeto, de que forma a junta de freguesia tem vindo a trabalhar as condições de atração empresarial da freguesia? C.G. - Hoje, continuo a apoiar esse empreendimento e nos acordos firmados com a empresa que se propõe integrar os jovens desta freguesia após a frequência de cursos de formação que os irá habilitar para as futuras funções a desempenhar, disponibilizando a junta, para esse efeito um espaço para o fomento desses cursos. Por outro lado, também tem sido difícil dado as condicionantes do PDM. Com efeito, por várias vezes tenho pressionado a Câmara Municipal de Loulé para a criação de um parque empresarial, mas até hoje foi impossível aguardando agora, a revisão do PDM agora em curso

Os centros históricos têm futuro?

SALVO RUPTURA DE STOCKS OU ERRO TIPOGRÁFICO


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