JORNAL DE NEGÓCIOS / Bom Despacho-MG

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1Bom Despacho (MG), 18 Agosto 2022 Ano XXXIII - Nº 1.638 • Fundado em 12/05/1989Bom Despacho (MG), 18 Agosto 2022 • GRÁTIS 1 EXEMPLAR Festa aencantouReinadodocidade Página 9 EMÍLIOLÚCIO JR.écomidaTodasagrada Página 4 CABRALFERNANDO Berenice, a santa de DespachoBom MAGALHÃESALEXANDRE Meu velho pai, emotivohomem Página 11Página 2 negóciososAproveitebons Professor Tadeu Araújo é o homenageado (Págs. 6 e 7) Fotos na página 8

REQUERIMENTO DE LICENÇADE LICENÇA AMBIENTAMBIENTAMBIENTAMBIENTAMBIENTAL SIMPLIFICADAL SIMPLIFICAD SIMPLIFICADAAAAA PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Justiça de Primeira Instância Comarca de POMPÉU / Vara Única da Comarca de Pompéu PROCESSO Nº: 5001628-59.2021.8.13.0520 CLASSE: [CÍVEL] USUCAPIÃO (49) AUTOR: GABRIEL ANTONIO DE CAMPOS MACHADO RÉU/RÉ: ARLINDA DE ARAÚJO FRANÇA EDITAL DE CITAÇÃO COM PRAZO DE 20 DIAS. A Exma. Juíza de Direito em Substituição nesta Comarca de Pompéu-MG, Dra. Rachel Cristina Silva Viégas, em pleno exercício do cargo, na forma da Lei, etc... FAZ SABER a quantos o presente edital virem, ou dele conhecimento tiverem, extraído do processo eletrônico de nº 5001628-59.2021.8.13.0520, requerido por Gabriel Antônio de Campos Machaco, brasileiro, solteiro, produtor rural, CPF 273.984.04620, residente e domiciliado nesta cidade, na rua Tenente Antônio Joaquim de Barros nº 876, B. Volta do Brejo, em face de Arlinda Araújo França, brasileira, viúva, do lar, residente e domiciliada na rua C nº 131, Bairro Esperança, Curvelo-MG, CPF 35796-652. É o presente, para CITAR os interessados ausentes incertos e desconhecidos, para, no prazo de 15 dias, querendo, contestarem a referida ação, sobre.“Um imóvel urbano, localizado na rua Tenente Antônio Joaquim de Barros nº 876, B. Volta do Brejo, pertencente a Gabriel Antônio de Campos Machado, cadastrado no Município de Pompéu como Setor 10, Quadra 030, Lote 309, Unidades 001,002,003 registrado no CRI de Pompéu no Livro 2, matrícula 3.785, onde o proprietário já possuiu 50% do imóvel, com área de 2.299,30m² (dois mil, duzentos e noventa e nove metros e trinta decímetros quadrados), bem como três casas residenciais, com todas as suas dependências, sendo casa nº 876 medindo 157,50m², casa 876-A medindo 69,00m² e casa 876-B medindo 77,00m²”, com os limites e confrontações constantes no memorial descritivo incluso nos autos. Esclarecendo que, não sendo contestada a ação no prazo de 15 dias (quinze) dias, conforme art. 335 do CPC, presumir-se-ão como verdadeiros os fatos articulados pelo autor na inicial nos termos dos arts. 341, 344 e 345 do CPC. E, para que ninguém possa alegar ignorância, mandou a MMª Juíza que se expedisse o presente, que será afixado no lugar de costume e publicado na forma da Lei. Dada e passada nesta cidade e Comarca de Pompéu-MG, aos 04 (quatro) dias de mês de Junho de 2022. A MMª. Juíza de Direito em substituição na Comarca, Dra. Rachel Cristina Silva Viégas. (p)2x11,5

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Cooperativa Agropecuária de Bom Despacho Ltda, por determinação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Bom Despacho, torna público que solicitou, através do processo 11186/ 2022, Licença Ambiental Simplificada para atividade de centrais e postos de recebimento de embalagens de agrotóxicos e afins vazias ou contendo resíduos, código no F-01.08-1, localizado na Rua Paraná, n° 150, Ana Rosa –Bom Despacho/MG.

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Páginas 6 e Professor7 Tadeu de Araújo recebe homenagem

A Prefeitura de Bom Despacho confirmou o primeiro caso de Varíola dos Macacos num morador da cidade. Doença é causada por vírus. Leia na última página.

PM prendeu 3 em operação de combate ao crime em Pompéu Mais notícias no Instagram @jornaldenegocios

Toda comida é nãosagrada:desperdice.

Neste mês de agosto, dedicado aos pais, fazemos uma homenagem ao colunista mais antigo do Jornal de Negócios: o Professor Tadeu de Araújo Teixeira. Homem gentil, atencioso e de profundo senso humano, Tadeu é professor, escritor, historiador, político, pai e avô. Em sua coluna no jornal, há quase 30 anos Tadeu revela e estimula talentos, registra fatos e realizações do povo bom-despachense, numa valiosa contribuição para a história e a cultura desta cidade que ele tanto ama.

A falta de comida persegue a humanidade desde sempre. Dez mil anos atrás a invenção da agricultura, o pastoreio e as técnicas de conservação trouxeram algum alívio e muitas promessas. As donas de casa aprenderam a conservar os grãos em tulhas, a fazer linguiça, a desidratar a carne, a transformar o leite em queijo. Os governantes aprenderam a fazer silos para armazenar cereais na época de vacas gordas e distribuir na época de vacas magras. No entanto, passados dez mil anos de tantas invenções e descobertas, e passados mais de cinquenta anos da revolução verde, a fome ainda nos assola. Por quê? PÁGINA 4

Segundo a Polícia Militar, os presos estão envolvidos em homicídios e tráfico de drogas na cidade. Com eles foram apreendidas 5 armas de fogo e muita munição.

Caso de Varíola dos Macacos moradorespreocupaemBD

Três homens foram presos pela Polícia Militar na sextafeira (12/8) em Pompéu, a 80 km de Bom Despacho. Os suspeitos, de 27, 29 e 60 anos, foram pegos durante cumprimento de mandados de prisão numa operação de combate ao crime feito feita pela PM num sítio localizado na região do Cacique, zona rural de Pompéu. A operação foi coordenada pela equipe Tático Móvel, comandada pelo capitão Marcos Azevedo, junto com equipes policiais militares de Pompéu. Em vídeo divulgado para a imprensa o capitão Marcos informou que o trio preso está envolvido com tráfico de drogas e homicídios naNocidade.sítioonde foi realizada a operação os policiais apreenderam 5 armas de fogo: uma pistola calibre 9mm, dois revólveres calibres 38 e 32, uma carabina calibre ponto 44 e uma espingarda calibre ponto 22. Só de munição foram apreendidos 110 cartuchos de diferentes tamanhos para abastecer o arsenal. Além disso, no local os militares apreenderam também maconha, cocaína, três celulares e R$ 6.691,00 em dinheiro.Depoisde presos os acusados foram levados para a Delegacia de Polícia Civil, autuados e conduzidos para a penitenciária de Pompéu, onde responderão a processo.

Por exemplo, comidas congeladas continuam seguras até anos depois da data de vencimento. Elas podem mudar a aparência e a textura, podem até perder parte dos seus nutrientes, mas seu consumo não se torna perigoso para sua família. O mesmo se aplica aos grãos, farinhas, sal, açúcar, mel: guardados na despensa, duram quase infinitamente, exceto se atacados por ratos, gatos e coisas que o valham.

A fome não é castigo de uma natureza madrasta, é consequência da ignorância de muitos, da indiferença de alguns e da má gestão governa-mental. É mais do que hora de todas as famílias terem comida à mesa sem que uma criança tenha para ligar para a polícia informando que está com fome.

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O que os seus sentidos não lhe permitem identificar são os alimentos contaminados com agrotóxicos e produtos venenosos que a indústria está au-

imagensdeBanco

Nota : Embora o Codex Alimentariusindique o significado de data de validade, ele não define como ela é estabelecida. Ademais, dispensa desta data, entre outros, qualquer produto cuja deterioração possa ser percebida por um dos nossos sentidos (consultar

Dias atrás uma criança de 11 anos ligou para o 190 da Polícia Militar. A policial que o atendeu ficou condoída ao ouvir o pedido: o garoto contou que a família não tinha o que comer em casa. Uma guarnição se deslocou até a casa do garoto e o que encontrou lá foi o retrato da fome estampado em todos os cantos. Fazia semanas que as crianças só tinham para comer farinha e fubá com água. Tocados pela compaixão, um grupo de policiais se cotizou, comprou algumas cestas básicas e entregou à família. Casos assim nos envergonham e doem como um soco no estômago. Infelizmente, porém, não é caso único; é apenas uma amostra pungente da fome que em 2022 atinge 33 milhões de brasileiros. Por quê? Em 1991 o Brasil tinha 21 milhões de famintos. Isto representava 15% da população. Com os programas de combate à fome então desenvolvidos, em 2004 o percentual reduziuse a 1,7%, ou 3 milhões. Contudo, em 2018 a tendência de inverteu. Naquele ano 10,3 milhões de brasileiros voltaram a passar fome. Isto significa 5% da população. Em 2022 o número saltou para 33,1 milhões, 16% da população. Portanto, nos últimos 4 anos regredimos à situação de miséria de 30 anos atrás. Por que um país rico em terras e campeão mundial na produção de grãos, frutas, laticínios e carnes convive com 33,1 milhões de pessoas com fome? Produção de alimentos no Brasil Sessenta anos atrás o Brasil começou sua revolução verde. Nos últimos 50 anos, a produção de grãos saltou de 38 milhões para 280 milhões de toneladas por ano. No mesmo período nossa população cresceu de 106 milhões para 214 milhões de habitantes. Portanto, enquanto a produção de grãos cresceu à razão média de 4,0% ao ano, a população cresceu à razão média de 1,4% aoEmano.outras palavras, enquanto em 1977 o Brasil produzia um quilo de grãos por dia para cada brasileiro, em 2022 a produção foi de 3,6 quilos de grãos por dia para cada brasileiro. Mas o Brasil não melhorou só na produção de grãos. Crescemos também na produção de ovos (56,2 bilhões de ovos, ou 3,9 milhões de toneladas), 34 bilhões de litros de leite, 11 milhões de toneladas de carne bovina, 14,5 milhões de toneladas de carne de frango, 4,85 milhões de toneladas de carne suína, 1.250 toneladas de carne de peixe, 45 milhões de toneladas de frutas, mais 22 milhões de toneladas de mandioca.Considerando só estes produ-

A falta de comida persegue a humanidade desde sempre. Dez mil anos atrás a invenção da agricultura, o pastoreio e as técnicas de conservação trouxeram algum alívio e muitas promessas. As donas de casa aprenderam a conservar os grãos em tulhas, a fazer linguiça, a desidratar a carne, a transformar o leite em queijo. Os governantes aprenderam a fazer silos para armazenar cereais na época de vacas gordas e distribuir na época de vacas magras. No entanto, passados dez mil anos de tantas invenções e descobertas, e passados mais de cinquenta anos da revolução verde, a fome ainda nos assola. Por quê?

4 DESTAQUEBom Despacho (MG), 18 Agosto 2022 Toda comida é sagrada: não desperdice

na opinião do fabricante (e só dele!) você deve jogar o alimento fora e comprar mais. Na maioria dos casos o fabricante nem deveria colocar data de vencimento, mas coloca porque isto interessa ao negócio dele.Adata de vencimento dos alimentos não é fixada por nenhum método científico; não é regulada por lei ou norma administrativa nacional ou internacional. Com raras exceções, ela não se destina a indicar a salubridade do alimento, sua segurança para o consumidor. Ela se destina apenas a forçar o descarte precoce e desnecessário do alimento. No entanto, a crença de que o alimento se torna perigoso e impróprio para o consumo após o vencimento cria medo nas pessoas. Por causa deste medo, elas jogam fora o que é perfeitamente seguro para oconsumo. É por isto que alguns fabricantes colocam datas até em álcool, sal, verduras, frutas e produtos de panificação que estão dispensados de data de validade.

tos, estamos produzindo 1,7 bilhão de toneladas de alimentos por ano. Isto dá 22 quilos de alimento por dia, para cada brasileiro.Considerando que uma pessoa pode se alimentar muito bem com menos de um quilo de alimento por dia, constata-se que a produção de alimentos do Brasil dá para alimentar mais de 20 vezes sua população. Na verdade, dá para alimentar a metade da população do Planeta, ou 4 bilhões de pessoas. Se assim é, o que explicar termos 33 milhões de famintos e 60 milhões de pessoas em estado de insegurança alimentar? Por que tanta comida não chega ao estômago dos brasileiros? Exportação Boa parte dos alimentos vai para fora. O Brasil exporta boi, frango, porco, soja, milho, mandioca, frutas, ovos. A comida vai, o dólar vem. As exportações ajudam a explicar o aumento do preço dos alimentos e até a falta dos produtos de qualidade maior, mas não é suficiente para explicar a fome. O que exportamos é uma fração do que produzimos. Tomando como exemplo as carnes, que são produtos mais nobres, exportamos 23% da carne suína, 15% da carne bovina e 31% da carne de frango. Isto ainda deixa muita carne para consumo dos brasileiros. O mesmo acontece com os grãos, ovos, laticínios, mandioca.Isto mostra o gigantesco ganho de eficiência na agropecuária. Perda no transporte Depois da exportação, o segundo destino é o lixo. Segundo a ONU, o Brasil perde 14% dos alimentos entre a colheita e a chegada ao supermercado. São 238 milhões de toneladas, ou três quilos por dia, por brasileiro. Suficiente par alimentar três vezes a nossa população. Esta perda é devida à falta de armazéns, às péssimas rodovias, à falta de ferrovias e de portos. Portanto, está ligada à ineficiência, falta de planejamento e falta de investimento do governo federal. Maus hábitos Segundo a FAO/ONU, outros 17% dos alimentos são perdidos nas residências, restaurantes e supermercados. Parte disto se deve a maus hábitos na cozinha. O Brasileiro desaprendeu como usar integralmente os alimentos. Jogamos fora cascas, sementes, folhas e raízes comestíveis e cortamos e preparamos os alimentos com excesso de sobras. Boa parte da comida vai para o lixo porque não sabemos mais como prepará-los de forme econômica.Tambémdeseducamos nossos filhos. Eles aprendem a colocar muito no prato e jogar fora as sobras. Mais comida para o lixo. É o desperdício decorrente de maus hábitos. Medo e má orientação O terceiro motivo que leva tanta comida ao lixo é o medo irracional e injustificado do vencimento dos alimentos. Todos os dias, mães zelosas, preocupadas com a saúde da família, vasculham suas despensas e geladeiras em busca de alimentos vencidos. O mesmo fazem empregados nas escolas, hospitais, restaurantes, asilos, Elaédoencontram,vencidosbalcõessitos,Pressionados,supermercados.vistoriamdepó-gôndolas,geladeiraseembuscadealimentosouavencer.Quandoodestinoéolixo.Istoéumerro.Ovencimentoalimentonãoindicaqueeleimpróprioparaoconsumo.indicaapenasque,

CABRALFERNANDO

Terrorismo do PROCON e do Ministério Público O governo nunca se preocupou em esclarecer para a população qual o significado da data de vencimento. O código do consumidor, criado sob influência da indústria alimentícia e farmacêutica, equipara produtos com data vencida a produtos deteriorados, adulterados, perigosos, nocivos à saúde. Isto revela a ignorância sesquipedálica dos nossos legisladores quanto ao tema. Escudados nesta lei infeliz (neste aspecto), Procons e Ministério Público se aliaram aos fabricantes de alimentos industrializados e criaram uma atmosfera de terror nos supermercados, restaurantes, escolas, hospitais. Aplicam pesadas multas e ameaçam com processo qualquer escorregadela que permita deixar na gôndola um produto com data de vencimento ultrapassada. Este terror se estendeu até nossas casas. São os Procons e o Ministério trabalhando para forçar o descarte de alimentos ainda próprios para o consumo.Mas você, dona de casa, não precisa se submeter a este absurdo. Jogue fora apenas comida estragada, que é bem diferente de alimento com data vencida. Siga a regra da FAO/ ONU: se o alimento passa no teste dos seus sentidos (olfato, tato, visão e paladar), ele está bom para o consumo.

Fernando Cabral é licenciado em Ciências Biológicas, advogado, auditor federal e ex-prefeito de Bom Despacho torizada a usar: corantes, edulcorantes, conservantes, flavorizantes, realçadores de sabor. Estes adoecem e matam, mas são permitidos e não podem ser detectados nem pela data de validade nem por suas qualidades organolépticas. Contra estes também pouco ou nada fazem os Procons e o Ministério Público. O Consumidor é vítima Em resumo, data de vencimento não protege a saúde do consumidor e ainda opera contra suas finanças. Uma das formas de combater a fome é tornar o alimento mais disponível e mais barato. Eliminar o desperdício ajuda muito nestas duas coisas. Mas, para eliminar o desperdício, temos que afastar a cortina da ignorância que impede os brasileiros de enxergarem o sentido correto da data de validade em alimentos. Digo brasileiros, porque em muitos países os governos têm papel ativo em mostrar ao consumidor que o vencimento não é motivo para descarte. Aliás, alguns deles — inclusive nos Estados Unidos, o país que mais desperdiça no mundo — não só é permitido vender produtos vencidos, como existem supermercados especializados na venda de produtos vencidos a preços mais baixos. Entre nós, todos os dias quem pode comprar compra e joga fora 15 ou 20% dos alimentos que compram e os supermercados são obrigados a jogar fora milhares de toneladas de alimentos vencidos, mas perfeitos para o consumo. Enquanto isto, milhares de famílias perambulam pelas ruas vasculhando latas de lixo e disputam com ratos, gatos e cachorros qualquer coisa que encontrem para saciar a fome desesperadora.Tudoistolevaao que vemos hoje: 33,1 milhões de brasileiros passando fome e mais 30 milhões sob o risco de seguirem o mesmo caminho nos próximosTodameses.comida é sagrada e não pode ser desperdiçada. Menos ainda por causa de uma data arbitrária que o fabricante carimba na embalagem. A salubridade e adequação do alimento não pode ser aferida por esta data.

5Bom Despacho (MG), 18 Agosto 2022DESTAQUE

CNPJ 47.571.691/0001-47 / R$ 885,60 / PCT4P

Cinco motocicletas foram apreendidas pela Polícia Militar dia 8/8 próximo à subestação 3 da Cemig, nas Laranjeiras, ao lado da BR 262, entre Bom Despacho e o trevo de Moema. Seus pilotos foram presos. De acordo com informações passadas pela PM, o objetivo foi coibir direção perigosa naquele trecho, que dá acesso a um condomínio de residências e a propriedades rurais. Lá, segundo a Polícia, pilotos se reúnem nos finais de semana para empinar motos e andar em alta velocidade, colocando em risco a segurança de quem transita pelo local. A operação foi realizada por militares da 50ª Companhia. (Foto: Ascom PMMG).

PM apreende 5 motociclistas acusados de direção perigosa

LICENCIAMENTO AMBIENTAL BRUNO TONI SARAH. CPF 829.633.126-87, torna público que obteve junto a Secretária Municipal de meio ambiente de Morada Nova De Minas, A LICENÇA AMBIENTAL SIMPLIFICADA LAS/CADASTRO através do processo administrativo n°000-46, para as atividades culturas anuais perenes e semiperenes, e cultivos agrossilvipastoris, postos revendedores, pontos de abastecimento, instalações de sistemas retalhistas, postos flutuantes de combustível, postos de revenda de combustível de aviação e produção de carvão vegetal de origem nativa, localizada na fazenda Boa vista, lugar Morada Nova.

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6 DESTAQUEBom Despacho (MG), 18 Agosto 2022

GERALDINHO RODRIGUES

Neste mês de agosto, dedicado aos pais, fazemos uma homenagem ao colunista mais antigo do Jornal de Negócios: o Professor Tadeu de Araújo Teixeira. Homem gentil, atencioso e de profundo senso humano, Tadeu é professor, escritor, historiador, político, pai e avô. Em sua coluna no jornal, há quase 30 anos Tadeu revela e estimula talentos, registra fatos e realizações do povo bomdespachense, numa valiosa contribuição para a história e a cultura dessa cidade que ele tanto ama. que publicar um livro! — É, acho mesmo que ele tem razão! — Disse eu, entregando o rascunho ao professor.

WAGNER CRUZ Trinta anos depois, foi que me vi ali, com o texto já digitado de um conto que me fora dado em mãos na antiga sede da Câmara Municipal da cidade. O Gilberto Coimbra me convidara, na época, para ilustrar com meus desenhos a grafite, cenas da antiga Bom Despacho para emoldurar as paredes daquela casa da vereança. Enquanto folheava o conto e lia vorazmente aquele linguajar que me era tão familiar, pude perceber que o autor era senão o Professor Tadeu.Afamado professor da língua portuguesa da nossa cidade, se aventurara ali naquela folha A4 a destilar sua prosa sobre um caso antigo ocorrido nos finais do século dezoito bem ali, na Praça da Estação. Na verdade, eu estava ali para conhecer um outro escritor bom-despachense, que vinha com um lançamento de um certo “Gato de Curitiba” e, enquanto não era recebido por ele e pelo Gilberto, tomara a tal folha A4 no balcão. A caligrafia alinhada logo terminou num ponto de exclamação que não ditara o fim da estória. Fiquei intrigado e curioso para saber o final. E que final! De repente, uma voz chama meu nome: — Ôh Wagner! — Quando me virei, ali estava ele, o autor sorrindo por detrás de seus óculos, apalpando a barriga e vindo em minha direção. — Tava procurando esse papel! — Uai, adorei o conto, mas cadê o final? — O Jacinto cismou que tenho

— O Vicente me mostrou o seu conto também, ele terminou de o digitar ontem! — Na época, o Vicente, funcionário da Câmara se oferecera para digitar nossos contos para um certo festival em Uberaba, nos oferecido pela Secretaria de Cultura da época do então prefeito Célio Luquini. — Rapaz, que coisa fabulosa. Você lê muito o “Guimarães”, né?Fiquei sem palavras, pois afinal, o Professor Tadeu elogiar um texto meu, um jovem aspirante a escritor, era já o tal prêmio que pleiteávamos. — Você também vai se encontrar com o Jacinto? — Também, mas vim entregar esses quadros para a Câmara! — E apontei as telas no canto da sala de espera onde a secretária Hilda me acomodara.—Achoque também não, apesar do Jacinto querer muito que publique, mas acho que essas estórias não vão ter público, são muito peculiares... — Mas eu acho que vão sim! Esse encontro aconteceu num intervalo de mais de vinte anos. Ambos publicamos nossos textos, e depois, nos encontramos mais uma vez, para um evento fabuloso onde a escritora mineira Adélia Prado foi agraciada com “uma cadeira”, fundamos, o Professar Tadeu e eu, juntamente com mais vinte confrades, a ABDL, Academia Bondespachense de Letras. Ali, pude abraçá-lo e constatar sua previsão: — O regionalismo tem vez, sabe? Se você contar as coisas como você conta, se você valorizar sua terrinha. Tem sim. E ouvindo esse conselho que perdurara por mais de trinta anos, estou nas vésperas de lançar minha própria editora, especializada em literatura regional. Na época, incentivou-me a continuar, incentivou-me a escrever sobre o quê eu via, sobre as pessoas próximas, sobre as peculiaridades da nossa terra, mesmo que eu bordasse algo aqui e ali como o realismo fantástico que sempre me aprouvera.

Projeto editorial desenvolvido por Carolina Moreira

Minha amizade com o Tadeu nasceu por volta do ano de 2003, ocasião que publiquei meu segundo livro, cujo título é Gente de Minha Terra Em Contos doMeuVale.primo Dilermando Cardoso procurou-me sugerindo que eu enviasse um exemplar ao Tadeu. Respondi a ele: você está louco? Isso não é obra para doar a um professor do nível de Tadeu Araújo, de forma nenhuma! Sou um matuto sem nenhuma formação superior, minha linguagem coloquial está muito aquém de um intelectual como ele. Ele me respondeu: - Você precisa conhecer o Tadeu e vai saber como ele pensa e o valor que dá à cultura de nossa terra.

Já fiz o convite ao professor Tadeu para que, juntos, publiquemos os tais contos que, há trinta anos, aspirávamos os louros de uma fama que esteve sempre presente, no regionalismo mágico que é fazer parte dessa terra mágica chamada Bom Despacho!WagnerCruz é músico e escritor Dilermando acabou me convencendo e levou o livro a ele. Na semana seguinte ele publicou uma matéria em sua coluna do Jornal de Negócios me colocando lá nas nuvens como se minha obra fosse um clássico! Seu gesto e suas colocações a respeito do livro foram para mim uma injeção de autoestima. A partir daí, não parei mais de escrever e descobri que a atitude de escrever bem ou mal, mesmo que não haja destesurpresa,identidade.seuelaaacontece.sociedadedorelevantes,acontecimentosénodiaadiacotidianodeumaqueahistóriaSealguémnãoregistraatravésdaescritaseperdenotempo,povoficasemEm2012tivemaisumaaorecebervisitailustreamigoTadeu

Araújo me convidando para a fundação da Academia de Letras de Bom Despacho (ABDL). Recusei, é claro, e o agradeci, justificando não ter uma bagagem literária à altura. Mas ele não aceitou minha recusa e pediu-me que pelo menos eu participasse de uma reunião onde iriam discutir a respeito daquele objetivo. Aceitei mais por gratidão a ele. Compareci no dia marcado, só que já estavam com o grupo formado com a cadeira número vinte destinada a mim. Não tive como fugir. A partir daí tornamo-nos parceiros e colegas de Academia.Elesedispôs a fazer as correções e prefaciar meus livros e ainda passou a divulgar minhas obras em sua coluna no Jornal de Negócios.Recebiuma série de homenagens, tudo isso graças a ele que se tornou o responsável por todas as minhas condecorações, embora eu não mereça! Por ocasião do centenário da Escola Maria Guerra eu descobri um fato curioso através da ata que foi lavrada no dia do evento. Vale a pena refletir sobre ele. Ao escrever o livro do centenário, o qual foi corrigido e prefaciado pelo Tadeu, eu cheguei à conclusão que temos algo em comum. Ao inaugurarem a primeira casa de escola no dia 15 de março de 1.917, em plena mata virgem, semente que deu origem ao povoado do Engenho do Ribeiro, houve um encontro de almas que solidários estiveram presentes enaltecendo aquele acontecimento em prol do bem comum. Meu avô Guilhermino e Martinho Fidelis, avô do Tadeu, imagina caro leitor, como a vida e o tempo tem seus caprichos. Cem anos se passaram e em dois mil e dezessete, novamente dois encontros de almas solidárias registrando a história, os dois netos de Guilhermino e Martinho, um escrevendo e o outro corrigindo e prefaciando o livro do centenário da mesma escola. Esses pequenos detalhes são como os cascalhos brutos que depois de lapidados pela literatura irão perpetuar no baú das lembranças guardados no cofre da Geraldinhohistória!Rodrigues é produtor rural e escritor Era uma vez no sertão do Bom Despacho!

Netos de Guilhermino e Martinho Tadeu de Araújo Teixeira

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Pinta Sabino é professor Tadeu, o mestre cidade, das ruas, povoados, lendas e até sobre quitandas, é com ele, com o Mestre! Se sabe fazer alguma quitanda, eu não sei. Mas quando fui perguntar sobre as quitandas tradicionais da nossa região, aquelas feitas nas fazendas, já vem o Tadeu me dando uma verdadeira aula, falando da diferença entre biscoito e bolacha e até dando a receita daquela iguaria chamada de “mentira”! Mas a verdade é que somos parecidos quando tratamos do reconhecimento dos valores culturais da nossa cidade. Uma vez fomos convocados para uma reunião na Câmara Municipal de Bom Despacho, na época em que ele era o Secretário de Cultura. Em plena reunião dos vereadores tivemos que escutar de um deles “que quem gosta de coisa velha é cupim”! O fato é que o Tadeu tem uma memória invejável e não será estragada por nenhum cupim. Costumo brincar, dizendo a ele que devemos “tombar” seu conhecimento.Aproveitoaqui para fazer a convocação: vamos começar a fazer o backup deste HD, colocando no papel um pouco do que está arquivado? Conte comigo.BomDespacho já agradece! Carolina Moreira é arquiteta algumas perguntas em uma cumbuca. Apareceram apenas perguntas infantis, próprio de como eram as crianças; nada que hoje não apareça em novela das seis.

PINTA SABINO Somente sobrevivemos na memória afetiva das pessoas que nos admiram, nos respeitam, que nos amam. Há aproximadamente 43 anos, um jovem professor entrava na sala em que eu estudava, no Coronel Praxedes. O fato de ser homem já contrastava com o redor, pois, exceto o Sô Paulo, que abriu o portão do grupo (como se falava então) para no mínimo cinco gerações, todos os profissionais da escola eram mulheres. Não era nosso professor regular, viera para a difícil tarefa de dar aula de Educação Sexual para os meninos. O professor falou de anatomia, de higiene e, discretamente, de desejos. Dominava mais as metáforas que a natureza. Deixou que colocássemos Tadeu Araújo e a coragem de educador

pracinha da Santa Casa para evitar ter o maço à mão dentro de casa. Por isso tanta caminhada noturna, idas e vindas atrás doAlémcigarro.depaciente, Tadeu também é generoso: sempre disposto a colocar nossas histórias no jornal. Mas, embora a gente continue um pouquinho lá no colégio, já saímos da 8ªA há algum tempo – não vem ao caso quanto tempo. E Tadeu já foi muito além do portão de sua casa. Pelas notícias da Beta acompanhamos sempre as conquistas do Tadeu, avançando suas fronteiras. Primeiro o limite da praça da Matriz, depois da Praça de Esportes, do Ipê, em seguida o Engenho, os rios da infância, a estrada, outra cidade, o shopping. E agora, gente, até o avião. Outrora Tadeu conhecia o mundo através dos olhos alheios e o traduzia para nós em prosas e poesias. Agora ele expande a experiência de conhecer através de seus sentidos. Desde então ele tem traduzido essa aventura na frase de Guimarães Rosa: “a vida volta a começar.”

ANA AMÉLIA HAMDAN e ANA PAULA CARDOSO Para nós, os alunos e alunas da turma 8ªA, o Professor Tadeu não é chamado assim. Para a gente, ele é o Tadeu, pai da Roberta. A Roberta, todo mundo conhece, também é da 8ªA, a turma que nos marcou especialmente por ser a última que frequentamos juntos depois de sermos colegas desde o pré-primário. E como todos que já passaram dos 40 anos sabem, a gente nunca sai dessa sala de aula da adolescência, repleta de descobertas, curiosidades, dilemas, amizades. Então, para nós, o Tadeu continua sendo o Tadeu, pai da Roberta. E está ali no portão da casa dele, ao lado do Colégio Miguel Gontijo. Podemos ver o Tadeu ao final da aula, quando o sinal bate e saímos apressados, entre cansados e famintos, mas ainda dispostos a estarmos juntos para aproveitar o dia (e a noite) – de preferência que não seja para estudar. E ele está sempre por ali, constante, disposto a escutar, conversar, orientar, a nos empurrar para frente. Disposto inclusive a ensaiar um bando de meninas e meninos barulhentos para nossas peças de teatro. Quando ainda estávamos no Coronel Praxedes, tínhamos o desafio de interpretar a peça Pluft, o Fantasminha. Nosso diretor foi o Tadeu, que nos reunia na parte de trás de casa, onde sempre teve livros, jornais, horta e algum bicho. Isso com o apoio e a paciência de dona Geni, que todo mundo também conhece!Hoje conseguimos entender que a tolerância do Tadeu é bem gigante, inclusive porque ele teve que aguentar até nossas serenatas. É melhor não comentar o repertório. E houve uma época que levantamos a hipótese de o Tadeu ser lobisomem porque ele costumava andar à noite. Até descobrirmos que, no esforço de parar de fumar, ele deixava o cigarro lá na A

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Obrigadas, Tadeu! Ana Paula Cardoso é psicóloga e oficial da PMMG. Ana Amélia Hamdan é jornalista. CAROLINA MOREIRA Minha amizade com o Tadeu surgiu das conversas sobre a história da cidade por volta de 2003, quando andei pesquisando a Estrada de Ferro Paracatu para fazer o tombamento da Estação e da Locomotiva. Naquela época ele era Secretário de Cultura, sabia tudo sobre a Vila Operária da Estrada de Ferro e me contou sobre a chegada dos Caçadores Mineiros. Com ele, revisei conceitos sobre a saída do trem e a vinda dos militares. Isto é assunto para depois.Temos algo a mais no sangue que nos une através dos nossos antepassados que se esbarram na história curiosa da Julia, a tal francesa. Foram horas de conversas sobre a tal Júlia, filha de um importante padre. Eu afirmo: tudo que você quiser saber sobre história de pessoas da nossa Lembro-me dessa cena e hoje, quando se discute educação de gêneros, vejo como, com todas as ponderações que se possa fazer, aquela simples aula era ousada e inovadora. Uma coragem de educador. Listasse aqui apenas o nome de alguns dos alunos, veriam que a coragem era enorme, mesmo. Acho que foi a primeira das incontáveis vezes que tive o prazer de me encontrar com o Professor Tadeu, este que fez de “professor” prenome. Quando me fiz professor, quis ser as minhas melhores memórias.Portanto, esse é um texto de reconhecimento e agradecimento, já que como disse o poeta: “A gratidão é a memória do coração”.

7Bom Despacho (MG), 18 Agosto 2022DESTAQUE

Tadeu, o pai da Roberta da Turma da 8ª

Festa do Reinado em Bom Despacho

8 DESTAQUEBom Despacho (MG), 18 Agosto 2022

Registros da Festa do Reinado em Bom Despacho. As celebrações reuniram milhares de pessoas num espetáculo de fé, música e tradições. As imagens foram feitas por Roberta Gontijo Teixeira. Praça remodelada A Praça do Rosário foi toda remodelada pela Prefeitura de Bom Despacho para o evento deste ano – que marca o retorno da festa após a pandemia. O projeto arquitetônico da praça, de autoria da arquiteta bomdespachense Carolina Moreira, foi inspirado nos elementos do Reinado. A parte central da praça foi interditada para o trânsito de veículos. Seu piso foi trocado por tijolinhos coloridos. Foram também instalados novos bancos, lanchonete, cozinha, palco permanente, novas jardineiras, canteiros e sanitários. Tudo com acessibilidade. A Praça recebeu iluminação a LED.

Festa de cores Em publicação feita no Instagram, o prefeito Bertolino parabenizou “os organizadores da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, aos membros da Associação de Reinadeiros e a todos os cortes que estão abrilhantando esta festa linda (…), colorida, cheia de fé e gente alegre”. (iBOM c/ informações da PMBD)

ENVIE ANÚNCIOSEU WHATSAPPPELO EXCLUSIVO WHATSAPP NÃO ATENDE LIGAÇÕES 99922.2361

9Bom Despacho (MG), 18 Agosto 2022DESTAQUE

Uma das casas onde supostamente viveu a Berenice, na rua Adão Honório

ligados pelo compadresco e uma sólida amizade. Ele visita com frequência o túmulo de Berenice e verifica que, além de velas, sempre há ali muitos pedidos sob a aaços de papel, como se fossem “votos”. Há também muitas marcas de velas acesas em suaEssahomenagem.colunabusca, então reacender a memória dessa nossa santa da cidade, bem como gostaria que os cidadãos que receberam graças e milagres dessa nossa santa local enviassem para essa coluna seus registros, para que possamos divulgálos aqui, para que saibamos a quantas andam as graças e os milagres dessa figura trágica e enigmática, Berenice, a santa de Bom Despacho.LúcioEmiliodo Espírito Santo Júnior é filósofo, professor e escritor.

LÚCIO EMÍLIO JÚNIOR Nos idos do início dos anos 60, um crime chocou a cidade de Bom Despacho. Sanfona, um admirado jogador de futebol, militar, pessoa muito conhecida e admirada na cidade, numa discussão doméstica com sua esposa Berenice, num momento de nervosismo, lançou na direção dela uma pequena floreira de vidro, que infelizmente atingiu-a na nuca. Ela veio a falecer três dias depois, com traumatismo craniano, devido à falta de melhores recursos médicos na época. Sanfona, que curiosamente não tocava esse instrumento, era um excelente goleiro. Ele pulava ágil como uma sanfona que se abre, daí o curioso apelido. Como Sanfona e Berenice eram pessoas muito queridas, a tragédia chocou a cidade, na época pouco acostumada a tragédias, sendo uma pequena cidade pacata onde todos se conheciam. Nos três dias de sua agonia, a cidade se pôs em oração pedindo a Deus que salvasse a vida daquela mulher que deixaria quatro filhos duplamente órfãos. Sanfona era um goleiro querido, trabalhador, pintor de paredes nas horas vagas. Tido como um belo moreno, era bastante assediado por onde passava e isso despertava o descontentamento da esposa. O seu crime chocou a cidade e Sanfona teria se refugiado na casa de Constança, diz a lenda, uma das namoradas, num bairro próximo. Após sua morte trágica, seguindo a tradição dos mártires cristãos, a alma de Berenice foi tida como milagrosa. A memória dos milagres de Berenice persiste ainda hoje. Minha amiga Vanda, enfermeira, conversou com outra amiga chamada Aparecida Coutinho, e lembrou-se do fato, que ocorreu quando ela era ainda era criança. O irmão de Aparecida teria recebido um milagre muito grande graças a Berenice. A “santa de Bom Despacho” morava numa casa verde, numa esquina do bairro São Francisco, uma casa velha. Foram atribuídas a Berenice graças muito importantes, além de milagres. Meu pai, coronel Lúcio, também guarda recordações do fato, acontecimento esse que marcou sua infância. O inditoso casal era vizinho de seus pais, na Vila Militar, Berenice, a santa de Bom Despacho

10 DESTAQUEBom Despacho (MG), 18 Agosto 2022

Celestino Pereira Magalhães é o nome do meu pai. Português de nascença, veio ao Brasil com seis anos de idade e viveu aqui até sua morte, há cinco anos, aos oitenta e cinco anos.

MAGALHÃESALEXANDRE

Ao longo da vida tive alguns pais que me ajudaram muito a ser quem eu sou InstagramoAcompanheJornalno

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Meu velho pai, homem muito emotivo e de poucas palavras

Trabalhou quarenta e quatro anos no mesmo emprego, o Banco Mercantil de São Paulo, hoje parte do Bradesco. Classe média, batalhou a vida toda para dar a seus filhos estudo e comida. Tive uma boa vida, dentro das limitações salariais de meu pai. Teve cinco filhos, sendo eu o mais velho. São quatro homens e uma mulher, a filha do meio. Dois de meus irmãos, os mais novos, são deficientes física e mentalmente, devido a um erro médico no final da gravidez de minha mãe.

Com o nascimento de meus irmãos deficientes, meu pai mudou toda sua vida. Largou o emprego de décadas e passou a viver em função de meus irmãos com necessidades especiais. Até para ir ao banheiro pensava em meus irmãos. Calculava os momentos nos quais meus irmãos estavam na escola, ou seja, dedicação total à família. Meu pai era um homem de poucas palavras e muito emotivo. Chorava fácil por pequenas coisas, característica que puxei dele. Quando mexiam com sua família, virava um bicho. Os filhos e a esposa faziam dele o que queriam. Nunca tinha a última palavra, muito pelo contrário, acatava as decisões da família para tudo. Gostava de manter uma certa rotina. Todas as refeições terminavam com uma banana e duas laranjas. Sempre. Teve a morte mais linda do mundo. Disse para minha mãe que estava sentindo-se mal. Minha mãe pediu para ele sentar-se no sofá. Sentou-se e morreu em segundos. Como sempre, não deu trabalho a ninguém.Velho,Tino, te amarei sempre! Exemplo de dignidade, trabalho e dedicação à família. Deixou como herança minha nacionalidade portuguesa, além do respeito a todos e uma família maravilhosa. Meus vários pais Ao longo da vida tive alguns pais que me ajudaram muito a ser quem eu sou. Claudio Abrahamsohn, meu pai norte-americano. Era o presidente do Bank of California, onde trabalhei por dez anos. Foi meu professor, meu mestre, ajudando-me muito em minha carreira profissional. Duro quando necessário e amoroso quando precisei. Até hoje é meu amigo. Marcelo Nakagawa, meu consultor de vida. Trabalhou comigo no Sumitomo Bank e foi o responsável por eu entrar no mestrado e no doutorado da USP. Sujeito amoroso e crítico, sempre muito direto em suas opiniões. Sou amigo dele e de sua esposa até hoje. Alexandre Leal, meu eterno diretor de teatro. Amigo de todas as horas, para tomar uma cerveja ou para me ouvir enquanto choro minhas mágoas. De uma inteligência gigante, é meu ídolo na área artística.Maurício Berú, meu eterno diretor de cinema. Foi meu professor durante uns cinco anos. Ensinava artes e cinema em sua casa. Dirigiu o filme “Certas palavras com Chico Buarque”. Ensinou-me tudo que sei sobre arte, humanidades, amizades, aceitação dos diferentes, enfim, um humanista radical. Fernando Adolfo Bueno, meu amigo desde a adolescência.

11Bom Despacho (MG), 18 Agosto 2022DESTAQUE .

Ombro largo para os amigos, sempre de bom humor e de coração aberto. Um amigo que todos precisam ter para os tempos difíceis. Ajudou-me em momentos importantes na minha vida. Eu também sou pai Como diz minha minhascheiaenergiascheiacomopessoaumarrependerachamospertoPorém,tambémMinhapossível.fazquebom-despachense,companheiraeuachoeducominhafilha,maselademimoquequer.ÉNuncaquisterfilhos.Nunca.ex-companheiranãoqueriasermãe.quandoestávamosdosquarentaanos,quepoderíamosnoseresolvemosterfilho.Nocaso,umafilha.Soufãdeminhafilha.Éumacheiadeproblemas,todosserhumano,masdesonhos,cheiadee,omelhordetudo,detalentos.Apesardeeternasbrigascomela, sou feliz de ser seu pai. Meu bom-despachensepai Quando comecei a frequentar Bom Despacho, encontrei meu sogro, um sujeito cheio de contradições, cheio de medos e cheio de virtudes. Não é difícil se apaixonar por um tipo tão simples como meu sogro. Criança em alguns momentos, sábio em outros, torcedor fanático do Galo na maioria dos dias, leitor voraz, adorador da natureza nos dias pares, meu sogro é quase um pai para mim. De coração grande, aceitou-me em sua família. Ser professor é ser pai (e mãe) O momento no qual mais me sinto pai é quando estou na sala de aula. Adoro ensinar, passar minhas experiências para os alunos, ajudá-los a buscarem seus caminhos para ter uma vida melhor. Cuidar que quem não é seu filho é muito mais difícil do que cuidar de seus próprios descendentes. E adoro ver meus alunos se desenvolverem e vencerem na vida. Fico muito feliz quando recebo mensagens deles me agradecendo pelo novo emprego, dizendo que mudei suas vidas, afirmando que fiz a diferença em suas vidas. Isso vale muito mais do que dinheiro. É reconhecimento. Felicidades para os pais bom-despachenses Nestes 5 anos que frequento BD, conheci muitos pais. Tentar mencionar a todos ocuparia todo o espaço desta coluna. Minha homenagem aos Pais bom-despachenses, especial menção a meu cunhado, que acaba de ser pai novamente, da menina Lara.

Alexandre Sanches Magalhães é empresário, consultor e professor de marketing, mestre e doutor pela USP e apaixonado por SP e BD

A Prefeitura de Bom Despacho confirmou o primeiro caso de Varíola dos Macacos num morador da cidade. O paciente é um homem de 42 anos, que vinha sendo monitorado. A confirmação da doença foi feita dia 3/8 por meio de exame realizado pela Fundação Ezequiel Dias (FUNED), instituto de ciências biológicas e tecnologia localizado em Belo Horizonte que é referência no Brasil. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o prefeito Bertolino da Costa informou que o paciente vem sendo monitorado pelas equipes de saúde da Prefeitura. Destacou também que as equipes de saúde do município “estão preparadas para atender aos casos suspeitos e confirmados dessa doença”. A Varíola dos Macacos é causada por um vírus. Seus sintomas vão de duas a quatro semanas. A transmissão da doença ocorre por via sexual e pelo contato direto com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas contaminadas ou objetos infectados. Profissionais da

Varíola dos Macacos preocupa moradores

12 DESTAQUEBom Despacho (MG), 18 Agosto 2022

Conteúdo diário sobre Bom Despacho você encontra no site www.iBOM.com.br. saúde, membros da família, parceiros e parceiras têm maior risco de contaminação.SegundooMinistério da Saúde, os sintomas da Varíola dos Macacos são febre súbita e intensa, dor de cabeça, náuseas, fraqueza e cansaço. Aparecem ínguas e feridas pelo corpo, especialmente na região do pescoço, nas axilas e próximo aos órgãos genitais.Apesardisso, a Varíola dos Macacos provoca baixa mortalidade. Os maiores afetados são pessoas que já possuem problemas de saúde. Higienização das mãos e evitar contato com pessoas contaminadas é a melhor forma de prevenir a doença.

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