JORNAL DE NEGÓCIOS / Bom Despacho-MG

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DESTAQUE

Bom Despacho (MG), 30 Abril 2022

Ano XXXII - Nº 1.632 • Fundado em 12/05/1989

FERNANDO

CABRAL

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Bom Despacho (MG), 30 Abril 2022 • GRÁTIS 1 EXEMPLAR

Duplicação urgente da BR 262

Deuscélio: exemplo de vida

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ALEXANDRE MAGALHÃES

Chamadas indesejadas

Seja sutil, vote no Piu

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Lúcio Emílio Júnior Página 8

Capitão Hudson: falta educação para o trânsito até nas Escolas O capitão Hudson Oliveira, comandante da 50ª Cia. de Polícia, fala dos problemas no trânsito em BD e responde a questões encaminhadas por leitores do Jornal (PAG. 7)

Polícia Militar lança a série Secretaria de Administração Cemig não esclareceu policial “Segunda Pele” defende ampliar prazo de defeito que causou apagão com ator bom-despachense contratação temporária em 12 cidades da região PÁGINA 4

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Bom Despacho (MG), 30 Abril 2022

DESTAQUE

FOCUS – Vendo, hatch 2012, flex – 99961.8041 FOGÃO – Vendo, cooktop, 5 bocas – 99907.1869 GOL – Vendo, 1.6, 2019, completo – 99138.7513 ALARME – Vendo, de moto – Roberto – 99928.8504 ÁREA – Vendo, 1.080m2 – Jd. América – Beto – 3522.1521 e 99921.4917 BALANÇA – Vendo, Elgin 15kg – 99857.4260 BALCÃO – Vendo, Polar, refrigerado – 99857.4260 BARRACÃO – Alugo – Rua Brasília, 499 – São José R$ 580, - João – 99118.0100 BARRACÃO – Vendo, na Vila Gontijo – 99103.9298 CAIXA D’ÁGUA – Compro, usada, de amianto, 250 ou 500 litros – 99983.0226 e 99923.8669 (à noite) CAMA – Vendo, casal, box – 99105.8162 CASA – Alugo- 3quartos, suíte - Jardim América – 99932.9798 CASA – Alugo, 2quartos – São José – 99932.9798 CASA – Alugo, 2quartos, sala, copa, cozinha, lavanderia – São José – 99903.0855 CASA – Alugo, 3quartos, garagem – 99857.0028

LOTE – Vendo 391m – Rua Padre Henrique – São Vicente – Troco por terreno rural – José Antônio – 99801.5385 LOTE – Vendo, 360m, c/ duas salas – Rua Irmã Maria, 190 – José Antônio – 99801.5385 LOTE – Vendo, 2, na rua Santa Efigênia, perto Santa Casa – 98803.2113 NOTEBOOK – Vendo – 99105.8162 PALIO – Vendo, EX, 2portas, 1999 – 99857.0028 PRATELEIRAS – Vendo, duas, de madeira – 99857.4260 PRENSA – Vendo, térmica, para sublimação em canecas e copos – 99907.1869 SÍTIO – Vendo, com benfeitoria – Troco por Casa – 99985.2832 TOLDOS – Vendo, 2, retráteis – 99857.4260

Whatsapp: (37)99922-2361 - e-mail: jornal@joneg.com.br CNPJ 40.615.727/0001-06 - Bom Despacho - MG Impresso por O Tempo Serviços Gráficos - 2101.3544

É proibida a reprodução total ou parcial, em qualquer meio de comunicação, dos textos e anúncios produzidos pelo Jornal de Negócios - A publicação não autorizada por escrito sujeita o(s) infrator(es) às penalidades legais - Editor: Alexandre Borges Coelho - Tiragem: 6.500 exemplares – Impresso na Sempre Editora / BH – Editoração e Arte: Jornal de Negócios – Opiniões emitidas em artigos assinados não representam a opinião do Jornal, sendo responsabilidade exclusiva do autor – Distribuição livre em Bom Despacho, Araújos e Engenho do Ribeiro e dirigida em Martinho Campos, Moema, Luz, Pompéu, Abaeté e Nova Serrana - Este exemplar é propriedade do Editor, que autoriza a entrega grátis de 1 jornal por pessoa.

COROLLA – Vendo, 2017 – 99138.7513 ESTUFA – Vendo, Titã, 6 bandejas – 99857.4260

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Requerimento de LAS/RAS OLIMPIO FRANCISCO DE MOURA cujo CPF: 130.784.45615 e identidade: MG-10.066.646 SSP/MG, por determinação da Prefeitura Municipal de Morada Nova de Minas / AGÊNCIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE, torna público que solicitou por meio do Processo Administrativo/FOB: N. 00100/2022, processo de LAS/RAS para as atividades de: Criação de bovinos, bubalinos, equinos, muares, ovinos e caprinos, em regime extensivo; Produção de carvão vegetal de origem nativa/aproveitamento do rendimento lenhoso e Culturas Anuais, Semi-perenes e Perenes, Silvicultura e Cultivos Agrossilvipastoris, localizado na Fazenda Cachoeira, zona rural no município de Morada Nova de Minas-MG.

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R2P HOLDING S.A. CNPJ/ME nº38.625.382/0001-11 NIRE nº 31300133681 EXTRATO DE ATA DE ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA E EXTRAORDINÁRIA REALIZADA EM 26 DE ABRIL DE 2022 Data, hora e local: Em 26 de abril de 2022, às 10h, na sede social da R2P HOLDING S.A., localizada no Município de Bom Despacho, no Estado de Minas Gerais, na Rua Garimpos dos Cristais, 489, sala B (parte), Babilônia, CEP 35.636-470, doravante denominada “Companhia”. Publicações legais e presença: Publicação de edital de convocação dispensada em virtude da presença dos acionistas detentores da totalidade do capital social da Companhia, conforme faculta o §4º do artigo 124 da Lei nº 6.404/76. Composição da mesa: Presidente: Sr. Renan César Pereira de Oliveira; e Secretário: Sr. Ricardo Siqueira Hudson. Ordem do dia em sede de Assembléia Geral Ordinária: tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras relativas ao exercício social encerrado em 31/12/2021; resolver sobre a destinação do lucro líquido do exercício; a distribuição de dividendos; e a antecipação de lucros. Em sede de Assembléia Geral Extraordinária: aprovar a cessão de ações pertencentes a Ricardo Siqueira Hudson aos Diretores Rafael Carvalho dos Santos e Diego Moura Duarte, conforme anexo I: Deliberações: Após o exame dos documentos previstos na ordem do dia, os acionistas deliberaram, por unanimidade e sem ressalvas, por: aprovar o relatório anual da administração e as demonstrações financeiras relativas ao exercício social encerrado em 31.12.2021; a não distribuição de lucro líquido referente ao exercício de 2021, em razão da sua inexistência. Em sede de Assembléia Geral Extraordinária: aprovar a cessão de ações pertencentes a Ricardo Siqueira Hudson aos Diretores Rafael Carvalho dos Santos e Diego Moura Duarte, conforme anexo I: Arquivamento: Foram arquivados na sede da Companhia os documentos submetidos à apreciação desta assembleia. Encerramento, lavratura e aprovação da ata: Nada mais havendo a tratar, a assembleia foi encerrada e lavrada a presente ata, que lida e achada conforme, foi aprovada e por todos os acionistas e signatários do livro de presença. A presente ata é cópia fiel da ata lavrada em livro próprio. Assinaturas: Mesa: Sr. Renan César Pereira de Oliveira (Presidente); e Sr. Ricardo Siqueira Hudson (Secretário). Acionistas: Sr. Renan César Pereira de Oliveira e Sr. Ricardo Siqueira Hudson. Bom Despacho/MG, 26 de abril de 2022. ANEXO 1 R2P HOLDING S.A. CNPJ/ME nº38.625.382/0001-11 NIRE nº 31300133681

CASA – Vendo, 3quartos, sala, copa, cozinha, quintal c/ barracão de 1qt, sl, cz - Rua Pio XII, 3 – 99985.1912 CASA – Vendo, 4quartos, sala, copa, cozinha, 1banheiro, quintal – Bairro São Geraldo – Nova Serrana – R$ 220 mil – Troco por casa em BD – 99928.4077

NOVIDADE - Vendo Mudas de Capim BRS Kurumi.

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CASA – Vendo - Rua Nair Souto, 312 - Jardim Anjos 2 – 99865.0371 e 99147.0452

CASA – Vendo, 2quartos, sala, cozinha, 1banheiro, área – Rua Carlos César de Assis, 184 - Esplanada - Antônio Dantas de Medeiros – 99120.3172

OPORTUNIDADE – Vendo Chácara 1.250m2 R$ 75 mil c/ entrada de R$ 3 mil e o restante em 144 parcelas corrigidas pela Caderneta de Poupança.

LOTE – Vendo – Avenida Francisco Paula Lopes – Bairro Fátima – R$ 45 mil – 99856.5001

CASA – Alugo, 3quartos, sala, cozinha, 1banheiro, quintal - Rua Leopoldina, 254 – Realengo – 99947.7171

CASA – Vendo - Rua Trav. Paraíba, 32 - Rosario Itamar – 99908.4156

VENDO CHÁCARA 2.000m2 - R$ 100 mil c/ 5% de entrada e o restante em 144 parcelas corrigidas pela Caderneta de Poupança.

Boletim de Subscrição Anexo à Ata de Assembleia Geral Extraordinária, realizada em 26 de abril de 2022

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Ricardo S. Hudson

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Rafael C. dos Santos

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Renan C. P. de Oliveira

Diego M. Duarte

Bom Despacho/MG, 26 de abril de 2022. A presente é cópia fiel da ata original lavrada em livro próprio. Mesa:

______________________________________ Renan César Pereira de Oliveira Presidente

VEJA O QUE ACONTECE EM BOM DESPACHO PELO SITE www.iBOM.com.br

____________________________________ Ricardo Siqueira Hudson Secretário


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Polícia prende dupla que roubou um carro em Martinho Campos

Bom Despacho (MG), 30 Abril 2022

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Sábado é Dia D da vacinação contra gripe e sarampo em BD Sábado (30/4) a Prefeitura de Bom Despacho faz o Dia D de Vacinação contra gripe e sarampo. Todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade ficarão abertas de 8h às 16h para atender ao público. A vacina contra gripe será aplicada em pessoas com 60 anos de idade ou mais, trabalhadores da saúde e crianças com idade entre 6 meses e 5 anos. Já a vacinação contra sarampo é destinada aos trabalhadores da saúde e às crianças entre 6 meses e 5 anos de idade. A campanha de vacinação continuará ao longo da semana. Para ser vacinado basta o cidadão procurar a UBS que atende seu bairro.

precisam comprovar o vínculo empregatício de serviços públicos e privados. Enquadramse nessa categoria médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, biólogos, biomédicos, farmacêuticos, dentistas, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, profissionais de educação física, médicos veterinários e seus respectivos técnicos e auxiliares. Também se enquadram nessa categoria os trabalhadores de apoio, como recepcionistas, seguranças, pessoal da limpeza, cozinheiros e auxiliares e motoristas de ambulâncias. Cuidadores de idosos e doulas/ parteiras também recebem a vacina, bem como estudantes da área de saúde que estiverem prestando atendimento na assistência dos serviços de saúde.

Trabalhadores da saúde Para receber a vacina, trabalhadores da saúde Dois homens foram presos pela Polícia Militar em Martinho Campos após roubarem um veículo e trocarem tiros com os militares. A ocorrência foi registrada na segunda-feira, 26/4. Segundo o iBOM apurou, os homens, de 20 e 30 anos, abordaram o motorista de um VW Voyage no estacionamento do Supermercado BH, na saída de Martinho Campos para Pompéu. Armados, eles renderam o motorista e tomaram o veículo, que tinha uma carretinha acoplada. Em seguida fugiram com o Voyage em direção a Bom Despacho passando por dentro de Martinho Campos. Pouco depois do roubo uma guarnição da PM avistou o Voyage no outro lado da cidade, trafegando sem a carretinha, e iniciou a perseguição do veículo. “Na fuga houve troca de tiros e o motorista do Voyage acabou entrando numa rua sem saída”, afirmou a fonte ouvida pelo iBOM. Os dois homens então abandonaram o carro, o

revólver usado no assalto e conseguiram fugir do local. Mas um deles foi identificado pelos policiais porque tem passagens por crimes praticados naquela cidade. Segundo a PM, ele tem residência em Bom Despacho e Martinho Campos. Enquanto faziam rastreamento para encontrar os fugitivos, os militares receberam informações sobre a localização da carretinha. Ela foi encontrada abandonada perto da casa do autor reconhecido durante a perseguição. Os policiais então foram à casa do suspeito e lá o encontraram junto com outro homem. Ambos foram reconhecidos pelo proprietário do veículo como sendo os autores do roubo. Eles receberam voz de prisão e foram levados para a Delegacia de Polícia Civil. O Voyage e a carretinha foram recuperados e o revólver usado no crime foi apreendido pelos militares (iBOM / Foto Ascom/PMMG)

Acidente mata mulher de 68 anos na 262 Motorista perdeu o controle do veículo, saiu da pista e bateu numa árvore Um grave acidente no Km 436 da BR 262, em Nova Serrana, às 7h45 da manhã da quintafeira (28/4), causou a morte de uma mulher de 68 anos e deixou um homem de 41 anos ferido. Eles estavam num Palio Weekend com placa de Santa Maria do Suaçuí/MG, no Vale do Rio Doce, que vinha da capital em direção a Nova Serrana. De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) o motorista, Fabrício G.S. perdeu o controle do Palio Weekend na rodovia. Ele rodou, saiu da pista e bateu frontalmente numa árvore na margem da estrada. O impacto destruiu o veículo. Uma fonte da PRF disse ao iBOM não ser possível afirmar o que levou o motorista a perder o controle do veículo. Ele foi socorrido pelo SAMU e, segundo os Bombeiros, levado

para o Hospital São José, em Nova Serrana. A passageira, Ana G.C., morreu no local. O motorista e o corpo da mulher foram retirados do veículo pelo

Corpo de Bombeiros. De acordo com informações não confirmadas pelo site, a mulher seria sogra do motorista. O atendimento da ocorrência

foi feito por equipes da PRF, SAMU. Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Civil e Triunfo Concebra. (iBOM / Fotos: PRF e Bombeiros).


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PMMG lança série policial “Segunda Pele” Ator bom-despachense está no elenco da série, que tem 6 episódios. Série é inspirada em ocorrências reais e no cotidiano dos militares Estreou dia 20/4, no Youtube, a série policial “Segunda Pele: o Preço da Ordem”. Criada pela Polícia Militar de Minas Gerais, e dirigida por Guto Aeraphe, a série é inspirada em ocorrências reais e no cotidiano dos militares. Com 6 episódios de 20 minutos cada, ela foi idealizada pela Diretoria de Comunicação da PMMG e produzida por Humberto Rezende. De acordo com a PM, “Segunda Pele” valoriza pessoas “que dedicam suas vidas a servir a comunidade, mesmo com o risco iminente de perderem a vida”. Seu objetivo é “levar até o público um pouco da realidade do serviço policial militar (...), a fim de que a sociedade tenha uma visão real dos valores da instituição, suas dificuldades e importância para a segurança de todos”. O diretor Guto Aeraphe ilustra essa realidade argumentando que “quando vemos uma viatura saindo em disparada pelas ruas com as sirenes ligadas, não lembramos que dentro dela há pessoas que estão arriscando suas vidas para ajudar desconhecidos e que podem não voltar para as famílias que deixaram em casa”. Ele define a produção como “trajetória de amadurecimento e autoconhecimento de personagens que, na vida real, passam desapercebidos debaixo das fardas em meio às mais diversas e duras ocorrências do cotidiano”.

e conta a história do Sargento Gael e da sua esposa Sargento Meire, ambos da PMMG. Gael teve a infância marcada pela perda do pai, que era policial e foi assassinado por um criminoso. Seguindo os passos do pai, Gael torna-se sargento. Agora, ele e a esposa precisam lidar com o estresse dos enfrentamentos, risco de morte e ameaças feitas a eles e seus familiares por criminosos. A situação atinge o clímax durante um grande assalto a banco.

Sinopse “Segunda Pele” foi filmado em Belo Horizonte e em Sabará/ MG. A trama acontece na cidade fictícia de Pedra Negra

Elenco

O ator bom-despachense Ítalo Laureano

No elenco da série está o ator bom-despachense Ítalo Laureano, que interpreta o

Sindicato confirma que Sabadim terá shows para Expobom terá área maior homenagear trabalhador

Tenente Selton, negociador da PM. Além dele fazem parte do elenco os atores Fabiano Persi (Sargento Gael), Andressa Caetano (Sargento Meire), João Gonçalves (Soldado Jesuíta), Demétrius (Soldado Fernão), Patrick Giovanni (Cabo Enimar), Cris Ribas (Melina), Lucas Barbosa (Cauã), Cláudio Márcio (Grilo), Bruno Matos (Érico .50) e José Roberto Pereira (Machado Corrêa). A produção é das empresas CMK Play e Coruba, com patrocínio do Sicoob. A produção da série teve apoio da PMMG, que disponibilizou recursos técnicos e pessoal para realizar cenas como a perseguição de helicóptero e um assalto a banco (iBOM c/ informações da PMMG).

Clique e assista ao 1° capítulo da série no Youtube Aponte a câmera do celular para o QR Code abaixo e assista ao primeiro capítulo da série no Youtube.

Corregedoria do MP fará correição na 1ª Promotoria

Qualquer cidadão pode apresentar críticas, sugestões e reclamações

O Sindicato Rural confirmou a inclusão de mais uma rua na área da Expobom para acolher novos expositores interessados em participar do evento. “Depois da publicação da matéria sobre a Expobom no Jornal novas empresas procuraram o Sindicato interessadas em participar da festa”, afirmou a coordenadora de eventos Débora Luiza Rodrigues. O novo mapa do local com as novidades será apresentado

pelo Sindicato durante a festa de lançamento oficial da Expobom, que foi remarcada para o dia 11 de maio. Para o lançamento foram convidadas representantes de 78 empresas, além de autoridades, parceiros, lideranças da comunidade e do setor rural. A Expobom será realizada de 6 a 9 de julho no Parque de Exposições. A expectativa do Sindicato é que o evento gere mais de R$ 30 milhões em negócios.

No próximo sábado, 7/5, a Prefeitura realiza o Sabadim Cultural na Praça da Estação das 16h às 23h. O evento, feito em homenagem ao Dia do Trabalhador, terá apresentação das bandas Samba de Primeira, Samba de Buteko e Sou do Samba. A entrada é gratuita.

“Será um evento muito organizado, com segurança, praça de alimentação com comidas típicas e bebidas, além de Espaço Kids para as crianças brincarem”, destacou Kátia Gonçalves, das Secretaria Municipal de Cultura, uma das responsáveis pela montagem do Sabadim.

A Corregedoria Geral do Ministério Público de Minas Gerais fará correição ordinária na 1ª Promotoria de Justiça de Bom Despacho. Os trabalhos serão realizados dia 10 de maio às 16h (veja o edital na página 8 desta edição). O objetivo da correição é inspecionar o funcionamento dos serviços administrativos e funcionais do órgão. Nela são conferidos itens relacionados à gestão administrativa e financeira da Promotoria, bem como a

atuação e conduta dos seus servidores. Qualquer cidadão pode apresentar críticas, sugestões e reclamações sobre o funcionamento da Promotoria. Isso pode ser feito na Corregedoria através do telefone (31) 3330-8024, do e-mail correicoes@mpmg.mp.br, por carta ou pessoalmente na sede da Corregedoria: Avenida Álvares Cabral, 1.740, 11º andar, Santo Agostinho, Belo Horizonte/ MG - CEP 30170-008.


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Secretaria de Administração defende ampliar prazo de contratação temporária Mudança, em caráter de urgência, diminuiria alta rotatividade de profissionais na Saúde e outros setores do serviço público do município O secretário de Administração, Wallace Campos Rodrigues (foto), vai à Câmara na primeira semana de maio mostrar aos vereadores a importância de alterar a lei que limita em um ano o prazo de contratação temporária de pessoal através de Processo Seletivo Simplificado. Hoje, a lei municipal 1.427, de 24.02.1994, estabelece que a contratação temporária de pessoal será pelo período máximo de 1 ano. A proposta do Executivo é que essa lei seja alterada permitindo a contratação temporária “pelo período máximo de duração de dois anos prorrogável por igual período (…) desde que o processo seletivo ainda esteja vigente”. O motivo é a alta rotatividade de profissionais que atendem a população, especialmente nas áreas de Saúde e Educação.

processos seletivos simplificados para contratação temporária de pessoal. Só de 2018 a 2022 foram realizados 22 processos seletivos.

ção dos processos seletivos “exige tempo e gera custos para os cofres públicos, além do investimento para treinar os novos colaboradores”.

Mas os contratados por processo seletivo não podem permanecer no cargo por mais de um ano. “Isso tem gerado extrema rotatividade de pessoal e desinteresse por parte dos candidatos”, diz Wallace. Essa rotatividade “prejudica a prestação de serviços de qualidade, já que a cada período de 12 meses renovam-se as equipes de trabalho. Além disso, prejudica sua eficiência e eficácia”.

Projeto de lei do Executivo propondo a ampliação do prazo dos contratos foi a votação na Câmara dia 18/4 mas acabou rejeitado pelos vereadores Eder, Paré, Sâmara e Sildete.

Segundo Wallace, “estender o prazo legal dos contratos para dois anos permite a continuidade do serviço prestado à população. O investimento do município no treinamento do servidor será utilizado por um período de tempo maior. O cidadão será atendido por profissionais mais experientes e qualificados, e o contratado terá interesse em trabalhar melhor, se qualificar, para permanecer por mais tempo no serviço”. O secretário lembrou também que, “além do problema da rotatividade de pessoal pelo fato dos contratos só poderem ser feitos pelo prazo de um ano”, a organização e prepara-

Continuidade do serviço Por lei, a contratação de servidores é feita através de concurso. De 2014 até hoje a Prefeitura de Bom Despacho fez 6 concursos públicos. Em todos eles o número de aprovados foi menor que o de vagas oferecidas. Como necessita de pessoal para manter os serviços públicos, a saída do município é fazer

Um exemplo do problema está na Saúde. Relatório feito pela secretária Tamara Bicalho mostra que entre os dias 29/03 e 30/04 vencem 45 contratos de profissionais que fazem atendimento do público. Entre eles estão Assistente Social, Enfermeiro, Psicólogo, Médico, Dentista e outros profissionais da linha de frente. O vencimento dos contratos muitas vezes ocasiona falta de profissionais nas UBS, prejudicando o atendimento ao público. Plano de cargos Mas por quê os concursos públicos do município têm tido baixa procura? “ Carreiras desorganizadas criadas de modo distinto ao longo dos anos e baixa remuneração”, explica Wallace. Para resolver esse problema a Prefeitura licitou e contratou uma empresa de consultoria que ficou responsável por elaborar o Plano de Cargos e Salários

dos servidores municipais, readequando carreiras e salários. “Nosso objetivo é dar à classe uma solução definitiva, que permita aumentos reais e progressão justa”, afirmou Wallace ao Jornal de Negócios. O plano de cargos já foi entregue e está atualmente sendo discutido por uma comissão composta de servidores, sindicato da categoria e consultores da empresa que elaborou o PCCS. Terminada essa fase ele será encaminhado à Câmara para apreciação e votação. “Mas a Prefeitura não pode esperar até a aprovação do Plano de Cargos, porque o problema na prestação de serviço público é atual e grave. A falta de servidores tem prejudicado principalmente a área da saúde. Atualmente, o processo seletivo é a solução imediata para garantir a prestação de serviços à população”, explica Wallace. Apesar do projeto de lei estendendo o prazo dos contratos para 2 anos ter sido rejeitado na sessão de 18/4, a proposição pode ser reapresentada pela maioria dos membros do Legislativo. Com a palavra os vereadores da Câmara de Bom Despacho.

Vereadores trocam acusações em sessão da Câmara

O clima está tenso na Câmara Municipal de Bom Despacho. Na última reunião ordinária, dia 25/ 4, segunda-feira, o vereador Marquinho da Copasa pediu publicamente a destituição da vereadora Paré da Comissão de Ética do Legislativo. “Acho que ela não tem ética nenhuma para ser presidente de uma comissão de ética ”, afirmou. Marquinho acusou a

vereadora Paré de estar “enviando áudios” para ele, “ altas horas da noite ”, dizendo “coisas absurdas que não compete nem mostrar aqui ao público”. Afirmou ainda que ela “vem me coagindo (…), importunando minha vida, me difamando ”. Marquinho chegou a dizer ao presidente da Câmara, Vinícius Pedro, que poderia “ colocar o áudio ” das mensagens da vereadora para embasar seu pedido.

Requerimento O presidente da Câmara Municipal, Vinícius contemporizou e solicitou que o vereador Marquinho da Copasa formalizasse o pedido através de requerimento. “Diante das suas palavras aí, e do seu pedido (…), eu peço ao senhor que faça um requerimento e encaminhe à Mesa Diretora para que a gente possa estar deliberando sobre a matéria”, argumentou.

Réplica da Paré Paré então pediu a palavra e confirmou ter enviado os áudios para Marquinho, mas alertou que a divulgação do seu conteúdo “acarreta em crime”. Paré disse ainda que “ essas mensagens foram trocadas por mim realmente com o vereador, falei algumas coisas pra ele, mas são mensagens particulares”. Segundo a vereadora, a Mesa da Câmara “pode pegar, pode escutar e

pode ver o que que é, mas a divulgação delas acarreta em crime, porque não tem autorização pra isso”. Paré finalizou afirmando que o vereador Marquinho a estaria desrespeitando “em todos os momentos”. Na tréplica, Marquinho lembrou que as reuniões são gravadas e disse que não ter desrespeitado “vereador nenhum”. Depois disso a discussão foi encerrada e a reunião prosseguiu.

Assista à sessão da Câmara do dia 25/04 apontando a câmera do celular para o QR Code. A troca de acusações começa no minuto 46:50.


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Bom Despacho (MG), 30 Abril 2022

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BR-262: duplicação urgente FERNANDO

CABRAL

Fernando Cabral é licenciado em Ciências Biológicas, advogado, auditor federal e ex-prefeito de Bom Despacho

De Bom Despacho a Belo Horizonte o viajante pagava R$ 2,60, mas desde o dia 3 passado, paga R$ 6,40 de pedágio. De Bom Despacho a Luz, o viajante pagava R$ 2,70, mas desde o dia 3 passado, paga R$ 6,40 de pedágio. De Fronteira até Belo Horizonte o viajante pagava R$ 16,08, mas desde o dia 3 passado, paga R$ 40,20. A que se deve este aumento de quase 250% no custo do pedágio? Que benefícios eles trarão? Chegará finalmente a duplicação? Infelizmente, a resposta é não. Não haverá benefícios. Pagaremos duas vezes e meia a mais, mas a duplicação continua tão distante quanto sempre esteve. Na verdade, mesmo numa análise superficial vemos que estamos sob o risco de só ver a duplicação começada em 5 anos ou mais, com término provável daqui a 25 ou 30 anos. Este é o cenário que está desenhado. Se é assim, o que justifica aumento tão polpudo? A concessão da BR-262 com a cobrança de pedágio tinha por principal objetivo a duplicação do trecho que vai de Nova Serrana até o entroncamento com a BR-153. Dali em diante a duplicação continuaria na 153. No entanto, em decorrência de problemas com a licença ambiental e também por falta de financiamento que a concessionária esperava obter do BNDES, a duplicação estagnou. Isto, 6 anos atrás. De lá para cá, o que se viu foi uma queda de braços entre a concessionária e o Governo Federal. Depois de 8 anos chegaram a um acordo parcial, mas a conta ficou salgada e será inteiramente paga por quem tem que usar a BR-262.

Os segmentos duplicados No contrato original com a concessionária, o Governo Federal estabeleceu que ela poderia começar a cobrar pedágio tão logo ela tivesse duplicado 50 quilômetros. Por isto, a empresa começou seus trabalhos com duas ações paralelas: a) construiu as praças de pedágio; e b) duplicou os 50 quilômetros previstos em contrato. No entanto, aí começaram os nossos problemas. Como o contrato não dizia onde a duplicação inicial deveria ocorrer, a empresa procurou o caminho mais barato: escolheu cinco ou seis segmentos descontínuos no planalto que vai de Uberaba até Comendador Gomes. Ali fez a duplicação que a autorizava a começar a cobrança do pedágio. Os trechos escolhidos não são os de tráfego mais pesado nem são os mais lentos ou mais perigosos para quem usa a BR. Mas, por não exigirem gastos em obras de contenção, construção de pontes e outras operações caras, atendiam bem ao interesse da empresa. Após duplicar os segmentos, a empresa começou a faturar. Ao mesmo tempo, desmobilizou equipamentos, dispensou empregados e paralisou a obra.

Em 2014 o Governo Federal concedeu a BR-262. O principal objetivo era realizar a duplicação imediata do trecho entre Nova Serrana e a BR-153. O custo da duplicação seria amortizado com o pedágio, mas a cobrança só começaria depois de a concessionária ter duplicado pelo menos 50 km. Oito anos depois, constatamos que a concessão foi um fracasso. A duplicação não chegou e houve poucas melhorias. No entanto, o pedágio mais do que dobrou de preço.

A duplicação foi para a cucuia. É esta a situação em que nos encontramos desde então. Isto significa, na prática, que estamos pagando pedágio para termos o SAU (Serviço de Atendimento ao Usuário) e uma manutenção lenta e de má qualidade.

Manutenção ruim Semana passada percorri a BR-262 desde Nova Serrana até a BR-153. Exceto nos trechos duplicados a oeste de Uberaba, a manutenção está péssima. A sinalização horizontal é invisível; a sinalização vertical, quase inexistente; a pista de rolamento está esburacada, escamada e estriada. Onde há remendos, foram feitos sem técnica e sem cuidado. Eles causam enorme trepidação nos veículos, provocam desconforto nos passageiros e retardam a viajem em demasia. Nos próprios trechos duplicados, embora novos, há problemas de manutenção. Mesmo assim, o governo federal pediu à empresa que continuasse executando o contrato por mais 20 meses.

Este aumento desmesurado que não corresponde ao serviço até aqui prestado pela empresa é ofensivo, mas não é a questão mais grave. Mais grave é que a duplicação se perdeu de vista, sumiu num futuro nebuloso.

Quando virá a duplicação? A decantada, esperada e aplaudida duplicação anunciada em 2014 não veio. No seu lugar vieram os prejuízos para o desenvolvimento econômico, muitos danos materiais em veículos, muitas vidas perdidas pelas curvas perigosas e mal sinalizadas que a duplicação deveria eliminar. Com o aditivo assinado no início deste ano temos certeza de nem ao menos se falará em duplicação nos próximos 20 meses. Portanto, os 8 anos perdidos garantidamente já se transformaram em 10. Contudo, o que está ruim pode

piorar. Nas últimas concessões anunciadas pelo Governo Federal, as empresas contratadas têm tido o prazo típico de 3 anos ou mais para iniciar a duplicação após assumirem a concessão. Se o modelo for seguido no novo edital de concessão da 262, já somaremos 13 anos perdidos. Outro ponto que nos preocupa nas concessões recentes são os prazos para encerramento da duplicação: 20, 25, 30 anos após a assinatura do contrato. Assim, se a ANTT seguir este padrão para a 262, teremos a duplicação iniciada daqui uns 5 anos e terminada daqui uns 30 anos. Isto, com grande otimismo, pois em licitações de alta complexidade como esta é comum haver sucessivos atrasos. Atrasos também costumam ocorrer na própria execução da obra. Assim, se não houver uma mudança de rumo e de ritmo nos trabalhos da ANTT,

podemos marcar a inauguração completa da duplicação para nossos filhos e netos que ainda vão nascer. Quando a obra terminar eles terão 30 ou 40 anos e poderão percorrer a BR com seus filhos adolescentes. Este é o panorama que está sendo desenhado à nossa frente.

Podemos acelerar a duplicação? Sim, podemos e devemos. Mas, para isto, precisamos de um esforço conjunto. Desde Nova Serrana até Carneirinho são 110 municípios beneficiados diretamente pela duplicação. Entre eles, municípios de grande porte e economia forte, como Araxá, Uberaba, Uberlândia, Araguari e tantas outras. As cidades mineiras imediatamente atendidas pela BR-262 se distribuem pelas regiões do Triângulo, Alto Paranaíba, Central Mineira e partes da Oeste, Nordeste e Sudoeste de Minas. Estes

municípios somam um dos maiores PIBs regionais do país. Estamos falando de 110 prefeitos e 1.127 vereadores eleitos para representarem o povo. Com eles temos ainda 53 deputados federais e 77 deputados estaduais, todos votados na região. Mas, principalmente, temos na região uma população de 3,5 milhões de pessoas, das quais 2,5 milhões votaram nas últimas eleições. Se todas estas pessoas e seus representantes levantarem suas vozes pela duplicação, Brasília as ouvirá mesmo com seus ouvidos moucos. Só esta grita uníssona poderá acelerar a licitação e a duplicação da BR262. Se continuarmos a aceitar quietos e calados, Brasília continuará colocando num futuro distante e nebuloso nosso desejo legítimo de ver a rodovia duplicada. Se continuarmos a aceitar quietos e calados, Brasília continuará duplicando o pedágio sem nos entregar a duplicação da rodovia.

Termo Aditivo O termo aditivo que o Governo Federal assinou com a concessionária no início deste ano prolonga sua permanência por mais 20 meses. Este é o tempo que a ANTT acredita que será necessário para fazer nova concessão. Mas, pelo andar da carruagem, não será suficiente. Isto, porém, não é o mais grave. O mais grave é que, neste ínterim não teremos melhorias e não teremos duplicação; mas continuaremos pagando o pedágio mais do que duplicado! Não teremos duplicação, porque ela já não está mais prevista no aditivo. Não teremos melhorias porque o aditivo prevê pouco mais do que está sendo feito hoje e muito menos do que previa o contrato original. Mas, por este pouco mais do que está sendo feito hoje e muito menos que previa o contrato original, nós pagaremos 250% a mais no valor do pedágio.

Nós podemos te ajudar a preparar toda a documentação necessária para ficar em dia com a Receita Federal. Para pequenas, médias e grandes empresas, realizamos serviços de contabilidade em geral, de modo eficiente, simples e voltado para o dia-a-dia de sua empresa.

Rua Lopes Cançado, 114 - 3521.1262 - Bom Despacho


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Capitão Hudson: falta educação para o trânsito até nas Escolas O capitão Hudson Silva Oliveira, 58 anos, é comandante da 50ª Companhia de Policiamento da PMMG, que é responsável por Bom Despacho e Moema. Especialista em Gestão de Trânsito, Hudson fala nesta entrevista ao Jornal de Negócios sobre os problemas no trânsito em Bom Despacho e as medidas que a Polícia Militar adota. Na entrevista ele também responde a questões encaminhadas por leitores ao Jornal.

sem olhar para o lado. Atravessam a faixa mexendo no celular. Andam como se estivessem numa passarela. Em situações assim o risco de atropelamento é grande. Esse tipo de comportamento numa cidade grande como Belo Horizonte, por exemplo, teria resultado trágico. É importante lembrar que num acidente envolvendo pedestre e veículo, o pedestre sai perdendo sempre, independente de quem seja a culpa.

Além de comandar o policiamento, capitão Hudson é também presidente da JARI (Junta Administrativa de Recursos de Infrações) Municipal, órgão responsável pelo julgamento de recursos interpostos contra penalidades de trânsito aplicadas pelo município.

Hoje, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Bom Despacho tem uma frota de 35.000 veículos, entre carros de passeio, motos e caminhões. O que fazer para diminuir os riscos?

Recentemente, num prazo de 5 dias o SAMU atendeu três ocorrências de atropelamento em Bom Despacho. Não é muito? O que explica isso?

A dica é respeitar as normas, observar a sinalização de trânsito e ter prudência. No caso do motorista, andar em velocidade compatível com a via. No caso do pedestre, atravessar a via pública com atenção e celeridade, sempre na faixa onde ela existir. Acidentes são provocados pela falta de um ou mais desses cuidados. Sugiro que a autoridade de trânsito, no caso o município, faça campanhas educativas para conscientizar motoristas e pedestres. Acho também que a sinalização de trânsito precisa ser revitalizada na cidade.

Este número não está fora da curva. Ele é compatível com a frota atual de veículos da cidade, a mobilidade urbana e a acessibilidade em Bom Despacho. Infelizmente, a acessibilidade em nossa cidade é deficitária. Em muitos pontos o pedestre encontra dificuldade para se locomover. Passeios com desníveis, elevações, buracos e degraus mui-

tas vezes obrigam o pedestre a andar na rua, expondo-se a riscos maiores. Cadeirantes, principalmente, encontram muita dificuldade. Mas eu diria que esse número de atropelamentos é um sinal

de alerta para o problema. Nesse cenário, quem tem culpa? O motorista? O pedestre? No trânsito, a responsabili-

dade é compartilhada entre motorista e pedestre. Há motoristas e motociclistas que trafegam em velocidade incompatível. Muitos pedestres também são descuidados. Entram na faixa sem parar,

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Alguns leitores enviam mensagens ao Jornal pedindo providências das autoridades para determinadas situações na cidade. Vamos citar as mais comuns e o senhor esclarece sobre a ação da Polícia, ok? Começamos pelas motos com escapamento aberto. A Polícia Militar está fazendo operações e removendo motocicletas em situação irregular

de acordo com a lei. Colocamos inclusive uma equipe específica de policiais em motos para combater esses delitos. Carros rodando com som em alto volume, inclusive na madrugada? O simples fato do som estar audível do lado externo do veículo já é uma infração. É o que estipula a Resolução 624 do Contran. Temos feito de 30 a 40 multas por mês em Bom Despacho por causa de som alto em veículos. Bicicletas andando no passeio? É proibido andar de bike no passeio. Bike tem que usar a via pública no mesmo sentido do trânsito de veículos. Na verdade, falta educação para o trânsito até nas Escolas. Se um ciclista atropelar alguém no passeio ele vai ser responsabilizado e responderá por lesão corporal. Animal de grande porte solto na via pública? A primeira providência é acionar a Prefeitura para recolher o animal. Se o proprietário for identificado a Polícia Militar lavra um BO por omissão na guarda e cautela do animal. É importante lembrar também que o proprietário responde civil e criminalmente por acidentes provocados por seu animal. Andar a cavalo no passeio? Passeio é lugar de pedestre. Em qualquer situação onde a pessoa sentir-se em risco ou ameaçada por animais soltos ou andando no passeio, montados ou não, ela deve ligar para o telefone 190 e acionar a PM. O mesmo vale para bicicletas trafegando no passeio trazendo risco de atropelar pedestres.

SAIBA MAIS

O que diz o Código Brasileiro de Trãnsito Travessia da faixa

(Art. 69, III, b) Uma vez iniciada a travessia de uma pista, os pedestres não deverão aumentar o seu percurso, demorar-se ou parar sobre ela sem necessidade.

Diferença de Parar e Estacionar (Anexo I – Dos Conceitos e Definições)

PARADA - imobilização do veículo com a finalidade e pelo tempo estritamente necessário para efetuar embarque ou desembarque de passageiros. ESTACIONAMENTO - imobilização de veículos por tempo superior ao necessário para embarque ou desembarque de passageiros.


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Deuscélio César: exemplo de vida Tadeu de Araújo Teixeira é professor, escritor e fundador da ABDL

Meu personagem desta edição é Deuscélio César Gontijo. Pai de família, militar reformado, motorista experiente e de notável perícia. Hoje com 66 anos. Recebeu há dois anos uma homenagem da Câmara Municipal de Bom Despacho por seus méritos de cidadania que ilustram seus atos em Bom Despacho, sua segunda terra natal. Nasceu em Lagoa da Prata em 09/09/56. Mas para aqui se mudou com a família aos três meses de idade. Aqui foi criado e aqui tem vivido valorosamente seus mais de 60 anos de existência. Seu pai, militar da PMMG, Francisco Cardoso Gontijo, já falecido, serviu no Sétimo Batalhão até se reformar e criar seus 11 filhos. Sua esposa, mãe dedicada e companheira ainda vive, é Corina da Silva Gontijo, que, com muito carinho, dedicação e trabalho, criou com seu Francisco uma família cujos filhos, pela retidão de todos, são orgulho dos pais. Essa é uma família dos tempos heróicos de décadas passadas que educava sua prole com dificuldades, sem conforto, sem luxos, com humildade, mas com honestidade e modelos de cidadãos. Obediência e respeito aos mais velhos, fiéis aos princípios da lei e da moral. Haja visto o Deuscélio e seus 10 irmãos. Hoje adultos. Pais e já avós que seguiram todos uma vida ilibada e esmerados na educação de sua geração. Nos anos 60, Deuscélio era um garotinho de 10 anos, frequentando o curso primário, na Escola Estadual Coronel Praxedes, na sala das inesquecíveis professoras daqueles belos e saudosos tempos. A vida como soldado da PMMG para o seu Francisco Cardoso, pai do Deuscélio, era penosa. O salário, muito pequeno. Esse ainda vinha com atraso de meses e meses. Roupas para os filhos eram pobres e poucas. Os calçados eram raros. De vez em quando se podia comprar um par de chinelos, kichute ou sapato para a família. O comum era se andar descalço. E ninguém reclamava ou pedia mais que podia ter. Então, o menino Deuscélio sentiu que urgia trabalhar, ganhar um dinheiro para ajudar na despesa doméstica. Continuava estudando, com boas notas e elogio dos professores e engraxando sapatos. Engraxar o sapato era uma coqueluche para aqueles dias de então. Nos fins de semana todo jovem ou adulto da sociedade queria ver seus sapatos limpos e lustrosos. Para os engraxates era freguesia na certa e alguns trocados no bolso para ajudar papai, mamãe e irmãos na sobrevivência diária. O pequeno engraxate exercia sua profissão na Rodoviária

Municipal, que ficava na Rua Dr. José Gonçalves, defronte o Zé Vieira e a Telefônica. Esforçado, encontrou um ponto mais concorrido, na porta do Leão da Esquina, na Rua Vigário Nicolau. Para melhorar um pouco o ganho e ajudar mais em casa, arrumou um emprego de chapa de caminhão do Leão da Esquina. Depois, com 14 anos, enfrentou um batente bem pesado, ganhando menos de meio salário, como agueiro na CAF. Ele carregava, no meio dos eucaliptos, um “carote” de água, pra baixo e pra cima, num vai-e-vem cansativo. Entre as dezenas de operários da CAF, algum gritava: -“Água! – e o jovem pré-adolescente corria solicito de cá e de lá, o dia inteiro, levando-a para o trabalhador sedento aliviar sua sede. Terminara a sétima série no Colégio Tiradentes. Porém chamado para ser servente de pedreiro no Retirinho, na casa de Padre Pedro, ele largou os estudos, pois tinha de continuar trabalhando e não sobrava tempo para as carteiras escolares. Casou-se em 02/02/76 com Ana Célia de Oliveira, companheira dedicada e querida até os dias de hoje. Nasceram-lhe três filhos: Guilherme, Renato e Samira. Junto com os 4 netos que vieram aumentar a família, Deuscélio e Célia agradecem a Deus terem encontrado a felicidade em suas vidas, por tão feliz casamento e tão adorável família. Foi com satisfação que apresentei a meus leitores esse amigo, como meu personagem, essa pessoa cuja trajetória de vida exemplar honra a ele mesmo, a sua família e aos amigos que o curtem e admiram. Biografia Deuscélio César Gontijo é filho de Francisco Cardoso Gontijo,

militar já falecido e de dona Corina da Silva Gontijo (84 anos). Nasceu, em 09/09/56, em Lagoa da Prata, mas veio para Bom Despacho com 3 meses de idade. Casou-se com Célia de Oliveira Gontijo em 1979. Seus filhos são Guilherme, Renato e Samira. Os netos: Luiz Gustavo, Lara Xavier, Luiza e Liz. Foi engraxate aos 10 anos. Foi também chapa de caminhão, ainda criança. Com 14 anos virou agueiro no canteiro de obras da CAF. Sua função era correr com um “piparote” de água pra baixo e pra cima, para servir aos operários sedentos, copo por copo. Fez o curso primário no Coronel Praxedes. E até a sétima série no Tiradentes. Parou os estudos e trabalhava como servente de pedreiro, na construção da casa do Padre Pedro, na fazenda do Retirinho. Entrou para a PMMG com 18 anos. Ali serviu 35 anos, com dedicação e capacidade que despertavam elogios de seus superiores, até mesmo do Comandante Geral, o que muito o orgulhou. Nunca sofreu castigo, cadeia ou repreensão no exercício de suas funções. Militar modelo sempre. Na polícia foi motorista à disposição seguida e alternadamente de sete coronéis comandantes da Região Militar de Bom Despacho. Na PMMG fez cursos de Direitos Humanos, Instrutor de Trânsito, Reflorestamento, Informação e Sigilo, Motorista Padrão. Ele aprecia uma boa conversa, tem muito carinho para com todos os amigos e familiares, tem satisfação de ter colaborado em ações sociais em favor da ABAP. E hoje, incansável, continua servindo sua comunidade, transportando pessoas e famílias em veículos, a pedido delas por todo o Brasil.

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Cemig não esclareceu defeito que causou apagão em 12 cidades Falha ocorreu na Subestação Bom Despacho. Concessionária não respondeu se problema pode voltar a ocorrer Um blecaute deixou 12 cidades da região sem energia elétrica na noite de sábado, 16/4. Além de Bom Despacho, ficaram no escuro Pompéu, Martinho Campos, Morada Nova de Minas, Dores do Indaiá, Abaeté, Paineiras, Serra da Saudade, Biquinhas, Cedro do Abaeté, Quartel Geral e Moema. Depois de aproximadamente 1h30m o fornecimento de energia foi parcialmente restabelecido. Entretanto, em algumas regiões de Bom Despacho houve duas novas interrupções – uma delas de longa duração. Em redes

sociais, consumidores protestaram e fizeram críticas à Cemig. Procurada pelo Jornal de Negócios/iBOM, a Cemig informou que o blecaute foi provocado por “um defeito em um equipamento ” da Subestação 2, que fica no bairro São José, em Bom Despacho. A concessionária não especificou o tipo de defeito nem o equipamento afetado. Disse apenas que trouxe uma subestação móvel de Belo Horizonte para Bom Despacho e conectou o equipamento na rede para resolver o problema. “ O

fornecimento de energia para a grande maioria dos clientes foi normalizado na mesma noite, sendo que uma pequena quantidade foi atendida na madrugada e na manhã seguinte ”, explicou a concessionária. Embora o Jornal tenha insistido, a concessionária não esclareceu que tipo de defeito ocorreu na Subestação de Bom Despacho para deixar 12 cidades sem energia. A legislação brasileira estabelece que o fornecimento de energia elétrica deve ser adequado, eficiente, seguro e contínuo. A Cemig também não

respondeu ao Jornal se há risco de novas interrupções pelos mesmos motivos que causaram o blecaute.

Sem energia e sem água

O blecaute comprometeu também o fornecimento de água para a população de Bom Despacho. No domingo, dia seguinte ao apagão, a Copasa informou em nota que o abastecimento da cidade foi interrompido por falta de energia elétrica na sua captação. Como resultado, os bom-despachenses ficaram

sem fornecimento de água até a noite do domingo. Da mesma forma que a energia, o fornecimento de água, que também é serviço essencial, deve ser adequado, eficiente, seguro e contínuo. Diante disso o Jornal perguntou à Copasa por quê a concessionária – que está em Bom Despacho há mais de 30 anos - não instala um gerador próprio na sua captação para evitar interrupções no abastecimento por falta de energia elétrica. Em resposta, a Copasa informou que até o final do ano

passado tinha um contrato de locação de geradores para atender Bom Despacho no “caso de falta de energia elétrica nos sistemas operados pela empresa”. Ainda segundo a Copasa, esse contrato venceu e ela está fazendo outra licitação para contratar novo fornecedor do serviço de geradores. “A previsão é que o processo seja concluído nos próximos 30 dias, garantindo a disponibilidade de geradores para suprir eventuais faltas de energia elétrica nas principais unidades da companhia”, concluiu.


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Seja sutil e vote no Liu

LÚCIO EMÍLIO JÚNIOR Francisco Campos (Liu) nasceu em 1934 e nos deixou em 2016. Era primo de meu avô Mário Morais, com quem tinha alguma semelhança física. Nos últimos treze anos de sua vida, convivi com ele. O título dessa crônica remete à sua candidatura a vereador, fato que aconteceu em 1985, pelo Partido Democrata Social (PDS). Ele usou esse curioso slogan: “seja sutil, vote no Liu”. Muito curioso que tenha tentado a carreira política, pois era homem caseiro, sem verbo fácil, sorria muito raramente, econômico com as palavras. Não se esforçava para agradar o interlocutor, nem sequer costumava pegar na mão. Para vocês terem uma ideia, muitas vezes, antes de dar opinião sobre algum assunto, dizia, sem sorrir: “a opinião de um bobo”. Não parece muito mais um narrador de romance de Machado de Assis do que um político de nossa época? Homem cheio de sutilezas marotas, mas ao mesmo tempo um católico conservador, Liu era da Santo Antônio do Monte de José de Magalhães Pinto. Tinha, contudo, um lado cosmopolita, tendo morado em São Paulo. De São Paulo, trouxe um violino e uma câmera Super-8. Até o final da vida foi apaixonado por filmagens em Super-8. Fui junto a ele até a Vila Militar para tentar salvar os rolos de filme que ele tinha, em busca de um antigo projetor, possivelmente o projetor que servia no cineminha da vila militar muitos anos antes, comentado por meu pai em outra crônica nessa coluna… Eu vi algumas dessas imagens em preto e branco, mostrando a construção da Matriz, pessoas patinando, outras tomando sorvete (aparentemente, grandes novidades na época), desfiles de estudantes no primeiro de junho. Ele passou essas filmagens para VHS, na tentativa de salvar os rolos de filme que possuía, mas acabaram perdidas, creio que não foram transmitidas para DVD e acabaram mofando. Liu contava ter conhecido Sílvio Santos quando ele ainda era um vendedor ambulante. Teria ido, também, às apresentações de Mazzaropi logo quando ele surgiu, antes do cinema. Era grande admirador desses dois e conhecia muito os filmes do cineasta paulista e criador do inesquecível Jeca. Há quem diga que ele tinha

um “it”, como diziam na época. Lembro da história de um papagaio que, contavam os parentes, só falava com ele. Como nada existe de mais oposto à seriedade desse homem do que as molecagens de um papagaio, imagino como se daria esse diálogo. Francisco me fazia lembrar muito o poema Confidência do Itabirano , de Carlos Drummond de Andrade, onde ele fala que de Itabira lhe veio a “cabeça baixa”. Igualmente, o nosso candidato a vereador, bastante recatado, andava de cabeça baixa na rua, sem cumprimentar ninguém. As pessoas observavam isso e comentavam comigo. A meu ver, era uma estratégia para não ter que conversar com todo mundo em cidade do interior e, daí, seguir adiante, cabeça baixa, indo resolver o que tinha que resolver no centro da cidade. Ele também parecia Carlos Drummond de Andrade em sua aparência física, fato também comentado por outrem. Ele era um mineiro que nascera duas gerações depois, mas tinha muito em comum com o poeta itabirano. Ele também falava baixo, tom suave, com expressivos olhos azuis, mas não costumava olhar de frente. Ambos eram tímidos. Igualmente emocionante foi o último encontro entre Liu e meu avô Mário Morais, quando meu avô já estava seriamente adoentado. Não consigo lembrar sobre o que ambos conversaram. Os dois não se frequentavam, como disse a mim o meu avô, mas sempre mantiveram uma amizade. Nesse dia, curiosamente, notei o quanto os dois se pareciam, a origem em Santo Antônio do Monte. Liu também conhecia a fazenda Coqueiros, fazenda essa que deu nome a um livro memorialístico (que ele leu) de autoria meu avô, os olhos azuis eram os mesmos, a pele clara, a forma recatada de falar, a educação. Nos seus últimos dias, depois

que ele teve um acidente vascular cerebral, vimos alguns filmes juntos, tais como São Paulo S. A. Ele gostou de ver a São Paulo de sua juventude. Ele admirou bastante o filme Bang Bang, de Andrea Tonacci, que mostrava a Rodoviária, a Afonso Pena e a Praça Sete tal como elas eram no ano de 1971. Isso ativava nele as memórias que tinha dessa cidade, que visitava com frequência para repor os estoques de sua loja, o Bazar Joene, famoso pelos artigos de muito bom gosto, cujas vitrines chiques e reluzentes fascinavam. Liu trazia muita coisa de São Paulo, cidade onde deixou muitos parentes. Ele lembrou-se que a dançarina que aparece no filme improvisava ali no centro de Belo Horizonte. Eles devem ter levado, de improviso, a dançarina para uma apresentação de flamenco no mirante (segundo ele) e daí aquela impressão curiosa que aparece no filme, de uma figura gigantesca dançando sobre a cidade. Nesse período, fui à Santa Casa vê-lo, pois eu o tinha levado lá sozinho quando ele começou a passar mal. Dias depois, ao visitá-lo, já estava bem. A enfermeira disse: “Você é o Lúcio, você é parente dele”? Eu disse: “sim, sou genro”. Ela: “ele chamou seu nome a noite inteira”. Semanas depois, bem melhor, ele resolveu ir à missa na Matriz, bem cedo, pois sentia-se em falta por não ir à missa. E lá ele sofreu um outro AVC e morreu de uma forma como ele mesmo, com certeza, gostaria de morrer: dentro da igreja. Sua lembrança de sétimo dia o retratou com um raro sorriso e um movimento de mão que parece um “tchau”. Foi a despedida de quem sempre combateu o bom combate e guardou a fé, um exemplo para nós. Lúcio Emilio do Espírito Santo Júnior é filósofo, professor e escritor

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Chamadas indesejadas

ALEXANDRE

MAGALHÃES Alexandre Sanches Magalhães é empresário, consultor e professor de marketing, mestre e doutor pela USP e apaixonado por SP e BD

Em São Paulo, minha terra natal, quando meu celular toca e quem está ligando tem o DDD 041, que é de Curitiba, eu não atendo ou atendo já sabendo que é alguma empresa tentando vender alguma coisa que não me interessa. Aqui em Bom Despacho acontece algo muito similar, mas o DDD que ninguém respeita é o 011, código de área da cidade de São Paulo. Como meu telefone é de São Paulo, portanto meu DDD é o 011, sempre que ligo para alguém aqui em Bom Despacho, não consigo falar. É uma tristeza. Costumo comprar muitas coisas do dia a dia na Lanchonete do Willian, no bairro Esplanada. Gosto de ajudar o comércio do meu bairro bom-despachense, por isso, acabo comprando garrafões de água, cerveja, batatas, cebolas, açúcar, sal e coisas do gênero. Como aconteceu algumas vezes de eu ir até a lanchonete para comprar um galão de água e o Willian não ter a água para me vender, registrei seu número de telefone para ligar e confirmar se ele tem o produto para pronta entrega, antes de eu subir a rua com um galão vazio nas mãos e ter de descer novamente com ele ainda vazio. Claro, nas primeiras vezes que liguei, o Willian me ignorou totalmente. Um dia, alertado de que o problema era o DDD de meu telefone, depois de ligar algumas vezes sem sucesso, fui até a lanchonete e perguntei ao Willian se ele havia visto minha chamada. Respondeu que não havia chamada minha, somente umas ligações de “gente tentando me vender coisas”. “Este sou eu, o do DDD 011”. Pronto, nunca mais tive problemas, pois ele registrou meu número em sua agenda. Outro dia tentei ligar para um advogado de Bom Despacho, o Dr. José Raimundo, indicado por uns amigos. Já havia conversado com ele algumas vezes na Praça de Esportes, ido até seu escritório, mas nunca havia ligado para ele. Chamei algumas vezes e, como não atendia minhas ligações, deixei um recado em sua caixa postal. No dia seguinte, encontrei com o doutor na Praça de Esportes e disse a ele que havia ligado e deixado

recados. “Não vi sua ligação, não”. Passado alguns minutos, ele me mostrou a tela de seu celular e afirmou: “ontem só recebi algumas ligações desse povo que vende coisas”. “Este sou eu, já que meu número é de São Paulo”, confirmei. Contei essas histórias para uns amigos e um deles me perguntou: “só você atende ligações com DDD 011”. “Se não atender ligações de 011, deixarei de falar com minha mãe, irmãos, filha e todos meus amigos”, observei. Só então ele entendeu que rejeitar ligações de 011 não faria muito sentido para alguém que nasceu e ainda mora em São Paulo. Agora já aprendi: quando vou ligar para alguém em Bom Despacho, aviso antes que meu DDD é 011 e resolvo o problema.

¿Hablas español? Adoro ter boas surpresas. Sempre que tenho a oportunidade eu conto a história do José Calazans, baiano de Ibicaraí, que trabalhou em minha equipe no IBOPE e que foi, de longe, meu melhor colaborador. Calazans mudou-se para São Paulo para estudar além da quarta série primária, que era o máximo que Ibicaraí lhe oferecia. A dona da casa que ele morava em São Paulo, uma amiga da família que também havia nascido em Ibicaraí, morreu e Calazans virou morador de rua durante um ano e dois meses. Reconhecido na rua por uma vizinha, que apiedou-se dele e o levou para morar em sua casa, esse baiano forjado nas dificuldades da vida conseguiu concluir a faculdade de jornalismo, virou referência na área de análise de dados, é o diretor da área da IAB Brasil – Interactive Advertising Bureau, além de trabalhar na Rede Globo há alguns anos. Um vencedor! Semana passada, no feriado de Tiradentes, depois de correr doze quilómetros sob um sol escaldante, parei na Lanchonete do Willian para tomar umas cervejas, já que ninguém é de ferro. Escolhi uma mesa à sombra e só me levantava da minha cadeira para trocar a garrafa vazia por uma cheia. Em uma dessas ações, a Fantinha, apelido da ajudante do Willian, arriscou um espanhol comigo: “¿que necesitas, hombre?”. Respondi em espanhol e ela retrucou. Arrisquei mais algumas frases e, com naturalidade, ela continuou a conversa. Impressionado, perguntei como ela havia aprendido espanhol. “Tenho

uns primos, que nasceram em Bom Despacho, mas que hoje moram no Paraguai. Quando eu os encontro, escuto eles conversando e vou aprendendo”, explicou-me a Fantinha em perfeito espanhol. Que surpresa mais agradável. Agora, quando a vejo, já arriscamos uma conversa em espanhol, para espanto dos clientes que nos escutam e que devem imaginar que somos loucos. Com esse diferencial, temo que o Willian perca a ajudante em breve... Se eu fosse dono ou dona de uma escola de idiomas em Bom Despacho, faria um acordo com a Fantinha: daria a ela uma bolsa de estudos de uma língua qualquer, de escolha dela, e a usaria como garota propaganda da escola.

Arena Ferramenta Em São Paulo há muitos bares que são famosos por receber torcedores em dia de jogos de determinados times. E não só times do estado de São Paulo. Lembro-me que fui com uma pessoa de Bom Despacho a um bar no tradicional bairro paulistano do Bixiga, o bar Rancho Nordestino, que é ponto tradicional dos torcedores do Sport, clube de Recife. Aqui em Bom Despacho, o único bar que eu havia ido em dia de jogos grandes e que ficava cheio de torcedores era o Deck, que fechou recentemente (não sei se reabriu em outro endereço). Recentemente, conheci o Bar do Ferramenta ou Bar do Ernani. Como ele serve umas porções vegetarianas, acabei visitando o estabelecimento algumas vezes. Meio sem querer, percebi que havia muitos clientes com a camisa do Galo. Perguntei ao Ernani se era coincidência e ele disse que não, pois costuma exibir jogos, especialmente os do seu time do coração, o Atlético, em seu bar. Descobri que meu sogro costuma ver alguns jogos lá, inclusive foi ao Galo X Coelho, que recentemente jogaram pela Libertadores. Ótima opção para quem gosta de assistir jogos ao lado dos amigos, criando uma atmosfera de campo de futebol. Segundo o Ernani, em dia de jogos há até torcedores cruzeirenses no bar. Ouvi dizer que, quando o Galo perde, o bar fecha mais cedo. Coisa de empresário torcedor... Vou convidar meu sogro para me pagar umas cervejas e assistirmos juntos ao próximo jogo do Galo do Bar do Ferramenta.


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Bom Despacho (MG), 30 Abril 2022

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