JORNAL DE NEGÓCIOS / Bom Despacho-MG

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Bom Despacho (MG), 30 Julho 2021

DESTAQUE

Ano XXXII - Nº 1.614 • Fundado em 12/05/1989

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Bom Despacho (MG), 30 Julho 2021 • GRÁTIS 1 EXEMPLAR

VEJAS AS PROMOÇÕES E OFERTAS NA ÚLTIMA PÁGINA Cooperativas brasileiras respondem por 54% da produção agropecuária PÁGINA 11

Prefeitura e Sindicato se unem para levar cursos à zona rural PÁGINA 10

Ultrapassagem proibida acaba em morte na 262 PÁGINA 4

Queda de árvore em carro deixa 1 morto na BR 262 PÁGINA 4

Um brinde ao Firmino Garçom

PÁGINA 7

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Empreendedores são protagonistas do desenvolvimento, diz vice-governador Paulo Brant ao Jornal de Negócios na sua visita a Bom Despacho. O vice-governador Paulo Brant deu entrevista exclusiva ao Jornal de Negócios. Veja nas páginas 3 e 5.


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Whatsapp: (37)99922-2361 - e-mail: jornal@joneg.com.br CNPJ 40.615.727/0001-06 - Bom Despacho - MG Impresso por O Tempo Serviços Gráficos - 2101.3544

É proibida a reprodução total ou parcial, em qualquer meio de comunicação, dos textos e anúncios produzidos pelo Jornal de Negócios - A publicação não autorizada por escrito sujeita o(s) infrator(es) às penalidades legais - Editor: Alexandre Borges Coelho - Tiragem: 6.500 exemplares – Impresso na Sempre Editora / BH – Editoração e Arte: Jornal de Negócios – Opiniões emitidas em artigos assinados não representam a opinião do Jornal, sendo responsabilidade exclusiva do autor – Distribuição livre em Bom Despacho, Araújos e Engenho do Ribeiro e dirigida em Martinho Campos, Moema, Luz, Pompéu, Abaeté e Nova Serrana - Este exemplar é propriedade do Editor, que autoriza a entrega grátis de 1 jornal por pessoa.

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PEDIDO DE LICENCIAMENTO COOPERATIVA AGROPECUÁRIA DE BOM DESPACHO Ltda, por determinação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Bom Despacho, torna público que solicitou através do processo 7524/2021, Licença Ambiental Simplificada, para a atividade de postos revendedores, postos ou pontos de abastecimento, instalações de sistemas retalhistas, postos flutuantes de combustíveis e postos revendedores de combustíveis de aviação, código n° F -06-01-7, localizado na Rodovia MG 164, KM 122 C, Engenho do Ribeiro, Bom Despacho/MG.

PEDIDO DE LICENCIAMENTO COOPERATIVA AGROPECUÁRIA DE BOM DESPACHO Ltda, por determinação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Bom Despacho, torna público que solicitou através do processo 7529/2021, Licença Ambiental Simplificada, para a atividade de beneficiamento primário de produtos agrícolas: limpeza, lavagem, secagem, despolpamento, descascamento, classificação e/ou tratamento de sementes, código n° G-04-01-4, localizado na Rodovia MG 164 KM 136, S/N, Zona Rural, Bom Despacho/MG.


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Samu atende mulher que ateou fogo no seu próprio corpo

Bom Despacho (MG), 30 Julho 2021

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Vice-governador se encontra com empreendedores em BD “É HORA DA RETOMADA ECONÔMICA”, DIZ O PREFEITO BERTOLINO NO ENCONTRO

O SAMU foi chamado na noite de domingo (18/7), na avenida Dr. Juca, em Bom Despacho, para socorrer uma mulher com queimaduras graves no corpo. Testemunhas disseram aos socorristas que a mulher, cuja idade não foi informada, teria jogado álcool no próprio corpo e ateado fogo. A mulher foi atendida pelos

ALEXANDRE

MAGALHÃES

socorristas com queimaduras graves em mais da metade do corpo. De acordo com o SAMU, no momento do atendimento a vítima estava consciente, mas apresentava confusão mental. Ela foi imobilizada e levada para a Unidade de Pronto Atendimento de Bom Despacho.

Todos os caminhos me levam a Bom Despacho Página 9

Mais de 50 empresários bomdespachenses participaram do encontro com o vice-governador Paulo Brant realizado na Acibom na quinta-feira, 15/ 7. Por exigência do Comitê de Combate ao Coronavirus, o número de participantes foi limitado e só convidados puderam entrar no auditório. O evento foi aberto com apresentação do cantor e compositor Toninho Saudade. Em seguida falaram o deputado federal Diego Andrade e os deputados estaduais Wendel Mesquita, Antônio Carlos Arantes e Fábio Avelar. Depois deles falaram o presidente da

CDL Acibom Jailton Oliveira, o prefeito Bertolino da Costa e o vice-governador Paulo Brant. Bertolino destacou o trabalho de Romeu Zema e Paulo Brant à frente do governo de Minas. “Encontraram um estado falido e muita desorganização administrativa. Arregaçaram as mangas, taparam os buracos da corrupção e profissionalizaram a gestão”, afirmou. Dizendo ser ‘hora da retomada econômica”, o prefeito afirmou que Bom Despacho está investindo em “ações estruturantes” e na criação de “ambiente favorável ao

desenvolvimento e ao empreendedorismo” na cidade. Em seguida Bertolino apresentou as ações em andamento na Prefeitura. Entre elas destacou os projetos Circuito da Fé, Cidade Digital, Anel Rodoviário e Derivação de Água do São Francisco para o Rio Picão. Fechando o encontro, o vicegovernador Paulo Brant elogiou os projetos mostrados por Bertolino e disse que “os protagonistas do desenvolvimento são os empreendedores”. Para ele, cabe à administração pública “criar ambiente amigável para

empreendedores, principalmente os micro e pequenos” e eliminar entraves burocráticos para estimular o empreendedorismo e a geração de empregos. “O papel do governo é sinalizar e induzir caminhos para o setor privado. Isso vale para os governos federal, estadual e do município”. Entrevista exclusiva Logo após o encontro, o vicegovernador Paulo Brant reuniu-se com o editor Alexandre Borges para uma entrevista exclusiva ao iBOM / Jornal de Negócios. Leia na página 5 desta edição.

Megaoperação da Polícia abordou 167 pessoas em Bom Despacho e Moema Vinte e seis militares, em 11 viaturas, foram empenhados em Bom Despacho e Moema na operação “Machado de Prata 90 anos”, dia 19/7 para celebrar o aniversário do 7° BPM. A operação foi lançada durante evento na Praça da Matriz, dia 19/7, com participação do comando do 7° BPM e da banda de música da unidade. O objetivo foi reforçar o policiamento dos municípios, cumprir mandados de busca e apreensão, combater o tráfico de drogas, porte ilegal de armas e roubo de veículos, entre outros crimes. Nela foram empregados até militares do setor administrativo para reforçar as ações operacionais. O foco da PM é atuar em caráter preventivo para evitar crimes. Segundo o iBOM apurou, em 6 horas de operação a 50ª Companhia, responsável pelo policiamento de BD e Moema, abordou 167 pessoas, sendo que uma foi presa. Um mandado de busca a apreensão foi cumprido e 81 veículos foram fiscalizados, dos quais dois foram retidos por existência de irregularidade (iBom).


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Bom Despacho (MG), 30 Julho 2021

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Presença de hippies nas Ultrapassagem proibida ruas gera polêmica em BD acaba em morte na 262 A presença de hippies produzindo e vendendo artesanato na região central de Bom Despacho tem gerado reclamações e protestos de pessoas, especialmente em redes sociais. As queixas mais frequentes são de lixo e outros materiais deixados por eles em espaços públicos. Além disso, há quem reclame de constrangimento causado por insistência de alguns hippies para que as pessoas comprem seus produtos. Algumas pessoas cobram ação mais ostensiva da Polícia Militar contra os hippies. Outras argumentam que eles passam dificuldade, estão trabalhando e não fazem mal a ninguém. Segundo a coordenadora do CREAS (Centro Especializado de Assistência Social), Marina Apolinário, técnicos do órgão têm realizado abordagens frequentes dos hippies que, na sua maioria, vivem na rua. Nessas abordagens, feitas com apoio da Polícia Militar, essas pessoas são identificadas, acolhidas, ouvidas sobre suas necessidades, orientadas e ajudadas. “A Constituição garante a todos o direito de ir e vir. Então orientamos sobre o comportamento deles e sobre os cuidados que precisam ter com o local onde estão”, afirmou Marina ao Jornal de Negócios. A ajuda oferecida pelo CREAS inclui passagens intermunicipais de ônibus para aqueles que desejarem voltar à sua cidade de origem. Veja mais na entrevista a seguir. Jornal de Negócios Quantos hippies estão cadastrados atualmente pelo CREAS em Bom Despacho? Marina - Não temos um número preciso, pois alguns não querem passar seus dados. E tem muita rotatividade deles também. Mas no momento são em média 15 hippies. De onde são? De onde vêm? São de diversos estados do Brasil e até mesmo de outros países. Eles alugam moradia aqui na cidade? Onde ficam? A maior parte deles

Lixo deixado na Praça da Matriz por hippies (Foto: Rede social permanece em espaços públicos do município. Um menor número geralmente se hospeda em pousadas. Por quê escolhem ficar em Bom Despacho? Em Bom Despacho temos empresas que fornecem a matéria-prima para confecção dos artesanatos, como pedras semipreciosas. Em cidades vizinhas há empresas que fornecem linhas e couros. Devido a esses fatores, eles permanecem constantemente aqui no município. Muitas pessoas reclamam do acúmulo de objetos e de lixo deixados por eles em espaços públicos. Reclamam também da insistência de alguns com os transeuntes para comprarem seus produtos. O que pode ser feito quanto a isso? Em todas as abordagens realizadas pelo CREAS orientamos sobre a importância da limpeza do espaço público e de não haver depredação do patrimônio. Orientamos também sobre o comportamento deles com a população. Pedimos sempre respeito e cuidado na abordagem dos transeuntes.

O que é oferecido aos hippies nas abordagens feitas pelo CREAS? As abordagens do CREAS são realizadas com o objetivo não de proibir, mas sim de orientar sobre os cuidados que precisam ter com o local onde estão. A Constituição garante a todos os cidadãos o direito de ir e vir. Então orientamos sobre o comportamento deles. Nesse momento de pandemia orientamos também sobre a prevenção e a importância do uso de máscaras, álcool em gel e de não aglomerar. Também distribuimos máscaras. Além disso, oferecemos passagens intermunicipais para quem tem interesse em retornar à cidade de origem. A grande maioria dos hippies é cadastrada no CadUnico e recebe bolsa família. No geral, como eles têm reagido às abordagens? Com a equipe do CREAS reagem de forma tranquila e tendem a concordar com tudo que orientamos. Infelizmente, não conseguimos sempre que eles acolham as orientações, mas sempre retornamos e reafirmamos nossa posição. É um serviço contínuo e sempre que necessário faremos as abordagens. Não com o objetivo de punir, mas de orientar.

Abordagem do CREAS realizada dia 17/7 em parceria com PM e Secretaria de Saúde (Foto: PMBD)

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Um homem morreu após o Citroen C4 que dirigia bater de frente num caminhão VW que vinha em sentido contrário na BR 262. O acidente aconteceu às 5h45 da manhã do sábado (17/7), no km 473 da rodovia, próximo à estação da Copasa, em Bom Despacho. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, o motorista do Citroen, de 50 anos, trafegava no sentido capital/interior quando tentou fazer uma ultrapassagem no local e bateu de frente no

caminhão. Ele morreu na hora. O iBOM apurou que no local do acidente há faixa contínua proibindo ultrapassagem. Após a batida ambos os veículos sairam da pista. O Citroen capotou e ficou inteiramente destruido. O caminhão bateu numa árvore. Sua cabine ficou destruida. O motorista do caminhão, de 54 anos, foi socorrido e encaminhado para a Santa Casa de Bom Despacho. A PRF não informou seu estado de saúde nem de onde são os envolvidos.

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Perseguiçãodemotoetiros na rua em Bom Despacho Dois homens de 20 e 23 anos foram presos pela Polícia Militar por tentativa de homicídio em Bom Despacho na noite de segunda-feira (12/7). O crime aconteceu na avenida Ana Rosa, bairro Tabatinga. Os autores dispararam seis tiros na vítima. De acordo com a PM, os dois acusados estavam numa motocicleta perseguindo outro jovem de 23 anos, também de moto, perto da quadra da Tabatinga. O jovem perseguido, que tem passagens por tráfico de drogas, acelerou e fugiu para a avenida Ana Rosa, seguido de perto pela dupla. Na esquina da rua Paraná, perto do VAP, ele tentou fazer o retorno e caiu da motocicleta. Nesse momento a dupla se aproximou e o garupa disparou seis tiros de revólver em cima do jovem caido no chão. Em seguida os autores fugiram do local. Apesar da proximidade do atirador, o jovem só foi atingido de raspão por um tiro na cintura. Os outros disparos não o acertaram. Ele teve vários ferimentos causados pelo tombo da moto. Um militar disse ao iBom que a vítima deu sorte porque usava duas blusas de frio muito largas e a maioria dos tiros passou raspando no seu corpo. Suas blusas apresentavam várias perfurações.

Cerco policial Logo após os tiros a Polícia Militar foi chamada e iniciou um cerco nas principais vias da cidade para localizar a prender a moto com a dupla. Uma das guarnições estava na avenida Dr. Roberto, altura do bairro do Rosário, e visualizou a moto com os autores fugindo em direção ao Cidade Nova. Outras viaturas policiais foram mobilizadas e seguiram para a região. No bairro São Vicente uma guarnição flagrou o garupa desembarcando da moto com um revólver na mão. Ao ver a PM o piloto acelerou

e saiu, mas o garupa foi abordado e preso na hora. Com ele foi apreendido o revólver usado no crime e mais quatro munições intactas. Enquanto isso a Polícia cercou a região e pouco depois localizou e prendeu o segundo envolvido. A moto que ele pilotava também foi apreendida e ainda recebeu cinco autuações. Segundo um policial ouvido pelo iBom, essa tentativa de homicídio é resultado da disputa de pontos de tráfico que já provocou outras mortes por assassinato em Bom Despacho.


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ENTREVISTA EXCLUSIVA: Vice-governador Paulo Brant

Empreendedores são protagonistas do desenvolvimento, diz Paulo Brant Se o projeto executivo de fato apontar pela viabilidade, eu acho que dinheiro aí não vai ser problema não. Quando o projeto é bom, quando você tem um projeto viável e com gente séria conduzindo, o dinheiro vem.

Em entrevista exclusiva ao editor do iBOM / Jornal de Negócios, Alexandre Borges, dia 15/7, o vice-governador Paulo Brant falou dos projetos apresentados por Bertolino. “Eu acho que o prefeito está no caminho que eu gosto muito”. Segundo Brant, o papel do governo é “gerar sinalizações, macrodireções, alinhavar projetos principalmente na área de infraestrutura”.

No mundo hoje tá sobrando dinheiro. Aqui e fora. Outro dia nós tivemos uma reunião com os ministros lá de Abu Dhabi. Eles têm um fundo lá de quase 1 trilhão de dólares. E não sabem o que fazer com o dinheiro, porque a taxa de juros no mundo é muito baixa. Hoje, se você pegar esse dinheiro e aplicar no mercado financeiro internacional, a taxa de juro é quase negativa. Então eles quase que pediram: pelo amor de Deus tragam projetos que sejam ESG – sejam projetos sustentáveis.

Para ele, o projeto de derivação de água do São Francisco para o Rio Picão “é claramente viável” e pode ter apoio do BDMG. “Quando você tem um projeto viável e com gente séria conduzindo, o dinheiro vem”. Perguntado pelo jornal sobre a possibilidade do Estado custear o asfaltamento do anel rodoviário de Bom Despacho, o vice-governador admitiu essa possibilidade. “Com essa retomada da economia que já é evidente, o Estado vai começar a fazer algum investimento público”, afirmou. Na entrevista, o vice-governador fala também do seu futuro político, elogia o cantor Toninho Saudade – que abriu o evento na Acibom – e afirma que leva uma “energia boa” de Bom Despacho. Veja a seguir. O senhor é economista, engenheiro, professor. Foi diretor do BDMG, secretário de Cultura de Minas e chefe de gabinete do Ministério da Indústria e Comércio. Pela sua formação e experiência política conhece bem Minas Gerais. Eu pergunto: na sua visão, quais são as ações mais importantes, o que precisa ser feito para promover o desenvolvimetno de Bom Despacho e região? PAULO BRANT - Resumidamente, eu acho que tem algumas frentes: a questão da logística – que é inclusive uma reivindicação que nos foi apresentada lá na Câmara, a questão da 262 e do anel - , eu acho que é fundamental. Tive conhecimento agora desse projeto de derivação do São Francisco. Pelo que me foi dito ali é um projeto com custo razoavelmente barato pela amplitude dele e pela área que abrange. E o Alysson Paolinelli [idealizador do projeto] fala com conhecimento de causa. Acho que são duas vertentes fundamentais: melhorar a logística e melhorar o abastecimento de água para viabilizar a irrigação e produzir mais. No caso do projeto de derivação, a ideia é retirar 5% do volume de água do São Francisco e jogar no Rio Picão, aumentando o volume de água disponível para irrigar plantações de grãos e criar aqui um pólo de produção de grãos... PAULO BRANT – Produzir grãos é um bom negócio em qualquer lugar do mundo. Mesmo o preço oscilando um pouco mais, um pouco menos, mas na média sempre é um bom negócio... Sim. É um projeto ambicioso, que demanda inves-

O vice-governador de Minas, Paulo Brant, em entrevista exclusiva ao Jornal de Negócios timento muito alto. Na opinião do senhor, de que forma o Governo de Minas pode ajudar a implementar o projeto? No segundo semestre o Sebrae vai licitar o projeto da obra, orçado em R$ 1,2 milhão.

PAULO BRANT – Eu acho que o governo tem uma série de instrumentos que pode utilizar: o próprio BDMG tem linhas de crédito que podem financiar o projeto. Pode incluir no orçamento do Estado. Esse é o tipo de investimento público

que possui taxa de retorno altíssima. Se o Estado alocar uma quantia razoável para viabilizar esse empreendimento, em muito pouco tempo ele vai receber de volta sob a forma de tributos, geração de renda direta e indireta.

Acho que de posse de um projeto que é claramente viável, como esse da derivação de água, o dinheiro vai ser o menor dos problemas. Diante do fato de que o projeto investe na produção de grãos, na geração de empregos e pode aproveitar até 70 mil hectares para multiplicar a produção, o senhor acredita que vai se enquadrar nesses critérios ESG? PAULO BRANT – Ah, não tenho dúvida! A nossa agricultura é uma agricultura muito sustentável. Nós temos um Código Florestal que é exemplar. O que acontece? O desmatamento não ocorre por causa de legislação inadequada, é pelo descumprimento da legislação. São atividades criminosas de desmatamento. Descumprimento da lei é caso de polícia e da Justiça. Mas a legislação brasileira é exemplar. Certamente esse projeto vai encontrar guarida nesses órgãos de financiamento internacionais, que olham muito isso, a questão da preservação. O senhor disse na sua palestra que um dos papeis dos governos – federal, estadual e municipal – é induzir, é fomentar o desenvolvimento. E elogiou a iniciativa do prefeito Bertolino com os projetos mostrados hoje. Um deles é o anel rodoviário ligando a BR 262 à MG 164 com extensão aproximada de 15 km. O que o Governo de Minas pode fazer em prol desse projeto de Bom Despacho? PAULO BRANT – Pode contar com a boa vontade para estudar alternativas. Teria que ver se esse projeto seria passível de uma PPP (Parceria Público Privada) como o rodoanel de Belo Horizonte. Uns 30% do custo do rodoanel serão bancados pelo dinheiro da Vale. O restante será coberto pela concessão através de pedágio. Como quase a metade da obra vai ser paga com dinheiro público, o pedágio vai ser razoável. É um modelo que o governo tem feito em algumas estradas e é um modelo promissor. O anel rodoviário de Bom Despacho é um trecho pequeno, de aproximada-

mente 15 km. O senhor acha que seria viável o Governo de Minas colocar o asfaltamento [do anel] no cronograma de obras do Estado no próximo ano? PAULO BRANT – Acho que sim. A situação financeira do Estado ainda não está nota 7, nota 8, mas se era nota 1 quando a gente assumiu, ela já está hoje com nota 6. É uma situação que já permite começar a pensar em retomar algum investimento. Nos últimos 2 anos, o investimento público do Estado foi praticamente zero, porque havia uma dívida acumulada que era absolutamente inegociável com prefeitos, fornecedores, bancos, funcionários públicos. Com essa retomada da economia, que já é evidente, o Estado vai começar a pensar em fazer algum investimento público. O senhor é um político conciliador e moderado. Será candidato a senador, deputado federal, a vicegovernador em 2022? PAULO BRANT – Olha, eu estou conversando. Hoje estou sem partido. Estou conversando com vários partidos. Eu acho que a eleição federal e a eleição estadual vão estar muito vinculadas. Então, dependendo do projeto estadual ou nacional, eu posso até entrar em algum cargo. Mas, se não entrar, não tenho o menor problema em falar: cumpri minha missão, vou embora pra casa. Não é escapismo não. É porque é verdade mesmo. O senhor já esteve antes em Bom Despacho? PAULO BRANT – Sim, já estive várias vezes. Mas como vicegovernador é a primeira vez. O senhor nasceu em Diamantina, terra conhecida pela seresta. É irmão do finado compositor Fernando Brant, parceiro de Milton Nascimento. Sua recepção aqui em Bom Despacho, na Acibom, foi aberta pelo cantor Toninho Saudade, seresteiro, um talento da terra. O que sentiu? PAULO BRANT – Bom demais, uai! Música cabe sempre em qualquer lugar, porque a música nos eleva. Com música a conversa fica mais leve. Música sempre é bom. E a música do Toninho Saudade é boa, dentro do estilo dele. Bacana. Boa melodia. Letra bacana. Que impressão leva daqui de Bom Despacho? PAULO BRANT – Foi uma visita muito agradável. Uma visita leve, energia boa. E levo uma ótima impressão do prefeito eu não o conhecia –, da visão que ele tem. Acho que é uma visão correta. É papel do governo gerar sinalizações, macrodireções, alinhavar projetos principalmente na área de infraestrutura, porque o setor privado se interessa e quem faz o desenvolvimento são os empresários. Eu acho que o prefeito está no caminho que eu gosto muito.


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Bom Despacho (MG), 30 Julho 2021

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A Urna Eletrônica é conquista e patrimônio do Povo Brasileiro FERNANDO

CABRAL

Fernando Cabral é licenciado em Ciências Biológicas, advogado, auditor federal e vereador em Bom Despacho

A primeira eleição registrada no Brasil foi em 1532, quando os portugueses elegeram os conselheiros (vereadores) da Vila de São Vicente (Baixada Santista). Desde esta primeira eleição, a regra foi a influência do poder econômico, da força bruta e muitas vezes da fraude desavergonhada. De lá até a introdução das urnas eletrônicas, eleições honestas e livres entre nós foram raras e esparsas. Se é que existiram. Dos tempos do império até a ascensão de Getúlio Vargas, nem se fala. As eleições eram pantominas mediante as quais os coronéis mediam força e mostravam seu prestígio. A plebe, esta nada tinha a dizer além de “sim, senhor”. Para começar, só homens podiam votar. Com isto ficava de fora a metade da população. Tampouco podiam votar os escravos, os menores de 25 anos, os solteiros, os que eram pobres. Lá se iam, excluídos, mais uns 45% ou mais da população. A República ampliou o número de eleitores. No entanto, o resultado das eleições continuaram sendo controladas pelos coronéis. Cada região tinha os seus mandantes e eram eles que determinavam quem seria eleito. Para garantir o domínio, expedientes e fraudes não faltavam. Os mais usados foram o voto de cabresto e o bico de pena. O voto de cabresto era aquele em que o coronel determinava em quais candidatos os seus empregados, colonos e agregados votariam. E ai daquele que desobedecesse! O bico de pena era uma fraude menos trabalhosa, pois o coronel não tinha que controlar os eleitores. Em vez disto, ele controlava os mesários. Eram eles que fabricavam os resultados ao redigir a ata de apuração. Vem daí a imagem do bico de pena que deu nome à fraude: pena era a caneta com a qual se escreviam e se assinavam as atas. Hoje chamaríamos de golpe da caneta, ou canetada. As atas registravam os votos que os coronéis queriam, não os votos depositados nas urnas. Estes não valiam. Em 1932 Getúlio Vargas criou a Justiça Eleitoral. Seu objetivo era regulamentar as eleições e julgar ações decorrentes de fatos ligados às eleições. Foi um avanço. No entanto, o poder dos coronéis demorou décadas para se arrefecer. Eles continuaram dominando os eleitores mediante voto de cabresto e instruindo (ou coagindo) os mesários a fazerem as atas que lhe interessavam. A despeito disto, lentamente, as eleições foram sendo aper-

Quando o assunto é democracia, a Constituição de 88 é a maior conquista do povo brasileiro. Quando o assunto é votação, as urnas eletrônicas são a maior conquista. Assim como não há estado de direito sem constituição, não há democracia sem eleições periódicas, livres e limpas. A garantia abstrata destas conquistas está na Constituição, mas a garantia concreta da liberdade e da lisura do voto está nas urnas eletrônicas. feiçoadas. O eleitorado foi ampliado. Ampliação que chegou ao máximo com a Constituição de 88. A partir dela, podem votar também os analfabetos e os menores a partir dos 16 anos. Além disto, o TSE criou o cadastro único de eleitores. Com isto foram eliminados os eleitores fantasmas e os eleitores que votavam duas vezes. Mas, na prática, foi a chegada das urnas eletrônicas que, de vez, colocou fim às fraudes eleitorais. Contudo, antes da introdução delas tivemos uma fraude que algumas pessoas confundem com fraude eletrônica e associam com as urnas eletrônicas. Na realidade, foi a última fraude no estilo bico de pena que se tentou no Brasil. Nada tem a ver com urna eletrônica. O episódio aconteceu na eleição de 1982, no Rio de Janeiro. A votação foi no estilo tradicional. Cada eleitor assinalava sua preferência numa cédula de papel e a depositava na urna. No final do dia os escrutinadores contavam os votos. O serviço era acompanhado pelos fiscais de partido e pelas autoridades eleitorais. Assim sendo, a contagem e a confecção dos mapas e dos boletins eram corretos. Cada boletim impresso e assinado pelos escrutinadores e fiscais era levado para a central de totalização. Naquele ano o TRE, fugindo ao seu costume de contratar o SERPRO, contratou uma empresa chamada PROCONSULT para fazer a totalização. A origem da PROCONSULT é nebulosa, mas isto não vem ao caso agora. O que ela fez foi transferir para o computador a velha fraude do bico de pena. Quando os boletins de urna chegavam à central, os digitadores transferiam seus números para o computador. Até aí, tudo normal. A prestidigitação acontecia na hora de

distribuir os votos entre os candidatos. Brizola recebia os seus, mas Moreira Franco recebia os seus e também uma parcela dos brancos e dos nulos. Enfim, era o velhusco golpe do bico de pena, só que agora fabricado com bits e bytes. Nada a ver com urna eletrônica. A fraude foi descoberta, a totalização foi refeita e Brizola foi eleito. O resto é história. Para as eleições de 1989 o TSE centralizou a totalização e a divulgação dos resultados. Na ocasião o SERPRO ainda desempenhava papel significativo na apuração, mas o Tribunal estava se preparando para ter maior controle em todo o processo. Em 1993, sob a presidência do Ministro Sepúlveda Pertence, o TSE avançou no planejamento, execução e fiscalização das eleições. A transmissão de dados passou a ser eletrônica e os juízes eleitorais usaram um sistema de senha essencialmente inviolável. Isto porque uma senha nova era gerada automaticamente a cada transmissão de boletim. Nem mesmo o juiz a conhecia previamente. Além disto, ela nunca podia ser reutilizada e variava a cada tantos segundos. Em 1994 a totalização já foi inteiramente realizada pelo TSE. Contudo, o tribunal queria ir além da mera totalização. Os esforços foram dirigidos à tarefa de construir a urna eletrônica propriamente dita. A primeira versão dela foi usada nas eleições de 1996 e foi usada nas cidades com mais de 200 mil eleitores. Em 2000, elas chegaram a todas as cidades. Este ano (2021) as urnas eletrônicas comemoraram aniversário de 25 anos. Neste quarto de século, jamais se registrou um único caso de fraude. Para um país em que as fraudes eleitorais eram a regra, este é um histórico que merece ser celebrado.

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Quão seguras são as urnas? Diariamente ouvimos notícias de hackers que invadiram bancos, órgãos de governo, grandes empresas. No entanto, não existe nenhum caso de invasão às urnas eletrônicas. Para quem conhece de tecnologia de informação e redes de computadores, é fácil entender por quê. As urnas são isoladas e autônomas. Elas não trabalham em rede e não são jamais conectadas à Internet. Assim sendo, não há como o hacker atacá-las remotamente. Por conseguinte, este não é um caminho possível para sua violação. Resta ao pirata cibernético penetrar e alterar fisicamente o programa da urna ou controlar o próprio sistema do TSE. Bom, atacar e alterar milhões de urnas em poucos dias seria uma tarefa impossível, mesmo que alguém tivesse o poder de chegar a todas elas. Mesmo assim, seria um trabalho inútil, pois as urnas são conferidas uma a uma pouco antes de irem para os locais de votação. Nos locais de votação são conferidas novamente. Atacar o sistema do TSE também exigiria esforços incompatíveis com os recursos disponíveis para partidos políticos, candidatos ou piratas contratados por eles. Mas, do ponto de vista teórico, isto seria possível. No entanto, é missão dificílima e basicamente inútil. Inútil porque, mesmo que todos os dados do TSE fossem destruídos ou alterados por um pirata, os resultados corretos poderiam ser reconstituídos a partir dos boletins individuais gravados, impressos e colocados à

disposição de partidos e cidadãos lá na origem, uma vez na mesa de apuração e outra vez no cartório eleitoral. Com as urnas eletrônicas, tudo é auditável do início ao fim. Se as urnas não podem ser atacadas pela Internet e se o ataque ao TSE não é proveitoso, resta pensar no conluio. Coisa, aliás, muito ao gosto dos teóricos da conspiração. As eleições poderiam ser fraudadas — com ou sem urna eletrônica — se houvesse um conluio envolvendo centenas de milhares de pessoas: juízes, promotores, mesários, fiscais de partido, servidores da justiça eleitoral, advogados. Mas, para acreditar que é possível uma colusão desta magnitude, não basta que a pessoa seja adepta das teorias conspiratórias; ela precisaria ser maluca e ter um bocado de parafusos a menos. A urna é robusta e tem se mostrado à prova de fraudes. Mesmo assim, sempre poderá ser melhorada. A introdução da identificação biométrica é mais uma trava antifraude que está chegando. Os algoritmos usados nas urnas poderiam e deveriam ser todos publicados e colocados à disposição dos matemáticos, estatísticos, cientistas, população em geral e piratas. Isto daria mais transparência ainda ao processo eleitoral. Além disto, quanto mais os algoritmos são conhecidos e explorados, mais eles podem ser aperfeiçoados e mais seguros podem ficar. Os iluministas, não importava qual sua língua nativa, gostavam de repetir o lema latino sapere aude, que significa ouse saber. Ou seja, não devemos acreditar nas

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coisas só porque alguém disse. Devemos estudar, investigar, pesquisar e tirar nossa própria conclusão com base nos fatos e na ciência, não nas alegações alheias. Menos ainda nas redes sociais – mal dos tempos –, onde pululam boatos, notícias fajutas e terraplanistas. Daqui até as eleições do ano que vem o eleitor tem bastante tempo para entender como funcionam as urnas eletrônicas, compreender por que elas nunca foram fraudadas e convencer-se de que dificilmente o serão. Ao mesmo tempo, vai poder meditar e entender por que o voto impresso é um enorme retrocesso que vai lançar o Brasil de volta à época dos coronéis da guarda nacional e até dos portugueses de 1532. A volta ao papel permitirá que os mandachuvas de hoje constranjam o eleitor e comprem votos às mancheias. Se mais não fosse, porque o voto impresso será a prova exigida de que o eleitor venal e o eleitor no cabresto fizeram o que o cacique mandou fazer ou pagou para fazer. Antes que alguém pegue o fio da meada que leva à centralização dos votos no TSE, é bom lembrar que, se houver uma invasão cibernética lá, não faz diferença se o voto é impresso ou é virtual. O resultado poderá ser manipulado, como aconteceu tantas vezes com a fraude do bico de pena. Todavia, há uma diferença a favor das urnas eletrônicas: descoberta a invasão, a verdade das urnas eletrônicas poderá ser restabelecida em horas. Já com o voto impresso, em meses. Isto, se for possível.


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Bom Despacho (MG), 30 Julho 2021

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Queda de árvore em carro Um brinde ao Firmino deixa 1 morto na BR 262 Mesmo quando voltarem a ficar cheios de gente celebrando a vida no póspandemia, os bares e restaurantes da cidade não serão os mesmos sem a presença do Firmino, um dos garçons mais antigos e conhecidos de Bom Despacho. Firmino Ribeiro da Costa, 69 anos, morreu dia 13/7 de ataque cardíaco. Humilde, gentil e sempre atencioso, Firmino trabalhava há mais de 32 anos em bares e eventos na cidade. Tratava todas as pessoas com atenção e respeito. Sua humildade fazia dele um grande homem. Em 2018 Firmino foi entrevistado pelo Jornal de Negócios quando seu filho morreu afogado no Rio Pará, às vésperas do Dia dos Pais. Na época, ele disse ao Jornal: “Meu sentimento é de que a vida fica perdida, sem sentido (…) Agora, é lutar para tentar recuperar a alegria e a disposição de tocar a vida”. Mesmo carregando essa dor, Firmino permaneceu levando alegria, atenção e gentileza para milhares de pessoas até o fim, como fez em toda a sua vida.

Firmino em foto de 2018, feita pelo Jornal de Negócios; ele faleceu dia 13 de julho em BD

Leia a matéria feita pelo Jornal de Negócios em 2018 com Firmino Garçom apontando a câmera do celular para o QR Code ao lado

Foto: Bombeiros BD

A queda de um eucalipto sobre um carro na BR 262, no início da noite de sábado (17/7) obstruiu a rodovia, matou o motorista e deixou uma mulher ferida. O acidente ocorreu no km 517 da BR 262, entre Luz e Bom Despacho. De acordo com o Corpo de Bombeiros de Bom Despacho, um Chevrolet Zafira com placa de Contagem seguia para a cidade de Bambuí quando um eucalipto crescido na margem da rodovia caiu sobre a pista e atingiu o veículo. O Zafira levava duas pessoas. Com o impacto ele foi jogado para a lateral da pista. O motorista, de 38 anos, não resistiu e morreu no local. A passageira, uma mulher de idade não informada, foi socorrida pelo resgate da concessionária Triunfo Concebra com ferimentos leves. Os Bombeiros foram acionados para retirar o eucalipto da pista e desencarcerar o corpo do motorista, que ficou preso nas ferragens. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o eucalipto caiu por causa de uma grande queimada que ocorreu no local. O caso será investigado pela Polícia Civil (iBom).


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Bom Despacho (MG), 30 Julho 2021

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Registros de patrimônios da história de BD Tadeu de Araújo Teixeira é professor, escritor e fundador da ABDL

Biquinha A Biquinha é um chafariz cuja água de mina foi captada em 1900 pelo vigário Nicolau Ângelo del Duca. É um dos marcos iniciais da Vila de Nossa Senhora do Bom Despacho. Foi a primeira fonte de abastecimento de água para a população urbana. E fonte onde sempre trabalharam as lavadeiras de Bom Despacho. Era também um ponto de lazer para a população. Acredita-se que em tempos mais antigos era lugar de descanso para os bandeirantes e aventureiros. Tornou-se um recanto muito especial para a cidade e os forasteiros. “Quem bebe da água da Biquinha nunca mais esquece Bom Despacho”, diz um antigo provérbio muito popular na cidade. O elemento principal do conjunto é uma bica de água encimada por uma cruz, tendo como base um bloco de pedras de concreto. Na frente situa-se uma área circular com piso de cimento. Árvores, bancos de jardins, bambuzais, flores e gramados nas áreas fronteiriças. Na direção oposta, numa elevação de terreno, existe um passeio em blocos de cimento, uma estrutura para as lavadeiras e uma passarela ligando a Rua da Biquinha à Rua dos Expedicionários além de escadarias que formam espaços culturais a céu aberto. Locomotiva Com a extinção do ramal ferroviário de Azurita a Barra do Funchal, que integrava a antiga Estrada de Ferro Paracatu, Bom Despacho ficou sem o transporte ferroviário. O desenvolvimento do município teve, na ferrovia, grande importância. Por essa razão, entre outros motivos, os ferroviários passaram a lutar pela preservação da memória da ferrovia, com a apoio de outras classes, principalmente as lideranças da educação e da cultura. Num segundo momento, conquistou-se o apoio político para o movimento. O ferroviário Manuel Werneck, maquinista natural de Divinópolis, dedicou-se ao trabalho de conseguir restaurar e trazer para Bom Despacho uma locomotiva destinada a transformarse num monumento da cidade. Destacaram-se no apoio a esta iniciativa o vereador Haroldo Queiroz e o prefeito Célio Luquine. A locomotiva foi restaurada nas oficinas da Rede Ferroviária de Divinópolis com recursos de nossa prefeitura. Belamente restaurada, a Maria Fumaça permaneceu por quase um ano em Divinópolis, em razão do alto custo do transporte e outras dificuldades para trazê-la

até Bom Despacho. No governo de Haroldo Queiroz, pelo empenho do ferroviário Alcides Werneck e apoio da Secretaria Municipal de Cultura, dirigida pelo professor Jacinto Guerra, juntando-se ao movimento dos ferroviários e da Prefeitura conseguiu-se trazer e instalar a locomotiva junto à plataforma da antiga estação da Rede ferroviária Federal. Ela encontra-se restaurada, pintada e em condições de pleno funcionamento sobre os trilhos, como símbolo de um dos períodos mais gloriosos de nosso município. Povoados: o Salitre Grandes patrimônios de um município, os povoados e as fazendas até os meados do século XX concentravam a maioria da população. Tinham número de moradores maior do que o da zona urbana, da cidade propriamente dita. Eles e seus antigos habitantes fazem parte de nossa história ainda hoje. A maioria reduzidos ou acabados. Um desses últimos povoados é o Salitre, onde o escritor Arnaldo Silva viveu sua infância feliz. Dia desses estive lá, na antiga escola do lugar, onde segundo o Arnaldo estudavam cerca de 80 crianças. Hoje só não está abandonada porque a prefeitura a cedeu como moradia para um cidadão humilde e solitário, retirante dos sertões da Bahia. Vejamos parte do que o Arnaldo escreveu em seu livro Doces Momentos, sobre o Salitre. “O lugar que eu mais amava, onde minha mãe foi criada era o povoado do Salitre. Lembro-me bem, um lugar cheio de matas nativas de cerrado, plantações e vida. Passávamos por caminhos em meio ao amarelo-ouro dos arrozais. Plantações de café eram de perder de vista. Tinha mandioca, milho, hortaliças. Até plantação de algodão havia, para as donas de casa fazerem as roupas da família. Toda casa tinha um pomar. Não faltavam as vacas das quais se tirava o leite, quase sempre para uso próprio ou produção de queijo, que era a moeda de troca, garantia de subsistência para toda a família. Havia muitas casas, boa parte delas bem simples, de paua-pique. O povo ia trabalhar e as casas ficavam abertas ou as portas e janelas trancadas com tramelas e trincos. Não tinha perigo algum. A cozinha ficava fácil de abrir, justamente para algum visitante chegar e poder tomar água, um café ou comer alguma coisa. Tinha sempre biscoitos sobre o fogão a lenha. O único perigo que tinha mesmo eram onças, lobos, jaguatiricas e cobras. Foi nesse lugar que vivi meus doces momentos que nunca esqueço. Foi nesse lugar que meus pais se conheceram. Meu pai vivia numa fazenda próxima, chamada Cal das Pedras. Ele vinha sempre à noitinha, montado em seu cavalo para namorar. Ficava

Fonte da Biquinha

Maria Fumaça na Praça da Estação

na sala, tomava café, meu avô lá a fazer companhia, junto a minha mãe. Nunca ficavam sozinhos. Depois de uma boa prosa, ia embora. Era assim o namoro daquela época. Meu pai voltava para casa ali pelas oito da noite, com uma garrucha na cintura, segundo ele para se proteger de loba parida.

para o trabalho, viviam para a família. Esse era o Salitre, um lugar cheio de vida e de alegria, onde vivi ‘Doces Momentos’ e minha vida”.

O grupo escolar do povoado era cheio de crianças. Eu contava umas 80. A maioria fazia o primeiro ano de grupo. Poucos chegavam ao quarto ano. Quem fazia o quarto ano de grupo era bem estudado. Mas isso pouco importava na época. Viviam

“Nos Caminhos da Política- Gráfica Fumarc” - Luciene S. Campos e David Andrade

Fontes de consulta: “História, cultura e turismo em Bom Despacho” Edições Piraquara” – Jacinto Guerra -1997)

“Retalhos do Passado” – Vicente Silveira “Breves Notícias sobre a freguesia de N.S. do Bom Despacho” - Pe. Nicolau Ângelo del Duca – Livro de Tombos da Paróquia. “Doces Momentos” - Arnaldo Silva – Futurama Editora- SP


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Bom Despacho (MG), 30 Julho 2021

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2022: Bicentenário Todos os caminhos me da Independência, levam a Bom Despacho festejos entre aspas ALEXANDRE MAGALHÃES

Alexandre Sanches Magalhães é empresário, consultor e professor de marketing, mestre e doutor pela USP e apaixonado por SP e BD

Aqui em São Paulo, onde estou há um mês, dizemos que quando temos algo, desprezamos. Só damos valor, quando perdemos esse algo. Desde que voltei a São Paulo, para trabalhar, alguns coisas estão cruzando meu caminho.

LÚCIO

EMÍLIO Lúcio Emílio do Espírito Santo é coronel reformado da PMMG, escritor e membro da Academia de Letras João Guimarães Rosa, da PMMG.

No próximo ano, o Brasil “festejará” o seu ducentésimo aniversário de independência política. Muitas reflexões esta importante data merece que sejam feitas pelos brasileiros, pelos amantes desse imenso país, tão diversificado em sua cultura, tão variado em seu clima e natureza, tão peculiar nas características do seu povo. Eu disse “festejará”, e usei aspas, porque, a julgar pelo clima reinante, em que uma pandemia desfechou duro golpe na nossa alegria, profunda decepção com relação ao nosso próprio existir, fratura naquilo que há de mais significativo no ser humano, a nossa sociabilidade. Toda sociedade sofre efeitos naturais de duas forças importantes: uma no sentido da coesão e outra contrária, no sentido da desintegração. Um exemplo insuspeito é o futebol, esporte coletivo, tanto na sua prática, em campo, onde são necessários pelo menos vinte e dois jogadores. Na verdade, o futebol profissional vai movimentar centenas de pessoas a mais, como preparadores físicos, equipe técnica, roupeiros e diversos tipos de apoio logístico. Nas arquibancadas milhares de torcedores comparecem, unidos em torno do seu time e pela vitória. Mesmo que isso pareça uma “guerra” e, de fato, a violência de vez em quando aparece, o que está acima de tudo é o futebol, o esporte, com sua força de coesão e não de desintegração. Jogo de futebol sem a presença dos torcedores parece ficção, fantasmagoria, que desconstrói o sentido desse esporte. O esvaziamento dos plenários das diversas assembleias representativas alimenta as forças de desintegração. As decisões políticas mais importantes para o país, nesse momento, como o voto impresso, auditável, a fixação do valor do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, o derretimento dos limites entre os poderes, a relativização da letra da Constituição, não podem contar com a força da coesão da sociedade, que teria que se expressar livremente, declarar sua vontade e aspirações, como convém à representatividade na democracia.

Em 1922, nas comemorações do primeiro centenário da independência, estávamos no fim da solidariedade tradicional, mais própria da sociedade rural, em que a religião, a família patriarcal, escassos meios de transporte e comunicação cerravam fileiras contra a desintegração. O federalismo republicano e o sistema industrial, urbano, começavam a erodir a homogeneidade construída no Império. O operariado teve sua representação política centrada no Partido Comunista Brasileiro, fundado naquele ano, em cujo programa figurava a ruptura com o tipo de sociedade então existente. Um grupo de artistas promove a Semana de Arte Modena, em São Paulo, renegando os cânones estéticos anteriores em favor da liberdade total da expressão artística. Realizou-se, no Rio de Janeiro, uma Exposição Internacional do Comércio e Indústria, reunindo países e culturas do mundo inteiro. Para a construção das representações dos países participantes foram edificados palácios para cada um deles e obras de infraestrutura, como

a polêmica demolição do morro do Castelo e o criticado gasto de cem mil contos de reis nas comemorações. No atual momento histórico, muito difícil encontrar algum indício de que as forças de coesão prevalecerão contra as forças de desintegração, permitindo-nos retirar as aspas dos festejos do nosso bicentenário. Até agora ninguém deu o pontapé inicial, rompendo a inércia que não se viu nas comemorações das grandes datas cívicas anteriores. Por ocasião dos quatrocentos anos do Descobrimento, o mineiro conde de Afonso Celso, escreveu um livro intitulado Por que me ufano de meu país, dando onze motivos concretos, reais e não meramente retóricos, do seu orgulho pelo Brasil. Escreveu o livro para seus próprios filhos, exortando-os a conhecer e a reconhecer a grandiosidade da pátria em que nasceram. Esses onze motivos não desapareceram. Para além das narrativas, é preciso encontrar esse país real e, a partir daí, prosseguir na luta por uma nação livre, igualitária e fraterna.

No sábado passado corri ouvindo música e duas que adoro apareceram durante o exercício. A primeira que apareceu foi Desenredo, do Dorival Caymmi e Paulo Cesar Pinheiro: “Por toda terra que passo / Me espanta tudo o que vejo A morte tece seu fio / De vida feita ao avesso / O olhar que prende, anda solto / O olhar que solta, anda preso / Mas quando chego eu me enredo / Nas tranças do teu desejo / O mundo todo marcado / A ferro, fogo e desprezo A vida é o fio do tempo / A morte é o fim do novelo / O olhar que assusta / Anda morto / O olhar que avisa / Anda aceso / Mas quando chego / Eu me perco / Nas tramas do teu segredo / Ê, Minas / Ê, Minas / É hora de partir / Eu vou / Vou-me embora pra bem longe / A cera da vela queimando / O homem fazendo o seu preço / A morte que a vida anda armando / A vida que a morte anda tendo / O olhar mais fraco anda afoito / O olhar mais forte, indefeso / Mas quando eu chego / Eu me enrosco / Nas cordas do teu cabelo / Ê, Minas / Ê, Minas / É hora de partir / Eu vou / Voume embora pra bem longe / Ê, Minas / Ê, Minas / É hora de partir / Eu vou / Vou-me embora pra bem longe / Ê, Minas / Ê, Minas / É hora de partir / Eu vou / Vou-me embora pra bem longe / Ê, Minas / Ê, Minas / É hora de partir / Eu vou / Vou-me embora pra bem longe”. Quando estava quase terminando minha corrida diária, ouvi outra música que adoro, uma música que sempre digo que me faz lembrar de minha namorada bomdespachense: “Minas é logo ali”, do Almir Sater, Renato Teixeira e Eric Silver. A linda letra diz “Rosa mineira, flor brasileira / Porta-bandeira das Gerais / Moça bonita, flor na janela / Tem o perfume dos cafezais / A mais bela das pastoras / Senhora desses quintais / Sigo seus passos, ela caminha / Pelas veredas ela vai / Doce mineira, sempre a primeira / Gosto quando ela diz “uai” / Velha mina seresteira / Dos bonitos madrigais / E Minas Gerais não fica longe / Minas é logo ali / Depois da curva, depois da chuva / Depois do vento, você / Luzes que passam, noites serenas

/ Bom para a gente ouvir um som / Fique comigo, cante comigo / Eu e você, tão bom / Quantas tardes na varanda / Olhando o por do sol / E Minas Gerais não fica longe / Minas é logo ali / Depois da curva, depois da chuva / Depois do vento, você / Minas Gerais não fica longe / Minas é logo ali / Depois da curva, depois da chuva / Depois do vento, você”. Terminei de ouvir “Minas é logo ali”, enxuguei uma lágrima que insistia em cair pelo rosto. No dia seguinte, domingo, estava quase finalizando minha corrida e dei de cara com dois cachorros da raça Vizsla, iguaizinhos a minha Lola, cão que levei para Bom Despacho há alguns anos, e infelizmente morreu de leishmaniose. Ao ver o Buddy e a Bella, os nomes dos cães, eu disse assustado para os donos dos bichos: “dois Vizslas juntos, que coisa mais rara de se ver”. O casal, mais espantado do que eu, respondeu que “sim, são dois Vizslas. Como você conhece a raça?”. Contei a eles como a Lola apareceu em minha vida, que eu a havia levado para Bom Despacho de UBER, eu e minha filha Isabella, no banco traseiro do carro tentando controlar os dois cachorros, já que além da Lola, levei o Lucky junto. Perguntei se conheciam a história milenar da raça e por que havia quase desaparecido do mundo, pois por ser o símbolo da Hungria, foi dizimada pelos

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nazistas e, depois, por ser também o símbolo da elite social húngara, pelos comunistas. Deixei o casal, o Buddy e a Bella, e continuei minha corrida. Enxuguei outra lágrima que insistia em correr pelo rosto. Passei muitos meses em Bom Despacho em 2020 e 2021, quase o tempo todo estive na cidade. Quando voltei para minha cidade natal, há um mês, encontrei nas ruas de meu bairro muita gente que não me via há muito tempo. Alguns achavam que eu havia morrido de covid-19, outros achavam que eu havia mudado de vez para Minas Gerais, outros achavam que eu estava isolado em casa para fugir da pandemia. Mas, independente do que acreditavam, todos ficam incrédulos quando conto que voltei para dar aulas na universidade na qual sou professor. As frases de espanto também são diversas: “Você está louco? Largou a namorada e um paraíso de cidade para voltar a São Paulo?”; ou, “eu não voltaria. Arrume aulas lá em Bom Despacho”; ou ainda “a vida não é melhor lá? Eu vi fotos suas nadando em rios limpos, correndo no meio das fazendas e ainda com a namorada lá. Tem gente não sabe ser feliz”. E por aí vai. Todos, incrédulos com minha volta. E não adianta explicar que voltei para dar aulas, tomar as duas doses da vacina contra a covid19, ver minha mãe e meus irmãos e que voltarei a Bom Despacho em algum momento. Hoje, contei para meu irmão sobre as músicas que me lembram Minas Gerais e Bom Despacho, sobre os cães Vizsla, sobre os amigos e conhecidos que acham que estou louco de voltar a São Paulo. Meu irmão, respondeu: “podem ser avisos divinos para você voltar para Bom Despacho...”. É, como diz a música, “Minas é logo ali”...


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Bom Despacho (MG), 30 Julho 2021

PRF faz a campanha Estrada Solidária para arrecadar donativos

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Cooperativas se unem para realizar ações sociais em BD

O policial rodoviário Davidson Luiz em vídeo para divulgar a campanha nas redes sociais A Polícia Rodoviária Federal está fazendo a campanha nacional Estrada Solidária, visando arrecadar alimentos para serem destinados a instituições de caridade. Seu objetivo é amparar principalmente as pessoas mais afetadas pela pandemia de Covid 19. O policial rodoviário Davidson Luiz, que trabalha no posto da PRF em Bom Despacho, explicou para o Jornal de Negócios que a campanha é realizada em parceria com o Pátria Voluntário, programa do

governo federal que desenvolve ações voluntárias para atendimento de pessoas vulneráveis. Segundo Davidson, o objetivo da equipe da PRF em Bom Despacho é conseguir muitas doações e pedir ao programa para direcionar parte delas para a cidade. Os pontos de doação em Bom Despacho são a própria PRF, Posto Primavera, Posto Caxuxa, Supermercados Fidelis, Drogaria Araújo, Praça de Esportes e Ipê Campestre Clube.

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Da esquerda para a direita estão Pedro, Júlia, Paulo, Nara, Weslei, Sérgio, Gleiciane e João Paulo Cooperativas possuem intensa participação na vida econômica, social e cultural de Bom Despacho. A Cooperbom, fundada há 65 anos, é hoje a maior empresa e maior empregadora do município. As cooperativas de crédito – Credibom, Credesp e Unicred – desempenham papel decisivo e crescente no oferecimento de crédito e apoio ao empreendedorismo. Um exemplo da força das cooperativas é o Dia C, comemorado desde 2009 no

primeiro sábado de julho. Nessa data, elas se unem para promover ações de promoção social. Este ano, o Dia C juntou Credibom, Cooperbom, Unicred e também a Acibom, que é parceira dessas iniciativas. A Credesp optou por promover ações próprias. A impossibilidade de realizar eventos com aglomeração de público não impediu as instituições de promover ações assistenciais. Juntas, as três cooperativas e a associação comercial entregaram 40

cestas básicas para entidades assistenciais, arrecadaram roupas, calçados e cobertores para serem distribuidos a famílias carentes, compraram e doaram 40 cobertores para as enfermarias da Santa Casa de Bom Despacho e 335 lanches para funcionários do hospital. “Mais do que nunca as ações de voluntariado são importantes. Por isso, juntas, Cooperbom, Credibom, Unicred e Acibom focaram necessidades maiores das

famílias: alimentação, agasalho para o frio e o apoio aos profissionais da saúde”, afirmou Gleiciane Souza Silva Santos, gerente de marketing da Credibom. Além dessas iniciativas, como parte do Dia C essas instituições também mobilizaram funcionários para doarem sangue nas coletas da Associação dos Doadores de Sangue (ADSBD). “Este é o sentido do Dia C: cuidar das pessoas e promover transformações sociais”, conclui Gleiciane.

Prefeitura e Sindicato se unem para levar cursos à zona rural A Prefeitura de Bom Despacho firmou parceria com o Sindicato Rural para implementar o projeto Educampo no município. O objetivo é levar cursos presenciais e virtuais sobre o agronegócio para famílias que vivem na zona rural de Bom Despacho. Segundo divulgou a Prefeitura, serão ações voltadas para “quem vive e faz da zona rural um lugar de sustento, de produção, de cultura e de vida”. O presidente do Sindicato Rural de Bom Despacho, Patrick Brauner, disse ao Jornal de Negócios que o sindicato vai disponibilizar para a Prefeitura mais de 300 cursos de formação profissional do SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) voltados para todas as cadeias do agronegócio. Esses cursos, realizados em parceria com a FAEMG (Federação da Agricultura de Minas Gerais) incluem também ações de promoção social no campo. “Embora estejam programadas para ter início

Da esquerda para a direita estão o presidente Patrick Brauner e Elaine Soares, do Sindicato Rural, Márcio Antônio, Edmilson Ferreira e Vespasiano Lúcio, da Prefeitura de BD (Foto: PMBD)

em 2022, algumas ações já começarão em agosto próximo, inclusive com a implantação de duas hortas comunitárias, uma no Caic e outra no Mato Seco”, afirmou Patrick. Valores do campo O prefeito Bertolino da Costa explicou ao Jornal de Negócios que

inicialmente o projeto será implantado nas Escolas Flávio Cançado Filho e Virgílio Antônio da Silva e nas creches Dona Joesse e Jacinto Salviano da Silva. “Os alunos continuarão recebendo todo o conteúdo da educação curricular normal, acrescido de temas específicos sobre o agronegócio e valorização

das suas raízes. Esses temas incluem educação cooperativista, financeira, técnica e produtiva. Para o prefeito, o importante é “criar no jovem a visão da importância do campo e seus valores, abrindo suas mentes para que eles sejam futuros empreendedores do agronegócio”.


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Bom Despacho (MG), 30 Julho 2021

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Cooperativas brasileiras respondem por 54% da produção agropecuária O sistema cooperativista já é responsável por 54% da originação agrícola no Brasil, ou seja, mais da metade daquilo que é gerado pelo agro é proveniente do cooperativismo.

Fábrica de Rações da Cooperbom na rodovia MG-164, em Bom Despacho

“O extensionista é a figura que faz a primeira ligação entre o cooperado e a cooperativa, é o meio de comunicação mais eficiente que existe nesse sentido. Tecnologia é um insumo caro e no cooperativismo ela chega em melhores condições.”

A informação foi divulgada pelo presidente do Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e membro titular da Academia Nacional de Agricultura da SNA, Márcio Lopes de Freitas, em recente entrevista online concedida ao também acadêmico e coordenador do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro), Roberto Rodrigues. Atualmente, o Sistema OCB conta com cerca de 1.200 cooperativas agropecuárias e quase um milhão de produtores cooperados no setor. Em diversos segmentos, incluindo o agro, o número de cooperados, segundo Lopes, continua a crescer 10% ano ano. Para o executivo, o aumento é motivado principalmente pela melhoria da gestão. “A cooperativa agrega valor para o negócio, dentro de um planejamento estratégico”. Para Lopes, a grande ‘âncora’ do cooperativismo brasileiro é a agropecuária. “As cooperativas têm percepção de mercado e conseguem dar respostas que atendem às necessidades dos produtores da nova geração, garantindo modernização, gestão cada vez mais profissional, muita capacitação e treinamento de equipe”.

movimento cooperativista. É uma das maiores redes de extensão rural do mundo”, destacou o presidente da OCB.

Crédito Outro segmento que vem crescendo de forma notável, segundo Lopes, são as cooperativas financeiras. “Elas atuam no mercado com regras disciplinares do Banco Central idênticas a de outros bancos. Nasceram ligadas às cooperativas agrícolas e hoje são abertas e atendem à sociedade em geral”.

Foto: Pedro Couto

Em nota divulgada recentemente, o Banco Central informou que, no ano passado, em plena pandemia, houve um crescimento médio de 26% entre as 900 cooperativas de crédito do País, enquanto que o sistema financeiro bancário cresceu somente 7%. “No mesmo período, houve ainda um aumento de 46% no atendimento dessas cooperativas às micro e pequenas empresas”, acrescentou o presidente da OCB.

Assistência técnica Na área de qualificação, números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), citados por Lopes, mostram que somente 24% dos produtores brasileiros têm assistência técnica. No entanto, no cooperativismo, o número de produtores com assistência cresce para 84%. “Extensão rural é algo fundamental. Hoje há oito mil extensionistas (técnicos que levam a inovação tecnológica para o produtor), com curso superior, dentro do

Foto: Pedro Couto

ESG Lopes ressaltou ainda que as ações de sustentabilidade se tornaram um eixo para o Sistema OCB. Nesse sentido, ele lembrou que o conceito ESG (ambiental, social e governança) – tendência mundial entre empresas e instituições – é inteiramente aplicável ao cooperativismo. “O setor precisa ter boa governança, boa gestão, integridade e também sustentabilidade em sentido amplo. E já temos boas iniciativas nesse sentido.” Ainda segundo o executivo, o cooperativismo tem se mostrado competente na mitigação dos efeitos de caráter socioeconômico provocados pela Covid-19, por meio de ações e atividades no Dia Internacional do Cooperativismo e Dia C – de Cooperar (ambos comemorados em 3 de julho). “As cooperativas tem grande participação nesse movimento. Elas têm vocação solidária. Em 2020, 20 milhões pessoas foram beneficiadas com iniciativas de doações e prevenção à Covid, por meio de quatro mil cooperativas. Esse ano, nosso foco foram os excluídos sociais e os desempregados”, disse Lopes. Fonte: FGV Agro / SNA Condensado pelo Jornal de Negócios


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