JORNAL DE NEGÓCIOS / Bom Despacho-MG

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DESTAQUE

Bom Despacho (MG), 25 Fevereiro 2021

Ano XXXI - Nº 1.604 • Fundado em 12/05/1989

CREDIBOM publica as Demonstrações Financeiras

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Bom Despacho (MG), 25 Fevereiro 2021 • GRÁTIS 1 EXEMPLAR

Novo Fórum de BD está em construção no Gran Viver

Carnaval chegou, Covid bombou em nosso país

Assaltam entregador e acabam presos

Uma quase árvore vítima de podas irresponsáveis

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Bom Despacho (MG), 25 Fevereiro 2021

ÁREA – Vendo, 1.080m2 – Jd. América – Beto – 3522.1521 e 99921.4917

ALARME – Vendo, de moto Roberto – 99147.0452 ALEXA – Vendo, assistente pessoal Amazon – R$ 900, 3521.1207 APARTAMENTO – Vendo, 3qt, sl, cp, cz – Realengo – R$ 90 mil – Aceito carro – 99109.2468

BALCÃO – Vendo, de loja, c/ tampo vidro – R$ 150, 99109.2468 CARRO – Procuro p/ comprar, 4 portas, até R$ 7 mil – 99124.7344 CASA – Alugo, 3qt, gar – 99857.0028 CASA – Procuro p/ comprar, até R$ 160 mil – 99949.3266

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A C&V Comercial LTDA, por determinação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Bom Despacho, torna público que foi solicitado, através do Processo Administrativo N° 14082/2020, a Licença Ambiental Simplificada classe 2 para a atividade de Postos revendedores, postos ou pontos de abastecimento, instalações de sistemas retalhistas, postos flutuantes de combustíveis e postos revendedores de combustíveis de aviação, localizada na Rua do Rosário, n° 1.224, bairro Jardim América, Bom Despacho/MG.

DESTAQUE

CASA – Vendo – Rua Nair Souto, 312 – Jardim Anjos 2 – R$ 200 mil – 99842.3762 e 99147.0452 CASA – Vendo – Rua Santo Antônio do Monte – Rosário – R$ 40 mil - 99922.3101 CASA – Vendo, 2qt, sl, cz, bh, gar, var, lote esquina 367m – Rua Santa Clara c/ rua João Pereira – 99105.8446 CASA – Vendo, 3qt, c/ barracão – Rua Pio XII – José Nunes - 99985.1912 CASA – Vendo, 3qt, st, sl, cz, gar, varanda no fundo, lote 360m – Rua Bolívia, 361, Jardim América – João - (31) 97558.9712 e (31) 99513.9159. CASA – Vendo, 4qt, mobiliada, no São José – R$ 550mil - (27) 99298.8477 CASA – Vendo, 4qt, sl, cp, 2bh, área, gar – R$ 360 mil Travessa Rua Dr. Miguel, 44 – 98836.8090 CASA – Vendo, no Esplanada – 98855.1644 CHÁCARA – Vendo, 2.600m, no Cond. Santa Cecília II, c/ água, energia, pomar, a 1km BR 262 – R$ 76 mil – José - (31) 99159.8151 CHÁCARA – Vendo, Condomínio Pica pau II, c/ casa, piscina aquecida, pomar, jardim e irrigação - 99923.1567 COFRE – Vendo – R$ 350, 99109.2468 FIESTA – Vendo – 99107.6073 FORNO – Vendo, p/ fogão a lenha, mais chapa – R$ 150, 3521.1207 FREEZER – Vendo, Metalfrio, horizontal - 99913.3832 IMÓVEL – Vendo, em Nova Serrana, c/ área p/ construir galpão – Fernando 99136.1237 IPHONE – Vendo, 7, usado – R$ 1.400, - 3521.1207 LAVADORA – Vendo, Brastemp, usada – R$ 200, 3521.1207 LINEA – Vendo, 2011 – José Nunes - 99985.1912 LOTE – Vendo – Av. Francisco de Paula Lopes – Bairro Fátima – 98806.3494 LOTE – Vendo – Travessa Rua Dr. Miguel, 44 – R$ 200 mil – 98836.8090 LOTE – Vendo, 360m, no São José – Fernando - 99136.1237. LOTE – Vendo, murado, no Engenho Ribeiro, c/ barracão no fundo – RA$ 90 mil - Ana Paula - 991234483 LOTE – Vendo, no Jardim Anjos – R$ 60 mil - Fernando - 99136.1237.

Whatsapp: (37)99922-2361 - E-mail: jornal@joneg.com.br CNPJ 40.615.727/0001-06 - Bom Despacho - MG Impresso por O Tempo Serviços Gráficos - 2101.3544

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MESA – Vendo, c/ tampo vidro e 10 cadeiras – R$ 500, 99109.2468 MONTANA – Vendo, 2012 – 99870.9396 PALIO – Vendo, 99, EX, 2 portas – 99857.0028 PORTA – Vendo – R$ 150, 99109.2468 RANGER – Vendo, 98, diesel – José Nunes - 99985.1912 SÍTIO – Vendo, 3 hectares, c/ casa, perto Copasa – 99944.0050 SÍTIO – Vendo, com benfeitoria – Troco por Casa – 99985.2832

FAÇO VIAGENS de Bom Despacho p/ B.H.

TORO – Vendo, 2019, flex – R$ 81.500, - 99916.9540

Domingo: Saída 17h com 4 vagas Segunda-Feira: Saída 6h com 4 vagas

UNO – Vendo, 2017, 1.0, Fire – R$ 34.900, - (31) 98737.6758

Toninho - (31) 99123.4423


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Engenho: Prefeitura amplia cemitério e constroi um velório

A Prefeitura de Bom Despacho está ampliando o cemitério do Engenho do Ribeiro, que fica na rua Waldemar Albino de Oliveira, naquele distrito. A obra começou no final de janeiro e inclui também a construção de um velório no local. Segundo o IBOM apurou, o custo total da obra é de

R$ 248.280,36. O cemitério ganhará uma área adicional de 892m2 e o velório terá quase 100m2 de área construída. A ordem de serviço foi assinada pelo prefeito Bertolino da Costa dia 28/1, no Engenho. De acordo com o cronograma da Prefeitura, as obras estarão prontas até o final de julho.

Incêndio destrói veículo no bairro de Fátima, em BD

Bom Despacho (MG), 25 Fevereiro 2021

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Novo Fórum de BD está em construção no Gran Viver

Começou a construção do novo Fórum de Bom Despacho. A futura sede do Poder Judiciário da cidade está sendo erguida numa área de 4.061 metros na avenida Dr. Marco Túlio, bairro Gran Viver. A construção é feita pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) ao custo de R$ 9.034.835,04. A previsão do Tribunal é entregar a obra em maio do próximo ano. O novo Fórum terá 2 pavimentos e 2.150m2 de área

construída, elevador, estacionamento, ar condicionado em todos os ambientes, sistema de controle e segurança na entrada, salão do júri e rede Wi-Fi. Sede atual O prédio atual do Fórum não comporta a demanda processual da comarca. Atualmente, mais de 17 mil processos tramitam pelas duas varas do Judiciário local. Além disso, o imóvel não tem acessibilidade e nem espaço físico suficien-

te para todos os serviços. O arquivo de processos funciona em outro prédio, dificultando e atrasando o trânsito de documentos. A nova sede vai concentrar todo o atendimento no mesmo lugar. Doação O terreno onde está sendo erguido o novo Fórum foi doado ao TJMG pelo município. A escritura de doação foi assinada dia 4 de junho, em Belo Horizonte, pelo prefeito Bertolino da Costa.

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Obra é investimento que busca dignidade

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PM prende acusado de atirar no rosto de jovem CARRO ESTAVA ESTACIONADO NA RUA. CAUSA DO INCÊNDIO É DESCONHECIDA Um VW Fox pegou fogo na manhãzinha da quarta-feira (24) na rua Maria Isabel, bairro de Fátima. O veículo, com placa de Abaeté, estava estacionado na rua, defronte à loja do supermercado VAP. Os Bombeiros foram acionados mas ao chegarem no local encontraram o Fox completamente tomado pelas

chamas. Em poucos minutos o incêndio foi apagado com uso de 2.000 litros de água. De acordo com os Bombeiros, a causa do incêndio é desconhecida. A corporação alerta para a importância de fazer revisões periódicas nos veículos para evitar incêndios causados por panes elétricas.

Um homem de 27 anos foi preso pela Polícia Militar (PM) por tentativa de homicídio no bairro do Rosário, em Bom Despacho. Segundo registrado na ocorrência, na manhã de quarta (17) ele foi até o endereço da vítima – um adolescente de 16 nos – e disparou um tiro no seu rosto. Depois fugiu do local a pé. O tiro acertou o lado esquerdo do nariz do adolescente. Ele foi socorrido pelo SAMU e leva-

do para a Unidade de Pronto Atendimento. A PM informou que o adolescente tem passagens na Polícia por tráfico e associação para o tráfico. Após o socorro da vítima, os militares sairam atrás do acusado, que foi identificado e localizado em sua casa, no bairro JK. Segundo a PM, ele tem envolvimento com tráfico de drogas. O acusado foi preso e levado para a Delegacia de Polícia.


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Bom Despacho (MG), 25 Fevereiro 2021

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Carnaval chegou, Covid bombou FERNANDO

CABRAL

Fernando Cabral é licenciado em Ciências Biológicas, advogado, auditor federal e vereador em Bom Despacho

Não é por acaso se que nota aumento de casos de coronavírus após as festividades. Foi o que aconteceu depois das festas de Natal e de Ano Novo. É o que está acontecendo agora, após o carnaval. O fato é que, a despeito das recomendações das autoridades, os brasileiros continuam se aglomerando. Enquanto a vacina não se tornar uma realidade para todos, o afastamento social continuará sendo a melhor forma de evitar a propagação do vírus. Mas, infelizmente, o respeito a esta regra tem sido escasso. No carnaval e outras datas festivas, o desrespeito aumenta. Aí é só contar 10 ou 15 dias e observar o aumento dos casos e das mortes. O aumento de casos não atinge somente aqueles que abusaram. Primeiro porque, por se tratar de epidemia, quanto mais casos temos, mais os casos aumentam. É um processo de bola de neve. É um crescimento exponencial. A doença se alastra com mais rapidez quando mais gente entra em contato umas com as outras. Em segundo lugar porque a ocupação de leitos por pacientes com COVID prejudica a todos, não apenas os doentes com COVID. Isto pode ser constado facilmente em duas situações. Numa ponta, vemos aumento das filas de cirurgias eletivas. Na outra ponta, vemos aumento de mortes por pacientes que esperam por um leito de UTI. O adiamento de cirurgias eletivas já é uma rotina desde o início do ano passado. As cirurgias não são feitas porque não há leitos. Tampouco há vagas de UTI para o caso de paciente operado precisar. Além disto, o próprio ritual da cirurgia aumenta o risco de o paciente pegar o vírus e complicar sua situação. No entanto, os casos mais dramáticos acontecem com pacientes em situação grave, que têm poucas chances de sobreviver se não forem internados em UTI. As famílias ficam desesperadas vendo a vida

De julho a novembro de 2020 a incidência da COVID no Brasil caiu. De novembro para cá, voltou a subir. No Natal deu uma subida forte, depois se estabilizou no alto. Assim continuou até o carnaval. Dez dias depois do carnaval tivemos uma explosão de casos que está levando o sistema de saúde ao esgotamento. Os leitos de UTI praticamente se esgotaram em todos os estados. Em algumas cidades as filas de esperam chegam a centenas de pacientes. Para as próximas semanas não há solução à vista. Mais do que nunca vale a máxima: é melhor prevenir do que remediar.

dos seus entes queridos se esvair sem que haja o que se possa fazer. Os pacientes esperam em casa, nos corredores dos hospitais, em macas de ambulância. É triste. No desespero, muitos recorrem à Justiça. Os juízes geralmente atendem ao pedido da família e mandam que o prefeito, o governador ou o regulador do SUS interne o paciente imediatamente. Entretanto, a ordem é ineficaz. O juiz pode até multar ou mandar prender quem descumprir sua ordem. No entanto, sua ordem não tem o poder de fazer a única coisa que precisa ser feita: fazer

TRAGÉDIA Dia 25 de fevereiro de 2021 o Brasil registrou 1.541 mortes por COVID-19 num período de 24 horas. Para comparação, no início de novembro as mortes haviam sido reduzidas a cerca de 200 por dia. Quinze dias após o Natal saltamos para acima de 1000 mortes por dia. Dez dias após o carnaval voltamos a bater recordes acima dos 1.500.

aparecer um leito de UTI. Infelizmente, não há ordem judicial que faça isto acontecer. Mas pode acontecer uma coisa muito cruel e antidemocrática: algumas autoridades, com medo das punições, podem tomar a decisão de internar aquele que tem a ordem judicial e deixar para trás aquele que está em situação mais grave ou está esperando na fila há mais tempo.

atendido, o melhor mesmo é tomar todas as precauções de praxe: não participar de aglomerações, usar máscaras, lavar as mãos com frequência, manter distância mínima de dois metros quando for necessário interagir pessoalmente.

Está situação oficializa uma das coisas contra a qual os brasileiros mais reclamam na atualidade: o fura filas.

Além disto, cada um de nós deve conter a ansiedade com relação à vacina. No ritmo de fabricação atual, e considerando a tremenda desorganização do Ministério da Saúde, não podemos ter a esperança de que a população será vacinada até o final do ano.

Para aquele paciente que obteve a ordem judicial e foi atendido porque outro perdeu sua vez, parece que tudo ficou bem. Mas e para o paciente que estava na fila e foi preterido? Como ele se sente? Como a família dele se sente?

É por isto que esta semana praticamente todos os estados brasileiros estão decretando toque de recolher. É uma medida drástica, mas, considerando a disponibilidade zero de leitos de UTI (e até de leitos comuns), não parece haver outra saída.

Como fica a ética quando um paciente menos grave ou com tempo de espera menor passa na frente de outro mais grave ou com tempo de espera maior?

Não há quem não possa sobreviver sem um baile de carnaval ou sem uma noitada com os amigos. No entanto, muitos não conseguem sobreviver ao COVID-19. E muitos não sobreviverão porque lhes faltará um leito para atendimento médico de qualidade.

Com justa razão, todos se insurgem contra quando o fura filas é um político, uma autoridade ou mesmo um amigo ou parente da autoridade. Mas o que se pode fazer quando o fura filas tem uma ordem judicial? Seja como for, quem não quiser correr o risco de contrair COVID19 e não ter nem como ser

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Ponderando sobre as vidas perdidas e as vidas salvas, não vale a pena fazer este pequeno e temporário sacrifício de isolamento social?


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Bom Despacho (MG), 25 Fevereiro 2021

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Foto da nossa alma Polícia flagra tentativa juvenil eternizada na de assassinato durante estampa dos mestres patrulhamento em BD ITAMAR DE OLIVEIRA

Um homem de 20 anos foi preso pela Polícia Militar (PM) na noite de ontem, terça-feira (23), por tentativa de homicídio no conjunto Pedro Tavares Gontijo, em Bom Despacho. Segundo a Polícia, militares faziam patrulhamento no local quando ouviram tiros e flagraram dois homens correndo pela rua Zico Ferreira. Ambos foram abordados pelos policiais. O autor dos disparos disse que atirou na vítima - um homem de 21 anos porque achou que ele iria mata-lo. Ambos têm envolvimento com o tráfico de drogas. Perto do local da abordagem os militares

encontraram o revólver calibre 32 usado pelo autor. Ele estava jogado no chão com os seis cartuchos disparados. O acusado foi preso e levado para a Delegacia de Polícia juntamente com o

revólver apreendido. Ele responderá por tentativa de homicídio. A vítima apresentava um ferimento de bala abaixo do olho esquerdo e foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento.

Homem é perseguido e preso depois de roubar supermercado Não existe salvação pessoal e coletiva sem diálogo e respeito às diferenças e aos diferentes. Sei que a Maria Antônia, a Geni, a Heura Viana, a Lurdinha do Deco, a Maria Angélica, a Samira, a Vera do Azul e centenas de professores de Bom Despacho e da região enfrentam novos desafios do século XXI. Uma parada torta. A educação nunca foi prioridade na sociedade brasileira. Não é só a escola e os pais que educam. Os meios de comunicação, as novas tecnologias abrem novos horizontes para as novas gerações. Pena que educação, saúde e cultura também se tornaram mercadorias e o “Deus Mercado” não sabe distinguir educação de adestramento, técnica, ensino e outros temas que a Pedagogia tem dificuldades para enfrentar. Tanto no plano nacional, como nos demais entes

federativos, a educação precisa de mestres que acreditem na capacidade transformadora da ciência, da cultura e da tecnologia. A escola pública deve ser democrática, acolhedora e plural. Não precisa ser melhor do que as escolas particulares. Não pode nunca ser pior. Basta assumir o compromisso de formar homens e mulheres para a cidadania plena. Dona Maria Auxiliadora Teixeira Guerra, nascida e preparada para consolidar a educação conservadora, descobriu novos horizontes e os compartilhou conosco: Somos alunos de uma professora libertária. Nossa bandeira deve ser a educação transformadora. Educação comprometida com a vida e a felicidade de todos. Viva Dona Maria Auxiliadora Teixeira Guerra. Um abraço fraterno ITAMAR DE OLIVEIRA é escritor e jornalista

Um jovem de 18 anos foi preso na tarde desta terça-feira (23) pouco depois de assaltar um supermercado em Bom Despacho. De acordo com informações da Polícia Militar (PM), ele entrou armado num estabelecimento da avenida das Palmeiras, no bairro Rosário 2, exigiu o dinheiro do caixa e depois fugiu do local. A PM foi acionada e enviou equipes para rastrear a região em busca do criminoso. Pouco depois os policiais localizaram o autor andando de bicicleta na estrada lateral, perto de uma cerâmica que funciona nas proximidades. Ao ver a PM ele tentou fugir, mas foi perseguido e preso pelos militares. Com o acusado foram encontrados R$ 411,00 em dinheiro e a garrucha usada

Imagem ilustrativa

Caro amigo e colega Tadeu Antônio Araújo Teixeira. Li, com afeto, a crônica da nossa querida Maria Antônia Seidler Kohnert a respeito dos nossos professores do Miguel Gontijo. Ainda bem que você consegue ampliar nossas vozes quando o assunto é a memória e a história de nossa terra e de nossa gente. Outro dia, conversando com o Dr. Antônio Ferreira de Freitas - o nosso Présent - fiquei emocionado com a bela história que ele me contou da construção solidária do “Ginásio”, liderada pelo Dr. Hugo Marques Gontijo. Ouvi e fui duro com o Présent: você tem a obrigação de escrever e registrar o que você acabou de me contar”. - Jornalista é você, o Tadeu, o Alírio e outros que gostam de escrever. - Nada disso, te dou duas semanas e vou cobrar de você. Acho que o Présent e outros amigos nossos contam muito bem as coisas da nossa cidade. O livro do Zé Tuniquinho é uma preciosidade. Tem uma nova safra de gente da nossa cidade escrevendo e registrando coisas bonitas da nossa terra. Mas, Tadeu, a foto dos nossos professores que você publicou aqui no “Jornal de Negócios” não é mais um retrato na parede. É uma fotografia da nossa alma juvenil eternizada no sorriso e na estampa dos nossos mestres. Tenho afeto por todos eles. Mas a morte recente da dona Maria Auxiliadora Teixeira Guerra deixou a gente, paradoxalmente, triste e alegre. Tristes porque professor é como pai e mãe: deveriam ficar para semente. E na verdade é o que eles fazem a vida inteira. Alegre porque a morte não consegue apartar a gente de quem amamos. Nossos professores nos ensinaram coisas que ainda não descobrimos e estamos aprendendo todos os dias. A Dona Auxiliadora nos brindou com um legado de eterna busca de conhecimento, de tolerância e de respeito às diferenças individuais, sem perder o sentido maior da nossa humanidade coletiva, social e cultural. Em tempos de negação da ciência, de gente comprando armas para defender seus privilégios, as lições de Dona Auxiliadora precisam ser assumidas com garra e determinação. Sem perder a ternura.

POLICIAIS FAZIAM PATRULHAMENTO NO BAIRRO QUANDO OUVIRAM OS TIROS. AUTOR FOI PRESO

Imagem ilustrativa

Dª AUXILIADORA GUERRA NOS BRINDOU COM UM LEGADO DE ETERNA BUSCA DE CONHECIMENTO

no roubo. Após confessar o crime, o jovem levou os policiais a um local próximo onde havia escondido as roupas usadas

no assalto. Ele foi preso e levado para a Delegacia junto com a arma, dinheiro e roupas apreendidos.

Assaltam entregador e acabam presos pela PM MOTOCICLETA FOI RECUPERADA COM ASSALTANTES NO DONA BRANCA Três homens foram presos pela Polícia Militar (PM) depois de assaltarem um motoboy que estava fazendo entrega de pizza. De acordo com a PM, o motoboy foi abordado no bairro Jaraguá, domingo (21), por dois homens numa motocicleta. Eles surpreenderam a vítima, anunciaram o roubo e levaram moto, celular e dinheiro do entregador. A PM foi chamada e, durante rastreamento pela cidade, localizou e abordou três suspeitos de 20, 24 e 38 anos no bairro Dona Branca com a motocicleta roubada. Após constatar seu envolvimento no roubo, todos foram presos e levados para a Delegacia de Polícia. A motocicleta foi apreendida e levada para o pátio do Detran.


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Bom Despacho (MG), 25 Fevereiro 2021

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Mata do Batalhão: palco de vida e de muitas histórias em Bom Despacho ROBERTA GONTIJO TEIXEIRA Roberta Gontijo Araújo Teixeira é bacharel em Direito, servidora pública e ambientalista

A história da Mata do Batalhão mistura-se com a desta cidade que tanto amamos e vem lotada da mais variada sorte de narrativas. Essas narrativas, dependendo da circunstância e/ou do narrador, apresentam a Mata ora como um lugar divertido, ora útil, ora aconchegante e ora assustador. Um local com arvoredos seculares, flores lindas, arvores frutíferas, nascentes d’água e muitas espécies de pássaros, insetos, animais peçonhentos e bichos de pequeno e médio porte. O caminho percorrido pela Mata e seus habitantes desenrola-se entrelaçando água, bicho, planta, gente, lazer, trabalho, descobertas e emaranha-se completamente na trajetória da Polícia Militar em nossa cidade. A Mata, afinal, foi e ainda é palco de vivência de militares das mais diversas patentes, juntamente com suas famílias e de toda uma população civil que usufrui do lugar, cada um à sua maneira: extraindo água, aproveitando momentos de lazer, desempenhando trabalho, tirando subsistência, permitindo-se um contanto direto e estreito com a natureza ou mesmo depredando, de alguma forma, as espécies da fauna e flora ali existentes. Suas nascentes forneceram água não apenas ao Batalhão e seus soldados, mas, por vezes, à cidade toda. As colheitas de sua bela e farta horta, hoje desativada, já complementaram a mesa de muitos militares e de jantares servidos no rancho. Suas árvores não apenas ajudam

Bom Despacho a respirar melhor, elas também abrigam a história de muita gente que por ali passou e/ou até morou. As inúmeras destinações e descrições dadas ao nosso precioso espaço não têm fim. A Mata já teve em seu interior um criatório de peixes, foi sede de uma olaria que auxiliou muitas construções e reformas dentro do quartel da PM e abrigou uma piscina pública para os moradores daqui que, até certa altura da história da cidade, não tinham um clube para frequentar. Conta, ainda hoje, com muitos espaços utilizados para piqueniques, brincadeiras, partidas de futebol (no campinho ou na Arena Famorine), trilhas de corridas, bicicletas, caminhadas e também é a fornecedora da água utilizada pelo quartel da PM que fica dentro da Vila Militar. Isso sem falar, é claro, nas inúmeras edificações e destinações que ela teve e tem: foi sede da Companhia Florestal, local de treinamento da Companhia de Choque e, desde longos anos, atendendo à finalidade inicial para a qual foi adquirida, é local onde ainda funciona o estande de tiro da PM em Bom Despacho. Há, também, utilização direta pela população de dois espaços cedidos através de comodato, respectivamente em 1992 e 1996: ao Município para funcionamento da garagem municipal, na avenida Martinho Campos, bairro Esplanada, e ao time de Futebol Famorine, no bairro de Fátima, onde situa-se a Arena Famorine. Houve um período em que nosso “pulmão bomdespachense”, se me permitem chamar assim, quase foi pro beleléu. No ano 2000, decidiram lotear a Mata para construção de casas. Chegou a ser feita, inclusive, uma autorização de doação do terreno todo para a AFAS-7,

por meio de lei assinada pelo então governador Itamar Franco. Ruas foram abertas no local, causando grande erosão onde estamos fazendo hoje a maior parte dos reflorestamentos. Bom, pra nossa sorte e, com a ajuda de algum anjo curupira protetor das Matas, a AFAS-7 foi extinta e, segundo me explicou meu amigo e assessor jurídico da PM à época, Haroldo Celso de Assunção, como a AFAS-7 foi extinta e a lei autorizava a doação especificamente a ela, nossa floresta foi salva, pois a lei tornou-se inócua. Bendita extinção da AFAS-7! Nem só de anjos curupiras viveu a Mata. Muitas pessoas, grupos e alguns comandantes da PM - que não vou correr o risco de citar nomes para não ser injusta e esquecer alguém de fora - travaram e travam constantemente uma luta em prol desse espaço. Destaco apenas o coronel José Luiz Nunes de Oliveira que, enquanto comandante do 7º Batalhão, despendeu muitos

esforços na tentativa de transformar a Mata num parque. Hoje, ele coordena o grupo S.O.S Mata do Batalhão, replantando e zelando pela sua preservação. Excursões de infância A história da Mata mistura-se também com a minha. Meu pai, professor, adepto de atividades físicas, apaixonado pela natureza, conhecedor e contador de histórias e amante de uma aventura, até os 76 anos foi acometido por uma síndrome do pânico que o impediu de viajar e experienciar as belezas desse mundo. Isto limitou nossas aventuras a esta cidade, ao menos as aventuras com ele. Assim, como não era possível para ele viajar conosco e nos mostrar o mundo lá fora, ele acordava pela manhã e muitas vezes nos dizia (a mim e a meus irmãos Bruno e Tadeu): vamos fazer uma excursão no buracão e na Mata? ... e lá

íamos nós respirar ar puro, caminhar por horas com o pai dentro da Mata procurando o macacão que vivia por lá e era sempre um susto e uma alegria encontrá-lo; ouvir história sobre plantas, desviar de galhos, cuidar para não pisar nas cobras, fazer barraginhas nas águas, embolar nas muitas teias de aranha no caminho, construir alçapões, que naquela época eram comuns e ouvir descrições de espécies de plantas e bichos que aprendemos a amar e conhecer através dos olhos dele. Ah... se a nossa Mata falasse, ela apontaria não só as lindezas e histórias ali vividas, mas denunciaria invasões de terreno, construções sufocando, ainda que em parte, seus cursos d’água e mostraria desmatamentos, descarte de entulhos, queimadas intencionais e espontâneas e pediria que cuidássemos melhor dela e protegêssemos sua história, seus bichos, suas nascentes,

suas lindas e frondosas árvores e suas belas flores. Não há mais como retomar os espaços invadidos, mas ainda é possível recuperar as erosões -e os locais das queimadas, evitar os descartes de lixo e cuidar dos bichos, das plantas e das nascentes. Então, essa é a finalidade: dar voz à Mata. Resgatar fatos para que com muito amor, eu e meu pai possamos registrar num livro sua história e a de seus personagens. Na verdade, esta história deverá ser contada por muitas bocas e mãos, pois será elaborada por meio de pesquisas em documentos e narrativas dos que se dispuserem e quiserem colaborar com descrições e fotos. Que essas histórias possam servir de registros para gerações futuras e que todos possam aprender a amar e ajudar a cuidar desse precioso patrimônio que a nossa Bom Despacho tem.

Acusado de roubo é preso em PM flagra tráfico e apreende casa com materiais roubados grande quantidade de drogas Um homem foi preso pela Polícia Militar na segunda-feira (15), em Bom Despacho, acusado de participar de um roubo a bar no bairro Santa Lúcia no último sábado. Com ele foram apreendidos um revólver, munições, celulares e outros materiais. De acordo com informações repassadas pela PM, no sábado (13), dois homens com o rosto coberto chegaram de moto num bar da avenida Norte Sul. Um deles estava armado e anunciou o assalto. A dupla roubou dinheiro, celulares e documentos de três pessoas que estavam no local, fugindo em seguida. A Polícia Militar foi chamada, fez rastreamento e buscas pela cidade até identificar um homem de 21 anos, morador do bairro São Vicente, como um dos envolvidos no roubo. Na casa do suspeito, os policiais encontraram um revólver calibre 38 usado no

crime, 9 cartuchos de munição, 2 celulares roubados dos clientes e muitos outros materiais de procedência duvidosa, como 2 aparelhos de som, 2 televisores, 3 caixas de ferramentas, outros

celulares, uma caixa de som, 1 jogo de rodas e outros objetos. O suspeito recebeu voz de prisão e foi levado para a Delegacia com todo o material apreendido em sua casa. O caso será investigado pela PC.

A Polícia Militar apreendeu grande quantidade de drogas numa residência da rua Espinosa, região da Cidade Nova, em Bom Despacho. A apreensão ocorreu na tarde de quarta-feira (24). Uma equipe da PM que fazia batida no local percebeu um homem passar dinheiro por uma fresta do portão de uma casa e, pela mesma fresta, receber uma porção de cocaína. Quando viu que a Polícia aproximar-se o homem engoliu a porção de droga que tinha nas mãos. A pessoa que estava do lado de dentro da casa correu, pulou o muro dos fundos e fugiu. Os policiais entraram no imóvel e fizeram uma vistoria no local. No chão da sala encontraram muita quantidade de maconha e cocaína sendo fracionada em porções individuais, além de material para cortar, pesar e embalar drogas. Mais drogas foram achadas também dentro da geladeira. Na residência os militares

encontraram ainda 2 celulares e uma carteira de identidade de GHPSB, de 19 anos. Ao todo a Polícia recolheu e apreendeu dentro da casa 144 buchas de maconha, 31 tabletes de maconha e cocaína, 1 barra de maconha,

2 porções individuais de cocaína e crack. O homem que estava na porta comprando droga recebeu voz de prisão e foi levado para a Delegacia junto com todo o material apreendido. A Polícia Civil vai investigar o caso.


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Bom Despacho (MG), 25 Fevereiro 2021

Uma quase árvore vítima de podas irresponsáveis

ALEXANDRE

MAGALHÃES Alexandre Sanches Magalhães é empresário, consultor e professor de marketing, mestre e doutor pela USP e apaixonado por SP e BD

Quando eu era criança, lembro-me de ir várias vezes a uma feira-livre perto da casa de minha avó materna. Íamos eu, meu irmão Eduardo e minha avó Ana. Esta feiralivre acontecia aos sábados.

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Para quem não está familiarizado com uma feira-livre, comércio muito típico na cidade de São Paulo, vale uma explicação: a prefeitura da cidade de São Paulo fecha várias ruas todos os dias para fazer a feira-livre. No meu bairro, por exemplo, há uma feira-livre às quartas-feiras e uma às terças-feiras. Eu frequento, religiosamente, a feira-livre às quartas-feiras, pois ela é bem perto de minha casa. A prefeitura tem umas regras para a feira-livre funcionar. As barracas, que podem chegar a centenas, começam a ser montadas de madrugada, umas 4:30-5:00 horas da manhã. Só podem montar barracas os feirantes que são autorizados e cada um ocupa um lugar específico na rua. Há de tudo nestas feiras: frutas, legumes, verduras, carnes, barracas inteiras que só vendem peixes frescos, temperos, comida sem marca, como feijão e arroz vendidos a granel, ou seja, por peso, flores e todo tipo de comestíveis in natura. Nada na feira-livre tem marca, pois os produtos são frescos e comprados no Ceagesp (entreposto comercial de produtos in natura) no começo da madrugada. E, claro, os famosos pastéis das feiraslivres. Toda feira-livre em São Paulo vende pastéis. E são deliciosos. São dezenas de sabores, a maioria salgados, como pastéis de carne, de queijo, de palmito, calabresa, rúcula com tomate seco, bacalhau, escarola, frango e alguns sabores doces, como brigadeiro, doce de leite, entre outras dezenas de possibilidades. As bancas de pastel ficam nas pontas das feiras, pois, tradicionalmente, o paulistano come pasteis quando está indo para casa, depois de já ter comprado tudo.

Voltando à feira aos sábados, a que eu ia com minha avó Ana. Lembro-me de ela comprar jatobá, um fruto parecido com um feijão enorme, que tem um pó esverdeado, que ela usava para fazer algum prato específico, que não me recordo qual era. Jatobazeiro em BD Quando passei a frequentar a casa de minha namorada bom-despachense, fui apresentado a um jovem jatobazeiro. Ver a árvore me lembrou de minha infância, da convivência com minha avó e das idas à feira-livre com ela. Foi amor à primeira vista. Uma vez, minha namorada bom-despachense me disse que seu jatobazeiro ainda não havia dado frutos, pois era uma criança, apesar de seus vinte anos de vida. Pesquisei e constatei que há jatobazeiros que chegam a viver mil anos e que é comum que passe a dar muitos frutos quando estão centenários. O jatobazeiro que está plantado na calçada (passeio, em Bom Despacho) é uma árvore linda, enorme, imponente... Era. Há um mês, aproximadamente, uma empresa privada, dessas que herdaram um dos serviços públicos, no caso de energia elétrica, decidiu fazer podas na rua da casa de minha namorada. Desastre! Para ficar apenas no quarteirão da casa de minha namorada, a empresa deixou apenas o tronco da árvore que ficava (no dia seguinte, a árvore foi arrancada do solo com um trator) alguns metros acima de sua casa, cortou por engano o fio da internet, o que me obrigou a trabalhar por alguns dias na casa de meus sogros, e abriu um buraco enorme no meio dos galhos do jatobazeiro. Quando me vi sem internet, saí para a rua e vi o cabo cortado. Vi o estrago que haviam feito no jatobazeiro. Perguntei a um dos trabalhadores por que estavam cortando tantos galhos, se havia um responsável técnico, um biólogo, que determinava quanto deveria ser podado. O sujeito disse que eles mesmos sabiam quanto deveriam cortar de cada árvore. Apontei para a árvore do vizinho, a

que ficou somente com o tronco e sem galhos, e perguntei se aquilo era trabalho de alguém que conhecia um mínimo da arte de podar uma árvore. Ele riu e não respondeu. O estrago no jatobazeiro foi tamanho, que chamou a atenção da vizinhança. Muitos vizinhos visitaram minha namorada e mostraram preocupação com a possibilidade de uma parte da árvore cair sobre carros, ônibus, pessoas ou animais da região. A impressão que dava era que havia duas árvores: uma com galhos que cresciam para a direita e outra, que crescia para a esquerda. Esta última, causava a impressão que estava para cair a qualquer momento, já que seus galhos restantes atravessavam a rua pelo alto. O que já acontecia quanto a árvore estava inteira, mas com a “poda”, passou a parecer que estava prestes a cair. Denunciamos a Cemig para a prefeitura e pedimos para que um técnico municipal fizesse uma vistoria, pois a vizinhança estava amedrontada com o aspecto do jatobazeiro. Um vizinho, frequentador do bar e mercearia perto da casa de minha namorada, passou a visitar-nos diariamente alertando para que não deixássemos o carro estacionado sob o jatobazeiro, pois ele achava que o veículo poderia ser esmagado pelo tronco da esquerda. Alguns dias depois do desastre causado pela Cemig, um sujeito da prefeitura visitou minha namorada e disse que teriam de matar o jatobá. Segundo ele, um responsável da prefeitura havia decretado que não havia nada que pudesse salvar a jovem árvore. Quando minha namorada me contou isso, eu disse a ela que me amarraria na árvore e que não haveria ser vivo na face do planeta Terra que cortaria aquela criança. “Uma árvore dessas vive mil anos e esta tem vinte anos. Não vão cortar, de jeito nenhum. Que arrumem uma solução. Processem a Cemig, que gastem fortunas para solucionar o absurdo que fizeram. A árvore está sadia. Só está feia, porque os irresponsáveis da Cemig

fizeram esse serviço porco, sem orientação correta”, disse aos gritos. Mostrei a ela um grande artigo da revista “Piaui” sobre um assacú (árvore da região amazônica, com dois ou três exemplares em Bom Despacho, perto da rodoviária) gigante no Rio de Janeiro. A matéria mostrava que alguém da prefeitura havia decidido matar a árvore de 40 metros de altura, pois, na visão dele, estava podre. Os vizinhos se juntaram, não permitiram o corte da árvore (quando as motosserras já estavam ligadas), pagaram um especialista para fazer um laudo, o qual atestou que a árvore estava sadia, e salvaram a vida dela. A matéria mostrava a árvore dez anos depois disso e ela continua lá, linda, sadia e dando sombra para os moradores do local. “Vou fazer a mesma coisa aqui”, concluí. Assustada, minha namorada chamou algumas pessoas da prefeitura e relatou o surto que tive. Depois de algumas análises e conversas, verificaram que não havia necessidade de matar o jabobazeiro, apenas iriam tirar a parte que atravessava a rua, mantendo a jovem árvore viva. “Iriam cortar a árvore por preguiça de encontrar a melhor solução”, pensei. Diante do apelo de minha namorada para que eu aceitasse esta solução, decidi não brigar mais. Se fosse na minha terra, eu não permitiria que cortasse uma parte linda e sadia da árvore, apenas para “corrigir” o erro crasso da companhia de energia. O jatobá está triste, minguado, com um único tronco e poucos galhos. Toda vez que saio de casa, olho para baixo, só para não ver o que fizeram com a árvore que me faz lembrar de minha avó materna. Disse a minha namorada que, se ela permitir, quero processar a Cemig. Não para ganhar dinheiro, mas para obrigá-la a agir com responsabilidade nas podas. As árvores são importantíssimas para nossa saúde e não podem se arrancadas ou mortas quando uma empresa irresponsável decide que é hora de fazer isso. Ao que parece, por pura preguiça de fazer um trabalho melhor.


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