FLIP 23/07/2012

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Cidade

Segunda-feira

Natal, 23 de julho de 2012

José Aldenir

O Jornal de HOJE 9

Herácles Dantas

Infiltrações são perceptíveis em diversas áreas da unidade localizada na zona Norte. Problemas interferem no atendimento à população. As salas de triagem e estabilização estão com tetos sob a ameaça de desabamento e por isso estão interditadas

Maternidade acumula deficiências estruturais SEGUNDO A DIREÇÃO DO HOSPITAL MUNICIPAL DA MULHER, 80% DA REFORMA DA PARTE EXTERNA ESTÁ CONCLUÍDA JULIANA MANZANO JULIANA.MANZANO@HOTMAIL.COM

Em um local onde condições estruturais mínimas e higiene deveriam ser fundamentais, o cenário encontrado é de muito mofo, infiltrações e teto com ameaça de desabamento. É assim que está funcionando a estrutura do Hospital Municipal da Mulher, também conhecido como Maternidade Leide Morais, localizado na avenida das Fronteiras, zona Norte de Natal. Ao chegar à unidade, as mulheres eram atendidas em uma sala de admissão que funciona como uma triagem. Em seguida, eram encaminhadas para a sala de estabilização que possuía quatro leitos. Porém, o teto de ambas as salas está sob a ameaça de desabamento, o que fez com que estas ficassem interditadas. Com isso, os

atendimentos que eram feitos nos locais foram transferidos para uma sala bem menor, que comporta a metade dos pacientes. Segundo a diretora da unidade, Anailde da Silva Neto, a reforma já foi solicitada à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e os reparos já começaram a ser feitos há mais de um mês, porém, o período chuvoso tem atrapalhado a obra. "Assumi a direção da unidade no último dia 21 de junho e quando cheguei os reparos na parte externa já tinham começado", informa a diretora sobre a obra referente à cobertura do prédio. "Esta parte já está 80% concluída e, assim que terminar, a reforma vem para a parte interna para retirar o mofo e pintar. Era preciso começar por fora, pois só assim as infiltrações seriam resolvidas", explica a diretora.

A unidade possui duas enfermarias coletivas com quatro leitos cada e 18 suítes individuais. Destas, a direção informou que duas foram interditadas por problemas estruturais. Já as enfermarias tam-

interferindo no atendimento", garantiu Anailde da Silva. No entanto, funcionários que não quiseram se identificar informaram que outras salas também foram interditadas e, com isso, o número de

‘ ’ Assumi a direção da unidade no último dia 21 de junho e quando cheguei os reparos na parte externa já tinham começado. ANAILDE DA SILVA NETO DIRETORA

bém foram interditadas, mas segundo a direção, foram transferidas para outras salas e o número de leitos foi mantido. "Até então os problemas estruturais não estão

leitos foi reduzido. Com condições estruturais inadequadas, a situação pode ser agravada caso os profissionais terceirizados da empresa responsável

pela limpeza da unidade não recebam pagamento. Segundo informações de funcionários, o pagamento está atrasado há mais de um mês. Os telefones e a internet da unidade também estão cortados, mas a diretora Anailde da Silva disse que em contato com a secretária interina, Ariane Rose, esta informou que as contas em débito foram pagas e que resta apenas a liberação das linhas. Na manhã do último sábado, a procura de pacientes pela unidade estava pequena e havia vagas de internação na maternidade. No entanto, mesmo com três médicos plantonistas e pacientes dentro do número limite, os profissionais tiveram que se desdobrar para atender a todos, já que uma gestante estava com iminência de eclampsia. Uma funcionária da unidade explica que a unidade atende casos

de baixo risco, porém, uma paciente estava com iminência de eclampsia, o que é enquadrado em alto risco. A equipe do hospital ligou para o Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) para fazer o transporte dela para o Hospital Santa Catarina, mas a equipe móvel só chegou depois de cerca de quarenta minutos. "Não temos estrutura para atender a um caso desses. Temos dois médicos com esta paciente e aguardando o Samu chegar para levá-la para o Santa Catarina. Enquanto isso, apenas um médico está se desdobrando para atender as demais pacientes. Já ligamos a mais de trinta minutos e até agora, a equipe não chegou", explicou a funcionária. A ambulância chegou ao local 40 minutos depois da ligação e a paciente foi transferida.

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