ANO 8 - EDIÇÃO 1477ª - DIÁRIO - QUINTA-FEIRA, 19 DE JuLho DE 2012 -

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Geral

A cidade teve mesmo uma morte por Gripe A? A namorada do homem de 38 anos que morreu na UTI do Hospital Dom João Becker na última sexta-feira questiona autoridades sobre os exames

U

m e-mail, ainda sem resposta, enviado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), saudades de alguém que não vai mais voltar e uma revolta muito grande contra o Sistema Único de Saúde (SUS), que parece cada vez menos adequado para atender as necessidades da população nesta área. Estes são alguns dos sentimentos que ainda enchem o coração da analista de negócios M.R.T. e demais familiares da vítima. Na última sextafeira, 13, o namorado dela – nome omitido a pedido dela – de 38 anos, morreu na UTI do Hospital Dom João Becker (HDJB). Foi o fim de uma jornada que começou no início do mês, com dois atendimentos Unidade Básica de Saúde São Judas Tadeu, com sintomas de gripe. Nas duas vezes, com febre de 40 graus, ele recebeu paracetamol e foi mandado para casa. Na terceira vez que foi ao médico, já era tarde. Na última segundafeira, o titular da SMS, Régis Fonseca, e a coordenadora da Vigilância Epidemiológica e Imuni-

Foto: Claudio Oliveira/JG

Essa é uma coluna do povo para criticar elogiar e botar a boca no trombone sobre aquilo que os leitores entenderem por certo ou errado. Entre em contato com a redação, pelo telefone 34213381 ou mande seu e-mail para jornaldegravatai@terra.com.br. Junto mande seu telefone e endereço. RECLAMAÇÃO I Prezado Silva, meu nome é Osmar Spido, sou professor de Taekwondo e tenho uma reclamação a fazer. Comecei há alguns meses um projeto social na sede comunitária da Acecovale, na Morada do Vale I, que foi um sucesso. Cheguei a ter mais de 70 alunos. No entanto, tudo o que é bom um dia acaba. Hoje, a pedido do presidente da instituição, tive que parar com as aulas, pois ele queria que eu cobrasse uma mensalidade das crianças para que a Acecovale tivesse algum lucro. Por isso estou na dúvida sobre como fazer minha parte de cidadão - que é proporcionar uma atividade decente às crianças carentes daquela comunidade, algo que mais à frente lhes traga boas oportunidades - se nem todos colaboram. Estou muito chateado! RECLAMAÇÃO II O senhor Reinaldo Rodrigues comenta sobre a falta de calçadas em alguns pontos da cidade, e outras que estão em péssimas condições, prejudicando o ir e vir das pessoas, principalmente dos idosos e daqueles com deficiência física ou visual. Nosso leitor relata que a falta de acessibilidade afeta, inclusive, aos que precisam fazer suas compras ou buscar algum documento em órgão público. Ele cita como exemplo a Exatoria do Estado, em Gravataí, que não oferece nenhum tipo de facilidade para que pessoas especiais acessem o prédio. Senhor Reinaldo, nos solidarizamos com o senhor, e pedimos às autoridades competentes que atentem para este detalhe e tomem alguma providência. Está mais que na hora!

Secretário pediu prioridade nos exames do homem que morreu no HDJB

zações, Clarisse Ribeiro, informaram ao JG que ainda aguardavam o resultado dos exames para confirmar se a causa da morte havia sido mesmo a Gripe A, causada pelo vírus H1N1. Ontem, o secretário disse que já pediu prioridade nos exames encaminhados para verificar se é um caso de Gripe A, até porque se for confirmado, trata-se da primeira morte pela doença neste ano no Município. – Lamentamos o ocorrido e entendemos a dor e mesmo a revolta dos familiares, mas estamos trabalhando conforme as recomendações do Ministério da Saúde. Infelizmente ainda não conse-

guimos que a vacina seja para todos os cidadãos. Sobre o atendimento do paciente na UBS São Judas em duas ocasiões, não fomos informados sobre isso, mas vamos averiguar para ver o que aconteceu – prometeu o secretário. Vacina Durante a semana em que o homem esteve internado no HDJB, os médicos recomendaram que os familiares e pessoas próximas dele não fizessem a vacina, pois se tivessem sido contaminados, deveriam esperar passar o período de incubação da doença. Ontem, a mãe dele foi vacinada, mas os filhos da namorada não ti-

veram a mesma sorte. – No posto de saúde aqui do Centro me disseram que era só para o grupo de risco e que não precisava me preocupar porque ninguém morre de Gripe A em Gravataí – reclamou a mãe das crianças, que fez a vacina contra a gripe comum na empresa onde trabalha. Ela pretende tomar as medidas legais cabíveis quando tiver o resultado dos exames. – Eu sei que ele não vai voltar, mas pelo menos vamos fazer o possível para evitar que outras pessoas tenham esta perda por falhas no sistema de atendimento de saúde – se conforma a mulher.

Técnicos fazem levantamento topográfico para a UPA da Cohab B Uma equipe da Secretaria Municipal da Coordenação e Planejamento esteve esta semana no terreno que vai sediar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cohab B, para fazer o levantamento topográfico da área de 4,5 mil metros quadrados – dentro de uma maior, que tem 9 mil metros quadrados. A nova unidade receberá R$ 2 milhões do Ministério da Saúde e servirá para desafogar unidades como o Serviço de Urgência

Gravataí, 19/07/2012 - Pág. 3

e Emergência 24 Horas, que também está sendo habilitado como UPA. Saiba mais Lançada pelo Ministério da Saúde em 2003, a Política Nacional de Urgência e Emergência teve como objetivo estruturar e organizar a rede de atendimento médico no país. Uma das criações deste projeto foi a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 Horas, que tem como foco principal diminuir as filas nos

prontos-socorros dos hospitais. A intenção é evitar o encaminhamento a hospitais de casos que podem ser resolvidos nas UPAs ou unidades básicas de saúde. As UPAs funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana, e podem resolver grande parte das urgências e emergências, como pressão e febre alta, fraturas, cortes, infartos e derrames. Estas unidades inovam ao oferecer estrutura simplificada como

raio x, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e leitos de observação. Nas localidades que contam com as UPAs, 97% dos casos são solucionados na própria unidade. Quando o paciente chega às unidades, os médicos prestam socorro, controlam o problema e detalham o diagnóstico. Eles analisam se é necessário encaminhar o paciente a um hospital ou mantê-lo em observação por 24h.

RETORNO SOGIL Conversamos com a colaboradora envolvida e a orientamos sobre a importância de, em todas as situações no coletivo, atuar de acordo com o padrão de atendimento objetivado pela Sogil, o qual é divulgado e enfatizado nas orientações e treinamentos que recebe na empresa. No caso citado, de fato foi preciso alocar um motorista de outra linha para cobrir o horário e, por isso, ocorreu um engano no trajeto, retomado com o auxílio dos clientes efetivos que conheciam bem o itinerário. Esta parceria entre usuários e tripulações só traz benefícios para todos e são muito valiosas para que o dia-a-dia do transporte coletivo seja mais agradável e harmônico. Salientamos que a Sogil sim se preocupa com toda e qualquer queixa que seu cliente realize, pois presta os seus serviços visando a satisfação dos usuários. Todas as reclamações recebidas são analisadas e é fornecido um retorno. Para isso, o SAC Sogil está à disposição para atendimento, por meio do 0800 510 7080 ou do e-mail sac@sogil.com.br SAÚDE PELAS TABELAS A senhora Nanda Cristoff escreve para a coluna e relata que na terça-feira presenciou o “caos na saúde pública de Gravataí”. Diz que precisou ir no 24H para um atendimento médico, e chegando lá se deparou com uma multidão de pessoas que também estavam aguardando atendimento. Para fazer a ficha demorou uma eternidade, relata. E mais ainda para passar pela triagem, até que a enfermeira informou que ela seria atendida somente à 01h da madrugada, mesmo tendo chegado por volta das 09h30 da manhã. O Posto estava superlotado e atendido no momento por apenas um clínico geral. “A orientação da enfermeira foi que eu fosse para casa e retornasse mais tarde para não ficar esperando. Desta feita, me automediquei em casa mesmo. Fico indignada com isso, que a saúde pública ta ruim todos sabemos, precisamos encontrar uma saída para melhorar, contratar mais médicos, melhorar a infraestrutura da unidade de saúde, por que isso não esta sendo feito?”. GRANDE PROBLEMA O leitor Pedro Silva escreve para a coluna e relata que levou seu filho ao Posto 24 Horas, ficou esperando três horas até que a triagem fosse feita, acabou desistindo e foi até o Padre Jeremias em Cachoeirinha onde foi atendido em meia hora. Disse que também consultou no JJ, onde pagou R$ 30,00, mas também teve que esperar por três horas. Ele afirma que nossa saúde pública está falida, e que os políticos precisam atentar para esse problema sob pena de vermos uma completa paralisação desse setor. Pedro ainda fala sobre políticos, mas este assunto fica para depois das eleições. E o Silva diz mais: a saúde está morta, moribunda e enterrada! PROTESTO PROGRAMADO A senhora Mara Beatriz escreve para falar do protesto sobre o asfalto da Avenida Vitória. Ela garante que foi uma baderna programada e não um protesto. Relata que os moradores que fizeram isso sabiam que as obras não haviam sido paralisadas, que nesse tempo que elas ficaram paradas era para regularização dos “gatos” dos próprios moradores. Diz que o que ocorreu foi pura politicagem e das bem feias, pois tem morador que é candidato na próxima eleição, e que tudo não passou de um marketing para angariar votos. Por seu lado, a Secretaria de Obras da Prefeitura desmentiu a paralisação das obras na Rua Vitória. Depois que moradores protestaram na noite de domingo, o secretário Paulão explicou que a pausa nos trabalhos de asfaltamento foi para regularizar as instalações de água e esgoto. PRECISO DE LEITE Bom dia! Sou Wanessa Santos, vizinha da mãe do garoto Weslen Aquino Becker e estou pedindo ajuda em nome da família. Eles estão precisando com urgência de uma lata de leite PEPTAMEN Júnior (Peptamen Junior é uma nutrição à base de peptídeos para crianças de 01 a 10 anos. Isenta de glúten, colesterol e lactose. Indicada para problemas de má absorção, diarréia, desnutrição, sepse, câncer e doenças inflamatórias intestinais) que custa R$ 200,00 a lata. A doença do Weslen começou com febre alta, dores pelo corpo, manchas e cansaço. Levado ao hospital e feito os exames, diagnosticou-se que ele era portador de leucemia aguda. O garoto terá que voltar para casa, onde será submetido a tratamento através de uma sonda. Para tanto a família precisa de 28 latas do leite acima citado para que ele possa estar fortificado e voltar ao tratamento de quimioterapia que deve demorar entre um e três anos. Se você de bom coração puder ajudar, alguém irá lhe recompensar! Ligue para o jornal 3421-3381.

Senha do dia:

“Saúde brasileira está morrendo, só falta enterrar...”


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