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POLÍTICA

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OPINIÃO

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CafezinHo CoM César santos

luiz eduardo

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‘fui o único prefeito do Brasil que nunca nomeou parentes’

Por César santos - Da ReDação - FoToS: jornal de fato

o empresário bem-sucedido Luiz Eduardo decidiu entrar para a política em 2016, incentivado pela proposta de reconstruir a cidade de Maxaranguape, localizada a 46 quilômetros de Natal, que sofria com administrações desastrosas. A sua candidatura a prefeito foi consagrada nas urnas por 64,16% dos votos. Quatro anos depois, em 2020, a sua gestão foi aprovada pelo eleitor e ele foi reeleito com 66,26%. Agora, Luiz Eduardo entende que é o momento de alçar voos mais altos. Ele renunciou ao cargo de prefeito para concorrer a um mandato de deputado estadual nas eleições 2022. É sobre a sua carreira política, vitoriosa até aqui, e seus projetos eleitorais que o ex-prefeito de Maxaranguape conversou no “Cafezinho com César Santos” desse domingo.

o senhor ficou menos de um ano no segundo mandato de prefeito, antecipando a renúncia para ser candidato nas eleições 2022. Por que se afastou tão cedo da função delegada pelo povo?

Eu fui eleito em 2016 com mais de 63% dos votos. Não era político de ofício, vim da iniciativa privada, e a minha ideia era exercer uma função de gestor de fato. A gente reergueu o município de Maxaranguape, que se encontrava há 16 anos com o político que não era bom. A gente não via para onde eram destinados os nossos impostos, não via a cidade crescer, o dinheiro ser bem aplicado. Convidado pela oposição para ser candidato, eu coloquei que para aceitar seria para fazer diferente como, por exemplo, que nenhum cargo de secretário seria político, mas, sim, técnico. Ganhamos a eleição, fizemos uma grande gestão. Eu fui o único prefeito do Brasil que não tinha um parente de primeiro, segundo ou terceiro grau empregado na Prefeitura. Em 2020, nós fomos reeleitos com mais de 66% dos votos, sem eu fazer uma visita porta a porta; fiz campanha de dentro de casa, só fui a quatro comícios e a uma carreata, porque eu tinha na mente que a população já conhecia meu trabalho, tinha condição de me avaliar. De fato, isso foi feito e nós ganhamos a eleição e elegemos oito dos nove vereadores, com a oposição elegendo apenas um, na sobra dos votos. É uma demonstração de aprovação popular e a certeza que fizemos o melhor por nosso município.

gunta, por que se afastou tão cedo da função delegada pelo povo? o senhor não teme ser incompreendido pelo eleitor?

Não. Eu fiquei cinco anos na Prefeitura, fizemos uma gestão aprovada pela população, tanto que fomos reeleitos com mais de 66% dos votos. Passei para a vice-prefeita (Professora Nira) três anos de mandato, ela que foi a minha vice na primeira gestão, administrará Maxaranguape até 2024 e tenho certeza que fará uma grande gestão. Eu poderia renunciar ao mandato para me candidatar a um cargo de deputado estadual em 1º de abril conforme a lei, mas resolvi renunciar em dezembro para permitir que a nossa prefeita iniciasse um ano fiscal completo. Entendemos que eu adentrando o ano fiscal da atual prefeita eu estaria atrapalhando a sua gestão. Esse foi um dos motivos de anteciparmos a nossa saída. O outro motivo é que não queríamos que as pessoas achassem que eu estava usando a máquina pública em benefício de um projeto nosso para deputado estadual. A gente passou cinco anos na Prefeitura, não temos processo aberto pelo Ministério Público, tivemos zelo com o dinheiro público, fizemos uma grande gestão.

essa convicção o faz achar que está credenciado para alçar novos voos na política?

Temos a convicção que fizemos uma grande gestão, isso é o principal. Quan-

Ficamos cinco anos na Prefeitura de Maxaranguape, fizemos uma gestão aprovada pela população, tanto que fomos reeleitos com mais de 66% dos votos.

do assumimos o município, a Prefeitura devia três meses de salários atrasados, a cidade não tinha código de obra, não tinha código ambiental, havia uma completa desorganização. Eu fiz código ambiental, fiz código de obra, eu fiz georreferenciamento fundiário, eu fiz plano de saneamento, eu fiz código tributário. Reorganizei administrativamente a cidade, repassei a Prefeitura agora em dezembro com zero em resto a pagar, deixei mais de um milhão de reais na conta da educação, deixei dezesseis milhões de reais em convênio com o Governo Federal, quase nove milhões de reais em pavimentação. Então eu deixei a cidade pronta pra ser administrada. A cidade hoje tem mais de dois milhões de reais de negócios com o Banco do Nordeste. Nós aumentamos a produção agrícola vinte vezes mais, dando apoio à agricultura familiar e ao agronegócio. Levamos a maior fábrica de água de coco in natura do Brasil, ela corta em média de um milhão de cocos por mês, e levamos pousadas, restaurantes, que estão gerando mais empregos diretos e indiretos.

o senhor disse que não há qualquer processo aberto contra a sua gestão, mas o seu chefe de Gabinete, edmilson de oliveira lima, foi condenado por desvio de recursos da agricultura familiar. Como é que o senhor agiu nesse episódio?

Ele tinha uma entidade aonde, segundo a Justiça, não foi prestado conta devidamente. Nós aguardamos a Justiça fazer o devido julgamento. Quem sou eu para julgar ele ou qualquer outra pessoa? A justiça é que tem que julgar. E se ele estiver errado, que seja responsabilizado. Cada um é responsável pelos seus próprios atos.

Mas ele continua na gestão, mesmo depois de condenado. isso não depõe contra a sua imagem?

Continua. Ele foi meu chefe de gabinete durante cinco anos e continua com a atual prefeita. Na nossa gestão, não houve nenhum desvio de conduta, nem abertura de inquérito contra ele. Se ele cometeu erro ou se é inocente, cabe à justiça decidir. A gente não pode fazer um pré-julgamento. Agora, eu tive a oportunidade de conhecer os autos. Provavelmente, até o final do ano esse processo vai ser extinguido.

então o senhor advoga que ele é inocente?

Não. Deixa a justiça dizer se é ou não. Não posso dizer que ele é inocente, nem posso dizer que é culpado. Eu acho que esse papel é da justiça, não é meu e nem de nenhum outro cidadão. O que nós podemos é dar nossa opinião quanto ao fato, nós temos esse direito e na minha opinião é que a justiça diga quem está errado ou certo, e se tiver errado seja punido, pague pelos seus erros. Mas, quanto aos cinco anos que ele passou ao meu lado, trabalhando juntos, tenho ele como uma pessoa de ótimo caráter, corretíssimo comigo. É um parceiro político, muito bom articulador e pessoa de confiança. Agora, que a Justiça faça o seu julgamento.

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