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CÉSAR SANTOS
from Jornal De Fato
CÉSARSAnTOS
cesar@defato.com
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MOSSORÓ,
PRIORIZE MOSSORÓ
Mossoró, o segundo maior colégio eleitoral do Rio Grande do Norte, com 183.285 eleitores, terá a oportunidade - nas eleições de outubro - de ampliar a sua representação na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa. As urnas são uma chance de os mossoroenses fazerem o resgate da importância da cidade no contexto político, econômico e social do Estado.
Em tempos passados, Mossoró chegou a ter em uma mesma legislatura dois dos oito deputados federais, ocupando ¼ da bancada potiguar em Brasília. Na Assembleia Legislativa, em mesmo período, quatro deputados de Mossoró defenderam os interesses locais e regionais.
A representatividade da segunda maior cidade do estado encolheu nos últimos pleitos. Em 2018, elegeu apenas um deputado federal: Beto Rosado (Progressistas) e dois estaduais: Isolda Dantas (PT) e Allyson Bezerra (Solidariedade). Hoje, na ALRN, apenas Isolda representa Mossoró, depois de Allyson ter renunciado ao mandato para assumir o cargo de prefeito em janeiro de 2021.
É verdade que os dois representantes de Mossoró atuam com qualidade e dão resposta positiva à sociedade. Basta dizer que o deputado Beto Rosado já mandou mais de R$ 70 milhões em emendas parlamentares para as áreas vitais da cidade, não havendo outro na história com um volume de recursos tão elevado. Agora, esse montante seria bem maior se Mossoró tivesse mais deputados, como teve no passado.
Pois bem.
As eleições de outubro são a melhor oportunidade para o eleitor mossoronse promover esse resgate. E as opções são diversas com quase 20 nomes distribuídos em mais de 10 partidos políticos.
Para a Câmara dos Deputados são 10 opções: Beto Rosado (Progressistas), Sandra Rosado (União), Samanda Alves (PT), Lawrence Amorim (Solidariedade), professor Paulinho Silva (PCdoB), Pablo Aires (PSB), Gideon Ismaias (Cidadania), Heliane Duarte (MDB), professor Josué Moreira (PL) e Fernandinho das Padarias (Republicanos).
Para a Assembleia Legislativa, são oito candidatos à disposição: Isolda Dantas (PT), Marleide Cunha (PT), Larissa Rosado (União), Zé Peixeiro (Brasil 35), Tony Fernandes (Solidariedade), Isaac da Casca (MDB), Jorge do Rosário (Avante) e Soldado Jadson (Solidariedade).
Além desses nomes genuinamente mossoroenses, os outros postulantes com raízes na cidade, embora de origem em outros municípios oestanos, se apresentam como opção para trabalhar por Mossoró, podendo ser citados: Dr. Bernardo Amorim (PSDB – Almino Afonso), Getúlio e Rêgo (PSDB – Pau dos Ferros), Leonardo Rêgo (União – Pau dos Ferros), Anax Vale (União - Gov. Dix-sept Rosado) e Ivanilson Oliveira (União- Baraúna).
É claro que o voto é livre e o eleitor tem autonomia de escolher o que ele acha melhor para a sua cidade e o seu estado. No entanto, não resta dúvida que, e a história mostra isso, os políticos com mandatos priorizam a sua terra e região de origem.
E não custa nada, mais uma vez, lembrar a sabedoria do velho alcaide Jerônimo Dix-huit Rosado Maia: “Quem não faz um pouco mais por sua terra, nada fará pela terra de ninguém”.
jERÔniMO DiX-HuiT ROSADO MAiA
Prefeito de Mossoró por três vezes
É nOTÍCiA
O poeta Bráulio Bessa será a atração da abertura do III Congresso Nacional de Ciência e Educação da Católica do RN, em Mossoró. Agende a data: 12 de setembro. Senhas limitadas.
Nesta data, em 1992, a Secretaria Municipal de Saúde de Mossoró ganhava sede própria, na rua Seis de Janeiro, bairro Santo Antônio, onde hoje funciona o SAMU 192. Obra da primeira gestão da exprefeita Rosalba Ciarlini.
O desenvolvimento do varejo regional será debatido por especialistas na próxima quinta-feira, 4, no 1º Fórum de Desenvolvimento do Varejo de Mossoró e região. Entre os palestrantes, Rafael Puerta, do Brasil Cacau. Agende a data.
O Censo Demográfico 2022 começa nesta segunda-feira, 1º. No RN, o lançamento da operação ocorrerá no bairro Mãe Luíza, em Natal. Nos próximos três meses, mais de 2.900 recenseadores visitarão os cerca de 1 milhão de domicílios.
A Finecap 2022 será realizada entre 26 de agosto e 5 de setembro, data de aniversário de Pau dos Ferros. Uma das atrações será a dupla Maiara e Maraisa, no dia 4 de setembro.
A VEZ DO EX CiAC, HOjE CAiC
O RN terá nestas eleições dois ex-governadores e três exministros candidatos. Garibaldi Filho (MDB), que governou entre 1995 a 2002, e Robinson Faria (PL), governador entre 2015 a 2018, tentarão se eleger deputado federal. Já os ex-ministros Rogério Marinho (PL) e Henrique Alves (PSB) são candidatos ao senado e a deputado federal. O outro ex-ministro é Garibaldi Filho.
Há exatos 30 anos, o governo Collor de Mello inaugurava o primeiro Centro Integrado de Apoio à Criança (CIAC, depois CAIC) em Mossoró, no bairro Carnaubal. A solenidade contou com o secretário nacional de Cultura, Sérgio Paulo Rouanet, a prefeita Rosalba Ciarlini e o governador José Agripino Maia. A unidade recebeu o nome de Monsenhor Francisco Sales de Cavalcanti.
DE OLHO nO 28
A última rodada de pesquisa Datafolha crava vantagem de 18 pontos de Lula (PL) sobre Bolsonaro (PL): 47% a 39%. Mas, exibe um recorte que diz que 28% dos entrevistados admitem mudar o voto. Uma carta de garantia ou uma "brecha" para ajustar os números se assim precisar. O instituto é o maior e mais acreditado do País.
MEnOS RELEVAnTE
Outro recorte da Datafolha também chama a atenção: 73% dos entrevistados responderam que há corrupção no governo Bolsonaro. Em melhor português, o brasileiro está convencido que a corrupção é parte do palanque eleitoral. E ainda chama a atenção que é o tema aparece como menos relevante. Ou seja, o eleitor não tá nem aí.
LiBERAL
O PL realiza convenção neste domingo, 31, em Natal, para oficializar a candidatura de Rogério Marinho ao Senado e, também, aprovar a coligação com o Solidariedade e União Brasil, dos candidatos Fábio Dantas (governador) e Ivan Júnior (vicegovernador).
PODEMOS
O Podemos realiza a sua convenção nacional neste domingo, 31, na Câmara de São Paulo. Nos discursos, o senador Styvenson Valentim será destacado como candidato a governador do RN.
Governo deixa sem vale-gás mães pobres que têm filhos com deficiência
AnnA CAROLinA PAPP
Estadão
Uma vez por semana, Rosane Arruda, de 47 anos, sai com um carrinho de feira pela comunidade onde mora, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Mas não é para colocar frutas ou verduras; e, sim, gravetos, tábuas, restos de obra e o que mais encontrar pelo caminho. Sem dinheiro para comprar gás, Rosane tem cozinhado com lenha, embora, por lei, tenha direito a receber um auxílio que subsidia o botijão.
Ela, porém, nunca viu esse dinheiro, assim como milhares de outras mães solo que têm filhos com deficiência e recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Às vésperas do início do pagamento dobrado do vale-gás, instituído pela PEC Kamikaze, o governo federal deixou sem o benefício mães que têm filhos com deficiência e representam a parcela mais pobre da população. Nas últimas duas semanas, o Estadão conversou com mulheres desassistidas pela ação que subsidia metade do botijão a cada dois meses – e, a partir de agosto, passa a subsidiar 100%. O BPC concede um salário mínimo por mês a pessoas com deficiência ou idosos acima de 65 anos com renda per capita de até um quarto do salário mínimo (hoje, R$ 303). Já o vale-gás é pago desde janeiro a famílias inscritas no Cadastro Único com renda mensal per capita de até meio salário mínimo e a famílias que possuem integrante que recebe o BPC. No entanto, segundo a Rede Observatório BPC, de um universo de 13 mil mães solo pertencentes à associação – com os cadastros atualizados –, apenas uma recebe o vale-gás. Quando procuram os Centros de Referência de Assistência Social (Cras), saem sem respostas. Procurado pela reportagem, o Ministério da Cidadania preferiu não se manifestar.
SEM PODER TRABALHAR
"Boto o fogãozinho a lenha lá no fundo, porque meu filho também tem bronquite", diz Rosane, que tem um filho deficiente visual e outro autista. "Eu sei que é perigoso, mas a gente não tem o que fazer. Não posso trabalhar, porque tenho de cuidar deles o dia todo. Tenho de me virar com o BPC, mas tem muito gasto, tem remédio, comida está caro… e o gás aqui está R$ 110. Não tem condições", diz.
Luana Paula, de 31 anos, é mãe de uma criança cadeirante de 11 anos. Ela também não recebe o vale-gás. Quando busca ajuda no Cras de onde mora, em Santo Antônio do Descoberto (GO), ouve que seu cadastro está atualizado, mas que o pagamento ainda não foi liberado e que nem há previsão. "Não temos direito a nada, só a um salário mínimo. Meu filho toma remédio, usa fralda, eu pago aluguel. Uma fralda está R$ 40, R$ 50. Um leite, quase R$ 10. Eu vivo com ajuda de cesta básica e doação", diz. Onde ela mora, o botijão está custando R$ 140. "Deixo o registro aberto pela metade para economizar. Faço a janta e já deixo para o almoço. Mesmo assim, é muito difícil", contou Paula.