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MULHER ........................................ P1 A
from Jornal De Fato
Cont. da PÁG. 3
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a senhora tem na bagagem a experiência de ter sido secretária-adjunta do Gabinete Civil do rn, subsecretária do trabalho, emprego e renda, coordenando o sIne/rn, e também ocupou função no ministério de direitos Humanos da Presidência da república, durante o governo da ex-presidente dilma rousseff. esse currículo respalda o projeto de buscar um mandato eletivo?
Ajuda e muito. Por exemplo, uma das tarefas que eu cumpri no Gabinete Civil do governo Fátima, era atender as demandas do interior, dos municípios, já que a governadora não instituiu aquela secretaria que sempre teve nos governos anteriores, a pasta das relações institucionais com os municípios. Cumprimos esse papel. A gente tem em mente, de forma muito recente, quais são as principais pautas dos municípios. Também tem aquele exercício do diálogo que nós fizemos, tanto no governo Fátima e no governo Dilma, como forma de buscar saídas para as demandas que chagavam. Nós vivemos agora uma situação muito difícil de pandemia da Covid-19, que exigiu muita capacidade e determinação da governadora Fátima. Ela pegou o estado quebrado, cheio de problemas, salários atrasados, áreas vitais que precisavam ser recuperadas. Foi preciso muito diálogo, competência. Tivemos muito poder de diálogo para buscar e encontrar saídas. Se tem muitas demandas, mas não tem recursos novos, qual é a solução? Foi esse diálogo que fizemos para enfrentar os problemas. A gente sempre tem falado que o que a governadora Fátima tem feito não é milagre, é gestão, e a gente que cumpriu essa tarefa de buscar as saídas, dando respostas e resultados às demandas que chegavam do interior. Essa experiência nos credencia.
a governadora formalizou aliança com a tradicional família alves, que o Pt combate ao longo de sua história política no rn. Walter alves será o vice na chapa de fátima Bezerra e Carlos eduardo alves, o candidato ao senado. essa aliança não enfrentará dificuldade para ser entendida pelo eleitor?
Brincavam que tinha outro Alves, já que o meu nome é Samanda Alves, mas só para descontrair (riso). A convenção da nossa federação, que oficializou a nossa coligação, para mim ela foi o testamento que a chapa escolhida foi acertada e a decisão foi a correta. A nossa militância entendeu as razões dessa ampla aliança. Nós vimos a militância do PT, a militância do MDB, a militância do PDT, do PCdoB e do PV juntas e não teve nenhum contratempo durante as falas dos nossos pré-candidatos. As pessoas entenderam que essa não é eleição qualquer, até porque está em jogo a nossa democracia. O que a governadora Fátima fez, foi o que o presidente Lula fez, chamando para perto de nós todos aqueles que defendem a democracia, todos aqueles do campo progressista, sem olhar para trás, porque a política não é feita por fotografia, ela é um filme. As pessoas estão entendendo a aliança, as pesquisas que têm sido feitas e divulgadas também estão mostrando que a população entendeu as razões dessa aliança. É uma união pelo nosso Estado, é uma união pelo Brasil, pela democracia, é uma união do campo progressista.
o fato de o Pt abdicar no rn da aliança com o PsB, que forma a chapa presidencial com o vice (Geraldo alckmin) de lula e alckmin, não é uma incoerência política? a senhora não acha que a própria militância resiste à ideia de ter Carlos eduardo ao senado em detrimento de rafael motta, do PsB?
Não acho. O deputado Rafael Motta, que é o presidente estadual do PSB, pessoa que eu tenho muito respeito e admiração, decidiu sobre candidatura ao senado depois de a governadora Fátima ter convidado Carlos Eduardo para a nossa aliança. Se tem uma coisa que Fátima Bezerra tem é palavra, dentre outros atributos importantes. Ele assumiu com Carlos Eduardo e está cumprindo. Quando Rafael veio colocar o nome dele, foi depois que a governadora já tinha oficializado o convite ao ex-prefeito Carlos Eduardo para ser senador. A gente respeita a pretensão de Rafael Motta, ele apoia o governo de Fátima, apoia a candidatura do presidente Lula, mas a gente não tinha como voltar atrás, não tinha nenhum motivo para voltar atrás e desfazer a aliança com o ex-prefeito Carlos Eduardo. Estaremos juntos no plano nacional, mas na disputa estadual o nosso candidato a senador é Carlos Eduardo.
o projeto maior do Pt do rn é, evidentemente, a renovação do mandato da governadora fátima Bezerra para sequenciar o projeto iniciado nas eleições de 2018. Qual é o discurso para convencer o eleitor a reeleger fátima para mais quatro anos?
A memória do eleitor
será muito importante. As pessoas lembram que há quatro anos o Rio Grande do Norte figurava na imprensa nacional como o estado mais violento do país. Eu mesmo participei de cotinhas para a gente comprar cestas básicas para os policiais que ficaram aquartelados porque eles não recebiam salários. Sou filha de professora aposentada que passou aquele 2018 sem salário, sem o décimo terceiro, sem esperança. As pessoas assistiram às empresas irem embora do Rio Grande do Norte e todos sem acreditar mais que o estado pudesse andar para frente, embora a gente conheça as nossas potencialidades. A professora Fátima chegou para dar rumo ao estado. A governadora enfrentou as dificuldades com a pandemia, apesar do governo Bolsonaro. Veja que o estado tinha dois ministros do governo Bolsonaro que, ao invés de ajudar, muitas vezes procuraram atrapalhar. As pessoas fazem esse comparativo e agora que o Rio Grande está com norte, as pessoas querem avançar e sabem que a professora Fátima é uma boa condutora desse processo. Portanto, acreditamos que a memória vai fazer o eleitor comparar o que era o Rio Grande do Norte no governo passado e que é hoje.
a sua terra é mossoró, seus pais residem em mossoró, mas pelo fato de a senhora ter saído da cidade ainda jovem para construir carreira profissional, é pouca conhecida do grande público. a campanha eleitoral deste ano é a grande oportunidade de a senhora se apresentar aos conterrâneos? Quais as suas expectativas?
Quando saí de Mossoró para Natal, eu já tinha 20 anos, ou seja, metade da minha vida foi aqui em Mossoró. A gente tem buscado esse diálogo com o povo de Mossoró, mas somos conscientes que existe uma barreira para essa aproximação, porque esta é a primeira eleição estadual que vai durar apenas 45 dias. Pouco tempo se levar em conta que as campanhas passadas tinham duração de 90 dias. Realmente, eu sou desconhecida da população lá da ponta, mas isso não nos desanimará; pelo contrário, vamos realizar o nosso trabalho, já estamos fazendo os diálogos com os setores organizados, utilizando as ferramentas de comunicação que temos hoje, como as redes digitais, para promover essa interação com os mossoroenses. Nós temos como explicar porque saímos daqui ainda jovem, assim como muitos interioranos fazem em busca de estudos e trabalho. Estamos falando também do sentimento de gratidão que tenho por Mossoró, mas também de dívida que pretendemos resgatar agora lutando por oportunidades para que outras jovens não precisem sair de sua terra como eu saí em busca de estudo e trabalho. É esse diálogo que a gente vai ter com nossos conterrâneos de Mossoró.