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outras palavras
from Jornal De Fato
José nicodemos aristida603@hotmail.com

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DE CERTO MODO, UMA CRÔNICA
Começos de julho nervosos e sem motivos. Tudo o que tenho a fazer é minha coluna diária no jornal, que faço em casa mesmo, pois já não tenho força nas pernas para ir até a redação. Vocês sabem: a idade é impiedosa. E que bem me faria ao espírito o contato físico com os colegas de redação, dos quais sinto grande saudade. Faz anos que não os vejo.
Hoje é um desses dias em que me falta disposição para qualquer coisa, a mente vazia, a vontade idem. Ou seria melhor dizer, vontade não sei de quê. Tendo de desempenhar-me do meu trabalho no jornal, bom ou ruim, ligo o computador e fico de cara pro ar, à procura de um assunto qualquer. Que me acuda uma inspiração qualquer, a mais banal que seja.
Em meio a essa inquietação mental e psicológica que me toma por inteiro, corpo e alma. Aliás, nestes últimos anos, assinalados pela reclusão em casa, desde a pandemia, tenho sido presa fácil de agitações psíquicas, de uma agonia que não sei explicar direito. Eu sei que já contei isso, aqui, e mais de uma vez, mas é que não tenho outro jeito senão o de repetir-me.
Juntem-se a isso as complicações naturais à idade, já se abeirando dos noventa anos. São inescapáveis. Mas tenho de dar conta do recado, isto é, de produzir o meu texto diário, bem ou mal. Não importa. E se novidade nenhuma me vem em auxílio, neste momento, que outra coisa mais posso fazer que não seja o voltar ao passado, tantas vezes já comentado?
Linguagem
É o que me obrigo a fazer agora, pois. Um breve passeio de volta à minha terra outrora, precisamente pelas suas ruas antigas, de taipa socada de barro batido. Sim, é isso, tenho a fixação das minhas ruas de antigamente, à sombra ventilada de benjamins e papoulas. No silêncio macio das noites frescas, espreguiçadeiras nas calçadas, também de barro batido.
Evidente que falo das minhas ruazinhas de pescadores, entre morros de areias brancas, poeira de luares, com seu cheiro característico de maresia, pelos fins da tarde aquele cheiro gordo de peixe gordo assado, no ar. Em especial, a primeira Rua da Água Doce, que ficava para os lados do caminho do Pontal. Digo “primeira”, com seu casario de palha de coqueiro.
Era ali, principalmente, que nasciam as lendas do mar e das salinas, estas últimas quase sempre ambientadas às margens da misteriosa Camboa de Panelada. Também, as mais vezes, donzelas vestidas de nova, o véu branco e diáfano a confundir-se com a alvura do luar, pois sempre apareciam em noite de lua cheia, a vagar pelo paredão separando a água.
Mas não se contam mais aquelas lendas antigas, nem mais existe a Rua da Água Doce, com seu nome primitivo, nem com aquela feição, maneira de viver, e seus usos e costumes. Fico por aí nas minhas recordações de agora, e acho que, de certo modo, me desempenhei da crônica de hoje no jornal. Afinal, que outra coisa é a crônica senão a expressão da banalidade?
tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será considerada cumprida caso oscile entre 1,75% e 4,75%.
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado e é a maior desde janeiro de 2017.
Um copo com água ou um copo de água? Antes de mais nada, é de necessidade conhecer o valor semântico das preposições, conforme ensina o gramático João Ribeiro, dos mais seguros que este país tem possuído. A preposição – de – indica conteúdo, e, portanto, diz-se corretamente: um copo de água (ou d’água). Mestre João Ribeiro escreveu: um copo de vinho. Um copo com água diz outra coisa: um copo com certa quantidade de água. Aí, a preposição “com” não indica propriamente conteúdo, e sim quantidade. Ninguém diz, por exemplo, prato com comida, mas prato de comida, e ninguém vai entender que se trata de um prato feito com comida. Não há indicação da matéria de que o prato é feito. A ideia é de conteúdo. É de necessidade, pois, o conhecimento do valor semântico, ou nocional, das preposições. Estas nem sempre funcionam como simples servidão gramatical, como no caso do objeto indireto. Na língua tudo significa, e é bom conhecer os significados dos elementos linguísticos.
Já a previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), considerado a inflação oficial do país, manteve-se estável em 4,95%. Há quatro semanas, a expectativa era de que 2023 fechasse com uma inflação de 5,12%. Para 2024 e 2025, a inflação projetada pelo mercado está em 3,92% e 3,55%, respectivamente.
A projeção para a inflação de 2023 se mantém acima da meta para o ano, definida em 3,25% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Com a margem de s elic e câ MB io Tanto taxa básica de juros como câmbio de mantiveram estáveis, segundo o boletim Focus desta semana. No caso da Selic, a expectativa é de que feche o ano com uma taxa de 12%. O mesmo percentual foi projetado há uma semana pelo mercado. Há quatro semanas, a expectativa era de que 2023 fechasse com uma Selic a 12,25%. A projeção da Selic se mantém também estável para 2024 em 9,5% e 2025, 9%. Com relação ao câmbio, a previsão é a mesma há quatro semanas, de que o dólar feche o ano com uma cotação de R$ 5. Para 2024 e 2025, a expectativa do mercado é de que a moeda norte-americana feche o ano custando R$ 5,05 e R$ 5,15, respectivamente. Nesta segunda-feira, a cotação do dólar, segundo o BC, está em R$ 4,82.
Renegocia O De D Vidas Pode Beneficiar 30 Milh Es De Pessoas
luciano n asci M ento repórter da agência Brasil
Instituições financeiras credenciadas pelo Banco Central começaram a renegociação de dívidas para a Faixa 2 do Programa Emergencial de Renegociação de Dívidas de Pessoas Físicas Inadimplentes (Desenrola Brasil). Segundo o Ministério da Fazenda, cerca de 30 milhões de brasileiros podem se beneficiar nesta etapa.
A Faixa 2 do programa abrange a população com renda de dois salários mínimos - R$ 2.640 até R$ 20 mil por mês. As dívidas podem ser quitadas nos canais indicados pelos agentes financeiros e poderão ser parceladas, em, no mínimo, 12 prestações. Também é necessário ter sido incluído no cadastro de inadimplentes até 31 de dezembro de 2022.
Nesta fase do programa, também serão perdoadas dívidas bancárias de até R$ 100. Nesse caso, o nome da pessoa será retirado dos cadastros de devedores pelas instituições financeiras. Segundo o Ministério da Fazenda, com essa medida cerca de 1,5 milhão de pessoas deixarão de ter restrições e voltarão a poder ter acesso ao crédito.
Faixa 1
A habilitação de agentes financeiros para a Faixa 1 do Desenrola Brasil também já está disponível. Nesse caso, os agentes financeiros terão de fazer a solicitação na plataforma do Fundo Garantidor de Operações (FGO) Desenrola Brasil e devem cumprir os critérios negociais e tecnológicos previstos no Manual de Procedimentos Operacionais do FGO Desenrola Brasil.
É necessário informar os registros ativos dos inadimplentes no perfil da Faixa 1, e fornecer dados como o número de contrato, a data da negativação e da inserção no cadastro de inadimplência, além dos três dígitos iniciais do número do CPF (Cadastro de Pessoas Físicas) do devedor.
As pessoas com dívidas até R$ 5 mil e que tenham renda de até dois salários mínimos, ou sejam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), poderão participar do Desenrola Brasil na etapa que terá início em setembro.
Acada 4 horas, uma mulher é vítima de violência no Brasil.
Em 2022, foram mais de 2.400 casos registrados, sendo que quase 500 foram feminicídios, ou seja, a cada dia ao menos uma mulher morreu apenas por ser mulher. Os dados são da Rede de Observatórios da Segurança.
Formas de salvar as vidas e de acolher essas mulheres estão sendo debatidas nesta segunda-feira, 17, e terça-feira, 18, no 1° Encontro Nacional das Casas da Mulher Brasileira, em Brasília.
A Casa presta atendimento humanizado e integrado às mulheres vítimas de violência. São oferecidos, por exemplo, serviços de acolhimento e triagem; apoio psicossocial; delegacia; acesso à Justiça, ao Ministério Público e à Defensoria Pública.
No encontro são trocadas experiências sobre o trabalho realizado na Casa da Mulher e também atualizadas as diretrizes e protocolos de atendimento.
“Para que não tenhamos cada local com uma casa isolada, sozinha, nós precisamos ter uma linha de atendimento, uma linha da qualidade, da efetividade do resultado, enquanto uma política nacional que vai dar conta de respaldar a vida das mulheres e garantir segurança no atendimento”, explicou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.
“Estamos falando de mulheres indígenas, negras, de periferia, quilombolas e ribeirinhas que estão em todos os lugares onde a violência também está muito presente. Então é muito importante essa adequação, esse olhar especial para essa diversida-
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