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POLÍTICA

CaFEzInHo CoM César santos

nEy LopEs dE soUza

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‘rio Grande do norte precisa de um advogado no senado da república’

Por César santos - Da ReDação - FoToS: MaGnUs nasCIMEnto

o jornalista, advogado e político ney Lopes de souza surpreendeu ao anunciar pré-candidatura a senador da república pelo PMB do rio Grande do Norte. Não havia, no noticiário cotidiano, qualquer notícia e/ou especulação sobre o seu retorno à arena político-eleitoral. Mas, Ney afirma que era um propósito pessoal voltar à vida pública, por acreditar que tem experiência e potencial intelectual de colaborar com o rio Grande do Norte e o País. Aos 77 anos, advogado militante com escritório em Natal, Ney Lopes carrega na bagagem seis mandatos de deputado federal, uma suplência de senador da república, vice-prefeito de Natal na administração de Wilma de Faria (falecida em 2017) e cargos importantes na gestão pública. Ele ainda presidiu a Comissão de Constituição, Justiça e redação final da Câmara dos Deputados; a Comissão de Ciências, Tecnologia e Informática da Câmara dos Deputados; a Comissão Mista Parlamentar do Mercosul; o Instituto Tancredo Neves, instituição de estudos políticos do Partido da Frente Liberal (PFL – antigo DEM – Democratas e atual União Brasil), além de ter sido autor do texto aprovado da atual Lei de Marcas e Patentes. No Cafezinho com César Santos, Ney Lopes de Souza respondeu perguntas sobre a sua nova fase política e faz análise sobre os cenários estadual e nacional.

o senhor foi deputado federal por seis mandatos, secretário de estado, vice-prefeito de natal e cumpriu intensa carreira pública ao longo de décadas. o que motiva o senhor a retornar com uma candidatura ao senado?

Na verdade, era propósito pessoal voltar à vida pública anteriormente para dar continuidade a propostas e projetos de minha autoria, que ficaram parados com a minha saída do Congresso. Mas, não consegui viabilizar esse projeto no partido em que estava filiado, mesmo com várias tentativas. Agora, sentindo-me em bom estado de saúde, percebo que o quadro político local e nacional é gravíssimo. O RN precisa de um “advogado no senado”, que é a Casa representativa dos estados federados. Proponho-me a ser esse advogado, levantando temas, propostas e reivindicações. Tem muita coisa a ser feita. A experiência de mais de 20 anos no Congresso permitirá que execute esse trabalho diário, se obtiver a confiança popular.

o senhor diz que não poderia se omitir no momento que o estado e o país enfrentam crise econômica e política. Como é possível contribuir para mudar esse quadro?

Pretendo discutir pelas redes sociais na campanha um plano de ação legislativa, que possa orientar o meu trabalho no senado. A Sei que sera uma luta de Davi contra '' minha campanha será à base de propostas, sempre esclarecendo que não são promessas, porque a concretização depende de vários fatores, inclusive sanções de leis. Mas o parlamentar é como o advogado: defende o cliente, mas não emite a sentença final. O meu cliente sempre foi e

Golias. Na será o RN e o Brasil. política, o senhor tem dito que, como no se eleito, vai defender projetos que não foram episódio concluídos durante a sua bíblico, a vitória na passagem na Câmara dos deputados. Que projetos são esses? depende da força. Os pontos principais da ação parlamentar que pretendo desenvolver são: voltar o crédito educativo como era quando eu propus em 1975. Naquela época, o estudante de Universidade pública recebia uma parcela em dinheiro, a título de financiamento, para o seu sustento, compra de livros, lazer, e também, é claro, pagamento de anuidades das universidades privadas. O meu projeto foi deturpado, e os jovens universitários da UFRN, Uern etc. não se beneficiam do crédito educativo. Vamos lutar pela volta desse benefício. Além disso, a defesa intransigente da democracia, em qualquer circunstância. Sem liberdade ampla, não há projeto de país. Preocupam-me as dificuldades hoje enfrentadas pelos mais pobres, decorrentes da desigualdade social; da classe média sufocada pela redução progressiva da renda e certas injustiças existentes no sistema de previdência social, um dever do Estado, que precisa sempre proteger quem dele necessita para sobreviver. Em termos de desenvolvimento regional, que atinge o RN, irei desarquivar o meu projeto quando deputado, cujo objetivo era regulamentar o artigo 43 da Constituição e assegurar ao Nordeste juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias, isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas; prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas. Tudo isto está na Constituição, porém falta regulamentar. Eu tentei, mas saí do Congresso e ninguém se interessou.

o senhor se filiou ao pMb, um partido de pouca expressão e de pouca estrutura partidária. Como fazer uma campanha com essas limitações? Como o senhor planeja a sua campanha?

Aceitei o convite do PMB, um partido pequeno que não dispõe de recursos do Fundo Eleitoral. É um grupo de idealistas. O PMB é um partido de centro, que pretende impulsionar a política nacional de forma a valorizar mulheres e homens, visando alcançar o desenvolvimento sem caráter excludente ou discriminatório de quem quer que seja. Na disputa da presidência da República o partido é neutro, deixando o eleitor livre para a sua escolha. Para o governo do RN, o partido apoia Dra. Clorisa Linhares, ex-candidata à prefeita de Grossos, RN, empresária, formada em Direito e Ciências Sociais. É um quadro partidário idealista e que pretende debater o futuro do RN, com humildade e firmeza. O meu propósito é resgatar compromissos que tenho com o RN e não concluí quando deputado federal. Desejo, em primeiro lugar, ser o parlamentar que sempre fui. Os mais novos se informem de que como agi no Congresso.

o senhor enfrentará palanques tradicionais que terão o ex-prefeito Carlos Eduardo e o exministro rogério Marinho como seus principais concorrentes. é possível construir uma campanha vitoriosa diante do poderio de seus adversários?

Olhe, sei que será uma luta de Davi contra Golias. Na política, como no episódio bíblico, a vitória não depende da força, quer seja econômica, de tradição ou eleitoral. Basta ter fé. E coragem para seguir, confiando em Deus e no povo livre. O RN já mostrou em campanhas passadas que muitos, em situação semelhante a minha, alcançaram a vitória.

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