3 minute read

MULHeR ........................................ P1 A

Next Article
CÉSAR SANTOS

CÉSAR SANTOS

Cont. da PÁG. 3

‘Gostaria de ter experiência no setor privado. é para lá que eu vou’

Advertisement

Valor: Qual vai ser o papel do senhor na transição?

Faria: Vou focar muito nessa área de telecomunicações. E me colocar muito à disposição, no que for possível. Quero ter um perfil muito técnico nessa transição, um perfil que a gente teve aqui em telecomunicações. Mas, se precisar expandir para algo que seja demandado, estou à disposição.

Valor: Como o senhor acha que será a relação do futuro governo com esse Congresso que foi eleito?

Faria: O Congresso eleito foi mais de centro-direita. Mas, como o diálogo está acontecendo com os partidos, eles estão propondo fazer um governo de coalizão, eu não sei como isso vai ser acomodado. Acredito que haverá pautas com mais dificuldade de aprovação. Mais as pautas de valores, pautas consideradas relevantes para a direita, eu acredito que eles terão mais dificuldades. Na pauta econômica, na pauta do dia a dia, eu acho que você consegue formar uma maioria, fazendo uma composição com uma base maior.

Valor: E as reformas tributária e administrativa?

Faria: Essa pauta de reformas é uma pauta mais da direita do que da esquerda. Vai depender do presidente eleito junto com a base dele querer aprovar. Essas pautas econômicas mais liberais teriam apoio natural da oposição.

Valor: Como o senhor vê esses protestos que pedem “intervenção federal” em frente aos quartéis?

Faria: Eu lutei, me dediquei integralmente como ministro para ajudar o presidente Bolsonaro. Por acreditar nele e por ser muito grato e leal ao convite que ele me fez como ministro. Mas, depois que passaram as eleições, eu acho que agora é o momento de ter serenidade, tranquilidade, de pensar no Brasil. Eu não quero ser contra quem quer vestir a camisa e sair nas ruas. Acho que cada um tem o direito de fazer o que quer. Mas eu, particularmente, acho que a gente tem que seguir em frente, olhar para frente. A gente tem que pensar no país. Manifestações pacíficas, sim. Bloqueio de estradas e “intervenção federal”, sou contra.

Valor: Esses movimentos não podem prejudicar o presidente?

Faria: Os movimentos que estavam atrapalhando o país eram os fechamentos de estradas. O presidente deu uma palavra direta, pedindo para desbloquear as estradas porque isso atrapalhava a economia, estava começando a faltar insumos, produtos, combustível, a gerar desabastecimento. Não acho que isso prejudicaria ou não o presidente. Não pode é ter escalada. Se for algo pacífico, tudo bem.

Valor: Que papel o senhor acha que ele deve ter nos próximos anos?

Faria: Liderar esse legado que ele fez, liderar esse legado aí de centro-direita Brasil afora de deputados, senadores, governadores. Ele é a figura maior, o líder maior, ele tem que lidar este processo. Acho que o líder desse processo de oposição é ele, ele que tem que tomar essa a decisão, o que ele quer. O presidente formou lideranças, tem muitas lideranças de direita, tem Tarcísio, governador de São Paulo, tem o Zema, de Minas, então a direita hoje tem vários nomes.

Valor: O presidente

da Câmara, Arthur Lira, será reeleito?

Faria: Arthur é um excelente quadro, um grande líder que tem um grande número de deputados que o apoiam. Ele tem palavra e credibilidade por isso.

Valor: Ele pode ser um presidente que faz oposição ao governo?

Faria: Arthur é uma pessoa de palavra, quem ele apoiar, ele vai entregar o que prometeu. O Bolsonaro apoiou o Arthur e teve reciprocidade. Ele é conhecido pela palavra e nunca falhou com ninguém. Se eu fosse presidente [da República], eu queria ter o Arthur Lira como presidente da Câmara.

Valor: Qual o seu futuro? Ficará até 31 de dezembro?

Faria: Pretendo sair junto com o presidente. Quando anunciei que não era candidato, eu disse que tinha muito mais para entregar em nove meses como ministro do que em 16 anos como senador. E que eu iria continuar para terminar o que estava fazendo. A implementação do 5G nas capitais, que ocorreu; conectar internet nas escolas; fechar acordo com empresas de satélite, hoje são seis já aprovadas na Anatel. Acho que saio com missão cumprida como disse lá atrás, independente de quem ganhasse, que gostaria de ter experiência no setor privado. É para lá que eu vou.

'' Bolsonaro é a figura maior, ele que tem que liderar o processo de oposição. O presidente formou liderança.”

This article is from: