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socialização de pessoas com Parkinson em ritmo de forró

jerusa Vieira

Especial

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Música em ritmo de forró é a trilha sonora para o aquecimento dos participantes. Alunos de Fisioterapia da UFRN fazem aqueles passos de dança “dois pra lá e dois pra cá” para os demais reproduzirem. Esse é o início da sessão do projeto de extensão AGruPar –Assistência fisioterapêutica em Grupo para pessoas com doença de Parkinson.

Os encontros reúnem esses pacientes e seus cuidadores para estimular a socialização entre eles e uma melhor qualidade de vida.

Mais presente em homens de meia idade e idosos, a doença de Parkinson não tem cura e é geralmente lembrada pelo tremor das mãos. Porém, há outros sintomas cognitivos, emocionais e psicológicos que também fazem parte da condição, como perda de olfato, alteração no sono, constipação, pressão baixa, incontinência urinária, alteração visual, depressão e o sintoma considerado mais incapacitante, a lentidão dos movimentos.

O projeto AGruPar nasce com o intuito não só de reduzir os déficits motores dos assistidos, como de inseri-los em atendimentos humanizados e possibilitar a socialização por meio do contato com outros participantes. Nos encontros, os graduandos em Fisioterapia fazem a mediação dos exercícios com os pacientes e seus acompanhantes e auxiliam para além do físico. “O projeto não é só atendimento por atender, mas é atendimento por vínculos. Aqui aprendemos a nos comunicar com os pacientes, como acessá-los por diversas vias”, explica Larissa Araújo, uma das alunas integrantes da equipe.

Esses vínculos criados não são revestidos somente de alegrias. A mestranda em Fisioterapia Clarissa Fernandes está entre os pós-graduandos que supervisionam as sessões para orientar e ajudar os mediadores. A discente teve experiências marcantes no projeto, inclusive a perda de participantes queridos. “Na pandemia perdemos contato com alguns que não conseguiram acompanhar remotamente. Quando voltamos, soubemos que perdemos dois pacientes. Ficaram somente lembranças, porque não conseguimos nos despedir”, fala emocionada.

No final da sessão, a equipe se reúne para comer lanches levados pelos assistidos e Clarissa encontros reúnem esses pacientes e seus cuidadores para estimular a socialização logo lembra do senhor Rui, um dos falecidos, que sempre dizia ao levar algo feito por ele: “vocês cuidam da gente, então deixa a gente cuidar de vocês.”

Além das pessoas com a doença, os cuidadores também são incluídos nas sessões, podendo se movimentar e cuidar do seu bem-estar. “O grupo quer acolher os dois, porque os cuidadores também precisam de cuidados. São pessoas que, muitas vezes, se abstêm do trabalho, geralmente é alguém da família ou um amigo que para a vida para dar assistência. Geralmente eles não se cuidam por estarem preocupados em cuidar do outro”, destaca a coordenadora do projeto, Tatiana Ribeiro.

O Parkinson está presente na vida de Randolfo Neto há 10 anos. O senhor e sua esposa, Fran Souza, estão há quatro anos sendo fiéis aos encontros com o AGruPar e reconhecem como tem sido bom fazer parte dele. “É um pessoal de altíssima qualidade, gentileza, acolhimento, uma coisa que recebemos com muita satisfação”, diz Randolfo, e Fran completa: “eles [quem possui a doença] precisam de acolhimento para poder se desenvolver e conseguir fazer os exercícios direito, sem causar alguma lesão, e os alunos são fantásticos.”

No momento, o projeto conta com quatro grupos, que se reúnem todas as sextas-feiras em sessões com duração de uma hora. Uma dessas turmas participa remotamente por teleconferência, por estarem doentes ou com maior dificuldade de locomoção, mas conseguem realizar as mes- mas atividades com materiais presentes em casa. Interessados em participar podem entrar em contato com

o que é Parkinson

Chamada oficialmente de doença de parkinson, essa condição é caracterizada por uma diminuição na produção de um neurotransmissor chamado dopamina. A dopamina permite que o corpo funcione bem, transportando os impulsos nervosos de um ponto a outro e facilitando os comandos emitidos pelo cérebro para que cheguem até outras partes do corpo.

Quando a dopamina não está presente no corpo, há um grande comprometimento no sistema nervoso central, que aumenta conforme os anos passam e afeta todas as áreas do corpo.

P

rinciPais sintoMas

Raíssa Taveira, aluna de doutorado em Fisioterapia e colaboradora do projeto, pelo WhatsApp (83) 98850-4148 o mal de parkinson pode tornar a pessoa inválida porque, conforme avança e compromete o sistema nervoso, ela pode afetar as habilidades da pessoa de viver sozinha, tornando-a dependente de outros indivíduos. no entanto, conforme a medicina avança, é possível que medicamentos impeçam a rápida progressão da doença.

Essa doença é cada vez mais comum em idosos e pessoas de idade mais avançada. Conforme a expectativa de vida no País aumenta, os índíces de doença de parkinson também podem acabar aumentando.

– tremedeiras, em especial nos membros superiores, como os braços;

– lentidão e diminuição na rapidez dos reflexos musculares;

– rigidez nas articulações;

– alterações que acontecem em um único lado do corpo;

– passos mais curtos;

– redução dos movimentos dos braços;

– pessoa que não consegue controlar a saliva e acaba babando;

– pessoa que deixa de piscar naturalmente;

– depressão;

– confusão mental;

– dores musculares; e

– dificuldade para escrever e fazer movimentos que exigem uma maior precisão.

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