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Diante dos olhos

cobriu? Fiquei sabendo que foi através do Michael Jackson. Foi uma grande surpresa.

P – Você teve acesso ao documentário antes da estreia na plataforma de streaming. Qual foi a sua participação na edição final?

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filme, mas fiz com 17 anos. As pessoas não enxergam como ficção. ‘Xuxa é pedófila porque fez um filme’. Ou seja, o Rambo matou um monte de gente? Ninguém vê a história, que é sobre exploração sexual. Sofro até hoje com isso. Me machuca a ignorância das pessoas”, desabafa.

P – Você tem uma longa trajetória diante de câmeras. Agora, aos 60 anos, o que a motivou a revisitar o passado através desse documentário original Globoplay?

R – Estou com muita vontade ser avó, mas não é nenhuma pressão na Sasha (risos). Ela tem de fazer no momento certo. Mas queria que meus netos tivessem a oportunidade de ver a minha história. Acho muito lógico esse projeto ser feito pelo Globoplay. A Globo tem 29 anos da minha história. Não poderia ser feito por outro veículo. Quero que todos me conheçam. Em vez de álbum de família, eu vou mostrar um documentário para os meus netos. Em vez de contar, vou mostrar. Não vai ser bacana?

P – Como foi essa experiência de revisitar locais importantes do passado e conversar com pessoas fundamentais da sua história, como Boni e Marlene Mattos?

R – Foi bem interessante. Eu queria levar todo mundo para as gravações. Levei a Sasha para Santa Rosa e mostrei tudo por lá. Queria que ela estivesse em vários momentos. Rever tantas pessoas foi um dos pontos mais emocionantes do projeto, sem dúvida. É muito interessante ver a nossa história através do olhar do outro. É diferente.

P – Mesmo sendo um documentário retrata sua história, você chegou a se surpreender com alguma informação ou pesquisa da produção?

R – Sim. Eu deixei de falar com o diretor que fez o programa comigo nos Estados Unidos. Não sabia porque deixamos de nos falar, mas descobri isso no documentário. Também nunca soube como ele chegou até mim naquela época. Como ele me viu? Como ele me des-

R – Algumas coisas saíram. Teve coisa que a própria equipe do Bial achou correto tirar porque podia tirar a atenção de outras coisas. Mas teve um trecho que eu pedi para tirarem. Falei na hora meio sem pensar. Na verdade, eu até pensei, mas acho que nem todo mundo está preparando para ouvir o que eu falei ali. O próprio Bial falou que achou que eu me abri demais e me excedi naquele momento.

P – Como assim?

R – Claro que talvez eu gostasse de ver mais algumas coisas. Mas não mudaria nada no projeto final. Achei bem compacto para contemplar 60 anos de vida de uma pessoa e 40 anos de profissão. Vi muito respeito pela minha história. Não é um documentário que me coloque nas alturas. Tem puxão de orelha também. Tem umas vergonhas que as pessoas vão se perguntar como deixei isso passar. Mas acho que o bacana é esse. Não colocar só as coisas boas.

P – Você teve acesso a muitas gravações e programas antigos. Como foi essa experiência de rever esse material?

R – Muito estranho você se ver tanto tempo depois. Tem muita coisa que eu via e pensava: “o que se passava na cabeça dessa pessoa?”. Eu não sabia como agir com crianças naquela época. Têm vídeos comigo falando coisas horríveis para aquelas crianças.

Interpretar personagens com idades próximas às de seus intérpretes pode ser um facilitador no processo de construção. Flora Camolese, que atualmente é vista na pele da estudante de Direito Bia, de “Vai na Fé”, sentiu isso quando gravou suas cenas como a irreverente Beta, um dos papéis centrais de “A Vida Pela Frente”, série do Globoplay. Quando passou no teste para integrar o elenco da produção, a atriz tinha 19 anos, enquanto a história Beta estava na fase de transição dos 17 para os 18 anos. “Eu me sentia com a idade da Beta porque era a idade que eu tinha quando começou a pandemia. Para mim, estava em um lugar totalmente adolescente, um lugar muito verdadeiro”, lembra a atriz, que hoje tem 21 anos.

Na história, Beta é uma garota engraçada e divertida. Porém, também muito provocadora e inquieta. Fã das artes, em muitas cenas tem como fiel companheira uma câmera de vídeo, com a qual registra parte dos momentos que vive com seus amigos de escola. Principalmente dois deles: Cadé e Liz, vividos por Jaffar Bambirra e Nina Tomsic, respectivamente. “A Beta é muito intensa, mas tem dificuldade de expressar o que acontece dentro dela. Vai guardando e acaba criando muitas frustrações”, pontua Flora.

Curiosamente, Flora também era a pessoa mais nova do

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