Jornal de Fato

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ECONOMIA 7

SEXTA-FEIRA, 6 DE MARÇO DE 2020

EM TODO O PAÍS

Censo abre 200 mil vagas >> Inscrições começam hoje e vão até o dia 24, somente pela internet AKEMI NITAHARA

Da Agência Brasil

O

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) abriu hoje (5) as inscrições para o processo seletivo do Censo 2020. São 200 mil vagas temporárias para os cargos de agentes censitários municipais e agentes censitários supervisores, ambos de nível médio, e para recenseadores, que exige nível fundamental. As vagas são para todos os municípios do Brasil e as inscrições vão até 24 de março, somente pela internet, pelo site da organizadora do Processo Seletivo, Cebraspe. A taxa, no valor de R$ 35,80 para as funções

de nível médio e de R$ 23,61 para recenseador, pode ser paga em qualquer banco, casa lotérica ou pela internet. O trabalho será na coleta de informações do Censo 2020, com entrevistas aos moradores de todos os domicílios do país. A duração prevista dos contratos será de três meses, com possibilidade de renovação em caso de necessidades do IBGE e de acordo com a disponibilidade orçamentária. Os profissionais terão direito a férias e 13º salários proporcionais. Não há restrição para quem já prestou serviço temporário para o IBGE ou outros órgãos públicos. No total, são 5.462 vagas para agente censitário muni-

cipal, com salário de R$ 2.100, e 22.676 vagas para agente censitário supervisor, que vai receber R$ 1.700 por mês. Segundo o IBGE, a vaga de agente censitário municipal de cada cidade será ocupada pelos melhores colocados no concurso em cada município. Eles serão os responsáveis pela coordenação da coleta do Censo 2020 naquela cidade, enquanto os demais agentes irão supervisionar as equipes de recenseadores. Os recenseadores serão remunerados por produtividade, de acordo com o número de domicílios visitados e entrevistas feitas com os moradores. O cálculo leva em conta também as características do município, o

tempo médio de duração das entrevistas e o deslocamento para o trabalho de coleta. O IBGE disponibilizou um simulador para calcular o valor que o trabalhador pode receber. Por exemplo, um recenseador na cidade do Rio de Janeiro que trabalhe 30 horas semanais pode chegar a uma remuneração de R$ 2.092,56 ao mês. Já em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, a mesma carga horária pode render R$ 4.399,48. As vagas serão distribuídas por áreas de trabalho específicas e o IBGE recomenda que os candidatos morem nas localidades em que irão atuar. As provas, marcadas para maio, serão feitas em todos os municípios onde houver vagas.

OUTRAS PALAVRAS JOSÉ NICODEMOS

aristida603@hotmail.com

POLÍTICA É ESPERANÇA

A

gente anda na rua, ouve as rodas de conversa, delas às vezes participando, às vezes à distância, e não se fala em política. Longe a longe, surge um comentário indiferente, e logo se muda de assunto. Aparentemente, não se acredita mais na chamada classe política, e isso, para bem dizer, é ruim. Muito ruim. Explico esta última parte: política vem a ser esperança no futuro, uma vez que, na democracia, carregue, em si, o sentido de utopia; bem entendido, o querer sempre o melhor, como forma de vida. Claro que uso aqui – política – na acepção grandiosa do termo, nada a ver com isso que se pratica, cá entre nós, pela cartilha do Diabo. Nesse caso, perdido o interesse, na massa do povo, pela participação política, como parece ser em nosso país, hoje, é de supor que não há mais, nesse mesmo povo, a força da esperança no futuro – a utopia que se faz à luz da democracia. Nessa condição, torna-se a vida dos brasileiros um caminhar para lugar nenhum. Mas, mudará um dia esse cenário? Não sei. O que sei, porque vejo e sinto, é que não se vislumbram sintomas do futuro, que, na democracia, se constrói na urna eleitoral. É que os políticos de hoje serão os mesmos de amanhã, e acho muito pouco provável surgirem nomes, a esta altura, com

vocação de servir o interesse coletivo. Se procurarmos achar as relações das coisas, haveremos de constatar semelhante desinteresse na participação política, como resultado de essa entidade representar, e apenas, a causa própria, hoje mais do que nunca. O embuste em suas formas mais nojentas, e sem o mais mínimo respeito ao povo eleitor. Assim é que, pensando bem, ninguém se lança candidato eleitoral que não seja, e tão só, com a intenção de aumentar-se, seja lá como for. As visibilidades não me deixam mentir, e não se diga que estou a pôr vidro de aumento sobre a triste realidade – as candidaturas em função de ambições pessoais. E como assim é, torno a dizer que o povo é a grande vítima dessa coisa abominável a que se dá o nome de classe política, quando outra seria a classificação adequada. Na verdade, em que não há dúvida, um simples, e nauseante, conluio de exploradores da boa-fé popular, de todo jejunos de vocação para servir o interesse coletivo. Falo de antigos e emergentes, e é bom dizer que estes últimos se têm revelado piores: são atraídos para a vida pública, vê-se logo, pelos generosos acenos da política menor. Que remédio, então? Só há um: precaver-se contra a manada possuída pelos demônios.

PROBLEMA

EXCESSOS

FINANÇAS

Não será por demais dizer que o grande problema nacional, se não o único, está na má gestão do dinheiro público, o que, só por si, já diz tudo. A corrupção, em geral, se contém, está visto, nessa entidade ruinosa.

O que de logo se evidencia é que o produto dos nossos impostos é apropriado pelas ambições e apetites das elites, não falando no uso, da parte do poder oficial, na acomodação de afilhados em cargos públicos.

A prova disso está em que estados e municípios mais moderados, nesse particular, ostentam situação financeira mais ou menos equilibrada, apesar da crise por que ora passa o país. Há menos excessos.

LINGUAGEM Muitos fazem confusão quanto ao uso correto de “há” e “a”, questão já tratada nesta coluna, mais de uma vez, em resposta ao leitor. Desta vez é a estudante Ana Amélia que diz ter dúvida, na hora de escrever, se deve empregar esta ou aquela forma, e pede uma dica que a libere dessa confusão, de uma vez por todas. É muito fácil, Ana Amélia. Tomemos esta frase: “Ela viajou “a” uma semana e voltará daqui “há” dois dias”. Guarde a regra: HÁ indica fato passado e equivale a “faz”, enquanto “a” exprime tempo futuro ou distância (não pode ser substituído “faz”). Agora, vamos corrigir a frase em questão: “Ela viajou há (passado = faz) uma semana e voltará daqui a (tempo futuro) dois dias”. Não se pode dizer “faz dois dias”, não é mesmo? Se o sentido é distância, a vez é de “a”: Estamos a cinco quilômetros de Natal (também aqui não cabe a substituição de “a” por “faz”). OK? Não erre mais.


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