JORNAL DA REGIÃO
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19 a 25 de Outubro de 2016
Cascais reforça oferta de cuidados continuados
Mais 64 camas disponíveis na Parede Cascais vai ter mais 64 camas de cuidados continuados. O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, esteve presente, na passada segunda-feira, na assinatura do protocolo com as Residências Montepio, que disponibilizam, assim, mais camas para a Rede Nacional. Estas 64 novas camas de Cuidados Continuados Integrados (15 de convalescença, 29 de média duração e reabilitação e 20 de longa duração) vêm alargar a resposta no concelho na área da prestação deste nível intermédio de cuidados de saúde, que fica com cerca de 80 camas, aumentando também para 2.127 camas na Região de Lisboa e Vale do Tejo. As unidades de cuidados continuados integrados têm por objectivo a prestação de cuidados de saúde e de apoio social de forma continuada e integrada a pessoas que, independentemente da idade, se encontrem em situação de dependência,
permitindo a promoção da reabilitação, estabilização clinica e autonomia dos doentes. A Administração Regional de Saúde dá, assim, continuidade ao compromisso de melhorar a resposta assistencial.
Primeiras admissões vão ocorrer ainda antes do Natal O presidente da administração das Residências Montepio, Carlos Beato, prevê que “comecem a serem admitidos utentes ainda antes do Natal. O compromisso é que seja até ao final de Dezembro”. Carlos Beato adiantou que a unidade “tem todos os aspectos clínicos (médicos e enfermagem), ginásio e fisioterapia”.
O ministro da Saúde visitou as instalações, os quartos e o ginásio. Adalberto Campos Fernandes mostrou-se satisfeito com o que viu, mas reconheceu que ainda falta muito para chegar à satisfação de todos: “Estamos longe de satisfazer as necessidades de Cascais, mas queremos chegar ao fim da legislatura com um número considerável de camas. Mas, o Estado não pode fazer isso sozinho. O país é demasiado pequeno e pobre para não atribuirmos importância à rede social”. O ministro reconhece que “Cascais estava nesta matéria diminuído e havia trabalho a fazer”. O vereador responsável pela Saúde, Ricardo Leite, aproveitou a cerimónia para lançar um desafio ao ministro: o apoio a um projecto-piloto de cuidados paliativos ao domicilio. Uma resposta cada vez mais urgente, sustentou o vereador, que frisou que Cascais tem a saúde como uma das prioridades: “São sempre os pobres que têm pio-
Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, teve oportunidade de visitar a unidade do Montepio
res cuidados de saúde. Quem precisa de cuidados continuados ou recorre aos privados ou é enviado para lugares bem longe daqui”. Por esse motivo, salientou, “temos que reconhecer que os cuidados continuados não são suficientes. A institucionalização não é comprovadamente a solução ideal. Por isso, a Câmara está activamente a procurar estabelecer uma colaboração mais estreita com o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) e com o Hospital de Cascais de modo a termos um papel de gestão integrada dos cuidados de saúde – optimizando os recursos disponíveis”.
Para Ricardo Leite, “é nesse âmbito que temos a ambição de irmos mais longe na resposta à população, particularmente à mais idosa. Foi inclusivamente identificado pelo ACES uma necessidade premente no concelho – a necessidade de termos uma resposta de cuidados paliativos ao domicílio. Para além dos ganhos em saúde, é uma questão de darmos uma resposta humanista que coloca a dignidade da pessoa no centro da nossa acção”. “Por isso, a Câmara Municipal de Cascais está disponível – com o apoio do Ministério da Saúde - para desenvolver um programa de
cuidados paliativos ao domicílio como projecto-piloto aqui em Cascais. Estamos certos que o sucesso do nosso programa poderá depois servir de exemplo para os demais concelhos do país”, salientou o autarca. Em declarações ao JR, o ministro da Saúde manifestou abertura para colaborar com as autarquias. “É um projecto bem-vindo. Esta é uma área sensível. Merece o nosso melhor acolhimento. Estamos muito atrasados no país neste domínio”, reconheceu Adalberto Campos Fernandes. Francisco Lourenço S98-3-1403