Jornal Chave de São Pedro

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ANO 10 • Nº 121 • MARÇO DE 2013

jornalchavedesaopedro

Conheça os símbolos da

Semana Santa Dom Sérgio de Deus Borges

A grandeza de um homem de fé Dom Odilo Pedro Scherer

O legado deixado pelo

A Sede de Pedro se tornará vacante

Papa Bento XVI Ele continua anunciando Jesus vivo


Um marco

na história Neste mês, os olhos de todo o mundo estão voltados para o Vaticano e a eleição do novo papa. A Chave de São Pedro não poderia ser diferente e não abordar de maneira especial este importante momento na história da Igreja. Estamos na Quaresma, 40 dias para a penitência e a reflexão, e, falando a respeito, o nosso pároco nos alerta sobre como entender espiritualmente esse tempo. O nosso querido professor Felipe Aquino apontou, especialmente para o nosso jornal, os dez principais trabalhos desenvolvidos por Bento XVI, durante os seus oito anos de pontificado. Quem tem uma história a nos contar e explicar é o nosso Cardeal Arcebispo Dom Odilo, que nos relatou a renúncia do Papa e esclareceu sobre como isso deve ser entendido. É tempo de Quaresma e o exemplo de humildade de Bento XVI também nos leva a olhar para dentro de nós mesmos e reconhecer nossas limitações. A matéria de capa fala das orientações da Igreja referentes à Semana Santa, com um texto que traz um bom número de curiosidades. O velho ditado já dizia que prevenir é melhor que remediar, portanto, pedimos ao Corpo de Bombeiros dicas importantes para a prevenção de acidentes domésticos, as quais serão publicadas nas próximas edições. Acompanhe os últimos eventos na Paróquia e já se programe para as diversas novidades de março. Boa leitura! Equipe Pascom Paróquia de São Pedro

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PALAVRA DO PADRE

Renuncia-te a ti mesmo POR pe. edimilson da silva, jornalista e pároco da Paróquia de São Pedro do Tremembé

“Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor, quer do corpo, quer do Espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho que reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de bispo de Roma, sucessor de São Pedro, que me foi confiado pelas mãos dos cardeais em 19 de abril de 2005, pelo que a partir de 28 de fevereiro de 2013 a sede de São Pedro ficará vacante”. Esta é a transcrição do discurso de Bento XVI que surpreendeu o mundo. Nesta hora surgem os especuladores, aqueles que começam a querer prever quem irá ocupar a cátedra de Pedro. Será o próximo papa um intelectual?

Midiático? Progressista? Conservador? Como sou pastor, quero alertar as minhas ovelhas, confiadas a mim por Jesus Cristo, para que se tranquilizem diante deste cenário. Não se importem com as “apostas”, pois isso não é um jogo, e nem torçam por um favorito. É o Espírito Santo quem vai escolher o sucessor de Pedro. Não pense “são homens imperfeitos”, mas, sim, Deus é quem conduz para que dentre os 118 cardeais saia o próximo papa. Faço questão de reforçar que não existem favoritos a papa. Qualquer um pode ser eleito. E este não favorece o seu país ou continente. Não se trata de troca de favores. E, ainda, Bento XVI não vai influenciar na escolha de seu sucessor. Portanto, filhos e filhas, enquanto a fumaça branca não cruzar o céu do Vaticano, vamos rezar para que Deus continue a inspirar e iluminar a sua Igreja. E nos trazer um novo Pastor, capaz de anunciar Jesus Cristo no mundo moderno. E que ele nos ajude a nos aprofundar cada vez mais nos santos mistérios da Igreja, com base na tradição, no magistério e na Sagrada Escritura. Bendito o que vem em nome do Senhor!

Foto: Divulgação

carta ao leitor

março | 2013


cLiPPing

EsPEciAL PAPA

JAntAR bingO bEnEFicEntE DA PARÓQuiA DE sÃO PEDRO

Foto: Divulgação

O Jantar da Amizade aconteceu no último dia 16 de fevereiro no salão paroquia. A ação beneficente em prol da Creche Pedro Apóstolo foi um sucesso desde a venda dos convites, que esgotaram uma semana antes do evento. O evento contou ainda com a ilustre presença do Bispo Auxiliar de São Paulo, Dom Sérgio de Deus Borges, que entregou, em nome do Pe. Edimilson, placas de agradecimento pela dedicação à Paróquia à Terezinha, Rosângela e aos casais Fátima e Luiz, Marcus Vinicius e Giselle, S. Zezinho e D. Zezinha. Agradecemos a todos que contribuíram com este ato de solidariedade às nossas crianças.

O legado deixado

pelo Papa Bento XVI

POR PROF. FELiPE AQuinO

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Não teve medo de enfrentar a “ditadura do relativismo”, que nega a verdade e ensina que cada um faz a sua, e destrói a família e a sociedade. O papa é o paladino e arauto da verdade que salva (cf. Catecismo §851).

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Deixou-nos três encíclicas fundamentais: Deus caritas est, Spes salvi e Caritas in veritate, que precisam ser estudadas detalhadamente. Proferiu muitas homilias e discursos e, além da realização de viagens internacionais, visitas apostólicas e catequeses, escreveu, ainda, somando–se às encíclicas citadas acima, outras importantes para a história da Igreja, sem contar cartas e motu proprio, isto é, disposições pontifícias por iniciativa do Papa.

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Abriu um diálogo profundo com os intelectuais, especialmente os ateus, com o Programa “Pátio dos Gentios”, levando o debate com os ateus às maiores universidades do mundo, buscando quebrar o engano de que entre a ciência e a fé há uma dicotomia.

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Deixou-nos uma quantidade imensa de excelentes livros, especialmente a série Jesus de Nazaré, escrita durante o pontificado.

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Enfrentou sem medo e sem meias palavras a herética Teologia da Libertação marxista, não receando pedir aos bispos do Brasil, em 05/10/2010, que a eliminem em suas dioceses, tendo em vista o seu grande perigo para a Igreja e para a fé do povo.

Jantar da Amizade no salão paroquial

Disse o Papa: “As suas sequelas mais ou menos visíveis feitas de rebelião, divisão, dissenso, ofensa, anarquia fazem-se sentir ainda, criando nas vossas comunidades diocesanas grande sofrimento e grave perda de forças vivas”.

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Não teve medo de enfrentar as acusações que recebeu de ter sido omisso diante dos casos de pedofilia, agindo com energia para corrigir essa grave falha moral. Não se curvou diante de tantas blasfêmias contra ele, como a famigerada peça de teatro da PUC de São Paulo (Decapitando o Papa).

Dom Sergio de Deus e Pe. Edimilson

Bispo com casal Fátima e Luiz

Rosangela

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Durante 25 anos como Prefeito da Congregação da Fé do Vaticano, enfrentou as heresias e os hereges de nosso tempo, tendo de sofrer as criticas e ofensas deles, hereges apoiados pela mídia secular.

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Não se curvou diante de um feminismo vazio, interno à Igreja, e de um modernismo que lhe quis impor a quebra do celibato sacerdotal, a aceitação da ordenação de mulheres e outras exigências que iam contra determinações seculares da Igreja a respeito.

Bispo, Pe. Edimilson e o casal S. Zezinho e D. Zezinha

Pe. Wilson e Bispo

Bispo e Pe. Edimilson e Terezinha

FRAtERniDADE E JuVEntuDE

A juventude São Pedro se fez presente na celebração da Quarta-Feira de Cinzas, ocasião da abertura da Quaresma e também da Campanha da Fraternidade com o tema: Fraternidade e Juventude e o lema: “Eis-me aqui, envia-me!” (Isaias 6,8). Os jovens foram responsáveis pela Liturgia da Missa, desde a entrada, as leituras e até no canto. Puderam, assim, demonstrar que sua espiritualidade é forte e convicta e está em busca da renovação do ardor missionário da Igreja.

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Tal como um novo São Bento de Núrsia (cerca de 480- 547) , deu início ao reerguimento cristão do Ocidente.

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Soube sabiamente interpretar e defender o Concílio Vaticano II dos ataques que recebeu tanto dos ultraconservadores como dos ultramodernos.

Complemente sua leitura com o texto de Ricardo Ferrara: “Bento XVI, o humilde intelectual da vinha do Senhor”. Acesse o link: http://ricardoferrara.blogspot.com.br/2013/02/bento-xvi-o-intelectual-humilde-da.html facebook.com/jornalchavedesaopedro

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mAtÉRiA DE cAPA

O nosso Deus é um

Senhor vivo No dia 24 de março, depois de 40 dias da Quaresma, começamos a semana litúrgica mais importante do ano para nós católicos: a Semana Santa, em que celebramos a morte e ressurreição de Jesus, razão da nossa fé. Na Semana Santa relembramos a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio. No Tríduo Pascal, que começa na Quinta-Feira Santa, temos a oportunidade de participar das celebrações mais profundas da Igreja. Nestas duas páginas, tentamos aprofundar os símbolos da Semana Santa, a começar pelo Domingo de Ramos, quando Jesus é aclamado rei.

CÍRIO PASCAL

Fotos: Divulgação

POR EDmiLsOn FERnAnDEs

A palavra “círio” vem do latim “cereus”, de cera. O produto das abelhas. O círio mais importante é o que é aceso na Vigília Pascal como símbolo de Cristo. Desde os primeiros séculos, é um dos símbolos mais expressivos da Vigília. Em meio à escuridão (toda a celebração é feita de noite e começa com as luzes apagadas), de uma fogueira se acende o círio, que tem uma inscrição em forma de cruz, acompanhada da data do ano e das letras Alfa e Omega, a primeira e a última do alfabeto grego, para indicar que a Páscoa de Jesus, princípio e fim do tempo e da eternidade, nos alcança hoje. O Círio Pascal tem em sua cera incrustados cinco cravos de incenso, simbolizando as cinco chagas de Cristo.

SÁBADO SANTO

o fogo novo. A principal celebração do Sábado de Aleluia é a Vigília Pascal, em que a Igreja se mantém em reflexão para a Ressurreição de Jesus Cristo. A missa é marcada pela bênção do Fogo Novo, com o acendimento do Círio Pascal, que simboliza a Ressurreição, a libertação da escuridão e das trevas. Anuncia que as trevas foram dissipadas e nos encoraja a lutar contra as situações de morte.

INSTITUIÇÃO DA EUCARISTIA

Na Quinta-Feira Santa à tarde, quando se inicia o Tríduo Pascal, a Igreja celebra a instituição do maior dos sacramentos, a Eucaristia. A oferta de Jesus na cruz foi sacramentalmente antecipada na última Ceia: “Isto é o meu corpo, que é dado por vocês. Façam isto em memória de mim. Este cálice é a nova aliança do meu sangue, que é derramado por vocês.” (Lc 22, 19-20). Jesus ordenou aos apóstolos que, repetindo o seu gesto, celebrassem sacramentalmente o Seu sacrifício ao longo da história da Igreja. Ao ordenar aos apóstolos a celebração da Eucaristia, Jesus instituiu o sacerdócio ministerial.

POR QUE TANTAS LEITURAS NA VIGÍLIA PASCAL?

A Vigília Pascal é a principal celebração cristã de todo o ano, na qual se condensa todo o Mistério da Salvação em Cristo. Antes da reforma litúrgica, havia 12 leituras do Antigo Testamento e duas do Novo na celebração da Vigília Pascal. As do Novo Testamento permanecem; o número das leituras do Antigo Testamento acabou fixado em sete. Atendendo às situações locais, podem ser reduzidas a três leituras. Em 2011, na homilia do Sábado Santo na Basílica de São Pedro, o Papa Bento XVI explicou: “A Igreja quer, através de uma ampla visão panorâmica, conduzir-nos ao longo do caminho da história da salvação, desde a criação, passando pela eleição e a libertação de Israel até aos testemunhos proféticos, pelos quais toda esta história se orienta cada vez mais claramente para Jesus Cristo. (...) Tomam-nos pela mão e conduzem-nos para Cristo, mostram-nos a verdadeira luz.”

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QUINTA-FEIRA SANTA

QUEM PODE COMUNGAR?

“Todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor. Portanto, cada um examine a si mesmo antes de comer deste pão e beber deste cálice, pois aquele que comer e beber sem discernir o Corpo come e bebe a própria condenação.” (I Coríntios 11, 27-29). Será que estamos preparados para comungar?

“Desejei ardentemente comer convosco esta ceia pascal, antes de padecer. Pois eu lhes digo: nunca mais a comerei até que ela se realize no Reino de Deus” (Lc 22, 15-16). Com estas palavras Jesus inaugurou a celebração do seu último banquete e a instituição da Sagrada Eucaristia. Na Quinta-Feira Santa, Cristo ceou com seus apóstolos, seguindo a tradição judaica do tempo da libertação do povo de Deus no Egito, segundo a qual se deveria cear um cordeiro puro. Para nós, hoje, o cordeiro pascal é o próprio Cristo, que se imolou e se entregou em sacrifício pelos pecados da humanidade e é dado como alimento por meio da hóstia consagrada.

DOMINGO DE RAMOS

A Igreja comemora a entrada triunfal de Cristo em Jerusalém. De acordo com os evangelistas, Jesus chegou montado num jumento e o povo, em festa, lançou seus mantos e ramos de árvores à sua frente. Segundo São Lucas, pessoas iam acarpetando o caminho com suas roupas, como se recebe a um rei, gente que gritava: “Bendito o que vem, o Rei, em nome do Senhor! Paz no céu e glória no mais alto dos céus!” Mas a celebração também lembra que o mesmo Cristo que foi aclamado rei pela multidão no domingo foi crucificado sob o pedido da mesma multidão na sexta. Jesus entra como Rei pacífico, Messias aclamado primeiro e depois condenado.

O MILAGRE DA TRANSUBSTANCIAÇÃO

SANTOS ÓLEOS

Na “Missa dos Santos Óleos” ou Missa do Crisma, a Igreja celebra a instituição do Sacramento da Ordem e a bênção dos santos óleos usados nos sacramentos do Batismo, do Crisma e da Unção dos Enfermos. Um dos momentos marcantes da celebração é o “lava-pés”, realizado em memória do gesto de Cristo para com os seus apóstolos antes da Última Ceia.

SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO

adoração da cruz. A Igreja celebra e contempla a paixão e morte de Cristo, motivo de ser o único dia em que não se celebra a Eucaristia. A veneração da cruz, símbolo da salvação, pretende dar expressão concreta à adoração de Cristo crucificado. A celebração da morte do Senhor consiste na adoração de Cristo crucificado. Toda a liturgia deste dia está em função de Cristo crucificado. Assim, a liturgia da Palavra pretende introduzir os fiéis no mistério do sofrimento e da morte de Jesus. A cruz é a suprema manifestação do amor de Deus, que se doa totalmente. Mas não podemos parar na cruz. O nosso Deus é um Senhor vivo. Os cristãos não param na Sexta-Feira Santa, na morte do Senhor, na sepultura. Acompanham-no até a ressurreição. facebook.com/jornalchavedesaopedro

DOMINGO DE PÁSCOA

A ressurreição de Cristo é a base do cristianismo. A fé cristã tem o seu ápice no domingo de Páscoa, o dia em que o sepulcro foi encontrado vazio. “Por que procurais entre os mortos Aquele que vive? Ele não está aqui. Ressuscitou!” (Lc 24,56). Celebramos a passagem da cruz à ressurreição, da morte à vida. A noite é vencida pela luz que resplandece. Embora seja um mistério da fé, o testemunho da ressurreição é maior do que as notícias falsas espalhadas pelos que tramaram a morte de Cristo.

Transubstanciação é a conjunção de duas palavras latinas: trans (além) e substantia (substância), e significa a mudança da substância do pão e do vinho na substância do corpo e sangue de Cristo no ato da consagração. Significa a presença real de Cristo na Eucaristia. “O pão que eu hei de dar é a minha carne para salvação do mundo; o meu corpo é verdadeiramente uma comida e o meu sangue é verdadeiramente uma bebida.” A crença da transubstanciação se opõe à da consubstanciação, que prega que o pão e o vinho se mantêm inalterados, ou seja, continuam sendo pão e vinho. A Eucaristia é um mistério da fé. “Toda a explicação teológica que queira penetrar de algum modo neste mistério, para estar de acordo com a fé católica, deve assegurar que na sua realidade objetiva, independentemente do nosso entendimento, o pão e o vinho deixaram de existir depois da consagração, de modo que a partir desse momento são o corpo e o sangue do Senhor Jesus que estão realmente presentes diante de nós sob as espécies sacramentais do pão e do vinho.” (Papa Paulo VI)

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espiritualidade

dicas dos bombeiros

A grandeza

prevenção de acidentes na infância

Proteja a saúde de uma criança

de um homem de fé

POR dom sergio de deus borges, bispo auxiliar de São Paulo e vigário episcopal para a Região Santana

No dia 11 de fevereiro, uma das primeiras mensagens que apareceu no meu Facebook foi: “Dom Odilo, Edmar Peron, Sergio Borges,.........contamos com as palavras de vocês e o apoio para nós, leigos, neste momento, para dar forças de Fé ao Povo de Deus”. O autor deste pedido estava admirado com a notícia da renúncia do Santo Padre Bento XVI e pedia uma orientação à Igreja sobre tal notícia que pegou todo mundo de surpresa. Fez muito bem em pedir que a Igreja, através de seus Bispos, se pronunciasse, porque ouvimos nos últimos dias tantas supostas notícias, tantas “histórias” no noticiário das redes de comunicação, que se tornaram causa de admiração até nas pessoas de bom senso e de viva comunhão com a Igreja! Ouvimos tantas coisas, mas como saber o que realmente ocorreu em Roma no dia 11 de fevereiro? O que de fato é verdade em meio a tantas notícias? A resposta, nós católicos, temos porque ouvimos da boca do próprio Santo Padre e sabemos que ele é um homem que vive e fala na Verdade: “Cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino”. Foi um gesto de grande humildade, que se traduz ainda nestas palavras: “Tenho de reconhecer a mi-

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nha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado”. Enquanto sua saúde física permitiu, o Santo Padre manteve-se à frente da barca de São Pedro, mas, percebendo que sua condição física o impedia de governar a Igreja e de anunciar o Evangelho, decidiu – com os olhos diante do Senhor – que o melhor para a Igreja e para a evangelização seria deixar que outro fosse escolhido para realizar a missão que lhe fora confiada há oito anos. Em apenas uma página, o Santo Padre colocou toda a verdade, todos os motivos pelos quais renunciou à missão de governar a Igreja. É bem verdade que a renúncia nos causou admiração, uma vez que, na história recente da Igreja, não havíamos – até então convivido com o fato de um papa renunciar, mas é claro que um acontecimento de tal porte faz parte da caminhada da Igreja, que a condução do Povo de Deus seja passada a outra pessoa mais jovem e com mais saúde. Assim aconteceu quando Moisés, já idoso, passa para Josué a sua missão de governar o Povo a caminho da Terra Prometida (Nm 27,15ss); assim, também, ocorreu na história da Igreja dos séculos passados, quando o Papa renunciou para o bem da Igreja fato, que ocasionou o estabelecimento das próprias normas eclesiásticas, constantes do Código de Direito Canônico, Cânon 332, § 2: “Se acontecer que

o Romano Pontífice renuncie a seu múnus, para a validade se requer que a renúncia seja livremente feita e devidamente manifestada, mas não que seja aceita por alguém”.

Nós, Povo Santo de Deus, diante de tudo isto, devemos agradecer a Deus que colocou Bento XVI como guia da Igreja; agradecer ao Papa Bento XVI por ter conduzido, sob a ação do Espírito Santo, a Igreja de Jesus, Una, Santa, Católica e Apostólica nestes anos tão difíceis para todos nós e nossas famílias. Além do agradecimento, devemos renovar a nossa fé na Igreja, porque a Igreja, como nos ensina o Papa Bento XVI, “prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e das consolações de Deus, anunciando a cruz e a morte do Senhor até que ele venha (cf. 1Cor 11,26), sendo fortalecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo a vencer, pela paciência e pela caridade, suas aflições e dificuldades tanto internas como externas, e a revelar, velada mas fielmente, o seu mistério, até que por fim se manifeste em plena luz” (Bento XVI. A Porta da Fé, 6).

Mantenha cabos de panelas voltados para dentro do fogão. Evite que crianças queimem as mãos na porta do forno quente.

Brincadeiras com álcool e fósforos são as principais causas de queimaduras e incêndios em residências. Fonte: Escola Superior de Bombeiros/ Laboratório de Resgate

março | 2013


PROGRAMAÇÃO | mês de março

HORÁRIOS

SEMANA SANTA terça-feira, 12/03 •Celebração Penitencial, às 20h

Fotos: Divulgação

terça-feira, 19/03 •Dia de São José - Missa Solene, às 15h, na Comunidade São José e às 20h, na Paróquia de São Pedro DOMINGO DE RAMOS, 24/03 •Missa e Bênção dos Ramos próximo ao Colégio Santa Gema, às 9h e às 18h30

Segunda-feira, 25/03 •Missa, às 20h Terça-feira, 26/03 •Procissão - Encontro na Praça, às 20h (Nossa Senhora das Dores sairá da Comunidade São Marcos / Nosso Senhor dos Passos sairá da Paróquia de São Pedro) Quarta-feira, 27/03 •Missa, às 20h Quinta-feira, 28/03 •Missa: Ceia do Senhor Lava-Pés, às 20h e Vigília Eucarística, das 22h às 24h

sexta-feira, 22/02

Novena de São José

Dia 10 | Domingo Missa solene de São Pedro •Paróquia de São Pedro do Tremembé, às 20h Apóstolo, às 7h30 Dia 11 | Segunda-feira •Paróquia de São Pedro do Tremembé, às 19h30 Dia 12 | Terça-feira •Comunidade São José,às 20h Dia 13 | Quarta-feira •Paróquia de São Pedro do Tremembé, às 19h30 Dia 14 | Quinta-feira •Comunidade São José, às 20h Dia 15 | Sexta-feira •Praça Mariquinha, às 20h Dia 16 | Sábado •Paróquia de São Pedro do Tremembé, às 16h30 Dia 17 | Domingo •Paróquia de São Pedro do Tremembé, às 20h Dia 18 | Segunda •Paróquia de São Pedro do Tremembé, às 20h

facebook.com/jornalchavedesaopedro

Sexta-feira, 29/03 •Adoração ao Santíssimo, das 6h às 15h •Paixão do Senhor Ação Litúrgica - Adoração da Cruz, às 15h •Procissão do Senhor Morto, às 19h Sábado, 30/03 •Vigília Pascal, às 20h Domingo de Páscoa, 31/03 •Missas, às 8h, 10h e 18h30 •Aniversário de Ordenação Diaconal - Diácono Carlaile, na missa das 10h

BATISMO • Inscrições: até o dia 09/03, na Secretaria Paroquial • Curso: Quinta-feira, dia 14/02, Encontro de Preparação para o Batismo, no Salão Paroquial, das 19h30 às 22h • Celebração: Sábado, dia 16/02, Celebração do Batismo, às 10h. CANTO • Aulas, dias 09 e 23/03, das 10 às 12h.

Paróquia de São Pedro do Tremembé Tel.: (11) 2203-2159 Casamentos/Batismos/ Intenções de Missas Secretaria: • De 2a a 6a feira: 8h às 12h e 14h às 17h • Sábados: 8h às 12h e 14h às 18h • Domingo: 8h às 12h Missas: 2as feiras, às 19h30 / 3as, 5as e 6as feiras, às 7h30 / Sábados, às 17h / Domingos: às 8h, 10h e 18h30 Direção Espiritual e Confissão: Atendimento: 3as feira, 15h às 18h | 4as feira: 20h às 22h | 6as feira: 9h às 12h. Domingo após a missa das 18h30: Diálogo com os casais que buscam ajuda espiritual Comunidade Nossa Senhora Aparecida Av. N. S. Aparecida da Cantareira, 22, Tremembé Missas: dom., às 8h30 / Missa todo dia 12 do mês, às 20h Comunidade São José (Itinerante) Missas: todo dia 19 do mês, às 20h Momento de Oração e Estudo Bíblico: 3as feiras, às 20h Comunidade São Marcos Rua Luiz da Silva, 24, Tremembé Missas: sábados, às 18h30 Estudo Bíblico: 5as feiras, às 20h Comunidade São Paulo (Itinerante) Adoração ao Santíssimo Sacramento: 3as feiras, às 20h na casa de uma família Comunidade Santa Rosa de Lima Rua Luiz Carlos Gentile de Laet, 1302 Tremembé

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umA HistÓRiA PARA cOntAR

A sede de Pedro se tornará vacante POR cARDEAL DOm ODiLO PEDRO scHERER, arcebispo de são Paulo

Caríssimos bispos auxiliares padres, diáconos, consagrados/as Queridos leigos e leigas da Arquidiocese de São Paulo No dia 11 de fevereiro passado, como já foi amplamente divulgado, o Papa Bento XVI anunciou a sua renúncia ao ministério de Sucessor de São Pedro, diante de um grupo de Cardeais que havia convocado para um Consistório Ordinário em vista de algumas novas canonizações de santos. Portanto, no dia 28 de fevereiro, às 20h de Roma, a Cátedra de Pedro, em Roma, tornou-se vacante; Bento XVI se recolheu num convento, dentro do Vaticano e, portanto, o Colégio dos Cardeais deverá reunir-se em Conclave para escolher um novo Papa para suceder a Bento XVI no governo da “barca de Pedro”, a Igreja. O próprio Papa explicou os motivos desse seu gesto surpreendente: a idade avançada (quase 86 anos) e a diminuição de suas forças, que não lhe permitiam mais exercer de maneira adequada a exigente missão do Papa. Com grande realismo e humildade, Bento XVI reconheceu que seu vigor diminuiu nos últimos meses a ponto de já não se sentir mais em condições de administrar o ministério que lhe foi confiado, como Sumo Pontífice. Assim, agradecendo a colaboração recebida dos Cardeais, Bento XVI usou uma expressão belíssima e de profundo signi-

ficado: “agora entregamos a Santa Igreja aos cuidados do seu Supremo Pastor, Nosso Senhor Jesus Cristo”; indicava, assim, para a verdadeira natureza do ministério do Papa, dos Bispos e de todos os sacerdotes, colocados a serviço da Igreja: todos eles, de fato, estão a serviço da Igreja em nome de Jesus Cristo e por encargo seu. Ele é o verdadeiro e único Senhor e Pastor da Igreja, que cuida dela e quer o seu bem. Como é bem compreensível, a decisão do Papa, num primeiro momento, deixou muitas pessoas perplexas e sem saber o que dizer. A surpresa foi grande, pois ninguém está acostumado com a idéia da renúncia de um papa e, na história da Igreja, conhecemos apenas um caso de papa que renunciou, depois de ter sido eleito regularmente: trata-se do Papa Celestino V, um monge eremita eleito papa já com idade avançada e que renunciou em 13 de dezembro de 1294. Portanto, este é o segundo caso de renúncia do Papa, eleito em condições regulares, em cerca de 2 mil anos de história. No entanto, o Direito Canônico, que é o código das leis da Igreja, prevê a possibilidade de renúncia do Papa (cf cân. 332 §2). A decisão do Papa Bento XVI merece toda nossa compreensão, respeito e admiração pela sua humildade e coragem e pelo ensinamento de fé que nos deixa no serviço a Jesus Cristo e à Igreja. Não devemos estar apegados a cargos e posições,

quando está em jogo o bem maior da Igreja, à qual servimos. No Ano da Fé, neste momento, também somos levados a fazer um profundo ato de fé na própria Igreja: por um lado, ela é feita de pessoas e instituições humanas que passam, por mais importantes que elas sejam; por outro lado, a Igreja é uma realidade de fé, edificada sobre Jesus Cristo e animada pelo Espírito Santo. Por isso mesmo a Igreja é mais do que vemos e constatamos humanamente. Ela é o Corpo do qual Cristo é a Cabeça e o Espírito Santo é a alma vivificante; ela é o rebanho, do qual o próprio Jesus continua a ser o Supremo Pastor; ela é ainda o povo que Deus reúne e conduz pela história para a Pátria celeste, enquanto o envia para testemunhar a Vida Nova, tornada possível mediante a vivência do Evangelho e o seguimento de Jesus. Mais do que nunca, este é o momento de reafirmarmos nossa fé na “Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica” e de confiar na ação do Espírito Santo, que a assiste, e na palavra de Cristo, que prometeu: “As portas do inferno nunca prevalecerão contra ela” (cf. Mt 16,18)... E ainda: “Eu estarei convosco até a consumação dos séculos” (cf. Mt 28,20). Ao Papa Bento XVI, nossa admiração e nosso agradecimento pelo bem que fez à Igreja, mesmo em meio a tantos sofrimentos e até incompreensões. Somos gratos aoPapa Bento XVI por seus numerosos,

ricos e profundos ensinamentos, pelas suas catequeses e documentos magisteriais, pelas suas encíclicas sobre a caridade, a esperança e a encíclica social - Caritas in Veritate -, sobre as novas questões que o mundo e a Igreja enfrentam. Somos gratos, especialmente, pela visita do Papa ao Brasil, em 2007, aqui em São Paulo e Aparecida, pela canonização de Santo Antonio de Sant’Ana Galvão, primeiro brasileiro nascido no Brasil. Somos gratos pelo estímulo dado à Igreja para renovar-se na fé, mediante o Ano da Fé, que estamos vivendo. Por ele, continuemos a rezar, para que Deus o conserve com saúde e serenidade. E agora, ponhamo-nos em oração ao Espírito Santo, para que fortaleça a fé na Igreja e a renove na fidelidade a Cristo e na dedicação à missão. Ao mesmo tempo, peçamos que o mesmo Espírito de sabedoria e discernimento oriente os cardeais que deverão escolher o novo Sucessor de Pedro. Que ele seja fortalecido com todos os dons do Alto para exercer tão importante e pesada missão, para o bem de todo o povo de Deus e para que as ovelhas do rebanho do Bom Pastor tenham vida em abundância.

cardeal dom odilo pedro scherer Arcebispo de São Paulo

EXPEDiEntE - PAscOm orientador: Pe. Edimilson da Silva | coordenação da edição: Pastoral da Comunicação - pascomspedro@gmail.com | editor: Edmilson Fernandes - MTB: 25.451/SP | Jornalista responsável: Tatiane Coraci - MTB: 56.796/SP | produção Gráfica: Giselle Moreno Alves e Marcus Vinicius da Silva | revisão: Oswaldo de Camargo | fotografia: Marcus Vinicius da Silva | impressão: Metromídia Gráfica | tiragem: 3.000 exemplares | colaboraram nesta edição: Prof. Felipe Aquino e Vânia Blasiis.

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parÓQuia de são pedro do treMeMBÉ Av. Maria Amália Lopes de Azevedo, 222 A Tremembé São Paulo | CEP: 02350-000 Tel.: (11) 2203-2159 secretariasaopedro1@hotmail.com março | 2013


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