JornalCana 326 (Maio 2021)

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AGRÍCOLA

Maio 2021

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Ridesa lança 21 variedades de cana-de-açúcar É a terceira liberação nacional da Rede que coincide com o período de comemoração dos 50 anos de variedades RB e 30 anos da Ridesa

A Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento Sucroenergético (Ridesa) lança neste ano, 21 variedades de cana−de−açúcar.Trata−se da tercei− ra liberação nacional feita pela institui− ção e que coincide com o período de comemoração dos 50 anos de varieda− des RB e 30 anos da Ridesa, completa− mos em 2020, mas devido à pandemia, foi postergada para este ano. As novas cultivares são indicadas pa− ra diferentes ambientes de produção, sendo quatro delas desenvolvidas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR); cinco pela Federal de São Carlos (UFSCar); seis pela Federal de Alagoas (UFAL), uma pela Federal de Goiás (UFG); uma pela Federal de Vi− çosa (UFV); uma pela Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e três pela Fe−

deral Rural de Pernambuco (UFRPE). Criada entre 1990 e 1991, a Ridesa substituiu o Programa Nacional de Me− lhoramento da Cana−de−açúcar (Pla− nalsucar), implantado pelo Governo Federal na década de 70, com o objeti− vo de promover a melhoria dos rendi− mentos da cultura, tanto no campo quanto na indústria. A partir de 90, com a sua extinção, a Ridesa, formada por dez universidades, assume o papel de instituição pública para o desenvolvi− mento do programa de pesquisa com melhoramento genético e desenvolvi− mento de novas cultivares de cana. Atualmente, a Ridesa é conveniada com 298 usinas no Brasil, o que representa, aproximadamente, 80% das empresas brasileiras produtoras de cana, açúcar, etanol e bioeletricidade. “Ao todo, considerando os 50 anos de pesquisa de melhoramento genético, desde a criação do Planalsucar, já foram lançadas 114 variedades de cana, sendo 60 a partir da criação da Ridesa. Muitas dessas variedades tiveram e tem muita representação em áreas cultivadas, como a RB867515, que é a mais cultivada no país. Desenvolvida na Universidade Fe− deral de Viçosa, em 1998, faz parte de uma série cujo desenvolvimento iniciou no Planalsucar. Como também as varie− dades RB966928 e RB92579. A RB966928 desenvolvida pela UFPR foi

liberada em 2010 e está presente em 13% da área nacional cultivada com ca− na−de−açúcar” e a RB92579 desen− volvida pela UFAL foi liberada em 2003 e está presente em mais de 9% da área nacional, explicou o coordenador do Programa de Melhoramento Genético da Cana−de−Açúcar na UFPR, profes− sor Ricardo Augusto de Oliveira. Oliveira explica que o processo de melhoramento genético desde o início das pesquisas até a descoberta de uma nova variedade de cana−de−açúcar le− va 15 anos, em média. Ao falar sobre as novas variedades, o professor ressalta que algumas estão em áreas de validação co− mercial e outras já começaram a entrar em áreas comerciais nas usinas. Há cul− tivares com alto teor de sacarose, outras precoces para início de safra, para meio e final de safra e também há variedades mais rústicas, recomendadas para am− bientes de mais restrição ambiental, ou seja, com menor fertilidade do solo e menor disponibilidade hídrica, com boa tolerância a seca. “A RB006970 tem alto teor de sa− carose e apresenta um período de co− lheita maior, podendo ser colhida do início ao meio de safra. Ela é recomen− da para cultivo em ambientes de alta a média fertilidade, com melhores resul− tados quando cultivada em solos com boa retenção de umidade. Já a varieda−

de RB036152 tem resultados melhores em solos de média à baixa fertilidade.Ao longo dos cortes, ela apresenta elevados rendimentos agrícolas e possui teor de sacarose de médio a alto”, afirma Ricar− do. Essas variedades foram desenvolvi− das pela UFPR. Outros destaques são para a RB108519, desenvolvida pela UFRRJ, uma variedade rústica, que tem alto potencial produtivo e tolera períodos de veranico. A RB961003, desenvolvi− da pela UFAL, que tem uma alta res− posta à irrigação, e a RB041443, que está com grande expansão para áreas comerciais em Pernambuco, desenvol− vida pela UFRPE. A cultivar RB005014 com exce− lentes resultados de produtividade e sa− nidade, tem apresentado excelente co− lheitabilidade e a RB975033 com ele− vado teor de sacarose e recomendada para ambientes restritivos, desenvolvidas pela UFSCar. Tem também a cultivar RB064292 com elevada produtividade agrícola e excelente perfilhamento, indicada para o meio de safra, obtida pela UFG e a cul− tivar RB987917 recomendada para ambientes favoráveis e com período de colheita no meio ao final da safra, de− senvolvida pela UFV, entre outras que poderão contribuir com o setor sucroe− nergético do Brasil.


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