JornalCana — Edição 273 / Outubro 2016

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TECNOLOGIA AGRÍCOLA

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Canteirização e preparo profundo podem ser boas opções Para o plantio, a “semente” de cana tem se mostrado um caminho promissor, mas ainda depende de viabilidade comercial É necessário utilizar novas práticas para adaptar o plantio e a sistematização da área a um melhor desempenho da colheita, sem prejuízo das técnicas agronômicas, comenta Edgar de Beauclair. Outra preocupação deve estar voltada a adoção de medidas que assegurem maior eficiência na adubação. Entre as soluções que podem ser utilizadas nas áreas de cana, o professor da Esalq/USP destaca a canteirização, ou seja, o cultivo somente na linha de cana. “É um bom caminho que tem se mostrado bastante promissor até o momento. Mas, não quer dizer que seja o único”, diz. Além da canteirização, ele recomenda – em diversas situações – a realização do preparo profundo. “É interessante para o aprofundamento do sistema radicular. Melhora a resistência à seca, proporciona uma brotação muito melhor”, diz. Não pode ser feito, no entanto, em qualquer lugar. “Em alguns solos onde há tendência a adensamento e translocação de argila, essa tecnologia pode gerar problemas”, alerta. Em relação à mecanização do plantio,

Edgar de Beauclair diz que existem caminhos a ser trilhados que estão em fase experimental. Segundo ele, o custo do plantio mecanizado é bastante elevado, com uma eficiência agronômica muito baixa. As plantadoras apresentam diversos problemas em relação à distribuição de mudas – observa. Na avaliação do professor da Esalq, é preciso desenvolver novas máquinas e novas formas de plantio. “A ‘semente’ de cana, que é uma nova forma de propagação da cultura, tem se mostrado um caminho promissor. Se ele se tornar viável em termos comerciais

para grandes áreas, vai ser um avanço muito grande”, afirma. Outras demandas geradas pela mecanização das lavouras estão relacionadas à adubação. Com a palha, a tecnologia de aplicação e as fórmulas de fertilizantes precisam evoluir – constata Edgar de Beauclair. “A fonte mais comum de nitrogênio é a ureia que tem a eficiência muito baixa quando colocada em cima da palha. A perda fica em 70% do que é aplicado em diversos casos. E, dependendo das condições, pode-se perder até 100%”, comenta. É preciso incorporar o nitrogênio no solo.

De acordo com ele, quando há o controle de tráfego e a canteirização, há o ganho de um benefício paralelo. “Fica mais fácil fazer a aplicação, porque é possível tirar a palha somente de cima da linha. Pode ser feita uma aplicação mais direta, mais localizada”, recomenda. Há ainda a alternativa de se trabalhar com outras fontes de nitrogênio. “Existem opções no mercado de fertilizantes organominerais e minerais, como fonte de nitrogênio, com maior eficiência agronômica do que a ureia, que permite um trato com a palha”, diz. (RA)


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