JC 272 100
8/16/2016
2:37 PM
Page 31
TECNOLOGIA AGRÍCOLA
Setembro 2016
31
Manejo integrado desperta interesse de usinas e destilarias R ENATO ANSELMI,
DE
CAMPINAS, SP
A maioria das unidades sucroenergéticas prefere utilizar o MIP Manejo Integrado de Pragas do que usar exclusivamente o controle químico devido ao menor custo desse sistema que reúne diversas técnicas voltadas à redução da população de insetos, quando se torna praga e atinge o nível de dano econômico. Na cultura da cana-de-açúcar tem sido utilizado com sucesso o controle biológico para combater a cigarrinha da raiz, a cigarrinha da folha e a broca da cana, além da técnica do feromônio sexual para o controle do migdolus. As usinas e destilarias não usam o manejo integrado com maior frequência, porque não existem métodos de controle para outras pragas, que possam substituir o químico, afirma José Maurício Simões Bento, professor do Departamento de Entomologia e Acarologia da Esalq/USP – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo, de Piracicaba, SP. Além das vantagens econômicas, o
MIP proporciona ganhos ambientais, pois evita a contaminação, gera menos resíduo, preserva inimigos naturais que vão se tornar úteis para o manejo, ajudando a controlar pragas – diz. Há ainda os benefícios sociais, pois o manejo integrado torna-se um aliado da saúde dos trabalhadores, que ficam menos expostos aos riscos que podem ser proporcionados pelo manuseio e aplicação de produtos químicos. Estão sendo desenvolvidos atualmente estudos e experimentos para o controle do bicudo da cana, o Sphenophorus levis, com o uso de fungos entomopatogênicos – informa. “Mas, ainda não se tem uma metodologia estabelecida com a eficiência esperada”, observa. Outra novidade voltada ao controle de pragas, que evitará a utilização de agroquímicos, deverá ser lançada em 2018 pelo CTC – Centro de Tecnologia Canavieira. Trata-se da variedade transgênica resistente à broca da cana que exigirá menor uso de inseticidas, proporcionando também economia de máquinas, combustível e água.
José Maurício Simões Bento, do Departamento de Entomologia e Acarologia da Esalq/USP