JornalCana — Edição 270 / Julho 2016

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JC 270

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AÇÃO SOCIAL & MEIO AMBIENTE

Julho 2016

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Biodetergente pode ser eficaz no combate ao Aedes Aegypti

Biodetergente é menos agressivo ao ambiente

O segundo projeto premiado foi o Biodetergente, criado pelos alunos Paulo Franco e Guilherme Fernando Dias Perez, do campus de Lorena da USP, Universidade de São Paulo que conceberam o detergente “verde”. O projeto foi reconhecido na premiação “Idea to Products”, organizado pela Universidade do Texas, nos Estados Unidos. Com características de aplicação semelhantes a outros produtos fabricados a partir de derivados do petróleo, o biodetergente apresentou o diferencial de ser menos agressivo ao ambiente graças à presença do bagaço de cana em sua composição. Segundo o professor que orientou o trabalho dos estudantes no desenvolvimento do projeto do biodetergente, Silvio Silvério da Silva, o uso deste resíduo de origem renovável, que é abundante no território brasileiro e de menor custo operacional em relação às fontes fósseis, faz com que o produto tenha o preço reduzido em relação aos seus concorrentes não biodegradáveis. “Além disso, sendo um produto natural produzido a partir do bagaço de cana, há diversos estudos que apontam vantagens como a biodegradabilidade e a toxicidade frente aos detergentes sintéticos, não apresentando riscos ambientais e a saúde”, explica.

Outra vantagem, de acordo com Silva, é que ele também tem características de um larvicída biológico, e pode ser usado para combater o Aedes Aegypti, transmissor da dengue, vírus Zika e febre Chikungunya. “Testamos sua eficácia no combate de larvas de Aedes, em testes in vitro, demonstrando seu potencial neste sentido”, conclui o docente. Após quatro anos de desenvolvimento, a novidade já foi patenteada e, por enquanto, segue disponível nos laboratórios da USP para mais estudos. A inovação surgiu em 2012, e depois de quatro anos o detergente finalmente ficou pronto. Segundo um dos responsáveis pelo projeto, o objetivo inicial da pesquisa era criar um inseticida que não atingisse o meio ambiente ou os animais, tanto na produção quanto no uso, por isso a escolha dessa matéria-prima. O detergente é, na verdade, à base de micro-organismos que são cultivados com o bagaço da cana-deaçúcar. Funciona da seguinte forma: em contato com a água, o produto reduz a tensão da superfície, o que desestabiliza as larvas do Aedes Aegypti, fazendo com que elas afundem. Além disso, elas se desfazem em até 48 horas. A eficácia do produto já foi comprovada, segundo o doutorando em biomedicina Paulo Franco, um dos responsáveis pelo projeto. (LB)


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