JornalCana — Edição 270 / Julho 2016

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TECNOLOGIA AGRÍCOLA

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“Plantio de estaca” utiliza o mesmo conceito da MPB No embalo da MPB - Muda Pré-Brotada, o professor da UFSCar – Universidade Federal de São Carlos, Rubismar Stolf, está resgatando um trabalho feito nessa área, em 1990, com o objetivo de contribuir com a busca de soluções para o aprimoramento do plantio. Foi o primeiro experimento com MPB em cana-de-açúcar no Brasil – revela. Segundo ele, novos testes deverão ser realizados em área de cana de uma unidade sucroenergética que está sendo contatada. O experimento tem a finalidade de resolver alguns problemas relacionados a outras pesquisas com a MPB, como a necessidade de aumento do rendimento do plantio. O sistema desenvolvido por Rubismar Stolf, batizado como “plantio de estaca”,

Rubismar Stolf, o pai e resgatador do plantio de estaca

utiliza no lugar do sulcador, pequenas hastes subsoladoras adubadoras. As plântulas são distribuídas previamente por um trabalhador na superfície do terreno preparado, observando a distância de 40 a 60 centímetros. Outra pessoa introduz a planta por meio de uma estaca de madeira, com dimensões semelhantes às utilizadas para demarcação de ensaio ou mesmo às ripas de madeiramento do telhado. “Duas pessoas plantam um hectare por dia. É muito mais rápido do que qualquer outro método”, afirma. A quantidade de mudas utilizada neste sistema é igual aos projetos MPB – que têm sido desenvolvidos nos últimos anos –, ou seja, 1,5 tonelada por hectare. (RA)

Setor busca alternativas para minimizar a compactação Há diversos caminhos a serem trilhados no universo da mecanização visando solucionar questões relacionadas à eficiência das atividades das máquinas no campo. O pesquisador e consultor Jorge Mangolini observa que a produtividade dos canaviais teve também queda significativa na Austrália – de 10% a 20% – quando foi iniciada a mecanização pesada nas áreas de cana daquele país, principalmente por causa da compactação do solo. No Brasil, o efeito da maior presença de equipamentos no campo tem sido bastante negativo. No corte manual, um caminhão

trafegava na área de cana compactando o solo, mas carregava cinco linhas – observa Rubismar Stolf –, entrando apenas na terceira linha onde era colocada toda a cana pelos trabalhadores. A colhedora que trafega linha a linha provoca uma compactação bem maior – constata. Além disso, é preciso considerar a utilização do transbordo no sistema de mecanização. A partir de 2005, as unidades sucroenergéticas passaram a adotar algumas medidas que proporcionaram resultados positivos. Uma delas foi tirar o caminhão da lavoura e colocar um transbordo – diz

Rubismar Stolf. A roda do caminhão tem pressão de noventa, enquanto o rodado do transbordo conta com pneu de baixa pressão e alta flutuação. “Esse pneu reduz a pressão pela metade, é mais largo, então expõe uma área maior. Aumentando a área, diminui a pressão; reduzindo a pressão, diminui a compactação. Esta foi uma medida bastante interessante” – comenta. De acordo com ele, mesmo assim se não ajustar a bitola, o transbordo passa na linha de cana. “Com o espaçamento da cana de 1,50 m, o transbordo pode andar com duas linhas no

meio dos rodados dele, regulado para o dobro de 1,50 m, ou seja, 3,00 metros ou 2,80 m. O transbordo vai entrar bem no centro da entrelinha”, detalha. O professor da UFSCar observa que os tratores normalmente não são construídos para abrir a bitola conforme a necessidade das áreas de cana. “As próprias usinas começaram a fazer uma adaptação. Hoje tem empresas especializadas nesse trabalho de aumentar a bitola do trator”, diz. No caso das colhedoras, o uso de esteira é uma alternativa para minimizar a compactação. (RA)


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