Jornal Brasília Capital 346

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Brasília Capital n Política n 7 n Brasília, 20 a 26 de janeiro de 2018 - bsbcapital.com.br

FOTOS: JÚLIO PONTES

“É muito importante não se comprometer no período préeleitoral. Muitos dos acordos são feitos antes da eleição. Tem muita corrente dizendo que vai mudar, mas está fazendo isso antes de ser eleito” versos projetos de infraestrutura e incorporação parados dentro do GDF, que não são aprovados nem reprovados. Se você somar o número de empregos que tem ali, dependendo da canetada de um agente público, são muitos. Mas, quando falo de Brasília para o futuro, não podemos pensar que aqui será uma terra de serviço público ou construção civil. Precisamos encontrar o que o GDF terá de diferente dentro do mercado brasileiro e mundial em outras atividades econômicas.

Guerra quer distanciamento das práticas da velha política e aproximação dos anseios do eleitor

pulares contra servidores? – Metade dos pré-candidatos do Novo é de servidores públicos. O presidente do diretório do DF é servidor público. O servidor público é parte da solução e não do problema. Problema são as correntes políticas que assumiram esse poder e incharam a administração pública desse jeito. Os servidores querem eficiência. Quem controla a máquina, no fim das contas, são os políticos. O que a população do DF precisa? – Saúde, emprego e educação. Nosso Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é baixís-

simo. Em Sobral, no Ceará, onde o professor ganha menos que no DF, é maior. Muitos alunos que estão no 3° ano ainda são analfabetos. Temos R$ 6 bilhões de orçamento na Saúde. Se dividir o orçamento pela população, vai ver que o custo da saúde pública é mais caro do que um plano de saúde privado. O custo de um aluno matriculado no serviço público é compatível com o que as pessoas pagam pela escola privada. Não estou defendendo aqui a privatização, e sim, uma entrega com eficiência para sociedade. Esse discurso de austeridade é predominante em

ano eleitoral. Por que não é levado à risca durante o mandato? – O problema fundamental é o loteamento do setor público, que começa agora, no período pré-eleitoral. Neste momento, os agentes que dominam o GDF estão se organizando para lotear o governo a partir de 2019. Para deixar tudo do jeito que está. As coisas do jeito que estão são favoráveis às pessoas que ali estão. Cerca de 400 mil brasilienses estão desempregados. Temos que criar uma atividade econômica que cresça. Esse crescimento passa pela construção civil? – Este é um exemplo. Você tem di-

Qual a sua opinião sobre o uso de recursos da previdência neste último ano de governo Rollemberg? – Acho estranho pegar recursos da Previdência, destinados a pagar aposentadorias do futuro, e utilizar em despesa de custeio no ano eleitoral, dando como garantia, inclusive, ações do BB. É um absurdo. Por isso que no futuro teremos dificuldade para pagar essas aposentadorias porque o dinheiro não é usado da forma que deveria. Ele está fazendo o tipo de política que ele condenou. Ele está comprometendo gerações futuras por conta de um processo eleitoral. Já tem um nome para ser seu vice? – Não. Ainda sou pré-candidato. Estamos trabalhando no diagnóstico. De qual partido ele viria?

– Vocês têm algum partido que se adeque à nossa cultura, crenças... ? Se tiverem alguma sugestão, estamos abertos a receber. Não somos contra coligação. Somos contra a forma com que elas são feitas. Uma das principais dificuldades da atual gestão é a articulação com o Legislativo. Como você faria essa interlocução sem recorrer às práticas da velha política? – É muito importante não se comprometer no período pré-eleitoral. Muitos dos acordos são feitos antes da eleição. Tem muita corrente dizendo que vai mudar, mas está fazendo isso antes de ser eleito. Obviamente, no período pré-eleitoral você está com muito menos exposição para fazer um acordo espúrio do que no período pós-eleitoral. Nós não faremos esse acordo. Mas dialogar não faz parte do jogo democrático? – Entendemos que o jogo democrático é um jogo de divisão, discussão, conversas. Gostaríamos que a transformação que o Novo faz dentro dele fosse estendida para os outros partidos. Acho que se nós formos o escolhido a chance de as nossas atitudes se estenderem para outras forças políticas é bem maior. Aí sim, estaríamos abertos para que essas forças políticas estejam junto com a gente, se elas estiverem dispostas a jogar com uma regra diferente.


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