Jornal Brasília Capital 287 by Jornal Brasília Capital

Contribuinte paga para ter segurança e saúde e recebe burocracia

Pelaí - Página 3

Página 6 e Editorial

Juarezão, o Usain Bolt da CLDF, corre com a própria sucessão

Pena de morte - o desejo da elite hipócrita do Brasil

Entrevista - Páginas 7,8 e 9

Ano VI - 287

Brasília, 26 de novembro a 2 de dezembro 2016

Distribuição gratuita

www.bsbcapital.com.br

Polícia apreende celulares e tira o sono de distritais

José Matos - Página 14

Geddel Tomba, Michel Treme Marcelo Camargo Agência Brasil

Geddel: “Avolumaram-se as críticas sobre mim”. Renunciei-me

Lula Marques AGPT

Temer: Impichar-me-ão ou renunciar-me-ei?

Geddel Vieira Lima, um dos principais articulares do presidente da República , renunciou à chefia da Secretaria de Governo. Durante sete dias, ele ardeu no fogo das denúncias do ex-colega da Cultura, Marcelo Calero, que o acusou de pressioná-lo a cobrar do Iphan a liberação da obra de um prédio em Salvador (BA), onde é dono de um apartamento. As conversas gravadas foram entregues à PF. O furacão Calero derrubou Geddel e abalou Temer Página 4 e Editorial

Brasilia Capital n Opinião n 2 n Brasília, 26 de novembro a 2 de dezembro de 2016 - bsbcapital.com.br

e d i t o r i a l

x p e d i e n t e

Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diretor-Executivo Daniel Olival danielolival7@gmail.com (61) 99139-3991 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com Impressão Gráfica Jornal Brasília Agora Tiragem 10.000 exemplares Distribuição Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG). SRTVS Quadra 701, Ed. Centro Multiempresarial, Sala 251 - Brasília - DF - CEP: 70340-000 Tel: (61) 3961-7550 - bsbcapital50@gmail.com www.bsbcapital.com.br - www.brasiliacapital.net.br

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Pague um médico e leve um burocrata

nteresses de servidores, governantes e políticos estão em primeiro plano na escala da administração pública. Não necessariamente nesta ordem. O Distrito Federal é um pulsante exemplo desta distorção numa prática verificada em todo o País: o chamado desvio de função dentro do funcionalismo. E ele chama mais a atenção quando ocorre em áreas tão sensíveis e deficitárias como a educação, a segurança e saúde. Com a insegurança torturando o dia a dia dos moradores na capital do País, como se justifica que até 20% do efetivo da Polícia Militar, de 13.285 homens e mulheres na ativa, possa estar exercendo funções noutros setores, fora do policiamento?

Liberdade e amor sem retrocesso O editorial excelente.

“exorbitante no cenário da falta de segurança”. Vale lembrar que ele (o percentual) vale tanto para a PM quanto para o Corpo de Bombeiros. Nelson Gonçalves salienta, ainda, que o DF tem taxas altíssimas de criminalidade. Uma mortandade semelhante à verificada em guerras pelo mundo afora. Sem contar que, na capital do País, os índices chegam a ser maiores do que nas outras unidades da Federação. “Todos sabemos. Há interesses por trás disso”, sublinha o professor-pesquisador. Uma certeza é inescapável: o que realmente interessa à população não está em primeiro plano – a atuação dos profissionais pagos por ela em suas verdadeiras “atividades-fim”.

Onde está a ética, Temer? O próprio presidente Michel Temer aparece envolvido em tráfico de influência para beneficiar um de seus auxiliares, o agora ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, também teve conversas gravadas pelo ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero. Calero pediu demissão na sexta-feira (18) e deu entrevista contando por quê. Uma semana depois, Geddel também se demitiu. Ele e sua família

Mordaça na Escola Sou favorável à escola sem partido, onde deve ensinar matérias curriculares e não assuntos que venham doutrinar nossas crianças e jovens. nLúcia Ottoni via whatsapp.

A PM nem fornece o número exato. Apenas cita o decreto que autoriza a distorção. O mesmo ocorre na Polícia Civil. A corporação informa que 7% de seus 4.838 membros não estão exercendo funções policiais. Na Secretaria de Educação, há 2.770 professores em serviços administrativos. Na Secretaria de Saúde, 246 médicos não estão atendendo onde mais se precisa deles: nos hospitais e postos de saúde. O professor e pesquisador de Segurança Pública na Universidade Católica de Brasília (UCB), Nelson Gonçalves, acha o percentual – permitido legalmente, de desviar até 20% do quadro funcional para outras atividades dentro do governo –

Críticas na dose certa e informações precisas. Parabéns! nOlívia Maia, via whatsapp. Be-a-bá para os mestres Se todos os deputados e senadores que se dizem a favor da ética, justiça e moralidade votarem projetos nesse sentido, o Brasil passará para outro

têm interesse na construção de um prédio em Salvador, em área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan). Geddel havia prometido continuar firme no cargo. Sabe-se agora, que o próprio Temer pressionou Calero a atender os interesses de Geddel, comprador de um apartamento no prédio. O Iphan embargou a obra e o ex-chefe da Secretaria de Governo pressionou o colega da Cultura a desautorizar sua área técnica. Quan-

do soube que a conversa fora gravada, Geddel mudou de ideia. Era tarde. O governo Temer entra numa crise gigantesca. Geddel é o sexto ministro a cair em seis meses. A oposição quer aprovar pedido de impeachment. Processos contra o presidente da República e o ministro Padilha dependem de aprovação do STF. Geddel já é assunto da Justiça comum. As gravações feitas por Calero estão em poder da Polícia Federal. Resta saber onde está a ética no governo Temer.

a r t a s

O senador Magno Malta (PR-ES) é um dos maiores falastrões desse país nSamuel Reis via Facebook.

hora de roubar não dá piti. Com certeza ri da cara do povo. Acabou a mamata e as mordomias com o dinheiro público, seu ladrão! nFabricia Silva, via Facebook

Garotinho discute com policiais Cadeia no corrupto! Na

Cenas brilhantes! Humilhante é levar seu filho ao hospital e voltar

patamar. nAdalberto Reis, via Facebook.

para casa com ele enfermo. Humilhante é sair para procurar emprego e voltar pra casa sem boas notícias para a sua família. Humilhante é ser assaltado na rua e ainda ver o ladrão sair pela porta da frente da delegacia antes de você. Um parlamentar não sabe o que é humilhante. O povo sabe. nAgeu Leandro, via Facebook

Brasilia Capital n Política n 3 n Brasília, 26 de novembro a 2 de dezembro de 2016 - bsbcapital.com.br

Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (Ceof) da Câmara Legislativa aprovou na terça-feira (22) o projeto de lei do Executivo com a tabela de valores dos veículos para

efeito do IPVA de 2017. A matéria vai ao plenário. Já a proposta que trata de valores de terrenos para cobrança do IPTU provocou discussão e ficou para ser votado na próxima reunião.

Agência Brasília

Celulares comprometedores

Em polvorosa

Dois distritais vivem dias de angústia devido à apreensão de seus celulares pela Operação Drácon. Cristiano Araújo (PSD) e Júlio César (PRB) trocaram diálogos pouco republicanos com interlocutores e temem a descoberta de seus segredos pela Polícia.

Entre as cerca de 200 autoridades que devem ser citadas pela delação da construtora Odebrecht, na Lava Jato, estariam três de Brasília. De ex-governadores a ex-presidente do BRB. Na linguagem policial, os “passarinhos” (diretores da empreiteira, incluindo o presidente Marcelo Odebrecht), começaram a “cantar” na quarta-feira (23). Haja Rivotril!

Troca de partido Pessoas próximas a Araújo revelam que ele anda preocupado com a possível divulgação de suas tratativas para sair do PTB e assinar a ficha de filiação ao PSD. Do outro lado da linha estavam, entre outros, o deputado Rogério Rosso e o vice-governador Renato Santana.

Sair do foco Júlio César, em conversa com o presidente do PRB, Marcos Pereira, ministro da Indústria, Comércio Exterior, informava seu afastamento da liderança do governo para “sair do foco” da Drácon, que investiga o desvio de R$ 30 milhões em sobras do orçamento da Câmara em 2015.

Informação privilegiada Quando o deputado deu a justificativa, a operação não havia sido deflagrada, mas os distritais sabiam das movimentações do MPDFT para combater a corrupção no Legislativo local.

Austeridade Para receber míseros R$ 34 milhões do governo Temer – menos de 1% dos R$ 5 bilhões em multas pela repatriação de recursos do exterior –, o GDF vai pagar uma pesada contrapartida. Entre outros pontos, terá de apoiar a PEC do teto para o aumento dos gastos públicos por 20 anos; aplicação dessa política às contas estaduais; aumento da contribuição previdenciária para servidores públicos; redução em 20%, em relação a 2015, das despesas com cargos comissionados, temporários e gratificações; vedação ao aumento de salários de funcionários públicos por dois anos, a não ser aqueles previstos em lei ou Constituição, e à criação de novos cargos. Será que vale o sacrifício?

Armação O relator Lira (PHS) pediu que a CPI da Saúde aprove novo convite ao vice-governador Renato Santana para depor ao colegiado. Na quinta-feira (24), o empresário Marcelo “Radical” informou que está processado Santana por ter dito, em julho, que ele estaria atuando junto a outros empresários para agilizar pagamentos de contratos na área da cultura em troca de propina de 10%. “A denúncia é irresponsável, distorcida”. Radical se diz vítima de “armação”.

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Brasilia Capital n Política n 4 n Brasília, 26 de novembro a 2 de dezembro de 2016 - bsbcapital.com.br

Furacão Calero derruba Geddel Ex-ministro da Cultura grampeia colegas e o presidente Temer e causa a sexta baixa no governo

Governo Temer terminou a semana na maior crise de sua curta existência de seis meses. Denúncia de que o agora ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima fez pressão para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) liberar a construção de prédio em área tombada em Salvador (BA), colocou o presidente da República no centro do escândalo. E com prova. O ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que deixou o governo no último dia 18, contou que pediu demissão por causa da pressão. E, sabe-se agora, o próprio Michel Temer e o ministro o da Casa Civil, Eliseu Padilha, também pressionaram Calero a atender os interesses de Geddel, que pediu demissão do cargo nessa sexta-feira (25). Gravações – Foram entregues à Polícia Federal gravações das conversas de Calero com Temer, Padilha e Geddel. O depoimento do ex-ministro da Cultura já foi enviado ao Supremo Tribunal Federal. O caso adquiriu contornos dramáticos para o governo federal. No Congresso, a oposição já se mobiliza para defender o impeachment de Temer. Essas gravações demoveram Geddel de lutar para continuar no cargo, como ele próprio havia prometido. Isto com

Marcelo Camargo Agência Brasil

Pé de ouvido: nos bastidores, Geddel cobrava atuação de Calero contra o Iphan, mas teve conversas gravadas pelo colega. Agora a Polícia Federal investiga até o presidente da República. Oposição quer o impeachment

apoio de Temer e aliados políticos no Congresso Nacional. O prédio que teve a construção embargada pelo Iphan é de interesse de toda a família do ex-ministro. Família – No pedido de demissão enviado a Temer na sexta-feira (25), no qual o chama de “fraternal amigo”, Geddel disse que havia chegado ao seu limite: ver seus familiares sofrendo por causa do escândalo. Mas, a imprensa noticiou que a família do ex-ministro está envolvida com o empreendimento

muito além da compra de um apartamento pelo próprio Geddel. Marcelo Calero contou que o escritório de advocacia de um primo de Geddel, Jayme de Souza Vieira Lima Filho, atua, desde 2014, pela empresa responsável pelo edifício La Vue, a Porto Ladeira da Barra Empreendimento Ltda. O embargo da obra ocorreu porque contraria o tombamento de construções históricas em volta do prédio. Sócio - Em 18 de fevereiro de 2014, um sócio do escritório de Jayme assinou

o contrato social da Porto Ladeira da Barra Empreendimento Ltda., sociedade de propósito específico criada pela construtora Cosbat Engenharia, exclusivamente para administrar o empreendimento. Na Junta Comercial de Salvador, o documento que cria a empresa responsável pelo La Vue é assinado pelo advogado Igor Andrade Costa, único sócio de Jayme na firma de advocacia. Desconfia-se que o envolvimento de Geddel com a construção do prédio não termine por aí.

BB anuncia encolhimento O Banco do Brasil fechará 402 agências – 20 delas no Distrito Federal – em 2017. Na “reorganização institucional” haverá a transformação de 379 agências em postos de serviço – quatro no DF – , plano extraordinário de aposentadoria incentivada e o encerramento de atividades em 31 superintendências municípais. A meta é dispensar até 18 mil funcionários, em troca de benefícios, e economizar R$ 3,8 bilhões. Os críticos da reestrutura-

ção ressaltam que a instituição tem importante “função social” no País, especialmente em cidades do interior. Desespero - “Apesar do lucro de R$ 7 bilhões até agora no ano (primeiros nove meses de 2016), o plano anunciado pelo BB, sob a tutela do governo golpista de Temer, reduz o papel social da instituição, enfraquecendo sua presença nas cidades brasileiras, reduzindo sua influ-

ência e atuação como banco público na sociedade”, protesta Rafael Zanon, diretor do Sindicato dos Bancários do DF e assessor da Central Única dos Trabalhadores (CUT) nas negociações. “Não é demissão” - O presidente do BB, Paulo Caffarelli faz ressalva sobre a dispensa de 18 mil funcionários. “Não é demissão. A adesão ao plano é totalmente voluntária”.O período de

adesão ao plano irá até 9 de dezembro. CEF - A Caixa Econômica Federal também terá um plano de reestruturação que prevê avaliação de, aproximadamente, 100 agências. E pode haver Plano de Demissão Voluntária (PDV) em 2017. O presidente da CEF, Gilberto Occhi, lembra que é uma centena num universo de 3,7 mil estabelecimentos. (Leia matéria completa no www.bsbcapital.com.br)

Brasilia Capital n Política n 6 n Brasília, 26 de novembro a 2 de dezembro de 2016 - bsbcapital.com.br

Desperdício de mão de obra Policiais civis e militares, médicos e professores desviados de função se perdem na burocracia governamental divulgação

Valdeci Rodrigues e Zilta Marinho

esvio de função, prática enraizada na administração pública, tem até regulamentação para categorias como a Polícia Militar. Enquanto a população sente na pele o avanço da marginalidade em seu cotidiano, a PM está autorizada, por lei, a usar até 20% de seu efetivo em áreas burocráticas, inclusive fora da corporação. Existem no DF 13.285 PMs na ativa. Mas, garantindo a ordem, a lei e a segurança, são mais ou menos, 10,6 mil – caso a corporação esteja usando tudo que lhe permite a lei. Nesse caso, cerca de 2,6 mil policiais estariam trabalhando noutras áreas. A PM não dá informações precisas sobre o assunto.

Resposta – A corporação responde, por intermédio da assessoria de comunicação, que cumpre a lei. “A Polícia Militar do DF possui um efetivo atual de 13.285. No que se refere ao efetivo disponível para o serviço operacional e administrativo, nosso quadro é regulamentado de acordo com o Decreto nº 24.533/04 que fixa o efetivo mínimo para emprego na atividade-fim das Corporações Militares do DF. Diante disso, a PMDF, nos termos do decreto, disponibiliza maior parte de seu efetivo para o serviço nas ruas”. No e-mail, a corporação não responde quantos estão em serviço nas ruas, na sua parte burocrática ou fazendo outros serviços alheios à função que deveriam exercer. Os números citados no início do texto foram calculados com base no decreto em que a PM se ampara. Transparência – A Polícia Civil informa que “o efetivo da PCDF é de 4.838 policiais. Desses, aproximadamente 7% realizam trabalhos de atividade-meio”. Ou seja, 338 agentes, delegados ou peritos fora do trabalho que mais faz falta à população. Fazendo o que se espera de um policial civil estão 4.499 (93%). Estes números também foram calculados

pelo Brasília Capital com base nos percentuais informados pela PCDF. Situações semelhantes repetem-se noutras duas áreas vitais. “Atualmente, há 5.031 médicos e 3.238 enfermeiros em atividade na Secretaria de Saúde. São 246 médicos e 371 enfermeiros na atividade-meio e 4.785 médicos e 2.867 enfermeiros na atividade-fim”. Ou seja, 246 médicos fora do atendimento a pacientes e 371 enfermeiros sem dar assistência aos médicos que permanecem em suas funções originais.

Na contramão da crise econômica, o mercado de flores no Brasil estima um crescimento de 6% a 8% para 2016. Os produtores têm reduzido custos e investido em novas tecnologias. Cooperativas, como a Holambra-Veiling e a Cooperflora, expandem seus pontos de vendas de flores e plantas ornamentais e, juntas, respondem por 40% de todo o comércio nacional. O setor faturou R$ 6,2 bilhões em 2015 e, em 2016, deve faturar R$ 6,65 bilhões. (Leia matéria completa no www.bsbcapital.com.br.)

Guerra - Professor e pesquisador de segurança pública da Universidade Católica de Brasília, Nelson Gonçalves, evita emitir opinião detalhada sobre o desvio de função sem informações precisas. Mas afirmou: “Existe uma ausência perceptível de policiais nas ruas. E o DF tem taxas de criminalidade altíssimas, comparáveis a países em guerra”. Segundo Gonçalves. “todos sabemos que há interesses por trás disso” e que o máximo de 20% permitidos pela lei “é exorbitante”. Ele defende que qualquer modificação deve passar, primeiro, por alterações na legislação. Sublinha, ainda, que o DF supera o País inteiro quando se trata de taxa de criminalidade. Educação – No ensino público, a resposta oficial: “A Secretaria de Educação informa que há 27.885 professores na rede pública. São 25.115 docentes em atividade-fim e 2.770 em serviços administrativos”. Tradução: menos 2,77 mil profissionais nas funções pedagógicas. Já o Departamento de Trânsito (Detran-DF) assegura que todos os servidores lotados no órgão exercem funções para as quais prestaram concurso público: Técnico de trânsito, 265; assistente de trânsito, 323; agente de trânsito, 605; e analista de trânsito, 51”. O Corpo de Bombeiros – que segue o padrão legal da PM no mesmo decreto sobre “atividade-fim” – e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) não informaram a respeito de seus quadros de pessoal.

Mercado de flores escapa da crise

BRT tem estações fantasmas Pão de Açúcar faz degustação de queijos e vinhos O Grupo Pão de Açúcar reuniu, quarta-feira (23) à noite, no Brasília Palace, cerca de 300 clientes amantes de queijos e vinhos. Fernando Oliveira, especialista em queijo, e Carlos Cabral, em vinho, fizeram palestras sobre as melhores combinações e harmonizações da bebida com a comida. O encontro visou motivar os consumidores e incrementar as vendas dos dois produtos para as festas de fim de ano.

O governo do Distrito Federal entregou em 2014 o Bus Rapid Transit (BRT) como uma das obras do pacote da Copa do Mundo. Hoje, apenas seis das 19 estações do projeto original funcionam. As do Park Way foram finalizadas, mas não estão em uso, causando transtornos para os passageiros. Vargem Bonita, SMPW Quadra 26, Granja do Ipê e Catetinho estão prontas e interditadas. Reginaldo Epaminondas, 54 anos, jardineiro no Park Way, caminha 2 Kwm a mais para chegar ao trabalho. O ônibus que utiliza passa direto pela estação Vargem Bonita, onde desceria. Com isso, desembarca na estação Park Way e anda por um caminho de terra. (Leia matéria completa no www. bsbcapital.com.br.)

Brasilia Capital n Política n 7 n Brasília, 26 de novembro a 2 de dezembro de 2016 - bsbcapital.com.br

Entrevista / Juarezão (PSB) / Presidente da Câmara Legislativa GUSTAVO GOES

Juarezão assumiu a presidência com o afastamento de Celina, mudou o ritmo dos trabalhos na Casa e destravou a pauta de votações

Usain Bolt acelera votações e articula a própria sucessão Orlando Pontes

uarezão é chamado pelos colegas de Usain Bolt. O apelido surgiu após ele ser catapultado à presidência da Câmara Legislativa com a rapidez digna do recordista mundial e olímpico dos 100 e 200 metros. “Cheguei de manhã como simples deputado, à noite era vicepresidente e na tarde do dia seguinte estava sentado na cadeira da presidência”, brinca ele. A ascensão de Juarezão (PSB), 54 anos, ao cargo mais cobiçado da Casa ocorreu em meio à crise instalada com a renúncia de Liliane Roriz (PTB), após denunciar um suposto esquema de cobrança de propina por membros da Mesa Diretora. Ele foi eleito para substituí-la. No mesmo dia, Celina Leão

(PPS) foi afastada da função por determinação judicial, abrindo caminho para o o representante de Brazlândia. “Foi com surpresa, mas a gente tem consciência. Nos reunimos com nossa assessoria e com os colegas deputados e assumimos a responsabilidade”. Filiado ao partido do governador Rodrigo Rollemberg, Juarezão tratou de destravar a pauta, que até 23 daquele mês não havia votado uma só matéria no segundo semestre. “Depois que assumi, aprovamos 22 projetos do Executivo e oito de deputados”, comemora. Nesta entrevista exclusiva ao Brasília Capital, o presidente da Câmara Legislativa fala das articulações para escolha de seu sucessor e prevê uma reação do governo Rollemberg nas pesquisas de opinião a partir de 2017. E mostra seu trabalho em prol de Brazlândia.

BC – Como será comandar a Câmara Legislativa nesse momento de transição para eleição da nova Mesa Diretora? Juarezão – Começamos a comandar a Câmara no dia 23 de agosto. Os projetos de interesse da população estavam parados e nós conseguimos colocá-los em votação, e assim a Casa começou a fazer uma agenda positiva. A eleição da Mesa será dia 15 de dezembro e está transcorrendo tudo dentro da normalidade. BC – De que forma a decisão da Justiça de manter afastados os cinco deputados investigados pela Operação Drácon influencia nesse processo? Juarezão – Em momento algum vai atrapalhar os trabalhos da Casa, porque isso é questão da Justiça. BC – Há risco de racha na base caso o governo apoie um candidato não identificado com o campo da esquerda? Juarezão – Pode haver esse risco, mas acho que o governo está tralhando para eleger um presidente que seja da base dele. BC – Não necessariamente da esquerda? Juarezão – É. Que não seja da esquerda porque senão atrapalha o governo. BC – Esse nome seria o deputado Agaciel Maia? Juarezão – Pode ser o Agaciel, a Sandra (Faraj), o Israel (Batista) ou o Joe Valle. São quatro candidatos da base. Eu acho que são da base, então todo mundo tem o direito de se candidatar. BC – O presidente da Casa já tem sua preferência? Juarezão – Não. O presidente não tem preferência ainda. O presidente da Casa ainda não sabe que decisão vai tomar até o dia 15. A gente tem uma linha de aguardar as coisas, ouvir muito e falar pouco. BC – Além da política interna da Casa, como o senhor vê o cenário da cidade na gestão de Rodrigo Rollemberg, que tem baixos índices de aprovação popular? Juarezão – O começo do governo Rollemberg foi muito difícil. Mas ele está começando se estabilizar. Acho que a partir do ano que vem as coisas vão melhorar, principalmente para os funcionários públicos.

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Entrevista / Juarezão (PSB) / P GUSTAVO GOES

BC – O senhor é servidor da Secretaria de Saúde, talvez a área mais sensível do governo, inclusive com a instalação de uma CPI na Câmara. O pessoal da saúde realmente tem essa expectativa de melhora? Juarezão – A questão da saúde não é um problema só de Brasília. Infelizmente é no Brasil inteiro. A situação da saúde é grave. Mas a gente está ajudando o governo com o que pode aqui na Câmara para melhorar a saúde a partir do ano que vem no DF. BC – Essa melhora seria no atendimento, na contratação de pessoal, no salário, nas condições de trabalho? Juarezão – Seria na contratação, principalmente, de médicos, porque há falta de pediatras. Este ano, o governo convocou 14 pediatras e apenas quatro tomaram posse. Eles não querem ir para as cidades mais afastadas do Plano Piloto, como Brazlândia, Planaltina, Santa Maria, Gama. Mas a gente acha que a partir do concurso que a Secretaria deve abrir agora, os pediatras e clínicos assumam nesses lugares mais distantes. BC – Como o senhor vê a situação de concursados desviados de função, principalmente de áreas estratégicas como a Saúde, a Segurança e a Educação? Juarezão – De fato, existem muitas pessoas que passam no concurso e vão para outra secretaria. Acho que todos deveriam ficar nos seus órgãos de origem. A Secretaria de Saúde, por exemplo, precisa de médico e há profissionais trabalhando em outros lugares. Mas isso acontece também na segurança e em outras áreas. Tem muita gente desviada de função. BC – O acordo dos governadores com o presidente da República para repasse dos R$ 5 bilhões dos impostos de repatriação prevê ajustes nos planos de previdência estaduais. Em Brasília, o GDF já usou dinheiro do Iprev para pagamento dos salários de servidores. O senhor acredita que isso pode gerar mais um problema do governo com os servidores? Juarezão – Acredito que sim. Mas

Existem muitas pessoas que passam no concurso e vão para outra secretaria. Acho que todos deveriam ficar nos seus órgãos de origem”

o governo retirou no ano passado e este ano nós votamos para devolução. Acho que se precisar, para não deixar em dificuldade o servidor, o governo pode voltar a usar esse artifício. BC – De certa forma o senhor caiu de paraquedas na presidência da Câmara. Isso lhe pegou de surpresa? O senhor estava preparado para assumir essa incumbência? Juarezão – Como eu disse, de manhã era deputado, à tarde fui eleito vice-presidente e no outro dia assumi a presidência interina da Casa. Foi com surpresa, mas a gente tem consciência. Nos reunimos com nossa assessoria e com outros colegas deputados e assumimos a responsabilidade. A gente tem certeza de que a Casa funcionou. E andamos bem. Depois do dia 23

de agosto, quando assumi, foram votados 22 projetos do Executivo e oito de parlamentares. Nessas 30 matérias estão incluídos projetos de empréstimos para o governo. BC – O setor produtivo, como a Fecomércio e o Sindivarejista, tem apresentado uma série de demandas para o Executivo e que devem tramitar no Legislativo. Como tem sido essa tratativa da Câmara com o setor produtivo para tentar destravar a economia do DF? Juarezão - A Câmara está disposta a ajudar a facilitar a vida do setor produtivo votando matérias do interesse do empresariado e negociando junto ao governo. Inclusive, tivemos uma reunião semana passada com esse segmento dentro do colégio de líderes.

BC – A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, por exemplo, há um ano não libera nenhum processo. As associações comerciais reclamam que está tudo parado. Como destravar isso? Liberar alvarás, cartas de habite-se? O senhor tem alguma sugestão para ajudar? Juarezão – Nós tivemos uma reunião com o pessoal do governo e eles ficaram de fazer um estudo para que possam facilitar e resolver a situação dos alvarás de funcionamento. Acho que no começo do ano que vem pode ser que venha a ser solucionado. BC – Existe a possibilidade de a Câmara entrar como mediadora para ajudar os empresários a terem suas demandas atendidas, por exemplo aprovando leis que obriguem o Executivo a ser mais ágil? Juarezão – Nós estamos tomando a frente disso, junto com alguns deputados. Os empresários têm procurado os deputados e nós estamos marcando encontro com o governo para adiantar e resolver a situação, porque do jeito que está não pode ficar mais. BC – O senhor é o representante de Brazlândia na Casa. Quais suas ações para beneficiar a cidade? Juarezão – Desde o governo Arruda existe um projeto de duplicação da BR-080, que liga Brazlândia a Taguatinga. Mas existe a questão ambiental. O DNIT está fazendo o levantamento para averiguar como retomar a obra e nós temos colaborado com o que está ao nosso alcance. BC – Quais as suas prioridades na apresentação de repasse de verbas por emendas parlamentares? Juarezão – Colocamos iluminação na DF 180, que liga o Incra 8, da BR 080 à BR 070. Era uma reivindicação antiga. Ali deve ter 10 mil pessoas. Também beneficiamos o Balneário Veredinha, onde conseguimos, por intermédio da Novacap, liberar uma obra de mais ou menos R$ 100 milhões. Nós estamos cuidando da cidade. BC – Mas Brazlândia foi a cidade com maior incidência de dengue no ano passado. O que foi feito pra reverter esse quadro? Juarezão – Não é Brazlândia. O pro-

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Presidente da Câmara Legislativo blema é o entorno de Brazlândia – Vendinha, Monte Alto, Ouro Verde e Padre Lúcio, onde as pessoas não têm como serem atendidas e vão para o hospital de Brazlândia. Aí entra na estatística da cidade. Mas nós estamos muito preocupados. Conversei com o governador e ele esteve lá na semana passada para determinar algumas providências visando à redução do problema. BC – Também são muito comuns as reclamações contra o transporte coletivo, com a falta de ônibus... Juarezão – Quando chegamos à Câmara, em janeiro do ano passado, teve uma greve em Brazlândia com bloqueio na BR e o governo conseguiu tirar uma empresa que não estava dando conta de cumprir e colocou outras, como a Pioneira, a São José, a Marechal, que estavam trabalhando provisoriamente e que não cumpriam os horários, principalmente na hora do pico. Agora nós

conseguimos, no começo do ano, que a São José assumisse de forma definitiva a bacia de Brazlândia. Ainda temos dificuldade na hora do pico. Mas já melhorou bastante. Tem a questão do Incra 8, porque quando os ônibus chegam lá já estão lotados. Tenho conversando com o DFTrans para ver a possibilidade de uma linha sair direto do Incra 8. BC – Por falar no Incra 8, o maior problema lá é a questão da regularização das glebas... Juarezão – De fato. Mas vou dar uma informação em primeira mão para você. As terras do Incra 8 serão transferidas da União para o GDF no começo de dezembro. Isso vai permitir a implantação de equipamentos públicos. Passando a ser uma área do GDF, poderemos apresentar emendas para instalar, por exemplo, um posto de saúde. Hoje estamos construindo a rede de esgoto. Acredito que será

inaugurada em junho do ano que vem. BC – O principal reservatório de água do DF fica em Brazlândia. Mas há denúncias de ocupação irregular das margens da barragem do Descoberto. Como resolver isso? Juarezão – Eu tenho um projeto que está aqui na Câmara, que foi vetado pelo governo, obrigando a Caesb investir 5% do que ela tira da água em infraestrutura e preservação ambiental, porque ela não investe e nem fiscaliza. Eles falam que plantam, mas não plantam. Fizemos uma audiência pública para debater esse assunto e acho que meu projeto é o que mais atende a essa demanda. É preciso preservar as nascentes de Brazlândia. Eu nasci lá e sei que tem córrego onde eu tomava banho e hoje está seco. A gente sabe disso e estamos cobrando do governo, porque se não preservar este ano, ano que vem vai faltar água.

As terras do Incra 8 serão transferidas da União para o GDF no começo de dezembro. Isso vai permitir a implantação de equipamentos públicos. Passando a ser uma área do GDF, poderemos apresentar emendas para instalar, por exemplo, um posto de saúde”

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Brasilia Capital n Cidades n 10 n Brasília, 26 de novembro a 2 de dezembro de 2016 - bsbcapital.com.br

Justiça Federal suspendeu na quarta-feira (23) o processo de desocupação da Universidade de Brasília (UnB), por 15 dias corridos. Portanto, fica suspenso o prazo de 48 horas para a liberação dos prédios ocupados, que havia sido determinado na segunda (21). O Tribunal Regional Federal acatou um pedido do Ministério Público Federal (MPF) e, após o término do prazo, o caso será reavaliado.

distrito federal

taguatinga

fotos: Raphael Carmona / Fecomércio DF

Torneio Arimateia abre inscrições

Athayde Passos da Hora (centro) e Adelmir (esq.): comendador

Thallal Ahmad Ismail Abu Allan: alegria com a comenda de oficial

Mérito para quem faz a diferença A Fecomércio fez a primeira outorga da Comenda do Mérito Comercial. Foram agraciadas 80 personalidades que fazem a diferença no cenário econômico, político e comercial do DF, incluindo o governador Rodrigo Rollemberg e presidentes de sindicatos patronais do comércio. O presidente da entidade, Adelmir Santana, diz que o intuito é tentar instituir no DF uma cultura de valorização do comércio como capacidade produtiva e do empreendedorismo divulgação

como meio de transformação da sociedade. Entre outros, foram agraciados com a comenda o secretário executivo do CNC, Eraldo Alves da Cruz, o assessor legislativo Athayde Passos da Hora (comendador), o empresário Thallal Ahmad Ismail Abu Allan (oficial), o vice-presidente da Fercomércio, Miguel Setembrino, e o presidente do SindEventos, Francisco Maia (Gran Cruz). (Leia matéria completa no www.bsbcapital.com.br.)

microconto Luis Gabriel Souza

Quanto tempo dura a vida? Adelmir Santana entrega a Gran Cruz ao presidente do SindEventos, Francisco Maia

ÁGUAS CLARAS

Criadouros de Aedes Aegypti Desde maio, pelo menos 40 carros estão abandonados nas ruas de Águas Claras. Os veículos estão se deteriorando e, com a chegada das chuvas, tornam-se locais propícios à proliferação do mosquito Aedes aegypti – transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. O Departamento de Trânsito (Detran-DF) informa que recolher sucatas ou veículos abandonados não é de sua

As inscrições para o 37º Torneio Arimateia de Futsal – o maior do Centro-Oeste - foram abertas na quinta-feira (24) e vão até o dia 14 de dezembro. O campeonato será disputado na arena montada no Taguaparque. Os jogos começam em 18 de dezembro e as finais acontecem em 8 de janeiro. Este ano terá participações de clubes como Corinthians e São Paulo, que têm estrelas da seleção brasileira, como Ratto, Munim e Lenísio. Mais informações: (61) 999-879-079.

competência. E só toma essa providência se for infringida alguma lei de trânsito, como estacionar em local irregular ou obstruir vias públicas. Segundo o órgão, o recolhimento pode ser feito pela Operação Sucata, coordenada pelas administrações regionais, ao mapear locais que precisem do serviço. (Leia

matéria completa no www.bsbcapital.com.br.)

Eu fazia um monte de coisas quando criança e ainda sobrava tempo pra descansar. Uma hora parecia durar uma semana; uma semana, um mês; um ano, uma vida. Tudo era lento. O tempo era de-gus-ta-do. Não sei quando me transportaram pros dias de hoje na vida adulta. Aqui, um ano passa voando e meus dias são tão intensos que quando percebo já são 6h, olho de novo pro relógio e são 20h. Eu não sei ainda qual a velocidade do relógio por aqui. Só sei que tô com medo de não descobrir. Afinal, não sei quanto tempo dura a vida.

Brasilia Capital n Geral n 11 n Brasília, 26 de novembro a 2 de dezembro de 2016 - bsbcapital.com.br

Acompanhe também na internet o blog Brasília, por Chico Sant’Anna, em https://chicosantanna.wordpress.com Contatos: blogdochicosantanna@gmail.com

Por Chico Sant’Anna

Falta criatividade na gestão do GDF

ircula nas redes sociais a foto de um reboque da PM socorrendo uma viatura da Polícia Civil. A imagem é utilizada para demonstrar que há solidariedade e boa convivência entre as corporações. Mas revela mais: a duplicidade e o paralelismo existentes na Secretaria de Segurança e demais órgãos do GDF. Se há dificuldade em unificar militares e civis, pelo menos que se unifiquem as estruturas de apoio e logística. Por que ter reboques na Polícia Civil, na Militar, no Corpo de Bombeiros, no Detran e no DER? Por que não um único serviço

de socorro mecânico para todos esses órgãos. Por que não unificar as centrais de compras dessas instituições? Certamente, a compra conjunta de suprimentos e materiais reduziria o preço unitário. Situações semelhantes devem existir dentre as administrações regionais e se multiplicar pelos diversos órgãos do GDF. Acabando com as atividades paralelas, a máquina seria mais enxuta e econômica. Falta criatividade, capacidade de gestão e vontade de fazer na atual administração. Priorizam-se sempre as soluções tidas como mais simples: aumentar impostos e arrochar salários.

Pente-fino na Quadra 500 Os defensores do meio ambiente e da preservação do Plano Piloto ganharam mais tempo. O Conselho de Meio Ambiente do DF decidiu fazer um pente-fino no processo de liberação da obra do que foi denominado Quadra 500 do Sudoeste, às margens do Eixo Monumental. Trata-se de uma das últimas manchas originais de cerrado no Plano Piloto. A área para fins institucionais, inicialmente da Marinha, foi permutada com a construtora Antares. Lá surgiriam as quadras 500 e 501, abrigando, em 140 mil metros quadrados, 22 prédios residenciais e seis comerciais.Os oponentes ao projeto defendem que ali abrigue o Parque das Sucupiras. O projeto Quadra 500 avança e retrocede há anos nas esferas administrativas do GDF e judiciárias. Agnelo Queiroz e Geraldo Magela quiseram inseri-lo no PPCUB, mas a mobilização social não permitiu.

A Associação Parque Ecológico das Sucupiras (Apes) solicitou o cancelamento ou a revisão da licença concedida para o início da obra. Alega que a presença de 4 mil novos moradores, uma frota adicional de 3,2 mil veículos – cálculos da empreiteira– , além de visitantes e consumidores, impactaria em demasia o meio ambiente e a mobilidade urbana, já tumultuada no local. Segundo o secretário do Meio Ambiente, André Lima, a autorização pregressa do projeto não foi submetida ao Conselho de Meio Ambiente do DF e há indícios de que o projeto foi alterado para abrigar uma população ainda maior, o que levaria obrigatoriamente a um novo exame. Esta será uma briga feia entre empreiteiros, imobiliárias e ambientalistas. Na campanha de 2014, Rollemberg prometeu que não autorizaria a criação das quadras 500. Manterá a palavra?

Solidariedade ou desperdício? Por que não criar um serviço unificado de socorro no GDF?

Rapidíssimas nO pessoal da Cultura do DF está em pé de Guerra. A proposta de Lei Orgânica da Cultura proposta pelo GDF extinguiria o Fundo de Apoio à Cultura. Rollemberg já tentou usar verba do FAC para pagar outras despesas. A turma das escolas de samba também fez a cuíca roncar. Por mais um ano, não deve haver apoio financeiro do GDF ao desfile das agremiações. Grana só pra blocos.

n Em Brasília, 18 agências do Banco do Brasil serão fechadas e quatro transformadas em postos de atendimento.

Park Way: a nova fronteira da grilagem São cada vez mais acentuados os casos de grilagem e ocupação irregular de terras no Park Way. Os últimos casos foram registrados nas quadras 4 e 17. Na primeira, contêineres começaram a ser colocados numa área pública, com indícios, segundo a Administração Regional, de início de grilagem. O outro caso configurou, segundo as autoridades, ocupação e apropriação de terras públicas com cerrado virgem. Uma ampla área foi cercada com alambrados e placas metálicas. Prontamente, a Agefis e a Polícia Ambiental retiraram as estruturas. Mas esses são apenas dois pequenos casos. As invasões se proliferam no Park Way, afetando nascentes e córregos. Em época de crise hídrica, o GDF deveria ser mais severo e ágil, eliminando essas ocupações e fazendo com que os responsáveis recuperem as áreas degradadas.

Brasilia Capital n Geral n 12 n Brasília, 26 de novembro a 2 de dezembro de 2016 - bsbcapital.com.br

Papa autoriza perdão ao aborto

Pesquisa mostra pouca confiança na Justiça divulgação

El Pais - O papa Francisco concedeu aos sacerdotes, em carta apostólica divulgada na segunda-feira (21), a faculdade de absolver “de agora em diante” àqueles “que tenham praticado o pecado do aborto”. Em 1º de setembro de 2015, o pontífice havia anunciado que, durante a celebração do Jubileu da Misericórdia – inaugurado em 8 de dezembro de 2015 e encerrado em 20 de novembro de 2016 –, os sacerdotes poderiam perdoar o aborto. Este é um pecado que a doutrina católica considera muito grave e que acarreta a excomunhão. O perdão será concedido a mulheres e médicos que se arrependam. “Muitas delas levam no coração uma cicatriz por causa dessa escolha sofrida e dolorosa”, disse o papa. Francisco faz uma advertên-

Grupo quer separar Califórnia dos EUA Agência Brasil - Os partidários do movimento pela independência da Califórnia, batizado de “Calexit”, deram o primeiro passo na tentativa de secessão dos Estados Unidos ao apresentar ao escritório do procurador-geral do estado americano uma proposta de referendo em março de 2019. A informação é da Agência Ansa. O Calexit ocorre no ano em que a população do Reino Unido decidiu deixar a União Europeia, no histórico Brexit. A ideia da separação da Califórnia, no entanto, surgiu em 2014. E a vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais de 8 de novembro reaqueceu o sonho do grupo de tornar a Califórnia um país soberano e independente. O estado foi um dos poucos onde a democrata Hillary Clinton obteve a maioria dos votos.

Portal Brasília Capital - A população brasileira confia mais nas Forças Armadas (59%) do que na Justiça (29%). É o que aponta pesquisa da Fundação Getúlio Vargas referente ao Índice de Confiança na Justiça, o ICJBrasil . Em seguida aparecem a Igreja Católica (57%) e a imprensa escrita (jornais impressos, 37%). O Poder Judiciário aparece em quinto lugar, atrás de grandes empresas (33%). Em último estão os partidos políticos (7% de confiabilidade). Leia a íntegra da matéria em www.bsbcapital.com.br

cia: “Quero enfatizar com todas as minhas forças que o aborto é um pecado grave, porque põe fim a uma vida humana inocente. Com a mesma força, entretanto, posso

e devo afirmar que não existe nenhum pecado que a misericórdia de Deus não possa alcançar e destruir onde se encontre um coração arrependido”.

Brics criarão sistema de satélites Gazeta Russa - O satélite de observação russo Canopus fará parte do agrupamento de tecnologias dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para sensoriamento remoto da Terra, segundo Michael Khailov, vice-diretor-geral da corporação estatal Roscosmos. “Em reunião das agências espaciais do Brics, realizada na China na semana passada, passamos das declarações à perspectiva concreta dos sistemas de sensoriamento remoto. Está claro quais dispositivos farão parte do grupo conjunto. De nossa parte será o satélite espacial Canopus”, disse Khailov. Além da Rússia, China e Índia vão utilizar seus satélites durante os trabalhos. O Brasil tem uma unidade conjunta com a China, enquanto a África do Sul, sem aparato próprio, fornecerá infraestrutura terrestre. “Estamos interessados não apenas em fornecer dados do satélite (Canopus), mas em receber dados, incluindo da África do Sul e do Brasil”, acrescentou o vice-diretor da Roscosmos. A próxima reunião das agências espaciais dos Brics será realizada em 2017, na Rússia.

PTN agora é Podemos Metrópoles - A partir do dia 10 de dezembro, o Partido Trabalhista Nacional (PTN) passa a se chamar Podemos e será presidido pela deputada federal Renata Abreu (SP). No Distrito Federal, a legenda será chefiada pelo deputado distrital Rodrigo Delmasso. Quem passou pelo gabinete do parlamentar na quarta-feira (22) já pôde ver o slogan da nova legenda: “Juntos, Podemos Mudar o Brasil!”

Sobrinha-neta de Sarney foi estuprada Portal G1 - A Polícia Civil do Maranhão concluiu que o empresário Lucas Porto, de 37 anos, estuprou e matou por asfixia a cunhada Mariana Costa, de 33, A publicitária era filha do ex-deputado estadual Sarney Neto e sobrinha-neta do ex-presidente e ex-senador José Sarney.

ENTENDA O QUE A CÂMARA LEGISLATIVA TEM A VER COM A SUA CIDADE.

Uma cidade sem parques é uma cidade sem vida. No DF, muitos surgiram por interferência da Câmara Legislativa. E hoje recebem a visita de milhares de pessoas. Foi a Câmara que criou o Parque Olhos-d’Água, na Asa Norte; o Taguaparque, em Taguatinga; o Três Meninas, em Samambaia; o Vivencial, no Riacho Fundo; e o Ezechias Heringer, no Guará. A preservação ambiental em espaços urbanos proporcionada pelos nossos parques também serve para incentivar a prática de uma vida ainda mais saudável, proporcionando qualidade de vida para todos que os frequentam.

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Brasilia Capital n Geral n 14 n Brasília, 26 de novembro a 2 de dezembro de 2016 - bsbcapital.com.br

Pena de morte – O desejo da elite hipócrita

elite brasileira, perversa e burra, clama por pena de morte cada vez que há violência contra pessoas famosas ou ricas. No entanto, quando essa violência alcança algum anônimo, cala-se. É a mesma mentalidade da escravidão: Pobres e negros existem para servi-la; não podem melhorar de vida. Muito menos seus filhos. Nossa elite é perversa porque deseja o mal do próximo. É burra porque não entende que se o filho do pobre tiver uma escola integral e de qualidade, não será tentado a

ir para a marginalidade. É hipócrita porque não fala abertamente de suas perversidades. Nos países europeus, os presídios estão sendo esvaziados, alguns até fechados, por falta de clientela. Lá, há muito, a elite – que não é burra como a brasileira – investiu em educação integral e de qualidade. O resultado é uma vida tranquila para todos. Fora da educação não há salvação. Ao contrário de lá, aqui não se aceita que se faça investimentos para acabar com a pobreza. O lobby é para acabar com os pobres com a

adoção da pena de morte. Sim, ela seria para matar os pobres, porque os ricos marginais e sonegadores de impostos (que são muitos), jamais seriam condenados à morte. Aos sábados e domingos as igrejas ficam cheias desses hipócritas, louvando o Senhor com suas orações, que jamais foram ou serão ouvidas, porque o caminho para se chegar a Deus é pelo próximo. No entanto, para essa gente o próximo é apenas alguém da sua casta cujo relacionamento dá-se apenas por interesse e conveniência, enquanto esses existirem.

Os ensinamentos de Cristo, Buda, Confúcio, Lao-Tsé, Gandhi, Maomé e de todos os avatares que vieram à Terra resumiram-se no amor ao próximo como a si mesmo. Há milhares de anos, os homens, por entenderem que viveriam melhor se se ajudassem, criaram as primeiras comunidades. Disso resultou a sociedade conjunto de sócios solidários –, sonho até hoje não realizado. Ninguém jamais poderá ser feliz infelicitando ou se omitindo frente ao necessitado.

go prazo, para atletas, desse tipo de dieta sugerida. Já para a redução de peso, ou seja, para aqueles com obesidade e sobrepeso, essa pode ser uma estratégia muito interessante. Outro tema discutido foi a prática de jejum para a redução de peso e proteção cardiometabólica. Chegamos à mesma conclusão sobre estudos que não fazem acompanhamento a longo prazo. Mas,

a reflexão que fiz com outros profissionais sobre isso, seria da importância de tirar esse sujeito do “basal” dele, seja aumentando o número de refeições, que é a prática mais tradicional, ou aumentando o tempo de intervalo entre as refeições. O importante para o emagrecimento será o balanço de energia negativo e a qualidade dos alimentos ingeridos na sua dieta.

Não há consenso sobre carboidrato em dieta Pela segunda vez no Brasil e em Brasília, foi realizado o encontro da sociedade internacional de nutrição esportiva. Tive a oportunidade de participar do evento nas duas ocasiões. Mas em 2016 foi especial. Levei um trabalho – parte do meu doutorado – para apresentar na forma de pôster. E esse trabalho foi premiado. Além desse fato, que tornou o evento muito especial para mim, muitos temas atu-

ais da Nutrição foram discutidos. As evidências foram mostradas, estudadas e discutidas. É sobre isso que vou escrever hoje. Para os atletas, não existe ainda consenso da prática de utilização de dietas com restrição de carboidrato. Todos os trabalhos apresentados tiveram seus resultados avaliados em um período relativamente curto de tempo. Portanto, não há como saber os efeitos a lon-

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À medida que / Na medida em que / A medida que

lá, queridos amigos! Vamos hoje desfazer algumas confusões comuns no dia a dia de quem usa a língua portuguesa! Vamos então entender cada uma das três possibilidades apresentadas no título desta matéria: 1. À medida que: conjunção subordinativa proporcional. É sinônimo de “quanto mais”, “à proporção que”, “ao passo que”. Exemplo: À medida que estudo, mais sábio fico. 2. Na medida em que: conjunção subordinativa causal. É sinônimo de “porque”, “pois”, “uma vez que”. Exemplo: Aqueles advogados comemoram na medida em que aca-

baram de ganhar um caso (Aqueles advogados comemoram porque acabaram de ganhar um caso). 3. A medida que: não é nada além de artigo (a) + substantivo (medida) + pronome relativo (que). Pode aparecer em qualquer lugar de um período. Exemplo: A medida que adotamos é bastante drástica. Percebam que o trecho “que adotamos” forma uma oração subordinada adjetiva restritiva. O pronome relativo “que” (pode ser substituído por “a qual”) retoma o substantivo “medida”, que é núcleo do sujeito do verbo “é”. Vejamos outro exemplo: Eles adoraram a medida que sugeri. “Eles” (sujeito do verbo “adoraram”); “a medida” (objeto direto do verbo “adora-

vam”); “que sugeri” (oração subordinada adjetiva restritiva, introduzida pelo pronome relativo “que”). OBSERVAÇÃO: Percebam que, em (3), a expressão “a medida” foi usada nos exemplos como sujeito do verbo “é” e como objeto direto do verbo “adoravam”. Ambas são funções sintáticas sem preposição. Mas nada impede que o substantivo “medida” apareça em outras funções sintáticas, permitindo que, por regência, ele venha acompanhado por uma preposição. Exemplos: Preciso da medida que você criou. Eu tive acesso à medida que você criou. Logo, não pensem que todo “à medida que” é uma conjunção proporcional. Você, acima de tudo, precisa entender a semântica dos períodos! Sem a ideia

de proporcionalidade, “à medida que” pode existir, pois não se trata mais da conjunção citada em (1). No fim das contas, queridos, afirmo: o fundamental para se estudar a língua portuguesa é priorizar o raciocínio, e não a memória. Quem, ao estudar o nosso vernáculo, prefere decorar formas fixas, acaba se deparando com um número sem fim de exceções. Tenham paciência! Reflexão e raciocínio são preceitos básicos para se entender verdadeiramente o português.

simplesmente porque o sol não se põe no horizonte durante o verão, proporcionando 24 horas ininterruptas de luz solar e cerca de dois meses sem noites de céu estrelado, o que é peculiar no Círculo Polar Ártico. Resta saber se o Santa Claus (como é conhecido nos Estados Unidos) é o mesmo velhinho de barbas brancas que colocava brinquedos nas chaminés das casas das crianças de sua cidade na Turquia e que foi canonizado pelo Vaticano com o nome de São Nicolau. Quanto a mim, nunca mais me saiu da cabeça que Papai Noel existe e é uma verdade absoluta desde aquela noite de minha infância quando o flagrei colocando um pre-

sentinho no meu sapato, debaixo da cama. Para não o assustar e quebrar o encantamento, permaneci de olhos semicerrados, fingindo que estava dormindo. Até hoje, 85 anos depois, lembro de sua imagem: alto, de corpo longilíneo e enorme bigode grisalho. E não usava o habitual gorro, complementado pelo vestuário vermelho com bordas brancas; e sim um pijama claro de listras verticais. Mas com toda a certeza, sempre foi e será o Papai Noel mais bonito que conheci. Ele era o meu pai!

Elias Santana Professor de Língua Portuguesa e Mestre em Linguística pela Universidade de Brasília

Papai Noel está chegando...

e acordo com o calendário, o bom velhinho só dá as caras, de fato, no dia 24 de dezembro. Mas, tal qual nas lojas dos shoppings brasilienses, aqui em casa o Papai Noel começa a aparecer já na segunda semana de novembro, graças ao empenho da minha mulher Lêdinha. Com a estratégica ajuda das netinhas Bárbara e Malu, milagrosamente, em tempo recorde, elas conseguem plantar uma frondosa-e-iluminada árvore de Natal e, em seguida, colocar os fios de pisca-pisca coloridos em volta do teto e da parede da sala de visitas, perigosamente, equilibrando-se numa leve escada de alumínio.

Sentado confortavelmente na poltrona, testemunho a empreitada comandada pela vovó Lêdinha, com a emoção dividida em apreensão e deslumbramento. No primeiro caso, com receio de que ela despenque lá de cima da escada balouçante; no segundo, porque é uma tarefa encenada todos os anos, mas que nem mesmo a rotina consegue quebrar a beleza espiritual, como se o Papai Noel estivesse chegando de verdade, em carne e osso, montado no trenó puxado por oito renas, oriundo de sua linda casa de neve na Lapônia. Geograficamente, a Lapônia existe: fica no Pólo Norte, onde é absolutamente impossível alguém admirar o lusco-fusco do crepúsculo, isto

(*) Fernando Pinto é jornalista e escritor

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