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Meio Ambiente / Página
Nova Lima ganha autonomia para licenciar empreendimentos de classes 1 a 4
Objetivo é dar celeridade aos empreendimentos econômicos sem abrir mão da sustentabilidade defendida pelo município.
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A partir de agora, Nova Lima passa a tomar decisões referentes ao licenciamento ambiental de atividades e empreendimentos efetiva ou potencialmente poluidores de classes 1 a 4, de acordo com o porte e o tipo de negócio, numa escala que vai até 6. Um convênio de cooperação técnica foi assinado no último dia 4, entre o governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Meio e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e do Instituto Estadual de Florestas (IEF), com o município que ficará responsável pelas ações administrativas referentes ao licenciamento ambiental de atividades e empreendimentos em nível local. O convênio foi assinado pela secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo; pela diretora-geral do IEF, Maria Amélia Mattos, e pelo prefeito de Nova Lima, João Marcelo Dieguez. O município é o sétimo a assumir esse processo, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Pelo convênio, Nova Lima passa a tomar decisões referentes ao licenciamento ambiental de atividades e empreendimentos efetiva ou potencialmente poluidores de classes 1 a 4, conforme Deliberação Normativa Copam nº 217/2017, de competência da Semad. Além disso, a administração municipal poderá decidir sobre autorizações para intervenções ambientais, cuja legislação atual atribui a competência ao IEF.
Na ocasião, a secretária de Meio Ambiente do Estado, Marília Melo, destacou a confiança depositada no município de Nova Lima. “Uma coisa é assumir competência originária, outra coisa é a delegação de competência. É casamento, é responsabilidade compartilhada. E só compartilhamos responsabilidade com quem confiamos. Temos certeza que o trabalho que será desenvolvido aqui será primoroso na gestão ambiental”, afirmou.
Já o prefeito João Marcelo Dieguez ressaltou que a medida é benéfica ao município e que a equipe de sua administração garantirá celeridade na análise dos processos administrativos, sem perder o rigor na tomada de decisões. “Vemos esse tipo de parceria e delegação, por parte do governo do Estado, de um modo muito positivo e também desafiador: quando a responsabilidade de alguns licenciamentos é nossa, passa a ser também de nossa cidade a responsabilidade pela sustentabilidade que queremos para o nosso município”, afirmou o prefeito João Marcelo Dieguez.
O secretário municipal de Meio Ambiente, Gabriel Coutinho, informou que, atualmente, a obtenção da licença pelo Estado demora de dois a quatro anos para
© Foto: Divulgação / João Victor Moraes / cedida PNL
Licenciamento Ambiental: O prefeito João Marcelo Dieguez assina o convênio com o Estado ao lado da secretária de Meio Ambiente do Estado, Marília Melo
a supressão de espécie de mata atlântica em perímetro urbano. Que quem adquire lotes em áreas antropizadas, acabava cortando árvores de mata atlântica sem conhecimento. E que agora, através desse convênio, haverá mais celeridade no processo e município e órgão responsável terá ciência do que está sendo suprimido. “Além disso, cada supressão corresponde a uma medida compensatória que fica para o município. E, se tem celeridade e funciona o licenciamento, vale à pena fazer dentro da legalidade”, explicou. Ainda segundo o secretário, dentro dessa prerrogativa acontecerá o programa de arborização na cidade, nos moldes que está sendo executado no bairro Jardim Canadá, onde centenas de árvores estão sendo plantadas por meio de medidas compensatórias.
Coutinho explicou que a supressão irá obedecer a uma série de normas estabelecidas por uma Deliberação Normativa específica que calcula a árvore suprimida, sua circunferência, e como deve ser compensada. “Nunca será apenas a compensação de um por um. Há árvores que você precisa compensar com 10 ou 20 espécies, por exemplo. Cada situação terá uma regra específica a ser cumprida dentro da legislação. Em muitos casos, por exemplo, as pessoas terão que doar a muda e fazer o plantio com todos os insumos necessários”, destacou.
Compensações para o município
O presidente da Associação de Proteção Ambiental (Promutuca), Pedro Lima, disse que a diretoria da ONG irá se reunir para discutir o assunto e em seguida se posicionar sobre esse convênio de cooperação técnica.
Já o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Abner Henrique, pontuou que esse processo, que simplificará o licenciamento para novos empreendimentos, é um marco histórico por seu caráter de inovação e por colocar Nova Lima em um outro patamar na atração de investimentos.

Transferência de placas de carro para Nova Lima tem desconto de 25% no IPVA
Já está em vigor desde janeiro, a Lei 2.839, que concede um benefício de 25% do valor pago pelo proprietário de veículo ao Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) ao transferir a placa do carro para o município.
Proprietários de veículos em Nova Lima devem ficar atentos a um importante benefício concedido no valor a ser pago no IPVA para aqueles veículos que tiveram placas transferidas para o município. Já está em vigor desde o mês de janeiro deste ano, a Lei 2.839, de autoria do vereador Álvaro Azevedo (Avante), que concede um benefício de 25% do valor pago pelo proprietário de veículo ao Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), exceto seguro obrigatório, taxas e eventuais multas. Para ter direito ao reembolso do valor o proprietário precisa transferir a placa do carro para o município de Nova Lima. A concessão será em uma única vez e deverá ser requerida no exercício em que houver o primeiro recolhimento do IPVA em favor do município.
De acordo com Álvaro Azevedo, a lei tem por objetivo incentivar e aumentar a transferência de veículos com registro em outro município, uma vez que muitos moradores vieram para a cidade e continuam com seus carros emplacados em Belo Horizonte. E, ainda aumentar a arrecadação, já que 50% do valor do imposto fica para o Estado e a outra metade para o município. “A nossa expectativa é aumentar em cerca de R$ 70 milhões a arrecadação com a transferência das placas. O município concede o benefício quando é feita a transferência após o pagamento do imposto, através de solicitação pelo proprietário dos veículos junto à Secretaria. Todos saem ganhando, tanto a administração pública quanto os moradores. Pois, os recursos oriundos do imposto serão aplicados em obras de melhoria urbana, como mobilidade por exemplo, na região onde houve o fato gerador”, explica o vereador, autor da lei.
A obtenção do benefício junto à prefeitura é simples e é válida para veículos fabricados nos últimos dez anos, registrados em outros municípios que transferiram o emplacamento para Nova Lima. O proprietário deve solicitar a concessão do benefício à Secretaria de Fazenda, na sede ou em uma das regionais da prefeitura, por meio de protocolo, com a apresentação dos documentos necessários. Após o pedido ser analisado e cumpridos os requisitos legais, o município determinará o valor a ser pago. O pagamento deverá ser feito em até 60 dias do registro do protocolo, através de transferência bancária.
© Foto: Andre Solano / divulgação

Álvaro Azevedo: “A expectati-
va é aumentar em cerca de R$ 70 milhões a arrecadação com a transferência das placas”
© Foto: Divulgação

Transferência: A Lei 2.839, de autoria do vereador Álvaro Azevedo (Avante), concede um benefício de 25% do valor no IPVA

Trânsito volta a ser o grande problema dos moradores do Vila da Serra e entorno
Com a volta à normalidade, o trânsito, um antigo problema da região, retorna e exige exercício de paciência. Os gargalos acabam deixando moradores e trabalhadores impedidos de cumprirem seus compromissos.
Com a volta à normalidade, o trânsito, um antigo problema, retorna com grande impacto à mobilidade urbana. O gargalo que se forma na chegada à trincheira deixa muitos moradores, trabalhadores e prestadores de serviços, do Vila da Serra e região sem condições de avançar por mais 2 km rumo à BR-356, o que provoca atrasos e afasta cada um de seus compromissos. Este problema também traz consequências para os moradores de Rio Acima e Raposos, do centro de Nova Lima e de condomínios no entorno da rodovia. O exercício de paciência cai por terra quando a pessoa se vê, por exemplo, impedida de chegar ao local de trabalho, as reuniões empresariais, a consulta médica e demais compromissos diários. Aliás, são recorrentes as reclamações de pessoas sobre a situação atual do trânsito.
Luiz Oliveira, soldador industrial de uma empresa de transformação próxima ao Jardim Canadá, enviou e-mail à redação, solicitando apoio para a disponibilização de mais horários de ônibus da Via Ouro, linha que faz parte do sistema público de transporte de passageiros da cidade de Nova Lima, e de uma solução para o engarrafamento que se forma todas as manhãs, quando ele vai trabalhar. No último dia 4, ele saiu do bairro José de Almeida e não chegou a tempo no trabalho para marcar seu ponto na empresa. “Primeiro fiquei parado na MG-030, depois em frente ao Extra. Não adianta explicar que foi o trânsito, porque isso já ficou batido na empresa”, disse ele, em desabafo.
As impressões sobre esse problema são a principal queixa de várias pessoas que passam pela região. Basta identificar um ponto de confluência de vias e o obstáculo já está à vista. “O trânsito é o nosso maior problema hoje. Vou me ater ao Vila da Serra, porque a situação da mobilidade aqui está inteiramente ligada ao Belvedere e aos acessos para a sede e as outras duas cidades. O trânsito aqui está saturado há alguns anos”, relata o engenheiro civil Eduardo Henrique Costa, morador da Rua da Mata, no Vila da Serra.
Eduardo Henrique Costa continua explicando: “Sei que a solução passa por meios de transporte de massa, de qualidade, o que não é a realidade histórica da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e de quase a totalidade do País. Embora a resolução desse fator seja a longo prazo e a um custo enorme, isso não quer dizer que alguns níveis de soluções não podem ser tomados. A visão deve ser macro e entender a RMBH como um sistema interdependente. Tenho esperança que o novo Plano Diretor de Nova Lima contemple as alterações e normas urbanísticas que permitam o desenvolvimento sustentável da nossa cidade”. Vila Monte Verde: Os moradores da Rua da Mata já saem de casa enfrentando um trânsito parado


Rotatória do Gran Líder Olympus: O pontilhão estreito é um dos gargalos para sair do Vila da Serra
Plano de Mobilidade Urbana
Segundo Eduardo Henrique Costa, “pessoas estão saindo de casa mais cedo e voltando mais tarde. As retenções refletem em maior poluição, gasto de combustível e redução de horas produtivas. Em alguns dias, para sair do Vila da Serra e atravessar o Belvedere são gastos mais de 40 minutos para percorrer apeurbanização em alguns pontos, o vetor sul ficou esquecido e paralisado. Para citar exemplos no dia a dia, basta observar o que ocorre nos horários de pico na região, com retenções diárias que a cada dia aumentam, tendo como consequência a perda de muito tempo no trânsito, comprometendo a qualidade de vida de todos que de alguma forma utilizam o sistema viário, como moradores, ou aqueles que estejam de passagem para acessar outras regiões”, ressalta o engenheiro.
nas entre 2 a 3 km, e só então seguir viagem para o destino final. A situação das pessoas que têm a região como seu local de trabalho é muito pior, pois não têm sequer condições de escolher um horário alternativo”, destacou. Para ele, “o Plano de Mobilidade Urbana precisa ser moderno, tecnicamente viável e ousado, tendo em vista o agravamento a níveis inaceitáveis da situação da mobilidade urbana. Enquanto o Vetor Norte foi atendido por inúmeras obras viárias, transporte e remodelamento da



Dia da Mulher: Carla Madeira é convidada para falar do sucesso dos seus livros
A escritora mineira, uma das mais festejadas nos últimos anos na literatura brasileira, participa do Projeto Sempre Um Papo para falar sobre os seus três romances que retratam os relacionamentos, os amores e as dores das perdas.
Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, o Sempre Um Papo recebeu, no último dia 8 de março, a escritora mineira Carla Madeira, uma das mais festejadas nos últimos anos na literatura brasileira, para falar sobre os seus três romances: o best seller que marcou sua estreia na literatura “Tudo é Rio”, “A Natureza da Mordida” e “Véspera” (Ed. Record). Carla Madeira nasceu em Belo Horizonte em 1964. Largou um curso de matemática e se formou em jornalismo e publicidade. Foi professora de redação publicitária na Universidade Federal de Minas Gerais e é sócia e diretora de criação da agência de comunicação Lápis Raro. Em 2014, lançou seu primeiro romance, “Tudo é rio”, um sucesso editorial, recebido com entusiasmo pelo público e pela crítica. Em 2018, lançou seu segundo romance, “A natureza da mordida”. Em 2021, lançou “Véspera”, seu terceiro livro. A conversa foi mediada por Afonso Borges, com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube do projeto. O Sempre Um Papo é viabilizado através do patrocínio da Gerdau, com recursos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, da Secretaria De Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais - Secult - MG.
Os livros
“Tudo é rio” narra a história do casal Dalva e Venâncio, que tem a vida transformada após uma perda trágica, resultado do ciúme doentio do marido, e de Lucy, a prostituta mais depravada e cobiçada da cidade, que entra no caminho deles, formando um triângulo amoroso. Na orelha do livro, Martha Medeiros escreve: “Tudo é rio é uma obra-prima, e não há exagero no que afirmo. É daqueles livros que, ao ser terminado, dá vontade de começar de novo, no mesmo instante, desta vez para se demorar em cada linha, saborear cada frase, deixar-se abraçar pela poesia da prosa. A metáfora do rio se revela por meio da narrativa que flui – ora intensa, ora mais branda – de forma ininterrupta, mas também por meio do suor, da saliva, do sangue, das lágrimas, do sêmen, e Carla faz isso sem ser apelativa, sem sentimentalismo barato, com a habilidade que só os melhores escritores possuem”. “A Natureza da Mordida”, segundo livro de Carla Madeira, é um livro sobre a amizade. É sobretudo marcado pelo amor à literatura. Olívia e Biá, as duas protagonistas da história, se encontram pela primeira vez num pequeno sebo improvisado. Devastada por uma perda
© Divulgação/ Márcia Charnizon/Cedida Sempre um Papo

Carla Madeira: Autora de três romances, “Tudo é Rio”, “A Natureza da Mordida” e “Véspera”
recente, Olívia se deixa envolver pela fala desatinada de Biá, por seu humor dilacerante, sua tragédia cotidiana e os mistérios de uma dor antiga. Nos doze primeiros encontros, o leitor se verá enredado por uma história cheia de lacunas. Vai experimentar, como a própria Biá, as intensidades da perda de memória, marcada ora pelos esquecimentos, ora pelas lembranças salientes. Será preciso mastigar cada tesouro que emergirá dos encontros e das anotações feitas por Biá, mesmo que tomado pela angústia de não poder compreendê-los ainda. A partir daí tudo começa a ser revelado. A narrativa ganha o fluxo das histórias que não podem ser interrompidas, toda a vida de Olívia virá à tona e, ao conhecer a vida de Olívia, o leitor vai sendo preparado para compreender Biá. É com essa provocação, que desestabiliza as fronteiras entre o bem e o mal e obriga o leitor a se colocar no lugar do outro, que “A Natureza da Mordida” se torna um livro de força universal. O mais recente, “Véspera” retoma a escrita brilhante e contagiante de Carla Madeira, que desperta todo tipo de emoção no leitor. A autora cria personagens que parecem estar vivos diante de nós. As emoções que sentem são palpáveis e suas reações, autênticas. Temos a sensação de conhecê-los de perto, inclusive as contradições e os pontos cegos. A narrativa começa com a pergunta: como se chega ao extremo? Vedina, uma mulher destroçada por um casamento marcado pelo desamor, em um momento de descontrole abandona seu filho e, imediatamente arrependida, volta para o lugar onde o deixou e não encontra quaisquer vestígios de sua presença. Este é o acontecimento nuclear da trama que expõe as entranhas de uma família – pai alcoólatra, mãe controladora, irmãos gêmeos tensionados pelas diferenças – que, como tantas outras famílias, torna-se um lugar onde as singularidades de cada um não são acolhidas, criando rachaduras por onde a violência se infiltra. Contada em dois tempos, o dia do abandono e os dias que vieram antes dele, o romance avança como duas ondas até que elas se chocam e se iluminam. O leitor se vê diante de um espantoso presente que expõe o quanto as palavras são capazes de inventar a verdade.
Projeto de lei e palestra marcam Dia Internacional da Mulher em Nova Lima
Projeto do Executivo, aprovado pela Câmara Municipal, visa dar celeridade à análise de pleitos das mulheres em situação de violência doméstica.
O Dia Internacional da Mulher, no dia 8 de março, foi celebrado em Nova Lima com o encaminhamento do projeto de lei à Câmara Municipal, no último dia 4 de março, que visa dar celeridade à análise de pleitos das mulheres em situação de violência doméstica, como alteração de endereço residencial; busca por auxílio de nova moradia; mudança de creche e escola para seus filhos; solicitação de auxílio financeiro; e alteração do local e da natureza do emprego. O projeto foi aprovado no dia 8 de março, na Casa Legislativa.
Isso representa um avanço para o município uma vez que a iniciativa se alinha às diretrizes da Lei Maria da Penha, que impõe trâmite prioritário de processos para mulheres que estão vivenciando violações de direitos em decorrência do gênero.
Assim, a Administração Municipal cumpre o seu papel de auxiliar na reestruturação da vida desse grupo de pessoas hipervulneráveis e que, em grande parte, pode ser atendido pelo poder público municipal, que possui o dever de estabelecer igualdade material entre as pessoas. Nova Lima tem outros projetos importantes em execução, como o Aluguel Social, ou em fase final de implementação, como o programa de distribuição gratuita de absorventes e conscientização sobre a menstruação.
© Fotos: Divulgação/Cedida PNL

Jessyka Lopes: Palestra “Construção política social: debate sobre o acesso das mulheres aos seus direitos”
O acesso das mulheres aos seus direitos
Para incrementar a data, foi realizada a palestra “Construção política social: debate sobre o acesso das mulheres aos seus direitos”, proferida por Jessyka Lopes, que tratou da construção de lutas seculares pela igualdade de gênero. Jéssika Lopes enumerou as conquistas que incluem direito à educação, ao voto, ao divórcio, à licença maternidade, entre outros, que devem ser relembrados como algo que foi alcançado e não dado. O evento ocorreu no auditório da Associação Comercial e Empresarial de Nova Lima.
Machismo e racismo estruturais impedem mulheres de progredir
Especialistas pedem, durante debates pelo Dia da Mulher no Ciclo de Debates Virtual “Sempre Vivas - Mulheres e Política, promovido pela Assembleia de Minas, ações concretas contra violência de gênero, racismo e pobreza.
Gênero é um conceito teórico para significados que são atribuídos a corpos e comportamentos, não sendo derivado de órgãos genitais, mas da cultura. Não há problemas em existirem diferenças entre homens e mulheres. O problema é quando essas diferenças são usadas como base para violências. A reflexão foi feita pela pós-doutora em História, professora e coordenadora do Grupo de Pesquisa Gênero e Violência da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Claudia Maia.
Ela participou do Ciclo de Debates Virtual “Sempre Vivas - Mulheres e Política: Por Representatividade, Justiça e Respeito”, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Cláudia Maia foi uma das debatedoras do painel “Violência e machismo institucional”, e sua explanação abordou o porquê de a violência contra mulheres ser uma violência de gênero.
De acordo com a pesquisadora, os conflitos e as tensões resultam das relações de poder estabelecidas pela cultura da masculinidade, de poder tudo, e da feminilidade, de ter de servir e obedecer. “Desde o seu nascimento, o Estado moderno excluiu as mulheres de direitos, porque foi estruturado a partir da ótica patriarcal, que assegura privilégios masculinos. Por isso, o machismo é institucional e estrutural na sociedade e na cultura”, afirmou Cláudia Maia. Dessa forma, mesmo os agentes do Estado, que tem de garantir segurança e justiça a todos os cidadãos, fazem os atendimentos sob essa ótica patriarcal e deixam a subjetividade interferir. “A gente vê isso quando se recusam a registrar ocorrências ou registram amenizando o que o agressor fez, convencem as vítimas a desistir das queixas. Esse tipo de atitude, comum, não protege a mulher, que se torna vítima da violência de gênero institucional”.
Machismo institucional aumenta violência
A professora explicou ainda que o Estado brasileiro dispõe de vários instrumentos para enfrentar a violência, mas estes não são suficientes ou sempre eficientes. “Precisamos pensar em ações de médio e longo prazo para reverter essa violência de gênero institucional, como a ampliação do número efetivo de

Dia da Mulher: Wânia Guimarães, da Faculdade Milton, falou da baixa representatividade feminina nas casas legislativas no Brasil
Assembleia promove debate no Dia da Mulher
Dia Internacional da Mulher é lembrado pela luta por direitos; deputada propõe votação de PLs ligados à pauta feminina.
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) promoveu o Ciclo de Debates Virtual “Sempre Vivas - Mulheres e Política: Por Representatividade, Justiça e Respeito”, que celebra o Dia Internacional da Mulher. A luta por direitos, melhores condições de renda e pelo combate à violência foi lembrada por parlamentares e outros participantes já na abertura do evento. O presidente da Casa, deputado Agostinho Patrus (PV), destacou, em seu pronunciamento, os esforços que a ALMG tem feito no sentido de ampliar a participação feminina no Parlamento: “Temos uma bancada feminina, para que a voz das nossas deputadas seja ouvida e atendida nas discussões em Plenário. Além disso, criamos recentemente a Procuradoria da Mulher, para a discussão e recebimento de denúncias. O preconceito e a violência nos preocupam muito. Apesar de votarem há apenas 90 anos, as mulheres mineiras têm representantes de qualidade e voz no nosso Parlamento. E espero que do debate de hoje surjam muitos aperfeiçoamentos à legislação estadual”. A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, deputada Ana Paula Siqueira (Rede), abriu o evento agradecendo a comissão organizadora do Sempre Vivas, evento promovido pela ALMG, por meio da comissão, e que neste ano conta com a parceria de 54 entidades, entre coletivos, movimentos sociais e órgãos ligados à causa feminina. “Para conseguirmos debater os temas com a profundidade que precisamos, já programamos atividades para acontecerem ao longo de todo o ano de 2022. Não foi fácil formatar o evento, foram seis meses de construção conjunta e discussões acaloradas. Mas isso foi fundamental para trazermos a diversidade das mulheres de Minas Gerais”, explicou. (ALMG)
© Fotos: Divulgação/Clarissa Barçante/Cedidas ALMG

Dia da Mulher: De acordo com a pesquisadora Cláudia Maia, mesmo em casas legislativas as mulheres estão sujeitas à violência de gênero
mulheres em cargos decisórios e de comando no Judiciário, a criação de uma ouvidoria específica para denúncia de maus tratos e violência institucional e de um observatório estadual de pesquisa para acompanhar, monitorar e divulgar dados da violência de gênero no Estado”, afirmou Cláudia Maia. (ALMG)
Mulheres negras são mais vulneráveis
Já a coordenadora do Comitê da Marcha Mundial de Mulheres de Uberlândia e membro do Observatório da Mulher de São Paulo, Gláucia Matos Adeniké, deu destaque ao fato de que, além da violência de gênero, o racismo também é estrutural e este sistema discriminatório atua contra a segurança e a vida de mulheres negras. “Mulheres negras são as mais vulneráveis e tanto o machismo quanto o racismo estrutural precisam de ações concretas de combate, mas o governo federal não é comprometido com o bem-estar da população. A Casa da Mulher Brasileira, política de atendimento criada pela presidente Dilma Rousseff, não foi implementada. O fundo especial pelos direitos das mulheres, previsto no plano plurianual, não é repassado. Além disso, a não assinatura do pacto nacional pelo enfrentamento da violência contra as mulheres, tudo isso mostra o desinteresse dessa administração”. Ela também reforçou que sem emancipação financeira fica difícil garantir a vida e a independência das mulheres. “Precisávamos pensar na criação do Programa Estadual de Renda Mínima para mulheres negras, indígenas, quilombolas, em situação de violência e vulnerabilidade social”, afirma Gláucia Matos Adeniké. Na mesma linha, a coordenadora do Núcleo da Diversidade da Faculdade Milton Campos e membro da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), Wânia Guimarães Rabêllo de Almeida, explicou que mais uma forma de opressão estrutural das mulheres é a pobreza. Segundo ela, sem uma administração decidida a combater a pobreza fica difícil garantir o bem-estar das mulheres. “Várias são as obrigações assumidas pelo estado brasileiro. Somos signatários de diversas convenções internacionais de direitos humanos e inclusive fomos o país onde ocorreu a Convenção de Belém do Pará, primeiro tratado internacional de proteção aos direitos humanos das mulheres. Então precisamos que essas convenções sejam aplicadas e efetivadas”. Wânia também destacou que a violência de gênero contra mulheres acontece dentro das casas legislativas em todas as esferas, como no caso da deputada Isa Penna, na Assembleia Legislativa de São Paulo, e da deputada Andreia de Jesus (PSOL), na ALMG. “O Brasil é um dos últimos no ranking da América Latina em representatividade de mulheres nas suas casas legislativas. As mulheres são as que tem melhores condições de articular suas demandas, não podemos esperar as candidaturas masculinas pensarem nas nossas reivindicações”, reforçou. (ALMG)
Vamos falar sobre saúde da mulher?
A médica Rayana Campos, ginecologista do Hermes Pardini, afirma que o Mês Nacional da Mulher é o momento ideal para colocar a saúde em dia.
Março é o Mês Nacional da Mulher, já que no dia 8 marca o Dia Internacional da Mulher. Mas como refletir sobre a data, ponderando avanços e necessidades, sem falar sobre saúde feminina? Oficializado em 1975, o dia reconhece o histórico pela busca de direitos, além de proporcionar visibilidade às lutas atuais e diárias da mulher. Para a ginecologista do Hermes Pardini, Rayana Campos, se a data é pautada pelas conquistas e demandas femininas, inserir a saúde da mulher numa pauta diária ganha cada vez mais relevância. “Muitas vezes sobrecarregadas pela rotina, sabemos que algumas mulheres acabam se esquecendo de si mesmas, e deixando o cuidado com a saúde de lado. Elas deixam de fazer exames, retardando diagnósticos e a realização de procedimentos importantes para uma melhor qualidade de vida. Esse cenário pode ter se agravado com a pandemia da Covid-19, que gerou exaustão física, mental, emocional e o adoecimento de muitas mulheres”, observa a médica do laboratório Hermes Pardini. Segundo Rayana, é preciso retomar alguns cuidados interrompidos durante a pandemia e, por isso, é necessário dar visibilidade e reforçar o assunto.
O controle da saúde da mulher está extremamente atrelado ao controle ginecológico, se atentando ao rastreio e a prevenção de cânceres como, o de colo uterino e mama, alterações do ciclo menstrual, fertilidade. Com o objetivo de analisar o ciclo menstrual de participantes voluntárias para tentar descobrir correlações entre ele e possíveis doenças, o Estudo de Saúde da Mulher, pesquisa feita pela Apple em parceria com a Escola de Saúde Pública de Harvard e o Instituto Nacional das Ciências da Saúde Ambiental (NIEHS), trouxe, em fevereiro deste ano, informações importantes sobre a Síndrome do Ovário Policístico (SOP). A condição ginecológica afeta os ciclos menstruais, a fertilidade, o balanço hormonal e a retenção de peso das mulheres. De acordo com a pesquisa, mulheres com SOP têm três vezes mais chances de desenvolver diabetes e são duas vezes mais propensas a ter hipertensão e altos níveis de colesterol no organismo — condições amplamente relacionadas a problemas cardíacos. “Todos esses indicadores, seja nas mulheres com SOP ou não, precisam ser monitorados constantemente com consultas médicas e exames de rotina”, reforça a ginecologista do Pardini.
© Foto: Divulgação/Cedida Hermes Pardini

Rayana Campos: Ginecologista destaca importância das consultas médicas e exames de rotina para manter a saúde das mulheres em dia
Exames laboratoriais e de imagem recomendados
Segundo a médica, anualmente, as mulheres precisam fazer alguns exames laboratoriais e de imagem. Veja abaixo quais são os principais deles. As vacinas também, sejam para as adolescentes, adultas ou idosas, precisam estar em dia.
• Creatinina – para avaliar a saúde e o funcionamento renal. • Hemograma – para avaliar as células sanguíneas de um paciente, ou seja, as da série branca e vermelha, contagem de plaquetas, reticulócitos e índices hematológicos. • Transaminase Pirúvica – para medir os níveis da enzima transaminase glutâmico-pirúvica (TGP) no sangue e investigar problemas no fígado. • Transaminase Oxalacética – para medir os níveis da enzima transaminase glutâmico-oxalacética (TGO) no
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sangue e investigar problemas no fígado, nos músculos e no coração. • Triglicérides – para medir o nível de gordura no sangue e monitorar o risco de doenças cardíacas e outros problemas de saúde. • Glicemia jejum – para medir o nível da glicose na circulação sanguínea, investigar possíveis casos de diabetes e controlar a doença. • Colesterol total e frações – para medir os valores dos três tipos de colesterol presentes no corpo e analisar as quantias que circulam na corrente sanguínea. • TSH e T4 Livre – avaliação do funcionamento da glândula tireóide. • Urina rotina – além de diagnosticar problemas renais e urinários, como infecções, fornece panorama geral da saúde da paciente. • Mamografia e Ultrassonografia das Mamas – conforme recomendação médica. • Ultrassom endovaginal – conforme recomendação médica. • Colpocitopatologia oncótica do colo uterino (prevenção) - conforme recomendação médica.
Mudanças no estilo de vida
tendo se preocupado diariamente com a doença, as pessoas deixaram de cuidar da saúde, em geral. O serviço de atendimento domiciliar, por exemplo, que permite realizar coleta dos exames na casa do paciente, vem ao encontro de um novo comportamento de consumo. Também passou a ser mais conveniente e prático o serviço de Teleconsulta. Ambos aumentam a acessibilidade dos serviços.
“Prevenir é sempre o melhor remédio. Com a triagem por meio de exames laboratoriais, acompanhada de uma avaliação clínica feita por um médico, é possível trabalhar na prevenção de possíveis doenças e na promoção da saúde, melhorando a qualidade de vida das mulheres”, indica Rayana Campos.
Unidade Belvedere
Moradores de Belvedere e região contam com o apoio do Hermes Pardini para cuidar da saúde. Para consultar o serviço de análises clínicas, vacinação e do atendimento domiciliar, basta entrar em contato pelo número, que também é WhatsApp: (31) 3228-6200. A unidade do bairro Belvedere fica à Av. Luiz Paulo Franco, 629.
Nova Lima recebe a exposição “Retratos da Terra”
Mostra reúne produções fotográficas de jovens da cidade e fotógrafos convidados, desde o último dia 9 de março, na Escola Casa Aristides, trazendo a visão dos jovens da cidade e fotógrafos profissionais sobre os patrimônios históricos da região.

Desde o último dia 9, a exposição “Retratos da Terra” pode ser vista na Escola Casa Aristides, trazendo diferentes perspectivas dos patrimônios históricos e culturais da cidade a partir do olhar do fotógrafo local - grande conhecedor da história de Nova Lima - Celso Travassos, 20 jovens moradores da cidade, e da fotógrafa e artista Karina Bacci. Integrando um projeto homônimo, realizado em parceria com a Secretaria de Cultura De Nova Lima, a mostra realizada pela Elo3 e patrocinada pela AngloGold Ashanti, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, fica em cartaz até 10 de abril.
Ao participar de uma oficina presencial durante uma semana, os jovens receberam aprendizados técnico e prático sobre fotografia, onde puderam exercitar o registro da riqueza cultural de sua cidade. A atividade foi ministrada por Karina Bacci, curadora da exposição e também fotógrafa e professora do Museu de Arte Moderna de São Paulo, ao lado de Celso Travassos, fotógrafo de Nova Lima convidado para integrar o projeto.
Segundo Karina Bacci, curadora do “Retratos da Terra”: “A nossa proposta é mostrar as diversas perspectivas sobre um território, uma comunidade. Neste projeto, o encontro de múltiplos olhares potencializa as possibilidades de reflexão e descobertas sobre a história e a cultura de Nova Lima”.
Os jovens participantes - que têm entre 15 e 20 anos - além de fotografar, puderam participar de discussões com os profissionais envolvidos no projeto, que os ajudaram a entender a importância do registro cultural de uma comunidade.
“Apresentando a fotografia como
© Foto: Karina Bacci

“Retratos da Terra”: Fotografia de Karina Bacci, curadora do projeto, no Bonserá, Boa Vista “Retratos da Terra”: Fotografia de Celso Gomes Travassos, no Santuário de Bom Jesus de Matozinhos
ferramenta, ‘Retratos da Terra’ tem por objetivo estimular os jovens a serem cidadãos protagonistas em seus territórios, a partir do reconhecimento e registro de sua comunidade. Na vivência que tivemos em Nova Lima, observamos que o trabalho realizado com uma perspectiva de preservação do patrimônio histórico é uma oportunidade para estes jovens resgatarem suas próprias histórias, além de ser uma forma de apurar ainda mais seus olhares”, conta Fernanda Del Guerra, diretora da Elo 3.
Para o gerente sênior de Comunicação e Relações Institucionais da
© Foto: Kauã Augusto

“Retratos da Terra”: Fotografia de Kauã Augusto, da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilarem AngloGold Ashanti, Othon de Villefort Maia, o projeto tem um sentido especial ao ser realizado no berço da atuação da empresa no Brasil. “A AngloGold Ashanti iniciou sua história no Brasil em Nova Lima em 1834. Hoje, passados 187 anos, continuamos a contribuir para o desenvolvimento social do município. O projeto Retratos da Terra é, portanto, mais um símbolo deste compromisso, com o investimento nas crianças e jovens novalimenses”, ressalta.
Ao fim da exposição “Retratos da Terra”, serão doadas máquinas fotográficas usadas nas atividades para a Escola Casa Aristides, além de um sorteio de equipamentos entre os jovens participantes do projeto.
A mostra, que também está em cartaz em Indaiatuba (SP), segue para Barreiras (BA), Itaúnas (ES) e Palmas (TO), estimulando a juventude desses locais a desenvolver seu potencial artístico e profissional a partir da vivência fotográfica.
Serviço:
“Retratos da Terra” - Escola Casa Aristides (Praça Coronel Aristides) – No período de 9 de março a 10 de abril. Horários: Segunda a Quinta, das 8h às 21h e Sexta-feira, das 8h às 17h.
Converse com seu médico e conte com a gente agora e sempre.
A hora certa de se cuidar é agora.
Sua saúde não pode ficar para depois.
No Hermes Pardini, você conta com vacinas,
exames laboratoriais e exames por imagem
que ajudam no controle de doenças crônicas e contribuem com o seu bem-estar. Com o atendimento domiciliar, você segue se cuidando com muita segurança e comodidade.

