Nº 141

Page 1

A revolução no Hospital Universitário Pedro Ernesto Nova gestão evita a falência e dá nova cara à unidade

ENTREVISTAMOS

Edmar Santos,

diretor do Hospital

06

#141

Ano 17 - 4a Edição 2018 Distribuição Gratuita Rio de Janeiro/ RJ bafafa.com.br

OS ENCANTOS DE GUARATIBA

07 Visitamos a Capela Magdalena e o Sítio Roberto Burle Max 12

Leonardo Boff:

Crise política e desesperança geral

08 PUC-Rio

Curso Cinema, Criação e Pensamento para moradores de favelas E MAIS: Adair Rocha, Ângela Carrato, Leonardo Boff, Angelita Woltmann, Fábio Cezanne, Marcelo Chalréo, Miguel Sampaio e Raquel Reis.

Nesta Edição

Encarte especial de eleições 2018


www.bafafa.com.br

Rio de Janeiro - 4º Edição/2018

2

Editorial Bafafá ganha novo visual e conteúdo mais diversificado

Bafafá 100% Opinião vem implementando algumas mudanças

(diretor de comunicação do Sindicato dos Engenheiros); dos profes-

com o objetivo de ficar ainda mais próximo de seus leitores. Nesta

sores Adair Rocha (Comunicação, PUC-Rio e UERJ), Ângela Carrato

edição, damos uma palinha do que vem por aí.

(Comunicação, UFMG) e Angelita Woltmann (Direito, UFN e FAMES

A capa é um presente da designer Raquel Reis, responsável

Santa Maria - RS); da designer Raquel Reis da Mônada Soluções;

também pelas logomarcas do jornal, da Agenda Bafafá e do Bloco

do músico e jornalista Fábio Cezanne e pela super entrevista com

Bafafá, além de todo o layout do site. Desde que o jornal foi fundado,

o Dr. Edmar Santos, diretor do Hospital Universitário Pedro Ernesto.

em 2001, esta é a sua quinta identidade visual, sem dúvida a mais

bonita. Em outubro, na edição de aniversário, estaremos com todo

Roberto Burle Marx e a Capela Magdalena ambos em Guaratiba,

o projeto gráfico pronto.

zona oeste do Rio. Dois cantinhos cariocas surpreendentes.

Para completar, imperdível conferir as matérias sobre o Sítio

Neste número, publicamos um encarte especial de eleições

com algumas dicas para ajudar na escolha do candidato e outras

Boa leitura!

informações para o dia da eleição. Afinal, acreditamos que somente através do voto será possível transformar a sociedade e o mundo

em algo melhor.

Ricardo Rabelo, editor

Agradecemos muitíssimo pelas colaborações do teólogo

Leonardo Boff; do advogado Marcelo Chalréo (presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ); do engenheiro Miguel Sampaio

Expediente

Diretor: Ricardo Rabelo - Mtb 21.204 bafafa@bafafa.com.br

Direção de arte: PC Bastos bastos.pc@gmail.com

Editores RogeriaPaiva rogeria@bafafa.com.br

Onde encontrar: www.bafafa.com.br/bafafa/jornal-bafafa

Ricardo Rabelo bafafajornal@gmail.com

Distribuição gratuita e direcionada (universidades, bares, centros culturais, cinemas, sindicatos)

( E-mail para sugestões de pauta: bafafajornal@gmail.com)

Praça: Rio de Janeiro Publicidade: mercomidia@gmail.com Tiragem: 5.000 exemplares

Agradecimentos: Aos colaboradores desta edição. Realização: Mercomidia Comunicação Bafafá 100% Opinião é uma publicação bimensal. Foto capa: Paulo Bastos Capa: Raquel Reis

Curta nossa fan page facebook.com/bafafajornal

Matérias, colunas e artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. www.bafafa.com.br facebook.com/bafafajornal


www.bafafa.com.br

Rio de Janeiro - 4º Edição/2018

3

Crise política e desesperança geral Por Leonardo Boff Um dos efeitos perversos de nossa crise nacional é sem dúvida a desesperança que está contaminando a maioria das pessoas. Ela se manifesta pela angústia de não ver nenhum horizonte do qual se possa vislumbrar um solução salvadora. Emerge a sociedade do cansaço e da perda da alegria de viver. São as consequências da ausência de sentido, de que tudo vai continuar na mesma lógica, feita de corrupção, falsificação das notícias (fakenews) e daí da realidade, maledicência generalizada, a dominação dos poderosos sobre as massas entregues à sua própria sorte. Tal desolação alcança também a percepção do futuro de nosso mundo e da humanidade, pouco importa o que possa ocorrer. Bem observou o Papa Francisco em sua encíclica “sobre o cuidado da Casa Comum”: ”As previsões catastróficas já não se podem olhar com desprezo e ironia. Para as próximas gerações poderíamos deixar demasiadas ruínas, desertos e lixo. O estilo de vida atual, por ser insustentável, só pode desembocar em catástrofes” (n.161). Mas quem pensa nisso a não ser quem acompanha o discurso ecológico mundial? Portanto, além das múltiplas crises sob as quais sofremos, temos ainda esta sombria de natureza ecológica. Neste contexto voltam os pensamentos de coloração niilista como o do Nobel em biologia Jacques Monod: ”É supérfluo buscar um sentido objetivo da existência. Ele simplesmente não existe. Os deuses estão mortos e o homem está só no mundo” (O acaso e a necessidade, Vozes 1979, p.108). Ou o famoso C. Levy-Straus que tanto amava o Brasil deixou escrito no seu admirável ”Tristes trópicos” (1955): ”O mun-

do começou sem o homem e terminará sem ele. As instituições e os costumes que eu teria passado a vida inteira a inventariar e a compreender, são uma eflorescência passageira de uma criação em relação com a qual elas não têm sentido, senão, talvez, aquele que permite à humanidade a desempenhar o seu papel” (p.477). Mas será que o ser humano não é o inverso de um relógio? Este funciona em si mesmo e anda conforme seus mecanismos internos. O ser humano não é um relógio. Ela anda bem quando estiver em sintonia permanente com o Todo que o envolve por todos lados e está para além dele mesmo. Portanto, temos que deixar de lado todo antropocentrismo e assumirmos uma leitura mais holística do sentido da vida. Diferentemente pensava o físico britânico Freeman Dyson (*1923): ”Quanto mais examino o universo e os detalhes de sua arquitetura, mais acho evidências de que o universo sabia que um dia, lá na frente, nós seres humanos, iríamos surgir” (Disturbing the Universe, 1979, p. 250). Quase com as mesmas palavras diz talvez o maior cosmólogo atual, Brian Swimme (The Universe Story,1996 p.84). As tradições espirituais e religiosas são um hino ao sentido da vida e do mundo. Por isso observava o grande estudioso das utopias Ernst Bloch em seus dois grossos volumes O princípio esperança: “Onde há religião aí há sempre esperança”. A questão do sentido é inadiável. Cito aqui o mais critico dos filósofos Immanuel Kant: ”Que o espírito humano abandone definitivamente as interrogações metafísicas (do sentido do ser e da existência) é tão

inversossímil quanto esperar que nós para não respirar um ar poluído, deixássemos, uma vez por todas, de respirar” (Prolegomena zu einer jede künftigen Metaphysik, A 192, vol.3 p.243). Porque o Cristo do Corcovado se escondeu atrás das nuvens, não significa que tenha deixado de existir. Ele está lá no alto da montanha estendendo seus braços e abençoando a nossa sofrida população. No Brasil de hoje devemos recuperar a esperança de que o legado final da presente crise será a configuração de um outro tipo de Estado, de política, de partidos, de justiça e do próprio destino do país. Termino com o profeta Jeremias que viveu no tempo do cativeiro babilônico sob o rei Ciro. Os habitantes da Babilônia zombavam dos judeus porque já não cantavam suas canções e, desanimados, dependuravam seus instrumentos nos galhos dos cicómoros. Perguntaram a Jeremias: ”Você tem esperança”? Ao que ele respondeu: “Eu tenho esperança de que o rei Ciro com todo o seu poder não poderá impedir o nascimento do sol”. E eu acrescentaria não poderá impedir o amor e as crianças que daí nascerem e renovarem a espécie humana. Semelhante esperança alimentamos nós de que aqueles que provocaram esta crise, rasgaram a Constituição e não seguiram os ditames da justiça não prevalecerão. Sairemos mais purificados, mais fortes e com um sentido maior do destino a que nosso país está chamado em benefício para todos, a começar para os mais pobres e para a inteira humanidade. Teólogo e escritor, publicado no leonardoboff.wordpress.com


www.bafafa.com.br

Rio de Janeiro - 4º Edição/2018

4

As cidades, a moradia, a reforma urbana o saneamento Por Marcelo Chalréo No Brasil, uma das dez maiores economias do mundo, milhões de pessoas – dados falam de quase 7 milhões de famílias – não têm um teto; em contrapartida, ainda segundo as mesmas fontes, há pouco mais 6 milhões de imóveis fechados/abandonados há décadas. Somente na cidade do Rio de Janeiro a conta passaria de 5.000 imóveis . O estoque seria suficiente senão para zerar o déficit habitacional brasileiro, ao menos se chegaria perto, muito perto disso. Nos últimos anos vimos ressuscitar o pavoroso, excludente e racista modelo que décadas atrás foi capitaneado pelo extinto Banco Nacional de Habitação – BNH, via Minha Casa Minha Vida, um repeteco do estigma social ( houve e há quem aplauda ). Na contramão, existindo e resistindo, as ocupações sociais de prédios públicos e privados permanecem em praticamente todos os estados, como, para citar emblemático caso, a Chiquinha Gonzaga, há mais de década reclamando uma solução ( negada pelos agentes públicos : federal, estadual e municipal ) nas proximidades da Central do Brasil ( RJ ). Símbolo de resistência e luta, lá está, iconicamente a desafiar o tempo e o racismo das autoridades públicas. Simboliza, também, uma reforma urbana da qual se houve falar há décadas, mas que

ante os interesses da grande burguesia e do grande Capital não sai das boas intenções, governo pós governo, todos, todos sem exceção vendidos aos interesses dos rentistas e do capital transnacional que nos usurpa e faz sangrar paulatinamente nas cidades e nos campos. O saneamento básico, outra peça chave para a construção de um modelo de sociedade menos excludente e menos desigual, em um país onde cerca de 20% da população não tem acesso à água tratada e aproximadamente 50% sequer tem coleta de esgosto, avança ( ? ) a passos de tartaruga manca ( peço desculpas ao bicho, de antemão ). O enfretamento dessas dramáticas realidades, de modo participativo, transparente, ouvindo e interagindo respeitosamente com os legítimos movimentos sociais e populares, zelando por um processo de radicalidade democrática na formulação de orçamentária pública - o que não afasta ações pontuais e de imediata geração de empregos – poderia gerar a médio prazo milhões e milhões de emprego e a solução de gravíssimo problemas do nosso povo pobre e humilde. O que têm a dizer noss@s candidat@s sobre essa pauta ? Presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB RJ

As fake news e o alienista Por Ângela Carrato Verdades e mentiras existem desde que o mundo é mundo. Foram nos períodos de grandes conflagrações que a verdade tornou-se a primeira vítima. Basta lembrar o tanto de baboseiras que foram escritas, fotografadas e faladas durante as duas principais guerras do século XX. Verdades e mentiras são também partes constitutivas do ser humano e da própria mídia, mas, claro, elas podem ser potencializadas para um lado ou para o outro. Esta certeza levou tanto países europeus quanto os Estados Unidos, ainda na primeira metade do século XX, a criar emissoras de rádios e TVs Públicas, para garantir a pluralidade de opiniões e pontos de vistas. A partir dos anos 1970, a globalização de mão única, o culto absoluto ao “deus” mercado e as novas mídias sociais, em especial a internet, passaram a andar juntas. Toda vez que ouço alguém falar no “papel libertário” da internet, lembro com meus botões que ela surgiu dentro de um processo totalmente voltado para a guerra. Seja como for, o certo é que tanto na maioria dos países quanto no Brasil, a internet e as redes sociais vieram para ficar. Elas são importantes? Claro que sim, especialmente quando se sabe que neste país ao sul do Equador não existe qualquer tipo de legislação para a

mídia e os concessionários agem como latifundiários do ar. São exatamente estes latifundiários que têm se mostrado muito incomodados com as mentiras nas redes sociais, as “fake news”, como se apressaram em batizá-las. Existem fake news nas redes sociais? Sim, como existem também nos jornais, revistas, rádios e TVs desde sempre. Mas é como se esses senhores quisessem dizer que suas fakes são menos fakes que as dos outros. Por passarem a dar voz a todos, as redes sociais têm crescido com mais rapidez onde a mídia tradicional não cumpre o papel de informar. Por tudo isso, a atual campanha eleitoral no Brasil tem tudo para consagrar, de vez, a força das redes sociais. Nelas o cidadão comum encontra o que os telejornais da noite escondem e o que os jornais do dia seguinte teimam em ignorar. Fica assim, cada vez mais difícil, tentar conter a verdade nos estreitos limites dos interesses de uns poucos. E por tentar cobrir o sol com a peneira, a mídia tradicional pode acabar como o alienista do velho e sempre atual Machado de Assis, falando sozinha em plena praça pública e acusando todo mundo de divulgar fake news. Jornalista e professora da UFMG..


www.bafafa.com.br

Rio de Janeiro - 4º Edição/2018

5

Favela é cidade Por Adair Rocha “Morte afeta imagem da cidade”, dizem especialistas após o assassinato da turista espanhola, cometido pela polícia do Rio de Janeiro, na favela da Rocinha (capa de O Globo, 23.10.17). “Tiroteio na Maré assusta motoristas nas Linhas Amarela e Vermelha”, ou “tiroteio na Rocinha assusta estudantes da PUC”, e ainda “tiroteio no Cantagalo assusta moradores de Copacabana” (citações de Ana Paula Lisboa, em 14.02.18, no Segundo Caderno de O Globo). O “asfalto” seria a “Cidade Assustada”? No entanto, o Sambódromo indica a “Cidade da Festa”, num dos grandes espetáculos da Terra, retrato do cerzimento favela/asfalto. E não é preciso muito esforço para se entender e participar da festa na cidade. É também o melhor momento para se entender que favela é cidade. Por que, apesar da crise, econômica e política, o carnaval acontece de forma criativa e protestante das razões da crise?! Do contrário, jamais haveria festa na favela. Ela é, ao mesmo tempo, o retrato constante da crise, que se torna razão para festa. O Carnaval, portanto, sintetiza a festa e exibe a favela como protagonista da cidade. A explicitação desse debate na Avenida, significa, possivelmente, o novo reconhecimento político que ressignifique a cidade nas malhas de suas contradições, conflitos e potências, onde as pessoas que habitam os diferentes lugares e se encontram, diariamente, em sua construção, sejam tratadas, de fato, em sua acepção cidadã.

Sobre design & negócios & sonhos para realizar Em 1973 Thomas Watson Jr., o primeiro CEO da IBM disse: - “bom design significa bons negócios” e ninguém deu muito crédito para ele. Naquela época, o design era considerado uma ferramenta para criar “coisas” bonitas (só que não!). Durante seu trabalho na empresa, Watson transformou uma linha de caixas registradoras em mainframes para computadores ( gabinete principal que alojava a unidade central de processamento nos primeiros computadores) e com essa inovação viu a IBM ser considerada um ícone da nova era computadorizada. Como ele fez isso? Com design! Hoje, além de ser uma metodologia para desenvolver produtos e serviços, o design pode ser utilizado para desenhar estratégias de negócios e cria um grande diferencial competitivo para as empresas. O investimento em um processo de design pode trazer muitos benefícios, como por exemplo: inovação, colaboração, motivação, potencial de diferenciação, melhoria da gestão, redução de custos, geração de lucro e por aí vai! Como aplicar o design para criar ou melhorar seu negócio Qualquer empresa, seja ela grande ou pequena, pode investir em design. Para decidir sobre como realizar o investimento, é preciso analisar basicamente em que ponto seu negócio se encontra hoje, quais seus objetivos e

Beija-Flor, Paraíso do Tuiutí, Mangueira, Salgueiro, Portela, trataram diretamente a pluralidade e diversidade dessa questão. Em última análise, disseram que violência e corrupção são sintomas de uma ferida político-social, econômica e cultural, de um fenômeno estrutural chamado escravidão e desigualdade, também evidenciados na Sapucaí. E se esses últimos não forem eliminados ou atacados, de fato, os primeiros aumentam sempre. Na verdade, a existência da favela está na origem do projeto urbano que é, por sua vez, sintoma do modelo de desigualdade que rege a sociedade. Pode-se dizer que surge, há mais de cem anos, no Rio, no contexto da Revolução Industrial atrasada e da influência cultural ainda da escravidão que marca a passagem do Brasil rural para o urbano, na formação do “exército industrial de reserva”, para os polos industriais, especialmente, dos maiores centros urbanos, sobretudo a região sudeste. E a cidade está assim formada. Dos seis milhões e quatrocentos mil habitantes do Rio de Janeiro, perto de dois milhões estão nas favelas, aguardando a “legalidade” que lhes garanta o mesmo acesso à cidade, não mais precarizada. Voltando ao início, os tiroteios da cidade são, portanto, provocados pela disputa dessa força acampada no território da ilegalidade, onde está, aliás, o álibi de seu lucro, na agenda do proibido. Ou há outra razão armada? No mais, samba, religião, política e futebol atravessando a avenida, a rua, a praça e o espetáculo. Professor associado de Comunicação da PUC-Rio e UERJ, autor de Cidade cerzida

Por: Raquel Reis dores (problemas) e como deseja que sua empresa seja lembrada pelos clientes. É muito importante ter elaboradas algumas respostas para questões relacionadas ao porquê você faz o que faz e quais suas motivações para continuar fazendo o que está fazendo. As respostas influenciam diretamente no seu produto ou serviço e, indo além, determinam também influências (positivas ou negativas) no olhar e comportamento dos seus clientes e colaboradores. Para essa análise existem várias ferramentas e metodologias, como por exemplo o design thinking. Esses recursos são um suporte para organizar os pensamentos e criar formas diferenciadas de experiência para seus clientes internos e externos. A partir daí, tudo o mais será alinhado e com um discurso coerente (tanto visual como de conteúdo) e conectado com o tipo de cliente que deseja atingir. Isso cria uma conexão maior e vai além de uma venda (chamamos também de conversão), cria uma experiência completa através de uma comunicação integrada, estratégica e que encanta! Algumas perguntas básicas para te ajudar a iniciar suas reflexões: Para quem é o seu negócio? Quais são seus clientes e o que desejam? Seus produtos ou serviços atendem bem às necessidades do mercado que deseja atuar? Seus clientes estão felizes com o que recebem? Você está feliz com o que oferece? Planeje e Realize! CEO Mônada Soluções Criativas Apaixonada por design e todos os seus processos


www.bafafa.com.br

Rio de Janeiro - 4º Edição/2018

6

Edmar Santos

Entrevista

Por: Ricardo Rabelo

A revolução no Hospital Universitário Pedro Ernesto

Fotos: Paulo Bastos

Nova gestão evita a falência e dá nova cara à unidade

Como encontrou a situação do hospital quando assumiu?

O hospital esteve três vezes a ponto de fechar nos últimos anos. As empresas terceirizadas que cuidam da limpeza, segurança, lavanderia, alimentação e manutenção predial estavam há cinco meses sem receber. Além disso, médicos e servidores tinham três meses de salários atrasados. A situação só não foi pior porque firmamos um pacto de trabalhar, apesar das dificuldades, fazendo um rodízio de funcionários e servidores. Dos 350 leitos até 2015, tínhamos apenas 70 em outubro de 2017. As instalações não passavam por obras há mais de 20 anos e até a portaria principal estava desativada.

Qual foi a primeira medida?

O déficit era de R$ 64 milhões. A primeira medida foi garantir, a partir de abril de 2016, um aporte mensal de R$ 7 milhões vindos dos arrestos judiciais que eram praticados no caixa do Estado. A verba era 30% menor do que tinha sido aprovado na Lei Orçamentária para o hospital. Hoje temos R$ 8 milhões do tesouro e mais R$ 3 milhões do SUS. Ganhamos oxigênio e partimos para um programa de mudança de filosofia de trabalho e de investimentos na unidade.

O que foi possível fazer?

Integramos os laboratórios do Pedro Ernesto com a Policlínica Piquet Carneiro que funciona como centro ambulatorial. Zeramos também a fila de cirurgia de câncer de próstata, reabrimos a enfermaria de pneumologia, inauguramos a

Ao assumir a direção do Hospital Universitário Pedro Ernesto em janeiro de 2016, o médico e professor da UERJ Edmar Santos conseguiu fazer uma revolução no local. Graças a um choque de gestão, ao lado de uma equipe de 15 especialistas, garantiu verba orçamentária que tirou o hospital da falência e partiu para um ousado plano de infraestrutura que está modernizando o então decadente prédio em Vila Isabel. Os resultados podem ser sentidos e vistos por todos. Em entrevista ao jornal Bafafá, Edmar Santos faz um balanço das mudanças e dos planos até o final de sua gestão em dezembro de 2019. “Provamos que com profissionalismo e determinação é possível um hospital público funcionar decentemente”, assegura. enfermaria de reumatologia que cuida de doenças como lúpus e artrite. E estamos construindo um novo Centro de Tratamento Oftalmológico que vai triplicar o número de cirurgias (catarata, retina e glaucoma). Conseguimos ainda R$ 16 milhões em novos equipamentos e estamos trabalhando para implantar cirurgias robóticas. E para completar estamos dotando o local com Wi-Fi. Para coroar, brevemente inauguramos um bandejão para servidores e alunos maior ainda do que o da própria UERJ. Até o final de minha gestão estará funcionando o Centro Universitário de Controle do Câncer com o 1º equipamento de PEP Scan do hospital.

E na parte de infraestrutura?

transformadores, geradores e subestações de energia.

A parte tecnológica também está sendo modernizada?

Qual é o procedimento para ser atendido no Pedro Ernesto?

Sim. Implementamos o prontuário eletrônico que melhorou o atendimento, faturamento junto ao SUS e que deu mais segurança ao paciente. Este sistema constitui também um amplo banco de dados para pesquisas clínicas e reduz fraudes. Adotamos ainda catracas eletrônicas com código de barra.

Qual é a estrutura do hospital?

Fizemos um amplo projeto de modernização das instalações com reforma e pintura interna e externa, troca das janelas, instalação de corrimão nas escadas, recuperação de seis elevadores de alimentos que estavam parados há anos e ainda estamos reformando as enfermarias, instalando ar condicionado em todo o hospital e construindo um novo almoxarifado que vai devolver a quadra poliesportiva onde funciona precariamente. Trocamos ainda os

e cirurgias reconstrutivas. Sem deixar de mencionar que temos excelência em tratamento do câncer com equipamentos de última geração, inclusive um de radioterapia que tem apenas um similar no INCA.

Somos uma instituição pública de ensino, formação de recursos humanos e de pesquisas. Temos 55 áreas de especialidades, 450 médicos residentes e mais 200 residentes nas áreas de enfermagem e fisioterapia (e demais áreas de saúde). Fomos o primeiro hospital no Rio de Janeiro a fazer transplante renal, de coração e de medula, além de termos excelência em neurocirurgia, tratamento cardiovascular e urologia. Além disso, somos o primeiro hospital do Brasil a fazer mudança de sexo e implante de próteses penianas. Temos ainda o maior centro no Rio em tratamento de anomalias cranofaciais

Nosso atendimento é 100% pelo SUS. Consultas e exames de média e baixa complexidade são feitos pelo SISREG – Sistema de Regulação, a partir do atendimento em postos de saúde e clínicas de saúde da família. Procedimentos mais especializados e internações são feitos através do SER – Serviço Estadual de Regulação - de pacientes internados em unidades hospitalares ou UPAs do Estado. Somente em casos muito especiais atendemos outros pacientes, principalmente na pesquisa de novos medicamentos ou procedimentos experimentais.

O senhor tem alguma utopia?

Implementar um modelo de gestão semelhante em todos os hospitais públicos do país. Provamos que com profissionalismo e determinação é possível um hospital público funcionar decentemente.


www.bafafa.com.br

Rio de Janeiro - 4º Edição/2018

7

Capela Magdalena e museu de réplicas: encanto na Ilha de Guaratiba Localizada na Zona Oeste do Rio, a Capela Magdalena é uma daquelas relíquias cariocas que todos deveriam conhecer. Apesar do nome, o lugar não é um espaço religioso, mas um sítio rico em histórias, artes plásticas, música clássica e natureza. É mais que um passeio, é uma experiência cultural surpreendente. Idealizado e construído pelo músico, artista plástico, escritor e paisagista Roberto de Regina, 91 anos, todo o conjunto é mantido por recursos próprios e por isso é necessário agendar a visita. A programação acontece aos domingos, com recital de cravo, almoço, passeio no jardim.

O cravo é uma verdadeira obra de arte. Uma cópia fiel de um instrumento do século XVIII, que o próprio Roberto construiu. Médico anestesista aposentado, Roberto é um desses gênios que nascem de tempos em tempos. Além de talentosíssimo é uma pessoa muito gentil, sempre disposto a uma boa conversa com os visitantes. O almoço precisa ser reservado com antecedência, pois o público é limitado a 12 pessoas. Cada recital tem duração de uma hora. O passeio leva no total umas quatro horas mais ou menos. No mesmo lugar fica localizado o museu Ronaldo J. Ribeiro, com exposição de cerca de 500 miniaturas fabricadas por Roberto de Regina. Seu acervo inclui réplicas das principais catedrais e castelos europeus, do Vaticano, inclusive a Basílica de São Pedro, automóveis e trens antigos, o 14 Bis, de Santos Dumont e a Kitty Hawk, dos Irmãos Wright, aviões, embarcações como a Barca do Sol (usada no funeral do faraó Quéops, em 4500 A.C.) e a esquadra de Pedro Álvares Cabral, entre outros. A coleção tem ainda uma maquete de uma cidade europeia fictícia, com teatros, cinemas, igrejas e bondes. Entre as catedrais, Notre Dame, Sacré Coeur, Chartres, Rennes (França), Colônia (Alemanha), São Basílio, Moscou (Rússia). As peças foram produzidas com alumínio, papel, cartolina, metal, borracha, plástico, madeira e variedade de outros materiais. O nome do museu é em homenagem ao braço direito de Roberto e também administrador do sítio. Capela Magdalena Estrada do Mato Alto, 6024 – Ilha de Guaratiba Fone: (21) 98851-5052 Preço do passeio completo com almoço: R$ 140 por pessoa Como chegar: Vindo da Barra depois do túnel da Grota Funda, na quarta estação do BRT (Mato Alto), virar à direita, pega a estrada do Mato Alto, depois do segundo posto de gasolina na altura da loja de material de construção vira a primeira à direita. Vindo de Campo Grande vira à esquerda na altura da mesma estação.


www.bafafa.com.br

Rio de Janeiro - 4º Edição/2018

8

PUC: Curso Cinema, Criação e Pensamento para moradores de favelas A PUC Rio implantou há cinco anos o curso Cinema, Criação e Pensamento voltado para moradores de favelas do Rio de Janeiro. É uma iniciativa da Universidade, que visa a interação e a troca de experiências com a sociedade. Ministrado por professores do Núcleo de Comunicação Comunitária, do Projeto Comunicar, inclui cursos de direção, roteiro e produção com validade de extensão. A faixa etária vai de 20 a 40 anos e o currículo é formado por seis matérias práticas e teóricas. Com o mesmo nível de excelência da PUC, tem duração de dois semestres e incentivos para a produção de documentários. “O objetivo do curso é falar da cidade a partir da favela”, explica o professor Adair Rocha. As aulas são às terças e quintas no Centro Loyola

na Gávea. O curso é gratuito mas o critério para inscrição é através de entrevista com o corpo docente. Desde que iniciou já formou cerca de 150 pessoas, inclusive algumas que já trabalhavam em cinema sem especialização. O coordenador do curso é o professor Nei Costa Santos auxiliado por Adair Rocha, Miguel Pereira, Angelúccia Habert, Bruna Brasil, Daniel Paes, Sergio Bonato e Flávio Kactuz. Entre as matérias, cinema e conjuntura política, criação e organização de cineclubes, produção de documentários e edição. As aulas são intercaladas com a exibição e debates de filmes. O propósito é capacitar os participantes para a produção de pequenos vídeos a serem utilizados nas páginas ou sites das comunidades do Rio de Janeiro

ou como instrumento de intercâmbio de produções através dos diferentes canais de distribuição dos produtos audiovisuais. Além disso, propiciar que os alunos se tornem, potencialmente, multiplicadores desses conteúdos e metodologias. O coordenador do curso, Nei Costa Santos, explica que o cinema é um movimento de abertura do conhecimento. “Possibilita que as coisas melhorem no mundo”. Centro Loyola de Fé e Cultura Estrada da Gávea, 1. Subindo a Rua Marquês de São Vicente, ao lado da Escola Parque, quase em frente ao Instituto Moreira Salles. Linhas de ônibus 112 (Rodoviária – Alto Gávea via Rebouças); Troncal 5 (Central – Alto Gávea, via Botafogo); 538 (Leme – Rocinha via Botafogo); 539 (Leme – Rocinha via Ipanema); 537 (Leblon – Rocinha Circular).

O Rio do samba: resistência e reinvenção A mostra O Rio do Samba está em cartaz até março de 2019. Para explorar os aspectos sociais, culturais e políticos do mais brasileiro dos ritmos, os curadores Nei Lopes, Evandro Salles, Clarissa Diniz e Marcelo Campos reuniram cerca de 800 itens criando um belíssimo acervo. A história do samba carioca desde o século XIX até os dias de hoje é contada através de obras de Candido Portinari, Di Cavalcanti, Heitor dos Prazeres, Guignard, Ivan Morais, Pierre Verger e Abdias do Nascimento; fotografias de Marcel Gautherot, Walter Firmo, Evandro Teixeira, Bruno Veiga e Wilton Montenegro; gravuras de Debret e Lasar Segall; parangolés de Helio Oiticica, e uma instalação de Carlos Vergara desenvolvida com restos de fantasias. O prato de porcelana tocado por João da Baiana e joias originais de Carmem Miranda são algumas das raridades em exibição. Da herança africana ao Rio negro A mostra é dividida em três momentos. O primeiro, “Da herança africana ao Rio negro”, apresenta a trajetória de indivíduos oriundos, em razão da escravidão, de diversas nações africanas ao Brasil e que trazem consigo uma a diversidade cultural que será reinventada no território da então colônia por tuguesa. Na zona portuária da cidade, onde estão os terreiros e as casas das tias, que terão papel central no surgimento do samba carioca. Ainda hoje algumas personagens locais representam essa forte cultura do matriarcado. Da Praça XI às zonas de contato Com o aumento da população, o centro da cidade começou a ter um alto custo de moradia. Iniciou-se, então, o movimento de expansão para os subúrbios. O núcleo “Da Praça XI às zonas de contato” trata dos as-

pectos que levaram à marginalização dos sambistas; do desenvolvimento da linha férrea que deu origem à Estação Primeira de Mangueira; da criação do samba moderno no Estácio; da entrada do ritmo nos programas da Rádio Nacional; do surgimento do “samba de andar” nos desfiles da Avenida Central, Rio Branco e Presidente Vargas; do projeto de nacionalismo da Era Vargas, quando o ritmo foi tomado como identidade nacional e intensamente difundido nas rádios. Fazem parte deste núcleo fotografias de rodas no morro registradas por Marcel Gautherot e instrumentos do candomblé incorporados ao samba pelos músicos que transitavam pelo Estácio. Pandeiros, caxixis e agogôs estarão expostos no mesmo ambiente de obras que retratam esses encontros, como “Orquestra”, de Lasar Segall. Aqui o visitante verá também figurinos criados por Di Cavalcanti para o balé “Carnaval das crianças brasileiras”, de Villa-Lobos. O Samba Carioca, um patrimônio A transformação do samba em espetáculo e o processo de retomada das origens fazem parte do último núcleo. “O Samba Carioca, um patrimônio” retrata a tradição das escolas enquanto voz de uma comunidade que usa o samba e seus elementos para representação social; a grandiosidade dos desfiles, passando pela construção do sambódromo; o avanço do mercado fonográfico e a relação com a produção das composições: os ritmos que derivam do samba; a reafricanização; a retomada dos quintais do samba; a revitalização da Lapa e a oficialização do samba como patrimônio cultural imaterial. Joãosinho Trinta ganha destaque com fotografias de

Valtemir do Valle Miranda, especialmente uma imagem inédita da alegoria Cristo-Mendigo sem o plástico que a cobriu durante o desfile da Beija-flor, em 1989. Nesse contexto, também aparece a homenagem a Martinho da Vila e ao desfile “Kizomba, festa da raça”, que em 1988 rendeu à Vila Isabel o título de campeã do carnaval dos Cem Anos da Abolição da escravatura no Brasil. A evolução da indústria fonográfica é representada por uma espécie de árvore do samba. Uma parede da galeria é ocupada por 70 capas de discos raros e fotografias que se relacionam com a produção desse material. Aqui, finalmente, os compositores ganham voz e gravam canções, que poderão também ser ouvidas pelo visitante em uma playlist. A exposição termina com o retorno das rodas para os quintais. O processo social de ressurgimento e fortalecimento das rodas de samba, o surgimento do Fundo de Quintal, a criação do pagode

e a ocupação da Lapa, como novo reduto do samba e revelando cantoras como Teresa Cristina e Ana Costa. Finalmente, o ritmo como patrimônio cultural imaterial aparece para mostrar o samba como condição de vida para além do carnaval. Esses indivíduos são representados em uma série fotográfica de Bruno Veiga e em um filme inédito do cineasta Lula Buarque, produzido especialmente para ser exibido em “O Rio do Samba: reinvenção e resistência”. Museu de Arte do Rio Praça Mauá, s/n – Centro Terça a domingo de 10h às 17h, terças a entrada é gratuita Ingresso: R$ 20 inteira


www.bafafa.com.br

Rio de Janeiro - 4º Edição/2018

9

Rock Progressivo, Casa Firjan, orquestras de câmara e de sopros, samba carioca: programação diferenciada para aturar período eleitoral Por Fábio Cezanne Novidades incríveis que o jornalista músico traz neste mês! A cidade do Rio de Janeiro voltará a reverberar os acordes complexos e o virtuosismo dos compassos compostos do rock progressivo até 27 de setembro, em palcos de diferentes bairros. Com realização da Vértice Cultural e da BeProg – feliz parceria que vem promovendo com sucesso a cena progressiva no Rio – o CaRIOca ProgFest levará ao Centro Cultural Justiça Federal (Centro), Centro da Música Carioca (Tijuca) e Casa da Pedra (Ipanema) uma seleta programação em conformidade com o elevado padrão técnico e artístico, característicos do estilo. O Centro da Música Carioca, na Tijuca, receberá grande parte da programação do festival, em todas as quintas-feiras de setembro, às 20h. No dia 06, será a vez do consagrado guitarrista Victor Biglione realizar seu aclamado Tributo a Jimi Hendrix, acompanhado por Jorge Pescara (baixo) e Fábio Cezanne (bateria), eu mesmo (rs)! No dia 13, a banda de Niterói, Sleepwalker Sun, com forte influência do rock progressivo setentista e contemporâneo, vai apresentar seu segundo álbum, após o bem sucedido CD de estreia, que recebeu diversos prêmios de crítica e público O Únitri sobe ao palco do Centro da Música Carioca no dia 20 de setembro, mostrando suas influências que passam por Rush, Genesis, Pink Floyd, Yes e deságuam no Clube da Esquina, Sagrado Coração da Terra, O Terço, entre outros. Já no dia 22, sábado, a Casa de Pedra,

em Ipanema, vai receber o Laranja Boreal, formado pelo músico e pesquisador musical Jorge Pescara e pela musicista Renata Puntel. O duo tem como proposta fazer releituras em arranjos acústicos, sem deixar de ser contemporâneos, através do resgate de obras consagradas. O grupo Arcpelago encerra o CaRIOca Prog Fest no dia 27 de setembro, no Centro da Música Carioca, banda formada em 2011 por Ronaldo Rodrigues. A produção da gravadora A CASA Discos reacendeu forte! Tendo à frente o clarinetista Cristiano Alves, a gravadora lança o primeiro CD do ABSTRAI ensemble, grupo de

câmara que “faz música do século XXI para quem vive no século XX”! O grupo carioca lança “Experiência”, com direção do saxofonista, professor e pesquisador Pedro Bittencourt. Gravado entre julho de 2017 e junho de 2018 nos estúdios da gravadora no Rio Comprido, o CD traz com exclusividade obras recentes dos compositores brasileiros Roberto Victorio, Rodrigo Lima, Michelle Agnes, Pauxy Gentil-Nunes, além do português João Pedro Oliveira, do grego Phivos Angelos-Kollias e do francês Didier Marc Garin. Dedicadas ao ABSTRAI ensemble, as peças foram gravadas pela primeira vez pelo grupo. A rapaziada fará concerto de lançamento no dia 28 de setembro, sexta-feira, na Sala Cecília Meireles. O bairro de Botafogo ganhou um novo (e luxuosíssimo !) espaço de cultura, com extensa programação, inclusive promovendo concertos de extremo bom gosto. A Casa Firjan, que ocupa o antigo Palacete Linneo de Paula Ma-

chado, transformou-se de residência elegante de uma das famílias mais conhecidas do Brasil em centro de atividades culturais e de formação e pesquisa na inovação tecnológica da indústria criativa. Até dezembro, com curadoria de João Guilherme Ripper e ingressos a dez reais, o sofisticado complexo arquitetônico vai receber o pianista Miguel Proença (13/09), o Quinteto Villa-Lobos (18/10), o Quarteto de Piano e Cordas (08/11), o Leo Gandelman Quarteto (22/11) e a Orquestra Johann Sebastian Rio (06/12). Programação imperdível! A Orquestra de Sopros Pro Arte e o gaitista Gabriel Grossi voltam a abraçar a obra do maestro Tom Jobim, mas agora incorporando novidades autorais ao repertório que se esculpe a cada apresentação. Desta vez apresentarão o show Mojave na Sala Cecília Meireles no dia 12 de setembro, quarta-feira, com foco nas composições de Gabriel Grossi ( “Em Movimento” e “Botero” ), e dos integrantes e diretores da Orquestra, como Lourenço Vasconcellos ( “Olhar da Raposa” e “Chorinho pro gente”), Raimundo Nicioli ( “Baião pro Hermeto”, “Salsa” e “Morena” ), Thiago Pires (“Coisa de Moacir”) e Luiz Potter (“Ojoubá”). O show resgata ainda pérolas de Tom Jobim, como “Tema Jazz”, “Sue Ann” e “Mojave”, escolhidas por serem menos conhecidas e com elementos mais jazzísticos, agora arranjadas especialmente para a formação de orquestra. A cantora carioca Adriana Passos levará seu CD “Sal do Samba” pra Recife, no dia 18 de setembro, no espaço Circuito. O samba da Pedra do Sal agora com tempero pernambucano! Jornalista e músico - cezannedivulgacao@gmail.com


www.bafafa.com.br

UFRJ recebe novos docentes e técnicos-administrativos A UFRJ realizou, entre os dias 6 e 14/8, a posse de 248 novos servidores técnico-administrativos, docentes de ensino superior e docentes do ensino básico, técnico e tecnológico (EBTT). Seguindo o proposto nas últimas cerimônias de posse, a Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4) promoveu uma semana de acolhimento com palestras de diversas áreas da Universidade, como o Sistema de Bibliotecas (Sibi), o Sistema de Arquivos (Siarq) e a Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), além de oficinas voltadas para assistentes em administração e técnicos em contabilidade. Na ocasião, o reitor Roberto Leher ministrou a palestra A Universidade e os Dilemas Atuais, na qual debateu as principais conquistas e desafios da UFRJ, entre eles os que permitem que novos servidores possam ser empossados. “Construímos os concursos com enorme expectativa, a comunidade espera pelos novos colegas e pelo trabalho inspirado, criativo e protagonista de cada um de vocês”, observou. Leher ainda destacou que os recém-chegados auxiliarão na reorganização de demandas para a maior interdisciplinaridade entre as áreas. Fonte: UFRJ

Foguete Minerva Rockets Aurora é o nome do foguete que a equipe Minerva Rockets, formada por estudantes do Centro de Tecnologia (CT) da UFRJ, projeta para este ano. O equipamento terá cerca de 30 quilos e capacidade para alcançar três mil metros de apogeu. Sua função será transportar um satélite capaz de realizar um experimento biológico. O aparato será lançado na Competição Brasileira Universitária de Foguetes (Cobruf), marcada para novembro, na cidade de Natal (RN). Na ocasião, a equipe ainda apresentará projetos teóricos de traje espacial, submarino, veículo aéreo não tripulado (drone), veículo de exploração espacial (rover) e satélite em miniatura (cubesat). Em 2017, na primeira edição desse campeonato, a Minerva Rockets conquistou quatro prêmios e seis menções honrosas, tornando-se, em cooperação com o Projeto Júpiter da Universidade de São Paulo (USP), a campeã geral. “A ideia é repetir o feito”, afirma Jonas Degrave, presidente da equipe e estudante de Engenharia Eletrônica e de Computação. Fonte: UFRJ

Programa de Bolsas Ibero-Americanas Santander 2018 A Diretoria de Cooperação Internacional da UERJ (DCI) anuncia a abertura do Edital de seleção para o Programa de Bolsas Ibero-Americanas graduação Santander Universidades 2018. O Programa contemplará universitários com uma bolsa-auxílio no valor equivalente a 3 mil euros para promover o intercâmbio, por até um semestre, de estudantes da graduação. O objetivo é promover o intercambio cientifico e cultural entre a UERJ e demais instituições de ensino estrangeiras, proporcionando aos alunos de graduação a oportunidade de cursar disciplinas nas Universidades participantes. As inscrições no site do Santander Universidades irão até o dia 12 de setembro e as candidaturas, de forma presencial, na DCI, ocorrerão até o dia 13 de setembro de 2018 às 15h. Mais informações pelo e-mail intercambio@dci.uerj.br Fonte: UERJ

Alunos da UFF criam aplicativo de viagem para mochileiros Imagine poder viajar com uma plataforma mostrando o seu perfil de viagem em função de seus gostos e interesses, com informações sobre os principais pontos turísticos, hotéis e bares da cidade, sempre com dicas que cabem no seu bolso? Essa é a proposta do Local Cave, um planejador de viagens desenvolvido pelos alunos de Engenharia de Produção da UFF, Pedro Franklin, Rodrigo Tagliari e Vinicius Cezar Souza. No aplicativo, o usuário participa de um quiz inicial para descobrir o seu perfil de viajante, para, em seguida, poder montar o seu próprio roteiro de viagem. O app, ainda em fase inicial, abrange por enquanto apenas a cidade do Rio, mas, segundo um de seus idealizadores, Pedro Franklin, o próximo passo é expandir o serviço para cidades adjacentes que estejam na rota dos mochileiros, como Ilha Grande, Arraial do Cabo, Búzios, Petrópolis e Paraty. “Temos o objetivo de até o fim do ano chegar a essas outras cidades e a partir disso fechar toda a principal rota mochileira do país”, afirma Franklin. No site, o usuário não precisa se cadastrar para ter acesso ao seu roteiro temático, basta seguir quatro passos: fazer o quiz do viajante; escolher o destino de viagem; montar a sua própria viagem e gerar o roteiro personalizado. Acesse o site e confira: https://localcave.com Fonte: UFF

Curso de idiomas na PUC Rio Para viajar e conhecer novos lugares, falar outros

Rio de Janeiro - 4º Edição/2018

10

idiomas é fundamental. A PUC-Rio pode ser a porta de entrada para essa conquista. São seis opções de línguas com aprendizado do básico ao avançado. Para saber mais, acesse o site http://bit.ly/2Oo1EsO Fonte: PUC

Los Angeles Brazilian Film Festival: Inscrições abertas Estão abertas até 31 de outubro as inscrições para o Los Angeles Brazilian Film Festival – LABRFF 2018. São elegíveis para a seleção curtas e longas produzidos a partir de 2016, que não tenham estreado nos Estados Unidos e tenham brasileiros envolvidos em suas realizações. As produções selecionadas concorrem ao Troféu LABRFF e serão avaliados por um júri oficial composto por nomes do cinema nacional e internacional. Ademais, o Film Market terá pitchings e selecionará 10 projetos que tenham foco no mercado comercial para cinema e TV do Brasil ou dos Estados Unidos. Em paralelo, o LABRFF terá debates e workshops com temas e nomes a serem divulgados. O Los Angeles Brazilian Film Festival ocorre entre os dias 2 e 6 de dezembro. Para mais informações, acesse o site do festival: http://www.labrff.com/

CCJF: inscrições abertas para pr o j e t o s e m

2019 Foram prorrogadas as inscrições para apresentação de Projetos para o ano de 2019 no Centro Cultural da Justiça Federal. O novo prazo para participar do processo seletivo é dia 06 de setembro. Já a data de divulgação do resultado da seleção continua sendo dia 26 de outubro. Para a edição de 2019, o CCJF abre seus espaços, preferencialmente, para receber propostas voltadas para temas como Acesso à Justiça, Atuação da Justiça Federal Brasileira, Direitos Humanos, Meio Ambiente e Justiça Ambiental, Direito das Pessoas com Deficiência, Direito Indígena, Direitos das Mulheres e Dignidade da Pessoa Humana, bem como propostas contra o racismo e o trabalho escravo. Além disso, as inscrições são gratuitas e os projetos podem ser das áreas de Artes Visuais e Fotografia, Audiovisual, Artes Cênicas, Música, entre outras. Confira mais detalhes: www.ccjf.trf2.jus.br


www.bafafa.com.br

Rio de Janeiro - 4º Edição/2018

11

“Sob o olho (D)ele”: como seria viver em um Estado religioso novamente? "Bendito seja o fruto" / "Que possa o Senhor abrir" (Saudação e resposta padronizadas entre os habitantes de Gilead, Estado fictício na série televisiva “The Handmaid's Tale”) Por Angelita Woltmann Imagine que você, de repente, vivendo em um país considerado democrático, depois de vivenciar fatos como a legalização do casamento entre casais homofeativos, ver o seu Tribunal Constitucional permitir a pesquisa clínica com células tronco embrionárias, adicionar a hipótese de aborto para fetos anencefálicos e estar discutindo a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação, depois de liberar a realização da “marcha da maconha”, que reúnem manifestantes favoráveis à descriminalização da droga, bem como, mostrar-se, cada vez mais pluralista, admitindo a participação de especialistas e da sociedade através de audiências públicas em sede de processos constitucionais importantíssimos, de repente, sem emitir sinais audíveis e visíveis, torna-se um Estado fundamentalista cristão. A bíblia torna-se a “lei maior” e, por conta de um “desastre ambiental” de proporções inéditas, que torna a maioria das mulheres estéreis, fundamenta decisões arbitrárias num suposto interesse público. Inicia-se um tempo de perseguição e segregação, no qual famílias são separadas e mulheres férteis são literalmente sequestradas para que sejam objetos de servidão reprodutiva de famílias religiosas de uma “casta superior” para que, através de um ritual bizarro, possam, na presença de esposas inférteis, copular com seus maridos, a fim de trazer, novamente, crianças ao mundo. Essa é a realidade distópica e totalitária da fictícia “República” cristã de Gilead. O universo em questão é retratado em uma série considerada “da moda” entre as “feministas de plantão”. “The Handmaid’s Tale.” ou “O conto da aia” é uma série televisiva criada por Bruce Miler (que adora a temática dos universos paralelos – afinal, também é autor de Eureka, outra série que se passa em um lugarejo marcado por certo “Estado de Exceção”) e lançada em 2017, que veio para incomodar. Não é sem motivo que ganhou o Emmy

de melhor série no ano passado (entre outros) e passou a ser citada, recorrentemente, em colunas e artigos críticos nos mais diversos meios de comunicação, merecendo, sem dúvida, ser vista por todos aqueles que pensam sobre o intervencionismo estatal e questionam seus porquês. Coincidentemente, a série é adaptada de um livro da romancista canadense Margaret Atwood, lançado em 1985. Fez aniversário de 30 anos – assim como a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 fará no próximo 5 de outubro de 2018 – três anos atrás. O Brasil, desde 1890 - com um decreto de Ruy Barbosa - é, formalmente, um Estado laico, marcado pela pluralidade religiosa e, cada vez mais, pelo aparecimento de diferentes religiões e crenças que estão presentes não só no dia-a-dia da sociedade, como, principalmente, nas bancadas do Legislativo e nos discursos políticos. Aqui, mesmo que haja uma nítida e crescente ampliação dos direitos fundamentais na esfera das liberdades individuais, há um sopro paradoxal de fundamentalismos religiosos em todas as esferas do Poder, notadamente, no Legislativo. Isso pode ser comprovado por propostas de Emenda Constitucional como a PEC 99, de 2011, por exemplo, que autoriza as igrejas a questionarem regras ou leis junto ao Supremo Tribunal Federal. O deputado que propôs tal Emenda foi o mesmo que apresentou a proposta da “cura gay” na Câmara, João Campos. Será que, mesmo em um Estado que preza pela laicidade, não estaríamos, ainda, “sob o olho Dele”? Estamos, realmente, tão distantes da ficção provocativa do “Conto de Aia”? “Que possa o Senhor abrir” nossas mentes nas eleições vindouras. Sendo extremamente pessimista, não considero que estejamos tão distantes assim do Estado de Gilead. *Advogada e professora em Direito, UFN e FAMES Santa Maria - RS

Artigo patrocinado

Mais do que nunca, os votos para o Congresso importam Por Miguel Sampaio

O eleitor precisa prestar atenção às eleições de outubro para o Congresso. Infelizmente, o debate se concentra nas disputas para presidente e governador, como se tivessem, sozinhos, todo o poder de decisão. Desprezamos a escolha dos parlamentares, o que poderá ser fatal a partir de 2019, qualquer que seja o presidente (ou governador) eleito. A renovação do Congresso pode ser a menor das sete últimas eleições, segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Isso significa conviver com a maioria dos atuais parlamentares, e, para o próximo presidente, ter que reeditar o governo de coalizão.

Mas num contexto social muito mais deteriorado. Outro risco são as bancadas BBB (boi, bala e Bíblia), com bastante dinheiro para se reelegerem. Para reverter essa tendência, o eleitor deveria, pelo menos, alinhar, de forma concreta, o seu voto à sua realidade. Se ele não pode pagar por saúde, educação, previdência, não deveria votar em candidato comprometido com cortes de investimentos que favorecem operadoras de planos de saúde, ou com reformas na Previdência e na Educação. Lutará para eleger um candidato progressista. Embora 90% do eleitorado não possa arcar com serviços privados, essa maioria não tem se refletido

na eleição maciça de candidatos engajados na melhoria dos serviços públicos. O Brasil tem hoje 50 mil engenheiros desempregados. No Simpósio SOS Brasil Soberano-Engenharia e Soberania Nacional, dia 23 de agosto, em Maceió, perguntaram à mesa como mobilizar os engenheiros. Darc Costa, ex-vice-presidente do BNDES, respondeu: “O Brasil precisa de um projeto que mobilize a sociedade. Mas não será com essa mídia que vamos construí-lo. Vai ser com a conversa, um a um”. Diretor de Comunicação do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ)


www.bafafa.com.br

Rio de Janeiro - 4º Edição/2018

12

Sítio Burle Marx: jardins exuberantes, arte e cultura para todos Por Agenda Bafafá

O sítio Burle Marx é um templo para quem gosta de natureza e cultura. Além dos belíssimos jardins, o espaço realiza atividades como concertos musicais, cursos e exposições durante todo o ano. O complexo ocupa uma área de 405 mil m2 na Barra de Guaratiba, zona oeste do Rio. As visitas são guiadas e seu acesso é muito fácil, só precisa fazer um agendamento. Adquirido em 1949 por Roberto Burle Marx, o terreno era uma grande plantação de bananas com algumas construções em ruínas. O paisagista recuperou o solo e o transformou no grandioso jardim, que abriga a maior coleção de plantas tropicais e semitropicais do mundo, com aproximadamente 3.500 espécies. Roberto percorreu o mundo pesquisando e importando sementes, mudas e, de quebra, obras de arte para suas coleções. Árvores e plantas foram minuciosamente plantadas de acordo com seus tipos, cores, contrastes, sempre levando em consideração as condições naturais do terreno, a fauna e a flora nativas. Além do acervo botânico, o sítio possui belíssimas edificações. Todas com seu toque artístico e muito aproveitamento de material de demolição de construções do Centro do Rio. Levou fachadas inteiras de pedra, com destaque para uma imponente porta de madeira na casa principal, onde Burle passou a morar a partir de 1973. A casa principal é hoje um museu com o quarto de Burle Marx intacto, inclusive a cama e objetos pessoais, além de peças adquiridas durante toda a sua vida. O acervo possui mais de 3.000 itens, incluindo obras do próprio Roberto. Estão expostas imagens sacras barrocas em madeira policromada, cerâmicas primitivas pré-colombianas, carrancas, esculturas em madeira e cerâmica do Vale do Jequitinhonha (MG), cristais, vidros decorativos, fósseis, conchas, entre outros. Tem também o ateliê, cinco espelhos d’água e a capela Santo Antônio da Bica,

datada de 1681 e toda restaurada pelo paisagista. Ali são realizadas missas e casamentos. No 13 de junho, dia de Santo Antônio, a comunidade de Guaratiba tradicionalmente faz uma procissão religiosa do portão da entrada do sítio até a capela. Ao final da missa, as crianças fazem a coroação de Santo Antônio. O sítio do paisagista foi doado em 1985, ainda em vida, ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN e virou Patrimônio Cultural Brasileiro. A condição é que o conjunto fosse preservado e que fosse criada uma

escola de paisagismo, botânica e artes em geral, além garantir o emprego de seus botânicos e funcionários. Roberto Burle Marx faleceu nove anos depois vítima de câncer. O local foi pré-selecionado pela Unesco para virar Patrimônio da Humanidade. Centro Cultural Sítio Roberto Burle Marx Estrada Roberto Burle Marx, 2019 - Barra Guaratiba - Como chegar de BRT: Descer na estação Ilha de Guaratiba e de lá pegar o ônibus 867. Outra opção é chamar Uber ou outro aplicativo. Fica a uns 10 min da estação. - Tel: (21) 2410-1412 As visitas só podem ser feitas mediante agendamento e acompanhadas de guias. Horário do agendamento: de segunda a sexta, das 08h às 16h ou pelo e-mail visitas.srbm@iphan.gov.br Funcionamento: de terça a sábado, às 09h30 e 13h30. Ingresso: R$ 12 (estudantes e idosos pagam meia).

Mapeamos o melhor do Rio de Janeiro, siga-nos na redes: @agendabafafa e www.bafafa.com.br


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.