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30 de janeiro de 2021 www.jornalatual.info
JURISTUALIZANDO
SAÚDE
Mudança de estilo de vida pode melhorar artrose
Carlos Henrique Rodrigues Nascimento OAB/SP 328.529 Advogado e consultor jurídico chrn.nascimento@gmail.com
Caseiro pode pedir a usucapião? Amigo leitor, hoje quero discorrer sobre um assunto sobre o qual me questionaram há alguns dias: o caseiro pode pedir a usucapião do imóvel no qual ele mora? O Código Civil nos ensina que, para poder requerer a aquisição da propriedade por meio da usucapião, se faz necessário preencher alguns requisitos dos quais o principal é a posse. O caseiro, apesar de aparentemente exercer a posse, não a exerce, pois ele é apenas detentor. Em outras palavras, ele é um colaborador que trabalha em determinada propriedade com o objetivo de cuidar do imóvel para o proprietário. É semelhante ao empregado de uma empresa, sujeito a ordens e instruções. Fazendo uma analogia despojada, pode-se dizer que um caseiro querer a usucapião do imóvel no qual exerce a função de caseiro seria como um empregado ir à justiça com o intuito de se tornar dono da empresa apenas porque nela trabalha. Assim sendo, o caseiro pode até pedir a usucapião do imóvel no qual ele trabalha, todavia, não terá sucesso, visto que o principal requisito, qual seja, a posse, não restará preenchido. Um grande abraço. Que o Senhor Deus o abençoe. “Melhor é o pouco com justiça do que a abundância de colheita com injustiça.” (Provérbios 16.8).
Thaís Balielo
jornalismo@jornalatual.info
Conhecida como artrose ou artrite, doença acomete grande parte da população
A osteoartrite, conhecida popularmente como artrose ou ainda osteoatrose, é uma doença que acomete grande parte da população. O reumatologista Márcio Guerreiro explica que a osteoartrite se define pelo desgaste da cartilagem nas articulações, bem como a degradação das estruturas próximas como, ossos, tendões e ligamentos. A doença pode ser classificada como primária, quando não há causa definida, ou secundaria, quando há uma doença de base que leva a degradação articular, como pés tortos, desvio nos joelhos, sequelas de doenças, fraturas, entre outras. “Todos teremos artrose um dia. Todo idoso tem artrose, lógico que nos cuidando o dano articular é bem menor”, afirma. Conhecida como artrose, a doença de forma isolada
recebe o nome do local que atinge, como por exemplo, gonoartrose, quando acomete joelho, rizoartose, nos polegares, ainda em linguagem coloquial existem os “bicos de papagaio” na coluna. “Quanto a dor, ela varia de acordo com estadiamento, tempo de curso da doença, e região atingida. Há uma melhora importante com o uso de analgésicos e anti-inflamatórios, bem como as infiltrações locais com glicocorticóides e viscossuplementação. Entretanto, o tratamento se baseia no uso dos condroprotetores, deles o mais conhecido é o colágeno que beneficia na proteção da cartilagem”, explica. Guerreiro enfatiza que a mudança no estilo de vida é fundamental para o sucesso da terapia. “Atividade física é muito importante, pois trás reabili-
tação, fortalecimento e melhora do movimento articular, e, consequentemente, a redução do uso de remédios bem como controle de evolução da doença. No entanto, vale lembrar que as atividades devem ser acompanhadas do educador físico, fisioterapeuta e terapeutas ocupacionais”, diz. Entre os fatores que pio-
ram a condição estão tabagismo, sedentarismo, e sobrecarga articular. “A obesidade é uma doença inflamatória, então ela por si só já piora a inflamação local, mas o aumento da carga das articulações leva a um desgaste articular precoce”, alerta. O médico esclarece que se alimentar de cartilagem como
Márcio Guerreiro recomenda atividades físicas para diminuir dores. | Foto: Pedro Figueira
gelatinas, mocotó e pé de frango não ajudam a proteger a articulação. Apesar da suplementação de colágeno ser parte do tratamento. O colágeno usado como tratamento é a base de UCII, diferente do colágeno destes alimentos. As articulações mais acometidas da doença, são as mais usadas e por isso os sintomas podem aparecer de forma precoce conforme o estilo de vida. Articulações como coluna, ombros, mãos, quadril, joelhos, tornozelos e pés são as primeiras a apresentar sintomas. Sobre o aumento da dor com mudanças climáticas, Guerreiro explica que isso ocorre, pois a osteoartrite leva a um aumento da sensibilidade mediada pelo processo inflamatório, e também pela presença das chamadas crioglobulinas.
Cuidados não podem ser afrouxados após vacinação Thaís Balielo
jornalismo@jornalatual.info
Imunizados podem continuar transmitindo o vírus
Na última semana, Santa Cruz do Rio Pardo teve seus primeiros profissionais da área da saúde imunizados contra a Covid-19. Esta semana um novo lote de vacinas chegou à cidade e mais profissionais foram vacinados, além de idosos em casas de repouso. No entanto, especialistas alertam que a sensação de imunidade que a vacina irá trazer no decorrer do processo de vacinação não pode causar um afrouxamento nos cuidados. A secretária de Saúde do município, Anelise Leitão explicou que a vacina é para criar anticorpos para que a pessoa tenha defesa para não desenvolver a doença. “É diferente de dizer que ela não transmite o vírus. Ela transmite sim. Se
ela não fizer o uso da máscara, tiver contato com uma pessoa infectada, o vírus irá se alojar em suas vias aéreas, e, então, no momento que ela for falar com outras pessoas ou tossir, pode transmitir o vírus. Ela se torna um vetor do vírus, mesmo não desenvolvendo a doença”, exemplifica. Portanto, Anelise salientou a importância dos vacinados ou das pessoas próximas aos vacinados continuarem a usar máscaras e se preocuparem com distanciamento e higiene das mãos. “Continuando com essa cultura de higiene trará muitos benefícios. Não evitará apenas a Covid-19, mas uma série de doenças, principalmente as parasitárias como escabiose.
Então a gente ganha de toda a forma”, garante. A secretária admite que existe essa expectativa de que os imunizados, após o prazo das duas doses, afrouxem os cuidados, mas ela afirma que isso não pode ocorrer. “As pessoas imunizadas têm que entender que ela não terá a doença, mas irá transmitir o vírus se não continuar com os cuidados”, diz. “Percebo que foi mais fácil seguir as recomendações quando as pessoas foram retiradas de suas rotinas e adaptadas a uma nova realidade, mas a medida que começa a voltar os hábitos normais a tendência é esquecer os cuidados. Temos que adequar a nossa vida a esses hábitos de higiene”, afirma.
Santa Cruz recebeu na última semana 600 doses da vacina Coronavac, do Instituto Butantan. Na ocasião o médico Jonas Jovanoli Filho recebeu a primeira dose e em seguida outros profissionais da área da saúde foram imunizados. Nesta terça-feira, 26, 450 novas doses da vacina Astrazeneca/Oxford chegaram à cidade. Deste lote estão sendo vacinados o restante dos profissionais da saúde, além de moradores do Lar São Vicente de Paulo, Casa das Madres e Comunidade Servos de Maria. O índice recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) para o controle da pandemia é de imunização entre 65% e 70% da população. Outro fator
fundamental que reforça a necessidade de manter as medidas preventivas contra a Covid-19 é que não há garantia, até o momento, de vacina em quantidade suficiente para imunizar a população brasileira nestes índices.
Anelise Leitão alerta que cuidados não devem ser esquecidos. Foto: Pedro Figueira