Fim de semana, 13 e 14 de agosto de 2016
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Encontro debate estratégias de gestão Evento destinado para jovens empresários reuniu mais de 700 pessoas na Univates FOTOS EDUARDO AMARAL
Benoit, Humberto Koerbes, que falou sobre o intraempreendedorismo. Com ele, estavam o fundador da barbearia Espaço Dallas, em Porto Alegre, Rômulo Figurelli Gomes. A empresa mescla os serviços de barbearia, salão de beleza e bar. A ideia foi pioneira em 2013 tornando-se referência como modelo de negócios do tipo. A proprietária da empresa In-
secta Shoes, Laura Madalasso, também relatou sua experiência. A empresa é a mais conhecida produtora de calçados veganos e ecológicos do RS. O grande diferencial é não utilizar produto de origem animal na linha de produção. Eles debateram sobre as ferramentas de inovação utilizadas em cada empresa e os desafios impostos pelo mercado.
Inteligência para gerir o negócio e estabelecer relações, ensina Eggers
Com a palestra de quatro empresários, grupo debateu os desafios para empreender, inovar e ganhar mercado
Lajeado
O
s desafios de investimentos ao longo das últimas décadas e os novos modelos de negócios foram os temas do 4o Encontro Estadual de Jovens Empresários, realizado no Centro Cultural da Univates na noite dessa quinta-feira. A primeira palestra foi do presidente da bebidas Fruki, Nelson Eggers. Descontraído, apresentou a história de 92 anos da empresa, desde a fundação em Arroio do Meio até os processos de modernização. O primeiro destaque dado por Eggers foi um comparativo entre o começo da fábrica com os negócios que iniciam hoje. “Quando começamos, não tínhamos uma cultura empresarial, isso foi construído com o tempo. Hoje os empreendedores já começam com essa cultura definida”, salientou. Para Eggers, o grande salto da
empresa ocorreu em 1971, quando a sede foi transferida para Lajeado. A partir de então, novos modelos de gestão foram adotados, como investimentos em formação dos funcionários, além de busca de incentivos fiscais,
Quando começamos, não tínhamos uma cultura empresarial, isso foi construído com o tempo Nelson Eggers presidente da Fruki
como o Fundopem, conseguido em 1988. “Investimos em inovação, tanto que em 1981 compramos o primeiro computador e o inserimos na linha de produção”, ressaltou. Lembrou também das dificuldades de colocação da marca no mercado. “Enfrentamos uma forte concorrência nacional e internacional.” Durante o processo de fortalecimento da empresa, um dos momentos lembrados foi a necessidade de demissões. “Chegou uma hora que precisamos qualificar nossa produção, e muitos daqueles que ajudaram a empresa a crescer não tinham a formação”, disse Eggers.
Debate encerra o evento Após a palestra de Eggers, foi a vez de três empresários debaterem sobre o mercado atual. A mesa foi formada pelo gerente operacional da rede de lojas
A Hora – Para o senhor, qual a importância de participar de eventos como este e conversar com empresários que estão começando? Nelson Eggers – Passei 56 anos à frente da Fruki, fora os outros três empregos que tive antes. Neste tempo tive, muito aprendizado, e não quero que ele fique só para mim. Infelizmente, quando eu fui jovem, não existiam esses programas. Agora existe e a gente tem que contribuir. Ao longo dos anos, o senhor viveu muitas transições econômicas, políticas e empresariais. Fazendo o comparativo, como vê a qualificação dos profissionais que começam novas empresas com o seu avô quando iniciou a fábrica? Eggers – Os empreendedores ainda se arriscam muito. Claro que o mundo mudou, hoje existem muito mais oportunidades do que quando meu avô começou a empresa. Naquela época, não tinha mercado, o consumo era muito pequeno. Hoje tem mercado,
então, com inteligência, a busca do conhecimento e do relacionamento tem que conseguir o sucesso, basta fazer um trabalho bem-feito. Durante a palestra, o senhor chegou a falar em um planejamento de cem anos. Como a Fruki está se preparando para o futuro? Eggers – Nós fizemos um plano estratégico detalhado por cinco anos, até 2021. Esses são planos bem detalhados, mas que são reajustados a cada ano porque o mercado muda, os interesses mudam. Mas por cinco anos deixamos tudo bem encaminhado. Os restantes 95 ficam mais na área do sonho.