Terça-feira, 9 de agosto de 2016
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Atriz lajeadense comemora o sucesso Radicada no Rio de Janeiro, Gabriela Munhoz, 32, comemora a boa fase. Na semana passada, celebrou a estreia do filme Vidas Passadas nas telas do cinema em todo o país. Em setembro, vem coroar o sucesso na terra natal com a apresentação da peça A Outra Casa, no Clube Tiro e Caça
“Momento único”
DIVULGAÇÃO
Gabriela Munhoz (e) ao lado de Helena Varvaki. Ambas foram indicadas ao prêmio Botequim Cultural
“G
abriela Munhoz tem um ótimo desempenho mesmo se fragmentando em três papéis inteiramente distintos, conseguindo expandir a emoção necessária de cada uma deles, em três construções bastante sólidas em que a atriz aproveita bem o momento de cada personagem.” Essa avaliação da atriz lajeadense tem a assinatura do crítico de teatro, Renato Mello, um dos mais renomados jornalistas especializados em cinema do país, e também criador e curador do Prêmio Botequim Cultural de Teatro. A breve análise se refere ao papel de Gabriela na peça dramática A Outra Casa, que será encenada no dia 2 de setembro, no Clube Tiro e Caça, em Lajeado. O espetáculo, lançado em 27 de fevereiro no Centro Cultural Justiça Federal, na capital do Rio
de Janeiro, concorre a diversos prêmios. Gabriela, por exemplo, concorre como atriz coadjuvante ao prêmio Botequim Cultural. Já a atriz gaúcha, Helena Varvaki, foi indicada como atriz protagonista ao prêmio Shell, Cesgranrio e também ao Botequim Cultural. A peça mostra a vulnerabili-
Estou muito feliz com tudo que está acontecendo.
Gabriela Munhoz Atriz
dade do ser humano diante dos transtornos da memória. Montado no Brasil pela primeira vez, o espetáculo é desenvolviodo por meio de um quebra-cabeça que envolve protagonista, público e personagens desde a primeira cena. A encenação conta a história de Juliana Smithton, uma neurologista que sofre um lapso de memória na apresentação para uma plateia de médicos de um novo remédio desenvolvido por ela. A partir disso, ela é impulsionada a rastrear sua lucidez por meio de embates com o marido, a médica, com as lembranças da filha desaparecida e consigo mesma. Além de Gabriela e Helena Varvaki, atuam na peça os atores Alexandre Dantas e Daniel Orlean. O texto é de Sharr White, a tradução de Diego Teza, e a direçao da peça é de Manoel Prazeres. O espetáculo dura em torno de 90 minutos.
A Hora – Como você se descobriu artista? Fale um pouco sobre sua história dentro da arte? Gabriela – Eu comecei a fazer teatro com 8 anos de idade, com a Laura Peixoto, em Lajeado. Lembro até hoje quando viajamos para concorrer no Festival de Novos Talentos, de Machadinho, onde ganhei o prêmio Jovens Talentos, o meu primeiro. O nome do espetáculo era o Julgamento do Palavrão, direção da Laura. Foi maravilhoso. Depois fiz aula com Marcelo Aquino, também em Lajeado. Me apaixonei. Esperava a semana inteira pelo dia da aula de teatro. Foi uma paixão que despertou. E como você chegou ao Rio de Janeiro? Gabriela – Aos 16 anos, participei de outro festival em que o prêmio era uma viagem ao Rio de Janeiro para conhecer o Projac (estúdios da Rede Globo). Foi minha avó materna, Marli, quem me inscreveu nesse festival. Quando ganhei, eu podia escolher uma pessoa para vir comigo, e eu escolhi minha avó. Depois, aos 20 anos, eu decidi vir ao Rio de Janeiro de vez, com mochila nas costas para estudar e conhecer melhor esse mundo do teatro e do cinema. Como foi o apoio do restante da família? Gabriela – Sempre tive muito apoio da família. Mas meus pais sempre deixaram claro que a carreira artística era instável, e que no Rio de Janeiro muitos buscavam isso. Portanto, eu encararia muitas dificuldades e teria que ralar bastante e encontrar formas de morar aqui. Daí comecei a trabalhar com produções, em áreas fora do teatro e como empresária no ramo da gastronomia. Pois é
muito difícil sobreviver de arte aqui no Brasil. Mas nunca faltou apoio da família. Quais as principais dificuldades enfrentadas aí na capital carioca? Gabriela – São muitas pessoas que vêm do Brasil inteiro para o Rio de Janeiro em busca do mesmo espaço. Há uma demanda muito grande de pessoas buscando a mesma coisa. E é muita gente boa. Aqui tem bastante oportunidades, mas é muita gente buscando. E tem a dificuldade de você chegar de outro lugar e ter que criar relações. O círculo de amizades e de contatos precisa ser construído. É seu momento mais especial na carreira de atriz? Gabriela – O reconhecimento do trabalho é a maior alegria. O reconhecimento é maravilhoso. Mas só vem com esse árduo trabalho diário. E o momento atual é muito especial. Estou muito feliz com tudo que está acontecendo. A indicação para o prêmio, a peça sendo apresentada em Lajeado, a abertura de novo restaurante, e um recente trabalho para a Olimpída. Tô trabalhando muito e plantando muita coisa. Mas percebo que já estou colhendo alguns. O que esperar de A Outra Casa? Gabriela – Quero muito que todos assistam à peça. A história é linda. O elenco tem atores muito legais. Pessoas que admiro faz muito tempo. A protagonista está maravilhosa. Acho que será um grande encontro. Muitos amigos queridos que não vejo faz muito tempo. Estou muito grata ao CTC por viabilizar. Eu espero todos lá, e depois quero tomar uma cervejinha com os amigos.