AH - Conexão| 26 de agosto de 2016

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Sexta-feira, 26 de agosto de 2016

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ARTUR DULLIUS/ UNIVATES

“[...] (marcas) também de realização de sonhos e projetos de felicidade” Engenheiro químico e sociólogo, Trajano fundou 22 anos atrás a TroianoBranding, empresa pioneira na gestão de marcas. O branding é o principal tema de estudo dele. Hoje, além de comandar a empresa, apresenta ao lado da sócia, Cecília Russo, e do jornalista Mílton Jung Jr, o programa Sua marca vai ser um sucesso na rádio CBN de São Paulo. Trajano apresentou as estratégias para consolidar marcas

Palestra discute o fortalecimento de marcas Jaime Trajano esteve na Univates Lajeado

P

ara debater a importância da colocação de marcas no mercado e a relação delas com a comunidade o curso de Publicidade e Propaganda da Univates, em parceria com o MBA em Branding & Business da instituição, trouxe o especialista Jaime Trajano. Na noite dessa quarta-feira, Trajano ministrou a palestra “Marcas sem um propósito são marcas sem alma”. Com experiência de mais de 20 anos no mercado, acredita na necessidade de as marcas assumirem responsabilidade social. “Elas têm uma obrigação de não só desenvolver negócios, mas contribuir para sociedade. Marca não é só um negócio, é um instrumento de integração social.” Mesmo assim, lembra as limitações das marcas perante o cenário de crise. “Elas têm muito a ver com esse momento, mas sozinhas não são capazes de resolver os problemas.” Ao longo da apresentação, o fundador da primeira empresa do país dedicada à gestão de mar-

cas ressaltou a importância de as empresas apostarem na colocação das marcas desde o início. “Não pode esperar ficar grande para investir na sua marca, todas foram pequenas um dia.” Ele destaca o aprendizado que novos empreendedores podem ter com os erros cometidos por empresas consolidadas no mercado. “É importante conhecer a trajetória dessas empresas para evitar fazer os mesmos 'trupicões'.”

Marca não é só um negócio, é um instrumento de integração social Jaime Trajano Palestrante

A Hora – Qual o papel das marcas neste período de crise econômica? Jaime Trajano – Elas têm uma obrigação de contribuir para melhorar a sociedade. Elas não são apenas ferramentas de negócios, mas também de realização de sonhos e projetos de felicidade. Pensando nisso, elas têm o papel de, trabalhando com profissionalismo, fazer com que as pessoas que trabalham dentro das empresas se sintam mais felizes, orgulhosas e acordem para trabalhar com mais satisfação e energia. Isso ajuda a mudar a empresa e a sociedade. Sozinha ela não vai melhorar o Brasil, mas ela tem o papel de alimentar a qualidade de relacionamento das pessoas com as organizações. Uma das características da região é de pequenas e médias empresas. Quais as diferenças e semelhanças no trabalho de colocação de marcas de uma grande para uma pequena empresa? Trajano – Todas as grandes empresas com as quais trabalho já foram pequenas. Quando uma pequena olha para o trajeto de uma grande, ela aprende muito e evita cabeçadas. O que sempre dizemos para os médios e pequenos empresários é para acompanharem as grandes empresas as que conseguiram trabalhar bem sua marca, a, e assim evitar os mesmos tropeços. Está certo erto que alguns tropeços são inevitáveis, como dizemos em Minas Gerais 'trupicão' trupicão' também leva pra frente. Então, quando uma empresa pequena ena ou média evita os 'trupicões', elaa vai bem, se tiver um ou outro no caminho e isso a levar para frente, e, ajuda muito. Mas o melhor é olhar os exemplos e tentar seguir um caminho nho mais linear. Acontece que ue muitas empresas ainda acham que marca é algo go para se preocupar quando estiver maior. Isso é lusão, uma grande ilusão, é desde pequenaa que se deve olhar para a

marca como uma ferramenta de identificação social e prestígio e identificação. Outra característica regional é que os donos são pessoas muito ligadas à comunidade. Como deve ser a postura pessoal desses empresários nessa realidade? Trajano – Empresas dirigidas por pessoas conhecidas dentro de uma comunidade têm uma responsabilidade muito maior do que aquelas com ações pulverizadas na bolsa e que parece não existir um dono. O dirigente de uma empresa pequena e média conhecido em uma comunidade é um inspirador para essas pessoas com quem ele se relaciona. Ele tem um papel muito grande como um ídolo dentro da empresa e da comunidade. Quais os erros mais recorrentes das empresas ao trabalhar suas marcas? Trajano – Tem três 'trupicões' famosos. O primeiro, a vaidade corporativa. Isso significa o dirigente e dono de uma empresa, com uma determinada marca sob controle e acha que sabe fazer qualquer coisa com essa marca e acha que o mercado vai aceitar tudo. Existem diversos exemplos de empresas que começaram a ir para áreas diferentes das de origem e quebraram a cara. Outro são mudanças radicais. As marcas não resistem a mudanças radicais de identidade, elas têm de trabalhar com muita consistência ano após ano. Então, mantenha consistência e evite a tentação de mudar tudo, pois com isso perde muito da identidade original. O terceiro pecado é achar que a marca é um tapume que esconde as coisas. Ela mostra quem ela é, e o primeiro lugar em que a marca deve estar enraizada é dentro da empresa. Como trabalhar as imagens das da marcas nas redes sociais? Trajano – Redes sociais têm o que q eu controlo e o que não controlo. Aquilo que as a pessoas fazem que não sou capaz de controlar tenho de acompanhar e usar como ferramenta ferrament para corrigir é quando eventuais desvios. Quando controlo co uso as redes como estratégia de comunicação. Nesse caso eu preciso usar as redes re sociais com a mesma linguagem de outras mídias, para evitar esquizofrenia. O pior que pode p acontecer é usar muita pirotecnia e esquecer a iidentidade da minha marca. marc Tenho de usar as mesmas mes ideias centrais de outros meios de comu comunicação.


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