Quarta-feira, 23 de novembro de 2016
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Espetáculo aborda a violência de gênero “As Mãos de Eurídice” aborda as atitudes machistas nos relacionamentos afetivos ANDERSON LOPES
Teutônia
podem ser adquiridos a R$ 20 com os apoiadores do evento. A entrada será gratuita para mulheres que levarem homens pagantes.
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a Semana Internacional de Combate à Violência contra a Mulher, a peça As Mãos de Eurídice aborda o assunto a partir de uma ótica bem humorada. A partir da comédia, expõe o mundo machista dos relacionamentos. O espetáculo será apresentado hoje, às 20h30min, na Comunidade Católica Cristo Rei, no bairro Languiru. Montada por Teatro Social Produções Artísticas, já foi apresentada em cidades do RS e de Santa Catarina. Tem como protagonista Gumercindo Tavares, interpretado pelo ator, diretor e sociólogo Antônio Lopes. Tavares não aceita a mudança de comportamento da mulher Dulce, que deixou de ser “a dona do lar” para frequentar eventos e cursos de arte. A peça foi escrita pelo psiquiatra Pedro Bloch. A primeira versão estreou em 1950. Retrata o conflito interno de Tavares, sujeito que sai de casa porque a mulher se recusa a ser submissa. Ele foge com a amante Eurídice, para Argentina, mas volta. O romance acabou junto com o
Importância da presença masculina
Peça foi escrita em 1950 e conta a história de um homem que não aceita a autonomia da mulher e foge
dinheiro. Com a versão mais leve, traz pitadas de humor para reflexão. “Ao chegar em casa, lembranças haveriam de lhe atormentar, causando arrependimento.” Ao fim da peça, o diretor promove um debate sobre a banalização da violência contra a mulher. Haverá a presença de psicólogos
Ingressos antecipados custam R$ 20. Mulheres que levarem homens como acompanhantes não pagam
para análise das cenas. O evento tem o apoio do Centro Cultural 25 de Julho, Teutomídia, Foto Silva, Grupo de Teatro Tirando Cena, Escola Gomes Freire, secretarias da Educação, da Assistência Social e da Juventude e comunidade católica, por meio do Onda. Os ingressos antecipados
A montagem do Teatro Social circulou por diversos municípios do RS e de Santa Catarina. A maioria do público é formada por mulheres, lamenta o diretor Lopes. “É uma chance de pensar sobre os relacionamentos.” Segundo ele, a maior parte dos espectadores vem de secretarias da Assistência Social, com envolvimento direto do Cras e Creas. Lamenta a ausência dos homens. “É a oportunidade de demonstrar o empoderamento da mulher, mesmo que, por meio de um gesto simples, de conseguir fazer com que o homem compareça ao teatro”, finaliza.