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A HORA · SEXTA-FEIRA, 13 DE JANEIRO DE 2017

2 EXPEDIENTE

Editorial

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Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores. Tiragem média por edição: 6.000 exemplares. Disponível para verificação junto ao impressor (ZH Editora Jornalística)

Fundado em 1º de julho de 2002 Vale do Taquari - Lajeado - RS

INDICADORES ECONÔMICOS

MOEDA

COMPRA

VENDA

Dólar Comercial

3,17

3,17

Dólar Turismo

3,14

3,14

Euro

1,06

1,06

Libra

1,22

1,22

Peso Argentino

1581

1582

114,23

114,23

Yen Jap.

Euforia do Planalto não afasta incerteza

A

redução de 0,75% na taxa de juros da Selic surpreendeu analistas e trouxe um pouco de alento para a sociedade. Um corte semelhante não ocorria desde 2012. Índice principal nos cálculos para financiamentos, a decisão do Banco Central vai ao encontro dos pedidos recorrentes das instituições de classe, em especial das federações ligadas ao comércio e à indústria. No momento atual, de queda no consumo, demissões e ajustes nos diferentes segmentos, a revisão na Selic pode ter um efeito positivo sobre a economia, pois barateia o crédito e ajuda no fortalecimento das atividades produtivas e no humor do consumidor. O anúncio é um primeiro passo para a aguardada retomada econômica. Os juros no país ainda estão longe do

ÍNDICE

MÊS

ÍNDICE MÊS (%)

ACUMULADO ANO (%)

ICV Mes (DIEESE)

10/16

0,37

5,74

IGP-DI (FGV)

10/16

0,13

6,22

IGP-M (FGV)

10/16

0,16

6,65

INPC (IBGE)

10/16

0,17

6,36

INCC

10/16

0,17

5,78

IPC-A (IBGE)

10/16

0,26

5,97

Comentário sobre a matéria “Governo almeja tornar parque sustentável” 6

Cidades

A HORA · QUINTA-FEIRA, 12 DE JANEIRO DE 2017

Governo almeja tornar parque sustentável Servidores visitaram o local nesta semana. Cenário é de abandono, diz secretário

Salário Mínimo/2016 R$ 880,00

TAXAS E CERTIFICADOS (%)

MÊS

ÍNDICE MÊS (%)

TJLP

ACUMULADO ANO (%)

7,5

Selic

14.25%(meta)

TR

12/16

0,1849

2,0125

CDI (Mensal)

11/16

1,0368

12,7333

Prime Rate

12/16

3.25

3,25 (Previsto)

Fed fund rate

12/16

0.50

0,25 (Previsto)

RODRIGO MARTINI

Lajeado

A

primeira visita do novo governo ao Parque Histórico da Colonização Alemã, localizado junto ao Parque do Imigrante, foi desanimadora. Telhados com graves avarias, falta de roçada e capina, pinguela com buracos e subaproveitamento da área de lazer são alguns apontamentos verificados pela administração municipal nesta semana. A roda do moinho também está quebrada. Instalado em uma área de 2,5 hectares, o parque foi inaugurado em 2002. Cláudio Schumacher era o prefeito na época. No local, foram reconstruídos com peças originais 17 prédios antigos em estilo enxaimel, uma característica das habitações dos primeiros colonizadores alemães do município e da região. Durante alguns anos, a Associação dos Amigos do Parque Histórico – formada por voluntários, historiadores e professores de Alemão – auxiliou na manutenção do local. Hoje ela está inativa. Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agricultura, Douglas Sandri, o aspecto atual do parque é de “abandono”. Ele demonstra surpresa com a falta de manutenção no local que, em 2014 – últimos dados revelados –, manteve uma média superior a 15 mil visitantes por ano. “Precisamos urgente de uma limpeza geral na área de lazer. Estamos no verão, e é este o momento de maior visitação. Mas hoje, do jeito que está, não há mínimas

Pórtico do Parque Histórico, inaugurado em 2002, chama a atenção pela beleza. Dentro da área, cenário é de abandono

condições de receber turistas”, reclama o novo secretário. De acordo com ele, a equipe de governo do prefeito Marcelo Caumo ainda finaliza estudos para verificar, exatamente, qual o custo de manutenção mensal do parque. Os serviços de capina e roçada nas vielas, jardins e demais áreas do Parque Histórico – ou Deutscher Kolonie Park – devem iniciar ainda nesta semana. Para tal, o governo municipal deve trabalhar com efetivo próprio de servidores. Mesmo assim, Sandri não descarta utilizar empresas terceirizadas. “O jurídico autorizou a retomada dos serviços de roçadas”.

Promessas há quatro anos Em fevereiro de 2013, o então secretário de Cultura e Turismo

(Secultur), Eduardo Muller, convocou a imprensa para mostrar a situação precária em que se encontravam as instalações do Parque Histórico. Em uma sala

localizada no subsolo do pórtico, haviam centenas de documentos e livros antigos amontoados e se deteriorando em função das goteiras e da umidade.

Entre os materiais, jornais alemães de 1914, fotografias, documentos, quadros e manuscritos produzidos há mais de 150 anos. Tudo provinha de doações de família. Já no prédio ao lado do moinho, haviam 20 máquinas de escrever no chão. Quase todas quebradas junto a placas comemorativas, vitrolas, projetores de filme e até um piano do início do século passado. A ideia do governo da época era fazer do local um complexo cultural, e transformá-lo em um patrimônio histórico para angariar recursos. Ainda conforme o então responsável pela Secultur, ensaios de orquestras, peças de teatro, oficinas de Artes Cênicas e artesanato, apresentações musicais e eventos diversos eram propostas para aumentar o fluxo de visitantes. Havia, até, a intenção de transmitir todas as atrações por meio de rádio e WebTV.

“É POSSÍVEL FAZER COM QUE O PARQUE GERE RECEITA [...]” A maioria das ideias apresentadas pelo governo anterior não saiu do papel. Estudou-se, também, a transferência da Secultur para o pórtico do parque. E os investimentos foram discretos. O último, realizado em maio de 2016, consistiu na troca de parte da canalização pluvial. Sandri quer apoio da iniciativa privada e entidades civis para tornar o empreen-

dimento autossustentável. “Há alguns prédios de entidades lá dentro, mas queremos apoio de todas, assim como de setores da iniciativa privada. É possível fazer com que o parque gere receita própria para custear a manutenção e os investimentos. Vamos aprofundar os estudos nesse sentido”, garante o secretário. Incentivo a eventos, otimi-

zação dos custos e atração de investidores serão as primeiras medidas a serem tomadas pela secretaria. Sobre uma possível cedência de uso de toda área, tal como foi feito com o parque histórico em Nova Petrópolis, por exemplo, Sandri prefere não comentar a respeito. “Neste momento, queremos ver quais as reais possibilidades de fazer mais com menos custo”, finaliza.

Comentário sobre a coluna de Rodrigo Martini, publicada nessa quarta-feira

PONTO

VARIAÇÃO FECHAMENTO (%)

Ibovespa (BRA)

6415

2,73

Dow Jones (EUA)

1985

-0,51

S&P 500 (EUA)

2275

0,28

Nasdaq (EUA)

5532

-0,56

DAX 30 (ALE)

1152

-1,07

Merval (EUA)

1806

0,75

cotação do dia anterior até 17h45min

Petróleo (dólar)/Brent Crude – barril – USD 5225 em 12/01/2017

Seria tão frequentado se houvesse um parquinho, semelhante aos brinquedos dos Dick, para as crianças. E se nas casinhas, oficinas de teatro, música, artesanato... mas entregaram para entidades que não fazem nada, sequer preservam. Laura Peixoto

Opinião

A HORA · QUINTA-FEIRA, 12 DE JANEIRO DE 2017

Os usuários hoje estão mantendo o crime organizado quando poderia ir para impostos e talvez revertido para saúde, educação e segurança. E infelizmente para manter os políticos, dos males o pior. Não vão parar de usar se é proibido ou liberado, mas direcionar o recurso para um lugar menos ruim podemos. Paulo Roberto Schneider Com a proibição das drogas já tem tantos problemas, aí me vem a brilhante ideia de liberar, no mínimo tem que ser ideia de almofadinha. Que acha que maioria das pessoas vão ficar na santa maconha para sempre. Só quem passa, ou passou por esse problema na família, é que sabe o que realmente é: a porta para todas as outras... Thatiane Rodrigues

Ouro (dólar) – Onça Troy – USD 1195 cotação do dia 12/01/17

BOLSAS DE VALORES

do segundo semestre. Apesar dessas análises, os fatores da crise nacional persistem. O cenário político ainda interfere na visão internacional sobre o país. Os desdobramentos da Operação Lava-Jato podem ter um impacto ainda mais avassalador sobre a relação com os investidores do exterior. Há também o fator Donald Trump. O excêntrico presidente americano é acompanhado de perto pelo mercado. Alguma medida protetiva dos EUA pode resultar em mais estagnação do mercado internacional em termos de investimentos e negócios. Em suma, o corte na Selic pode sinalizar o começo da liberação das amarras financeiras que desestimulam produção, investimento e consumo. A medida é motivo de comemoração, mas sem euforia.

Comentários postados na página do facebook e no site do A Hora. Participe e deixe sua opinião

Na rede

Cotação do dia anterior até 17:45h, Valor econômico.

O anúncio é um primeiro passo para a aguardada retomada econômica. Os juros no país ainda estão longe do ideal, mas se os prognósticos se confirmarem, a partir da queda gradual da inflação, ter uma Selic em um dígito pode resultar em mais segurança [...]

ideal, mas se os prognósticos se confirmarem, a partir da queda gradual da inflação, ter uma Selic em um dígito resultará em mais segurança para os investidores, dando mais fôlego para os contribuintes endividados e garantindo mais certezas para o mercado. Em meio às análises otimistas do Planalto, é fundamental conter a euforia. Tanto a previsão de uma inflação menor quanto a Selic em 13% têm um efeito simbólico sobre o momento instável do país. Uma gradual recuperação é esperada por analistas. O assunto inclusive foi abordado pelo A Hora no Anuário Tudo do Vale, publicado em novembro passado. No material, analistas previam que a recessão permaneceria no país durante 2017, mas que a tensão sobre a economia interna tinha elementos que mostravam retomada, em especial a partir

Eu não quero ver meus filhos nem meu netos comprando maconha nos mercados e não desejo pra outros pais também, mas também não queremos ser vítimas do crime organizado, temos que pensar bastante sobre esse assunto... Samuel Santos Dieter

3

Assessorias jurídicas

Rodrigo Martini martini.jornal@gmail.com lentem.wordpress.com

A proibição leva ao caos e ao terror. Mas é o cheiro da erva que incomoda

É

alarmante. E ainda invisível para a maioria. Uma pesquisa feita pelo Global Financial Integrity (GFI), um centro de estudos de Washington, elaborou um relatório para definir as cinco atividades ilegais mais rentáveis no mundo. O narcotráfico venceu, claro. O que chama a atenção é que a soma dos lucros anuais dos quatro crimes seguintes não atingiu o montante gerado pela venda ilícita de drogas. A pesquisa mostrou um lucro absurdo de 320 bilhões de dólares por ano para os criminosos que angariam para si toda a histórica demanda de usuários de maconha e outras substâncias. Falsificação (US$ 250 bi), tráfico humano (US$ 31,6 bi), venda ilegal de petróleo (US$ 10,8 bi) e tráfico de vida selvagem (US$ 10 bi) completam a lista. Convertido o valor, a cifra oportunizada aos traficantes com apoio maciço da sociedade – que inutilmente culpa usuários e dependentes pela desgraça – supera R$ 1 trilhão. Um trilhão de reais distribuídos para bandidos sem qualquer imposto ou retorno para a sociedade. Pior. A custo de muito sangue e horror. É esse o tamanho da tolice, do atraso e do prejuízo defendidos pelos apoiadores da criminalização. É com esse montante de dinheiro que perigosos criminosos montam todo

o poderio ofensivo que, hoje, faz frente a todas as forças de segurança no mundo inteiro e leva o pânico para as comunidades mais carentes. É assim no México. Na Indonésia. Nos EUA. Em Lajeado. Sabe-se que as crifras tendem a ser ainda maiores. E se de um lado elas só aumentam, de outro, os policiais no RS, por exemplo, recebem viaturas com avarias, armas incompatíveis com a força dos traficantes e salários parcelados. E gastam, mais de 80% do tempo, caçando esses mesmos traficantes que se multiplicam e parecem infinitos. Uma guerra absurdamente inútil. E essa temerária desarmonia não pode e não deve ser discutida de forma leviana. Tampouco pela emoção ou pelo comodismo de quem teme a necessária mudança cultural. Esse debate, na verdade, é secundário para quem só está preocupado em evitar o cheiro de maconha nas praças. Fingem não saber que, em seis décadas, a lei não funcionou em lugar algum do mundo. O consumo só aumenta. Hoje, estima-se em 250 milhões o número de usuários de substâncias ilícitas. De 15 a 64 anos de idade. É evidente que não há forma de convencer todos a largarem seus hábitos e os vícios. Muitos querem fumar, inalar e usar variadas drogas.

Assim como tantos se drogam com vinho, whisky, cerveja e tabaco. Cabe à sociedade garantir, ao menos, acesso seguro a todas essas drogas. Ou é isso, ou o mal é potencializado. Não quero ofender ninguém. Mas é tão óbvio que os superlativos dados sobre o fácil lucro atraem cada vez mais criminosos que fica difícil entender quem é favorável à legislação atual. E o resultado dessa obviedade é vivenciado em Lajeado. “Empresários” da capital querem, segundo a PC, tomar o comércio ilegal lajeadense. E para isso vieram matar os atuais traficantes locais. Sei que muitos pensam: que se matem. Mas está longe de ser assim. Em Lajeado, um ciclista foi atingido durante tiroteio entre traficantes no centro. O fato ocorreu na terça-feira, faz dois dias. Em Porto Alegre, um pai de família foi morto na frente da filha de 4 anos. Foi confundido com um traficante quando chegava para fazer compras em um supermercado da zona sul. É urgente. Pare de torcer o nariz em função do cheiro da maconha, como se isso representasse qualquer risco à SUA saúde. Quebre esse tabu. O momento exige um debate mais adulto sobre legalização e os efeitos da criminalização. E o cheirinho, com o perdão do arrojo, nem é tão ruim.

A escolha pelos assessores jurídicos em cargos comissionados (CCs) está movimentando os bastidores nos gabinetes da região. Em municípios banhados pelo Rio Taquari, eu apenas espero que servidores públicos de outros poderes não interfiram ou pressionem pela escolha de A ou B. É sempre bom lembrar que, na política, os segredos são poucos e os informantes são muitos.

Tiro Curto – Uma boa dica para este verão: se familiarizar com o stand up paddle no Rio Taquari. Em Estrela, com apoio da Secretaria de Esportes e Lazer e sob coordenação do instrutor Chiquinho Oliveira, a ativida vem atraindo bom público; – Em Lajeado, nenhum dos 15 vereadores abriu mão da possibilidade injustificável de nomear dois assessores. Por ano, esses 30 CCs custarão R$ 1,2 milhão aos cofres do município. É a “nova” velha política se perpetuando; – Guardas municipais e agentes de trânsito podem ganhar direito à aposentadoria especial, com 30 anos de trabalho para os homens e 25 para as mulheres. É o que propõe o senador Paulo Paim (PT-RS). A proposta aguarda votação na Comissão de Assuntos Sociais (CAS); – No mês de dezembro de 2016, a prefeitura de Colinas pagou R$ 29,3 mil para a polêmica empresa terceirizada de mecânico, cujo contrato já foi questionado por vereadores; – O Detran no RS abriu mais de cem mil processos para suspender ou cassar o direito de dirigir de condutores infratores no último ano. O total em 2016 cresceu 67%; – Sofia Duarte, uma estrelense de pouco mais de 1 ano, precisa de um leite especial para ganhar peso e sobreviver. É o Neocate LCP, que custa cerca de R$ 250 a lata e dura três dias. Faz quatro meses que o Estado não auxilia. Quem puder ajudar, o contato é 98014-7257; – O Ministério Público do Estado recebeu representação em defesa da TVE e da FM Cultura. O documento contém 383 assinaturas de artistas e intelectuais. Para esses, a extinção da Fundação Piratini poderá causar “dano irreversível ao patrimônio material e imaterial à cultura, às artes, à comunicação social, à ciência e aos registros e documentos da memória e da identidade do RS”. “É mais fácil separar a água do vinho que a hipocrisia da verdade no julgamento das ações humanas.” Carlos Malheiro Dias


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