Edição 2251

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Leão XIV inicia papado com apelo por fé e foco nas periferias existenciais

O Papa hoje voltará a se apresentar ao público, desta vez na Praça São Pedro, para a tradicional oração do Regina Caeli às 7h (horário de Brasília). Na segunda-feira (12), às 5h, participa de audiência com jornalistas no Vaticano.

 Poucas horas após sua eleição, papa Leão XIV presidiu, na manhã da última sexta-feira (9), sua primeira missa como líder da Igreja Católica. A cerimônia foi realizada na Capela Sistina, no Vaticano, em um momento de forte simbolismo para os fiéis e o colégio de cardeais, encerrando

oficialmente o conclave. A homilia, marcada por mensagens diretas, sinalizou o tom pastoral e missionário que o novo papa deseja imprimir à sua gestão. Durante a celebração, Robert Prevost — nome civil do pontífice — destacou os desafios da fé em sociedades cada

vez mais distantes da religião. “Ainda hoje não faltam contextos em que a fé cristã é considerada absurda, para pessoas fracas e pouco inteligentes”, afirmou. Ele citou a prevalência de valores como poder, prazer e sucesso como obstáculos à vivência religiosa, principalmente em centros urbanos e sociedades tecnológicas.

FÉ NAS PERIFERIAS E DIÁLOGO

COM O PODER

Leão XIV reforçou a importância de levar o Evangelho a ambientes onde a religião é ridicularizada ou ignorada.

“Nesses lugares, a missão é urgente”, afirmou, alertando sobre os impactos sociais da

INSS começa a notificar aposentados nesta terça por descontos não autorizados

Beneficiários poderão contestar cobranças associativas feitas sem consentimento entre 2020 e 2025 e pedir ressarcimento

 Aposentados e pensionistas que tiveram descontos de mensalidades associativas sem autorização serão notificados pelo INSS a partir desta terça-feira (14). O objetivo é permitir que os beneficiários verifiquem se autorizaram os débitos e, em caso negativo, solicitem o ressarcimento de valores cobrados entre março de 2020 e março de 2025. Cerca de 9 milhões de pessoas serão avisadas por meio do aplicativo Meu INSS e da Central 135. Ao receber a notificação, o cidadão poderá confirmar se reconhece o vínculo com a entidade que efetuou o desconto. Se não reconhecer, basta indicar a discordância pelo próprio canal. “Ele não vai preencher nada. Basta acessar o aplicativo e dizer que não reconhece o desconto”, explicou o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior.

ENTIDADES TERÃO DE COMPROVAR VÍNCULO COM O BENEFICIÁRIO

Depois da contestação, a associação será notificada e terá até 15 dias úteis para comprovar que o desconto foi autorizado. Se não apresentar a comprovação, o INSS encaminhará o caso à AdvocaciaGeral da União (AGU), que poderá tomar medidas legais. “As que não o fizerem, nós encaminharemos para a AGU”, afirmou Waller. A medida é uma resposta à Operação Sem Desconto, que identificou um esquema de cobranças indevidas a beneficiários da Previdência Social. O caso levou à suspensão de todos os acordos com associações e sindicatos e ao bloqueio judicial de R$ 1 bilhão em bens dos envolvidos.

A AGU também solicitou à Justiça o bloqueio de mais R$

2,56 bilhões pertencentes a 12 entidades.

RESSARCIMENTO MIRA

COBRANÇAS FEITAS NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS

O INSS só poderá reembolsar valores cobrados nos últimos cinco anos, conforme o prazo legal de prescrição. A partir da análise das contestações, o instituto vai identificar os casos irregulares e calcular o total a ser devolvido. Segundo Waller, não será exigido nenhum documento do beneficiário. Relatórios da CGU apontam que, entre 2016 e 2024, os descontos associativos saltaram de R$ 413 milhões para R$ 2,8 bilhões. Somente entre janeiro de 2023 e maio de 2024, mais de 1,16 milhão de pedidos de cancelamento de cobranças foram feitos ao INSS, a maioria com a justificativa de ausência de autorização. A cobrança de mensalidades em folha é legal desde 1991, mas exige o consentimento explícito do beneficiário — ponto que está no centro das apurações.

ausência de fé, como a crise da família, a perda do sentido da vida e a violação da dignidade humana. Ele também defendeu que a experiência missionária vivida por décadas na América Latina agora deve dialogar com realidades seculares como Estados Unidos, Europa e China. A cerimônia teve início às 6h (horário de Brasília) e foi acompanhada por cardeais, religiosos e funcionários do Vaticano. O clima era de leveza e acolhimento entre os presentes. Em sua chegada, o novo papa foi recebido com sorrisos e cumprimentos e demonstrou emoção ao abençoar os colegas na procissão de entrada.

LITURGIA COM FORTE CARGA SIMBÓLICA

A missa foi conduzida com orações ‘Pro Ecclesia’ (pela Igreja), reforçando o apelo por unidade. O Evangelho escolhido foi a passagem em que Jesus entrega a liderança da Igreja a Pedro, em um paralelo evidente com o início da missão de Leão XIV. “Sobre esta pedra edificarei a minha igreja”, dizia o trecho lido em italiano.

Diferentemente das celebrações nos últimos anos, limitadas pelas condições de saúde de Francisco, Leão XIV presidiu toda a missa, do início ao fim. Ao término, foi aplaudido pelos cardeais.

PRÓXIMAS APARIÇÕES

PÚBLICAS

Neste domingo (11), Leão XIV voltará a se apresentar ao público, desta vez na Praça São Pedro, para a tradicional oração do Regina Caeli às 7h (horário de Brasília). Na segunda-feira (12), às 5h, participa de audiência com jornalistas no Vaticano. O novo papa, que tem cidadania americana e peruana, trabalhou por mais de 20 anos no Peru e era próximo de Francisco, sendo nomeado por ele como prefeito do Dicastério para os Bispos — um dos cargos mais estratégicos da Igreja. Sua experiência nas chamadas “periferias” pode ser uma das chaves de sua liderança.

Governo adia pela 3ª vez novas regras para EAD e mantém proibição de novos cursos

Instituições privadas seguem impedidas de abrir graduações a distância enquanto marco regulatório não é publicado; expectativa é que texto saia até junho

 Proibição para criação de novos cursos e vagas de graduação a distância segue em vigor até 9 de junho. Pela terceira vez, o Ministério da Educação (MEC) prorrogou os prazos à espera da regulamentação do novo marco regulatório para a educação superior na modalidade EAD. A decisão foi publicada na última sexta-feira (9) no Diário Oficial da União.

O texto já está pronto, mas aguarda aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em viagem oficial fora do país. Segundo fontes, a Casa Civil faz os últimos ajustes e a publicação deve ocorrer nas próximas duas semanas. Com o adiamento, cresce a incerteza em um setor que representa mais da metade das matrículas no ensino superior privado do Brasil. Só em 2023, sete a cada dez estudantes iniciaram cursos a distância — muitos em áreas sem fiscaliza-

ção ou estrutura adequada. SETOR COBRA REGRAS, MAS TEME IMPACTO ECONÔMICO

A demora tem gerado forte reação de instituições privadas, especialmente as menores, que afirmam estar sofrendo financeiramente com a impossibilidade de lançar novas graduações. “Existe um impacto muito forte, econômico, sobre as pequenas empresas”, afirmou Beth Guedes, vice-presidente da Anup (Associação Nacional das Universidades Particulares), durante o Congresso Internacional de EAD, realizado nesta semana em Curitiba.

REGULAÇÃO MAIS RÍGIDA

PODE FECHAR METADE DOS POLOS EXISTENTES O novo marco deve estabelecer padrões mínimos para o funcionamento dos polos de apoio presencial, hoje espa-

lhados em cerca de 50 mil localidades — muitos deles sem avaliação do MEC. Segundo Daniel Ximenes, diretor de regulação da pasta, boa parte desses espaços deverá ser descredenciada por não atender às exigências que serão impostas. A proposta também veta cursos 100% online nas áreas da Saúde (como Medicina, Enfermagem, Fisioterapia e Farmácia), nas Engenharias e em Licenciaturas. O MEC avalia que essas formações exigem contato presencial regular e infraestrutura adequada. Menos de 1% dos cursos EAD avaliados no último ciclo do CPC (Conceito Preliminar de Cursos) obtiveram nota máxima. Das 692 graduações a distância analisadas, apenas seis atingiram conceito 5. Já entre os cursos presenciais, esse desempenho foi registrado em 5,3% das ofertas. Enquanto isso, ferramentas de fiscalização e avaliação mais eficazes seguem paradas. O Inep, órgão responsável pelas métricas de qualidade, espera a publicação do novo marco para implementar mudanças como visitas in loco aos polos EAD, o que nunca foi feito de forma sistemática.

Foto: Divulgação
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Ministro Camilo Santana aguarda decisão do presidente Lula para publicar novas regras do EAD

Eduardo Riedel vira único governador do PSDB após saída de Eduardo Leite

Com debandada de lideranças, sigla tucana encolhe e mantém apenas o governo de MS; Riedel nega intenção de mudar de legenda

 Único nome do PSDB à frente de um governo estadual, Eduardo Riedel viu-se isolado na sigla após a saída oficial de Eduardo Leite (RS) na última quinta-feira (8). O movimento confirma o esvaziamento do

partido, que já havia perdido, em março, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, para o PSD.

Discreto e com perfil moderado, Riedel tem despertado o interesse de outras legendas,

Márcio Martins Filho é nomeado por Lula como juiz titular do TRE de MS

Advogado de Campo Grande assume posto no Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul após nomeação assinada por Lula

 Nomeação do advogado

Márcio de Ávila Martins Filho como juiz titular do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE/MS) foi publicada na última quarta-feira (7) no Diário Oficial da União. A escolha foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com base em lista tríplice apresentada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Martins Filho, natural de Campo Grande, já atuava como juiz substituto na Corte desde julho de 2023. Com a nova nomeação, ele passa a ocupar uma das vagas destinadas à classe dos advogados. Também concorreram à vaga José Maciel Sousa Chaves e Silmara Amarilla.

EXPERIÊNCIA NO DIREITO

ELEITORAL E TRAJETÓRIA NA

OAB

Graduado há 16 anos e com

especializações em Direito Pú-

blico e Direito Eleitoral pela PUC Minas, Martins Filho é conhecido por atuar em causas nas áreas eleitoral e empresarial. Também já integrou o Conselho da OAB de Mato Grosso do Sul. Na estrutura da Justiça Eleitoral, os juízes titulares são responsáveis por presidir zonas eleitorais e julgar questões eleitorais em primeira instância. Entre suas atribuições estão a nomeação de mesários, aprovação de registros de candidatura, julgamento de crimes eleitorais e organização das seções de votação. Como a Justiça Eleitoral não possui um corpo próprio de magistrados, essas funções são exercidas por juízes estaduais e, no caso de algumas vagas nos Tribunais Regionais, por advogados indicados pela OAB e nomeados pela Presidência da República.

como PSD e PL, mas até o momento nega qualquer intenção de deixar o partido. “Ninguém falou que eu vou sair do PSDB. Eu não estou preocupado em sair, porque eu não vou sair do partido”, afirmou em evento na UFMS no fim de abril. No comunicado em que anunciou a desfiliação após 24 anos, Leite afirmou que a decisão foi motivada pelas “circunstâncias do cenário político e eleitoral”. Agradeceu

à legenda e disse que continuará defendendo os valores que aprendeu nela, como democracia, responsabilidade fiscal e justiça social. O ex-tucano se filiou ao PSD na última sextafeira (9) e já é dado como certo na disputa pela presidência da República em 2026.

ISOLAMENTO TUCANO

PREOCUPA LIDERANÇAS

Com Riedel agora como único governador do PSDB, a

sigla passa a depender fortemente de sua permanência para manter relevância institucional. Mato Grosso do Sul ainda é considerado um verdadeiro ‘ninho de tucanos’, com 44 prefeitos e cerca de 260 vereadores filiados. Mesmo assim, lideranças locais admitem que o momento exige cautela. “Não há pressa. Seguimos dialogando”, disse Reinaldo Azambuja, ex-governador e presidente estadual da legenda.

Nos bastidores, o vice-governador José Carlos Barbosa (PSD), conhecido como Barbosinha, declarou torcida por uma possível migração de Riedel. “Ficaria muito feliz”, afirmou. Apesar da pressão, Riedel mantém discurso de lealdade à legenda e aguarda movimentações futuras do PSDB, que discute até mesmo uma fusão com o Podemos. A próxima janela legal para mudança de partido só se abre em abril de 2026.

Câmara

Mesmo com crescimento populacional, Estado não foi contemplado na redistribuição de cadeiras e seguirá com oito representantes na Câmara

 Resistência da bancada de Mato Grosso do Sul marcou a votação do projeto que amplia o número de cadeiras na Câmara dos Deputados de 513 para 531. Apesar da aprovação em plenário na última terça-feira (6), os deputados sul-matogrossenses foram unânimes ao rejeitar a proposta. O motivo: o Estado, mesmo com aumento populacional, não foi beneficiado na nova distribuição. O projeto aprovado altera a composição da Câmara a partir da legislatura de 2027, em resposta à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a atualização da representação parlamentar com base no Censo de 2022. No entanto, a proposta mantém inalterado o número de deputados dos sete estados que perderiam cadeiras na redistribuição.

PARLAMENTARES CRITICAM

IMPACTO FISCAL E FALTA DE JUSTIÇA FEDERATIVA

Deputados de MS alegam

que o aumento das vagas representa gasto público adicional sem resolver distorções históricas entre as bancadas estaduais. “Mesmo crescendo mais que cinco estados que ganharam novas cadeiras, Mato Grosso do Sul continua com os mesmos oito deputados”, reclamam.

Segundo os parlamentares, a manutenção da bancada atual fere o princípio da proporcionalidade populacional e reforça desigualdades na representação federativa. A Constituição estabelece um mínimo de 8 e máximo de 70 deputados por estado.

O substitutivo aprovado, de autoria do relator Damião Feliciano (União-PB), segue agora para o Senado. A proposta original era da deputada Dani Cunha (União-RJ). Em vez de aplicar a fórmula matemática prevista na Lei Complementar 78/93, revogada no texto, Feliciano optou por uma solução política: evitar perdas

para estados que, de acordo com o Censo, teriam cadeiras reduzidas.

“Estamos falando de um acréscimo modesto de 3,5% no total de cadeiras, enquanto a população cresceu mais de 40% em quatro décadas”, argumentou o relator. Ele também destacou que reduzir o número de deputados em estados do Nordeste significaria diminuir recursos federais destinados à região via emendas parlamentares.

STF DEU PRAZO AO CONGRESSO PARA CORRIGIR DISTORÇÃO

A pressão para rever a distribuição das cadeiras veio após o STF acatar ação do governo do Pará, que denunciava omissão do Legislativo em atualizar a composição da Câmara conforme os dados populacionais. A decisão deu ao Congresso até 30 de junho para votar a redistribuição, sob pena de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) assumir a tarefa.

Projeto de André Salineiro quer mostrar que esse crime causa prejuízo para todos e que a punição precisa ser mais dura

 Quem rouba fios na cidade não leva só um pedaço de cabo. Leva junto a luz do hospital, a internet da escola e a segurança de uma rua inteira. E o pior: quem paga a conta é toda a população. Para tentar acabar com isso, o vereador André Salineiro (PL) apresentou um projeto de lei na Câmara de Campo Grande que aumenta de R$ 10 mil para R$ 30 mil a multa para quem for pego com fios e cabos furtados.

A proposta muda uma lei de 2020 e vale para quem comprar, guardar ou vender esses

materiais sem comprovar de onde vieram. Isso inclui fios de luz, telefone e internet. “Quando alguém rouba fiação, está atrapalhando a vida de muita gente. Isso prejudica hospitais, escolas, empresas e todos nós que usamos esses serviços no dia a dia”, explicou Salineiro.

Ele também lembrou que o custo da reposição sai do bolso de todos. “A gente paga isso na conta de luz, na escola que fica sem aula ou no posto de saúde que para de funcionar. É justo que quem faz isso sinta no bol-

disse o vereador. Além da multa mais alta,
objetivo é mostrar que a lei está do lado de quem trabalha
quer viver com segurança. A proposta ainda será analisada pelas comissões da Câmara
Foto: Divulgação
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Bancada de Mato Grosso do Sul votou unida contra projeto que amplia número de deputados na Câmara.
O vereador André Salineiro (PL) durante sessão na Câmara Municipal de Campo Grande; parlamentar propôs aumento de multa para furto de fios.
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Nomeação de Márcio Martins Filho para o TRE-MS foi publicada no Diário Oficial da União com assinatura do presidente Lula.

Rota da Celulose terá economia e infraestrutura viária impulsionadas em Mato Grosso do Sul

Investimentos bilionários em rodovias federais e estaduais devem facilitar escoamento da produção e impulsionar o comércio em cidades estratégicas

 Com o Leilão da Rota da Celulose, realizado na última quinta-feira (8), rodovias de MS irão receber bilhões de reais em melhorias em Mato Grosso do Sul, criando um novo eixo logístico para atender à expansão da indústria da celulose no Estado.

O pacote de concessões abrange vias estratégicas para o escoamento da produção industrial e promete reconfigurar o cenário econômico de municípios como Ribas do Rio Pardo, Três Lagoas, Inocência,

Santa Rita do Pardo e Bataguassu.

Empresários, produtores e trabalhadores que dependem diariamente das estradas já sentem os impactos da movimentação crescente e aguardam melhorias com otimismo.

A BR-262, que liga Campo Grande a Três Lagoas, é uma das mais sobrecarregadas desde a instalação da fábrica da Suzano em Ribas, um investimento de R$ 22 bilhões que gerou mais de 10 mil empregos no auge da obra.

Caminhoneiros,

urgência das obras

Trechos da BR-262, MS040, MS-377, MS-112, MS338, MS-395 e BR-267 passam a fazer parte do corredor logístico da celulose. Em Santa Rita do Pardo, comerciantes como Maria Isabel Godoy, dona de um hotel, já vislumbram aumento na movimentação de clientes. “Rodovia mais segura atrai mais gente e ajuda o comércio”, afirma. Situação semelhante é vista em Bataguassu, onde outra fábrica do setor está em construção. Com R$ 16 bilhões de investimento, a planta da Bracell deve produzir celulose solúvel — matéria-prima para tecidos como viscose e lyocell. Para Sabrina Almagro, empresária local, a chegada da concessão é bem-vinda: “Vai melhorar nossa rodovia e o movimento das vendas.”

mento regional, com impactos diretos na economia local e estadual. Para empresários como Rodrigo Sthefanello, de Ribas do Rio Pardo, o investimento em infraestrutura é mais do que necessário: “Vai valorizar os negócios e dar mais qualidade para quem vive e trabalha aqui.” Os concorrentes BTG Pac-

Rota da Celulose conecta não só fábricas, mas também comunidades que vivem do comércio, transporte e serviços. O leilão viabiliza melhorias que prometem impulsionar o desenvolvi-

Leilão da Rota aconteceu na última
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Ricos em Mato Grosso do Sul recebem até 20 vezes mais que os mais pobres, mostra IBGE

Desigualdade de renda no Estado é acentuada entre classes sociais, gênero, cor e nível de escolaridade, segundo dados da Pnad Contínua de 2024

 Rendimento médio per capita em Mato Grosso do Sul foi de R$ 2.105 em 2023, conforme revelou a nova edição da Pnad Contínua, divulgada pelo

IBGE. Os dados mostram disparidades acentuadas: enquanto os 10% mais ricos recebem, em média, R$ 12.738 por mês, os 10% mais pobres sobrevivem

Cesta básica em Campo Grande chega a R$ 805 e consome mais da metade do salário mínimo

Levantamento do Dieese mostra aumento de quase 10% em 12 meses; batata, tomate e café lideram altas nos preços

 Cesta básica vendida em Campo Grande atingiu o valor de R$ 805,08 no mês de abril, segundo levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Com alta de 2,09% em relação a março, o acumulado do ano já soma 4,51%, e nos últimos 12 meses, o aumento chegou a 9,87%.

Para comprar os itens essenciais, o trabalhador que recebe salário mínimo precisou dedicar 116 horas e 41 minutos do mês — o equivalente a 57,34% do rendimento líquido. A carga é maior do que a registrada em março, com acréscimo de 2 horas e 24 minutos de jornada.

ALIMENTOS BÁSICOS LIDERAM OS AUMENTOS

Batata (21,07%) e tomate (15,63%) foram os vilões do mês, seguidos pelo café, que acumulou sua quarta alta consecutiva, com 12,52%. Em um ano, o grão já subiu 102,44%.

O açúcar também aumentou 2,74% no mês e 6,17% no acumulado de 12 meses. Outros alimentos essenciais como feijão (3,01%), farinha de trigo (2,28%) e leite (0,86%) também encareceram. Pão francês (0,41%) e manteiga (0,10%) tiveram variações mais discretas.

ALGUNS ITENS REGISTRARAM QUEDA, MAS CUSTO SEGUE ALTO Entre os poucos produtos que tiveram redução estão arroz agulhinha (-5,81%), banana (-3,91%), carne bovina (-0,52%) e óleo de soja (-2,17%). Ainda assim, o consumidor segue pagando caro: R$ 43,95 no quilo da carne e R$ 7,13 pelo litro do óleo. Mesmo com variações pontuais de queda, o valor médio geral da cesta segue alto para os padrões de renda da maioria da população, pressionando especialmente as famílias de baixa renda.

com R$ 644 — uma diferença de quase 20 vezes. No topo da pirâmide, o 1% mais rico da população do Estado chega a receber R$ 26.480 por mês. Já o rendimento médio per capita desse grupo alcança R$ 16.986, contra R$ 356 dos 10% mais pobres.

DESIGUALDADE TAMBÉM É

RACIAL E EDUCACIONAL

A renda média dos morado-

res brancos é 1,5 vez maior que a dos pardos: R$ 4.169 contra R$ 2.788. Pessoas pretas registraram rendimento de R$ 3.088, terceiro maior entre os Estados, atrás apenas do Distrito Federal e Paraná. No recorte por escolaridade, quem tem ensino superior completo recebe em média R$ 6.167, mais que o triplo da renda das pessoas sem instrução formal (R$ 1.782). Entre os Estados, MS aparece na 8ª posição

Almoço será

neste critério. Homens continuam ganhando mais que mulheres - Homens em Mato Grosso do Sul recebem, em média, R$ 3.719 por mês, contra R$ 2.973 das mulheres — diferença de 25%. Apesar disso, o Estado aparece entre os dez com maior renda média feminina, atrás de Distrito Federal e São Paulo. Pessoas com 60 anos ou mais possuem o maior rendimento

médio entre os grupos de idade, com R$ 3.941. Nesse recorte, MS figura na 7ª colocação no ranking nacional. Somando todos os rendimentos per capita da população sul-mato-grossense, o volume alcança R$ 6 bilhões mensais. A concentração de renda, no entanto, segue elevada, com uma parcela muito pequena da população concentrando uma fatia significativa desse total.

principal forma de comemorar ‘Domingo Especial das Mães’ no Estado

Gasto médio com presentes e celebrações chega a R$ 438 por pessoa; refeição caseira lidera preferência

 Refeições em família serão a principal forma de comemoração do Dia das Mães em Mato Grosso do Sul neste ano, com 57% dos consumidores planejando reunir parentes em casa para celebrar a data. O comportamento afetivo dos sul -mato-grossenses deve injetar R$ 448,3 milhões na economia estadual, segundo levantamento do Sebrae/MS e do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS).

Apesar de representar uma leve queda de 5% em relação ao ano anterior, a cifra reforça o peso da data no calendário do varejo — atrás apenas do Natal. O gasto médio por pessoa será de R$ 217 com presentes e R$ 221 com as comemorações, totalizando R$ 438.

INTENÇÃO DE COMPRA

CRESCE, MESMO COM CONSUMO MAIS CAUTELOSO

Mais de 75% dos entrevistados afirmaram que irão comprar algum presente neste ano, alta em relação aos 71% registrados em 2024. Calçados lideram a lista de itens mais

procurados (24%), seguidos por bolsas e acessórios (23%) e perfumes e cosméticos (23%).

A qualidade do produto segue como o fator decisivo para a escolha, segundo 77% dos consumidores.

A maior parte das compras ainda deve ocorrer em lojas físicas (66%), com destaque para o comércio central, que atrai 80% dos compradores presenciais. Os shoppings representam 13% da preferência. Já o comércio eletrônico aparece com 30% de intenção, indicando crescimento contínuo na busca por conveniência.

PREÇO E FORMAS DE

PAGAMENTO INFLUENCIAM DECISÕES

Descontos para pagamentos à vista são o principal atrativo, citado por 74% dos entrevistados. Parcelamentos no cartão de crédito aparecem como opção para 30% dos consumidores. A sensibilidade ao preço reforça a necessidade de estratégias promocionais assertivas no varejo local.

Segundo o Sebrae/MS, empresários devem se preparar com atenção às preferências de consumo e às formas de pagamento que mais atraem os clientes. “A data representa uma grande oportunidade para o comércio, que deve estar atento à experiência de compra e à personalização dos produtos e serviços”, afirma o analista técnico Paulo Maciel. Além dos presentes, as comemorações em si movimentam a economia: 68% dos entrevistados pretendem celebrar o Dia das Mães. Além do almoço em família, passeios foram mencionados por 18% dos participantes. Essa mobilização favorece segmentos como alimentação, bares, restaurantes e serviços de lazer. A pesquisa foi realizada entre 1º e 8 de abril, com consumidores das cidades de Campo Grande, Dourados, Três Lagoas, Ponta Porã, Bonito, Corumbá, Ladário e Coxim.

Rodada da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande

já tem data para acontecer

Encontro ajuda empresários de Campo Grande a fazer parcerias, divulgar seus produtos e crescer no mercado

 No dia 22 de maio, às 18h30, a Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG) realizará mais uma edição da Rodada de Negócios, evento que visa fomentar parcerias comerciais e fortalecer o ambiente empresarial local. O encontro acontecerá na sede da entidade, localizada na Rua 15 de Novembro, 390, em frente à Praça Ary Coelho. Durante a rodada, os participantes terão encontros rápidos e direcionados com outros empreendedores presentes, criando um espaço

EXPERIÊNCIAS

Participante de duas edições da Rodada de Negócios, Rogério Botelho, empresário da Primeiro Plano Consultoria, avalia

estratégico para troca de experiências, apresentação de produtos e serviços e geração de novas oportunidades comerciais. Durante o encontro, os participantes podem se beneficiar de diversas formas, como, por exemplo, explorar e conquistar novos fornecedores, compradores e parceiros, além de, também, criar conexões com outros empresários e compartilhar conhecimento, vivências e diferentes práticas no ambiente empresarial. É uma oportunidade para expandir o networking, estabelecer colaborações, construir parcerias e impulsionar o crescimento da empresa. “Esse tipo de evento é uma ferramenta prática para que empresários aumentem sua visibilidade, identifiquem potenciais parceiros e ampliem seu alcance no mercado local”, destaca a gestora da Escola de Negócios da ACICG, Dianyffer Alcântara. As inscrições estão abertas e limitadas. Interessados podem se inscrever e obter mais informações pelo telefone (67) 9 9931-0993.

positivamente o evento. “Foi um momento ímpar e muito oportuno. A gente faz contatos e tem possibilidades de fechar negócios. É uma experiência enriquecedora porque a gente sai daquele conhecimento de olhar as pessoas só por rede social e tem um contato cara a cara, se aproximando e enriquecendo todo o relacionamento”, disse. Fundador da KM Transportes, Otávio Luiz Rodrigues também destacou que a Rodada de Negócios da ACICG ofereceu uma excelente oportunidade para expandir redes de contato e aumentar a visibilidade da empresa no mercado. . “Vou indicar para todos os amigos empresários que não vieram, pois que vale muito a pena”, declarou.

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Comércio de Mato Grosso do Sul deve registrar movimento de R$ 448 milhões no Dia das Mães, puxado por compras de presentes e almoços em família.
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Custo da cesta básica em Campo Grande subiu em abril e compromete mais da metade do salário mínimo.

Professores da Rede Municipal terão reajuste e reforço no quadro efetivo a partir deste mês

Medidas começam a valer em maio e fortalecem quadro efetivo da Reme, que agora terá mais de 70% dos docentes concursados

 Educação pública de Campo Grande terá, a partir de deste mês, reforço de 273 novos professores concursados e reajuste salarial de 6,27% no piso da ca-

tegoria. As medidas foram anunciadas na última quarta-feira (7) pela prefeita Adriane Lopes, em reunião no Paço Municipal com representantes do Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP) e da Secretaria Municipal de Educação (Semed). Com a nova convocação, que atende remanescentes do concurso público realizado em 2024, o total de professores efetivos na Rede Municipal de Ensino (Reme) chega a 1.083, consolidando mais de 70% do quadro como concursado.

Quem é Carla Stephanini? Conheça a nova coordenadora da Casa da Mulher Brasileira em MS

Com muita experiência na área, ela vai cuidar do trabalho de apoio às mulheres vítimas de violência em Campo Grande

 O Governo de Mato Grosso do Sul nomeou na última sexta-feira (9) a advogada Carla Stephanini como nova coordenadora da Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande. A decisão foi publicada no Diário Oficial e faz parte de um novo acordo entre o Estado e a Prefeitura, criado para melhorar o atendimento às mulheres em situação de violência.

Carla assume o cargo com o objetivo de fazer a ligação entre os serviços do Estado e do município, ajudando a fortalecer a rede de apoio e os atendimentos feitos na Casa.

EXPERIÊNCIA DE SOBRA

Carla Stephanini já trabalhou por muitos anos com políticas públicas para as mulheres, tanto no governo do Estado quanto na Prefeitura de Campo Grande. Ela é advogada e pós-graduada em Gênero e Relações Públicas.

Veja alguns dos cargos que ela já ocupou:

• Subsecretária da Mulher no Estado (2011 a 2012)

• Subsecretária de Políticas para Mulheres na Prefeitura (2017 a 2024)

• Coordenadora de políticas para mulheres no Estado e no Município (2005 a 2010)

• Vereadora de Campo Grande (2013 a 2016)

• Deputada federal por MS (2019)

Ela também participou de fóruns e conselhos que defendem os direitos das mulheres.

O QUE ELA QUER FAZER

Em sua nova função, Carla disse que vai trabalhar para que o atendimento na Casa da Mulher Brasileira seja mais rápido, acolhedor e bem feito. Uma das metas é usar mais tecnologia para melhorar os serviços e garantir que as vítimas de violência recebam o cuidado necessário.

“Vamos melhorar o que for preciso dentro da Casa. Nosso foco é fazer um atendimento mais humano e com mais diálogo entre os serviços”, afirmou. Ela também deve acompanhar de perto o funcionamento dos serviços oferecidos na Casa, além de organizar ações entre diferentes áreas, como saúde, segurança e assistência social.

POR QUE ESSA MUDANÇA FOI FEITA? O novo modelo de coordenação surgiu depois da morte da jornalista Vanessa Ricarte, em fevereiro deste ano. Ela foi vítima de feminicídio depois de procurar ajuda e não receber o suporte adequado. O caso chamou a atenção de toda a sociedade e mostrou a necessidade de mudanças no atendimento às mulheres.

REFORÇO NA VALORIZAÇÃO E ESTRUTURA DAS ESCOLAS

Além do reajuste salarial e da convocação, a Prefeitura destaca avanços estruturais nas escolas municipais, como a climatização das salas de aula. Até o momento, 12 unidades já receberam ar-condicionado, e a meta é ampliar a instalação nos próximos meses. “É uma conquista construída com responsabilidade, diálogo e foco na qualidade do ensino”, disse Adriane Lopes. O presidente da ACP, Gilvano Bronzoni, destacou a importância da abertura ao diálogo com a administração. “Nem tudo é possível de imediato, mas estamos alcançando conquistas concretas. Nunca se teve tanto canal aberto como agora”, afirmou.

O secretário municipal de Educação, Lucas Bittencourt, reforçou que as novas convocações vão atender as demandas reais da rede e ampliar a estabilidade do corpo docente. “Trabalhar com efetivos fortalece a qualidade do ensino”, pontuou. Os novos professores serão alocados conforme as necessidades identificadas em escolas da Capital.

Capital alcança 4º lugar entre as mais desenvolvidas do País, segundo Firjan

Com nota considerada de alto desenvolvimento, cidade se destaca em áreas como emprego, saúde e educação, superando a maioria das capitais brasileiras

 Campo Grande figura entre as dez capitais brasileiras com os melhores indicadores de desenvolvimento municipal, de acordo com o novo levantamento do IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal), divulgado na última quinta-feira (8). Com pontuação de 0,8101 — em uma escala que vai de 0 a 1 —, a cidade garantiu a 4ª posição nacional, atrás apenas de Curitiba, São Paulo e Vitória. O índice da Firjan avalia o desempenho dos municípios com base em dados oficiais nas áreas de emprego e renda, educação e saúde. A pontuação alcançada pela capital sul-matogrossense é classificada como de “desenvolvimento alto”, o melhor patamar da metodologia.

CAMPO GRANDE ESTÁ ENTRE AS EXCEÇÕES EM CENÁRIO NACIONAL DESIGUAL

Entre as mais de 5 mil cidades brasileiras analisadas, apenas 4,6% alcançaram nota igual ou superior a 0,8, como Campo Grande. A maioria dos municípios (48,1%) foi classificada com desenvolvimento moderado, enquanto 47,3% estão em situação considerada crítica ou de baixo desenvolvimento. Regiões Norte e Nordeste concentram os piores desempenhos. Municípios como Ipixuna (AM), Jenipapo dos Vieiras (MA) e Uiramutã (RR) aparecem no fim da lista, com índices abaixo de 0,2 — reflexo de dificuldades estruturais históricas e desigualdades regionais.

Produzido pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), o índice utiliza dados públicos dos ministérios da Educação, Saúde, Economia e do IBGE. As notas são divididas

Campo Grande registra quase 7 mil infrações de trânsito em dez dias, com média de 28 por hora

Maioria das autuações é por excesso de velocidade; reincidência em veículos chama atenção das autoridades

 Fiscalização de trânsito em Campo Grande flagrou 6.643 infrações entre os dias 11 e 20 de abril, uma média de quase 28 autuações por hora. Os dados constam no Diário

Oficial de Campo Grande da última quarta-feira (8) e mostram o alto volume de irregularidades cometidas por motoristas em curto espaço de tempo. Excesso de velocidade lidera o ranking de infrações, com 2.610 registros — 39% do total. Em seguida, aparecem veículos com documentação irregular (1.807), desobediência a ordens de agentes de trânsito (1.135) e uso de documentos adulterados (1.026). O uso do

celular ao volante também foi

flagrado: 187 motoristas foram autuados por essa prática. VEÍCULOS REINCIDENTES CONCENTRAM PARTE SIGNIFICATIVA DAS NOTIFICAÇÕES

Entre os casos mais graves está o de uma motocicleta Titan que somou 22 autuações no período. Outro carro foi notificado 19 vezes, e há registros com 11 ocorrências em apenas dez dias. No total, 1.325 placas aparecem mais de uma vez na lista de autuações, demonstrando recorrência no desrespeito às normas. As infrações foram regis-

tradas por equipamentos eletrônicos e também por agentes da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), em ações de fiscalização direta nas ruas. As infrações divulgadas ocupam 37 páginas no Diogrande. A partir

em quatro faixas: desenvolvimento crítico (0 a 0,4), baixo (0,4 a 0,6), moderado (0,6 a 0,8) e alto (0,8 a 1).
Foto: Divulgação
Campo Grande se consolida entre as capitais brasileiras com maior índice de desenvolvimento, segundo dados da Firjan.
Carla Stephanini, nova coordenadora da Casa da Mulher Brasileira em MS, durante evento sobre políticas públicas para mulheres.

Hospital Regional deve ser concedido à iniciativa privada ainda em 2025, projeta governador Riedel

Governo estadual prevê investimento inicial de R$ 951 milhões e promete duplicar capacidade de atendimento com novo modelo de gestão

 Após o leilão da Rota da Celulose, o Governo de Mato Grosso do Sul volta as atenções para um novo passo na agenda de parcerias público-privadas: a concessão do Hospital Regional de Campo Grande. O projeto será detalhado em audiência pública virtual marcada para esta segunda-feira (13), e tem previsão de ser viabilizado ainda em 2025.

Segundo o governador Eduardo Riedel, o objetivo é ampliar e modernizar o maior hospital público do Estado. “Queremos duplicar a capacidade de atendimento por meio de uma PPP, com projeto a ser encaminhado ainda este ano à B3”, afirmou. O contrato de concessão terá validade de 30 anos e investimento inicial estimado em R$ 951,7 milhões. Modelo prevê manutenção pública do atendimento SUSA proposta mantém os serviços de saúde sob responsabilidade do Estado, incluindo médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e técnicos. A concessão será restrita a áreas operacionais e de apoio, como limpeza, lavan-

SES

deria, alimentação, segurança, portaria, jardinagem e setores administrativos.

A empresa vencedora da licitação terá receita anual garantida de R$ 158 milhões, pagos mensalmente pelo governo, o que equivale a cerca de R$ 13 milhões por mês.

O plano prevê a construção de dois novos blocos em até dois anos, com acréscimos importantes na infraestrutura: novo Centro de Imagem e Diagnóstico, centro cirúrgico, UTI, UCO com 70 leitos, além de 180 novas vagas para internações. Também está prevista, até o quarto ano de contrato, a reforma total do prédio atual, passando de 37 mil para 71 mil metros quadrados de área construída.

Com as mudanças, o número de leitos deverá saltar de 362 para 577, e o Pronto Socorro passará de 22 para 77 leitos — aumento de 250%.

O volume de internações, que hoje gira em torno de 1.400 por mês, deve subir para 2.760, segundo projeções do governo estadual.

alerta para golpe com falso anúncio de venda do remédio

Mounjaro na Capital

Publicações em redes sociais associam, de forma fraudulenta, a Casa da Saúde à comercialização do medicamento

 Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul emitiu alerta nesta semana sobre a circulação de anúncios fraudulentos envolvendo o medicamento Mounjaro. As publicações, que vêm sendo compartilhadas em redes sociais e sites, afirmam que o remédio estaria disponível para venda e retirada na Casa da Saúde Carlos Alberto Jurgielewicz, em Campo Grande. A informação é falsa. De acordo com a SES, a unidade não realiza qualquer tipo de venda, tampouco funciona como intermediária na comercialização de medicamentos. Os remédios fornecidos pela Casa da Saúde são exclusivamente entregues, de forma gratuita, a pacientes previamente cadastrados no sistema público.

MOUNJARO AINDA NÃO ESTÁ

DISPONÍVEL PARA VENDA

REGULAR NO BRASIL

Fabricado pela farmacêutica Eli Lilly, o Mounjaro tem como princípio ativo a tirzepatida, indicada principalmen-

Com altos casos de Influenza, especialistas recomendam voltar a usar máscara em lugares cheios

Saiba onde ainda é bom usar máscaras em Mato Grosso do Sul, segundo a Fiocruz

 O uso de máscara voltou a ser importante em Mato Grosso do Sul. A orientação vem da Fiocruz, uma das principais instituições de saúde do Brasil, que acompanha os casos de síndromes respiratórias graves (SRAG). Segundo o boletim InfoGripe, divulgado na quinta-feira (8), o número de internações por doenças respiratórias deve aumentar nas próximas semanas em MS. Por isso, usar máscara pode ajudar a se proteger e proteger os outros. Onde a máscara ainda é recomendada? A Fiocruz recomenda que a máscara seja usada em locais com muita gente, principalmente se forem fechados.

Veja onde ela pode ajudar:

• Ônibus e terminais de transporte

• Hospitais, postos de saúde e UPAs

• Salas fechadas, como auditórios, igrejas e salas com arcondicionado

• Creches e escolas, especialmente onde há muitas crianças juntas

• Também é bom usar máscara se você:

• Está gripado ou com tosse Mora com pessoas do grupo de risco (idosos ou doentes crônicos)

• Vai visitar alguém no hospital

Até 26 de abril, o Estado teve 2.420 internações por doenças respiratórias em 2025.

Também foram registradas 167 mortes. O alerta é para todo o Estado, mesmo que em Campo Grande os casos estejam mais estáveis.

O vírus sincicial respiratório (VSR) ainda está presente, principalmente entre crianças pequenas. Já entre os idosos, o principal problema ainda é a Covid-19, seguida da gripe (influenza A). Por isso, além de usar máscara, a Fiocruz lembra que é importante tomar a vacina da gripe e evitar aglomerações, se estiver doente.

O Governo de Mato Grosso do Sul publicou na quinta-feira, no Diário Oficial do Estado, a Resolução que institui o MS Vacina Mais – Plano Emergencial de Vacinação Influenza 2025. A iniciativa destina R$ 825 mil em recursos estaduais para que os municípios reforcem as ações de imunização contra a influenza.

A medida foi tomada diante da baixa cobertura vacinal registrada até o momento, de 22,35% entre os grupos prioritários — índice inferior à meta de 90% estabelecida pelo Ministério da Saúde.

O repasse do incentivo financeiro estadual de custeio será feito de forma única, ainda no mês de maio, direcionado aos fundos municipais de saúde. Dourados receberá R$ 25 mil. Já Três Lagoas, Corumbá e Ponta Porã receberão R$ 20 mil cada. Os demais 56 municípios do estado terão direito a R$ 10 mil cada para aplicação em ações voltadas ao aumento da vacinação.

Entre os grupos prioritários para a campanha estão crianças de seis meses a menores de seis anos, gestantes, idosos com 60 anos ou mais, profissionais da saúde, professores, indígenas, população em situação de rua, entre outros públicos vulneráveis.

“Medidas paliativas já não são mais suficientes para salvar a Santa Casa”, revela presidente do hospital

A presidente detalhou os desafios enfrentados pela instituição diante da crescente demanda por atendimentos de alta complexidade e da defasagem dos contratos com o SUS

te para tratamento de diabetes tipo 2. Recentemente, ganhou notoriedade pelo uso “off label” — fora da bula — para controle de peso, com efeitos comparáveis e, em alguns casos, superiores ao Ozempic. No Brasil, o registro foi aprovado em 2023, e a comercialização legal do medicamento deve começar apenas em junho de 2025. Segundo o Conselho Federal de Farmácia, o preço de quatro doses mensais pode chegar a R$ 3.627,82, variando conforme a farmácia. A SES orienta que qualquer anúncio de venda relacionado à Casa da Saúde seja imediatamente denunciado às autoridades. O órgão reforça que não há cobrança nem autorização para venda de medicamentos em nome da unidade. Também recomenda que as pessoas evitem clicar em links suspeitos e fiquem atentas ao surgimento de promoções enganosas envolvendo produtos de alto custo e com grande apelo popular, como os voltados ao emagrecimento.

 A Santa Casa de Campo Grande vive uma realidade de emergência contínua. Apesar de ser o maior hospital de Mato Grosso do Sul e referência em atendimentos de alta complexidade, a instituição enfrenta uma rotina de superlotação, escassez de leitos e desequilíbrio financeiro. “A Santa Casa dificilmente sairá de um estado de emergência”, afirmou a presidente da instituição, Alir Terra, em entrevista ao Giro Estadual de Notícias da última quartafeira (7). A situação, que já dura anos, se agravou com o crescimento populacional e a falta de novos hospitais na cidade. Além disso, o fechamento de unidades como o Hospital da Criança aumentou ainda mais a pressão sobre o sistema. Segundo Alir, “Campo Grande enfrenta, sim, uma carência nesse aspecto. Isso ocorre porque há muitos anos não se constrói um novo hospital na cidade, e ainda houve o fechamento de unidades importantes”, argumenta. Mesmo diante das dificuldades, a Santa Casa permanece de portas abertas, priorizando os casos mais graves. Todos os traumas e acidentes são encaminhados à unidade, que conta com plantões médicos 24h em todas as especialidades.

“Em situações de superlotação nos setores de urgência e emergência, é fundamental priorizar os pacientes em risco iminente de morte”, explicou Alir. Ela destacou que essas decisões são tomadas com responsabilidade pelas equipes médicas e visam garantir o melhor cuidado possível. A presidente da Santa Casa pontua que o problema não se restringe ao hospital, mas reflete um colapso maior do sistema público de saúde. O SUS, segundo ela, sofre com subfinanciamento crônico e contratos desatualizados. “As tabelas de valores pagos pelo SUS foram elaboradas em 2007 e aprovadas em 2008. Estamos em 2025 e essas tabelas não acompanharam a inflação — muito menos a inflação médica”, afirmou. “Medidas paliativas já não são mais suficientes. A saúde da população exige soluções estruturais. A Santa Casa, sendo um hospital privado que presta serviços ao SUS, precisa garantir o equilíbrio econômico-financeiro de seu contrato. Sem isso, torna-se insustentável manter o atendimento com qualidade e continuidade”, explica.

Mesmo com o recente aporte de R$ 25 milhões repassados pelo governo estadual por meio de emendas parlamentares, a Santa Casa ainda opera em desequilíbrio. Os recursos foram destinados ao pagamento de dívidas com fornecedores e salários médicos atrasados, não promovendo uma reestruturação efetiva. “A pergunta que permanece é: como continuar oferecendo um serviço de qualidade diante dessa realidade?”, questiona Alir. Ela observa que o hospital ainda atua com um contrato antigo, sem reajustes, enquanto os custos operacionais — como medicamentos e insumos — crescem mês a mês. Apenas os gastos com medicamentos ultrapassam, em média, R$ 3 milhões por mês. Ainda há custos elevados com órteses, próteses e equipamentos. “Mesmo com esse aporte, ainda não alcançamos o equilíbrio do contrato. Continuamos operando com defasagem”, afirma Alir.

CAMPANHA ‘JUNTOS PELA VIDA!’ BUSCA MOBILIZAR A POPULAÇÃO

Diante da situação, a Santa Casa lançou uma campanha solidária intitulada Juntos Pela Vida! com o objetivo de arrecadar fundos para concluir a reforma do pronto-socorro. Inicialmente, a obra estava sendo financiada com recursos próprios, como valores do estacionamento e convênios com universidades, mas os recursos precisaram ser realocados para compra de medicamentos durante um período crítico.

“Mesmo diante dessas dificuldades, a diretoria, por compromisso e amor à Santa Casa, decidiu colocar a vida do paciente em primeiro lugar”, declarou Alir. Ela explicou que todos os valores arrecadados são fiscalizados pelo Ministério Público da Saúde, com prestação de contas semanal.

A proposta é simples: se cada um dos 900 mil moradores de Campo Grande doar apenas R$ 2, será possível arrecadar os R$ 1,8 milhão necessários para finalizar a obra em até 90 dias. “Sabemos que o espaço atual não condiz com a dignidade que os usuários merecem — por isso, pedimos o apoio de todos”, concluiu.

O alerta é para todo o Estado, mesmo que em Campo Grande os casos estejam mais estáveis
Foto: Divulgação
A presidente da Santa Casa de Campo Grande, Alir Terra
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
Concessão do Hospital Regional será por 30 anos e deve elevar número de leitos e dobrar internações mensais.
Casa da Saúde em Campo Grande não realiza venda de medicamentos e não tem vínculo com anúncios sobre Mounjaro.

TEREZA CRISTINA

Senadora de Mato Grosso do Sul

“Lei de Reciprocidade fortalece soberania e negociação”

Senadora de MS defende nova legislação como resposta a medidas unilaterais de outros países e afirma que norma fortalece posição brasileira no comércio global

Aprovada recentemente, após mais de dois anos de debates no Congresso Nacional, a Lei nº 15.523, conhecida como Lei de Reciprocidade Comercial, oferece ao Brasil uma nova ferramenta para reagir a exigências desproporcionais de parceiros comerciais, especialmente em temas ambientais, sociais e sanitários. É o que diz a senadora Tereza Cristina (PP-MS), uma das principais articuladoras da proposta e relatora do projeto que deu origem à lei (PL 2.088/2023). Em entrevista ao Estadão, a parlamentar explica como a legislação funciona, quais adaptações foram feitas durante a tramitação e por que o texto

representa um marco na defesa da soberania nacional. Leia os principais trechos da conversa.

Senadora, por que a aprovação da Lei de Reciprocidade é tão relevante neste momento?

Tereza Cristina: Porque ela dá ao Brasil uma ferramenta inédita para reagir a exigências

ambientais, comerciais ou sociais que ultrapassam os limites da razoabilidade. Não se trata de retaliação automática, mas de uma legislação que permite diálogo, negociação e, se necessário, contramedidas proporcionais. É um instrumento acima das medidas que hoje a Câmara de Comércio Exterior (Camex) já pode adotar. Por isso, essa lei protege a soberania nacional e amplia o nosso poder de negociação no comércio internacional.

A lei foi pensada após os embates com a União Europeia em relação à legislação ambiental. Como se deu esse processo?

Tereza Cristina: Começou há cerca de dois anos, quando a União Europeia apresentou a lei Antidesmatamento, que desrespeita o nosso Código Florestal — um dos mais rigorosos do mundo. A proposta inicial precisou de ajustes, porque não podia ser dirigida a um único país ou bloco. Fizemos audiências públicas, ouvimos o setor privado e buscamos inspiração em leis semelhantes adotadas por União Europeia, Estados Unidos, China e Reino Unido.

E quais foram os principais pontos de debate durante a tramitação?

Tereza Cristina: Houve preocupação com o impacto da lei sobre setores que dependem de crédito externo, como os produtores de soja e proteína

animal. A lei não pode ser vista como uma ameaça, mas como um respaldo. Ela abre o caminho para o diálogo. Só em último caso é que se aplicam medidas mais duras, como restrições a importações ou suspensões de patentes.

Na prática, como essa legislação será aplicada?

Tereza Cristina: Vamos supor que a União Europeia imponha barreiras a produtos brasileiros com base em critérios próprios, e não na nossa

Estamos vivendo uma reconfiguração das relações comerciais e políticas globais

legislação. A lei permite que o governo brasileiro inicie negociações por meio do Itamaraty, da Camex e da Secretaria de Comércio Exterior. Se não houver acordo, o Brasil pode escalar a resposta — desde suspensões pontuais de importações até medidas mais complexas, como a propriedade intelectual.

A lógica é: se há exigência de um lado, precisa haver reciprocidade do outro.

Outros países já tinham legislações semelhantes. Por

que o Brasil demorou?

Tereza Cristina: Porque essas leis foram criadas de forma preventiva, e nunca tinham sido aplicadas. A Europa, por exemplo, está agora revendo sua própria norma. O Brasil demorou porque sempre apostou nas instâncias multilaterais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), que hoje está enfraquecida. Mas a realidade mudou e era necessário estarmos preparados.

A lei prevê instâncias de negociação antes de qualquer retaliação. Que etapas são essas?

Tereza Cristina: Primeiro, o Executivo precisa identificar a medida desproporcional adotada por outro País. Depois, inicia-se um processo de diálogo técnico e político. Se esse processo não avançar, o Brasil pode aplicar contramedidas de forma isolada ou cumulativa. O objetivo é sempre resolver o impasse pela via diplomática. A retaliação só acontece se todas as possibilidades de acordo forem esgotadas.

Qual a relação entre essa nova legislação e o enfraquecimento da OMC?

Tereza Cristina: A OMC está paralisada. Desde o primeiro mandato do presidente Donald Trump, os Estados Unidos deixaram de indicar representantes para os painéis de arbitragem. Isso impede que disputas comerciais avancem dentro do sistema multilateral. Por isso, países como o Brasil passaram a adotar legislações internas para se protegerem.

A senhora participará do evento Cenário Geopolítico e a Agricultura Tropical, que terá a geopolítica como tema central. Qual a importância desse debate?

Tereza Cristina: Estamos vivendo uma reconfiguração das relações comerciais e políticas globais. Participei recentemente de um encontro na Argentina com parlamentares da América do Sul, e o tema central foi justamente a Lei Antidesmatamento europeia. Os países estão se organizando para defender seus interesses em bloco. Discutir geopolítica agora é fundamental para entender como essas forças moldarão o futuro do agro.

O que o público pode esperar da participação da senhora no evento?

Tereza Cristina: Vai ser uma discussão de alto nível, com especialistas que acompanham de perto os movimentos do comércio internacional. Vamos debater como o Brasil e os demais países da América do Sul devem se posicionar diante dessas turbulências globais — sejam elas causadas por guerras comerciais, mudanças climáticas ou transformações nos blocos econômicos. O momento é de atenção e ação coordenada.

Em Campo Grande, araras se adaptam e fazem ninho no coração da cidade

Maratona de Campo Grande terá mudanças no percurso original e reforço na segurança

Largada mais cedo para enfrentar o calor; Mais de 400 profissionais atuarão na segurança

C

onsiderada a maior de Mato Grosso do Sul, a Maratona de Campo Grande acontecerá no dia 6 de julho com novidades no percurso e reforço na segurança. A largada da meia maratona e da maratona completa foi antecipada para as 5h da manhã. A mudança, segundo a organizadora do evento, Kassilene Cardadeiro, irá oferecer mais conforto aos corredores.

“Mesmo no inverno, a gente sofre com o clima quente. Por isso, a largada às 5h é uma forma de preservar o desempenho dos atletas e garantir uma chegada mais tranquila”, explicou Kassilene.

Além do novo horário, o percurso sofreu alterações na parte final. A ideia é manter uma rotina para a população e facilitar o planejamento dos moradores. “As mudanças foram mínimas. A gente tenta manter o padrão para que os moradores saibam com antecedência quais trechos estarão interditados”, completou o chefe da fiscalização de trânsito da Agetran, Alexandre Nascimento Pinho.

Segundo Alexandre, cerca de 300 agentes estarão atuando no controle e suporte ao trânsito, além de aproximadamente 100 policiais militares e guardas municipais. A operação teve sua primeira reunião de segurança recentemente, e já está tudo pronto para as interdições das vias a partir das 5h da manhã do domingo. “As ruas começam a ser fechadas a partir das 5h. Assim que os corredores passarem, os trechos serão liberados gradualmente”, disse Pinho. As mudanças também impactarão momentaneamente o transporte coletivo. “As linhas de ônibus serão afetadas, mas apenas por um curto período. À medida que a prova avança, os itinerários voltarão ao normal”, complementou.

A Polícia Militar (PM) também terá papel fundamental. O subdiretor da diretoria de operações da PM, Edcezar Zelinger, afirmou que o efetivo será mantido em relação à edição passada, com cerca de 20 equipes atuando. “A gente vai se esforçar pra conseguir atender esse mesmo número ou até melhorar, porque a

prova vem crescendo e isso é importante para o esporte sul-mato-grossense”, destacou.

Evento movimenta economia e atrai atletas de fora - Além de ser uma competição esportiva, a Maratona de Campo Grande é também uma engrenagem da economia local. A expectativa é atrair centenas de turistas e atletas de várias regiões do Brasil e até do exterior.

“O corredor não vem sozinho. Ele vem com a família, com amigos, e isso movimenta hotelaria, restaurantes e o comércio local”, afirmou Kassilene. O evento já está no quinto lote de inscrições, com poucas vagas restantes, e conta com provas de 5 km, 10 km, meia maratona (21 km) e maratona completa (42 km). As inscrições seguem abertas no site oficial do evento. Entre os nomes confirmados, está Nilson Lima, conhecido nacionalmente por estar completando 400 maratonas. “Tem gente do Rio de Janeiro, do Nordeste e até do Paraguai. A ideia é oferecer três dias de experiências para esses visitantes, não só a corrida”, pontuou Kassilene.

A Maratona de Campo Grande é a única do estado homologada pela Confederação Brasileira de Atletismo, o que garante seu reconheci-

A mudança, segundo a organizadora do evento, Kassilene Cardadeiro, irá oferecer mais conforto aos corredores Kassilene.

mento em rankings oficiais, incluindo o programa Bolsa Atleta. “É a primeira prova com selo oficial aqui. Isso significa que ela é válida para ranqueamento nacional e fundamental para atletas que buscam apoio institucional”, explicou a organizadora.

A certificação também eleva o nível técnico da competição. “A prova tem uma certificação internacional. Trabalhamos o ano inteiro para oferecer a melhor experiência possível”, reforçou

A segurança dos corredores, no entanto, continua sendo prioridade. Após incidentes em outras provas pelo País, como o caso da corredora Danielle Oliveira, que morreu atropelada em fevereiro deste ano na MS-010, os órgãos envolvidos estão redobrando os cuidados. “A comunicação entre os órgãos e com os participantes é essencial. Vamos evitar que qualquer veículo acesse áreas proibidas durante o evento”,

afirmou Zelinger. A Polícia Militar atuará em conjunto com a Guarda Municipal, Agetran e Detran. Zelinger destacou que desrespeitar os bloqueios pode configurar infração de trânsito e até crime, dependendo da situação. “Quando um motorista ultrapassa uma barreira, ele está cometendo uma infração e pode responder criminalmente, dependendo das consequências”, completou. Confira o percurso completo dos 42 km.

Em Campo Grande, araras se adaptam e fazem ninho no coração da cidade

Em Campo Grande, as araras fazem dos troncos mortos seus ninhos e mostram como a vida se adapta mesmo em meio ao concreto

No meio dos carros, dos fios de energia e das ruas quentes de Campo Grande, um som chama a atenção de quem passa: o grito das araras-canindés. Elas aparecem aos pares, em grupos, planando sobre os bairros, colorindo o céu com suas penas azul e amarela. O cenário é urbano, mas elas escolheram ficar. E mais: escolheram se reproduzir ali mesmo.

Na Avenida Fadel Yunes, por exemplo, elas já têm até apelido local: avenida das araras. O motivo está nos troncos secos de coqueiros, muitos já sem vida, que foram ocupados pelas aves como ninhos naturais. E não é só lá. Até mesmo na Avenida Afonso Pena, uma das mais movimentadas da cidade, é possível ver palmeiras mortas servindo de abrigo para essas aves. São lugares em que a natureza encontrou uma forma de continuar resistindo.

Segundo o Instituto Arara Azul, que monitora o comportamento dessas aves em

Campo Grande, mais de 100 ninhos ativos estão espalhados pela cidade. As araras usam as cavidades de palmeiras mortas para proteger seus ovos e cuidar dos filhotes. Para elas, troncos secos são abrigo — e a cidade, um novo território. Durante a primavera, período de reprodução, as araras procuram lugares seguros, altos e protegidos. E é nesses troncos que elas encontram o espaço ideal. Mas o clima tem se tornado um desafio. Segundo a presidente do Instituto Arara Azul, Neiva Guedes, o calor extremo, a seca e a falta de chuvas afetam principalmente os filhotes. Ela explica que os filhotes têm apresentado ressecamento na pele, dificuldade de hidratação e risco de infecções. Em casos graves, o problema pode afetar a circulação nos dedos e levar até à perda de parte das patas. “Isso pode impedir a circulação sanguínea nas pontas dos dedos, causando perda dos dedos”, afirma a pesquisadora.

Segundo o Instituto, a presença dessas aves na cidade é um retorno ao que já foi delas. Antes da urbanização, as araras habitavam naturalmente a região. Foram expulsas com o desmatamento e o avanço urbano, mas agora, com a oferta de frutos e locais para ninho, elas estão voltando.

Frutas como o cumbaru, típicas do Cerrado, ainda são abundantes em Campo Grande. Isso atrai e sustenta a presença das aves. Além disso, a cidade oferece cavidades em palmeiras secas, que facilitam o período de reprodução.

Como os moradores podem ajudar Diante dos efeitos do clima seco, o Instituto Arara Azul recomenda ações simples que podem ajudar as aves a sobreviver nos dias mais quentes, como colocar recipientes com água limpa em locais seguros. A orientação é trocar a água todos os dias para evitar o mosquito da dengue.

A convivência entre pessoas e araras mostra que, mesmo dentro da cidade, é possível existir equilíbrio. O que antes era paisagem exclusiva do Cerrado agora faz parte do cotidiano de quem mora em Campo Grande — e transforma postes, palmeiras e troncos secos em símbolos de resistência.

NEGÓCIOS NOVIDADE

Quer fazer mais negócios?

Rodada da ACICG acontece no próximo dia 22 de maio

REPRODUÇÃO

da ACICG, que promove conexões entre empreendedores da Capital.

Encontro ajuda empresários de Campo Grande a fazer parcerias, divulgar seus produtos e crescer no mercado

„ No dia 22 de maio , às 18h30 , a Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG) vai realizar mais uma Rodada de Negócios . O evento será na sede da entidade, que fica na Rua 15 de Novembro, 390 , em frente à Praça Ary Coelho, no Centro da cidade. A ideia é juntar empreendedores de diferentes áreas para que eles possam trocar contatos, apresentar seus produtos e fechar novas parcerias . Tudo acontece de forma rápida e organizada, com conversas curtas entre os participantes. Boa chance de crescer - Segundo a gestora da Escola de Negócios da ACICG, Dianyffer Alcântara , o evento ajuda os empresários a se tornarem mais conhecidos, acharem novos clientes e fornecedores . “É uma forma prática de aumentar a visibilidade e fazer bons contatos no mercado local”, explica.

Quem participa pode conhecer outros empresários, trocar ideias e até fechar negócios . É uma boa oportunidade para fortalecer a rede de contatos (o famoso networking) e fazer a empresa crescer. As inscrições são limitadas e podem ser feitas pelo telefone (67) 9 9931-0993 . Quem já participou recomenda

O empresário Rogério Botelho , da Primeiro Plano Consultoria , já participou duas vezes e aprovou. "Foi muito bom. A gente sai do contato só pelas redes sociais e conversa cara a cara. Fiz bons contatos e boas chances reais de fechar negócios", contornou.

Já Otávio Luiz Rodrigues , da KM Transportes , também gostou da experiência. "Vale muito a pena. Vou indicar para todos os amigos empresários", disse.

RODADA DE NEGÓCIOS DA ACICG

Dia 22 de maio (quarta-feira), às 18h30

Rua 15 de Novembro, 390 – em frente à Praça Ary Coelho Informações e inscrições: (67) 9 9931-0993

Capital já tem o famoso shake roxo que viralizou no TikTok

Milkshake roxo do McDonald’s ficou famoso por piadas de terror nas redes sociais e agora faz sucesso também nos restaurantes de Campo Grande

Ele é roxo, doce, gelado e virou o meme mais estranho do TikTok. O Grimace Shake, lançado pelo McDonald’s para homenagear o personagem Grimace, chegou ao Brasil e já está em pré-venda no app do Méqui até 12 de maio. A partir do dia 13, ele estará disponível em todas as unidades da rede, inclusive em Campo Grande.

O que era só mais um sabor novo de milkshake virou piada de terror nas redes sociais. Usuários começaram a postar vídeos dizendo "Feliz aniversário, Grimace", tomavam o milkshake e depois apareciam "desmaiados" ou "mortos",

com manchas roxas por toda parte. A brincadeira viralizou e virou um dos memes mais comentados entre jovens nas redes sociais.

De onde veio essa história?

O Grimace é um personagem roxo e simpático do McDonald’s, criado nos anos 70. A marca resolveu trazer ele de volta em 2023 nos Estados Unidos, e o lançamento do shake com sabor de frutas roxas virou uma campanha especial de aniversário. Só que no TikTok, o público deu outro rumo. O criador @ thefrazmaz postou um vídeo tomando o shake e depois fingiu estar morto, cercado

por manchas roxas. O vídeo explodiu e abriu caminho para milhares de outros parecidos, misturando humor e cenas de “terror exagerado”. O meme que virou moda - Os vídeos começaram simples, mas logo viraram quase curtas-metragens, com efeitos, trilhas sonoras e até histórias de “possessão pelo Grimace”. O personagem, que era apenas fofo, passou a ser chamado de “Griminal”, em referência às “cenas de crime” com milkshake espalhado como se fosse sangue. Tudo isso reflete um tipo de humor comum entre os mais jovens: pegar algo bonitinho e transformar em algo estranho ou assustador. É o mesmo estilo de piada de jogos como Five Nights at Freddy’s ou memes envolvendo personagens infan-

tis em situações de terror. como o McDonald’s reagiu? A rede não criou o meme, mas acabou entrando na onda. As contas oficiais publicaram imagens do Grimace com cara de confuso, reagindo aos vídeos. A empresa entendeu que, mesmo fora do controle, a viralização era publicidade espontânea, com alcance enorme entre o público jovem. Já chegou em Campo Grande? Sim! O Grimace Shake já pode ser encomendado pelo aplicativo do Méqui até 12 de maio, e estará disponível nos restaurantes de Campo Grande e todo o Brasil a partir de 13 de maio. O sabor é inédito, com uma mistura de frutas roxas, e a edição é limitada. Então, se quiser entrar na brincadeira (ou só experimentar a novidade), é bom correr.

Araras-canindés utilizam tronco seco de coqueiro como ninho em plena Avenida Afonso Pena, uma das principais vias de Campo Grande (MS)
Participante conversa durante encontro da Rodada de Negócios
Foto: Divulgação/McDonald’s
Grimace e Ronald McDonald, personagem voltou à ativa com o lançamento do Grimace Shake, que viralizou nas redes sociais
Grimace Shake, milkshake de frutas roxas disponível por tempo limitado nas lojas da Rede McDonald

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