Jornalzen Janeiro 2014

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JORNALZEN

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MOMENTO DE REFLEXÃO

JANEIRO/2014

Khristian Paterhan

JOÃO BATISTA SCALFI – scalfi@terra.com.br

Introdução ao eneagrama (1)

O caminho da felicidade “Se não fossem os problemas, o homem se acomodaria. É preciso que algo sempre incomode o ser humano para que, sentindo-se pressionado, procure soluções e desenvolva a inteligência e a capacidade de superação” Muitas vezes, ao questionar a vida, o motivo dos sofrimentos e das dificuldades enfrentadas, sempre nos perguntamos aonde esse caminho irá nos levar. Qual a razão desse sofrimento? Sempre questionamos como Deus pode deixar aquele homem bom, ou aquela criança ainda tão indefesa passar por tanto sofrimento! Na maioria das vezes não temos a consciência de que somos espíritos milenares e que trazemos uma longa bagagem espiritual e um passado para reparar. A cada existência, temos mais uma oportunidade de aprendizado e crescimento, e o livre arbítrio é nossa arma que devemos utilizá-lo com sabedoria e determinação. Durante a nossa peregrinação terrestre, experimentamos sofrimentos e dores,as quais não compreendemos, mas essas angústias e aflições têm raízes nos erros cometidos outrora? Muitos de nós ferimos, iludimos, magoamos, maltratamos e traímos profundamente aqueles que um dia juramos eterno amor. Não cumprimos o que planejamos no plano espiritual. Precisamos perdoar, pois se não perdoarmos, o mal permanece dentro de nós e damos oportunidade para que surjam em nossas vidas moléstias, perturbações espirituais, depressão e muitas situações que nos fazem sofrer. Perdoar é abrir mão da mágoa, é deixar de ser vítima. Perdoar e tirar todos os nós que amarram a nossa vida. Perdoar é o caminho mais seguro para quem deseja ser feliz. O perdão é, inquestionavelmente, a mais bela expressão de caridade e amor ao próximo. Talvez por essa razão Jesus deixou-nos esse último recado enquanto carregava a cruz, e a multidão enfurecida açoitava-o gritando pela sua morte. “Reconciliai-vos o mais depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão. Em verdade, te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil” (Mateus 5:25 e 26/Lucas 12:58 e 59)

Hoje em dia, podemos afirmar que Georges Ivanovich Gurdjieff (18721949), criador do sistema de desenvolvimento humano conhecido internacionalmente como Quarto Caminho, foi um dos mais notáveis transpessoalistas modernos. Sua obra que, como alguém acertadamente escreveu, somente por ignorância é colocada nas prateleiras das chamadas “obras esotéricas” (as quais ele sempre desprezou, advertindo sobre seus perigos e extravagâncias), mostra-se, a cada ano que passa, mais atual e exata. Os livros que ele escreveu guardam, para quem os estuda, reflete e pratica, preciosos tesouros. Frutos de uma das sínteses mais valiosas do conhecimento psicofilosófico do Oriente e do Ocidente. Não vou fazer aqui um resumo da sua biografia, nem escrever sobre o que está escrito em centenas de livros e comentários, alguns dos quais traduzidos para o português. O legado de Gurdjieff é hoje um dos mais importantes, especialmente neste momento em que a humanidade precisa dar um “salto quântico” no seu desenvolvimento como espécie. Foi ele quem trouxe ao conhecimento do Ocidente, há mais de 80 anos, a existência do eneagrama, milenar símbolo-síntese criado por sábios de uma época esquecida na qual as ciências exatas e a “psicologia da possível evolução humana”, como a chamava Piotr De-

mianovich Ouspensky, um de seus mais notáveis discípulos, estavam ligadas. Gurdjieff foi um profundo conhecedor das psicofilosofias e tradições antigas, e teve acesso, por meio de uma misteriosa ordem secreta chamada Sarmung, aos “fragmentos de um ensinamento desconhecido” (P. D. Ouspensky), cujas origens se perdem na noite dos tempos e se ligam com a extraordinária cultura sumério-babilônica, hoje reconhecida pelos historiadores como uma das mais avançadas da Antiguidade em termos culturais e científicos. Atualmente seus ensinamentos deveriam ser tratados com “espírito científico”, já que estamos em condições culturais de completar e compreender – para benefício da nossa espécie e graças aos níveis que temos atingido nos campos das ciências humanas e exatas – esse “quebra-cabeça” do conhecimento humano, do qual ele nos deixou tantos e valiosos “fragmentos”. *** Quem desejar conhecer e praticar a filosofia de vida ensinada por Gurdjieff e contida no eneagrama pode entrar em contato com a Escola de Eneagrama Khristian Paterhan C. – www.escolaeneagrama.com.br – e/ou pesquisar sobre outros grupos de trabalho de Quarto Caminho no Brasil e no mundo.


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