Santa Casa da Misericórdia da Marinha Grande

Santa Casa da Misericórdia da Marinha Grande Unidade de Cuidados Continuados Integrados Desde 1948 a trabalhar com o objectivo de satisfazer as carências sociais do concelho

Este suplemento é parte integrante da edição nº 3838 de 8 de Outubro de 2010, do semanário REGIÃO DE LEIRIA. Não pode ser vendido separadamente.

2 Santa Casa da Misericórdia da Marinha Grande | Unidade de Cuidados Continuados Integrados

Região de Leiria 8 | Outubro | 2010

Santa Casa da Misericórdia apo Apesar das dificuldades financeiras e da falta de apoio da Câmara Municipal da Marinha Grande, a Unidade de Cuidados Continuados Integrados está prestes a abrir as portas aos utentes do concelho da Marinha Grande e não só.

Para quando está prevista a abertura da Unidade de Cuidados Continuados Integrados?

A obra em termos de construção civil tinha previsão de acabamento para 31 de Julho de 2010, mas devido a um período longo de chuvas durante o Inverno passado, atrasou-se ligeiramente. Não foi concluída nessa altura, mas prevejo que o possa ser até dez ou 12 de Outubro. É evidente que o arranque e a inauguração estão dependentes do acabamento da obra e depois temos ainda de obter a licença de utilização. Quando abrir queremos que esteja tudo em ordem, tudo legal.

Quais foram as dificuldades sentidas na concretização desta obra?

Em primeiro lugar, não tínhamos terreno e tivemos de pedir mais uma parcela à nossa vizinha, a D. Maria Helena Barosa, que efectivamente nos acolheu de uma forma muito simpática e nos deu mais três mil metros quadrados, para termos a área possível de construção. A segunda grande dificuldade foi criada pela Câmara Municipal da Marinha Grande, que depois de nos ter dito que era viável a construção, quando apresentámos o projecto definitivo, obrigou-nos a criar 156 lugares de estacionamento, não só para a Unidade, mas também para o lar que está ao lado. Nós não tínhamos terreno que permitisse

isso e fizemos um grande esforço para a satisfação da exigência da Câmara.

A forma como o resolvemos foi construir uma cave, o que implicou um agravamento de preço de 300 mil euros. Como a Câmara nos obrigou a fazer este estacionamento, tratando-nos exactamente como se fossemos uma superfície comercial, pensámos que nos poderia e deveria dar um subsídio, uma vez que é uma obra de carácter social com grande importância para o concelho. Pedimos, de facto, um subsídio equivalente a 50 por cento do agravamento do preço que nos tinham provocado e responderam-nos que não davam nada. Foi a grande dificuldade.

Depois, os processos desenvolveram-se normalmente, apesar de a ARS de Coimbra se ter atrasado a pagar a primeira tranche do subsídio.

Tivemos algumas dificuldades financeiras transitórias que resolvemos com recurso ao banco.

e regressar a casa ou permanecer na Unidade. A longa duração pressupõe logo que, provavelmente, teremos pessoas que fiquem até morrer.

Qualquer pessoa poderá ter acesso a esta Unidade?

A entrada e a selecção das pessoas que serão recebidas não dependerá de nós. Receberemos os utentes da entidade coordenadora local, o Centro de Saúde da Marinha Grande, e também do Hospital de Leiria. Nós não teremos capacidade para decidir quem poderemos a d m i t i r.

E s t a s d u a s entid a des é

Esta Unidade terá capacidade para quantos utentes?

Terá capacidade para 31 pessoas internadas. Tínhamos previsto inicialmente ter dez utentes de média duração e 21 João Pereira, provedor da Santa Casa da Misericórdia de longa duração, mas começámos a fazer contas e chegámos à que nos irão enviar os utentes, rão prestados? conclusão de que a média duração Como é uma Unidade de longa tendo em conta as necessidades não é economicamente sustentá- duração, a ideia é receber e tratar existentes. vel. Portanto, vamos alterar e pas- pessoas com doenças ou deficiênsar tudo a longa duração. cias graves de carácter prolongaSerão só do concelho da Mado, dando-lhes qualidade de vida, rinha Grande?

A ideia foi satisfazer as carênQue serviços específicos se- de modo a que possam recuperar

FICHA TÉCNICA DIRECTOR Francisco Rebelo dos Santos

TEXTOS Carla Bercial

DIRECÇÃO COMERCIAL Alda Moreira

DIRECTORA EXECUTIVA Patrícia Duarte

PAGINAÇÃO Departamento Gráfico do REGIÃO DE LEIRIA

PUBLICIDADEL Sandra Nicolau

IMPRESSÃO Sogapal

TIRAGEM 15 000 exemplares

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Unidade de Cuidados Continuados Integrados | Santa Casa da Misericórdia da Marinha Grande

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osta nos Cuidados Continuados

cias da Marinha Grande, mas não impede que, não havendo pessoas do concelho, a Administração Regional de Saúde do Centro, não nos possa enviar pessoas de qualquer zona do país. Mas a ideia é a de que será para apoiar pessoas da Marinha Grande.

A Unidade estará pronta a funcionar ou há alguma coisa em falta ainda?

Estará pronta a funcionar quando abrir. Queremos que esteja tudo completo quando abrir, até o estacionamento. Os equipamentos estão encomendados e em princípio serão entregues na primeira quinzena de Outubro. Só se a obra não estiver em condições de os receber é que não serão entregues, mas penso que sim.

Que apoios tiveram?

O apoio que tivemos foi ao abrigo do programa Modelar, que previa a possibilidade de um apoio financeiro máximo de 750 mil euros. Nós fizemos a candidatura e foi aprovado o valor máximo, mas depois de termos o contrato assinado a Administração Regional de Saúde do Centro chamounos a Coimbra alegando que se tinha enganado nos cálculos e se via obrigada a fazer uma redução no subsídio. Foi reduzido para 704

mil euros.

Estamos a tentar que regresse ao valor inicial, a que nos julgamos com direito.

O único apoio que temos é efectivamente este subsídio a fundo perdido. A Câmara não nos deu apoio nenhum, contrariamente ao que tem acontecido nas outras câmaras do país, a maioria das quais tem apoiado entre 25 a 50 por cento do custo destas obras.

Quer dizer então que este subsídio não foi suficiente?

Não, a obra vai custar, com equipamento incluído, cerca de dois milhões de euros. Só a construção foi cerca de um milhão e seiscentos mil euros. Tivemos de recorrer ao banco.

A Unidade de Cuidados Continuados Integrados está conforme havia sido pensada inicialmente?

Ao longo da construção introduzimos algumas melhorias, como é normal. Havia algumas coisas que estavam no projecto e que, com o conselho do arquitecto da Administração Regional de Saúde de Coimbra, fomos melhorando. À medida que foi evoluindo a construção, um ou outro pormenor foi feito de maneira diferente, de forma a ficar mais eficiente e haver

menos consumo de energia. Teve, portanto, ligeiras alterações que já estão aprovadas pela Câmara da Marinha Grande.

A equipa de funcionários será composta por…

Prevejo 32 pessoas, fundamentalmente médicos, enfermeiras e técnicas auxiliares. Poderão até ser 36 pessoas por causa do refeitório. A cozinha será a do lar, mas terá de haver funcionários no refeitório.

O quadro de pessoal está mais ou menos estruturado. Seis enfermeiras já estão a fazer estágio no lar e temos a equipa médica constituída, que será dirigida pela Dra. Dulce Mendes.

Um terapeuta da fala também já está a fazer estágio e admitimos uma fisioterapeuta que agora está a trabalhar no lar. Estão a praticar no lar para, depois, passarem para a Unidade de Cuidados Continuados.

Que tipo de casos estarão aptos a receber?

Fundamentalmente serão pessoas em convalescença vindas do hospital ou pessoas que estão em casa e precisam de cuidados médicos permanentes e cujas famílias não têm possibilidades.

Qual é o principal objectivo de uma Unidade como esta?

A finalidade destas unidades é recuperar as pessoas, para que elas possam regressar às suas casas. A ideia é esta, mas é evidente que haverá pessoas de idade, debilitadas e cujas famílias não têm hipótese de as ajudar, que, provavelmente, se tornarão nossos utentes de longa duração. Contudo, a ideia é a de que as pessoas vão para serem tratadas e não para morrer na Unidade.

Há mais projectos para o futuro?

Depois de colocarmos esta Unidade a funcionar, queríamos pôr a Casa Abrigo para mulheres vítimas de violência, - que está construída, equipada e mobilada - , a funcionar até ao fim do ano.

Só não está a funcionar ainda porque a Segurança Social, apesar das muitas promessas, tem-nos vindo a pedir elementos e até agora não assinou connosco o protocolo financeiro.

Gostava, numa ideia ainda um pouco nebulosa, de adquirir as instalações do centro infantil Arco-Íris, que pertencem à Segurança Social. E, posteriormente, criar ali um centro de acolhimento de crianças mal tratadas ou abandonadas.

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Casa abrigo à espera da assinatura da Segurança Social A Casa abrigo para mulheres vítimas de violência está pronta há cerca de um ano, mas ainda não está em funcionamento porque falta a assinatura do protocolo financeiro por parte da Segurança Social.

“A Segurança Social tem-nos dito que está a fazer um estudo, mas está a fazer estudos desde Outubro”, confessa João Pereira, provedor da Santa Casa da Misericórdia da Marinha Grande. Já pediu mais do que um orçamento provisional e inclusive o quadro de pessoal. “Dizem-nos que o orçamento foi para o Porto e que a Casa abrigo vai começar a funcionar ainda este ano”. Há pessoas contratadas à espera da abertura desta valência da Misericórdia.

“A ideia surgiu quando eu era vereador da Acção Social na Câmara e me apareciam casos graves a

pedir apoio”, revela João Pereira, que tem conhecimento de muitas situações na Marinha Grande. Segundo o provedor são mulheres que simplesmente não têm saída, são mal tratadas em casa, elas e os filhos, e não há apoio social. “Portanto, pensei que era uma necessidade da terra e que poderia contribuir também com algum emprego, mas fundamentalmente apoiar pessoas extremamente necessitadas”.

A Casa abrigo funcionará como instituição de recolha de pessoas por um período transitório que se prevê que seja de seis meses. O objectivo é recolher as mães e os filhos e dar formação profissional às mães, prepará-las para a vida.

“Uma das hipóteses é prepará-las exactamente para dar apoio a idosos porque é uma especialidade da Misericórdia”. Ser-lhes-ão mi-

nistrados ensinamentos teóricos e práticos e, ao fim de seis meses, se estiverem preparadas seguirão as suas vidas. Se não estiverem, podem prolongar a permanência na Casa abrigo até terem autonomia, social e financeira.

A acompanhar estas mulheres estarão sempre uma assistente social, uma psicóloga e educadoras sociais para as ensinarem nas diversas profissões e também a cuidar dos filhos.

Já a selecção das mulheres será feita pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) e pela Segurança Social, sendo que a Casa abrigo tem capacidade para oito mulheres com os respectivos filhos. Há quartos com possibilidade de receber a mãe e dois filhos, mas também até quatro filhos. Os quartos são individuais e têm casa de banho privativa. A

Casa abrigo tem ainda sala de estar, refeitório, uma casa de brinquedos para as crianças, uma sala de formação e um jardim interior para as crianças brincarem. “Temos um ambiente propício a darlhes condições de bom acolhimento, com possibilidade de se tornarem alguém na vida”.

Mas as funções da Casa abrigo não se esgotam na formação pessoal e profissional das mulheres que acolherá. Defender as mulheres vítimas de violência é fundamental, por isso a Casa abrigo contará com o apoio da PSP e da GNR. “Pretendemos que as mulheres que venham estejam sempre sob controlo, estejam recolhidas em casa e quando saírem nos digam para onde vão para nós podermos acompanhar”.

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Publireportagem

Geotermia termodinâmica: A Climatização do futuro A Geotermia é uma prática que consiste no aproveitamento da energia natural da Terra com o objectivo de suprir as necessidades de energia térmica dos edifícios.

Normalmente, em Portugal continental, a extracção de calor do solo exige a utilização de Bombas de Calor Geotérmicas: máquinas termodinâmicas que permitem “arrancar” alguns graus à temperatura da terra (17ºC para 13ºC), fornecendo-os ao edifício nas temperaturas necessárias aos processos de aquecimento (35ºC a 65ºC).

Para o funcionamento destas máquinas é necessária apenas uma pequena fracção de energia eléctrica, sendo a maior parte da energia de climatização proveniente, gratuitamente, do solo. Pode-se dizer que por cada 1 kWh de electricidade fornecida, obtêm-se mais 4 kWh de calor inteiramente gratuitos.

Este processo tem também como vantagem a sua reversibilidade, já que no Verão é igualmente possível inverter a Bomba de Calor, de forma a extrair o calor excedente do edifício para o libertar na terra, em condições bastante mais eficientes do que a sua libertação no ar, como é o caso do Ar Condicionado tradicional.

Inovação nas valências da Santa Casa da Misericórdia

Captação geotérmica No caso do Centro das Vergieiras, foi realizada uma captação geotérmica vertical, utilizando sondas em polietileno de nova geração PE100-RC (crack resistant), com elevado diâmetro (40mm) e grande profundidade (200mts).

No cálculo de dimensionamento da captação geotérmica foram tidos em conta os seguintes factores: Geomorfologia do terreno, nomeadamente os estratos litológicos atravessados; Níveis freáticos observados; Comportamento térmico do edifício (RCESE); Distribuição das necessidades térmicas ao longo do ano; Efeito de acumulação na captação geotérmica do défice/excedente de calor, acumulado em contra-ciclo de uma estação para a outra (no início do Verão a terra está arrefecida; no início do Inverno a terra está aquecida).

Vantagens da Geotermia – Eficiência energética A grande vantagem da geotermia reside no seu elevado desempenho energético. Para além de ser uma energia “limpa”, ao contrário dos combustíveis fósseis (Gasóleo, Gás Natural, Propano), esta é significativamente mais económica que qualquer uma das alternativas.

Comparativamente à energia solar, a geotermia é a única com capacidade para aquecer as Águas Quentes Sanitárias e ainda climatizar o edifício, isto em qualquer situação adversa de Inverno.

Apesar do investimento inicial ser normalmente superior, tal diferença é rapidamente recuperada (5 a 7 anos), resultando não só numa opção responsável do ponto de vista ambiental, mas também racional do ponto de vista económico.

Comparação de Custos (Amortização + Custo Operacional)

Em termos de aquecimento os espaços pertencentes à Santa Casa da Misericórdia da Marinha Grande dispõem de três fontes de energia. Têm os painéis solares que durante o Verão são suficientes para fornecer as águas domésticas. Se falharem os painéis solares, recorre-se à energia geotérmica que consiste no aproveitamento da energia natural da Terra e, se falharem estes dois sistemas, dispõe-se ainda de uma caldeira a gás.

Segundo o provedor da Misericórdia, as valências têm uma energia sem poluição. O gás produz alguma poluição, mas raramente funciona.

Assim, o sistema de aquecimento funciona por piso radiante, em que o aquecimento da água é feito pela energia geotérmica. Quando o tempo começa a arrefecer, ligam a energia geotérmica, colocam a temperatura interior a 22º C e mantém-se, durante todo o Inverno, uma temperatura constante de dia e de noite.

“Como teve êxito no Lar das

Vergieiras, estamos a fazer o mesmo no Lar dos Outeirinhos.

Pusemos painéis solares novos e estamos a colocar energia geotérmica. Temos tido uma preocupação em recorrer às energias não poluentes e renováveis. É um esforço financeiro muito grande que estamos a fazer, mas ao mesmo tempo é um investimento”.

A Unidade de Cuidados Continuados terá também energia geotérmica e painéis solares, ficando com todos os requisitos exigidos pela Administração Regional de Saúde.

De facto, a grande vantagem da geotermia reside no seu elevado desempenho energético. Para além de ser uma energia “limpa”, ao contrário dos combustíveis fósseis (gasóleo, gás natural, propano), esta é significativamente mais económica do que qualquer uma das alternativas. É, portanto, uma opção responsável do ponto de vista ambiental, mas também racional do ponto de vista económico.

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Unidade de Cuidados Continuados Integrados | Santa Casa da Misericórdia da Marinha Grande

Generosidade torna Unidade de Cuidados Continuados uma realidade “A família da D. Maria Helena Barosa teve um contributo decisivo porque nós tínhamos algum excedente de terreno do lar, mas é evidente que não tínhamos espaço para construir esta Unidade”.

O provedor João Pereira lembrou-se de escrever à D. Maria Helena Barosa a pedir uma pequena parcela de terreno, porque quem tinha dado o terreno para a construção do lar tinha sido a mãe, a D. Júlia Barosa. “Com grande espanto meu e com grande alegria, passados uns meses telefonou-me dizendo que estava disponível para nos dar a parcela de terreno”.

O donativo da família Barosa de oito mil metros de terreno e 119 mil contos em dinheiro foi o impulso real para a construção do lar e agora foi a filha que deu outro contributo generoso. Cerca de três mil metros de terreno que permitiram a construção da Unidade de Cuidados Continuados Integrados.

“Veio tudo da família Barosa que está ligada à fábrica de vidro Santos Barosa. Acho que é um acto generoso que devia ser seguido por algumas pessoas da Marinha Grande e a quem temos recorrido e não nos têm dado nada”.

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