EDIÇÃO DO JORNAL DA BATALHA DE JANEIRO 2022

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PORTE PAGO

| DIRETOR: CARLOS FERREIRA | PREÇO 1 EURO | E-MAIL: INFO@JORNALDABATALHA.PT | WWW.JORNALDABATALHA.PT | MENSÁRIO ANO XXXI Nº 378 | JANEIRO DE 2022 |

W págs. 4 e 5

Lança livro e recebe homenagem

Travaços é orgulho da região que o país deve reconhecer

Supleme nesta ediçnto ão Pré-esco lar 1.º ciclo 2.º ciclo 3.º ciclo Secund ário Janeiro

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Jornal da Batalha

Espaço Público s A Opinião de André Loureiro Vereador do PSD

Falta de respeito pela opinião diferente: por mim não passará! “Qualquer pessoa tem direito à liberdade de expressão. Este direito compreende a liberdade de opinião e a liberdade de receber e de transmitir informações ou ideias, sem que possa haver ingerência de quaisquer poderes públicos”, assim dispõe o 11º artigo da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, tal como a nossa Constituição consagra este mesmo direito fundamental e que em circunstância alguma podemos abdicar ou ter receio de lembrar

aos responsáveis hoje no poder, mas amanhã na oposição, como é natural em Democracia. Com uma frequência surpreendente e num estilo “à antiga”, muito apreciado no tempo do Estado Novo, os novos responsáveis autárquicos lidam mal com a crítica e sobretudo parecem entender que só existe governação com a sua superior sabedoria, rejeitando qualquer opinião distinta e tudo fazem para silenciar qualquer voz dissonante. E a esta forma de estar, bem

conhecida de alguns dos novos protagonistas, que sempre tiveram a pretensão de mandar em tudo e todos, seja nas autarquias, nos clubes ou instituições sociais, e citando o insuspeito António Costa em recente resposta ao líder do Chega, apenas pode ter uma reação: “por mim não passará!” Hoje na nossa terra as restrições à liberdade da expressão assumem formas menos evidentes, alguns esquemas matreiros e muita insinuação ameaçadora, tudo formas de

atuação de um poder recauchutado, mas nem por isso menos ardiloso no objetivo de criar o pensamento único em torno de uma prática política que na visão destes protagonistas deve ser “sem ondas”, ou seja, apenas o exercício da confirmação da arrogância na política. Nesta altura do início de um novo ano surge a necessidade de ref letir, um pouco mais, sobre os projetos que desejamos a nível profissional, familiar e também para a nossa comunidade. E como está ela nos dias que correm? Evoluiu, certamente. Transformou-se e mudou de ares. Está melhor? Pior? Diferente é certo, mas com ambição e vontade de olhar para o futuro, nem por isso. Às vezes, reparo que toda a gente diz o mesmo, ou tem a mesma opinião, sobre o tema do momento: afinal que novos projetos mudança temos para o nosso concelho? Foi aprovado um novo plano e respetivo orçamento, alguém identificou alguma ideia nova ou medidas municipais de emergên-

cia que possam ajudar a recuperação económica e social da nossa terra? Para os mais novos e famílias com filhos, vão manter-se os apoios à habitação jovem e à creche? As empresas e comércios locais, terão as taxas municipais reduzidas e apoios ao investimento e manutenção do emprego? Haverá melhores cuidados de saúde, transportes e medicamentos gratuitos para a população sénior? Enf im tudo questões sem resposta, algumas das quais considero cruciais para os próximos tempos e que “democraticamente” foi impedido de formular na última reunião da assembleia municipal, por decisão (sem direito a recurso) do novo presidente em funções. Lamentável e um atropelo às regras da democracia, para além de constituir um absurdo político, uma vez que para construir um melhor futuro para a nossa terra todas as opiniões devem contar e ninguém – mesmo ninguém – é dono da verdade. Uma opinião livre e o respeito pelo contraditó-

rio são instrumentos-chave para uma Democracia franca, e sem Democracia não existe liberdade de expressão, nem pluralidade de ideias, nem progresso. Cabe-nos a nós revalidarmos a liberdade de expressão conquistada em 1974. Por essa razão, sempre recordarei as palavras do atual primeiro-ministro, a arrogância e o autoritarismo, por mim não passará! Um excelente ano de 2022 para o nosso Concelho da Batalha.

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Jornal da Batalha

Espaço Público Opinião

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s A Opinião de António Lucas Ex-presidente do Município da Batalha

Orçamentos municipais Foram recentemente aprovados os orçamentos das câmaras para o ano de 2022, documentos fundamentais para a gestão autárquica, com impacto direto na vida de todos os munícipes. Nos casos em que os executivos tiveram mudanças significativas, como é o caso da Batalha, o orçamento de 2022 será muito mais um orçamento de encaixe dos projetos, dividas e eventuais receitas a cobrar, vindas de trás, do que um orçamen-

to à imagem e semelhança dos novos eleitos, mormente em sede de transposição dos projetos assumidos em campanha eleitoral. Sendo assim, um dos desafios dos novos eleitos será explicar muito bem aos munícipes as razões das opções tomadas e o grau de dependência do orçamento em relação ao passado. Uma das primeiras responsabilidades de quem gere dinheiros públicos é a prestação de contas, de forma clara e objetiva.

Um outro aspeto fundamental será demonstrar claramente que se cumpre com os compromissos assumidos, mormente em sede de poupança de recursos , fazendo mais, com menos. É preciso tempo para que se possa demonstrar isto, mas essa demonstração tem que ser efetuada e para correr bem essa gestão pela diferença tem que começar logo desde o inicio do mandato. O Movimento Independente vencedor das eleições na Batalha assumiu o

forte compromisso de falar pouco e trabalhar muito, de gastar menos e fazer mais, de racionalizar e respeitar os funcionários municipais e de corrigir trajetórias erradas implementadas anteriormente. Já se percebeu que a situação não é famosa a diversos níveis, com milhares de processos por tratar, mas ainda não se concluiu a auditoria às contas, para se ter a real situação financeira e para ser possível prestar contas sobre esse importante com-

promisso eleitoral. Foi-nos dado um forte voto de confiança pelos eleitores batalhenses, que representa uma enorme responsabilidade e cuja confiança temos que garantir e jamais deixar defraudar. Logo, temos que fazer melhor e sermos melhores, foi isso que o povo fez e foi isso que o povo disse nas urnas. Estas transições demoram sempre algum tempo e alguma adaptação, tempo esse que pedimos para que possamos demonstrar ine-

quivocamente que iremos sem qualquer dúvida fazer muito mais e muito melhor. Bom Ano de 2022.

s A Opinião de Pedro Marques Candidato da Iniciativa Liberal à Assembleia da República

O teu voto conta agora No passado dezembro decorreu a mais importante reunião da assembleia deste mandato autárquico. É óbvio que a amostra de sessões ainda não é grande, mas nela foi aprovada o orçamento de 2022 e os planos de investimento e de atividades que vão guiar os próximos anos. Devido à sua importância, a abordagem do nosso deputado municipal liberal, Ricardo Vala, passou por cumprir o nosso plano eleitoral e honrar o seu compromisso com os batalhenses. Aos dias de hoje e comparando com os países europeus de rendimentos semelhantes, Portugal tem uma despesa primária em percentagem do PIB cerca de 3 pontos percentuais acima da média, ou por outras pa-

lavras, o Estado gasta mais 595€ por pessoa que os nossos competidores sem que isso se reflita em melhores serviços públicos prestados. A juntar à nossa ineficiência estatal, temos um esforço fiscal 20% acima da média da União Europeia, que asfixia as famílias e as empresas que já sofrem de baixos rendimentos à partida. E é com base neste diagnóstico que fizemos as nossas propostas. Para as famílias, a câmara municipal optou por devolver 1% do IRS aos batalhenses, ao invés dos 3% propostos pela Iniciativa Liberal, uma medida que entregaria diretamente 250 mil euros aos nossos agregados familiares. O executivo argumentou que o impacto seria reduzido nos or-

çamentos familiares, mas esta devolução de rendimentos à classe média permitiria multiplicar por três os apoios que a câmara prevê dar às famílias. A CM Batalha decidiu não seguir os passos da CM de Lisboa e de muitas outras câmaras do país que fazem um esforço orçamental percentual muito superior para devolverem dinheiro aos seus contribuintes! Para atrair novos residentes, propusemos isentar o IMI cobrado durante cinco anos a novos residentes que construam casa na Batalha, numa perspetiva de atrair população jovem para o concelho, visto que os impostos representam 40% dos custos totais com uma nova habitação. Esta medida teria um impacto

orçamental nulo durante os 5 anos de isenção, e aumentaria as receitas da CM Batalha com IMI nos anos subsequentes. Para as associações, a forma mais direta e transparente de apoiar e suportar o associativismo passa por não impor obstáculos à realização das suas atividades. Portanto, propusemos isentar as associações de IMI nos seus edifícios sede. Apesar da receita de IMI ser das mais importantes para o município, estimamos que o impacto desta proposta seja residual devido ao reduzido número de imóveis abrangidos. Para as empresas existentes, no sentido de iniciar um processo gradual de redução dos impostos

sobre todas as empresas, começámos por propor a redução da derrama municipal de 1,2% para 1% sobre as empresas com volume de negócios acima de 150 mil euros. Para as novas empresas, propusemos a isenção fiscal de derrama municipal, por período a acordar. O impacto orçamental desta medida seria nulo. Todas estas propostas liberais apesar de muito impactantes na sociedade civil, representam menos de 2% da despesa orçamentada. Da parte da Iniciativa Liberal podem sempre esperar responsabilidade e reformismo nas suas medidas. E é por ter tido a oportunidade de trabalhar e conviver com pessoas par-

tilham estes valores que apelo ao voto na Iniciativa Liberal no dia 30 de janeiro e em especial, no nosso conterrâneo, Dário Florindo, que lidera a candidatura da IL no distrito de Leiria. Porque o nosso distrito também merece fazer parte do crescimento económico, votarei no Dário e na Iniciativa Liberal. O teu voto contou nas autárquicas e o teu voto conta agora.

s Baú da Memória José Travaços Santos

José Ramos Vaz José Ramos Vaz, falecido em fins de Dezembro, foi uma figura marcante na nossa região tanto pelos cargos que desempenhou como pela dinâmica que lhes imprimiu, e pelos serviços que prestou à Cultura na nossa região e à divulgação do nosso Folclore.

Presidente prestigiado do Rancho da Região de Leiria e voz inesquecível do seu quadro de cantadores, foi largos anos membro do Conselho Técnico Regional da Alta Estremadura da Federação do Folclore Português e durante largo período seu presidente, contribuindo

de forma decisiva para o prestígio do movimento folclórico alto-estremenho. Conhecedor profundo da Poesia Portuguesa, era um declamador que imprimia encanto especial aos poemas, proporcionando-nos momentos de extraordinária beleza es-

piritual que nos prendiam e cativavam. José Va z deixou um amigo em cada um dos seus companheiros do movimento folclórico, em que me inscrevo com toda a honra. Paz à sua alma! Os mais sentidos pêsames à sua família.


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Homenagem a José Travaços Santos realça a sua dimensão nacional m “Eu não sou historiador, sou apenas um aprendiz das coisas da história. E este não é um livro de história, é um livro com uns apontamentos sobre coisas da Batalha”, diz o homenageado

p O livro reúne artigos de José Travaços Santos

O lançamento do livro “Apontamentos sobre a História da Batalha — 3º Volume”, que reúne artigos publicados por José Travaços Santos no Jornal da Bata-

lha, constituiu uma homenagem ao etnógrafo e historiador batalhense, uma figura incontornável da cultura da região. Antes da apresentação da obra, no dia 19 de dezembro, no auditório do Mosteiro da Batalha, foi exibido um filme, da autoria do Rancho Folclórico Rosas do Lena, sobre o percurso de vida de José Travaços Santos, de 90 anos, assente, sobretudo, em três pilares culturais: a etnografia, o folclore e o Mosteiro da Batalha. O livro, com 368 páginas, tem coordenação de Adélio Amaro e Armindo Vieira,


Jornal da Batalha edição do Município da Batalha e composição do Centro do Património da Estremadura (CEPAE). Na capa está reproduzida uma imagem Igreja de Santa Maria a Velha, “antes da lamentável intervenção que apagou o primitivo templo”. Na sua intervenção, o presidente do Município da Batalha, Raul Castro, afirmou que “a tarefa de falar sobre José Travaços Santos nunca estará concluída. Aquilo que tem feito ao longo da vida, de doação permanente e extraordinária do seu conhecimento à comunidade, faz dele uma personalidade marcante a nível nacional. É um dos maiores especialistas de etnografia do país, um homem de causas e de valores, é um homem bom e de paz”. “É um orgulho do Concelho da Batalha. É um orgulho da região. É uma personalidade marcante da cultura, a quem só falta o reconhecimento da tutela da área da cultura; por isso esperamos que haja quem tome a decisão de assumir que bem merece o reconhecimento nacional”, adiantou o autarca. “As conversas que temos mantido refletem sempre três paixões que tem, para além, obviamente da família e dos amigos: a etnografia, o folclore e o mosteiro. Não sei qual delas está em primeiro plano, mas seguramente o mosteiro é uma das mais altas paixões da

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p As duas filhas do homenageado, Fátima e Leonor sua vida”, considerou o diretor do Mosteiro da Batalha, Joaquim Ruivo. Além destas “paixões, tem o trabalho constante de uma vida que é algo incrível, em termos de escrita, envolvimento associativo, no folclore, não há ninguém comparável, com a sua capacidade, vendo aquilo que escreveu e fez”, adiantou Joaquim Ruivo. Elogiando a memória de José Travaços Santos, considerou a sua capacidade “extraordinária”, porque ”não é uma memória só enciclopédica, integra um conhecimento vastíssimo da etnografia, do folclore, do mosteiro, das famílias e da história da Batalha”. O presidente do CEPAE, Adélio Amaro, considerou José Travaços Santos “um

dos maiores estudiosos e investigadores do Mosteiro da Batalha” e destacou o seu empenho na área do folclore, no Rancho Folclórico Rosas do Lena ou como primeiro conselheiro técnico da Alta Estremadura, nomeado pela Federação do Folclore Português, “o que mostra bem o seu conhecimento e paixão também pela etnografia e pelo folclore”. A encerrar a sessão, José Travaços Santos começou por afirmar que “não esperava uma homenagem, esperava apenas o lançamento do livro”, destacando: “Não me acho merecedor de qualquer homenagem”. Depois recordou com “muita saudade” o tempo de trabalho nas cadeias e aproveitou, como tem feito

Capa: Igreja de Santa Maria a Velha, antes da lamentável intervenção que apagou o primitivo templo da Batalha e local de sepultura de vários Mestres do Mosteiro de Santa Maria da Vitória

ao longo de décadas, para lamentar a perda “enorme de memórias”, como aconteceu com a Igreja de Santa Maria a Velha, e para combater as tentativas de “denegrir” a História de Portugal “Eu não sou historiador, sou apenas um aprendiz das coisas da história. E este não é um livro de história, é um livro com uns apontamentos sobre coisas da Batalha, que é pre-

ciso as novas gerações conhecerem”, concluiu com a “humildade” que muitos dos oradores da sessão lhe reconhecem. Quer na sessão, quer no vídeo (que pode ser visto online através do link: https://youtu.be/zJ_jrjzeYkg), muitas outras pessoas testemunharam aspetos da vida do homenageado, como José António Bagagem, presidente do Rancho Folclórico Rosas

do Lena; Verónica Gordo, presidente da Associação Folclórica da Região de Leiria e Alta Estremadura; Maria Emília Francisco, vice-presidente da Federação do Folclore Português; José Alberto Sardinha, investigador de música tradicional; Armindo Vieira; jornalista, coordenador do livro; Carlos Ferreira, diretor do Jornal da Batalha, e as filhas Fátima e Leonor Travaços.


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Opinião s Tesouros da Música Portuguesa João Pedro Matos

Rock numa jogada de Mestre Completa-se neste ano de 2022 o cinquentenário da data de gravação de Mestre, o magnífico álbum de Petrus Castrus. Não obstante ter sido gravado em novembro de 1972, faz todo o sentido desde já recordar a efeméride, na justa medida do que ela representa para a música moderna portuguesa. O disco foi gravado nos lendários estúdios Strawberry, instalados no castelo de Hérouville, em França, os quais eram frequentados por nomes tão importantes da música internacional como os T. Rex, Elton John ou os Pink Floyd. E o grupo Petrus Castrus soube tirar proveito das condições técnicas de excelência que os Strawberry Studios ofereciam, criando um som brilhante e cristalino que faz com que Mestre não pareça ter sido gravado há cinquen-

ta anos. Para os mais curiosos, podemos adiantar que o álbum foi recentemente lançado em vinil, num registo que recupera todas as potencialidades do original. E é essa reedição que temos presente quando agora escrevemos este artigo. Petrus Castrus era formado pelos irmãos Castro: Pedro Castro, o qual tinha a seu cargo a voz, coros e viola baixo; e José Castro, no piano e xilofone. Integravam também a banda Rui Reis, no órgão Hammond e no cravo; Júlio Pereira (sim, o mesmo do cavaquinho), em viola solo e guitarra acústica de seis cordas; e João Seixas, responsável pela bateria e percussão. Relativamente à sua discografia, precederam Mestre dois trabalhos de curta duração: Marasmo, que tinha apenas três can-

ções, um EP produzido por José Cid; e Tudo Isto, Tudo Mais, outro EP que já revelava que Petrus Castrus estava a criar uma sonoridade completamente diferente daquela que até ali se fizera em Portugal. Mas o seu primeiro trabalho de grande fôlego é Mestre, o álbum de estreia que representa a primeira tentativa de elaborar um álbum de rock progressivo, num país que então (em 1972) nenhuma tradição tinha neste género musical. Cinco anos antes de Mistérios e Maravilhas, dos Tantra, e seis anos antes do lançamento do mítico Dez Mil Anos Depois, Entre Vénus e Marte, de José Cid, Mestre de Petrus Castrus sobrepõe-se mesmo a estes dois pelo seu valor literário, dado que recorre à poesia de importantes autores da língua por-

tuguesa, como são Sophia de Mello Breyner, Bocage, Fernando Pessoa ou Alexandre O’ Neill. Também a nível musical, Mestre ganha pontos: é verdade que tem óbvias referências ao rock progressivo italiano, o qual marcou toda uma época. Assim, é possível descortinar a influência do projeto Banco del Mutuo Socorso e principalmente dos Premiata Forneria Marconi: não esquecer que o álbum Per un Amico foi lançado em 1972, coincidindo com o ano de gravação de Mestre. Este pode igualmente ser visto como uma mistura de Procol Harum com Emerson Lake And Palmer. Porém, o disco de Petrus Castrus possui uma originalidade própria que o faz destacar-se entre os seus pares: a execução impecável dos instrumentos

(piano, órgão e guitarras) e a qualidade das composições tornam Mestre num álbum superlativo: ouçam-se, por exemplo, as faixas Tiahunaco, Porque ou então História do Azul do Mar. E a começar desde logo pela faixa de abertura que dá nome ao disco. Mas, voltando às letras, o poema de Tiahunaco é espantoso e o seu conteúdo pleno de atualidade. O disco em vinil conta com onze faixas (cinco no lado A e seis no lado B), disco que vai para os escaparates em 1973 com o aval do secretário de Estado da Informação e Turismo. Depois do vinte e cinco de Abril de 1974, o disco não é esquecido e continua a ser divulgado nas rádios nacionais. O grupo realiza nessa altura uma série de concertos, prestações ao vivo que cul-

minam com o lançamento de um novo álbum em 1978, intitulado Ascensão e Queda. Petrus Castrus prossegue a sua carreira com diferentes formações e, em 2007, Mestre conhece a sua edição para uma outra editora. E em boa hora ele voltou a estar disponível para aqueles que queriam conhecer esta obra magna do rock progressivo nacional. Pois se a música fosse xadrez, este álbum seria rock numa jogada de Mestre.

s Fiscalidade

Teletrabalho - enquadramento fiscal Existia e ainda existe, em parte, um vazio fiscal para o reembolso de despesas profissionais dos colaboradores em teletrabalho. Este veio para ficar. Considera-se teletrabalho (que depende sempre de um acordo), a prestação de trabalho em regime de subordinação jurídica do trabalhador a um empregador, em local não determinado por este, através do recurso a tecnologias de informação e comunicação. Era extremamente importante regular de forma concentrada e clara, em termos de: IRS (Artigo 2. º - A – Delimitação negativa dos rendimentos da categoria A); de IRC (Artigo 23.º - Gastos e perdas), como efetuar o pagamento destas despesas profissionais aos colaboradores neste regime, para que sejam aceites fiscalmente como gastos pela entidade

patronal e em IVA para definição do documento a apresentar pelo colaborador para efeitos de restituição das despesas suportadas. Esta Lei, vem regulamentar de dedutibilidade fiscal de tais gastos. Foi alterado o artigo 168 do Código do Trabalho (CT) e no n.º 1. O empregador é responsável pela disponibilização ao trabalhador dos equipamentos e sistemas necessários à realização do trabalho e à interação trabalhador-empregador, devendo o acordo a que se refere o artigo 166.º” do CT, especificar se são fornecidos diretamente ou adquiridos pelo trabalhador, com a concordância do empregador acerca das suas caraterísticas e preços. O CT, estipula que são integralmente compensadas pelo empregador todas as despesas adicionais que, comprovadamente, o traba-

lhador suporte como direta consequência da aquisição ou uso dos equipamentos e sistemas informáticos ou telemáticos necessários à realização do trabalho, incluindo os acréscimos de custos de energia e da rede instalada no local de trabalho em condições de velocidade compatível com as necessidades de comunicação de serviço, assim como os custos de manutenção dos mesmos equipamentos e sistemas. Consideram-se despesas adicionais as correspondentes à aquisição de bens e ou serviços de que o trabalhador não dispunha antes da celebração do acordo, a que se refere o artigo 166.º do CT, assim como as determinadas por comparação com as despesas homólogas do trabalhador no mesmo mês de último ano anterior à aplicação desse acordo.

O pagamento da compensação é devido imediatamente após a realização das despesas pelo trabalhador. A compensação das despesas adicionais efetuadas pelo trabalhador, são consideradas, para efeitos fiscais, custo para o empregador. Os gastos dedutíveis devem estar comprovados documentalmente, independentemente da natureza ou suporte dos documentos utilizados para esse efeito. Que documento apresenta o trabalhador à entidade patronal para documentar o gasto que sendo considerado um subsídio compensatório, não tributado, seja registado no recibo de remunerações e declarado na DMR (Código A23 – Outros rendimentos não sujeitos, referidos no artigo 2.º do Código do IRS), para efeitos da segurança social? No caso de gastos incorri-

dos ou suportados pelo sujeito passivo com a aquisição de bens ou serviços, o documento comprovativo, deve conter, pelo menos, os seguintes elementos: a) nome ou denominação social do fornecedor dos bens ou prestador dos serviços e do adquirente ou destinatário; b) números de identificação fiscal do fornecedor dos bens ou prestador dos serviços e do adquirente ou destinatário, sempre que se tratem de entidades com residência ou estabelecimento estável no território nacional; c) quantidade e denominação usual dos bens adquiridos ou dos serviços prestados; d) valor da contraprestação, designadamente o preço e e) data em que os bens foram adquiridos ou em que os serviços foram realizados. Quando o fornecedor dos bens ou prestador dos servi-

António Caseiro Membro da Assembleia Representativa da OCC Mestre em Fiscalidade Pós-graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidadee Administração

ços esteja obrigado à emissão de fatura ou documento legalmente suportado nos termos do Código do IVA, o documento comprovativo das aquisições de bens ou serviços previstos no n.º 4 deve obrigatoriamente assumir essa forma.


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Faleceram mais duas pessoas no concelho com Covid-19 m No que respeita aos casos ativos, a Batalha apresenta 155 (eram 109), havendo quatro concelhos com números inferiores O número de pessoas falecidas no concelho da Batalha com Covid-19 aumentou para 24 no último mês, segundo o boletim sobre a pandemia divulgado, a 13 de janeiro, pelo Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Leiria. No distrito de Leiria já não há concelhos sem registo de falecimentos, apresentando Castanheira de Pera (5) Pedrógão Grande (6), e Alvaiázere (22). No caso da Batalha, há ainda a registar a morte de um cidadão natural do município, mas residente no distrito de Aveiro. O concelho de Leiria apre-

senta o maior número de vítimas mortais (188), seguindo-se Caldas da Rainha (136) e Pombal (111). No que respeita aos casos ativos, a Batalha apresenta 155 (eram 109), havendo quatro concelhos com números inferiores. O município de Alcobaça concentra 1.685 situações, seguindo-se Caldas da Rainha (1.338) e Leiria (1.187). Desde o início da pandemia, registaram-se 1.685 infetados confirmados no concelho da Batalha. Os municípios de Castanheira de Pera (245), Pedrógão Grande (356) e Figueiró dos Vinhos (630) são os menos afetados. Pelo contrário, Leiria (14.187), Alcobaça (8.050) e Caldas da Rainha (6.867) e apresentam o maior número de pessoas infetadas desde março de 2020. Note-se que a última atualização do Agrupamento de

Casos da doença confirmados no distrito Município

Casos confirmados

Alcobaça Caldas da Rainha Leiria Peniche Pombal Nazaré Marinha Grande Ansião Bombarral Porto de Mós Óbidos Batalha Alvaiázere Figueiró Vinhos Pedrógão Grande Castanheira Pêra Total

Recuperados

8 050 6 867 14 187 4 078 4 782 2 351 3 770 1 818 1 371 2 495 1 398 1 685 705 630 356 245 54 788

6 276 5 393 12 812 3 252 4 233 1 906 3 403 1 516 1 085 2 248 1 148 1 506 640 567 313 221 46 519

Casos ativos

Falecimentos

1 685 1 338 1 187 770 438 418 312 266 261 205 201 155 43 40 37 19 7 375

89 136 188 56 111 27 55 36 25 42 49 24 22 23 6 5 894

Fonte: Comissão Distrital de Proteção Civil de Leiria, municípios e autoridades de saúde/Região de Leiria (13 de janeiro)

Centros de Saúde do Pinhal Litoral (Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós) é de 8 de janeiro. Entretanto, entraram em vigor, dia 14 de janeiro, novas regras para regras para conter a Covid-19.

O teletrabalho passou a ser recomendado e apenas pessoas com teste positivo ou coabitantes é que precisam de se isolar. As pessoas que receberam a dose de reforço há mais de 14 dias estão isentas.

Os bares e as discotecas reabriram. Os clientes têm de apresentar um teste negativo à Covid-19, um certificado de recuperação ou prova de vacinação com a dose de reforço há mais de 14 dias. Todas as pessoas que

tenham a dose de reforço há mais de duas semanas deixarão de ter de fazer teste. O Governo decidiu manter a proibição de consumo de bebidas alcoólicas na via pública. As restrições nas fronteiras mantêm-se.

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s Espaço do Museu

MCCB – os objectos que nos cederam: Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto, oferta de José Travaços Santos

p José Travaços Santos, segurando a obra Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto Abrimos a nossa coluna no parceiro Jornal da Batalha, dirigindo a todos um ótimo ano de 2022. Com o novo a no, o MCCB inicia um novo ci-

clo. Passaremos a apresentar, neste espaço, os objetos que foram cedidos (emprestados ou oferecidos) ao Museu pela comunidade.

Começamos por apresentar uma obra que ainda não está exposta ao público, mas que se reveste de grande importância histórica. Falamos de uma

magnífica edição da obra Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto (1510?-1583?). O livro relata a viagem de Fernão Mendes Pinto pelo Oriente, no século XVI. O autor, atraído pelos exóticos mundos da índia, da China e do Japão, descreve a geografia, a etnografia, os hábitos, os costumes, as festas, o comércio, as leis, entre outros aspetos, narrando ainda as expedições dos descobridores e navegadores portugueses. Foi um dos primeiros a narrar o Oriente à Europa. Apesar de ter sido criticada, hoje é consensual o valor histórico e literário da Peregrinação. Foi publicada em 1614, cerca de 31 anos após a morte do autor.

A oferta de José Travaços Santos O livro que nos foi ofertado por José Travaços Santos data de 1725, numa bela edição corrigida e acrescentada. Este magnífico exemplar foi logo intervencionado com ações de restauro e conservação para garantir a sua preservação. Questionando o nosso amigo José Travaços sobre a chegada deste livro às suas mãos, indica-nos que a obra estava por sua casa e que possivelmente veio de herança do seu avô, do seu pai ou dos seus tios. É dúbia a origem de um livro no meio de tantos milhares de livros que integram a biblioteca de José Travaços Santos. Muitos deles foram oferecidos generosamente à biblioteca municipal com o seu nome.

O MCCB incorpora, para além deste livro, outras obras e documentos oferecidos por José Travaços Santos, nomeadamente os interessantíssimos Códigos de Posturas Municipais em exposição no Museu. Assim se constrói o Museu de Todos e se completa a vasta história da Batalha, sendo José Travaços Santos um parceiro fundamental. Para a próxima edição revelaremos outra peça. Entretanto, aguardamos a sua visita. O museu abre de quarta-feira a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h. Siga-nos também nas nossas redes sociais (Facebook: MCCB – O museu de todos) e acompanhe as nossas atividades. Município da Batalha MCCB (Museu da Comunidade Concelhia da Batalha)

s AMHO A Minha Horta Célia Ferreira

Aproveitar para fazer as sementeiras

António Caseiro

Mestre em Fiscalidade Pós-Graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

ALOJAMENTO LOCAL

Centro Comercial Batalha, 1º Piso, Esc 2, Edifício Jordão, Apartado 195, 2440-901 Batalha Telemóvel: 966 797 226 Telefone: 244 766 128 • Fax: 244 766 180 Site: www.imb.pt • e-mail: caseiro@imb.pt

Ano novo, vida Nova. Isso acontece nas nossas hortas, quando iniciamos o ciclo das plantações anuais, e este mês, ainda mais com as condicionantes de circulação que temos tido, é um ótimo momento para planear o que se quer produzir e começar a semear. Para mim, janeiro é também o início de mais um ano de vida, pelo que é sempre um mês especial. Gosto muito de fazer anos, de celebrar a vida. Este ano não o pude fazer na companhia da família alargada, pois estávamos confinados, mas isso não me impediu de ter arranjado outras formas de celebrar, em vez de ficar triste e com pena de mim mesma. Fui fazer tudo o que me apetecia e me deu prazer sozinha e também sabe tão bem estar só comigo. Nesta altura apenas as couves se mantêm vigoro-

sas na minha horta, as geadas por aqui não permitem muito mais. Há que compreender as realidades dos nossos quintais e aproveitar de acordo com as suas possibilidades. Assim não contrariamos a natureza e acabamos por viver de bem com o que ela nos dá. Como os dias são mais curtos e passamos menos tempo na rua, podemos aproveitar para fazer as sementeiras em vasos ou cubas. Pode-se aproveitar vários recipientes, os copos de iogurte, os tubos dos rolos de papel higiénico, estes últimos depois nem precisam de ser retirados, vai todo o conjunto para a terra. Deixamos as plantas crescer numa varanda ou marquise e quando chegar melhor tempo, já temos alguns alimentos mais adiantados. Hortícolas para semear em local coberto: alfaces,

alho francês, alhos, agriões, bróculos, cenouras, cebolas, coentros, couves, ervilhas, espinafres, favas, nabos, nabiças, rabanetes e salsa. Hortícolas para semear ao ar livre em zonas menos propensas a geadas: alho francês, beterrabas, cebolas, cenouras, coentros, couves-flôr, couves-repolho, espargos, espinafres, ervilhas, nabiças, nabos, rabanetes, rúcula, coentros, calêndulas. Jardim, semear: begónias, gipsófilas, goivos, lírios, miosótis, flor de lis, sécias, petúnias, roseiras, zinias e bolbos em geral. É também uma excelente altura para plantar arbustos e árvores de fruto. O meu jardim já está a ficar ladeado de arbustos que dão fruto, por cá privilegia-se tudo o que seja produtivo. Na horta cultivamos alimentos e sentimentos! Boas colheitas.


s lfa A

Janeiro 2022

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Pré-escolar 1.º ciclo 2.º ciclo 3.º ciclo Secundário


Opinião

Jornal do Agrupamento de Escolas da Batalha

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Palavras de Luís Novais, diretor do AEB

À descoberta de leituras

A escola tem um papel decisivo na ação ambiental”

Como tem a escola vivido este novo ano letivo e quais as alterações verificadas relativamente aos anos anteriores?

balho desenvolvido e dos resultados alcançados, garantindo um feedback regular a alunos e famílias.

Continuamos a ter uma organização condicionada pelas orientações da DGS (Direção-Geral da Saúde), de forma a criar todas as condições para minimizar o efeito da pandemia, permitindo que os nossos alunos continuem a aprender. As aulas têm funcionado em regime presencial, no entanto, alguns dos nossos alunos têm ficado em isolamento, o que tem vindo a condicionar o funcionamento da escola. Dá-se o apoio possível, tendo em consideração os recursos humanos de que dispomos. Relativamente aos anos anteriores, procedeu-se à alteração do calendário escolar, adotando-se uma organização semestral, com dois períodos letivos, prevista no Despacho n.º 6726-A/2021.

Que projetos pretende implementar durante este ano?

Na sua opinião, o novo calendário escolar apresenta aspetos positivos?

A organização do calendário escolar em semestres tem-se revelado potenciadora da mudança ao nível das práticas e da avaliação pedagógicas. O Estudo de Avaliação da Reorganização do Calendário Escolar (setembro de 2020), realizado pelo Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, demonstra que esta alteração pode ser facilitadora ou indutora de tais mudanças. Esta opção inclui momentos frequentes de balanço do tra-

Neste ano letivo, continuaremos a promover os projetos já iniciados, fomentando os intercâmbios de estudantes e de professores com vários países europeus, através dos projetos internacionais já aprovados e de novas candidaturas a apresentar. Participaremos, também, numa rede de partilha de práticas – PA National Schools Network -, que permitirá fomentar dinâmicas de aprendizagem colaborativa entre as diferentes comunidades educativas. Iniciaremos a Academia Digital para Pais, oportunidade para pais e encarregados de educação de alunos do ensino básico frequentarem ações de formação promotoras de competências digitais. Alargaremos a Academia Ubuntu aos alunos do 1.º CEB e pretendemos, ainda, oferecer aos alunos do 12.º ano a oportunidade de participarem na Academia de Computação Quântica QubitxQubit. Que ideias ou projetos existem para tornar o agrupamento mais autossustentável e autossuficiente em termos ambientais?

A humanidade está a utilizar mais recursos naturais do que os ecossistemas do planeta conseguem regenerar. É preciso alterar os nossos

No seu livro Fahrenheit 451, Ray Bradbury refere: “Os clássicos eram agora programas de rádio de quinze minutos, e cortados de novo para caberem num seguimento sobre livros em dois minutos”. Esta citação ilustra a sociedade distópica projetada pelo autor, em 1953, mas, assustadoramente,

cada vez mais atual. Nesta rubrica, iremos recomendar livros, não propriamente clássicos, mas por nós considerados interessantes e que permitem começar, manter ou retomar o hábito da leitura como forma de lazer, de aprendizagem e de desenvolvimento do espírito crítico.

A vida invisível de Addie Larue, de V. E. Schwab comportamentos individuais e coletivos e o nosso estilo de vida porque “estamos a transformar os recursos em lixo e precisamos de transformar o lixo em recursos”. A escola tem um papel decisivo na ação ambiental, nomeadamente através de campanhas que incentivem a comunidade educativa a realizar escolhas diárias mais amigas do ambiente: diminuir, de forma acentuada, o uso de plásticos e adotar práticas de consumo que levem à redução, à reciclagem e à reutilização de resíduos. No Plano Anual de Atividades do agrupamento existem várias ações de sensibilização ambiental, como é o caso do “Planeta Saudável – Horta escolar”, cujo foco são os Objetivos Globais para o Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Nesta iniciativa, os alunos são desafiados a trabalhar problemáticas relacionadas com questões de desenvolvi-

mento social e económico, meio ambiente e agricultura sustentável. De referir ainda a participação no Programa Ecovalor, promovido pela Valorlis, em que se pretende mobilizar a recolha de resíduos domésticos recicláveis, nomeadamente embalagens de plástico, metal, papel, cartão e vidro. Por último, uma referência à participação na ação “Escola Eletrão”, que tem como objetivo sensibilizar e envolver toda a comunidade educativa no encaminhamento adequado de equipamentos elétricos, pilhas, baterias e embalagens usadas para reciclagem e valorização, criando um local de recolha eletrão na escola-sede. Fica o desafio à nossa comunidade educativa para que desenvolva o Compromisso Verde do AEB, adotando prioridades ambientais para bem do nosso planeta. Carolina Pacheco, 11.ºC Inês Sequeira, 11.ºD

Livro juvenil de literatura fantástica, cuja ação se passa em França, no ano de 1714. A personagem principal, Addie Larue, é uma jovem que ambiciona ser livre, contrariando o desejo de sua mãe que pretende vê-la casada. Num momento de desespero, Addie firma um acordo que lhe garante a imortalidade em troca da maldição de ser esquecida por todos aqueles com quem se cruza. Porém, 300 anos depois, a jovem cruza-se com um rapaz que se lembra do nome dela. Para além do contro-

lo dos pais, este livro trata temas como a espiritualidade e a feitiçaria, bem como a forma como os outros se lembram de nós e as causas que levam algumas pessoas a lembrar a nossa passagem no mundo e nas suas vidas.

Ana Leonor, Carolina Pacheco, Dinis Carreira, 11.ºC Inês Sequeira e Rita Carreira, 11.º D

Carolina Pacheco, 11.º C | Inês Sequeira, 11.º D

Diretor: Luís Novais. Edição e coordenação: professoras Fátima Gaspar, Fernanda Cardoso, Guida Roque e Carlos Ferreira. Fotografia: professor Sérgio Barroso e alunos. Redação: alunos da Oficina de Jornalismo - 10.º D, 10.º E, 10.º F, 11.º B, 11.º C e 11.º D e comunidade escolar. Paginação: João Bento. Facebook Alfabeto – Jornal do Agrupamento de Escolas da Batalha


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Entrevista

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Alô, Alô, é da Faculdade... a passar pela mesma experiência. Estou a adorar a faculdade, as pessoas, o curso, a praxe, tudo! Ando a descobrir Lisboa e já me habituei a viajar de metro, a fazer comida… Sinto-me uma autêntica fada do lar. A faculdade está a tornar-se uma segunda casa e os professores não são tão indiferentes como dizem. Se há uns que nos entendem como um número, há outros com quem temos uma boa relação. Pensando na praxe, para mim, está a ser uma das melhores vivências. As madrinhas ajudam-nos bastante e o ambiente criado é muito bonito com battles de canções entre cursos, almoços com mestres e veteranos, tudo o que contribua para a nossa união. É uma experiência para a vida! Cristiana Carreira Cristiana Carreira foi aluna do curso de Humanidades e, presentemente, frequenta o curso de Serviço Social, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Como tem sido a tua experiência na faculdade?

No mínimo, desafiadora e a melhor experiência da minha vida. No início, foi um misto de emoções: a ansiedade dos primeiros dias de aulas e da pri-

Afonso Marques foi aluno do curso de Ciências e Tecnologias e frequenta, agora, o curso de Engenharia Agronómica, no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa.

meira praxe, a felicidade de estar na faculdade e no curso pretendido, as primeiras amizades, mas também o receio de ter saído de casa, de ter deixado a minha irmã e a restante família, de viver numa cidade enorme onde me sinto uma autêntica formiga. É um ambiente completamente diferente. Não tendo comigo os meus maiores pilares, é muito difícil, por isso é indispensável ter amigos ao meu lado que, naturalmente, estão

momentos mais marcantes no AEB?

A escolha do curso foi bastante direta, sempre assumi que a agricultura me corria nas veias e os testes psicotécnicos que fiz só confirmaram a minha crença. A engenharia agronómica foi a decisão óbvia.

Estudar no AEB é muito mais do que frequentar a escola da Batalha, é viver a Batalha. Marcaram-me as minhas primeiras Jornadas Culturais como aluno do secundário. Numa das atividades, surgiu uma história muito engraçada que envolvia um peixe-dourado, o Dário Peixoto, que passeávamos pela escola e levávamos para as aulas. Um colega meu até chegou a publicar essa história num blogue.

Quais foram, para ti, os

O que pretendes fazer

Que razões te levaram a escolher este curso?

Em que medida consideras que escolheste a área certa?

Acho que o curso que frequento grita completamente o meu nome, os meus valores e os meus gostos, não me arrependo de nada. Sempre quis seguir algo relacionado com direitos humanos, de forma a poder dar voz às pessoas que não a têm e tentar ajudar a população mais vulnerável a superar as suas dificuldades. Escolhi este curso com o coração e tenho a certeza de que estou no caminho certo.

no futuro? De que forma achas que a tua profissão pode ser importante na sociedade?

Pretendo trabalhar na otimização de produção agrícola contribuindo para a sustentabilidade do planeta. Que conselhos darias a quem está no ensino secundário e pretende frequentar o ensino superior?

Experienciem! O percurso académico é muito mais do que a universidade, é colocarmos desafios a nós próprios e descobrir aquilo que gostamos de fazer,

Que expetativas tens relativamente ao teu futuro profissional?

nossa parte para conseguir acompanhar tudo e não ficar para trás.

Neste momento, o meu foco é tirar boas notas, dedicar-me ao voluntariado e fazer estágios de verão e Erasmus. No final da licenciatura, gostaria de fazer uma pausa de um ano para realizar um dos meus sonhos, o voluntariado internacional. Posteriormente, penso ingressar num mestrado, talvez na área de política social. Profissionalmente, fascinam-me áreas relacionadas com crianças e jovens em risco, vítimas de violência doméstica, refugiados ou trabalhos em organizações internacionais como a ONU.

Que conselhos darias aos alunos que frequentam, neste momento, o ensino secundário e que pretendem ingressar brevemente no ensino superior?

Sentes que o AEB prepara devidamente os alunos para a faculdade?

Tenho vindo a reparar que as bases que adquiri em todas as disciplinas estão a ser muito úteis. O meu curso é muito teórico e ter frequentado Línguas e Humanidades numa escola tão exigente como o AEB tem facilitado bastante. Apesar disso, acho que ninguém está suficientemente preparado para a exigência da faculdade. Não tem nada que ver com o secundário. A quantidade de matéria e a velocidade a que é dada não se podem comparar. É preciso um grande esforço da

O meu conselho é irem de coração aberto. Vivam tudo intensamente, experimentem a praxe, conheçam pessoas, participem nas atividades – seja na tuna, nos núcleos ou no desporto -, vão a jantares de curso e a festas também, mas, sobretudo, deem o máximo na faculdade. Com isto, não quero dizer apenas para tirarem boas notas, aconselho também a vossa participação nas várias atividades e oportunidades que a faculdade oferece, como é o caso de workshops, voluntariado, Erasmus, estágios de verão... Informem-se, sigam as páginas da faculdade, dos núcleos dos cursos, da AE, do portal Uniarea e do projeto Inspiring Future. Certamente, vão ajudar-vos a conhecer as dinâmicas das faculdades e a escolher o curso onde querem ingressar. Arrisquem, vão atrás do que querem e nunca desistam. Ao mesmo tempo, é importante verem as saídas profissionais, os salários, as oportunidades de emprego... Peçam a opinião dos vossos

como e com quem desenvolver o nosso trabalho. Sempre que a tua vida estiver a ser muito fácil é porque não estás a fazer tudo o que podes. Consideras que a tua área é aliciante para os jovens? Que argumentos usarias para os persuadir?

Se tivesse de persuadir alguém, referiria a variabilidade do trabalho agrícola e a empregabilidade.

Carlota Gomes e Beatriz Marques, 10.º D Ana Laranjeiro, 11.º C

Afonso Marques

pais, professores, psicólogos ou até profissionais da área. Depois, pensem sozinhos, é uma decisão que vai determinar o vosso futuro. Pensem que irão estudar “toneladas” de matéria, durante três anos, mas que essa aprendizagem será feita com prazer. No caso do meu curso, há muitos preconceitos e estereótipos baseados na informação distorcida que a sociedade tem da realidade. Informei-me, ouvi o meu coração (sem romantismos) e, acreditem, foi a melhor decisão que tomei. Já na faculdade, experimentem a praxe e tentem divertir-se. Também é importante conhecerem os vossos limites e impedirem que alguém vos obrigue a fazer o que não querem. A praxe ensina-nos valores e desenvolve o espírito de união. Um conselho final: estudem logo desde o início do ano. Com o deslumbramento dos primeiros dias, da praxe e das festas, a matéria pode ficar para trás e bastam dois dias sem estudar para se perder o fio à meada. Esforcem-se, deem o melhor de vocês em tudo o que fazem e acreditem que o futuro vos recompensará.

Alice Santo, 11.º B Ana Carolina Laranjeiro, 11.º C


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Atualidade

Jornal do Agrupamento de Escolas da Batalha

Projeto Erasmus previne e combate bullying

Projeto Erasmus leva alunos à Croácia De 24 a 30 de outubro, cinco alunos e dois professores deslocaram-se à Croácia onde tiveram a oportunidade de realizar passeios culturais para conhecimento das regiões, modos de vida e rotinas do quotidiano, para além do trabalho desenvolvido em contexto escolar. As visitas a locais insignes, como a capital Zagreb, a cidade de Vukovar e o Rancho Ramarin, permitiram uma melhor compreensão do impacto da guerra neste país da penínsu-

No âmbito do projeto Eramus+ KA229 “Robotics As a Tool to Prevent Bullying”, decorreu uma mobilidade internacional à Estónia, envolvendo outros países como a Suécia, a Eslovénia, a Turquia e a Roménia. A professora Sandra Novo explicou que esta mobilidade consiste na “formação internacional de professores, tendo como principal objetivo conhecer e partilhar as dinâmicas que

cada escola tem no seu país para prevenir e combater o bullying, em particular, o bullying físico, o cyberbullying e a exclusão social”. Envolvendo a robótica como uma ferramenta ou um pretexto para os alunos comunicarem entre si e socializarem, sejam eles vítimas ou atacantes, a mesma professora acrescenta que “a utilização das novas tecnologias também pode ser vista como um meio de partilha para se perceber a

Alemanha e da Itália, o que possibilitou a melhoria da comunicação em língua inglesa, assim como a criação e estreitamento de laços entre os participantes. Aluna e professora reconhecem ter vivido “uma experiência inesquecível”, uma oportunidade de “crescimento individual, emocional e académico, sendo notável a evolução das inúmeras competências trabalhadas”. Helena Gregório, 11.º C

razão de alguém praticar bullying”, realçando que, muitas vezes, o atacante já foi vítima. No seu ponto de vista, não há diferenças significativas entre os países parceiros, pois as razões da existência de bullying são as mesmas: o facto de alguém ser novo num contexto; características físicas e psicológicas da vítima, entre as mais comuns. Ana Leonor Amado e Dinis Carreira, 11.ºC

Aluna do AEB participa na revista “Forum Estudante” Na sua edição de setembro/outubro/2021/Saberes, a revista “Forum Estudante” questionou jovens de todo o país, que frequentam o ensino secundário, sobre as suas expetativas para o presente ano letivo, atividades que planeiam realizar e métodos de estudo de que não abdicam. Entre os vários participantes que aderiram ao desafio, a FORUM selecionou e publicou os desejos de uma aluna da nossa escola, a Ana Leonor Amado, do 11.º ano. Fazer uma melhor gestão do tempo, estar com os amigos e praticar exercício físico

la balcânica, promovendo o enriquecimento cultural, individual e linguístico dos estudantes e docentes. “Aprendizagem Baseada em Problemas’’, ou PBL, foi o tema deste Projeto Erasmus+ que tornou repletos seis dias de “auto e heteroconhecimento”, como nos contou a professora Aline Fortes. Para a aluna Leonor Antunes, o “ambiente de respeito mútuo, de aceitação e valorização do outro” foi vivido com colegas do país anfitrião, da

são alguns dos objetivos de Ana Leonor para este regresso às aulas. “Acima de tudo, espero que não voltemos para o ensino à distância. Para mim, é muito importante aprender presencialmente”. Durante o ano letivo que agora inicia, a estudante planeia continuar na Oficina de Jornalismo da escola, bem como participar em projetos como o clube Ubuntu e o Desporto Escolar. A aluna de 16 anos revela apostar sobretudo em sessões de estudo ao longo da semana, recorrendo a métodos como o “Pomo-

Concurso Nacional de Hortas Pedagógicas doro” [divisão do estudo em unidades de 30 minutos com cinco minutos de intervalo] e o uso de música ambiente. Numa altura em que milhares de estudantes regressam à escola, Ana Leonor deixa ainda uma mensagem a todos os colegas. “Gostaria que a escola não fosse vista como algo obrigatório e chato. É uma oportunidade de aprendizagem que nos estão a oferecer”, conta, antes de concluir: “Para além disso, ninguém está na escola sozinho, por isso, não devemos ter vergonha de pedir ajuda”.

A Escola Básica de Reguengo do Fetal está a participar no Concurso Nacional de Hortas Pedagógicas, com o projeto Planeta Saudável. Esta iniciativa é promovida no âmbito do projeto #tánahorta e visa “incentivar a criação, requalificação e dinamização de hortas escolares, incrementando, simultaneamente, o interesse pela alimentação saudável e pelo consumo sustentável”. O concurso é dirigido a toda a comunidade educativa.


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Atualidade

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Semana Ubuntu: uma oportunidade de estreitar laços e criar pontes Entre os dias 13 e 17 de novembro, decorreu a Semana Ubuntu em que participaram os alunos do 10.º D. Este projeto, que resulta da parceria entre o Município da Batalha, o Instituto Padre António Vieira e o AEB, tem sido um espaço de partilha e de crescimento individual e coletivo. Os alunos foram convidados a encetar uma “viagem”, percorrendo os cinco pilares do método UBUNTU: autoconhecimento, autoconfiança, resiliência, empatia e serviço. Procurou-se fomentar a consciência e o espírito de grupo, assim como proporcionar

a aquisição de um leque de competências pessoais e sociais. Após vários dias de trabalho e grandes emoções, os alunos conquistaram as suas t-shirts e ganharam o estatuto de líderes Ubuntu, enriquecendo a sua experiência de vida, aprendendo a estreitar laços e fortalecendo a criação de pontes. Para o aluno Guilherme Almeida, esta semana fê-lo conhecer-se melhor a si e aos outros; para a aluna Marisa Monteiro, nestes cinco dias em que esteve “afastada da realidade habitual”, aprendeu a confiar mais em si própria e nas

suas capacidades, a saber tratar do problema do outro como se do seu se tratasse. “Através de diferentes dinâmicas e atividades, aprendemos a lutar, sem nunca desistir, pelos nossos sonhos e

AEB acolhe mobilidade Erasmus

A primeira mobilidade do projeto Erasmus European Tunes Choir for Peer Bullying decorreu na semana de 18 a 22 de outubro, no AEB, e trouxe a Portugal quinze professores vindos da Turquia, Letónia, Grécia e Inglaterra para trabalharem conjuntamente com professores e alunos portugueses. O grupo de professores portugueses foi o responsável pela organização de

atividades educativas e culturais. Na preparação das atividades pedagógicas, houve o cuidado de planificar aquelas que permitiriam trabalhar as vertentes musical e social, a dinâmica de grupos, a tutoria entre pares e a gestão de conflitos. Alunos, professores e técnicos portugueses dinamizaram atividades que possibilitaram aos professores estrangeiros desfrutar de momentos de partilha e de trabalho

podem frequentar o Clube Ubuntu e aí desenvolver atividades no âmbito da liderança servidora. O clube tem como principais objetivos disseminar, junto da comunidade escolar e

meio envolvente, a filosofia Ubuntu e proporcionar aos alunos um crescimento individual e coletivo que os torne melhores pessoas. Prof. Guida Roque

“Eu sou porque tu és”, um desafio gratificante

em equipa, levando a cabo dinâmicas de grupo e de interação social. Ainda houve tempo para todos participarem num workshop sobre a ação eTwinning e desenvolverem competências ao nível da exploração da plataforma e organização da página do projeto. A próxima mobilidade decorrerá em Inglaterra, no mês de março. Prof. Fernanda Alvega

“Mosteiro da Batalha - monumento vitral para a nossa escola” Os alunos do 8.º G realizaram uma saída de campo ao Mosteiro da Batalha, numa atividade que envolveu as disciplinas de Ciências Naturais e Físico-Química, na qual efetuaram a recolha de dados manuseando sensores atmosféricos, dando continuidade ao projeto: “Mosteiro da Batalha - monumento vitral para a nossa escola”.

objetivos, a comunicar com as pessoas que nos rodeiam e a estudar a melhor forma de nos ajudarmos uns aos outros”, conclui. Para dar continuidade a esta semana, os alunos

No dia 8 de novembro realizou-se o Encontro Nacional de Escolas Ubuntu, no qual estiveram presentes duas turmas do 12.º ano e a educadora social Ivânia Alexandre, a representante deste movimento na nossa escola. Vivendo a sua primeira experiência enquanto representante Ubuntu, esta educadora afirma que “está a ser bastante enriquecedora e que, em conjunto com os educadores Ubuntu do AEB, passar a mensagem

‘Eu sou porque tu és’ tem sido um desafio gratificante”. Sobre o encontro a nível nacional, declara: “Foi possível contactar com outras realidades e estabelecer pontes com outros clubes, o que permitirá um trabalho colaborativo”. Para Margarida Gil e Duarte Marques, do 12.º A, esta experiência permitiu-lhes conhecer melhor a filosofia Ubuntu e retirar exemplos para o futuro. Além disso, o facto de ser uma atividade de âmbito nacio-

nal ajudou-os a “perceber a dimensão desta academia, com um propósito tão importante para a comunidade atual e futura”. Sobre o desafio de poderem vir a ser instrutores Ubuntu, a Margarida revelou que seria algo que a completaria por considerar corretos os valores trabalhados, enquanto o Duarte hesita sobre o seu perfil para o desempenho dessa função. Ana Leonor e Dinis Correia, 11.º C Rita Correia, 11.º D


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Entrevista

Jornal do Agrupamento de Escolas da Batalha

a Finlândia o país mais feliz “doSerámundo? ” Edgar Carreira

tudo a sério. Expliquei à minha chefe que era uma questão cultural, que eram automatismos próprios de ser português, mas, gritando-me, ela disse para eu parar com “esses automatismos”. Pensei então: “Eles é que me pagam, eles é que mandam”. Escolheu trabalhar no estrangeiro por alguma razão especial?

Voltou à escola da Batalha para partilhar o seu testemunho. Está a gostar desta experiência?

Estou a gostar bastante. Quase tudo mudou, mas revi alguns professores, como por exemplo a professora Ana Luísa Fernandes, que me ensinou em dois anos aquilo que muitos não aprendem em cinco.

Falemos agora da sua experiência em Helsínquia. Tem sentido dificuldades?

Do ponto de vista profissional, tenho dificuldades com a língua finlandesa, especialmente, em escrever textos oficiais, por causa da gramática. Do ponto de vista pessoal, é a questão do isolamento porque é uma cultura completamente distinta da nossa, onde tudo é visto ao contrário do que é visto em Portugal. Mesmo estando em grupo, os finlandeses quase não falam. Há perguntas bizarras que me fazem… Quer dar um exemplo mais concreto?

Há cerca de dois anos, na minha segunda semana de trabalho, fui chamado pela chefe para me advertir de que não devia tocar nas pessoas enquanto falava, pois os meus gestos tinham sido interpretados como assédio. Em Portugal, dizemos piadas, falamos ironicamente; na Finlândia, não, levam

Carolina Laranjeiro e Ana Leonor, 11.º C

Palavras cruzadas

No desenvolvimento do seu trabalho apenas usa o finlandês ou também outras línguas?

O finlandês, sobretudo, mas há situações de trabalho em que uso o russo, o inglês, o castelhano e o francês. Também já trabalhei em português e uma vez em italiano. Na Finlândia, há algum problema que o tenha impressionado?

A questão das relações humanas, que lá não existem. Antes de vir de férias para Portugal, perguntei ao rapaz que vive comigo o porquê de, na Finlândia, as pessoas não se relacionarem com os familiares. Fiquei a saber que é por causa da independência financeira. Fiquei impressionado porque, naquele momento, também eu era independente financeiramente, contudo, preparava-me para regressar ao meu país e estar com os meus pais. Conheço situações de finlandeses que estão há oito anos sem falar com os pais e acham que é absolutamente normal.

HORIZONTAL 1 - Recolha e análise de informações sobre a atualidade com o objetivo de as transmitir ao público. 3 - Meio de comunicação impresso. 6 - Texto de caráter informativo, que pode ser apresentado na televisão, internet, rádio,

jornais e revistas. 7 - Estabelecimento de ensino. VERTICAL 2 - Jornal escolar do AEB. 4 - Texto narrativo, descritivo ou argumentativo, matéria divulgada em jornais. 5 - Conversa entre duas ou mais pessoas em que são fei-

tas perguntas e são dadas respostas com o objetivo de obter informação. Joana Soares, 10.º F Rita Correia, 11.º D

SOLUÇÕES 1-jornalismo; 3-jornal;

No princípio, eu tinha a ideia de ser jornalista, mas, no último ano do secundário, falei com o psicólogo. Estava um pouco confuso, não sabia que curso escolher. Fiz testes psicotécnicos e, depois de ouvir “Olha, tu eras bom para assistente social”, acabei por seguir esta área.

Várias, especialmente as pessoas: a D. Sandra, a professora Ana Luísa, o professor Paulo e os professores, em geral. Também guardo memórias dos intervalos e das aulas. Lembro-me da vida e das matérias aprendidas que fizeram a diferença na minha formação.

É mesmo uma vergonha social se ficarem mais tempo em casa dos pais?

têm competências comunicacionais, têm muito afeto pelo álcool, mas zero pelas pessoas… E lembro a minha infância em que fui levado para a escola pela mão dos meus pais. Não foi isso que me impediu de viajar sozinho 3000 quilómetros, chegar lá e triunfar!

6-notícia; 7-escola Vertical: 2-Alfa-

Por que razão seguiu a área social? Fez algumas mudanças ao longo dos seus estudos?

Tem alguma recordação marcante da sua passagem pela nossa escola?

Sim, enquanto nós, aqui, estamos até aos trinta anos em casa dos pais, se for preciso, e somos sempre bem-vindos, lá, a maioria tem de sair de casa aos dezoito anos.

Sim. No meu trabalho, ouvi uma mãe a dizer ao filho de dezasseis anos: “Nós já não podemos viver juntos”. Alguém que ouça isto, com esta idade, fica traumatizado. Dizem que é muito bom as crianças de cinco anos irem sozinhas para a escola, mas eu penso nas consequências: ficam traumatizadas, deprimidas, não

beto; 4-artigo; 5-entrevista

Edgar Carreira frequentou a nossa escola entre 2001 e 2007. Licenciou-se em Serviço Social, no Instituto Politécnico de Leiria, e fez dois mestrados: um em jornalismo, na Universidade Nova de Lisboa, e outro em Serviço Social, no ISCTE. Vive, atualmente, em Helsínquia, capital da Finlândia, país considerado como o mais feliz do mundo, onde exerce a profissão de assistente social na CPCJ (Comissão de Proteção de Crianças e Jovens).

Na fase final do mestrado, comecei a pensar nas condições de trabalho que havia em Portugal: salários muito baixos, falta de reconhecimento do curso, trabalhar para sobreviver… Como já conhecia a Finlândia, tinha tido contacto com professores deste país e tinha lido vários artigos científicos que davam conta da necessidade de assistentes sociais nos países nórdicos, num futuro próximo, tomei a decisão de aprender finlandês.

Pensa que este problema é sentido pelas crianças?


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Atualidade

Curso de Comunicação e Serviço Digital, uma aposta do AEB no futuro

Programa CA Nota 20 atribui prémio a aluno do AEB

cado de trabalho. Ao completarem o curso, os alunos ficam com o nível 4 do Quadro Nacional de Qualificações e a empregabilidade existe em áreas como Gestão de Redes Sociais Empresariais, Gestão de Conteúdos Digitais, Análise de Métricas Digitais, Gestão de Planos de Marketing Digitais e Comunicação Digital/ Inbound Marketing. Alunos e professores defendem que um curso profissional não é uma alternativa menor, opinião fundamentada no facto de existirem mais alunos a inscrever-se nestes cursos e a prosseguirem estudos no ensino superior após a sua conclusão. Os que estão a viver esta experiência formativa recomendam o curso a todos os colegas que gostem de aulas interativas e práticas e de participar em projetos, principalmente os que se relacionam com a área do marketing e da comunicação digital. Joana Soares , 10.º F Ana Leonor, 11.º C

ser apoiado, mesmo que os pais não o avalizem, nós próprios temos a bolsa. Se não houver verba na bolsa fazemos o financiamento.

Tiago Vala, do 8.º ano, mereceu a distinção de melhor aluno pelo Grupo Crédito Agrícola, de acordo com o Programa CA Nota 20. Este prémio nacional foi entregue, em dezembro, pelo presidente da Caixa Agrícola da Batalha, no âmbito da iniciativa que distingue os vinte melhores alunos, clientes do Crédito Agrícola, com Conta Poupança Futuro, em cada ano de escolaridade do 3.º CEB e do ensino secundário. O programa referente ao ano letivo de 2021/2022 está em curso, podendo obter-se informações no site do Crédito Agrícola. Afonso Marto, presidente desta instituição bancária, em conversa com o Alfabeto, realçou a importância do prémio, lembrou a parceria com o nosso jornal e partilhou informações sobre o programa.

O curso profissional de Comunicação e Serviço Digital abriu, este ano letivo, com o objetivo de ir ao encontro de aspirações de um grupo específico de alunos, tendo em conta a existência de um mercado em crescimento nesta área. Está direcionado para jovens criativos e comunicativos, que gostam de desafios e que querem participar no crescimento das empresas onde possam vir a trabalhar. Questionados sobre a sua experiência, alguns alunos referiram que estão bastante satisfeitos, uma vez que o curso integra várias vertentes do marketing digital e oferece mais possibilidades a nível profissional. Outro ponto positivo realçado foram as soft skills, desenvolvidas, principalmente, através das aulas práticas e do trabalho em equipa. Quanto à perspetiva de futuro, existem alunos que pretendem ingressar no ensino superior e outros que desejam entrar no mer-

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Quais são as condições necessárias para os alunos se candidatarem a este prémio?

Serem clientes do Crédito Agrícola e terem boas notas, de acordo com o regulamento do concurso. Qual é o objetivo da Caixa de Crédito Agrícola com a atribuição deste prémio?

Tiago Vala, também acedeu ao convite do nosso jornal e falou da sua experiência. O que representa, para ti, este prémio?

Este prémio representa o esforço que desenvolvi ao longo do ano, que estou a fazer o trabalho certo e que percorro um caminho que me levará a um futuro que pretendo ser brilhante. Como consegues obter os melhores resultados escolares?

O principal objetivo é incentivar os alunos a aproveitarem o tempo da sua escolaridade. A Caixa Agrícola faz propaganda da sua atividade, no meio escolar, porque lhe interessa que esta comunidade saiba o que é uma entidade financeira, para que serve, que incentivos dá e que tipo de apoio presta no futuro. Que apoio dá a Caixa Agrícola aos alunos universitários?

Se os pais destes alunos não têm possibilidades de

os apoiarem, esta é uma instituição bancária à qual se podem dirigir, se forem clientes. Têm a possibilidade, até, de pedir uma bolsa para estudar na universidade. Se não forem clientes, poderão tornar-se e solicitar um empréstimo para tirar o curso, com taxas de juros muito reduzidas. O pagamento desse empréstimo será efetuado no fim do curso; à medida que vão tendo a sua remuneração, vão amortizando. Se nós tivermos informação dos professores de que o aluno é excelente, que merece

Eu faço por estar sempre atento nas aulas e, quando chego a casa, revejo a matéria. Depois, estudo um pouco e aplico-me ao máximo. O que pensas deste tipo de iniciativas como o da Caixa de Crédito Agrícola?

Acho que é importante para incentivar os alunos a estudarem, terem melhores resultados e buscarem sempre o melhor de si mesmos. Ana Carolina Laranjeiro e Carolina Pacheco, 11.º C

A ajuda interpares incentiva a melhoria de resultados escolares

Margarida Rodrigues, 10.º A Mentora

A mentoria é um projeto desenvolvido na nossa escola, cujo objetivo é prestar apoio, nas diferentes disciplinas, aos alunos que apresentam mais dificuldades. Mentores e mentorandos são alunos, sendo estes, maioritariamente, mais novos que os mentores. Trabalham a organização do estudo, con-

Madalena Monteiro, 10.º B Mentora

teúdos curriculares e também, sempre que possível, a gestão de emoções. As mentoras Margarida Rodrigues (10.º A) e Maria Monteiro (10.º C) referem “a oportunidade para ajudar os outros” como o motivo que as levou a participarem neste projeto, algo que sempre gostaram de fazer. A mento-

Maria Monteiro, 10.º C Mentora

ra Madalena Monteiro (10.º B) salienta que, “na decisão de participar, pesou o facto de considerar ter capacidade de explicar a matéria de forma clara e de o projeto ser uma mais-valia para ambos os intervenientes no processo”. São unânimes em destacar que também elas aprendem a articular e a ex-

pressar melhor as ideias e a respeitar o ritmo dos colegas a quem prestam apoio. Sentem, por isso, alegria e gratidão. Revelam, ainda, que este processo de cooperação e aprendizagem lhes permite conhecer novos colegas e rever conteúdos um pouco esquecidos. “O facto de o trabalho se desenvolver de forma individual e de não haver grande diferença de idades entre mentor e mentorando facilita o esclarecimento de dúvidas e o poder de concentração dos intervenientes”, concluem. Maria Inês Faria e Marisa Monteiro, 10.º D


Última

Jornal do Agrupamento de Escolas da Batalha

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A vida é uma jornada onde os amigos têm lugar reservado

O Novo Ano e as nossas crianças

Nunca pensei muito no efeito que as pessoas que nos rodeiam têm nas nossas decisões quotidianas nem naquelas que definem o curso da nossa vida, mas acho que é importante termos consciência do poder de um grupo de amigos. Esta ideia, por um lado, leva-nos a concluir que, junto de nós, podemos ter boas influências. Isto não significa que nos sintamos totalmente confortáveis num determinado grupo, mas o importante é respeitarmo-nos e saber que existe alguém que nos desafia. Por outro lado, alguém que está ao nosso redor pode condu-

ganizar os nossos objetivos, criar atitudes mais proativas e construtivas, dar mais relevância ao que é realmente importante para nós e para a nossa família. Tal como os adultos, também as nossas crianças vivem sentimentos complexos. Podem sentir-se entusiasmadas, tristes, inseguras, envergonhadas, confusas, com medo, frustradas… Mas, ao contrário de nós, não têm maturidade nem experiência de vida para dar um sentido ao que está a acontecer. Como pais, devemos ajudá-las a partilhar os seus sentimentos, educar para o diálogo, mostrar como gerir os comportamentos de

Ana Leonor 11.º D

Todos somos um pouco dos que já passaram nas nossas vidas. Inspiro-me em Antoine de Saint-Exupéry e tento desenvolver o tema da amizade, bem como o seu papel nas nossas vidas e no nosso ser.

zir-nos a comportamentos com os quais não concordamos, mas adotamo-los para poder estar com essas pessoas. Neste caso, devemos afastar-nos, sem medo de retaliações, mostrando-nos disponíveis para conhecer outros que realmente nos fazem sentir bem. Concluindo, ao longo da jornada que é a nossa vida, passamos por várias paragens, lugares e contextos. O essencial é rodearmo-nos de indivíduos que nos façam sentir especiais, que nos desafiem a sermos melhores e que representam o refúgio onde nos podemos abrigar quando é preciso.

Projeto Ético “Penso logo Cuido” Recolha Solidária de Tampinhas de Plástico De 23 a 27 de maio, será efetuada a recolha de tampinhas de plástico para fins solidários. Continua a guardá-las e, na data definida, entrega-as na escola-sede do nosso agrupamento. Estás a ajudar alguém

que precisa. Já entregámos, a instituições ou a pessoas carenciadas, 11 cadeiras de rodas e muitos conjuntos de canadianas. Louvamos e agradecemos a persistência de todos os que, cada vez mais,

participam e nos ajudam a ajudar. Aguardamos a tua entrega!

Prof. João Carvalho, coordenador do grupo de Filosofia e coordenador do projeto

Alunos do 10.º C desenvolvem projeto solidário

Ângela Amaro Presidente da APAIS

Mais um ano que terminou e não da forma que queríamos, apenas da forma possível, dentro do contexto que atravessamos. Vamos olhar para o Novo Ano com outros olhos, ficar mais focados no essencial, or-

uma forma positiva, ensiná-las a lidar com os sentimentos de uma forma saudável. Assim, estamos a motivar os nossos filhos para o sucesso emocional e social, a ajudá-los a desenvolver hábitos positivos que os preparam para o quotidiano, a despertar mentes curiosas, a orientar o estabelecimento de relações saudáveis, a desenvolver uma melhor autoestima, a impulsionar melhores resultados nas várias etapas da sua vida, sejam elas no meio escolar ou na comunidade a que pertencem. A Associação de Pais das Escolas da Batalha deseja a todos um Feliz Ano Novo!

Podcast mensal, uma nova forma de comunicar Os alunos da Oficina de Jornalismo querem inovar e criar algo na escola que chame a atenção de todos, por isso, decidiram criar um podcast, isto é, um programa áudio em que se fala sobre um assunto pertinente. Será uma forma de comunicação complementar do jornal Alfabeto a iniciar este mês. Para que toda a comunidade escolar participe, será colocada uma caixa de sugestões em cada bloco. Fiquem atentos e participem, não fiquem indiferentes! Ana Laranjeiro, 11.º C

No âmbito da disciplina de Inglês e em parceria com a associação “Resgatar Sorrisos”, um grupo de alunos do 10.º C encontra-se a desenvolver um projeto solidário assente no consumismo e na sustentabilidade do planeta. Pretende-se angariar materiais escolares em bom estado (canetas, lápis, cadernos, estojos, mochilas, entre outros), de modo a serem reaproveitados por quem não

tem condições para os adquirir. Assim, no início de fevereiro, irão ser colocados pontos de recolha destes materiais junto à portaria principal e no polivalente da secundária. A Associação Humanitária para a Cooperação e Desenvolvimento “Resgatar Sorrisos”, sediada em Leiria, estando a concluir a construção de uma escola na localidade de Candemã,

na Guiné-Bissau, necessita de materiais para que os seus futuros alunos dela possam usufruir da melhor forma. Contamos com o apoio de toda a comunidade educativa para resgatar sorrisos às crianças e jovens deste país africano. “Let’s make a difference!” Guilherme Ferreira, Inês Pereira, Maria Monteiro e Milene Ferreira, 10.ºC


Jornal da Batalha

Opinião Batalha

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Grupo Aves da Batalha ajuda a reflorestar a Quinta do Escuteiro m Plantaram duas pequenas árvores - um sobreiro e um medronheiro, típicas da região

CONTABILISTAS. António Caseiro tomou posse no dia 17 de dezembro como primeiro representante do distrito de Leiria na Assembleia Representativa da Ordem dos Contabilistas Certificados, na sequência das eleições recém realizadas e que ditaram a reeleição da bastonária Paula Franco. Em representação de Leiria estão ainda Rita Marques, Leonel Francisco e Vanda Sousa. O distrito tem 3.160 contabilistas.

A convite da Quinta do Escuteiro, o grupo Aves da Batalha deslocou-se “a um dos locais mais mágicos do Concelho da Batalha” para ajudar nas acções de reflorestação no âmbito das comemorações do 35º aniversário do centro escutista. Foi a primeira vez que se envolveu numa ação do género. Os elementos do Aves da Bata l ha pla nta ra m duas pequenas árvores um sobreiro e um medronheiro, típicas da região. Junto ao sobreiro, instalaram uma placa com a identificação da espécie, com o logótipo do grupo e ainda a uma mensagem:

TRANSPORTES JOSÉ CESÁRIO & CEREJO, LDA.

Rua 18 de Julho de 1962, nº 34 | CELA | 2440-151 Batalha Tel: 244 765594 | Fax: 244 765 152 | Telm: 966 004 146

conhecer para proteger. “É essa a nossa missão, a de conhecer e divulgar o maravilhoso património natural que ainda existe no Concelho da Batalha. Só criando laços e afectos com o que nos rodeia

é que estaremos despertos e motivados para a sua proteção”, explica o grupo. “Como seria de esperar, durante a acção não podíamos deixar de dar atenção às aves que por

ali andavam. A que mais despertou a nossa curiosidade foi uma trepadeira-azul, que por entre sobreiros e carvalhos cantarolava. No total foram observadas/escutadas 29 espécies de aves”, adianta.

p Os elementos do Aves da Batalha plantaram duas árvores


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Jornal da Batalha

Saúde Recuperar dos últimos dois anos com as menores sequelas possíveis

Catarina Canha Secretária-geral da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna

Tradicionalmente esta época leva-nos a refletir sobre o ano que agora termina e a traçar objetivos para o ano que se inicia. Quando nós, internistas, olhamos para trás não de-

vemos ver apenas os últimos 12 meses, mas os últimos setenta anos, ao longo dos quais, em torno da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, nos juntamos para promover uma melhoria contínua dos cuidados de saúde. A capacidade de adaptação e resiliência da Medicina Interna precede os recentes acontecimentos mundiais. Foi sem surpresa que abraçámos os desafios que estes dois últimos anos trouxeram a todo o Mundo, de forma competente e eficaz. Durante este período os Internistas adaptaram-se, aprenderam e ensinaram, em suma li-

deraram na linha da frente e contribuíram, na retaguarda, para a organização da resposta necessária. Este ano trará seguramente desafios, alguns antecipáveis, como a reorganização necessária para recuperar dos últimos dois anos, com as menores sequelas possíveis. Para além disto, estaremos a liderar na inovação, na procura de conhecimento e progresso científico, promovendo investigação de qualidade no seio da Medicina Interna e em colaboração com outras áreas do conhecimento médico. Pretendemos contribuir para os avanços tec-

nológicos que facilitam a interação médico-doente, como exemplo a telemedicina, garantindo que não é descurada a qualidade do atendimento médico. Continuaremos a liderar a formação no âmbito da Academia, na formação dos nossos internos, dos internos das restantes especialidades médicas e na renovação do conhecimento entre especialistas. O nosso papel na formação é um dos mais importantes e um dos quais mais nos orgulhamos. Uma boa formação em Medicina Interna tem impacto nas diferentes especialidades médicas e contribui para

serviços de Saúde mais eficientes e produtivos. Desde sempre que a Medicina Interna, como especialidade agregadora tem um papel importante junto dos órgãos técnicos e decisores das políticas de saúde nacionais, contribuindo para que estes tenham uma visão mais completa dos problemas e consigam estruturar respostas mais adequadas. Durante este próximo ano será expectável que este papel seja reforçado, pelo que estamos já a prepararmo-nos para tal. Esperamos promover sinergias com a Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares e

trabalhar com o Ministério da Saúde, na implementação de políticas centradas no doente e que visem uma melhoria da saúde em Portugal. Planeamos colaborar na implementação de circuitos de gestão integrada da doença crónica e da referenciação hospitalar. Mantém-se atuais as palavras do Professor Augusto Vaz Serra, que 1953 assegurava que “a grande ambição da Medicina Interna de hoje está no progresso do conhecimento científico, isto é, a substituição da probabilidade pela certeza, a dúvida pela segurança, a sombra pela claridade”.

, SA ACORDOS PARA OFTALMOLOGIA:

ADSE, ADMG, Multicare, Advancecare, Médis, SAD-PSP, SAD-GNR, SAMS Centro, SAMS Quadros, SAMS SIB, CGD, EDP-Sãvida

Cirurgia a Laser, Cataratas, Miopia, Diabetes, Glaucoma, Yag, Argon,

Retina, Córnea Exames complementares: OCT, Perimetria computorizada, Topografia Corneana, Microscopia Especular, Ecografia, Retinografia...sábado - manhã Oftalmologia...............................................Dr. Joaquim Mira............................. sábado - manhã Dra. Matilde Pereira.. quinta - tarde/sábado - manhã Dr. Evaristo Castro................................. terça - tarde Dr. João Cardoso.............................. segunda - tarde

Ortopedia....................................................Dr. António Andrade....................... segunda - tarde Otorrinolaringologia.................................Dr. José Bastos.................................... quarta - tarde Dra. Ana Sofia Melo.............................quinta - tarde Pneumologia/Alergologia.........................Dr. Monteiro Ferreira............................sexta - tarde Próteses Auditivas................................................................................................... quarta - tarde Psicologia Clínica...................................... Dr. Fernando Ferreira...............quarta/sexta - tarde Testes psicotécnicos..................................Dr. Fernando Ferreira...............quarta/sexta - tarde Terapia da Fala...........................................Dra. Débora Franco.............................quinta - tarde

Ortóptica.....................................................Dr. Pedro Melo................................ sábado - manhã

Urologia.......................................................Dr. Edson Retroz..................................quinta - tarde

Cardiologia..................................................Dr. David Durão..................................... terça - tarde

Medicina Dentária

Outras Especialidades:

Cirurgia Geral/Vascular.............................Dr. Carlos Almeida.................................sexta - tarde Clínica Geral................................................Dr. Vítor Coimbra................................ quarta - tarde Dermatologia............................................ Dr. Henrique Oliveira...................... segunda - tarde Electrocardiogramas...............................................................................segunda a sexta - tarde

Dra. Sâmella Silva

Terça/Quinta - Tarde Sábado - Manhã

Dra. Susana Frazão

Segunda / Sexta-feira - Tarde

Endocrinologia............................................Dra. Cristina Ribeiro............segunda / terça - tarde Estética .......................................................Enf. Helena Odynets..............................sexta - tarde Ginecologia / Obstetrícia..........................Dr. Paulo Cortesão........................... segunda - tarde Medicina Interna........................................Dr. Amilcar Silva.....................................sexta - tarde Neuro Osteopatia /Acumpunctura.........Tec. Acácio Mariano............................ quarta - tarde (Aplicações estéticas, Terapêutica de Relaxamento, Ansiedade, Stress) Neurocirurgia.............................................Dr. Armando Lopes......................... segunda - tarde Neurologia..................................................Dr. Alexandre Dionísio..........................sexta - tarde

Cirurgia Oral Implantologia Próteses Dentárias Ortodontia Rx-Orto Telerradiografia

Nutricionista...............................................Dra. Ana Rita Henriques........................ terça - tarde

Rua da Ribeira Calva . Urbanização dos Infantes, Lote 6, r/c frente . BATALHA . Tel.: 244 766 444 . 939 980 426 . clínica_jm@hotmail.com


Jornal da Batalha

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Economia

Polaca investe em estúdio de ioga no centro da vila m O Yoga Boutique Batalha oferece diferentes tipos de ioga e massagens ayuverdicas (relaxantes) “Desde pequenina” que a polaca Małgorzata (Gosia) Borges praticou dança contemporânea num grupo do seu país Natal. Parou em 2015, quando decidiu partir para a Suíça e, cinco anos mais tarde, vir para a Batalha, onde acaba de instalar um estúdio de ioga. “Já tinha experimentado ioga alguns anos antes, mas

comecei a praticar regularmente em 2017 na Suíça”, conta a responsável pelo Yoga Boutique Batalha, que abriu a 30 de novembro último e “é o primeiro na Batalha”. Em 2020, fez o curso de professora numa escola americana, que se estabeleceu no Alentejo, a The Sacred Fig, obtendo o certificado em Yoga Vinyasa. Mais tarde, fez um curso relacionado com a técnica Yin e participa regularmente em workshops ligados ao ioga. O Yoga Boutique Batalha, localizado no centro da vila, na rua António Cândido da Encarnação, oferece vários

tipos de ioga e massagens ayuverdicas (relaxantes). As aulas têm uma lotação de 10 pessoas e as marcações devem ser feitas através de https://yoga-boutique.reservio.com, yoga.batalha@ gmail.com, 912733478 ou das redes sociais. O espaço, com 55m2, possui uma divisão separada preparada para a realização de massagens terapêuticas do estilo ayuverdica, com uma duração entre 30 minutos e 1h30. Małgorzata (Gosia) Borges começou a dar aulas na Batalha em julho de 2021, no terraço de um espaço comer-

ª ª ª ª

cial no centro vila. A adesão progressiva de alunos levou-a “a procurar um espaço que pudesse acomodar aulas para um grupo maior”. “Para o futuro, o meu objetivo passa por levar o ioga a um maior número de pessoas na Batalha e, sobretudo, promover os benefícios que pode trazer a níveis como a respiração, agilidade e meditação”, refere. “Irei também aumentar o número de aulas por semana em diferentes dias e em horários distintos, para poder abranger um maior grupo de pessoas. Para isso irei provavelmente contar com a ajuda

p Małgorzata (Gosia) Borges, nasceu na Polónia de diferentes professores de ioga. Também haverá workshops durante o fim-de-se-

mana e sessões de meditação”, conclui a proprietária do Yoga Boutique Batalha.


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Jornal da Batalha

Património

Pequeno guia para uma visita ao Mosteiro (III) O Mosteiro alberga em si vários monumentos e um deles é a Capela do Fundador, obra do mestre Huguet, cuja origem se supõe ser catalã. É neste espaço duplamente sagrado que a nossa visita, este mês, vai começar. Panteão que, esperamos, seja intocável e não venha a ser senão sepultura da Ínclita Geração e dos descendentes próximos, reúne, pode dizer-se, os restos mortais das maiores figuras portuguesas do século XV. Capela do Fundador, assim foi designada por nela estar o túmulo do rei fundador do Mosteiro, soberano que pode considerar-se também o segundo fundador da Pátria Portuguesa porque sem a sua vitória, nos campos de S. Jorge em 1385, Portugal teria soçobrado definitivamente. Com D. João I foi sepultada a sua mulher, D. Filipa de Lencastre, figura duma rara elevação que muito contribuiu para aquela extraordinária época e para muitos dos acontecimentos que a caracterizaram. Na parede a Sul da capela estão as sepulturas de quatro filhos do régio casal, os Infantes D. Fernando, que morreu durante o terrível cativeiro na cidade marroquina de Fez, D. João que veio a casar com uma sobrinha, D. Isabel, filha do Conde de Barcelos e 1º Duque de Bragança, D. Henrique, a alma dos Descobrimentos, e D. Pedro, que foi regente do Reino, e de sua mulher D. Isabel de Urgel. Na parede de oeste foram em 1901 tumulados o Rei D. Afonso V e sua mulher D. Isabel de Avis ou de Coimbra, filha do Infante D. Pedro, o filho D. João II, um dos mais notáveis soberanos portugueses e um dos maiores do seu tempo, e o filho deste, o Príncipe D. Afonso que morreu, em

plena juventude, ao cair dum cavalo. Em cada frontal das arcas tumulares estão as armas que distinguem os reis, príncipes e infantes ali sepultados. Sobre as armas de cada um já aqui fiz, há anos, alguns reparos pois há pequenos enganos nos símbolos inscritos nos pendentes do lambel ou banco de pinchar. Nos do Infante D. Henrique deviam estar três flores de lis e não o retalho, que é a diferença do Infante D. João, nos do Infante D. Pedro deviam estar três arminhos e não dois, e no escudo da Rainha D. Isabel, de Coimbra, mulher de D. Afonso V, na metade com as suas armas de família deviam estar os três arminhos do escudo do seu pai e não o retalho que distingue o seu tio Infante D. João. Isto porém são assuntos que transcendem estes apontamentos e me transcendem completamente. A Capela do Fundador teve como cúpula uma pirâmide que abateu com o terramoto de 1755. Na gravura que reproduzo, desenho preciso de James Murphy, arquitecto irlandês que por cá andou nos finais do século XVIII e a quem já me referi, estando alguns meses hospedado no nosso convento dominicano aproveitou o tempo para registar o aspecto do monumento como estão estava e para imaginar, conforme as indicações dos frades que quarenta anos antes assistiram ao tremendo sismo, como seria então o remate da capela. Voltando à igreja, sugiro aos leitores que olhem com atenção as nervuras das abóbadas que estão lá no alto quase escondidas da nossa visão. Nervuras, neste caso, são “as molduras salientes que separam os panos duma abóba-

da”. Pelas nervuras podemos distinguir, na igreja, as que são do tempo de Afonso Domingues e as do tempo de Huguet. De Afonso Domingues são as redondas, de Huguet são as esquinadas. Assim, podemos dizer que as duas naves laterais e as quatro capelas absidais são do tempo de Afonso Domingues, a nave central, o transepto e a capela mor do tempo de Huguet. A sacristia e os lanços leste e sul do claustro real são do tempo de Afonso Domingues, a abóbada da Casa do Capítulo e os lanços oeste e norte do claustro, do tempo de Huguet. Na igreja a maior parte dos capiteis, remates das colunas, ostentam esculturas tão primorosamente feitas como as que estão em baixo ao alcance dos nossos olhos. Aqui já referi os anjos músicos e o homem verde da quinta coluna à esquerda de quem entra no templo, quinta coluna e não quarta como por lapso disse no número anterior, mas evidentemente há mais e muito curiosas e expressivas noutros capiteis. Entretanto, caminhando pelas naves, podemos ir descortinando as siglas que assinalavam o trabalho dos canteiros, entre elas a cruz gamada (que tem as extremidades de ângulo recto como o gama grego) de que se apropriou, indevidamente, Hitler o tirano de má memória que deixou um rasto de sangue em grande parte da Europa e quase aniquilou o povo judeu. Evidentemente que este símbolo, gravado nas pedras com que se construíram algumas zonas do Mosteiro, símbolo milenar, nada tem a ver com o nefando tirano. Os vitrais, de que a igreja e a Capela do Fundador são os maiores depo-

sitários, têm de nos merecer um olhar demorado e atento. São frágeis obras de arte pela natureza da matéria, o vidro, de que são feitos, mas de uma beleza espantosa que proporciona àqueles espaços algo de etéreo. Tempestades e tremores de terra e, também, desleixos na sua conservação, fizeram desaparecer a quase totalidade dos vitrais originais, felizmente substituídos por outros que, parece, os reproduzem na íntegra. Sobre a destruição causada pelo terramoto de 1755 há um impressionante relato do que se passou então, a que oportunamente me referirei. Num deles na capela mor, nas janelas vi-

radas a sul, está gravado o ano de 1388, talvez recordando o ano da doação do Mosteiro à Ordem Dominicana ou o ano do início da obra. Continuarei no próximo número, se Deus quiser. Criminalidade a aumentar e a agravar-se Há um aumento significativo da criminalidade violenta no nosso País, revestindo-se cada vez mais duma brutalidade e duma crueldade que não seriam de imaginar no nosso tempo. Afinal, ao progresso material está a corresponder um retrocesso civilizacional. É preciso e urgente que

os governos tomem providências imediatas e capazes de fazer frente a esta onda selvagem que atemoriza as populações e que, aproveitando o período eleitoral, os partidos as indiquem claramente. E volto a perguntar que influência terão as cenas, duma selvajaria extrema, que as televisões transmitem diariamente e a todas as horas, e que as crianças têm, por mais que se diga o contrário, acesso. Um gravíssimo problema a que os políticos não podem fugir.

José Travaços Santos Apontamentos sobre a História da Batalha (225)


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Opinião Batalha

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s Noticias dos Combatentes NCB

Dois anos perdidos? – e o que está para trás não conta!? Há dois anos que a pandemia, provocada pelo vírus da Covid-19 (vírus SARS-CoV-2 – Coronavírus), vem infernizando a vida da população mundial, Portugal incluído. A ciência tem trabalhado em “contra-relógio”, na busca de vacinas e/ou medicamentos para a combater e, quando, há um ano, apareceram as primeiras, começámos a respirar de alívio, pensando que o “bicho” teria os dias contados. Pura ilusão nossa, pois as sucessivas mutações em que se tem transmutado continuam a estar, pelo menos até agora, um passo à frente dos investigadores. Segundo o caudal de notícias alusivas, que diariamente nos chegam, essas mutações já se aproximam das 200 e se a maioria destas não tem causado preocupação especial, pelo menos duas delas – a Delta e a Ómicron – têm-

-nos dado “água pela barba”. Recordemos que, quando a primeira, bastante letal, parecia estar a ser vencida pela vacinação massiva, eis que surge a segunda, para voltar a “trocar as voltas” à ciência, dada a velocidade a que se propaga. No entanto, parece não ter o grau de letalidade na proporção dos contágios que provoca, talvez por a maioria da população já estar vacinada, o que é um bom indicador, mas nada de facilitismos da nossa parte, para os números não voltarem a descambar para além das previsões. A verdade é que no momento em que alinhavamos estas linhas (5 de janeiro) continuamos a ter poucas certezas, a não ser que a pandemia já matou cerca de cinco milhões e meio de pessoas no nosso planeta (19 mil em Portugal), além de continuar a deixar um infindo rasto de

calamidades associadas, que nos mantêm em tensão permanente. Como temos “sentido na pele”, as principais vítimas mortais têm sido os idosos, maioritariamente nascidos nas décadas de 30, 40 e 50 do século passado, onde também se inserem os combatentes das guerras do ultramar, incluindo o signatário. Se a idade e algumas doenças geriátricas associadas já eram o principal mote das nossas conversas antes da pandemia, com o aparecimento, desenvolvimento e consequências desta, a maioria parece sentir que só veio ao mundo para sofrer as agruras das “7 pragas do Egipto”… Caramba, velhos e bravos camaradas, será que a nossa já longa vida não teve também coisas boas? Claro que teve e até únicas! Vejamos algumas:

Para melhor nos situarmos, lembremo-nos que, maioritariamente, as nossas idades oscilam entre os 70 e 85 anos, o que significa que nascemos nas décadas acima referidas, ou seja, para começar, nós vivemos em oito décadas; dos séculos; dois milénios! Vivemos todas as fases da evolução das comunicações, desde os mais rudimentares telefones de manivela aos maravilhosos telemóveis atuais e ao YouTube; passámos da vitrola de gramofone e da telefonia rudimentar, alimentada a bateria, para o streaming sem fios; das cartas manuscritas para o e-mail, WhatsApp, Facebook, Messenger, twitter… Assistimos ao nascimento da televisão, onde vimos, em direto, o homem a passear na Lua; e depois a deambular pelo espaço si-

deral e a explorar os outros astros do sistema solar! Os nossos antepassados passaram quase toda a sua vida a andar a pé. Nós também assim começámos mas, sucessivamente, pedalámos bicicletas, conduzimos motos e carros, viajámos de comboio, em transatlânticos, pelo subsolo, voámos, surfámos e basta vivermos mais um par de anos para podermos ir a Marte no Space X do Elon Musk! Sim, nós realmente disfrutámos de mais e geniais inventos que qualquer outra geração teve ou terá! Tivemos uma infância analógica, uma idade adulta digital e agora um “Seen All Ager”! Literalmente, a nossa geração viveu e testemunhou muito mais, em todas as dimensões da vida, que qualquer outra! A nossa geração como que criou um novo paradigma para a palavra “mu-

dar”! Temos é de agradecer (?) por esta existência maravilhosa, significativa e incrível, na montanha-russa da vida! Vivemos, sem dúvida, a mais singular era de todos os tempos! Cremos, até, que será irrepetível! Só não vivemos a gripe espanhola, mas ainda “chegámos a tempo” do Coronavírus. E, marco indelével, de permeio, fomos protagonistas de uma guerra sangrenta e longa, da qual a maioria de nós teve a sorte de regressar com vida! Caramba! Que vida tem sido a nossa! Isto é de mais! Só podemos estar orgulhosos! Caríssimos camaradas, companheiros, conterrâneos, compatriotas: com ou sem “Covids”, vamos continuar a viver as nossas vidas ao máximo, um dia de cada vez!

s À Mesa Ana Caseiro

Laranjal no convento O primeiro rei, Afonso Henriques, doou aos Cavaleiros do Templo de Jerusalém, uma vasta região entre Mondego e Tejo. Conta a lenda que em 1160 os cavaleiros da Ordem do Templo chegaram à região e estabeleceram o nome de Tomar. Em 1314 a ordem foi extinta devido às perseguições do rei de França, Filipe – O Belo. Com a vontade e ordem de D. Dinis, os bens, as pessoas e os privilégios foram integrados numa nova ordem em 1319 – a Milícia dos Cavaleiros de Cristo. Mais tarde, no século XVI, os portugueses nas suas descobertas trouxeram as laranjas da China. O laranjal foi plantado no seculo XVII na antiga Almedina do Castelo de Tomar. Anualmente, acontece a Feira da Laranja Conventual, dentro do convento, onde se homenageia o fruto em bolos, infusões, licores, compotas, produtos de beleza e até artesanato. Atualmente há várias es-

pécies de laranjas, como clementinas, tangerinas, toranjas e kumquat. Tanto se pode fazer com estes citrinos, como sumos, temperar e marinar carnes, sobremesas de colher e bolos de fatia, sangrias e sorbets. Duas receitas de fácil execução, em que gosto de usar a laranja: a torta de laranja especial (não precisa de enrolar nesta receita) a acompanhar chá de flor de laranjeira; e a empada de escabeche de pato com laranja.

Empada de escabeche de pato com laranja (para 8 gulosos) Ingredientes: Recheio de Pato: 1 pato 400 gr de cebola picada 2 dentes de alho picado 2 cenouras cortas em cubos 150 ml vinagre 50 ml sumo de laranja 50 ml água 2 gemas de ovo Pimenta preta q.b. Sal q.b. Azeite q.b. 1 folha de louro 2 ramos de tomilho fresco

Cozinheira

Massa: 225 gr farinha 110 gr manteiga à temperatura ambiente 35 ml leite 1 colher de café sal fino 2 gemas de ovo Preparação: Preaqueça o forno a 165º e asse o pato inteiro durante 1h30. Retire do forno, deixei arrefecer e desfie. De seguida avance com a massa porque tem que descansar, misture a manteiga com a farinha e o sal fino até obter uma massa homogénea. Faça um buraco e adicione o leite e as gemas, volte a envolver e reserve no frigorifico durante uma hora. Para o recheio da empada, coloque ao lume azeite e refogue o alho e a cebola picada, junte de seguida a cenoura e os aromáticos como louro e tomilho. Adicione o vinagre e o sumo de laranja e a água e deixe reduzir (evaporar a água). Retire as ervas aromáticas e adicione o pato desfiado e a gema e envolva

bem até ficar cremoso, retifique os tempero com sal e pimenta preta. Retire do lume e deixe arrefecer, deve trabalhar com o recheio frio quando montar a empada. Estique a massa com ajuda de rolo da massa e forre uma forma de tarte. Atenção com as laterais, recheie com aparelho de pato e cubra com um “disco” de massa pressionando bem as laterais para unir as massas. Leve ao forno a 180º durante 25 minutos e delicie-se. Pode ser logo servida com uma salada com legumes da época ou consumida fria. Torta de Laranja trapalhona (para 8 gulosos) Ingredientes: 200 ml sumo de laranja 400 gr de açúcar Raspa de 2 laranjas 1 colher de chá de amido de milho 9 ovos 90 gr de manteiga derretida Preparação: Primeiro envolta o açúcar, ami-

do de milho, o sumo e a raspa de laranja numa tijela. Adicione os ovos e bata muito bem até dissolver o açúcar. Junte a manteiga derretida mexendo sempre. Aqueça o forno a 170º. Como esta torta é trapalhona forre com papel vegetal e manteiga uma forma de bolo inglês, daquelas retangulares. Vire o preparado para a forma forrada e coloque a cozer no forno durante 30 minutos. Retire, deixe arrefecer e deguste com chá flor de laranjeira. Até a próxima edição e até lá boas degustações e aproveitem momentos deliciosos à mesa.


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Batalha Opinião

janeiro 2022

Jornal da Batalha

s Crónicas do Passado

Pompeux: o novo restaurante da Baixa Lisboeta “Sob a tipicidade da calçada portuguesa, nas ruas bem movimentadas da capital, ergue-se agora um novo espaço eclético e repleto de excentricidade. A Baixa contempla a abertura de portas do magnifico restaurante Pompeux, criado pelo garboso e simpático proprietário José Manuel Pompeu, que viveu na cidade de Nice por duas longas semanas e aí pôde testemunhar e aprender a excelência da cozinha do sul de França. O nome deste templo gastronómico resulta de um engenhoso trocadilho com o apelido do empresário, para demonstrar o grau de perfeição e de preços que aqui se praticam. As várias salas que compõem o Pompeux demonstram uma opulência e exuberância nunca antes vista. O chão de mármore de Ferrara realça o brilho dos lustres de vidro colorido de Murano. As cadeiras de madeira de mogno, estofadas com padrões florais convidam-nos a sentar confortavelmente e sem cortesias. As paredes forradas a tecido de damasco carmim ostentam quadros representado paisagens etéreas de praias da costa francesa, lembrando momentos memoráveis que nunca experienciámos. O gastro bar é a joia da coroa deste estabelecimento, digno de ser referenciado no Guia Michelin, que deve atribuir uma estrela brevemente ao restaurante Pompeux. A seleção de vinhos é outra das poéticas exaltações deste espaço, onde encontramos marcas conhecidas do publico português e rótulos de néctares franceses

e italianos, numa clara veneração pelos palatos mais subtis e exigentes. A cozinha de fusão confere ao menu um gosto refinado e triunfante, numa conversa entre a gastronomia francesa e mediterrânica, sem nunca esquecer a influencia bem portuguesa, com pratos como o glamoroso bacalhau com coentros da India, açafrão e cogumelos bravos, regado com azeite de trufa preta, que custa a modica quantia de 38€. O cozinheiro francês, que confeciona estas iguarias, afirma estar mais do que satisfeito e adora viver em Portugal…” - Está escolhido o lugar para reunirmos – disse uma sombra sentada num canapé, pousando o jornal ao seu lado. – Irei enviar uma carta a todos os seus inimigos e finalmente se fará justiça. Passada uma semana, pelas 13h00, Jerome K. Jerome entrou no exclusivo restaurante Pompeux. - Boa tarde, Senhor – cumprimentava o chefe de sala. – Deixe-me servir este vermute e um amuse-bouche, pão de sementes recheado com salmão fumado, pescado na costa canadiana pelos pescadores mais experientes, acompanhado de queijo de cabra montesa, beringela caramelizada e uma azeitona dos Alpes. - Hum… Eu marquei mesa em nome de Jerome… - Com toda a certeza, a mesa de Vossa Excelência fica na exuberante Sala Ganimard, junto à janela, com uma vista privilegiada sobre a loja de conservas mais típica de Lisboa. O chefe de sala encaminhou este nosso conhecido

Propriedade e edição Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Diretor Carlos Ferreira (C.P. 856 A) Redatores e Colaboradores Armindo Vieira, Carlos Ferreira, João Vilhena, André Loureiro, António Caseiro, António Lucas,

para o seu lugar, onde já o esperava um sujeito. - Então o senhor é que é o famoso Sir William H. Stuart, não é verdade? - Sim! – afirmava o nobre inglês. – Suponho que é o conhecido escritor Jerome K. Jerome. - É verdade! Gosta de algum livro meu? - A obra “Três Homens num Barco”, porque adoro a forma como descreve o seu amigo Montmorency. - Escolheu um clichê. Entretanto entra esbaforido o último elemento desta reunião. - Homem, largue-me! Eu não estou interessado nas suas vitualhas. - Sente-se, Nicholas Craven, estávamos à sua espera – convidou Jerome, puxando a cadeira restante. - Mas, trouxe um Jack Russel Terrier para este encontro? - Caro Sr. Craven, eu não sou um cão, sou o Sir William H. Stuart – respondia enraivecido. - Claro que é, queira desculpar Vossa Senhoria – disse Nicholas, enquanto dava uma festa na cabeça do espécime canino. - Já escolheram o vinho, caros senhores? Sugerimos a colheita de 1972, principalmente a casta Syrah. O Morgado de Sandim seria uma excelente escolha para acompanhar o nosso carpaccio de vitela, cozinhado ao vapor, acompanhado por lascas de romã, perfumado pelo aroma da framboesa silvestre da Bretanha, com uma pitada de vinagre balsâmico e… - perguntou o empregado. - Pode ser, mas despache-se que não temos tempo a perder – disse Craven.

Augusto Neves, Francisco Oliveira Simões, Joana Magalhães, João Pedro Matos e José Travaços Santos. Entidades: Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes, Museu da Comunidade Concelhia da Batalha e Unidade de Saúde Familiar Condestável/ Batalha. Departamento Comercial Teresa Santos (Telef. 918953440)

Francisco Oliveira Simões Historiador

- Caros amigos, convidei-vos para nos vingarmos desse cronista usurpador dos direitos de autor, que dá pelo nome de Francisco. Sei que já vos causou tamanhos desagrados – anunciou Jerome. - Estou disposto a tudo para pôr fim à sua crónica mensal, já estou cansado do meu nome ser arrastado pela lama – concordou Nicholas. - Apoiado! Esse malsim já me fez perder vezes a mais o rasto do Javali de Erimanto – constatou Sir William. - Antes que digam que se sentem sozinhos, trago-vos um prato de camarões tigre, marinados em vinho branco do Veneto, com uma profusão de especiarias. Parecendo que não, o marisco faz muita companhia – chegou o empregado que pousava uma travessa com o dito marisco. Foram tentando combinar o seu plano diabólico, apesar das interrupções exasperantes dos empregados deste renomado restaurante. A conta final chegou e só sabemos que o Pompeux passou a ter três novos funcionários, apesar do ladrar que se faz sentir na cozinha de vez em quando.

Redação e Contactos Rua Infante D. Fernando, lote 2, porta 2 B - Apart. 81 2440-901 Batalha Telef.: 244 767 583 - Fax: 244 767 739 info@jornaldabatalha.pt Contribuinte: 502 870 540 Capital Social: 5.000 € Gerência Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos (detentores de mais de 10% do Capital:

CARTÓRIO NOTARIAL DE FÁTIMA Notária: Maria José Andrade Coutinho CERTIFICO, narrativamente, para efeitos de publicação, que por escritura de Justificação lavrada no dia treze de outubro de dois mil e vinte e um, no Cartório Notarial de Fátima, a cargo da notária Maria José Andrade Coutinho, sito na Avenida Beato Nuno, Edifício Parque dos Pastores, número 23, freguesia de Fátima, concelho de Ourém, exarada de folhas quarenta e dois a folhas quarenta e quatro verso do livro de notas para escrituras diversas número “Cinquenta e oito - A”: PRIMEIRA: Maria de Jesus Marques da Silva, NIF 166.721.719, viúva, natural da freguesia de São Mamede, concelho da Batalha, residente em Rua do Sol Posto, número 7, freguesia de São Mamede, concelho da Batalha, titular do cartão de cidadão número 06928666 3 ZY1 válido até 16/01/2030, emitido pela República Portuguesa. PELA PRIMEIRA OUTORGANTE, FOI DITO: Que é dona e legitima possuidora dos seguintes bens: 1) Metade do Prédio Rústico, sito em Cavinha, composto por pinhal com mato e nove oliveiras, com a área de oitocentos metros quadrados, inscrito na matriz sob o artigo 6327, da freguesia de São Mamede, concelho da Batalha, com o valor patrimonial de 7,54 €, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, que confronta de norte com estrada, de sul com Manuel Carreira Pedro, de nascente com Joaquim Ferreira Silvestre e de poente com Manuel da Silva Gomes. 2) Dezanove barra Vinte Avos do Prédio Rústico, sito na Loureira, composto por terra de cultura, três oliveiras e mato, com a área de novecentos e cinquenta metros quadrados, inscrito na matriz sob o artigo 3266, da freguesia de São Mamede, concelho da Batalha, com o valor patrimonial de 8,17€, descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha sob o número SEIS MIL SEISCENTOS E OITENTA E DOIS/SÃO MAMEDE, omisso a aquisição do indicado direito e apenas registada a aquisição de um barra vinte avos a favor de Júlio Carreira Tomás, conforme Apresentação mil duzentos e trinta e três, de dezanove de Setembro de dois mil e onze. 3) Metade do Prédio Rústico, sito em Barreira de Água, composto por terra de cultura com oliveiras, com a área de seiscentos e vinte metros quadrados, inscrito na matriz sob o artigo 11226, da freguesia de São Mamede, concelho da Batalha, com o valor patrimonial de 3,52 €, descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha sob o número QUATRO MIL E QUARENTA E QUATRO/SÃO MAMEDE, omisso o indicado direito e registada a restante metade a favor de Jeanne Vieira Mendes, conforme Apresentação dezanove, de dez de Dezembro de dois mil e um. 4) Metade do Prédio Rústico, sito em Barreira de Água, composto por terra de cultura com oliveira e pinhal, com a área de mil e vinte e cinco metros quadrados, inscrito na matriz sob o artigo 14046, da freguesia de São Mamede, concelho da Batalha, com o valor patrimonial de 7,54 €, descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha sob o número QUATRO MIL E QUARENTA E SEIS/SÃO MAMEDE, omisso o mencionado direito e registada a restante metade a favor de Jeanne Vieira Mendes, conforme Apresentação dezanove, de dez de Dezembro de dois mil e um. 5) Metade do Prédio Rústico, sito em Pedra Alçada, composto por pinhal, com a área de mil trezentos e vinte metros quadrados, inscrito na matriz sob o artigo 14837, da freguesia de São Mamede, concelho da Batalha, com o valor patrimonial de 8,55€, descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha sob o número QUATRO MIL E CINQUENTA E TRÊS/SÃO MAMEDE, omisso o mencionado direito e registada a restante metade a favor de Jeanne Vieira Mendes, conforme Apresentação dezanove, de dez de Dezembro de dois mil e um. 6) Um terço do Prédio Rústico, sito em Queimadas, composto por terra de cultura e pinhal, com a área de mil quatrocentos e dez metros quadrados, inscrito na matriz sob o artigo 15123, da freguesia de São Mamede, concelho da Batalha, com o valor patrimonial de 13,58€, descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha sob o número quatro mil e quinze/São Mamede, omisso o mencionado direito e registada os restantes dois terços a favor de António Silva Oliveira e mulher Maria Tomas Mendes, conforme Apresentação dezoito, de dez de Dezembro de dois mil e um. Que, as referidas partes dos referidos prédios vieram à sua posse por doação verbal feita por Maria Gomes Mendes e marido José Marques Júnior, casados, residentes em Barreira de Água, em São Mamede, pais da ora primeira outorgante por volta do ano de mil novecentos e oitenta e dois. Que, deste modo, após a referida doação passou, de facto, a possuir os ditos prédios em nome próprio, tendo pago desde sempre os respectivos impostos, amanhando e cultivando a terra, posse que sempre foi exercida por ela de forma a considerar tais prédios como seus, sem interrupção, intromissão ou oposição de quem quer que fosse, à vista de toda a gente do lugar e de outros circunvizinhos, sempre na convicção de exercer um direito próprio sobre coisa própria. Que, esta posse assim exercida ao longo de mais de vinte anos se deve reputar de pública, pacífica e contínua. Assim, na falta de melhor título, a primeira outorgante, adquiriu os mencionados direitos sobre os identificados prédios para seu o património, por usucapião, que aqui invoca, por não lhe ser possível provar pelos meios extrajudiciais normais. Fátima, Cartório Notarial, 10 de dezembro de dois mil e vinte e um. A Notária: Maria José Andrade Coutinho Jornal da Batalha, edição nº 378 de 17 de janeiro de 2022

Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos) Depósito Legal Nº 37017/90 Insc. ERC sob o nº 114680 Empresa Jornalística Nº 217601 Produção Gráfica Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Impressão: Fig - Indústrias Gráficas, Sa. Tiragem 1.000 exemplares

Assinatura anual (pagamento antecipado) 10 euros Portugal; 20 euros outros países da Europa; 30 euros resto do mundo.

O estatuto editorial encontra-se publicado na página da internet www.jornaldabatalha.pt


Jornal da Batalha

Necrologia Batalha

janeiro 2022

CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas vinte e três a folhas vinte e quatro verso, do Livro Duzentos e Setenta e Quatro - B, deste Cartório. Joseph Eric Vella, NIF 243 944 373, divorciado, natural de França, de nacionalidade francesa, residente na Avenida Manuel Remigio, Edifício Foz Norte, Bloco 2, Nazaré, declara que com exclusão de outrem, é dono e legítimo possuidor do prédio urbano, composto de uma morada de casas de habitação e cómodos, com a superfície coberta de cento e cinquenta e cinco metros quadrados e logradouro com a área de trezentos e vinte metros quadrados, denominado por Casal, sito na Rua da Fonte Velha, Casa do Mato, freguesia de Golpilheira, concelho da Batalha, descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha sob o número oito mil cento e setenta e sete/Batalha, inscrito na matriz predial urbana da freguesia de Golpilheira sob o artigo 79, que provém do artigo 717 da freguesia da Batalha, com o valor patrimonial de €30.977.80; Que na referida conservatória encontra-se registada a aquisição de metade indivisa a favor de Júlia Vieira Henriques, solteira, maior (já falecida), pela apresentação sete, de quatro de outubro de mil novecentos e trinta e oito e a restante metade a favor de José Filipe Rodrigues, casado (já falecido), pela apresentação dois, de dezassete de janeiro de mil novecentos e cinquenta e cinco; Que no ano de mil novecentos e sessenta e quatro o mencionado José Filipe Henriques vendeu a sua metade indivisa a Henrique Pereira Henriques; tendo a metade indivisa registada a favor de Julia Vieira Henriques adquirida por herança pela sua filha Maria de Jesus; Que o justificante adquiriu o referido prédio no ano de mil novecentos e noventa, já no estado de divorciado, metade indivisa por doação verbal do referido Henrique Pereira Henriques e a outra metade indivisa por doação verbal da mencionada Maria de Jesus, residentes que foram no lugar de Casa de Mato, Rua da Fonte Velha, nº 28, Golpilheira, Batalha, ambos já falecidos; Que tendo as referidas transmissões sido meramente verbais, não dispõe, assim, o outorgante de título formal para proceder ao registo de aquisição a seu favor; Que, desde aquela data de mil novecentos e noventa, que o justificante, está na posse e fruição do identificado prédio, portanto há mais de vinte anos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceu sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e com a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, ocupando o prédio urbano e dele retirando todas as utilidades de que é suscetível, pagamento dos impostos e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé durante aquele período de tempo, adquiriu o identificado prédio por usucapião. Batalha, vinte de dezembro de dois mil e vinte e um. A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos - 46/8 Jornal da Batalha, edição nº 378 de 17 de janeiro de 2022

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Júlia da Costa Ferreira

(84 anos) N. 24.04.1937 - F. 13.01.2022 Faniqueira, Batalha AGRADECIMENTO Seus filhos, netos e restante família agradecem o carinho e a presença na cerimónia do seu ente querido, apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco. A todos, o nosso muito obrigado… Tratou: Funerária Espirito Santo - Telf.: 916511369

Mário Gonçalves Ferreira “Mário Pinto” (93 anos) Brancas, Batalha

AGRADECIMENTO

Seus filhos, genros, nora, netos, bisnetos e restante família agradecem o carinho e a presença nas cerimónias dos seus entes queridos, apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco. A todos, o nosso muito obrigado… Tratou: Funerária Espirito Santo - Telf.: 916511369

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AGRADECIMENTO Seus filhos, netos e restante família agradecem o carinho e a presença nas cerimónias dos seus entes queridos, apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco. A todos, o nosso muito obrigado… Tratou: Funerária Espirito Santo - Telf.: 916511369

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Retábulo: exposição continua A exposição temporária “Almada Negreiros e o Mosteiro da Batalha” foi prolongada até março de 2022. Além da reconstituição em tamanho natural do retábulo que idealizou - uma instalação com mais de dez metros de altura - os trabalhos expostos testemunham o seu longo e intenso processo de pesquisa.

JANEIRO 2022

Câmara suspende requalificação de escola por falta de projeto adequado m “Esta decisão resulta da constatação de que o projeto concebido e em execução não correspondia aos requisitos técnicos funcionais exigidos pela Segurança Social” A Câmara da Batalha anunciou a 11 de janeiro que “vai suspender” a requalificação da antiga escola primária Cândido da Encarnação, após constatar que a obra em execução “não corresponde aos requisitos técnicos funcionais”.

“Esta decisão resulta da constatação de que o projeto concebido e em execução não correspondia aos requisitos técnicos funcionais exigidos pela Segurança Social para a resposta tipificada de Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão (CACI)”, explicou o município. “O novo projeto, elaborado em articulação com a Casa do Mimo e cumprindo os requisitos técnicos exigidos pela Segurança Social, vai permitir celebrar o acordo de comodato entre o Município da Batalha e esta IPSS concelhia, com o intuito de submeter

a requalificação ao PRR no âmbito do aviso Nova Geração de Equipamentos e Respostas Sociais, lançado em novembro e cuja submissão das candidaturas finda em fevereiro de 2022”, adianta em comunicado. Segundo o município, “procede a uma ampliação considerável das áreas a edificar, possibilitará à Casa do Mimo acolher 25 utentes portadores de deficiência, perspetivando também o crescimento sustentável desta instituição do Concelho da Batalha que se dedica a apoiar jovens portadores de de-

p Antiga escola primária Cândido da Encarnação ficiência e respetivas famílias”. “O novo projeto compreende os requisitos e exi-

gências que a legislação tipifica quanto à resposta de CACI, através de um programa funcional adapta-

do a este tipo de equipamentos que se destinam à promoção de atividades ocupacionais”, refere o presidente da Câmara da Batalha, Raul Castro. A empreitada “Requalificação da Antiga Escola Primária Cândido da Encarnação, para a instalação da Casa do Mimo – Centro Lúdico e Ocupacional para Crianças e Jovens com Necessidades Especiais”, com um valor de adjudicação de 286.485 euros acrescidos de IVA, “vai ser suspensa pela Câmara da Batalha após acordo obtido com o empreiteiro”, conclui a autarquia. Publicidade

Fábrica e Escritório: Casal da Amieira 2440-901 Batalha Apartado - 201 Telefones: 244 765 217 244 765 526 I 244 765 529 Fax: 244 765 529

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Sócio-Gerente Luis Filipe Miguel - 919 937 770 E-Mail: granicentro@granicentro.pt Home page: www.granicentro.pt


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