JORNAL DA BATALHA EDICAO DE ABRIL DE 2021

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PORTE PAGO

| DIRETOR: CARLOS FERREIRA | PREÇO 1 EURO | E-MAIL: INFO@JORNALDABATALHA.PT | WWW.JORNALDABATALHA.PT | MENSÁRIO ANO XXX Nº 369 | ABRIL DE 2021 |

Foto: Griffin Wooldridge © Pexels

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No bom, mas não no fim do caminho Pág.05

CDS recandidata Horácio Francisco

Suplem nesta edeiçnto ão as Alf 50

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Presidente indignado com ministro do Ambiente

Pré-esc olar 1.º ciclo 2.º ciclo 3.º ciclo Secund ário Abril 2021


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Jornal da Batalha

Espaço Público s A Opinião de André Loureiro Presidente do PSD Batalha

A mulher de César À mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta. Como todos os bons provérbios, este tem um suporte histórico. Refere-se à segunda mulher de Júlio César, Pompeia, de quem se divorciou por suspeitar que ela o traíra, mesmo sem ter provas. O caso do ex-primeiro ministro José Sócrates e a aparente impunidade que goza em algumas instâncias da justiça e da política, neste particular, aplica-se como uma luva. Nenhum português terá dúvidas que na “Operação Marquês” muitos dos arguidos beneficiaram de vantagens económicas sem justificação e no caso deJosé Sócrates, a quem o Ministério Público imputava 31 crimes, entre os quais

corrupção, mesmo depois de despronunciado, o Juiz foi perentório ao afirmar que o ex-governante se tinha “vendido”, sem margem para dúvidas. Todavia, parece que vai a julgamento apenas por crimes de branqueamento e de falsificação de documentos. Coisa sem importância para advogados e acusados que logo clamaram pela inocência e admitem mesmo vir a reclamar uma choruda indemnização do Estado. O estranho para todos nós, cidadãos comuns, é observar como será possível que José Sócrates e os seus generosos amigos possam sair impunes de negociatas de milhões à custa do erário público e de troca de influências e favores. Ainda por cima, conhecida a decisão do Juiz,

aqueles protagonistas têm o desplante de se vangloriam como cidadãos exemplares e passarem lições de moral para cima dos ingratos portugueses, porque em julgamento estavam além do ilustre governante, os imaculados donos do BES e amigos construtores, que tanto deram à Nação?! Confesso que este caso e infelizmente outros a diferentes níveis geram em mim um misto de revolta e determinação em combater este descaramento de gozar com aqueles que visionam na vida pública e económica o dever de trabalhar seriamente e a obrigação de servir os outros da melhor forma que soubermos. Porque, meus caros amigos e leitores, do pouco tempo que

levo no exercício de funções autárquicas há uma lição que fica para a vida: mais vale um político mediano e honesto, do que grandes vultos da sabedoria e corruptos. É desta forma simples e muito direta que expresso a minha indignação – que creio partilhada por muitos de vós – relativamente a este triste exemplo de ganância e de falta de vergonha, como em outras situações que são do conhecimento geral, onde se pagam favores, se empregam amigos e familiares com grandes ordenados em empresas construtoras e bancos amigos, e mesmo assim ainda têm a indecência de reclamar um estatuto de elevada moral perante os outros e passeiam-se pela comunicação

como arautos da verdade. Neste caso, o parecer da mulher de César tem também a ver com aquilo que os portugueses esperam do futuro. Ou, enquanto sociedade somos capazes de denunciar esta gente e afastá-los do desempenho de qualquer cargo público, ou corremos o sério risco de continuar a alimentar negócios paralelos e grupos de interesses que atuam como autênticos cataventos, ou ainda, pior, resignamo-nos perante este modelo de democracia assente em organizações secretas e de má memória também na nossa terra, cujo único objetivo é conseguir vantagens e o poder em tudo o que seja instituição de relevo económico, social e político.

Com humildade afirmo que não pretendo ser “a última bolacha do pacote” que muitos dos protagonistas reclamam para si nestas coisas da política, mas tenho a certeza da honestidade do meu trabalho e daqueles que tenho a honra de acompanhar. E isso, meus amigos, representa muito para minha consciência e liberdade de fazer escolhas para o futuro.

s A Equação para os Negócios

A bazuca: o rato que pariu a montanha A bazuca anda na boca do povo: trata-se dos dinheiros da União Europeia que vêm para suportar a recuperação económica após a pandemia. No entanto, o tema tem vindo a desapontar. A montanha pariu mesmo um rato já que não chegará para beneficiar a economia real. Ao contrário, na Batalha o milagre da bazuca é bem real e por cá o rato já vem parindo a montanha há oito anos. Permitam-me dar um passo atrás na história e introduzir o tema do qual ninguém gosta: impostos. Os impostos municipais estiveram na origem de tumultos no Reino Unido no início dos anos 90. Com dificuldades em financiar os serviços municipais e com a população violentamente contra o aumento de impostos sobre o rendimento, Margaret Thatcher e depois John Major, instituíram o Imposto Municipal (Council Tax) sobre o valor das

propriedades. Em Portugal, o mal-afamado IMI surge também, mais ou menos, na mesma altura e pela mesma razão – é a forma que o Estado tem de cobrar impostos de forma quase indireta, para manter os serviços locais a funcionar sem tocar na diva dos escalões de IRS. O tema reveste-se ainda de maior importância quando, contando com os grandes impostos e impostozinhos, taxas e taxinhas, nos últimos cinco anos de governação socialista atingimos valores históricos da carga fiscal para perto dos 35% do Produto Interno Bruto. Um caso que a própria OCDE classificou de anormal porque está longe de cobrir a despesa. O IMI representa cerca de 10% desta carga fiscal. Em Portugal ou em além fronteiras, a maioria está de acordo - ninguém gosta de impostos! Mas se temos de os pagar, então, que paguemos o

menos possível e que este dinheiro seja bem gerido. E se vos disser que se consegue fazer o milagre multiplicador da bazuca? Por cada Euro que pagamos de impostos municipais, podemos ter até 6,66 euros gratuitos? Este suposto milagre não se consegue sem sacrifícios. A generalidade da população compreende a dificuldade de obter e a dificuldade de operar com fundos comunitários, dado que estes mecanismos de financiamento sofreram uma evolução estrondosa desde os anos 90. Com a escassez de financiamento e com má utilização e até fraudes, estes mecanismos têm vindo a evoluir em complexidade. E de uma maneira ou de outra, Portugal já não concorre pelo financiamento numa Europa a 12 mas sim numa Europa a 27. Numa Europa a 27 que também distribui e financia projetos em países externos e vizinhos

como por exemplo a Sérvia ou Turquia. Como tal, são necessárias equipas dedicadas a preparar propostas complexas que expliquem o como, quando e porquê de tal projeto merecer ser financiado. Estas propostas concorrem com muitos outros projetos e tem de haver fatores diferenciadores significativos para o dinheiro vir cá e não para outro lado. É uma competição, às vezes, à escala Europeia. Nos últimos oito anos, a equipa liderada pelo executivo camarário tem andado com os ombros bem doridos com o peso de lutar, trabalhar e operar as bazucas. Foram mais de 10 milhões de euros angariados em oito anos – o resultado de muitas candidaturas apresentadas, algumas perdidas e muitas ganhas. Depois, têm de se realizar os projetos financiados sob normas e procedimentos estritos para que

uma má prestação não impeça acesso a futuro financiamento. As bazucas na Batalha têm tido a capacidade de alivar as contas camarária, de avançar mais cedo com projetos e obras sem penalizar o contribuinte, isto é, fazer muito mais por menos. É dinheiro também injetado na economia real dado que é utilizado na contratação de empresas e entidades públicas. E, desengane-se quem pense que só os países menos ricos da União Europeia utilizam estes mecanismos. Um pouco por toda a Europa, dos países mais ricos aos mais pobres, todos utilizam estes financiamentos. Dos principais projetos na Batalha financiado por entidades externas podemos salientar alguns financiados em 85% por fundos comunitários: a requalificação do campo de futebol velho e transformação em parque de eventos; a remodelação

Vítor Correia Gestor de empresas

da sede do Agrupamento de Escolas da Batalha e construção de raiz do Centro Educativo do Reguengo do Fetal; a criação da Loja do Cidadão. Esperando-se ou não pela grande bazuca do Governo para a recuperação após pandemia, a Batalha continuará a inovar e estar à frente. No orçamento de câmara para 2021 existem mais uma série de projetos inscritos que vão contar com o financiamento externo e há cerca de 6,2 milhões de euros em candidaturas a aguardar resultado.


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Espaço Público Opinião

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s A Opinião de Dário Florindo Coordenador Financeiro do Núcleo Territorial de Leiria da Iniciativa Liberal

Visão Iniciativa Liberal: transparência e rigor para a Batalha No rescaldo da recente polémica instalada na justiça portuguesa e porque a Iniciativa Liberal sempre considerou o tema como prioritário na gestão autárquica, focamos desta vez no tema da transparência municipal e na necessidade de assegurar métodos de gestão prudente no poder local. São cada mais comuns as notícias e os avisos nos meios de comunicação social e de entidades como o Conselho de Prevenção da Corrupção (CPC) do Tribunal de Contas a indicar que os municípios são das entidades públicas mais sinalizadas e onde a corrupção ocorre mais facilmente. Noticias indicam, por exemplo, que CPC identificou fatores

de risco em toda a cadeia de decisão na administração pública e em todos diz existir “controlo deficiente” das práticas, nomeadamente em contratações públicas relacionadas com a mitigação do Covid-19. Têm sido várias as intervenções da IL na Assembleia da República a respeito deste tema: entendemos que o futuro de Portugal, a visão de um país avançado, passa pela adoção rigorosa de padrões de transparência, em especial, junto do poder local. E entenda-se por transparência o ato de providenciar informação relevante, fidedigna, atempada, inteligível e de fácil acesso sobre formato, desempenho e gestão do bem público. Um ci-

dadão deve ser livre de utilizar os seus rendimentos da forma que melhor entender, mas quando esse dinheiro é fruto dos impostos dos contribuintes, isto é, de todos nós, a gestão transparente e informada é uma responsabilidade acrescida e coletiva. Neste sentido, e apesar da Batalha se encontrar bem posicionada no Índice de Transparência Municipal (dados 2017), à data já se referia que o aspeto mais fraco do Município da Batalha estava relacionado com a partilha de informação a falta de vários documentos de orientação estratégica do município neste tema. Em simultâneo, a IL da Batalha procurou realizar um exercício simples de pesqui-

sa e comparação dos concursos públicos lançados pelo Município da Batalha, com os municípios de Porto de Mós, Ourém e Leiria, do dia 1 janeiro até ao dia 13 de abril de 2021, e em particular analisar os contratos assinados por ajuste direto (dados Portal BASE). Os resultados causaram surpresa: o município da Batalha, no período selecionado, celebrou contratos que ascendem a um total de 830 mil ruros em ajustes diretos, comparando com 260 mil do Município de Porto de Mós, 420 mil do Município de Leiria, e 500 mil euros do Município de Ourém. Não indica isto qualquer indício menos claro de contratação pública, mas justifica uma reflexão da tomada de

decisão dos decisores públicos. Também nos documentos analisados, nomeadamente no documento de Grandes Opções do Plano (GOP) do Município para 2021, verificamos uma despesa de mais de 250 mil euros na rubrica “Diversos”…fica a dúvida. São estes apenas alguns dos exemplos que a IL da Batalha tem vindo a identificar de situações onde o rigor e transparência do Município da Batalha poderão e deverão ser melhorados. Estamos por isso a preparar um conjunto de propostas que iremos apresentar à sociedade civil batalhense muito em breve. Porque aquilo que os batalhenses verdadeiramente necessi-

tam não é de uma diarreia de publicações diárias de propaganda eleitoral no Facebook e nas redes sociais da Câmara da Batalha. O que os batalhenses exigem é que os gestores públicos consigam prestar bons serviços, com menos recursos, ou seja, com menos impostos e mais transparência e rigor contas publicas.

s A Opinião de António Lucas Ex-presidente da Assembleia Municipal da Batalha

Verão, floresta e fogos florestais Volto novamente a este tema, pela sua importância para o país em geral e para o concelho da Batalha em particular. Continuo convicto que existe uma solução exequível, possível e barata, para resolver o problema ambiental e económico da floresta portuguesa, acabando definitivamente com os grandes fogos florestais e transformando a floresta numa fonte de rendimento. Dirão, descobriu-se a pólvora! Nada disso. Basta pegar na experiência vivida e praticada pelos mais antigos, gerindo a floresta de forma correta e profissional. Fácil e barato. A lei existe, sendo só implementá-la no terreno. Dá trabalho, claro que sim, mas compensa e muito. A solução chama-se ZIF - zona de intervenção

florestal. Mais não é que um condomínio florestal, gerido por profissionais, que prestam contas aos condóminos, que mais não são do que os proprietários dos terrenos florestais inseridos em cada ZIF. Estamos num concelho de minifúndio, em que a floresta só dá chatices e prejuízo, logo, cada vez que se tem que tratar da sua limpeza, surge mais uma grande dor de cabeça e uma grande despesa. Como se trata de pequenas parcelas, o resultado será sempre o mesmo, neste modelo de gestão, o prejuízo certo e garantido e de tempos a tempos um incêndio. No concelho da Batalha o processo ainda será mais simples, uma vez que temos grandes áreas de baldios, especialmente nas freguesias

Propriedade e edição Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Diretor Carlos Ferreira (C.P. 856 A) Redatores e Colaboradores Armindo Vieira, Carlos Ferreira, João Vilhena, André Loureiro, António Caseiro, António Lucas,

do Reguengo do Fetal e de S. Mamede, que têm as maiores áreas florestais. Este é um projeto que faria todo o sentido ser alavancado pela câmara em conjunto com as comissões de compartes de baldios, criando associações de produtores florestais e ZIF, com a participação dos proprietários privados. Dirão, mas e se os proprietários não quiserem participar? Têm esse direito. Apenas terão que manter a sua floresta limpa e ordenada, suportando os custos individualmente. Em fevereiro de 2014 apresentei na Assembleia Municipal da Batalha uma proposta para criação destas estruturas no concelho, tendo sido aprovada, por unanimidade. O que é que a câmara fez? Nada. Bastava fun-

Augusto Neves, Francisco Oliveira Simões, Joana Magalhães, João Pedro Matos e José Travaços Santos. Entidades: Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes, Museu da Comunidade Concelhia da Batalha e Unidade de Saúde Familiar Condestável/ Batalha. Departamento Comercial Teresa Santos (Telef. 918953440)

cionar como alavanca, até porque existem fundos comunitários para estes projetos. Portanto, até o problema na maioria das vezes mais difícil de resolver, o dinheiro, não se colocaria. Mas mesmo que fosse este o problema, olhamos para projetos de interesse coletivo tremendamente duvidosos e com verbas vultosas associadas, que bastava um desses não se realizar para se resolver o problema das florestas e dos fogos. A floresta ordenada e gerida profissionalmente de forma competente daria lucro aos proprietários, por via da madeira, da biomassa florestal, dos rebanhos de cabras, etc e daria um ganho ambiental enorme e a médio prazo o país deixaria de gastar dinheiro com os

Redação e Contactos Rua Infante D. Fernando, lote 2, porta 2 B - Apart. 81 2440-901 Batalha Telef.: 244 767 583 - Fax: 244 767 739 info@jornaldabatalha.pt Contribuinte: 502 870 540 Capital Social: 5.000 € Gerência Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos (detentores de mais de 10% do Capital:

fogos florestais e todos sabemos que anualmente são gastos mais de uma centena de milhões de euros com os fogos, sem falar nos anos de grande fogos, como o de Pedrógão Grande. Dirão alguns, mas o autor do texto foi presidente da câmara muitos anos e o que fez? Bem tentei, simplesmente a lei não facilitava, ou melhor, complicava muito a implementação em concelhos pequenos, como o nosso. Muito pressionei diversos governantes do PS e do PSD/CDS, até que finalmente, em finais de 2013, sendo ministra da Agricultura a Assunção Cristãs, a lei das ZIF foi alterada, criando todas as condições para a sua fácil implementação no concelho da Batalha. Por isso mesmo, em feverei-

Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos) Depósito Legal Nº 37017/90 Insc. ERC sob o nº 114680 Empresa Jornalística Nº 217601 Produção Gráfica Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Impressão: Fig - Indústrias Gráficas, Sa. Tiragem 1.000 exemplares

ro de 2014 apresentei a proposta anteriormente referida a assembleia municipal. E como mais vale tarde do que nunca, aqui fica, mais uma vez, esta ideia simples e eficaz, esperando que desta feita a câmara avance com ela. Não interessa de onde as ideias vêm. O que interessa, sendo elas boas, como será o caso, é colocá-las ao serviço da população.

Assinatura anual (pagamento antecipado) 10 euros Portugal; 20 euros outros países da Europa; 30 euros resto do mundo.

O estatuto editorial encontra-se publicado na página da internet www.jornaldabatalha.pt


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Atualidade

Covid-19 infetou num ano 5,5% da população residente no município m A câmara municipal prolongou “as medidas excecionais” e “alargou os apoios ao desporto e cultura” O número de pessoas falecidas no concelho da Batalha com Covid-19 manteve-se em 18 no último mês, segundo o boletim sobre a pandemia divulgado no dia 17 de abril pelo Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Leiria. No distrito de Leiria já não há concelhos sem registo de falecimentos, apresentando Castanheira de Pera (5) Pedrógão Grande (6), Nazaré (16) e a Batalha os números mais baixos. No caso da Batalha, há ainda a registar a morte de um cidadão natural do município, mas residente no distrito de Aveiro. O concelho de Leiria apresenta o maior número de vítimas mortais (166), seguindo-se Caldas da Rainha (120) e Pombal (107). No que respeita aos casos ativos, a Batalha apresenta dois, havendo cinco concelhos com números inferio-

res. O município de Leiria concentra 105 situações, seguindo-se Marinha Grande (73) e Caldas da Rainha (28). Desde o início da pandemia, revistaram-se 803 infetados confirmados no concelho da Batalha, o equivalente a 5,5% da população residente e próximo da média do distrito, que é de 5,8%. Acima dos 5% estão concelhos do norte do distrito, que apresentam valores entre 10% e 6%; seguindo-se Peniche com 6,6%; Pombal, com 6,4% e Porto de Mós, com 6,3%. Em termos absolutos, os municípios de Castanheira de Pera (166), Pedrógão Grande (198) e Figueiró dos Vinhos (431) são os menos afetados. Pelo contrário, Leiria (7.042), Pombal (3.303) e Alcobaça (2.964) apresentam o maior número de pessoas infetadas desde março de 2020. Entretanto, a Câmara da Batalha prolongou “as medidas excecionais” e “alargou os apoios ao desporto e cultura”. Segundo um comunicado da autarquia, as famílias “continuarão a beneficiar até ao final de junho da isenção do pagamento de

mensalidades relativas aos serviços de atividades ocupacionais e centro de atividades de tempos livres dos estabelecimentos de ensino públicos”. Por outro lado, “mantêm-se as medidas de isenção de taxas e rendas dos espaços concessionados pelo município, incluindo lojas, quiosques e estabelecimentos de alojamento, operadores existentes nas diversas áreas no mercado municipal e espaços físicos da Casa do Conhecimento e da Juventude”. O comércio, restaurantes, cafés e pastelarias estão até setembro dispensados de pagamento das taxas de ocupação de espaço público, inclusive as relativas à ampliação do espaçamento das esplanadas. O estacionamento será gratuito até final do mês de junho. A câmara municipal assegura até junho a gratuitidade do uso dos equipamentos desportivos municipais, inclusive dos campos de padel, piscinas, pavilhões municipais e campo de futebol sintético. As visitas ao MCCB e o acesso às produções culturais promovidas ou apoiadas

Casos da doença confirmados no distrito Município

Casos confirmados Recuperados

Leiria Marinha Grande Caldas da Rainha Porto de Mós Alcobaça Pombal Peniche Ansião Nazaré Figueiró Vinhos Batalha Bombarral Alvaiázere Castanheira Pêra Pedrógão Grande Óbidos Total

7 042 1 934 2 742 1 475 2 964 3 303 1 744 1 194 710 431 803 588 464 166 198 613 26 371

6 771 1 814 2 594 1 415 2 865 3 183 1 687 1 152 689 408 783 564 443 161 192 564 25 285

Casos ativos 105 73 28 22 21 13 9 7 5 3 2 1 0 0 0 0 289

Falecimentos 166 47 120 38 78 107 48 35 16 20 18 23 21 5 6 49 797

Fonte: Comissão Distrital de Proteção Civil de Leiria, municípios e autoridades de saúde/Região de Leiria (17 abril)

pelo município também são gratuitas. A autarquia determinou ainda a reabertura da generalidade dos equipamentos e infraestruturas municipais, “num processo que se pretende gradual, com segurança e potenciando os apoios às famílias e empresas locais”. Os testes rápidos gratuitos à população e aos trabalhadores da indústria, comércio, hotelaria, restauração e serviços do concelho e para os sectores considerados de maior risco de contágio, re-

começaram no dia 6 de abril e é necessário fazer a pré-inscrição na plataforma https://teste-covid.batalhaonlife.pt/. Os testes podem ser repetidos quinzenalmente e foram alargados às atividades desportivas e culturais realizadas no concelho e aos serviços da educação sob gestão municipal. Entre os grupos prioritários contam-se os funcionários dos refeitórios e dos tempos livres escolares, trabalhadores da restauração, indústria e serviços, elemen-

tos de coletividades, jogadores, treinadores e funcionários do desporto associativo, e ainda os voluntários de apoio à campanha de vacinação. A câmara municipal assegura ainda a realização dos testes rápidos nas modalidades e escalões em que é obrigatória a apresentação do resultado para a retoma da atividade desportiva regular federada. Os testes realizam-se ao abrigo de protocolo celebrado com o Laboratório Virgílio M. Roldão e começaram a 17 de abril.

Julgado de Paz de cinco municípios fica nos antigos paços do concelho

p Os autarcas dos cinco municípios abrangidos A assinatura do protocolo de instalação no edifício dos antigos paços do mu-

nicípio do Julgado de Paz do Agrupamento dos Concelhos da Batalha, Leiria,

Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós, foi assinado no dia 7 de abril, na Batalha. “O serviço vai chegar a mais de 250 mil pessoas, concretizando um dos principais objetivos da justiça, que é o de garantir prontidão, celeridade, custos reduzidos e qualidade na mediação processual”, defendeu a secretária de Estado da Justiça,

Anabela Pedroso, citada num comunicado da autarquia. Os julgados de paz têm competências para apreciar e decidir ações declarativas cíveis, com exceção das que envolvam matérias de direito da família, direito das sucessões e direito do trabalho, cujo valor não exceda os 15 mil euros. O serviço vai funcionar

no Edifício Dr. Gens, onde foram os paços do concelho, “com possibilidade de delegações noutros municípios, que permitirão aos cidadãos e empresas uma maior acessibilidade”, disse o presidente do município. Na perspetiva de Paulo Batista Santos, “este modelo tem como mais-valias a proximidade, a participação cívica e a simplifi-

cação processual, uma vez que tem uma taxa única no valor máximo de 70 euros, mais barata que os tribunais comuns”. “Merece também destaque o facto de os processos arbitrais nos julgados de paz contarem com um prazo de resolução médio entre 60 e 70 dias, sendo a maioria resolvidos por acordo”, concluiu o autarca.


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Atualidade Batalha

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Horácio Francisco é candidato à presidência da câmara m “O CDS apresenta-se com jovens e menos jovens, livres de todas e quaisquer dependências ou interesses instalados” O CDS anunciou no dia 30 de março que recandidata à Câmara da Batalha o vereador Horácio Moita Francisco, nas eleições autárquica previstas para o último trimestre deste ano. “Voz determinada, sincera, critica e construtiva da atual oposição neste executivo, lembra àqueles menos atentos que não foi o CDS, ou o seu vereador, que entregaram os destinos dos batalhenses ao atual executivo”, lê-se num comunicado da “Candidatura do CDS – Batalha no Coração”. “O CDS apresenta-se

p Horácio Francisco é vereador com listas próprias, que incluem profissionais jovens e menos jovens, com carácter e determinação, livres de todas e quaisquer dependências ou interesses ins-

talados. São, na sua grande maioria, pessoas sem filiação partidária”, adianta o comunicado. “Os candidatos que integram as lista do CDS es-

tão conscientes dos desafios que os esperam, fruto da conjuntura que a pandemia de Covid-19. Toda a atual conjuntura é um desafio à nossa capacidade de

intervenção e de resposta, enquanto candidatos autárquicos, na defesa do poder local democrático disposto a bater-se pela participação cívica, pela transparência, pela sinceridade e pelas reformas políticas que permitam aprofundar a democracia livre”, refere a candidatura. “A convicção e determinação da candidatura é que o poder local terá de ser cada vez mais próximo de toda a comunidade, abrindo a câmara municipal aos Batalhenses, e o desafio do poder local e dos seus autarcas para a Batalha passa, nos próximos anos, por serem capazes de definir um novo enquadramento de modelo social que consiga proporcionar melhores condições de vida à comunidade”, conclui a lista “Batalha no Coração”.

Antecipado pagamento das bolsas aos estudantes A câmara municipal procedeu à liquidação antecipada de 33 mil euros correspondentes a bolsas de estudo de 66 estudantes que se encontram a frequentar o ensino superior em universidades e politécnicos portugueses. “Este ano registou-se o valor mais alto de candidaturas dos últimos anos e até ao final do ano letivo de 2020/2021 serão ainda transferidos mais 16,5 mil euros para apoios às bolsas de estudo, o que representa um investimento global de 50 mil euros”, explicou a autarquia. Os jovens beneficiários deste apoio municipal foram convidados a realizar trabalho voluntário nos períodos de interrupção letiva e nesta fase de pandemia têm contribuído para o programa municipal de distribuição de máscaras e em tarefas de apoio à vacinação contra a Covid-19.

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Opinião s À Mesa Ana Caseiro

Fava rica, oh rica fava! Já é tempo dela! De nome científ ico Vicia Faba, a fava é uma leguminosa grão (como a feijoca, grão, feijão e chícharo). Tal como a ervilha, a fava está envolvida numa vagem alongada e curvada de cor verde. Na sua constituição, tem a nível proteico entre 20% a 25% do seu peso e 15% de quantidade de fibras, além de alguns minerais como o cálcio, potássio e ferro. Quanto a gordura, contém uma quantidade muito reduzida, o que é fundamental para a alimentação saudável para qualquer idade. Na roda dos alimentos recomenda-se a ingestão mínima diária de 80 gramas, o que equivale a três colheres de sopa de favas frescas cruas.

É possível encontrar esta leguminosa de várias maneiras, frescas (sazonal), congeladas e secas (acessíveis todo o ano). Sobre esta nobre leguminosa encontrei várias formas de a confecionar em sopas, purés, saladas frias e cozidas. Além da famosa “Favas com chouriço” como dizia José Cid na música “Favas com chouriço, o meu prato favorito”, guisadas com carnes de porco (com entrecosto, toucinho, entremeada, chouriço e negrito consoante o gosto, a sazonalidade e região do país e quem adicione ovos escalfados), encontrei umas favas fritas onde se utilizam as secas um delicioso petisco para acompanhar nas tardes de verão.

Primeiro demolhar as favas secas durante a noite, de manhã tirar da água e secar muito bem, de seguida cortá-las ao meio longitudinalmente e por fim fritar em óleo quente. Tirar o excesso de óleo e temperar de sal fino e picante. Uma forma diferente e saborosa de degustar favas. Apresento de seguida uma sugestão saborosa e rica com favas, tomate cherry, feijão branco e bacalhau para duas pessoas. Ingredientes: 2 Postas de bacalhau 140 gramas de favas 100 gramas tomate cherry 120 gramas feijão branco 80 gramas de azeitona preta sem carroço

Cozinheira

4 dentes de alho Azeite Louro q.b. Hortelã 1 molho Preparação: Primeiro trata-se da mise-en-place (preparação) dos legumes. Cortar os tomates cherrys ao meio. De seguida descascar as favas, retirando a película e assim fica com duas meias de favas. As favas tem que ser bringidas (ferver alimento em água ou gordura durante pouco tempo) num tacho com água e sal durante quatro minutos - retirar da água e deixar arrefecer. O feijão branco e a azeitona preta escorrem-se (ou se tiver oportunidade de cozinhar feijão branco melhor ainda mais saboroso irá ficar) e lavam-se com água corrente.

Pica-se dois dentes de alho e por fim corta-se a hortelã em juliana fina (cortes em tiras muito finas). O próximo passo é confitar o bacalhau (confecionar o alimento em gordura durante longo período de tempo e com temperatura baixa). Num tacho colocar o bacalhau, dois dentes de alho com casca e folha de louro, cobrir com azeite até o bacalhau estar submerso. Acenda o fogão e quando o bacalhau começar a deitar suco, baixe o lume para brando e deixe 30 minutos. Retirar o bacalhau e aproveitar o azeite excedente para saltear os legumes. Reserve o restante azeite para outras receitas com bacalhau no frigorífico. Enquanto o bacalhau con-

fita, comece a saltear os legumes. Num sauté colocar azeite e alho picado, deixar refogar, de seguida adicionar as favas e tomates cherrys, passados dois minutos adicionar o feijão branco e as azeitonas, sempre a mexer os legumes. Desligar do lume e adicionar a hortelã. Espero que gostem desta receita e aceito sugestões sobre a zona região, desde restaurantes, iguarias, costumes gastronómicos e tradições.

s AMHO A Minha Horta Célia Ferreira

Abril frio e molhado, enche o celeiro e farta o gado Pois, nem todos gostam do tempo húmido que se tem feito sentir, mas se pensarmos que isso é importante para as nossas colheitas já o valorizaremos melhor. No quintal tudo desponta. Costumo dizer que por estas alturas é de lançar à terra praticamente todas as sementes. Claro que para quem já plantou as batatas e afins esta água irá produzir com certeza problemas de míldio e oídio. Para controlar este problema podem fazer um preparado com uma planta espontânea - a bardana (nome cientifico Arctium lappa). Cá em casa nasce apenas onde quer, mas foi porque trouxe sementes onde a encontrei selvagem, depois de adquirir um livro que ensina a curar plantas com outras plantas (os livros têm estas particularidades, per-

mitem-nos aprender muitos e variados assuntos). Tinha-a cá em casa para uso dermatológico, mas aprendi que também ajuda na prevenção e cura do míldio e oídio. Para tal é necessário macerar folhas de ano da planta em água, por 5-6 dias, no final coar e armazenar em embalagens que não sejam de metal. Para usar como preventivo, na proporção de um para 20 em modo foliar, para usar como curativo na proporção de um para cinco também em modo foliar. Para afastar os caracóis das hortas, deve ladear os canteiros com cravos túnicos, hortelãs, borragem, erva cidreira, cebolinho, agrião, orégãos, etc (tudo plantas que não costumam atacar- logo não gostam) e se puder deixe sempre uma zona com erva alta para abrigar os pirilampos, cujas

larvas são o predador natural dos caracóis), pois a nossa mania de limpar tudo acaba a destruir o controlo natural. Cá em casa ainda se vêm livremente os pirilampos, que nos levam a sair à noite para apreciar a lua e as suas luzes. Claro que a sua presença será sempre tanto mais notada quanto mais for a população. A intenção principal destas minhas partilhas é de alertar para a observação da natureza, para que juntos criemos um maior respeito por tudo o que nos dá. Se a compreendermos e aprendermos a aceitar as suas características e particularidades e a soubermos aproveitar e respeitar na íntegra, estou confiante que melhor será a nossa passagem neste mundo. Deixo-vos hoje uma receita de saladas (que não precisam de grande tempo

de preparação e devolvem a totalidade dos nutrientes das plantas – dado que alguns nutrientes são voláteis) Salada de beterraba – lavar e retirar a casca à beterraba, ralar com o ralador temperar com flor de sal (ou sal normal) um pouco de azeite e sumo e raspa de um limão. Pode ser guardada no frigorífico entre as refeições por cinco a seis dias. Com a adição do limão temos dois benefícios: 1º juntamos a vitamina C que ajuda a absorção pelo nosso corpo do ferro da beterraba e 2º não fica com aquele sabor a “terra” que afasta muitos de a consumir. Salada de cabeça de nabo – proceder do mesmo modo da beterraba (eu nem gosto de nabo cozinhado e assim, fica muito bom) Salada de couve roxa (também se pode usar cou-

ve branca ou coração de boi) – cortar muito finamente a couve e usar o mesmo tempero das anteriores saladas. Salada de pimentos – assar ao lume, colocar dentro de um saco e sacudir bem, para assim se separar facilmente a pele, cortar em pequenos cubos ou tiras temperar com cebola em cubos, sal, azeite e vinagre e degustar. Plantas selvagens para uso em saladas: rúcula, acelga, borragem (folhas tenras) trevos (azedinhas), funcho, beldroegas, salsa, coentros, hortelã, urtiga (folhas tenras e jovens). Acompanham bem com qualquer prato de grelhados. Hortícolas para semear e/ ou plantar ao ar livre: abóboras, aipo, alfaces, alho francês, batatas, beringelas, beterrabas, broculos, ce-

bolas, cenouras, coentros, couves-flôr, couves-repolho, couve-rábano, espinafres, ervilhas, malaguetas, nabiças, nabos, pepinos, pimentos, salsa, tomates, rabanetes, rúcula, calêndulas. Jardim, semear: amores perfeitos (só os de flor pequena é que são os naturais e pode comer as suas flores), cravos, crisântemos, dálias, bocas de lobo, capuchinhas (estas são excelentes para circundar a nossa horta), agrião de jardim, calêndulas Arbustos e arvores de fruto para plantar: amoreiras, arandos, framboesas, groselheiras, mirtilos, morangueiros, videiras. Mantenha-se a par das partilhas em: https://www. facebook.com/AMHO.A. Minha.HOrta/ Na horta cultivamos alimentos e bons sentimentos! Boas colheitas.



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Batalha Opinião

abril 2021

Jornal da Batalha

s Crónicas do Passado Francisco Oliveira Simões

Cartas da Escócia O que vos relato é difícil de acreditar, mas as minhas palavras respiram o vero destino dos atos rocambolescos que vivi e sobrevivi. Quando já não esperava qualquer resposta da escola das florestas e rochedos escoceses, depois de tão atribulada entrevista, eis que me chega uma providência divina. Quando estava de regresso a casa reparo na porta do prédio escancarada, um habito pouco comum. Ao entrar no apartamento deparo-me com um bando de corujas a sobrevoar o hall e a sala, enquanto outras tantas estavam pousadas por todo o lado. Todas traziam uma carta no bico. Que rebaldaria vinha a ser aquela? Abri o lacre carmim de um dos envelopes e retirei a preciosa mensagem. A missiva con-

vocava-me a estar presente na escola, a fim de lecionar uma cadeira temporária de História Medieval, principalmente dedicada ao seu imaginário e simbolismo. Fiquei feliz, mas como haveria de espantar aquela passarada toda do meu sofá, mesas e cadeiras? Bem, quando regressasse da Escócia resolveria esse assunto. Lá voltei eu a fazer o trajeto do costume. Desta vez fui recebido na estação de comboios da escola por um senhor alto e encorpado, um autentico gigante. Não tinha muito jeito para línguas, mas até fez conversa. Este foi o diálogo possível durante o nosso percurso. - O que acha dos animais proibidos e perigosos? – perguntou-me o anfitrião. - Não me atraem lá muito,

Historiador

para lhe ser franco. - Não são tão difíceis de lidar como aparentam. Os dragões são muito amistosos, por exemplo. - Os de Cómodo nem por isso. - Não conheço. Voltei a admirar a imensidão daquele castelo. Quando entro pelas portas altas sou recebido pelo Diretor da escola, aquele decano sábio de barba longa. - Senhor Francisco, seja bem vindo. Obrigado por ter aceite o nosso convite. - Eu é que agradeço, caro Diretor. Foi servido um faustoso jantar, com os alunos dispostos em quatro compridas mesas à nossa frente. A comida não parava de chegar, sabe-se lá de onde. Ao meu lado ficou o Pro-

fessor que tinha sido entrevistado no mesmo dia que eu. Fui colocado a dormir num sitio ao qual chamam masmorras, sei que pode parecer assustador, mas isto deve ter sido uma praxe por ser novo, nada de mais. De manhã fui dar a minha aula a uma turma de 2º ano, ao qual cá em Portugal chamamos 7º. A turma estava sempre a fazer aviões de papel e traziam paus para a sala de aula, um comportamento inaceitável para o bom nome daquela instituição. - Olá a todos. Hoje abordaremos as problemáticas de andar sozinho pelas florestas e bosques na Idade Média. Sabem o que podemos encontrar no seio desses labirintos? - Centauros, unicórnios…

- afirmava uma rapariga empenhada, mas sonhadora e imatura. - Mas vêm para aqui brincar? Unicórnios? Assim nunca serão medievalistas. - Eu encontrei um unicórnio na floresta negra no ano passado – relatava um rapaz desgrenhado de óculos. - Eu também já vi umas bruxas, mas isso não quer dizer que existam. Após as minhas palavras fez-se um silêncio sepulcral. Parecia que tinha conseguido impor o respeito. - Imaginem que vivem na Idade Média, sem recurso a eletricidade, telefones, computadores… - Nós não temos nada disso hoje em dia – explicava um rapaz ruivo. Na realidade ele tinha razão. Aqueles alunos estuda-

vam em completa miséria. Continuei a aula sem sobressaltos de maior relevância. Até que, logo que saí da sala, comecei a notar comportamentos estranhos nos corredores do castelo. Juro que, por segundos, julguei vislumbrar um basilisco. Devaneios imaginários de poeta nas altas montanhas da Caledónia. Ler leva-nos por caminhos tão fabulosos que chegam a tornar-se realidade.

s Tesouros da Música Portuguesa João Pedro Matos

Portugal segundo os Heróis do Mar Os Heróis do Mar foram dos poucos, no seu tempo, a escreverem sobre o orgulho de ser português. Mas porque beberam na História de Portugal e falavam de pátria, ficaram mal vistos e arriscaram-se a ser apostrofados de fascistas ou coisa pior. Porque houve um tempo em que estavam na moda os cantores de intervenção e em que alguma música de protesto, aliada ao regime de então, tanto se gastou que ficou irremediavelmente datada. Mas, nesse mesmo tempo, eles tiveram a coragem de

remar contra a maré e procuraram através da música formar uma espécie de movimento de identidade portuguesa. Descolados de quaisquer rótulos políticos, os Heróis de Mar não se reviam na mentalidade cultural dominante desse período conturbado do logo após o 25 de Abril. Nessa época, formar um grupo que trilhasse outro caminho, mais consentâneo com os valores da portugalidade, parecia uma aventura. E uma aventura perigosa. Agora, quarenta anos volvidos, falar de um passado

glorioso, ou evocar os descobrimentos, parecerá natural, até imperioso no presente contexto do século XXI. Mas, no final da década de setenta do século passado e princípio dos anos oitenta, foi com estranheza que se olhou para um grupo que lia a História de Portugal de Oliveira Martins, ou a Mensagem de Fernando Pessoa; e que cantava em plenos pulmões a glória do Quinto Império, tema caro a Bandarra e ao Padre António Vieira. E cantava tais valores, sobre uma proposta de música de dança,

mas música genuinamente portuguesa. Na génese dos Heróis do Mar esteve o grupo Corpo Diplomático. O seu núcleo duro era constituído por Pedro Ayres de Magalhães (na viola baixo), Paulo Pedro Gonçalves (na guitarra) e Carlos Maria Trindade (nos teclados). Quando o Corpo Diplomático se desagregou, juntaram-se a estes três músicos outros dois: António José de Almeida (baterista dos Tantra), e o vocalista Rui Pregal da Cunha. Carlos Maria Trindade apareceu com o nome Heróis do Mar e a Cruz de Cristo foi escolhida para ilustrar a capa do primeiro disco. Quando se dirigiram à editora, para propor a sua edição, já levavam a música, as letras, a capa do álbum, bem como o restante visual do grupo todo preparado. Desse registo constavam faixas como Olhar no Oriente, Brava Dança dos Heróis e, principalmente, o belíssimo Saudade. Era todo um conceito que procuravam mostrar a um país ainda repleto de preconceitos políticos e que rea-

giu mal ao fenómeno Heróis do Mar. Deu-se quase um boicote ao disco que saiu em Outubro de 1981. Porém, depois de um famoso concerto em Leiria, a revista Actuel promoveu o grupo no estrangeiro e, da noite para o dia, foram consideradas uma das melhores bandas da Europa, designadamente pela prestigiada The Face. E fizeram a primeira parte de um concerto dos britânicos Roxy Music. Já antes, em Junho de 1982, haviam lançado o single Amor que foi um formidável êxito comercial, o qual vendeu mais de cem mil unidades. Mas, mais do que o êxito de vendas, deve realçar-se o impacto que teve enquanto música de dança. Antes desta canção, não era moda ouvir música portuguesa nas discotecas. E o sucesso de Amor pôs o país a dançar. No ano seguinte editam Paixão, mais uma canção vocacionada para as pistas de dança, isto após terem lançado Mãe, um álbum que foi bem acolhido por parte da crítica e que continha a faixa Portugal. Em 1984, Car-

los Maria Trindade e Pedro Ayres de Magalhães produzem o segundo álbum de António Variações, com o título de Dar & Receber. Antes de terem posto termo à sua carreira, os Heróis do Mar lançaram ainda o álbum Macau, em 1986, o qual incluía o tema Fado. E Heróis do Mar IV, em 1988. Porém, era demasiado tarde para um grupo cujos elementos já estavam envolvidos em projetos paralelos, tais como os LX-90 ou os Madredeus. Polémicas à parte, os Heróis do Mar foram uma das bandas mais importantes da década de oitenta do século passado e, infelizmente, nem sempre tiveram o reconhecimento que mereciam. Aqui fica este nosso humilde tributo.


50 s lfa A

Pré-escolar 1.º ciclo 2.º ciclo 3.º ciclo Secundário Abril 2021


Opinião

Jornal do Agrupamento de Escolas da Batalha

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A PALAVRA DO DIRETOR

AEB funcionou como escola de acolhimento

Luís Novais Diretor do AEB

O ano letivo de 2020/2021 está, sem dúvida, a ser um grande desafio para toda a nossa comunidade educativa, a qual tem mostrado que, apesar de todas as imperfeições, sabe pegar nas ferramentas ao dispor e procurar soluções, que o foco tem de estar na solução e não no problema, que quando há situações complexas como esta é capaz de mobilizar as capacidades e competências de cada um para, em con-

junto, encontrar o melhor caminho. Com a suspensão das atividades letivas e não letivas, no dia 22 de janeiro, e o regresso do regime não presencial, a partir de 8 de fevereiro, a escola-sede do AEB passou a funcionar como a escola de acolhimento do nosso concelho, recebendo os filhos ou outros dependentes, com menos de 12 anos, a cargo dos trabalhadores dos serviços essenciais, nos termos definidos

“Uns continuam a ser mais iguais do que outros”

Laura Bento

Recentemente, celebrou-se o Dia Internacional da Mulher. Neste mundo, ainda há muitas mulheres silenciadas, sem voz para falar sobre a condição feminina, que julgo ser algo tão frá-

gil, mas, ao mesmo tempo, tão inquebrável. Ainda há mulheres que não têm uma vida digna, ainda há meninas que não vão à escola, ainda há raparigas a casarem-se jovens, todas contra a sua vontade. Em Portugal, em 2015, as mulheres recebiam cerca de 17% a menos do que os homens a fazer o mesmo trabalho e a desempenhar as mesmas funções. Em Portugal, em 2015, 67% do número de deputados eram homens. Em 2016, apenas 14% das pessoas que integravam conselhos de ad-

ministração das empresas eram mulheres. A igualdade não nasce apenas da manifestação por ela, nasce dentro de cada um de nós. Na verdade, mesmo que a desigualdade extrema entre géneros não tenha a mesma repercussão em toda a gente, uns continuam a ser mais iguais do que outros. Existem uns que não têm medo de ir para casa à noite, mas existem outros que sentem medo constantemente. Existem uns que, em certas partes do mundo, podem ter várias espo-

sas, mas existem outros que nem sequer podem ter opinião sobre o casamento. Espero ansiosamente pelo dia em que não vou ter de mudar de passeio, numa rua vazia, quando um homem passa por mim, porque tenho medo. E espero ainda mais ansiosamente para que a minha filha, se alguma vez tiver uma, não tenha de sentir a necessidade de fazer o mesmo. Existem lugares para todos no mundo, às vezes, só temos de nos chegar para conseguirmos caber.

na legislação em vigor. Com o objetivo de “não deixar ninguém para trás”, acolhemos 25 alunos, que foram acompanhados no espaço da biblioteca escolar por uma equipa multidisciplinar de pessoal docente e não docente, e 17 alunos com necessidades educativas, acompanhados por docentes da Educação Especial. Estes alunos dispuseram dos nossos serviços no horário semanal de funcionamento, de 2.ª a 6.ª feira,

entre as 07h30 e as 19h00, em função da realidade de cada família. Para além de ajudar os alunos nas suas aprendizagens, o bem-estar de cada um foi uma preocupação constante e, por isso, quero agradecer o esforço e o empenho de toda a comunidade educativa para que tudo corresse pelo melhor nesta missão de escola de acolhimento. AEB ao teu lado sempre a aprender!

Noite

Poesia

Gosto da noite A noite é em quem Posso confiar Posso confiar-lhe Todos os meus segredos Todas as minhas inseguranças Todos os meus medos Pois ela não me vai julgar Não vai mudar com o que lhe digo Não vai mudar Não se vai importar Eu apenas sei que ela está presente E que me vai escutar

Poesia é desenhar numa tela Todos os desejos e ambições. E para esta ser bela Basta despertar emoções. Existem muitos escritores E muitos deles amadores, Mas são os que tocam o coração Que as pessoas relembrarão. Ler poesia é ouvir uma melodia, É abrir uma página de um diário E sentir tanto amor como melancolia.

Martim Santos, 12.º A

Cotovia

Poluição atmosférica, o confortável caminho para a destruição

Sara Perestrelo, 10.º B

A poluição atmosférica é, desde há muito, um problema sério, apesar de só ter tido visibilidade nos anos mais recentes. Muitos governos tiveram a iniciativa de educar as populações sobre esta questão, mas ainda há quem não tenha grande

consideração por ela, mesmo que as consequências negativas já sejam visíveis no nosso planeta e na nossa saúde. A poluição do ar remonta ao desenvolvimento industrial, em meados do século XVIII. O livro “A Revolução Industrial”, de W.O. Andersen, herança do meu avô materno, que li quando tinha os meus imaturos 11 anos, fez-me perceber a inocente origem do nosso conforto diário. O fabrico da máquina e a sua utilização generalizada deu-se há relativamente pouco tempo, mas veio para ficar, trazen-

do ao ser humano muita comodidade. Agora, é difícil abdicar de um estilo de vida como o nosso, cheio de produtos sofisticados que facilitam a nossa rotina. Foi este conforto que o desenvolvimento tecnológico nos trouxe, mal sabendo nós que haveria consequências devastadoras para o seu criador. A atmosfera terrestre é constituída, principalmente, por gases como o azoto, o oxigénio ou o árgon, no entanto, devido à poluição atmosférica, têm surgido novos gases prejudiciais, como o metano, o enxofre ou o dióxido de carbo-

no. Embora em quantidades reduzidas, ao lado do oxigénio, pequenas porções destas substâncias são suficientes para desequilibrar totalmente os ecossistemas. Quando libertadas para a atmosfera, absorvem radiação infravermelha, o que vai impedir a libertação de calor terrestre para lá do limite atmosférico. Este fenómeno, designado por efeito de estufa, contribui para o aquecimento global, provocando o aumento da temperatura nos oceanos e no ar e, consequentemente, o degelo das calotas polares. Aumenta, por isso, o nível

médio do mar e gera-se o desaparecimento de zonas costeiras, como em Portugal. Apesar de haver países mais poluidores do que outros, todos sofrem, pois as partículas permanecem na atmosfera e são transportadas. A saúde humana é prejudicada, aumentando o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e respiratórias. O que devemos fazer, então, para reduzir as emissões destes poluentes? Na minha opinião, educar os cidadãos é prioritário. Já Simón Bolívar, herói venezuelano que viveu há du-

zentos anos, alertava: “Um povo ignorante é o instrumento cego da sua própria destruição”. Além da educação, penso que se deve incentivar a criação de espaços verdes, reduzir o abatimento de tantos hectares de floresta, fazer a reciclagem dos materiais possíveis, cativar as pessoas para o uso de veículos elétricos ou híbridos e dar o apoio necessário aos jovens cientistas e investigadores para que se dediquem à criação de alternativas à produção industrial. Todos nós temos o dever de cuidar da Terra e de evitar a sua destruição.

Diretor: Luís Novais. Edição e coordenação: professoras Fátima Gaspar, Fernanda Cardoso, Guida Roque e jornalista Carlos Ferreira. Fotografia: professor Sérgio Barroso e alunos. Redação: alunos da Oficina de Jornalismo - 10.º B, 10.º C, 10.º D, 12.º C e comunidade escolar. Paginação: João Bento. Facebook Alfabeto – Jornal do Agrupamento de Escolas da Batalha


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Entrevista

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Os jovens e a política Portugal entrou no ano de 2021 com eleições presidenciais e o Alfabeto decidiu abordar alguns jovens da nossa escola sobre a sua perceção e interesse pela política, sobretudo os que estão na idade de exercer o direito de voto. Como descreves o interesse dos jovens pela vida política do país, na atualidade? Laura Bento (12.º C) A

maioria dos jovens sente-se desinteressada pela política, por várias razões. Em primeiro lugar, é-lhes difícil desenvolver esse gosto, seja em casa seja na escola, acabando por se sentir excluídos do tema. Além disso, os políticos têm um discurso muito pouco apelativo para os mais jovens. Estes preferem políticos de causas e não governantes que se ficam pelos discursos e pelo “papel”. Mesmo que muitos jovens adiram a movimentos e causas sociais, como a luta contra o racismo, contra o preconceito, pela ecologia, entre outros, acabam por sentir indiferença perante os políticos, sentem falta de governantes que tomem atitudes e sejam menos burocratas.

Alex Konkov (12.º A) O “pessoal” só fala daquilo que é “fixe” ou da opinião pública. A lacuna terá que ver com o facto de ninguém nos falar deste assunto. Os jovens devem conhecer, querer saber mais e explorar todo esse mundo para criticar as ideologias ou as medidas propostas por políticos, uns mais populistas do que outros. Tens conhecimento de algum projeto da escola ou do município sobre este tema? Laura Bento Os alunos

têm participado no “Orçamento Participativo”, este ano, com grande adesão, e na “Assembleia Municipal de Jovens”, um projeto que conta com o apoio do município e que tem permitido aos alunos exporem as suas ideias e apresentarem propostas de melhoria para o concelho. Um e outro têm dado a oportunidade aos jovens de desenvolverem o espírito crítico, de se sentirem mais próximos da política e de serem interventivos, no

sentido de criarem mudança positiva, fazendo ouvir a sua voz. O que achas que pode ser feito para que os jovens sejam mais ativos na vida política? Ana Amado (10.º C) A

criação e a divulgação de atividades ou exposições alusivas ao tema, que captem a atenção dos jovens, que expliquem o impacto da política na nossa vida e como funciona em Portugal e na UE, tanto a nível de instituições como da diversidade de regimes dentro da democracia. Estas atividades podem e devem ser realizadas na escola, principalmente direcionadas para os alunos do ensino secundário, pois são estes que, daqui a dois ou três anos, podem decidir o futuro político do país, através do seu voto. Alex Konkov Haver um incentivo tanto no círculo familiar como na escola. Não digo haver uma disciplina nova, mas a dinamização de palestras, workshops ou algo do género em que se da-

ria a conhecer a política aos jovens, despertando-lhes o gosto por esta área que se pode tornar muito interessante, mas que, porque nem fazem ideia do que se trata, não sabem se gostam ou não. Por outro lado, acho que quem percebe minimamente do assunto se sente retraído, por causa dos que falam por falar, só para parecerem “cultos”. Pensas que estás preparado para exercer o voto nas eleições autárquicas, em outubro? Alex Konkov Sendo fran-

co, não, porém acho que, com umas pesquisas aprofundadas e alguns conselhos de quem está por dentro do assunto, talvez me prepare. Se tivesse alguém, uma espécie de mentor, seria mais fácil.

Alice Santo, 10.º B Ana Carolina e Carolina Pacheco, 10.º C Inês Sequeira, 10.º D Adriana Pereira, 12.º C

Biblioteca, espaço de apoio educativo e social taformas de ensino@distância e às sessões síncronas, na gestão do horário, supervisão e apoio educativo na realização das tarefas assíncronas. Promoveram-se também momentos lúdicos e acompanhamento na hora das refeições.

Durante o confinamento, a biblioteca do AEB desempenhou um a f unçã o e sse ncial, a o nível social e pedagógico, no acompanhamento de alunos de vários anos de escolaridade. A coordenadora das bibliotecas escolares, professora Paula Ferreira, viveu todo o processo e explicou como foi prestado o apoio a estes alunos que continuaram a ir à escola.

Em média, qual o número de alunos apoiados diariamente? Como foi feita a gestão do tempo, considerando os diferentes horários e tarefas?

Tendo em conta que a nossa foi uma escola de acolhimento, a que nível de ensino foi prestado o apoio?

Na sequência da suspensão das atividades letivas presenciais, motivada pela pandemia COVID-19, a biblioteca da nossa escola acolheu e prestou apoio educativo a 25 alunos, cujos pais trabalham em serviços considerados essenciais.

Houve diferenças no tipo de apoio? Quais as mais relevantes?

A diferenciação no tipo de apoio prestado teve em

conta a especificidade de cada ciclo de ensino, ano de escolaridade e autonomia do aluno. A todos foi prestado apoio no acesso às pla-

O acolhimento iniciou-se com 18 alunos, mas o número aumentou progressivamente, ao longo do confinamento, atingindo a média diária de 25 alunos. Este apoio educativo e social aos alunos e famílias foi assegurado por uma equipa multidisciplinar, composta por docen-

tes de várias ciclos de ensino e áreas disciplinares, assistentes operacionais e animadoras, entre as 7h30 e as 19h00. As tarefas assíncronas foram realizadas no final das sessões síncronas e as atividades livres ou lúdicas decorreram no intervalo da manhã, após o almoço e à tarde, depois de terminadas as tarefas diárias. Quais foram os maiores desafios que tiveram que enfrentar?

A heterogeneidade do grupo de alunos, no que respeita aos anos de escolaridade e às múltiplas sessões síncronas com as turmas de origem, a falta de autonomia, a desmotivação face às situações atípicas e, por vezes, problemas no acesso à internet consti-

tuíram desafios diários que todos juntos procurámos ultrapassar, sempre com o apoio da direção. Como se sentir am ao poder dar apoio a estes alunos?

E m equ ipa , tent á mos garantir o apoio i med iato aos a lu nos que dele necessitavam, procurando minimizar os constrangimentos provocados pela suspensão do en si no pre s enc i a l. S entimos que, desta forma, contribuímos para a equidade de oportunidades no acesso à educação.

Ana Carolina e Carolina Pacheco, 10.º C Patrícia Rodrigues, 12.º C


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Pandemia

Jornal do Agrupamento de Escolas da Batalha Longe, mas perto

AEB é uma escola de acolhimento Com o avançar da pandemia, os idosos de todos os lares do país foram privados de receber visitas dos seus familiares e amigos, alterando as suas rotinas. Ouvimos a bisavó da Cristiana, utente do lar de Reguengo do Fetal, e a equipa técnica deste equipamento social, que nos descreveram as principais alterações. A idosa falou-nos da sua tristeza e das saudades da família, de quem se lembra todos os dias, ao rever fotografias ou quando recebe telefonemas e videochamadas. Para se distrair, gosta de fazer contas, de jogar ao bingo ou à memória, de ir à fisioterapia, de dar passeios no espaço exterior do lar e de participar em várias atividades tradicionais. Para a equipa técnica, os momentos de maior desânimo têm sido os aniversários ou a comemora-

ção de dias especiais. Por sua vez, a Cristiana e a Daniela, duas bisnetas da dona Arménia, afirmam ser muito complicado estar longe da sua familiar e que o único contacto que têm tido é através de videochamadas e de visitas, mas com um vidro a separá-las. Para elas, o momento mais difícil foi o Natal, quando a bisavó teve de ficar isolada num quarto. Contudo, “o amor consegue superar todas as barreiras” e, ape-

sar da distância, lembraram os momentos que passaram juntas e que tencionam repetir num futuro breve. Referem ainda que os mais velhos são importantes na vida dos mais novos e que têm um papel fundamental na construção do ser. “Devemos estimá-los e mimá-los, retribuindo o carinho que sempre nos deram”, enfatizam com gratidão. Erica Guedes e Cristiana Carreira, 12.º C

Os efeitos da pandemia no comércio local

As escolas de acolhimento recebem os filhos de profissionais que trabalham na área da saúde, lares ou supermercados e também crianças cujas famílias não têm capacidade para lhes dar apoio. Gabriela, uma criança que frequenta a educação pré-escolar, e Leonor, aluna do 1.º ciclo, são duas irmãs que partilham connosco a sua experiência. Ambas gostaram de estar na escola por diversas razões: “Estamos com meninas crescidas, os professores são muito simpáticos, fomos muito bem recebidas pelas funcionárias, brincámos e conhecemos novos amigos”. A Leonor adianta que “as professoras esclareceram todas as dúvidas, quando estava a fazer os trabalhos”, e que, para o ano, virá para esta escola. Confessa, também, que teve algum receio em se enganar nos circuitos da escola que, ao contrário daquela que frequenta, a da Quinta do Sobrado, é muito grande. Pensa que conseguiu aprender bem, mas,

às vezes, quando estava a assistir às aulas, o computador desligava-se. A Gabriela afirma ter gostado das duas formas de aprender, aulas à distância e aulas na escola. A Leonor, apesar de ter gostado de estar na escola de acolhimento, não esconde as muitas saudades que sentiu da sua professora Ana Cristina e das suas amigas. Cármen Moreira, assistente social e mãe das duas meninas, declara que “as escolas de acolhimento são fundamentais, na conjuntura atual, pois existem profissionais que não reúnem condições para ficarem em casa com crianças até aos 12 anos” e relata o seu caso pessoal: “Tanto eu como o meu marido temos profissões consideradas essenciais, eu na área da saúde e ele na área de bens de primeira necessidade, e não temos condições para deixar as crianças ao cuidado dos avós, tal como acontece em muitos casos”. Para esta encarregada de educação, “é inques-

tionável o apoio que a escola conseguiu dar, nesta altura tão difícil”, apesar de ter sentido “alguns receios, principalmente com a adaptação da Gabriela que tem apenas 5 anos”. Terá facilitado este processo a preparação efetuada com alguma antecedência e o facto de as duas irmãs poderem estar juntas. “No primeiro dia, fui buscá-las mais cedo, para estar mais presente, mas, rapidamente, as minhas filhas disseram que, no dia seguinte, não era preciso. Percebi que, quando as ia deixar ou ia buscar, estavam contentes, pois, para além das aulas, também realizavam atividades lúdico-pedagógicas. A tranquilidade deste processo só foi possível com o empenho e envolvimento de todos os profissionais afetos à escola, aos quais muito agradeço”, conclui.

Alexandra Carola e Beatriz São Pedro, 12.º C

A pandemia que enfrentamos colocou enormes desafios à dinâmica do comércio regional. Desenharam-se novos padrões de consumo, com a população a privilegiar, mais do que nunca, a compra de bens de primeira necessidade e a prática de comprar online, incentivada pela necessidade de isolamento social. Neste confinamento, muitos estabelecimentos físicos viram-se obrigados a fechar ao público e sofreram uma quebra acentuada nas suas vendas. De acordo com alguns comerciantes, o maior desafio foi a súbita necessidade de criação de estratégias inovadoras que lhes permitissem chamar a atenção do público e continuar a vender os seus pro-

dutos, online ou em regime de take away. Nas empresas que se mantêm abertas, por terem sido consideradas fundamentais para a sociedade, os cuidados foram maximizados e as medidas de segurança reforçadas. Continua a aplicar-se, sempre que possível, o teletrabalho e o desfasamento de horários e as recomendações dadas pela DGS e pela Câmara Municipal da Batalha são aplicadas. À conversa com o dono de uma loja de mobiliário, localizada no nosso concelho, este confirmou que os seus funcionários se sentem seguros no local de trabalho, graças às medidas de segurança adotadas, e que não se têm registado muitas preocupações por parte dos clientes,

ao contrário das muitas incertezas manifestadas no início da pandemia. “Através do e-mail, enviamos os projetos que anteriormente eram analisados em loja, fornecemos orçamentos e apresentamos os produtos que possam ir ao encontro dos gostos pessoais de cada cliente”, refere como estratégias adotadas para evitar o contágio. Verificou-se, inesperadamente, que a pandemia incentivou o comércio de proximidade, pois houve um aumento no número de visitantes locais, que contrasta com a redução do número de clientes nacionais e internacionais. Ana Carolina, 10.º C Bruna Vala, 12.º C

Abril, mês de Prevenção dos Maus-Tratos Todos os anos, durante o mês de abril, as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) dinamizam a “Campanha Laço Azul”, através de atividades destinadas a reforçar o alerta para situações de abusos e maus-tratos, ainda reiteradamente infligidos sobre muitas crianças e jovens, ignorando-se por completo os seus direitos e o respeito que lhes é devido.

Em consequência dos tempos de pandemia que vivemos, esta campanha será dinamizada na página do Facebook da CPCJ da Batalha, com vários convites e desafios às famílias, nomeadamente a elaboração de bonitos e criativos laços azuis a colocar nas portas, muros, janelas ou varandas. A marcar a efeméride, esta Comissão, com a colabora-

ção da Câmara Municipal, realizará, nos próximos dois meses, webinares afetos a temáticas que preocupam pais e educadores, nomeadamente sobre os perigos do (ab) uso das novas tecnologias por parte dos seus filhos e como os prevenir ou ainda no âmbito da saúde mental infantojuvenil. Estão, desde já, todos convidados!


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Pandemia

Contexto de pandemia agudiza depressão juvenil e ansiedade A adolescência é uma etapa do crescimento humano que decorre entre a infância e a idade adulta, na qual ocorrem transformações de caráter físico, social, cognitivo e emocional. O adolescente questiona-se sobre a sua identidade e existência, colocando em causa o mundo dos adultos. De acordo com os psicólogos do AEB, Aida Rosa e Luís Simões, “o jovem procura sentir-se bem com o seu corpo e com as suas emoções e ser reconhecido pelas pessoas que são

Psicóloga Aida Rosa

Psicólogo Luís Simões

significativas na sua vida. A lém disso, ambiciona uma maior autonomia, o que requer um maior esforço de adaptação a tudo o que o rodeia”. As problemáticas mais comuns entre os alunos do agrupamento são o insucesso académico, relacionado com a baixa autoestima e a autoeficácia, bem como as dificuldades no controlo do comportamento e na regulação emocional. Como contributo para esta instabilidade somam-se as preocupações com o futuro pessoal e profissio-

nal, o que, de acordo com os alunos entrevistados, causa uma enorme ansiedade, medo de não alcançar os seus objetivos e de desiludir os que lhe são próximos. O contexto de pandemia veio agudizar a depressão juvenil e a ansiedade. A COVID-19 veio colocar em causa “a nossa saúde física e provocar um grande sofrimento psicológico, que se evidencia no luto pela perda de pessoas que amamos, no isolamento físico de familiares e amigos, na exigência de dinâmicas familiares alteradas, na constante preocupação, no medo emergente e na incerteza relativa ao futuro”, referem os psicólogos. Também as mudanças nos nossos hábitos diários “configuram riscos para a saúde psicológica e para o bem-estar, entre as quais, a diminuição da qualidade do sono e da atividade física ou a exposição mais prolongada aos ecrãs e à internet, o que deixa os jovens mais vulneráveis ao cyberbullying e à dependência cada vez maior dos jogos online”, prosseguem. Os alunos viram-se afastados dos amigos e da família, ficaram privados de atividades escolares e extraescolares, como as visitas de estudo e a Associação de Estudantes, e confessam sentir-se frustrados pela baixa produtividade e atenção nas aulas à distância. Para que os adolescentes possam recuperar dos impactos físicos, psicológicos e socioeconómicos da pandemia, os psicólogos afirmam que se torna “premente investir, individual e socialmente, na saúde psicológica e no bem-estar, através da aposta em atividades de lazer e autocuidado”.

Adriana Pereira e Cristiana Carreira, 12.º C

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A máscara da vida

Prof. João Carvalho

Prof.ª Rosário Cunha

O nome “máscara” nunca foi tão comum como agora e, por vezes, julgamos que serve apenas para nos proteger da propagação de um vírus, no entanto, este objeto é percecionado de formas diferentes por profissionais da área do teatro, da educação, da psicologia ou da medicina. Quais são, então, os vários tipos de máscara na vida? Segundo a professora de Português, Rosário Cunha, “ o mundo é um palco e todos nós, homens e mulheres, somos meros atores representando, ao longo da vida, vários papéis. Na Grécia antiga, os atores usavam máscaras; no tempo de Shakespeare, os papéis femininos eram representados por rapazes e as mulheres, na plateia, é que usavam máscaras”. Para si, “a máscara está ligada ao faz de conta, à criação”, podendo ser boa ou má e prossegue com exemplos: “A má utilização da máscara advém dos preconceitos sociais que sofremos quando nos queremos integrar num grupo e acabamos por achar mais seguro colocarmos uma máscara. Colocamo-la para ocultar o medo de nos revelarmos, o medo de nós próprios e do que somos, o medo da não aceitação do outro…

Atriz Rita Blanco

Quantas vezes colocamos a máscara da alegria quando o que sentimos é tristeza? Quantas vezes aceitamos ser e fazer aquilo que não queremos? Provavelmente, a maioria das pessoas coloca a máscara do socialmente correto. Quantas vezes colocamos a máscara da indiferença, da hipocrisia, da mentira, sempre que olhamos o nosso semelhante com arrogância e superioridade? Possamos, no nosso papel de atores da vida, ir escolhendo as boas máscaras, pois são estas que nos ajudam a construir um mundo melhor e mais justo.” João Carvalho, professor de Filosofia, partilha também desta opinião: “Todos nós somos atores e a escola da vida encarrega-se de, manhosamente, nos formar. O Homem é muito complexo e apresenta muitas faces e, a cada face, acomoda sua máscara potencial. Mas se a nossa forma de agir for efetivamente humana, surgirão as qualidades mais elevadas que nos integrarão, dignificarão e universalizarão perante os outros, em comunidade. Trata-se da expressão da excelência ética na ação humana.” Este professor afirma, ainda, que a máscara pode ser ou não “uma bar-

reira para as emoções. Se as pessoas se regem pela aparência e pela oportunidade, ou ainda pela dependência ou obediência (qual máscara da COVID), certamente que ela inibe a manifestação efetiva do seu ser, mas, quando cada um de nós assume a realidade, o seu ser brota naturalmente e sem qualquer filtro ou barreira”. A atriz Rita Blanco ajuda-nos a compreender o sentido da máscara na área da representação. Começa por esclarecer que todas as personagens que faz têm tudo dela, é ela, no fundo, que as conduz e o que muda são somente as circunstâncias: “Quando construo uma personagem, vou à sua história, ao seu passado, depois, ponho-me nessa situação. Como seria eu se tivesse nascido em tal sítio, nas circunstâncias daquela pessoa?” Quando a personagem ajuda a atriz a ser melhor ser humano, esta tende a levar um pouco dela consigo, mas, quando tal não acontece, “fica na caixinha das personagens” e a atriz volta “para casa mais descansada”.

Alice Santo, 10.º B Ana Carolina Laranjeiro, 10.º C Erica Guedes, 12.º C


Projetos

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Projeto Academia de Líderes Ubuntu Iniciado no presente ano letivo, mediante um protocolo de cooperação estabelecido entre o IPAV (Instituto Padre António Vieira), o Município da Batalha e o AEB, este projeto marca um novo ciclo na nossa escola. Baseado na filosofia Ubuntu, que assenta em pilares como o autoconhecimento, a autoconfiança, a resiliência, a empatia e o serviço, tem como objetivo desenvolver a esperança na construção de um mundo mais justo, onde impere uma visão humanista e onde os jovens assumam um papel ativo na luta contra a intolerância, o racismo e a discriminação. Ubuntu significa “Eu sou porque tu és”, logo, a palavra remete para a ideia de cuidar do outro e também do planeta. Esta linha orientadora da ação foi trabalhada por professores que, respondendo ao desafio do nosso diretor, receberam formação por parte da equipa do IPAV. A professora Guida Roque, uma das participantes, destaca o entusiasmo de todos “embarcando na aventura e levando como bagagem os receios e expetativas próprios de quem navega pela primeira vez”. E prossegue: “A primeira viagem foi até Tomar, onde aportámos e fomos muitíssimo bem recebidos pela escola e pela equipa. A segunda conduziu-nos à nossa própria casa para recebermos os colegas de Ourém, de Tomar e do IPAV, representado nas pessoas do Dr. Rui Marques, Sara Martins e Ana Ramos”. Após dias de trabalho e grandes emoções, os professores envergaram as t-shirts da organização e ganharam o estatuto de líderes Ubun-

nião, verificando que a filosofia Ubuntu o ensinou a “ser mais positivo” e a não se “deixar cair pelas adversidades da vida”, aprendendo a “ter mais confiança” em si próprio e nas suas qualidades. “A vida académica não é a única coisa que importa, claro que é importante, mas a nossa vida não é só isso”, declara. Para este aluno, a experiência também beneficiou o relacionamento entre colegas e o projeto mostrou-lhe que “não devemos julgar uma pessoa pela sua postura, porque não sabemos o que a fez ser daquela maneira”. tu, prontos a viver uma experiência completamente diferente daquelas a que estavam habituados em contexto escolar, estreitando laços e impulsionando a criação de pontes. A mesma professora acrescenta: “Consideramos que a formação dos nossos alunos, embora já muito diferente da de outros tempos, necessita que se lhe ajuste, continuamente, uma nova paleta de cores. É preciso investir na sua formação, fazer crescer bons e responsáveis cidadãos, muni-los de competências e princípios que lhes proporcionem compreender o mundo, que os ajudem na busca de soluções e os coloquem, se possível, no caminho de um progresso sustentável, pessoal e socialmente. Pensamos que se abriram caminhos para novas formas de estar e trabalhar emoções, ajudando a lapidar personalidades e a fomentar o respeito por si próprios e pelos outros”. ************** A semana Ubuntu, que le-

vou os alunos até à Biblioteca Municipal e ao Mosteiro da Batalha, deixou no 11.º A e na turma E dos cursos profissionais de TGPSI e de Técnico de Turismo a vontade de partilhar as suas vivências.

do as médias. A entrega e a partilha desvendaram aspetos, características, posturas e histórias que, provavelmente, não seriam reveladas no nosso quotidiano escolar”. **************

************** Matilde Valente (11.ºA) confidencia: “Quando ouvi a palavra Ubuntu, achei-a engraçada, embora um pouco estranha de soletrar, mas, após uma semana de aprendizagens e interação, estava rendida. Não se tratou de um conjunto de palestras aborrecidas, mas sim de uma abordagem interativa muito bem pensada e orientada. A filosofia Ubuntu foca-se essencialmente no crescimento pessoal, nunca deixando de parte as pessoas que nos rodeiam, pois nada acontece isoladamente e todas as nossas ações têm consequências noutras pessoas. Nunca pensei que esta temática fosse abordada na escola nem nestes moldes. Todos sabemos que, para alguns, e principalmente no ensino secundário, o que interessa são sobretu-

Por sua vez, Leonardo Santos, da mesma turma, confessa que, se no início, pensou ser mais uma tentativa da escola para ajudar os alunos a focarem-se nos estudos, no final, a formação que recebeu fê-lo mudar de opi-

Matilde Marques 10.º F

xa-me feliz! Viajar, passear com a minha família, ir jantar fora, comer arroz de feijão, cozinhar com a ajuda da minha família e depois sentarmo-nos à mesa… deixa-me feliz! Estar na escola, trabalhar com as professoras e as auxiliares, ter amigos… deixa-me feliz! A arte deixa-me feliz!

As colegas Margarida Gil e Matilde Brito destacaram as pesquisas que, inicialmente, fizeram na Internet para perceberem melhor a filosofia que despertava o seu entusiasmo e declararam: “Este projeto parecia algo ‘fora da caixa’ e só quando o incorporámos compreendemos a sua importância. Enfrentámos dificuldades e vivemos experiências que nos torna-

Prof.ª Guida Roque

Projeto Ético “Penso Logo Cuido” Recolha Solidária de Tampinhas de Plástico

Eu vou conseguir! Sou a Matilde, tenho 16 anos e estou no 10.º ano do curso de Turismo. É o meu primeiro ano no AEB e estou a gostar muito, pois fui muito bem acolhida. Uma característica minha? Sou sorridente… porque sou FELIZ! Olhar para a Natureza, respirar ar puro, sentir o cheiro das flores e do mar… dei-

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ram mais fortes emocionalmente. Foram-nos propostas várias dinâmicas que nos fizeram olhar para o mundo com outros olhos e descobrir que podíamos cooperar com a sociedade. Como turma, sem dúvida que as atividades nos uniram e nos fizeram pensar mais no próximo, fortificando as relações que tínhamos com os nossos colegas e com os nossos professores”. No mesmo sentido vão as palavras de Leonor Antunes e Joana Nogueira, alunas do curso profissional: “As atividades desenvolvidas levaram-nos a conhecer melhor nós próprias e os outros. Vimos colegas que, em contexto de sala de aula, dificilmente partilhariam as vivências que partilharam ali com todos”. Todos os alunos referiram a superação de expetativas e o orgulho de pertencerem a esta família que já deixou marcas muito positivas nas suas vidas.

Mas ainda há mais coisas que eu quero fazer e que me vão deixar ainda mais feliz: aprender a andar de bicicleta para ter a sensação de liberdade e aprender a ler melhor… E sabem uma coisa? Eu vou conseguir!

Matilde Marques, 10.º F

De 25 a 28 de maio, será efetuada a recolha de tampinhas de plástico para fins solidários. Continua a guardá-las e, na data definida, entrega-as na escola-sede do nosso agrupamento. Estás a ajudar alguém que precisa. Já entregámos, a instituições ou a pessoas carenciadas, 11 cadeiras de rodas e mui-

tos conjuntos de canadianas. Louvamos e agradecemos a persistência de todos os que, cada vez mais, participam e nos ajudam a ajudar. Aguardamos a tua entrega! Prof. João Carvalho, coordenador do grupo de Filosofia e coordenador do projeto


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Atualidade

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Alô, Alô, é da Faculdade... Francisco Bento é aluno de mestrado de Matemática, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Ana Beatriz está a finalizar o mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, no Instituto Superior Técnico (IST). Ambos frequentaram o AEB e dele guardam boas recordações. Como tem sido a tua experiência universitária? O que representa para ti? Francisco Inicialmente,

foi um pouco complicado adaptar-me à vida universitária. A faculdade exige muito mais estudo. Por outro lado, também conheci pessoas completamente diferentes, com vivências distintas das minhas, e isso fez-me crescer a nível pessoal. O mestrado, em particular, permitiu-me ver a matemática e a ciência de forma muito diferente, visão global vedada às pessoas de fora, incluindo os

alunos de licenciatura. Existe uma grande disparidade entre mestrado e licenciatura. O mestrado é muito mais exigente, é como uma “rampa de lançamento” para a investigação, e permite assistir a encontros de matemáticos, cujo objetivo é apresentar e discutir novos resultados. Ana Beatriz Comecei por entrar em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, na Universidade de Coimbra. Depois, pedi transferência para o Instituto Politécnico de Leiria (IPL), onde completei a minha licenciatura no mesmo curso. Por fim, decidi realizar o meu sonho e entrei no Instituto Superior Técnico. Na cidade dos estudantes, apenas desfrutei da experiência académica de um ano, no IPL, entrei para o órgão representante dos estudantes do curso, responsável pela organização de todas as atividades, desde as jornadas

de Engenharia Eletrotécnica ao Dia do Eletrão, incluindo atividades sociais. Esta foi uma experiência que me permitiu desenvolver capacidades e competências muito importantes para a vida universitária, mas principalmente para a vida profissional. Já no IST, inscrevi-me no Técnico Solar Boat, um projeto universitário responsável pela construção de barcos movidos exclusivamente a energias renováveis. Trata-se de um projeto inovador, “superdesafiante”, que, em equipa, nos possibilita pôr em prática o que aprendemos nas unidades curriculares. O que pretendes fazer no futuro? Como é que a tua profissão pode ser importante na sociedade? Francisco Ainda estou in-

deciso entre uma carreira profissional, ligada à aplicação e desenvolvimento de modelos matemáticos e inteligência artificial, e uma carreira académica. Na primeira opção, o meu trabalho poderá ser aplicado em empresas de tecnologia, seguradoras ou bancos, de forma a melhorar os seus produtos. Ana Beatriz Tento não pensar muito nisso e focar-me no que ainda falta fazer para chegar lá. Mas confesso que, em cima da mesa, estão várias possibilidades: seguir a investigação, relacionada com a área da saúde, trabalhar na área de automação e robótica ou ser professora universitária. Qualquer uma

destas profissões tem dado um grande contributo para a sociedade, pois a engenharia eletrotécnica está na base da maioria das coisas que utilizamos no dia a dia, como por exemplo, no diagnóstico de cancro ou de AVC, no controlo de robôs, tapetes rolantes nas fábricas… A carreira docente, formar e ajudar os futuros engenheiros do nosso país, é, sem dúvida, uma tarefa desafiante e muito recompensadora. Para ti, quais foram os momentos mais marcantes no AEB? Francisco Todos os mo-

mentos acabaram por ser importantes porque me ajudaram a ser quem sou. No entanto, ressalto as amizades que fiz e os bons professores que encontrei, especialmente o professor de matemática, Nuno Bernardino, que me acompanhou desde o 7.º ano e que foi muito importante para o desenvolvimento do meu gosto por esta área. Ser o primeiro cronista do jornal Alfabeto foi também, claramente, algo muito marcante. Ana Beatriz Houve vários momentos marcantes, mas o primeiro que me vem à cabeça é a participação no DN Escolas. Todas as etapas do concurso foram fantásticas, porém, a vinda do atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, à nossa escola foi um dia memorável. Passámos horas a preparar perguntas, discursos de boas-vindas,

Francisco Bento

discursos de despedida… As partes mais incríveis de dias como este acontecem nos bastidores. Matámo-nos a trabalhar! Não pensem que as cadeiras, os sofás, a carpete e as mesas apareceram lá sozinhos. Recordo várias vezes aquele dia com a minha grande amiga Ana Carolina Silva e como tínhamos razão acerca do Professor se tornar, um dia, Presidente da República. Aproveito para deixar um grande agradecimento a todos os que tornaram aquele dia possível, em especial, à professora Fátima Gaspar que tanto se dedicou ao evento. Que conselho darias a quem está no ensino secundário e pretende frequentar o ensino superior? Francisco É importante

perceberem aquilo de que gostam e tentar conciliar esse gosto às futuras saídas

profissionais. Quando escolherem um curso, certifiquem-se de que é uma área geral, de forma a não encurtarem o número de saídas profissionais que podem vir a ter. Ana Beatriz Deem sempre o vosso melhor, seja no secundário, no superior ou na vossa vida pessoal. Mesmo que não alcancem de imediato o que pretendem, acreditem, um dia conseguirão. Eu sei que se vivem três anos a lutar por uma média “decente”, mas também há outras coisas importantes. Aproveitem para participar em atividades extracurriculares, concursos… tudo o que gostem e vos interesse. Estão, simultaneamente, a desenvolver todas as vossas capacidades e é isso que vos tornará distintos.

Bruna Vala e Laura Bento, 12.º C

Ana Beatriz

Nunca desistam dos vossos sonhos O meu nome é Simão Silva, tenho 22 anos, sou natural de Leiria e frequentei o AEB desde o início até ao fim da minha escolaridade. Nunca fui muito adepto dos estudos até ao momento em que me foi dada a possibilidade de frequentar o curso vocacional de vitrinismo (criador de montras). Na altura, pensei ser a melhor opção para conseguir completar o 12.º ano. O curso tinha a duração de dois anos e possibilitava-

-nos a frequência semestral de estágios em empresas da região, contudo, como não me via a “fazer montras“, expliquei a situação aos meus professores que, de imediato, me apoiaram e ajudaram a procurar soluções. Foi desta forma que consegui fazer os estágios em áreas diferentes das do curso, tendo encontrado a minha vocação, a mecânica, paixão que, ainda hoje, se mantém. Concluí o curso e comecei

a trabalhar numa empresa em Porto de Mós (Construções Pragosa) como aprendiz de mecânico de camiões e de máquinas de construção. Muito recentemente fiquei como responsável de oficina. As responsabilidades agora são outras, começaram as “noites sem dormir”, mas penso estar à altura do desafio. A vós, estudantes da minha escola, dou como conselho nunca desistirem dos

vossos sonhos. Se ficarem indecisos, falem com os vossos professores, pois, decerto, irão encontrar ajudas preciosas. Acreditem que até os “ralhetes” da professora Guida Roque e do professor Sérgio Barroso foram muito úteis, assim como o facto de nunca terem desistido de mim. Obrigado, ainda, a todos os outros professores que me apoiaram e me proporcionaram diferentes oportunidades.


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Última

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AMI nas escolas: promoção da integração e inclusão social das crianças e jovens A delegação do centro da AMI (Assistência Médica Internacional) manifestou disponibilidade para colaborar com as escolas. Nesse sentido, procurámos conhecer melhor a organização, pensando no agendamento de um encontro que permitisse aprofundar os conhecimentos sobre vários temas, nomeadamente o voluntariado. Judite Batista referiu que os objetivos desta ONG (Organização Não Governamental), que representa, “estão direcionados para as crianças e jovens e visam a tomada de consciência e a promoção da sua integração e inclusão, prevenindo situações de exclusão social e marginalização”. Entre os vários projetos, merecem destaque o Prémio Linka-te aos Outros, destinado a jovens do 7.º ao 12.º ano, os espaços #iAMIn (acesso a computador e internet), os espaços EPES (Espaço de Prevenção da Exclusão Social) e o Fundo de Apoio a Estudantes Universitários. Também ficámos a saber que, para ser voluntário AMI, basta ter vontade de ajudar e preencher a ficha de voluntário online: https:// ami.org.pt/como-ajudar/voluntariado. A mesma representante sublinhou que “os voluntários são uma mais-valia, pois, ao assumirem um compromisso, transfor-

marão boas intenções em boas ações”. No tocante ao impacto da pandemia nos projetos e em quem os desenvolve, referiu que, “a nível internacional, houve uma realocação de apoios financeiros e do apoio dado aos parceiros locais para permitir que a ajuda continue a chegar às populações mais vulneráveis; a nível nacional, verificou-se um aumento dos pedidos de apoio nos Centros Porta AMIga”. Por fim, salientou que “o contacto da AMI com os jovens é muito im-

portante e tem consequências na mudança positiva de comportamentos, pois, através de sessões realizadas nas escolas, os jovens são informados e sensibilizados para as questões da pobreza, da desigualdade entre países e da importância do alcance dos ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável)”. Esperamos a oportunidade de termos a AMI na nossa escola. Ana Carolina Laranjeiro, Ana Leonor Amado e Helena Gregório, 10.º C

Tertúlia Literária Online O Centro Qualifica do AEB desde janeiro de 2020 que faz parte da Rede Nacional de Centros «Ler+ Qualifica», lançados pelo Plano Nacional de Leitura (PNL). Esse título foi-nos atribuído na sequência de uma candidatura com o projeto “Ler PRA Vida”, na qual assumimos o compromisso de promover a leitura, a escrita e a literacia junto da população adulta. Neste âmbito, foi realizada uma Tertúlia Literária Online, que juntou alguns dos nossos adultos em processo de RVCC, formandos do Curso de Português Língua de Acolhimento (PLA)

e jovens estudantes do 10º ano da nossa escola. Tivemos ainda uma escritora e uma cantora, que muitos nos honraram e emocionaram. Além da Tertúlia, foi também construído um Mural, na ferramenta Padlet, onde alguns dos participantes e alunos dos 10.º e 11.º anos deixaram o registo ou a gravação das citações dos autores por si selecionados, fazendo tributo à respetiva língua materna, que poderá ser visitado em: https://padlet. com/pad2309/Tertulia_Literaria. A aluna Ana Leonor do 10.º B participou no evento que considerou muito inte-

ressante: “Ao ouvir textos e manifestações culturais de outros países, foi como se estivessem a partilhar connosco uma parte da sua origem e, apesar de ter sido realizado online, senti que todas as nacionalidades presentes se uniram e que os cidadãos estrangeiros sentiram também que tinham conseguido passar-nos a mensagem através do ritmo da língua e da sua expressão, mesmo sem ser traduzido.” Referiu, ainda, que foi uma oportunidade para conhecer autores portugueses e textos muito interessantes. Ana Leonor, 10.º C

“A memória não prescreve e a gratidão não prescreve”

Este foi o mote que me lançaram para inaugurar o novo espaço do Jornal Alfabeto, no qual se pretende recordar momentos marcantes da vida do AEB ao longo dos seus mais de 30 anos. A escola é a memória em crescimento, é o tempo e o espaço que abrem o futuro. Começo com a palavra gratidão. Gratidão é a memória que não prescreve. As memórias que tenho do AEB revelam não só o reconhecimento pelo trabalho de todos os professores e de todos os funcionários como também a força das relações que estabeleci com eles e com os meus colegas. Acredito que os nossos professores serão Os Professores para toda a vida. Entre todas as memórias, uma das mais marcantes foi o projeto DN Escolas, que culminou com a visita do atual Presidente da República, Professor Marcelo Rebelo de Sousa, no dia 9 de março de 2012. Curiosamente, esta seria a data em que o Professor tomaria posse, quatro anos depois, para o seu primeiro mandato e, nove anos depois, para o segundo. Recordo o nervosismo, mas também a força de von-

tade! Uma eliminatória tinha sido ultrapassada e confiávamos no tema que defendíamos: “Comprar português”. Sabíamos que haveria uma razão para o Professor vir à nossa escola, só podia ter visto potencial no trabalho que tínhamos feito e, mais importante ainda, no que poderíamos fazer daí em diante. O desafio exigia compromisso e responsabilidade e era disso que estava à espera o nosso futuro. Quem era esta equipa? Um punhado de amigos, entre eles a Ana Beatriz, o Bernardo, a Carolina, o Gil e eu, orientados pela professora Fátima Gaspar que, ao longo do projeto, testou a nossa autonomia, criatividade e capacidade de entusiasmar as pessoas à nossa volta. Em equipa, planeámos as tarefas de todos e definimos uma forma de trabalho em que cada um pudesse desenvolver novas capacidades através da colaboração com os restantes nas suas áreas de maior interesse ou facilidade. De repente, quando todos já estávamos em polvorosa no polivalente da escola, chegou o Professor, não havendo mais tempo para indefinições. Já não éramos

apenas uma equipa unida, éramos toda a escola. O agora era o tudo que iria fazer parte da memória futura. Lembro a síntese final do Professor: “Foi sensacional! Mais de 300 jovens e professores, mais de três horas, a debaterem tudo sobre a marca Portugal, a crise, as saídas, a escola, o desemprego e as perspetivas de futuro, as médias e o seu papel. Tudo muito bem organizado, mas com uma dose de improviso e de inesperado que enriqueceu uma tarde inesquecível na Batalha. Parabéns ao DN e à escola nossa anfitriã!” Se esta memória está tão presente, terá sido graças à forma como toda a escola vibrou com aquele momento e se entregou de braços abertos ao nosso convidado. Ainda hoje acredito no entusiasmo como força motriz e na importância de movimentos conjuntos. E como compreendo as palavras de Valter Hugo Mãe: “A beleza da lagoa é sempre alguém. Porque a beleza da lagoa só acontece porque a posso partilhar”. Ana Carolina Rebelo Silva, consultora financeira, na KPMG


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Saúde Batalha

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Saúde

Reabriu a extensão de saúde do Reguengo do fetal m O município anunciou que irá realizar no curto prazo outras intervenções no valor de meio milhão de euros A extensão de saúde do Reguengo do Fetal reabriu no dia 15 de março, após obras de conservação e da renovação de equipamentos no valor de 20 mil euros, realizadas pelo município, em colaboração com a Unidade de Saúde Familiar Condestável. O município anunciou que, além desta intervenção, “irá realizar no curto pra-

zo intervenções no valor de meio milhão de euros na área da saúde - intervenção de 40 mil euros na conservação da extensão de saúde de São Mamede, a iniciar este mês e e na reabilitação e ampliação do Centro de Saúde da Batalha, até ao final do ano, em resultado de uma candidatura a fundos comunitários no valor de 455 mil euros. Entretanto, a Câmara da Batalha realizou no dia 18 de março uma reunião de preparação da transferência das novas competências municipais na área de saúde com o conselho clínico e de Saúde do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Pinhal Lito-

ral, e com o Coordenador da Unidade de Saúde Familiar Condestável. O Município da Batalha foi um dos primeiros do país e único no distrito de Leiria a receber as novas competências na área da saúde, passado para sua gestão imediata os imóveis e equipamentos (não médicos) afetos apenas à prestação de cuidados de saúde primários, a titularidade dos veículos e os recursos humanos, inseridos na carreira de assistente operacional. Os investimentos na área saúde “estão enquadrados nas novas competências municipais e resultam de um

p Extensão do Reguengo do Fetal já reabriu trabalho colaborativo com a USF Condestável, com o objetivo de qualificar a oferta dos cuidados de saúde pri-

mários no concelho”, refere presidente da câmara municipal. Na perspetiva de Paulo Ba-

tista Santos, “existe um enorme consenso local da necessidade de reforçar o investimento na saúde”.

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Batalha Opinião

abril 2021

Jornal da Batalha

s Baú da Memória José Travaços Santos

Descobrimentos, Museus e a Língua Portuguesa (II) A capa doutro livro, cuja leitura é essencial, ilustra este número. Trata-se de “Portugal Mensageiro do Mundo Renascentista” de Luís Filipe Barreto, editado pela Quetzal Editores, de Lisboa, em 1989. Não sei se teve outras edições, mas merecia ter sido amplamente divulgado porque nos proporciona uma série de informações esclarecedoras sobre a verdadeira natureza e a importância, com reflexos em

todo o Mundo, dos Descobrimentos levados avante, com determinação, pelos nossos Antepassados. Repare, caro leitor, são os meus e os seus antepassados, a nossa família no Universo. Transcreve esta pequena mas preciosa obra um excerto do “Essai sur les Moeurs” (Ensaio sobre os Costumes) de Voltaire (1694/1778), sobre a acção dos Portugueses nessa epopeia única na história moderna da Humani-

dade: “… os Portugueses saíram então da obscuridade, e mau grado toda a ignorância daqueles tempos, começaram a merecer então uma glória tão durável quanto a do universo, pela mudança do comércio do mundo, que foi o mais imediato fruto das suas descobertas. Foi esta nação navegante a primeira das nações modernas no oceano Atlântico. Apenas e só a ela se deve a passagem do Cabo da Boa Esperança…”.

Temos motivos de sobra, não obstante algumas nuvens negras sempre presentes em epopeias desta dimensão, a primeira verdadeiramente universal, para a celebrar e a exaltar sendo um indispensável meio para o fazer criar o seu museu ou museus evocativos, e não me digam que o Povo português a vai deixar cair no esquecimento, pelo menos um grande museu nacional. E a par do Museu dos

Descobrimentos, o da Língua Portuguesa que os nossos marinheiros espalharam pelo Mundo. É estranho, embora agora o justifique a pandemia que afecta todas as nações, o silêncio das entidades oficiais do nosso País ante assunto de tanta relevância, pesando, particularmente, a falta duma condenação pública dos desacatos que tem havido contra a mais gloriosa das nossas memórias colectivas.

s Noticias dos Combatentes NCB

Bons ventos Na passagem de mais um 9 de abril, comemorámos o 81º aniversário do Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes, data como sempre coincidente com o aniversário da Batalha de La Lys, 103º, e com a 85ª Romagem ao Túmulo do Soldado Desconhecido, este ano acrescida da celebração do centenário da Liga dos Combatentes. No primeiro dia oficial do combatente, contemplado no Estatuto do Antigo Combatente, inaugurámos, por mão do Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, Marcelo Rebelo de Sousa, o Memo-

rial ao Combatente Batalhense. Tal acontecimento só foi possível com o inexcedível contributo, a contra-relógio, do Município da Batalha, que não se poupou a esforços para que o evento se tornasse realidade em tão simbólica data para os combatentes e para a Batalha. O memorial, projetado pela arquiteta Patrícia Soares da Silva, da DGPC (Direção Geral do Património Cultural), enquadra-se num dos mais nobres locais da vila da Batalha, apontando para o mosteiro e estando “guardado” pelo Santo Condestável que, recordemos, é o patrono

dos combatentes. Hoje podemos homenagear os nossos; podemos falar no memorial; está à vista de todos. Congratulemo-nos, então, por, finalmente, termos concretizado tão ansiada obra, que tem granjeado os mais elevados elogios, sendo o mais relevante o efetuado diretamente pela presidência da república, em telefonema para o presidente do núcleo, expressando o agrado do Presidente da República. O estado pandémico não permitiu que tão relevante cerimónia para o núcleo e para os combatentes batalhenses fosse assistida de

perto se não pelas entidades estritamente necessárias, cumprindo os decretos governamentais, o estado de emergência e as diretrizes da Direção Geral da Saúde. Porém, a seu tempo realizaremos a nossa cerimónia, homenageando todos os que um dia serviram a pátria, alguns deles com o sacrifício da própria vida. Nesta mesma semana recebemos com agrado a notícia de que os antigos combatentes, as viúvas ou viúvos, bem como aqueles que se encontrassem a residir em união de facto reconhecida judicialmente, à data do fa-

lecimento do antigo combatente, já têm isenção do pagamento de taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde, bastando para tal a apresentação do cartão de utente ou do cartão de cidadão, em qualquer deslocação a uma unidade de saúde. Sabe-se que a emissão do cartão do antigo combatente apenas aguarda visto do tribunal de contas e relembramos que não é necessária qualquer ação por parte dos contemplados para o obterem, pois será enviado automaticamente pela Defesa Nacional para os domicílios. Também para breve con-

tamos com a autorização do município para dotar as nossas novas instalações com as condições necessárias para, assim que for possível, começarmos a receber os nossos associados de forma condigna no centro da Batalha. Uma vez mais o Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes congratula os batalhenses no geral e os combatentes em particular pelo exemplar modo e civismo com que têm acatado as medidas impostas pelo governo, as diretrizes da DGS, e de como encaram responsavelmente este estado pandémico.

mónio do Centro”. Estes programas contam com a parceria dos municípios de Alcobaça e Tomar, Mosteiros da Batalha e de Alcobaça, Convento de Cristo de Tomar e “O Nariz” - Teatro de grupo. Neste Museu de Todos, sublinham-se as dinâmicas relacionadas com a sensibilização para deficiência, tais como as visitas de olhos vendados, guiadas por pessoas cegas ou a formação de Língua Gestual Portuguesa. Destaca-se, neste domínio, a criação de um roteiro turístico acessível, em parceria

com o Mosteiro da Batalha, as Grutas da Moeda e o Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota e ainda o novo circuito sensorial na vila da Batalha. O museu está aberto de quarta-feira a sexta-feira, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00, e ao fim-de-semana das 10h00 às 13h00. Mais informações poderão ser obtidas através do website www. museubatalha.com.

s Espaço do Museu

Museu da Batalha celebra 10 anos O MCCB – Museu da Comunidade Concelhia da Batalha, tutelado pelo Município da Batalha celebrou, a 2 de abril, 10 anos da sua inauguração. Apesar das limitações a que a atual pandemia obriga, o Município da Batalha celebra a data de aniversário do MCCB, lançando a exposição “Desconfine o artista que há em si”, resultante do desafio lançado à comunidade e aos artistas para a criação de trabalhos inspirados no museu e no património concelhio.

A exposição oferece-se virtual e fisicamente, sendo lançada com a reabertura do museu, a 5 de abril, e ficando disponível para visita ao público. Refira-se que o município, no âmbito medidas excecionais e temporárias relativas à atual pandemia isentará, até ao final do mês de junho de 2021, o pagamento de bilhete de entrada no MCCB. Localizado no centro da vila da Batalha, próximo ao mosteiro, este museu conta a história do seu território desde as suas origens até à

atualidade, oferecendo-se a todos os públicos, incluindo aqueles com necessidades especiais. A sua preocupação em matéria de acessibilidade e o seu programa museológico valeram-lhe 13 distinções, entre prémios e menções honrosas, por parte de entidades como a Associação Portuguesa de Museologia, a Associação Acesso Cultura ou os internacionais Fórum Europeu dos Museus e Ibermuseus. Esta instituição museológica, que recebeu mais de 55 mil visitantes desde 2011, le-

vou ao público duas exposições de média duração, com uma participação ativa da comunidade na investigação e angariação de objetos. Foram elas: “O Ensino na Batalha” e “100 anos de carvão - Minas da Batalha: 1854-1954” (ainda patente). O MCCB recebeu mais de 20 mil estudantes de todo o país, tendo, envolvidos, muitos deles no contexto de projetos de parceria como “visitas encenadas no Mosteiro” ou o programa “Era uma vez… monges, cavaleiros e reis – à descoberta do Patri-

Município da Batalha MCCB (Museu da Comunidade Concelhia da Batalha)


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Atualidade Batalha

abril 2021

Autarca indignado com ministro do Ambiente m Em causa o tratamento da poluição suinícola que o governante diz dispensar a construção de uma ETES “A solução agora apresentada é uma não solução, agrava o problema e prolonga no tempo as graves consequências ambientais para a região de Leiria” afirma o presidente do Município da Batalha em oficio dirigido ao ministro do Ambiente, que reafirmou a desistência da construção da estação de tratamento de efluentes suinícolas (ETES) em Leiria. “Os sítios de sempre para a descarga de ef luentes suinícolas são os rios Lena, Lis e a ribeira dos Milagres, com elevada carga poluen-

te para a bacia hidrográfica do Lis, para além dos terrenos saturados de tanta valorização agrícola”, como a preferida pelo ministro do Ambiente, adianta Paulo Batista Santos. O ministro João Matos Fernandes afirmou no dia 14 de abril, na Comissão de Agricultura e Mar, que mudou de opinião sobre a construção de uma ETES em Leiria, reafirmando que a solução seria a “valorização agrícola”, ou seja espalhamentos dos efluentes. “Para a Câmara da Batalha e demais autarquias da região, a construção de uma ETES constitui um projeto-chave para a despoluição dos cursos de água da bacia hidrográfica do rio Lis, bem como representa um investimento indispensável para a sus-

Batalha Recicla vai recolher biorresíduos

p A valorização agrícola “agrava problema” tentabilidade da atividade suinícola na região, pelo que esta decisão do Governo constituí um forte revés para todo o processo”, afirma o autarca. “Pela gravidade do exposto, pela leviandade

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como muda de opinião e sobretudo pela manifesta incapacidade em lidar com este problema que afeta mais de 200 mil cidadãos”, deve o ministro do Ambiente “ponderar abster-se de intervir no assun-

to e delegar em quem no Governo tenha capacidade de decisão e sensibilidade ambiental para contribuir para uma solução deste grave problema ambiental da região de Leiria”, conclui Paulo Batista Santos.

O município anunciou que vai implementar um sistema de recolha de biorresíduos por proximidade nas nas freguesias, no valor de 283 mil euros e financiado em 75% pelo Programa Operacional da Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos. No âmbito deste projeto, designado como Batalha Recicla, serão realizados investimentos como a aquisição de uma viatura de recolha seletiva de biorresíduos e 1400 contentores. Estão também previstas ações de sensibilização para a separação e valorização de biorresíduos e respetivo material informativo de suporte, e o desenvolvimento de plataforma de gestão inteligente do processo de recolha. O investimento visa atingir uma capacidade adicional de reciclagem de 2.500 toneladas/ano.

António Caseiro

Mestre em Fiscalidade Pós-Graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

ALOJAMENTO LOCAL

Centro Comercial Batalha, 1º Piso, Esc 2, Edifício Jordão, Apartado 195, 2440-901 Batalha Telemóvel: 966 797 226 Telefone: 244 766 128 • Fax: 244 766 180 Site: www.imb.pt • e-mail: caseiro@imb.pt


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Património

Nos 521 anos da Vila e do Município da Batalha A Pomba (Sobre o poema “o Arco” do poeta hispano-árabe de Múrcia Al-Buqayra, do século XII, relembrando o interesse que há em estudar esta também nossa herança cultural) A pomba está pousada no ramo da árvore, mas mal pode imaginar que esse ramo, que hoje é seu amigo e lhe dá abrigo, se irá transformar no arco da flecha que a há-de matar. O Poeta Dr. Afonso Lopes Vieira (que foi proclamado em 1937 filho adoptivo da Batalha) chamava aos municípios as “pequenas pátrias”, aquelas pequenas pátrias onde é possível o pleno uso da cidadania e a intervenção de cada um nas decisões do Poder. Na realidade, os municípios foram sempre o precioso alicerce da liberdade popular e neles se desenvolveram instituições que bem reflectiam essa sua natureza, como a Casa-dos-Vinte-e-Quatro onde os representantes dos doze ofícios (dois representantes por cada ofício) decidiam efectivamente no que lhes dizia respeito e também em vários aspectos da governação da cidade e do reino. O juiz do Povo, presidente da instituição e eleito pelos seus pares entre os vinte e quatro, tinha, no caso da cidade de Lisboa, direito a participar nas audiências reais, o que bem revela a importância de que se revestia. Porém, nem todos os municípios albergavam esta original instituição, que, com certeza, era apanágio apenas dos principais. A Batalha, nascida do Mosteiro de Santa Maria da Vitória neste recanto do

Vale do Lena, pelo afluxo e fixação dos que vieram trabalhar na obra monumental e dos que iam povoando os cabeços circundantes e foram desenvolvendo a agricultura, logo em meados do século XV começou a pensar e a pedir a criação do seu município a separar do de Leiria. Como disse o Historiador Professor Doutor Saul António Gomes “já um pouco antes de 1459 os batalhenses se haviam sublevado contra Leiria e procedido por vontade unilateral, à demarcação dum termo de concelho autónomo”. Evidentemente que o então monarca D. Afonso V o não permitiu quer por achar a pretensão prematura, quer pela oposição de Leiria. Entretanto a povoação foi crescendo e desenvolvendo-se o seu aro pelo que passados cerca de 50 anos D. Manuel I, acumuladas as razões do progresso local e as da importância dum sítio onde se erguera o principal monumento português, obra máxima da dinastia a que pertencia, evocação do feito maior na consolidação da independência pátria e da época mais brilhante da história nacional, panteão da sua família, concede-lhe a autonomia desejada, demarcando em 17 de Março de 1500 o território do novo município e elevando a povoação a vila no dia seguinte. Com certeza que o novo município teria tido foral, constando até, mas sem grande fundamento, que o houve em 1504. Creio porém, sem o poder confirmar, que o seu foral seria cópia dos doutros municípios. A verdade é que além das duas cartas régias, uma a demarcar o território e outra a elevar a Batalha a vila, logo lhe foi entregue a caixa de pesos, um belíssimo exemplar que hoje está pa-

tente no Museu da Comunidade Concelhia, o original resguardado numa vitrina e uma réplica para os visitantes poderem tocar e analisar. Abro um parênteses: no original está gravado o ano de 1499, o que fez crer que o nosso município datava daquele ano. Contudo, aquele ano indica apenas a feitura de várias caixas daquele modelo, distribuídas a diversos concelhos. Digamos que a caixa de pesos é o símbolo do poder económico local, enquanto o pelourinho, com que a Batalha pouco tempo depois também foi dotada, é expressão do poder administrativo e da justiça locais. Erguido o pelourinho, como acontecia com todos, em frente da casa da Câmara, que, na Batalha, se situaria pela actual praça de Mouzinho de Albuquerque, até 1898 denominada de praça municipal ou do Município, não obstante as suas singularidade e beleza e o seu valor histórico, na década de 60 do século XIX foi pura e simplesmente arrasado, vileza que se repetiu noutros municípios e que continua a ser uma pecha, entre nós, a pedir urgente tratamento psiquiátrico. Do pelourinho restam hoje a belíssima réplica, apenas alterada no cimo por ser impossível descortinar o remate na gravura da litografia Palhares, feita no princípio do século XIX, e esta própria gravura. A réplica é obra do saudoso Mestre Alfredo Neto Ribeiro, devendo-se a iniciativa à Câmara Municipal então presidida por António Lucas. É curioso referir que um cruzeiro que está em frente do templo da nossa Misericórdia chegou a ser classificado, não sei porque artimanhas, como monumento

nacional, classificação no mínimo leviana, pois o cruzeiro que deve datar do século XVIII, não tinha estrutura para ser um pelourinho, nunca tendo sido outra coisa senão um cruzeiro. Ainda bem que o erro foi emendado. A destruição do verdadeiro pelourinho, obra que se supõe do Mestre Mateus Fernandes e talvez o primeiro do estilo manuelino, é-nos relatada pelo investigador Sá Vilela no número 127, de 4 de Junho de 1907, do semanário “Leiria Ilustrada”, quando diz que “há cerca de 40 anos, ele foi destruído por um acto vandálico…”. No século XIX, ao sabor dos interesses dos partidos liberais, o concelho da Batalha foi várias vezes extinto e restaurado. A última extinção é de 1895, conseguindo-se nesta última acabar, creio, com esta dança de extinções e restaurações. Na altura um grupo de batalhenses e de reguenguenses, encabeçado pelo Dr. José Taibner de Morais, criou um vigoroso movimento que se dirigiu ao Rei D. Carlos I apelando para o

seu apoio, que rapidamente lhe foi concedido. Em princípios de 1898, o concelho estava restaurado. A vereação, logo a seguir eleita, era presidida pelo Comendador Joaquim Sales. Segundo a investigação, na Torre do Tombo, feita pelo inesquecível João Madeira Martins, um estudioso que na sua reforma se dedicou a averiguar a história da nossa região, no século XVIII os Paços do nosso concelho estavam em ruínas pelo que os batalhenses fizeram uma petição à Rainha D. Maria I, pedindo-lhe que lhes acudisse. Não sei qual foi a resposta da soberana mas a verdade é que no século XIX já havia

uma nova Casa da Câmara, que naquele tempo agregava todos os serviços públicos. O edifício é aquele que hoje tem o nome de Mouzinho de Albuquerque. No dia 18 de Março, a nossa Câmara tomou a iniciativa de celebrar a data, que todos os anos deve ser festejada e aproveitada para lembrar a importância dos Municípios e a necessidade da sua autonomia plena, pequena pátrias onde a Pátria grande tem os seus alicerces mais seguros e onde as Democracias têm as suas raízes mais autênticas e mais fortes. José Travaços Santos Apontamentos sobre a História da Batalha (216)


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Atualidade Batalha

abril 2021

Concelho projeta pista de atletismo

Falta de segurança encerra pavilhão da Golpilheira O Pavilhão Municipal da Golpilheira está encerrado e sem utilização desde meados de janeiro, por falta de segurança, em resultado de problemas ao nível da infiltração de água da chuva pela cobertura. Está em causa a substituição integral da cobertura que se encontra bastante deteriorada, apodrecida e com múltiplos pontos de inf iltração.

A câmara municipal determinou a realização de uma auditoria técnica às condições do telhado do pavilhão e as obras poderão custa r 130 mil euros e demorar pelo menos quatro a seis meses. Com o aproximar do verão, o equipamento poderá ter alguma utilização, uma vez que não haverá o risco de agravar as infiltrações.

p Investimento estimado em 310 mil euros

m Iniciativa precisa de acordo prévio da Sociedade Recreativa da Jardoeira O Campo de Futebol da Jardoeira poderá acolher uma pista de atletismo em tartan, em resultado de

numa parceria, anunciada a 13 de abril, entre a câmara municipal e as associações envolvidas na modalidade. Segundo o protocolo aprovado pela autarquia, será o município desenvolver o projeto da pista de atletismo, o que que implica um investimento estimado de

310 mil euros e necessita de acordo prévio da Sociedade Recreativa da Jardoeira, proprietária do espaço. “As obras deverão ter início ainda durante Verão e a infraestrutura poderá ser utilizada em contexto escolar e desportivo”, explica a autarquia.

p Sem utilização desde meados de janeiro

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Campos de padel inaugurados após 155 mil euros investidos O secretário de Estado da Juventude e do Desporto inaugurou no dia 27 de março o complexo de padel da Batalha, uma obra que corresponde a um investimento a rondar os 155 mil euros e contempla dois recintos e um sistema de iluminação que permitirá os praticantes jogar à noite. A abertura à população aconteceu a dia 5 de abril, seguindo as orientações da Direção-Geral da Saúde, no quadro do combate à pandemia. As reservas podem ser efetuadas nas instalações das piscinas municipais e na plataforma digital do desporto disponível em breve em www.cm-batalha.pt. O uso do espaço custa um euro, mas o município suspendeu a cobrança do valor no âmbito das medidas relativas à pandemia.


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Batalha Opinião

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s Fiscalidade

CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala

Fundos europeus para as empresas – programa InvestEU Os eurodeputados aprovaram em sessão plenária de 8 a 11 de março de 2021, as regras relativas ao programa InvestEU, que reúne 14 instrumentos financeiros até agora existentes, destinados a apoiar investimentos fundamentais para o crescimento económico. O programa sucede ao Fundo Europeu para investimentos estratégicos, criado em 2015, com o Plano Junker, para mobilizar o investimento público e privado na Europa e vai mobilizar €1 bilião, no período de 2021 a 2027. Com €26,2 mil milhões, reservados no orçamento europeu como garantia, espera-se que a iniciativa mobilize €400 mil milhões para investir em todos os países membros entre 2021 e 2027. O novo programa faz parte do pacote de recuperação “Next Generation EU”, no valor de €750 mil milhões, e irá promover investimentos estratégicos de investimento insuficiente e o défice de investimentos em setores específicos. O programa InvestEU tem 4 domínios de intervenção: Infraestruturas sustentável, com €9,9 mil milhões; investigação, inovação e digitalização, com €6,6 mil milhões;

Jornal da Batalha

apoio a PME, com €6,9 mil milhões e investimento social e competências, com €2,8 mil milhões. O novo programa estabelecerá uma garantia da União Europeia (UE) de cerca de 26,2 mil milhões de euros que permitirá que os parceiros de investimentos assumam riscos mais elevados e apoiem projetos que, de outra forma, poderiam decidir abandonar. O principal parceiro de investimento continuará a ser o Banco Europeu de Investimento, mas os bancos de fomento nacionais nos países da UE e as instituições financeiras internacionais também terão acesso direto à garantia da UE. A UE necessita de investimentos públicos e privados que reforcem a sua competitividade, o aumento de produtividade e simultaneamente contribuam para a coesão territorial, económica e social. É necessário manter e criar empregos de qualidade. Com o aparecimento da covid-19 a UE percebeu que precisa de independência, de soberania e não pode ficar dependente de outros países, nos investimentos estratégicos no fabrico de produtos farmacêuticos, mate-

rial e dispositivos médicos essenciais em plena pandemia covid-19, bem como a produção de componentes e dispositivos de informação, comunicação e tecnologia na EU. Cada país da UE tem que ter autonomia em termos energéticos e de digitalização. Os eurodeputados asseguraram no programa InvestEU, a possibilidade de capitalização das PME o que é de uma extrema importância e urgência, face às consequências da pandemia covid-19, nomeadamente no setor do turismo e da restauração. Ao apoiar projetos que irão atrair muitos mais investidores, o programa InvestEU deverá mobilizar mais de €372 mil milhões em investimento em toda a UE, contribuindo para a recuperação e para as prioridades da UE a longo prazo. Os países da UE também poderão alocar recursos ao InvestEU dos fundos estruturais que recebem ou dos fundos que obtêm da parte do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, que visa apoiar a recuperação da pandemia. O InvestEU é um instrumento flexível que permite

António Caseiro Membro da Assembleia Representativa da OCC Mestre em Fiscalidade Pós-graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

aos Estados-Membros planear a utilização dos seus fundos e não serem apenas meros utilizadores finais desses fundos. Pelo menos 30% dos investimentos ao abrigo do InvestEU devem ser canalizados para o cumprimento dos objetivos climáticos da UE. Todas as quatro áreas políticas incluirão projetos para apoiar a transição justa em direção à neutralidade climática na UE. Os projetos de investimento que recebem apoio da UE serão analisados para determinar se não causam danos significativos ao ambiente.

Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas cento e quarenta e cinco a folhas cento e quarenta e seis verso, do Livro Duzentos e Sessenta e Dois - B, deste Cartório. Paulo Jorge Frazão Baptista dos Santos, casado, natural da freguesia e concelho da Batalha, onde reside na Rua Moinho de Vento, nº6, com o cartão do cidadão número 08532966 5 ZX3 válido até 05/08/2029, emitido pela RP, que outorga na qualidade de Presidente da Câmara, em representação do: MUNICÍPIO DA BATALHA, pessoa coletiva número 501 290 206, com sede na Rua Infante D. Fernando, Batalha, declara com exclusão de outrem, que o Município da Batalha, que representa, é dono e legitimo possuidor dos seguintes prédios: UM - prédio urbano, composto de edifício de rés-do-chão destinado a serviços (escola primária), com a superfície coberta de duzentos e sete metros quadrados e logradouro com a área de setecentos e sessenta e três metros quadrados, sita na Rua da Fornaria, nº 2, Alcanadas, freguesia e concelho da Batalha, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 9557, que provém do artigo 1062, da freguesia de Reguengo do Fetal, com o valor patrimonial de €37.720,00; DOIS - prédio urbano, composto de edifício de rés-do-chão amplo, destinados a serviços (escola primaria), com a superfície coberta de cento e sessenta e três metros quadrados e logradouro com a área de quinhentos e dezanove metros quadrados, sito na Rua da Escola Primária, nº 5, no lugar de Casal do Quinta, freguesia e concelho da Batalha, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 2602, com o valor patrimonial de €22.440,00. Que o Município da Batalha adquiriu o prédio da verba um no ano de mil novecentos e sessenta e três e o prédio da verba dois no ano de mil novecentos e sessenta e cinco, ambos por transmissão verbal da Direção Geral das Construções Escolares, com sede na Praça de Alvalade, em Lisboa, não dispondo, assim, de qualquer título formal para os registar na Conservatória, mas desde as referidas datas, entrou na posse e fruição dos mesmos. Que em consequência das referidas transmissões verbais, o Município da Batalha possui os identificados prédios em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu início, posse que sempre exerceu, sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos actos habituais de um proprietário pleno, ocupando os prédios, neles fazendo benfeitorias e deles retirando todas as utilidades de que são suscetíveis, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa-fé durante aquele período de tempo, adquiriu os referidos prédios por usucapião. Batalha, doze de abril de dois mil e vinte e um. A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos - 46/6 Jornal da Batalha, edição nº 369 de 19 de abril de 2021

CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas cinquenta e três a folhas cinquenta e cinco verso, do Livro Duzentos e Sessenta e Dois - B, deste Cartório. Emílio Marques Carreira, NIF 192 424 440 e mulher Maria Olinda dos Prazeres Carreira, NIF 192 386 719, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia de São Mamede, concelho da Batalha, ela da freguesia de Fátima, concelho de Ourém, residentes na Rua da Lagoa, nº 7, Moita do Martinho, São Mamede, declaram que com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes bens imóveis todos sitos na freguesia de São Mamede, concelho da Batalha: Um – prédio rústico, composto de mato e oliveiras, com a área de setecentos e oitenta metros quadrados, sito em Chousa, a confrontar de norte e de nascente com Manuel Mendes Marques, de sul com caminho e de poente com Adelino Gomes Vieira, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 4393, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de €79,58; Dois – prédio rústico, composto de terra de cultura e oliveiras, com a área de quinhentos e oitenta metros quadrados, sito em Moeda, a confrontar de norte com caminho, de sul com António Carvalho Duque, de nascente com Herminio Vieira Vicente e de poente com Manuel da Conceição Cristóvão, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 3773, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de €145,45; Três – prédio rústico, composto de terra de cultura, com a área de seiscentos e dez metros quadrados, sito em Moeda, a confrontar de norte com caminho, de sul com António Carvalho Duque, de nascente com Manuel Mendes Marques e de poente com António Vieira Vicente, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 3774, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de €145,45; Quatro – prédio rústico, composto de terra de cultura e oliveiras, com a área de mil oitocentos e quarenta metros quadrados, sito em Moeda, a confrontar de norte com Herminio Vieira Vicente e outro, de sul com António da Silva Rosa, de nascente com Manuel Mendes Marques e de poente com Manuel da Silva Rosa, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 3775, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de €432,37; Cinco – metade indivisa do prédio rústico, composto de pinhal com mato, sito em Moeda, descrito na Conservatória do Registo Predial de Batalha sob o número sete mil e cinquenta e cinco/São Mamede, sem inscrição de aquisição em vigor quanto ao referido direito, inscrito na matriz sob o artigo 3778, com o valor patrimonial correspondente para efeitos de IMT de €63,88; Seis – prédio rústico, composto de pinhal com mato, com a área de novecentos metros quadrados, sito em Moeda, a confrontar de norte com Albino Carreira, de sul com João Gomes, de nascente com Francisco dos Prazeres e de poente com José Luís da Silva, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 3782, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de €88,42; Sete – prédio rústico, composto de terreno com oliveiras, com a área de cento e sessenta metros quadrados, sito em Moeda, a confrontar de norte e de nascente com José Luís da Silva, de sul e de poente com Adelino da Conceição Custódio, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 3783, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de €79,58; Oito – quatro sextos indivisos do prédio rústico, composto de terra de cultura, pinhal e mato, sito em Moeda,

descrito na Conservatória do Registo Predial de Batalha sob o número mil quatrocentos e quarenta e um/São Mamede, sem inscrição de aquisição em vigor quanto ao referido direito, inscrito na matriz sob o artigo 3787, com o valor patrimonial correspondente para efeitos de IMT de €833,36; Nove – prédio rústico, composto de pinhal com mato, com a área de mil e oitocentos metros quadrados, sito em Moeda, a confrontar de norte, de sul e de poente com José Luís da Silva e de nascente com Herminio Gomes, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 3786, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de €299,74; Dez – três quintos indivisos do prédio rústico, composto de terra de cultura, sito em Covinha, descrito na Conservatória do Registo Predial de Batalha sob o número oito mil quatrocentos e oito/São Mamede, sem inscrição de aquisição em vigor quanto ao referido direito, inscrito na matriz sob o artigo 6345, com o valor patrimonial correspondente para efeitos de IMT de €23,34; Onze – dois terços indivisos do prédio rústico, composto de terra de cultura e setenta e seis oliveiras, sito em Lagoa Montanhosa, descrito na Conservatória do Registo Predial de Batalha sob o número oito mil quatrocentos e noventa e dois/São Mamede, sem inscrição de aquisição em vigor quanto ao referido direito, inscrito na matriz sob o artigo 3827, com o valor patrimonial correspondente para efeitos de IMT de €679,06; Doze – prédio rústico, composto de terreno com oliveiras, com a área de quinhentos e vinte metros quadrados, sito em Moeda, a confrontar de norte com Manuel Vicente, de sul com José Luis da Silva, de nascente com Manuel Francisco e de poente com Manuel Ribeiro Fetal, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 3780, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de €198,50; Treze – prédio rústico, composto de terreno com oliveiras, com a área de duzentos e oitenta metros quadrados, sito em Moeda, a confrontar de norte com Manuel Vicente Júnior, de sul com António Mendes Marques, de nascente com Albino Carreira e de poente com Clemente dos Santos, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 3764, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de €198,50. Que, os justificantes adquiriram os identificados prédios e direitos prediais no ano de mil novecentos e oitenta, por doação verbal de Emílio Rodrigues Carreira e mulher Maria da Conceição Marques, pais do marido, já falecidos, residentes que foram em Moita do Martinho, São Mamede, Batalha, contudo, sendo esta transmissão meramente verbal não dispõem, os justificantes de qualquer título formal para os registar na Conservatória, mas desde logo entraram na posse e fruição dos mesmos. Que em consequência daquela doação verbal, possuem os identificados prédios e direitos prediais, há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé, durante aquele período de tempo, adquiriram os identificados prédios e direitos prediais por usucapião. Batalha, trinta e um de março de dois mil e vinte e um. A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos - 46/6 Jornal da Batalha, edição nº 369 de 19 de abril de 2021


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Necrologia Batalha

abril 2021

CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas trinta e nove a folhas quarenta e uma, do Livro Duzentos e Sessenta e Três - B, deste Cartório. José Pragosa da Silva Pedroso, NIF 125 088 817 e mulher Maria de Fátima Silva Gabriel, NIF 116 272 457, casados sob o regime da comunhão adquiridos, ambos naturais da freguesia e concelho da Batalha, lá residentes na Rua de Santo António nº6, Casal do Quinta, declaram que com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores, de metade indivisa do prédio rústico, composto vinha e semeadura com 1 oliveira, com a área de mil cento e cinquenta e seis metros quadrados, sito em Freiria, freguesia e concelho da Batalha, a confrontar de norte com Armando Grosso Borges, caminho publico e Pinheiro & Pedroso, Lda, de nascente com estrada municipal, de sul com Lucinda Silva Santos e de poente com caminho publico e Lucinda Silva Santos, descrito na Conservatória do Registo Predial de Batalha sob o número nove mil quatrocentos e nove/Batalha, sem inscrição de aquisição em vigor quanto ao referido direito, inscrito na matriz sob o artigo 1729, com o valor patrimonial correspondente para efeitos de IMT de €646,13. Que, adquiriram o referido direito no prédio, no ano de mil novecentos e noventa e seis, por compra verbal que fizeram a António do Rosário Borges, casado, residente que foi no lugar de Rebolaria, Batalha, já falecido, não dispondo, assim, os justificantes de qualquer título formal para os registar na Conservatória, mas desde logo entraram na posse e fruição do mesmo. Que em consequência daquela compra verbal, possuem o identificado direito no prédio em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé durante aquele período de tempo, adquiriram o identificado direito predial por usucapião. Batalha, quinze de abril de dois mil e vinte e um. A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos - 46/6 Jornal da Batalha, edição nº 369 de 19 de abril de 2021

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CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas cento e quarenta e três a folhas cento e quarenta e quatro, do Livro Duzentos e Sessenta e Dois - B, deste Cartório. Paulo Jorge Frazão Baptista dos Santos, casado, natural da freguesia e concelho da Batalha, onde reside na Rua Moinho de Vento, nº6, com o cartão do cidadão número 08532966 5 ZX3 válido até 05/08/2029, emitido pela RP, que outorga na qualidade de Presidente da Câmara, em representação do: MUNICÍPIO DA BATALHA, pessoa coletiva número 501 290 206, com sede na Rua Infante D. Fernando, Batalha, declara que com exclusão de outrem, com exclusão de outrem, que o Município da Batalha, que representa, é dono e legitimo possuidor do prédio urbano, composto de edifício de rés-do-chão destinado a serviços (escola primária), com a superfície coberta de cento e dezoito metros quadrados e logradouro com a área de oitocentos e dez metros quadrados, sito na Rua da Escola, nº 9, no lugar de Garruchas, freguesia de Reguengo do Fetal, concelho da Batalha, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 1057, com o valor patrimonial de €25.960,00. Que o Município da Batalha adquiriu o identificado prédio no ano de mil novecentos e sessenta e cinco, por transmissão verbal da Direção Geral das Construções Escolares, com sede na Praça de Alvalade, em Lisboa, não dispondo, assim, de qualquer título formal para o registar na Conservatória, mas desde a referida data, entrou na posse e fruição do mesmo. Que em consequência da referida transmissão verbal, o Município da Batalha possui o identificado prédio em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu início, posse que sempre exerceu, sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos actos habituais de um proprietário pleno, ocupando o prédio, nele fazendo benfeitorias e dele retirando todas as utilidades de que é suscetível, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa-fé durante aquele período de tempo, adquiriu o referido prédio por usucapião. Batalha, doze de abril de dois mil e vinte e um. A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos - 46/6 Jornal da Batalha, edição nº 369 de 19 de abril de 2021

Hortense Fontinha Faim Silva (74 anos) N. 11-10-1946 - F. 03-04-2021 Casal do Quinta, Batalha

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AGRADECIMENTO Seus filhos, netos e restantes familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas amigas que ao longo do tempo demonstraram carinho e preocupação e que agora, na hora do adeus a acompanharam até à sua última morada.

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“Aqueles que partem antes de nós, não vão sós.. não nos deixam sós.. deixam um pouco de si e levam um pouco de nós…”

918 953 440

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Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós (Loja Dom Fuas)

João dos Santos Moreira da Silva

HERCULANO REIS SOLICITADOR Rua Infante D. Fernando, Lote 3, 1ºA

2440 BATALHA - Tel. 244 767 971

(72 anos) N. 20-02-1949 - F. 23-03-2021 Cancelas, Batalha

AGRADECIMENTO Sua esposa, filhos, netos e restante família agradecem o carinho e a presença na cerimónia do seu ente querido, apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco. A Família deixa um especial agradecimento ao IPO de Coimbra, especialmente á Dra. Sheila Martins, Dra. Judy Paulo, Dra. Marisa Rosete e Enfermeira Ana Rocha. Bem como ao Hospital Stº André Leiria principalmente á Unidade de Hospitalização Domiciliária e também á Funerária Espirito Santo pelo acompanhamento e dedicação. A todos, o nosso muito obrigado… Tratou: Funerária Espirito Santo - Telf.: 916511369

António da Silva Moreira

(91 anos) N. 13-06-1929 - F. 06-04-2021 Rebolaria, Batalha | Residente em Casal do Rei AGRADECIMENTO Suas filhas, genros, netos, bisnetos e restante família agradecem o carinho e a presença na cerimónia do seu ente querido, apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco. A todos, o nosso muito obrigado… Tratou: Funerária Espirito Santo - Telf.: 916511369


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