Jornal 3ª edição (1)

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2014

3ª Edição

Notícias, Entrevistas, Reportagens Música Jogos, Filmes, Conto Inacabado Primeiros Socorros Textos Desenhos Fotografias


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Editorial Um Um dia dia os osnossos nossossentidos sentidosconfrontaram-se confrontaram-se com uma palavra que andava poralialia pairar a com uma palavra que andava por pairar em infantil teimosia. Insistia em em infantil teimosia. Insistia em pavonepavonear-se aos nossos olhos, em sussur-ao ar-se aos nossos olhos, em sussurrar-nos rar-nos em de tocar-nos levedeiouvido, ao emouvido, tocar-nos leve no de rosto, no rosto, aromaNoutro de outono. xando umdeixando aroma deum outono. dia, já Noutro dia, já que nos tinha deixado tantas que nos tinha deixado tantas marcas, estava marcas, estava mais forte na sua presença mais forte na sua presença e acabou por nos einvadir acaboua por nos invadir a mente. A palamente. A palavra? Princípio(s)… vra? Princípio(s)… Quando pensávamos que nada mais nos Quando pensávamos que nadade mais nos poderia fazer, apareceu-nos surpresa, poderia fazer, de surpresa,torcom toda a suaapareceu-nos força e transfigurou-se, com toda a sua eforça e transfigurou-se, nou-se matéria persuadiu-nos a viajar com tornou-se matéria e persuadiu-nos a viajar ela. Dessa viagem surgem estas páginas, tocom ela. Dessa viagem surgem estas págitalmente dedicadas aos Princípio(s). nas, totalmenteda dedicadas Princípio(s). Os princípios vida, dosaos momentos, das Os princípios da vida, dos momentos, das etapas, das aventuras, o começar, o percorrer etapas, dase aventuras, o começar,Os o percaminhos escolher bifurcações. nossos correr caminhos e escolher bifurcações. Os começos, os princípios de algo, os princípinossos começos, os princípios de algo, os de tudo nas nossas existências, queosfoprincípios de tudo nas nossas ram passado, são presente e noexistências, futuro serão que foram passado, são presente e no fumemórias resguardadas. turo serão memórias resguardadas. Os princípios que temos, o princípio do amor, Os princípios que temos, o princípio do da honestidade, da esperança, do comproamor, esperança, do misso da e honestidade, tantos outros da que são individualcompromisso outros que inmente nossos ee tantos universalmente de são todos. dividualmente e universalmente de No “15 Paus”nossos há também princípios que todos. partem dos princípios dos outros. O princíNo Paus” elementos, há tambémoprincípios quenopio“15 de novos princípio de partem dos princípios dosdeoutros. princívos autores, o princípio novas Osecções. pio de novos elementos, o princípio noQuanto a outros princípios, no “15dePaus” vos autores,aoser: princípio de novas secções.incontinuam criar, sonhar, partilhar, Quanto outros princípios, no “15 Paus” ventar easorrir. continuam a ser:ocriar, sonhar, E neste instante que nos resta partilhar, é principiar inventar e sorrir. a ler! E neste instante o que nos resta éAprincipiRedação ar a ler!

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Índice

1. Coisas Sérias & Afins 2. SWAG 3. Mozart Gone Wild 4. S.O.S - Save a Life 5. Um Conto inacabado 6. Suplemento 6.1 Arte & Manha —Tema: Princípio(s) 6.2 Visão dos Sábios 6.3 Estranho numa terra estranha 6.4 Versus

Fotografia: Susana Fonseca


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Digintegra-te! O primeiro dia é sempre um agradável reboliço. É dia de chegada, dia de surpresa e de curiosidade. É o dia em que todos os alunos se encontram e recebem os novos colegas. É dia de atividades e de passeios pela escola para conhecer os espaços que são agora novos e labirínticos, mas que no fim da semana serão já espaços conhecidos e quotidianos.

Joana – Vocacional B, encontrou a escola na net, por enquanto está a adorar e quer acabar o 9º ano e escolher um curso. Mafalda - Técnico de Fotografia, descobriu a escola por amigos, considera-a “fixe” e quer aplicar-se mais para poder ter boas notas. Professora Tânia Cortez - Diretora do Curso de Técnico de Fotografia, é o primeiro ano que está na escola, está a gostar da relação dos alunos e dos professores. Espera poder cumprir profissionalmente aquilo que lhe é pedido, tal como conseguir estabelecer entre todos os alunos, colegas e funcionários da escola a melhor relação possível.

E aqui vão algumas questões aos elementos novos desta comunidade… Perguntámos o nome, o curso, se já conheciam a escola e o que achavam dela, para além das expetativas, claro!

Obrigado a todos e boa sorte para este ano!

Tiago - Técnico de Fotografia, encontrou a escola numa pesquisa na net, acha-a fixe e quer ter boas notas. Mariana – Vocacional A, encontrou através da net, acha a escola “bacana” e quer ter melhores notas. Bernardo – Técnico de Eletrónica, já conhecia a escola, acha-a “fixe” e quer recuperar as notas do ano passado.

Entrevistas: Jaime Pinto e Rita Silva – TF3 Fotografias: Ângela Reis e Beatriz Rodrigues – TF3


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No banco com… Sr. José Não, claro que não. Podem tirar, mas têm que ser faseadas. Porque insiste em ser Benfiquista? Aprendi desde pequeno. Quando era pequeno, o que queria ser quando fosse grande? Que me lembre, não tinha nada em mente. O que faz nos tempos livres? Dedico-me à Pesca. Uma frase de vida… (pensativo). “O mundo é lindo”.

Como veio parar à Escola Digital? Foi através de uma oferta de emprego, na Internet. Para Um sonho… exercer o cargo de porteiro e mais tarde para substituir Um sonho…quem sabe ganhar o euro milhões. um colega na Mediateca. Um estilo de música… Qual foi o seu primeiro emprego? Sou apreciador de Fado. Fui militar do exército. Um Ídolo... Qual é o truque para todos os alunos gostarem de Não tenho… olha pode ser a Inesinha! (risos). si? Não sei se gostam todos. (risos) É ser simpático.

Se o obrigassem a ir de férias com o Gino e a Inesinha, como reagiria? Reagia bem… qual é o problema? (risos) Quais os seus princípios de vida? Ser Feliz! É verdade que já estragou uma calculadora e não disse nada a ninguém? Entrevista e fotografias por: É mentira, é mentira! (surpreendido/risos) Ângela Reis, Andreia Carrilho, Rita Silva, Sara Pereira – TF3 Podemos tirar 120 fotocópias de uma vez? 6


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No banco com… Maria Santana

Quem é a Diretora Maria Santana e quem é a Maria? (risos) Bom, em primeiro lugar eu não sou diretora, sou coordenadora pedagógica da escola, tenho a responsabilidade da gestão pedagógica da Escola Digital. A Maria é também a coordenadora pedagógica da escola, é uma mulher com 41 anos, com duas filhas e com uma história de vida já bastante intensa.

de Habitação, para um estudo. Portanto, o que eu fazia era aplicar questionários para um estudo sociológico no Concelho de Loures, para perceber as condições de vida e de habitação dos moradores dos bairros degradados do Concelho e fiz isto durante 4 anos sucessivos. Foi um trabalho muito importante que me deu uma visão, deu-me uma perspetiva que só vivendo e só observando no concreto é que se percebe o que é.

De qual gosta mais? Qual das Marias gosto mais? Sou a mesma Maria. São a mesma Maria.

Se não estivesse na educação onde estaria? (risos) Se não estivesse na educação, estaria na investigação, provavelmente na área da Filosofia, da Política, que são as áreas que mais gosto e que mais me satisfazem.

Qual foi o primeiro emprego que teve? Ah, o primeiro emprego que tive... Eu desde muito nova que trabalhei e trabalhei com gosto. Eu gosto muito de trabalhar, é algo que me satisfaz, que dá sentido à minha existência e sempre deu. O primeiro emprego diria... trabalhei voluntariamente no Verão numa organização de que faço parte. O primeiro emprego remunerado e com horário, etc. foi na Câmara Municipal de Loures, num programa que se chamava “Ocupação de Tempos Livres”, no Departamento

Gosta de mandar? De mandar? (risos) Eu sou um bocadinho mandona é verdade, eu gosto de organizar e acho que estas questões do dirigir, do ser capaz de dirigir tem um pouco a ver com a personalidade das pessoas, com o carácter. Não gosto muito de ser mandona, sei que sou mandona, gostava de conseguir moderar às vezes um bocadinho a forma como exerço essa minha faceta.


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Agora se gosto de organizar e dirigir, gosto, sim.

um bocadinho na sequência da questão da razão e do coração, acho que o essencial é de facto invisível O que acha que os alunos pensam de si? aos olhos e a nossa procura é essa, a da felicidade, é (risos) Acho que, enfim, podemos encontrar os mais procurar aquilo que de facto nos dá alegria, nos dá fediversos pareceres relativamente a mim, tenho a licidade e que normalmente não está aí assim à vista. certeza de que há quem me odeie. Embora talvez não me conheçam provavelmente, enfim, não sei, acho que os alunos me respeitam na generalidade, mas não sei bem o que pensam de mim. Porque veste quase sempre preto? Eu não visto quase sempre preto, eu tenho fases em que visto preto. Eu gosto de vestir de preto. Há uma música do Jacques Brel… (Jacques Brel, não conhece Jacques Brel ? Tem que ir conhecer. Mas eu depois já lhe escrevo) que é uma música muito bonita que se chama “Ne me quitte pas”, que é assim aquela que… se puser “Ne me quitte pas” vai encontrar no Google. Mas tem uma música também que se intitula “Je vois la vie habillé em noir”, eu vejo a vida, vivo a vida, vestida de preto. Enfim, é uma cor que me conforta, que me protege e é por isso que visto muitas vezes de preto. Razão ou Coração? Ambos. Razão ou coração como pergunta é uma questão que tem acompanhado a evolução dos tempos, desde sempre o Homem se interrogou e refletiu sobre isso, é uma questão filosófica por excelência e, enfim, sou razão e coração, sou eu e somos todos. Há alturas em que o coração pesa mais, outras em que a razão pesa mais, há alturas em que há o conflito entre coração e razão, mas temos que saber gerir, nem negar uma nem outra, temos é de encontrar um equilíbrio entre ambas.

Um momento marcante na sua vida… O nascimento das minhas filhas. Um nome de quem a faz sorrir… (risos) A Beatriz, a minha filha Beatriz é pródiga em fazer-me sorrir.

Um livro… Um livro, há tantos livros, os livros marcam momentos da vida não é? E são essenciais na medida em que Uma frase que a defina... Vou recorrer a uma frase que é muito conhecida e nos transportam e em determinadas alturas nos dão que várias pessoas utilizam do Saint-Exupéry que diz respostas e nos fazem crescer, é um bocadinho isto que “O essencial é invisível aos olhos.” E portanto, não é? Eu diria que neste momento tenho pensado


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muito num livro que li em miúda, teria 16 anos, por aí, mas que já várias vezes reli, pelo menos em parte, que é a “Insustentável Leveza do Ser” do Milan Kundera. É um livro que tem, para além de ser um romance muito bem escrito e escrito de uma forma particular, momentos de reflexão filosófica entre capítulos, em que tratam várias temáticas, uma delas a vertigem por exemplo. Em que ele faz pequenos ensaios filosóficos. É um livro muito interessante.

que tenham sempre com elas, é que há valores que são essenciais e pilares na nossa vida, com esses depois tudo o resto pode vir, o amor, a verdade e a procura da felicidade. Enquanto mãe o que aconselho aos meus alunos é que amem o mundo, amem os outros, que sejam verdadeiros consigo próprios e com os outros e que procurem sempre a felicidade. Seja isso o que for para cada um.

Quais os seus maiores princípios? Um filme… Os princípios, os meus pilares, são a verdade, o traUm filme? O Reds, o título é Reds. Com a Diane Ke- balho, o trabalho é algo a que eu dou muito valor, a aton e o Warren Beatty, não me lembro do nome do felicidade é um valor, é mais algo que se persegue. A realizador, mas podem perguntar à Professora Susa- paz, a paz é muito importante, sem paz… na, que ela deve saber. (risos) É um filme que se refere ao romance que é “Os dez dias que abalaram o Qual foi o melhor princípio/começo de um momenmundo”, é a história de um jornalista americano que to na sua vida? acompanha nos Estados Unidos da América as lutas (gargalhadas) Quem é que fez estas perguntas? Qual dos trabalhadores e que depois vai, portanto isto é foi o melhor princípio/começo de um momento na no período em que se dá a Revolução russa, e ele vai minha vida? Essa pergunta é muito difícil. Não sei para lá fazer a cobertura e participar desse momento bem, houve vários, eu diria que na vida vamos tenhistórico. E depois escreve “Os dez dias que abalaram do sempre vários momentos que marcam o começo o mundo” que é um relato do que ele vive e é simul- de alguma coisa nova. Há bocadinho respondi que o taneamente um filme que tem uma história de amor momento mais marcante da minha vida foi o nascibelíssima. Vale muito a pena ver. mento das minhas filhas, e podia responder o mesmo, porque foi de facto o começo de uma nova vida e de Uma música… uma nova etapa para mim, enquanto mãe, de uma vez Uma música? (sorrisos) O “Cotidiano” cantado por e outra vez. Chico Buarque e Caetano Veloso, chama-se “Cotidiano”. Entrevista por: Cristiano Caliça e João Milão – TDD3D Uma frase… Fotografias por: Catarina Chasqueira e Telma Dias“Que ninguém tenha vergonha de ser feliz” de Álvaro TDD3D Cunhal. Enquanto mãe que conselho de vida daria aos alunos? Enquanto mãe? Ah, enquanto mãe… Olhem, o conselho que eu dou às minhas filhas, sempre, o conselho ou aquilo que procuro que elas retenham sempre e


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V for Vendetta “Remember remember, the fifth of November, the gunpowder, treason and plot. I know of no reason why the gunpowder treason should ever be forgot.”* E assim começa V for Vendetta, um filme de James McTeigue, baseado na obra histórica de banda desenhada criada por Alan Moore (criador dos Watchmen) com o mesmo nome. Escolhi este filme não por ser mais antigo ou extremamente importante para a história do cinema, mas simplesmente por ser um grande filme que vai mais além da norma estabelecida e também para iluminar as mentes de algumas pessoas sobre o significado da Guy Fawkes mask, ou a famosa máscara dos Anonymous. V for Vendetta segue o terrorista V na sua luta para mudar uma Inglaterra futurista, governada por ditadores opressivos e polícias corruptos. V é o foco deste filme e por boas razões, ele é extremamente interessante como personagem, visualmente incomparável e, aparentemente, está sempre um passo à frente de todos. Daria um excelente vilão para uma história, mas acaba por ser um bom anti-herói para esta. Ao descobrirmos este eloquente falante, simpatizamos com a sua causa e respeitamos os seus ideais. V, tendo passado anos fechado numa cave com centenas de livros (o homem é uma biblioteca andante), usa um inglês carregado e trabalhado e tem um conhecimento da língua inglesa que ajuda a desfrutar os diálogos do filme. O filme passa por retratar este mundo opressivo e vários personagens dentro dele, cada cena é mais intensa e mais interessante do que a última e mesmo sendo um filme bastante longo, os elementos de mistério, de ação e de personagens mantêm qualquer pessoa colada ao ecrã. V é um excelente lutador e estratega, o que torna as lutas completamente espetaculares. Para os seus inimigos ele parece uma sombra indestrutível e uma figura revolucionária que merece respeito.

Se precisas de uma razão mais visual para ver este filme, é só procurar o clip em que V toma controlo de todas as televisões e quebra a paz e a censura ditatorial, simplesmente para ter uma conversa amigável sobre os problemas do país. Acho que, enquanto portugueses, podemos identificar-nos com muitas coisas expressas neste filme. Não dei um resumo da história porque não acho que isso faça justiça ao filme, creio sim, se ficaste interessado/a, que o devias procurar sozinho e descobrir tudo sobre o mistério do mundo de V for Vendetta, um filme inteligente, diferente dos habituais filmes de ação. Por isso acho que pode ser exatamente o que estavas à procura. *O significado da citação que iniciou esta retrospetiva é o seguinte: Guy Fawkes era um revolucionário que tentou explodir o Parlamento britânico a 5 de novembro de 1605. O herói do filme inspira-se neste homem e partilha uma data importante com ele, o 5 de novembro. Por: Miguel Félix - TA2D/3D: 2011/2014


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Boyhood Filmado num espaço de 14 anos e acompanhando o crescimento real do elenco, Richard Linklater (“Antes da meia-noite”) traz-nos ao grande ecrã uma obra-prima que eleva a fasquia de verdadeiro empenho e desenvolvimento cinematográfico. Com uma banda sonora que acompanha a época em que cada momento familiar se insere, em três horas vivemos momentos que nos fazem reviver memórias tanto felizes como de fundo mais sério. Num tom nostálgico Linklater relata o crescimento, tanto físico como psicológico, de um rapaz comum e da sua família, transportando o espetador para todo o universo familiar no filme como se de mais um membro se tratasse. Com um elenco extraordinário (Ethan Hawke, Patricia Arquette e Lorelei Linklater, a própria filha do realizador), o filme deixa-nos um gosto melancólico de algo que foi retratado de modo mais realista e sincero que em muitas obras de culto, ou em mediáticos filmes da actualidade. Por: Inês Contreiras - TM2

Nintendo apresenta nova consola portátil

Seguindo a tradição, a Nintendo não falhou em trazer um novo modelo da sua consola portátil 3D. A “New Nintendo 3DS” é o quarto modelo da família da 3DS, seguindo a original, a Nintendo 3DS XL e a Nintendo 2DS. Este novo modelo traz grandes melhorias à consola, tais como uma melhor performance através de um CPU melhorado, um novo mini-stick analógico (C-Stick), dois botões traseiros adicionais (ZR e ZL), melhoramentos ao nível do 3D, suporte para microSD e um sistema de NFC (Near Field Communication), feito de raiz para a consola de forma a suportar as novas figuras “Amiibo”. A consola também inclui um melhoramento no seu web browser, que faz com que o playback de vídeos seja possível, entre outras coisas. Para além das mudanças a nível de hardware, a New Nintendo 3DS também inclui modificações ao nível do design, a cor dos botões foi mudada e faz lembrar as cores originais dos botões da SNES, o ecrã é 1.2 vezes maior, comparado com o ecrã da 3DS original, o slot da disquete, o botão da energia e o sítio onde é guardado o “stylus” foram movidos para baixo e o wireless switch foi removido, sendo que as funcionalidades wireless foram movidas para o software da consola. A New Nintendo 3DS também apresenta placas frontais e traseiras removíveis, permitindo que os utilizadores tenham acesso a novas formas de personalização, embora não se saiba se estas opções vão estar disponíveis fora do Japão.


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A New Nintendo 3DS foi apresentada na Nintendo Direct a 29 de Agosto deste ano. O modelo normal da New Nintendo 3DS tem duas cores, branco e preto, enquanto que a New Nintendo 3DS XL apresenta modelos em azul metálico e preto metálico. A consola saiu no Japão a 11 de outubro e sairá na Austrália e na Nova-Zelândia a 21 de novembro. Espera-se que a data de lançamento na Europa e na América seja no início de 2015. Por: Rodrigo Abrantes - TM1

League of Legends, o mais jogado do mundo!

League of Legends é um jogo Free To Play de género “MOBA”, divulgado em 2007 pela Riot Games. Em 2011 foi considerado o jogo mais jogado de sempre com 5x as horas do Call of Duty!

Neste jogo cada personagem tem o seu estilo e habilidades únicas que lutam em diversos mapas. O mapa mais jogado é o Summoners Rift onde existem quatro posições e o objetivo é destruir a Nexus inimiga. Para destruir a Nexus tens que destruir os seus “mecanismos” de defesa, que são as torres e inibidores. Este modo de jogo é jogado por duas equipas, cada uma com cinco jogares divididos por quatro posições (top lane, mid lane, jungle e bot lane). Cada lane tem os seus personagens e cada um deles tem uma função no jogo. Para ganhar o jogo a equipa tem de “construir” uma vantagem sobre a equipa adversária em ouro e experiência. Cada minion, adversário, torre ou

inibidor, baron ou dragão, gera “x” experiência, permitindo que o teu campeão vá de nível 1 até 18, assim como uma recompensa em ouro que serve para comprar itens que dão ao teu personagem mais dano, mana, vida, etc.

Mas no fundo, o que importa é a comunicação entre a equipa pois, ao combinares habilidades e táticas, consegues os tais objetivos para ganhar o jogo. Quando acabares o jogo ganhas “x” IP (Influence Points), que servem para comprares novas personagens e afins. Atualmente existem várias comunidades Portuguesas (Facebook, TeamSpeak etc.), onde podes encontrar novos amigos que te ajudem a começar a jogar ou até a criar uma equipa! Por: André Barros - Vocacional A


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ALT-J THIS IS ALL YOURS Depois do lançamento do aclamado álbum “An Awesome Wave”, em 2012, os Alt-J presentearam-nos com o segundo álbum da mesma produtora, Infectious Records. “This is all yours” apresenta-se com um toque mais sóbrio e mais maduro, conjugando a voz de Joe Newman com a instrumental única e característica dos Alt-J. O novo álbum mostrou uma conjugação sólida de elementos e uma evolução positiva desta banda ainda recente no círculo musical. Espera-se que no futuro se mantenha este padrão evolutivo, tal como este aperfeiçoamento musical. Por: Inês Contreiras - TM2

S.O.S - Save a Life Acidentes acontecem a todos, mas o mais importante é saber como agir! Os primeiros socorros são importantíssimos, em caso de acidente ou doença, até à chegada dos meios de emergência. Em caso de emergência liga 112, onde vais ser atendido por uma agente da PSP que te vai passar para o CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes). Deves responder a todas as perguntas que te fizerem e dar o máximo de informações possíveis, tais como quem és, o tipo de situação (ex.: vítima não ventilar), número, sexo, idade da vítima, localidade (dar locais de referência), se existem perigos no local (ex.: fuga de gás), número do qual estás a contactar e ainda os primeiros socorros já iniciados ou que vais iniciar. Não te esqueças de pedir autorização para desligar a chamada, pois pode ser necessária mais alguma informação. Até à chegada do INEM deves seguir todas as ordens dadas pela técnica do INEM. “I’ll send an S.O.S. to the world” Por: André Duarte - TM1


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Heart

O meu nome é Kihara Taiga e hoje vi o meu melhor amigo morrer à minha frente, atravessado no coração por uma espada empunhada pela sua própria mão... - NÃOOOOOOOO!!!! TENKUMA!! NÃO!!! Cristina estava a chorar de joelhos, em frente ao corpo sem vida de Tenk... E por detrás dela estava a criatura, a sorrir com os seus lábios rasgados e vis.

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- Quem diria... O humano foi em frente! Hahaha!! Que interessante! Hmm que será que vai acontecer? Ele cometeu pecado capital mas fê-lo para ajudar a amiga. Será que vai ser preso ou considerado um herói? Ahahaha!!! -Seu monstro! - disse eu, enquanto me levantava lentamente. - Estava tonto, não conseguia levantar-me bem, via tudo às voltas e não tinha forças. De-


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Key

Capítulo 3

via ter batido com a cabeça quando fui empurrado. - Eu já fiz aquilo que tinha a fazer e por respeito ao vosso amigo irei embora sem matar mais ninguém. – disse. - Enquanto ambas as espadas desapareciam, a tempestade se desvanecia e todo o edifício escolar era restaurado, sem mostrar qualquer sinal da destruição causada anteriormente. -Tenkuma... Tenkuma! Cristina ainda chorava... as suas mãos estavam cobertas de sangue. Ela tentava trazer Tenkuma de volta, tentando parar a hemorragia. Mas eu sabia que era tarde demais... - Ele já não está connosco, Cristina. sussurrei eu. - Enquanto as lágrimas corriam pelo meu rosto. Nesse momento Cristina afasta-se de Tenk. Olha para baixo, finalmente percebendo que não há nada que possa fazer. - Porquê? Porque é que alguém tinha de morrer hoje? Qual é o teu propósito?! - Propósito? Eh... Vocês são meros humanos... Insetos deste mundo! Nunca entenderiam o “nosso” propósito. Nós aspiramos a algo mais... Algo fora do alcance da vossa perceção! - Então... Vocês estão a matar-nos para os vossos planos?! - grita Cristina.- Enquanto se levantava e olhava com raiva nos olhos da criatura. Nesse momento a criatura aproxima-se com uma velocidade enorme e agarra no queixo de Cristina. Eu não conseguia fazer nada. Nem sequer manter-me em pé. - Tu vê lá como me falas rapariguinha... Eu estou a ser generoso o suficiente para respeitar o desejo do teu amigo. Não queiras estragar tudo. - Larga-a! - gritei eu, com as poucas forças que me restavam.

- Não te preocupes, não farei mais nada. Mortais... Rezem para que nunca mais me vejam. E se virem... Bom... Não estraguemos a surpresa! AHAHAHAHAH!!! O monstro afastara-se de Cristina, que devido ao medo perdera a força nas pernas, agarrara na sua capa e enquanto rodava, desapareceu como se de uma sombra se tratasse. Mas não foi só ele... O corpo de Tenkuma não estava em lado nenhum. Nem sequer o seu sangue tinha restado. - Cristina... Estás bem? – perguntei. - Enquanto me aproximava lentamente devido às dores. - Tenkuma, por favor volta! Isto tem que ser um pesadelo. - sussurrava ela, enquanto as lágrimas escorriam pela sua bela face - Cristina... - Eu nem tive a hipótese de lhe dizer o que sinto. Porquê? Porque é que isto tinha de acontecer? Eu não conseguia dizer nada... Só pude abraçá-la enquanto ela chorava no meu peito e as minhas próprias lágrimas escorriam... Os dias passaram e várias coisas mudaram. Cristina deixou de ir à escola e ninguém se lembrava do Tenkuma. Ninguém tirando eu e ela. A escola parecia um quadro a preto e branco. Sem o Tenkuma não sentia alegria nenhuma em ir à escola. Sentia falta das discussões matinais entre ele e Cristina, das nossas pequenas trocas de socos. Nada me fazia sentir bem. Sentia-me... Sozinho... - Tenkuma... Cristina... Que raio aconteceu... Porque tinha de acontecer isto? - chorava eu, deitado na minha cama enquanto tapava os olhos com o braço. Nesse momento o meu telemóvel toca. Não sinto vontade nenhuma de atender mas... algo me diz que devia fazê-lo. Agarro no telemóvel e vejo quem é... é a Cris-


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Heart Key tina. - Cristina? Que raio se passa? - perguntei eu. Enquanto olhava para o telemóvel, visto que ela nunca mais falara com ninguém. - Estou Cristina? Estás bem? Que se passa? - Taiga! Vem cá a casa agora! -Mas o que se passa? - É o Tenkuma! Ele apareceu! Mas algo não está bem! - Tenkuma?! - gritei eu enquanto me levantava de um salto. - Vou para aí agora! “Eu não acredito! O meu amigo Tenk está de volta? Mas como?! Eu sei o que vi! Eu assisti à sua morte!” Pensamentos como esses apareciam na minha mente, enquanto corria com todas as minhas forças em direção à casa de Cristina. -Cristina! - gritei eu, enquanto entrava de rompante no seu quarto. -Taiga! Finalmente chegaste. -O Tenkuma? Onde está ele? Nesse momento Cristina aponta para o lado oposto do seu quarto e lá era possível ver o nosso amigo. Os seus olhos estavam sem vida, o seu corpo sem cor e meio transparente. Dois conjuntos de correntes fechados por um cadeado a condizer estavam à volta dele. Um branco e simples e outro vermelho e espigado. Ele não se mexia, mas nós conseguíamos ouvir, num tom muito baixo e vago. - Cristina... Taiga... - Ele está a chamar por nós... Mas que podemos nós fazer? - disse Cristina, enquanto se aproximava de Tenk. - Não sei... Vamos tentar tirar as correntes! Quando estávamos quase a tocar nas correntes algo feriu as nossas mãos como se fosse eletricidade... - Ok... Não podemos ir por aqui. Que fazemos então? perguntou Cristina. 16

- Não sei. Acho que o melhor que temos a fazer é esperar, se ele voltou e apareceu assim, depois de tudo o que aconteceu, é porque algo se passa... e se ele apareceu aqui é porque precisa de nós. Aliás, é porque precisa de ti. -Tenk... Ambos contemplámos, enquanto o nosso amigo pairava à nossa frente e esperávamos que algo nele mudasse. O que iria acontecer? Não sabíamos, mas algo grande ia mudar...

Texto: Daniel Tojo - TDD3D Desenhos: Miguel Amaro - TDD3D


Princípio(s) Desenho: Rafael Gonçalves - TDD3D


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Pediram-me que escrevesse sobre princípios e fiquei a pensar como, num tema tão vasto, podia eu escolher um princípio que estivesse em todo o lado e que fosse o mais importante. Vivemos numa sociedade em crise, crise de valores, crise de princípios e crise económica, que depois se reflete na vivência das pessoas. Considero que o princípio que nos demarca dos animais será o princípio da responsabilidade sobre o mundo, sobre os amigos, sobre o que nos rodeia. Um princípio que não se vê com a frequência e a verdade e que neste momento atual é preciso. O mundo entrou numa fase em que precisamos de nos importar, precisamos de estar focados em conseguir viver bem, precisamos de sair do quadrado e pensar não só em nós mesmos, mas em tudo o que coexiste connosco. Fala-se muito em falta de educação e sim… concordo, os valores mudaram, bem como os princípios, e isto pensando que ainda existem alguns. Uma das causas penso que seja este clima de facilitismo, criado por gerações que em vez de lutarem para colher mais tarde, querem o agora, vivem o agora e usam o agora, sem pensar que o amanhã vai acontecer, sejam quais forem as nossas ações no presente. Vivemos numa sociedade com poucos

princípios, em que tudo gira em torno de cada um, voltado para a sua satisfação pessoal, e sem pensar muito no que está à nossa volta, não cuidando, não olhando, não percebendo que mais tarde ou mais cedo nos afundamos com tudo o resto, porque não podemos separar-nos do que criamos e de onde vivemos. No fundo fazemos parte integrante das nossas ações e das suas consequências, mesmo que não o possamos ver no momento, e esse é o erro desta geração. Mas nem tudo é mau, novos pensamentos, novas ideologias fazem-nos acreditar que o mundo não vai parar e que as coisas podem mudar. O mundo precisa de princípios sólidos, de respeito mútuo e de pessoas que vejam que agir e ser útil, transforma os outros da mesma maneira que nos transforma a nós. Por: Ruca Fotografia: Catarina Chasqueira

Interpretei o princípio como o início da nossa vida, a criança que somos. Como tal, fiz um brinquedo de criança que o meu filho tem. Texto e Imagem: Prof. Pedro Morais


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O Principiozinho

«No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Tudo foi feito por ele; e nada do que tem sido feito, foi feito sem ele. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.» (João 1:1-4)

am ou definhavam pouco tempo depois. Algumas de morte natural, outras por inanição e outras por puro abandono. É que S. era um príncipe dos princípios mas um homem sem meios e fins. A. era o rei dos princípios. Sério, sem paciência para coisas pequenas, sem tempo para assuntos menores, A. era um universo em si. Não tinha dó dos que não sabem para onde vão. Não lhe chegava saber por onde não ia – tinha sempre a certeza do seu caminho e não se deixava distrair. A. tinha uma lista de princípios de que não abdicava: não mentia, era pontual, nunca saia de casa sem tomar o pequeno-almoço, escovava os dentes durante 5 minutos certinhos e despejava o lixo sempre depois das 20:00, entre outros pontos fundamentais da lista. E se falhava alguma vez, se o universo conspirava contra ele ou se outras pessoas ameaçavam as suas linhas mestras, A. enfurecia-se, agitava-se e depois deprimia-se, deixando-se ficar, prostrado, a questionar a ordem dos seus princípios. O Comboio chegará com ligeiro atraso. Os dois homens entram na última carruagem. O que lhes sucederá depois pouco importa. Estão ambos certos de dominar a matriz da felicidade e da inteligência. Pensarão que é a melhor forma de viver. Estarão certos disso e não poderão pensar de outra forma. Foi este o resultado do Pecado Original. Maldita serpente. Eu nem aprecio maçãs. A consciência do castigo é o castigo da consciência. É que todos os princípios terão o seu fim e não há forma melhor de se viver bem, de se ser feliz. Só o amor nos poderá salvar. E a poesia. E os amigos. Salvar de quê? Da eternidade.

E no princípio não havia nada. Mas no princípio de quê? Da eternidade. O tempo o espaço, o espaço e o tempo. Essa circunferência que se desdobra numa espiral só visível depois do tempo escorrer. Depois da vida, no fim que é como quem diz, no princípio. Porque os maniqueísmos vieram depois. No princípio não havia nada, nem eu, nem tu. Em princípio, nada. Na estação de comboio estão dois homens distintos. Têm muito em comum mas terão um final diferente. Uma questão de princípios. S. sempre se considerou um criador. De tudo o que na vida podia fazer, iniciar, começar, principiar era, em princípio, a sua centelha, a força motriz de uma alma em permanente inquietação. E começava num fôlego violento, como o papel que se consome na labareda e logo se esfuma. Às vezes esgotava-se por cansaço e aborrecimento mas raramente por preguiça. Não, S. não era nada preguiçoso. Mas as ideias brotavam espontaneamente, como erva daninha, sem hora marcada e nos momentos mais inusitados, como sempre acontece às pessoas mais distraídas. S. já tinha sido surpreendido pela sua voracidade criativa no hospital, logo após um atropelamento em que fraturou o perónio em três partes, durante o parto do seu primeiro filho, segurando a mão da parturiente, no discurso cerimonial do casamente do seu melhor amigo e até num princípio de afogamento no final do verão passado, entre golfadas de água e esbracejamento de pânico. Mas o final das suas poderosas investidas iniciais era Por: Tiago Caiola invariavelmente o mesmo: as suas ideias morri-


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Arqué No princípio Deus criou os céus e as trevas e as águas e o fogo e as plantas e os bichos. E viu Deus que era bom. E foi a manhã de um dia eterno. E disse Deus: façamos o homem e que domine sobre tudo o que se mova sobre o universo. E lavou o mundo, expurgando-o para receber o ser sublime. E porque Deus, sendo fêmea, só sabe gerar dentro de si, olhou o seu corpo gasto pelas gestações. E porque Deus, sendo imperfeito, não conhece a substância do divino, olhou as deformidades da matéria. E porque Deus, sendo finito, recebe a morte na taça da criação, olhou os elementos e rasgou uma vez mais o seu manto. E disse: bebamos as águas, que são fluido da vida, para que o eleito seja transparente e tenha o ímpeto das correntes. E, depois de beber, foi Deus às florestas e cheirou a terra. Mas o primeiro homem era informe e sujo. E ao tocar-lhe Deus sentiu os vértices do caos. E viu Deus que era mau. Tirou-lhe a vida e guardou-a entre os ramos dos seus cabelos. Beijou-o, deitou-o no regaço, enterrou-o e

carpiu. E disse: beijemos as trevas, de que se alimenta a luz, para que o eleito domine o ritmo das forças. E depois do beijo, foi Deus ao mar e provou o sal. Mas o segundo homem era triste e inerte. E ao tocar-lhe Deus sentiu as pedras do sacrifício. E viu Deus que era mau. Tirou-lhe a vida e guardou-a dentro das lágrimas dos seus olhos. Acariciou-o, queimou-o, teceu um véu com as cinzas e chorou. E disse: escutemos o fogo, que tem em si o fim e o princípio, para que o eleito conheça o silêncio e a purificação. E, depois de escutar, foi Deus às cavernas negras e contemplou os fios de luz. Mas o terceiro homem era irado e vingativo. E ao tocar-lhe Deus sentiu um êxtase de lâminas. E viu Deus que era mau. Tirou-lhe a vida e esfregou-a nos lanhos da sua pele. Lambeu-o, afogou-o, banhou-se e sangrou. E disse: comamos os bichos e as ervas, que são estéreis uns sem os outros, para que o eleito saiba procurar além de si.


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étipo E, depois de comer, foi Deus aos desertos ardentes e caminhou. Mas o quarto homem era lúbrico e rude. E ao tocar-lhe Deus sentiu o acre da escuridão. E viu Deus que era mau. Tirou-lhe a vida e guardou-a no pó dos seus ossos. Chegou-o junto ao seu seio e alimentou-o com o branco leite negro veneno, esperou que secasse, varreu o mundo com ventos e gritou de dor. Mas a agonia cedeu à lucidez. E disse: toquemos o céu que é o inverso da terra criada. E subiu Deus às montanhas mas já não conseguiu levantar o braço exangue. Sem nada nas mãos, moldou o eleito com o vazio e com a sua própria alma. E uma criatura de barro surgiu-lhe no ventre, quase indistinta da sua carne. Empurrado pelas vozes dos irmãos mortos guardados no corpo da mãe, o quinto homem rasgou-a antes de tempo. E para escapar à cegueira que já o agarrava e esmagava, deixou-se cair. E cresceram-lhe asas negras. E foi a tarde de um dia eterno. E Deus desceu da montanha. E perseguiu o filho maldito. E viu que encontrara a música do tempo. E que procurara a poesia do horizonte. E que inventara palavras para todas as obras. E que escondera as imperfeições da criação com as penas das suas asas. E ao tocar-lhe Deus sentiu o fel da loucura e do amor. E viu que era mau. Mas retirou a sua própria vida e guardou-a no coração do

caído. E na derradeira hora, Deus buscou a sua alma mais uma vez e criou outro ser, a mulher. E fê-la à sua imagem. Cada traço, cada veia, cada entrega, cada dor. E disse: uni-vos, frutificai-vos e multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a. E descansou nos braços dos seus filhos. E foi a noite de um dia eterno. Texto por: Sandra Monteiro Fotografias: Montanhas - Sandra Monteiro Praia - Susana Fonseca


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Pequeno desabafo do Princípio Tomei como assente que poderia expor este caso, pelo que não perguntei à pessoa em questão se ela iria sentir-se incomodada. Mas como ainda me restam alguns princípios garanto que antes de vocês lerem ela deu uma vista de olhos. A pessoa chama-se Princípio. O que dizer?... Bom rapaz e tal, em idade escolar. Não converso com ele todos os dias, mas cruzamo-nos bastante na paragem do autocarro. Há uns meses queixava-se da escola. Odeia a chamada antes de cada aula porque os Professores começam sempre pelo Princípio, por ele. Não era suposto ser por ordem alfabética? Mas não, é pelo Princípio. E a chamada é o menos, tudo o que acontece é ele que tem de exemplificar. E porquê? Porque tudo começa pelo Princípio. É uma grande responsabilidade para um miúdo. Ainda na sexta passada, no teste de Matemática, um colega disse ao Professor que nem sabia por onde começar, e claro a resposta foi a óbvia, pelo que o Principio teve que dar-lhe a resolução dos três primeiros problemas. Um abuso. Já na aula de português a Professora disse que queria respostas com princípio, meio e fim. Sabem quantos alunos na sala se chamam Meio e Fim? Zero! O Princípio teve de responder a tudo! Um absurdo. Mas digamos que a vida dos pais do Princípio também não é fácil. Terem um filho que todos os dias chega a casa indignado porque lhe chamam nomes. Há uns dias era “ético”, “beneficência”, “justiça”,... e o filho do Farmacêutico chama-o de “ativo” (e este ainda é o seu melhor

amigo. Melhor amigo?). O miúdo tenta não dar nas vistas mas é como se tivesse cara de extraterrestre. Eu percebo que os pais que não tenham Princípios na família não percebam esta angústia. Mas juro que também não percebo os que dão um nome destes a um filho. É certo que cada um tem os seus gostos, quero deixar bem claro que esta é uma mera opinião própria e não tenho intenção de agredir os Princípios. Aliás, no início da nossa conversa eu dizia que ainda me restam alguns princípios. Pois bem, são dois: Avó materna, Princípio, e primo em terceiro grau, Princípio, o único do meu lado paterno. Quando penso nisto, talvez o nome seja mais comum do que se pressupõe, e talvez até nem seja mau ter Princípios... na família, amigos e se não for pedir muito, nos colegas também. Por: Inês Isabel Fotografia: Susana Fonseca


Princípio

Alunos

Muda as tuas opiniões Mantem os teus princípios Toma as tuas decisões Olha aos benefícios Princípios inflexíveis Caminhos a escolher Escolhas manipuláveis Há que precaver Difíceis de se fazer Difíceis de escolher Algo importante Algo impactante Os princípios são o futuro Há que pensar Poderá haver um furo E aí tudo terá de mudar.

Texto e imagem por: Jéssica Pereira – TF3

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DNA… uma parte do nosso corpo que nos acompanha desde a nascença, o início da vida, da minha vida e da tua, uma partícula que contém cada dado, como um banco de informação pessoal. O início, a chegada a esta vida de surpresas e mistérios, o início de uma amizade e do objetivo na mesma, “um pequeno passo para a humanidade e um grande passo para mim”, como costumo dizer. O início da descoberta deste mundo e do saber, sendo o sangue um deles, um líquido vermelho bem chamativo, colorido, vivo e doloroso, aquilo que marca a vida e a razão da existência e a verdadeira verdade de termos começado a viver. Negros são os momentos na nossa evolução quando dizemos que não queríamos nascer, quando essa evolução veio do início da mesma. Negação, amor doloroso, personalidade e sentimentos, tudo isso tem um começo e um ser de onde vir, tudo isso vindo do início dos inícios, o início de tudo. E hoje, que cheguei ao fim do mesmo, sei do que digo, agora sim valorizo o início como se nada mais valesse um cêntimo no mundo, o meu corpo está fraco e pronto para arder no fim, caindo no vazio. Mas enquanto o corpo fica e a mente se desvanece no vazio, o sangue ficará para contar a mesma história aos demais que se perderão na escuridão da vida, sem luz de guia, sem poder nem ter começado várias aventuras. Esta história que te dito chama-se “era uma vez a vida”. Por: Derek F. Fitzaerbet


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Pedro Cruz

VS

1- Se eu disser a palavra “Princípio” o tro método. que imaginam sem terem tempo para Vamos darvos duas pensar? opções e vocês resFernando: Princípio das aulas. pondem e Pedro: Luz. têm de jus2- Agora escolham dois princípios pe- tificar a eslos quais se regem na vida. colha numa linha. Vamos a isto: Fernando: Justiça. Pedro: Amor. a) P r o 3- Consideram que as pessoas ainda g r a m a ç ã o têm muitos princípios, hoje em dia, ou ou Artes? foram perdendo alguns pelo caminho? Pedro: ArFernando: Considero que sim, senão não tes, porque tinha fé. A minha fé é essa. a minha formação é de carácter artístico, Pedro: Depende, depende de cada um. apesar de ter também uma componente técnica, mas mais próximo das artes. 4- Agora vamos dar-vos duas frases Fernando: Programação, o que é que eu para comentarem. A primeira é de Os- hei de responder? (risos) A justificação é car Wilde e diz “Gosto mais das pes- a mesma. soas do que dos princípios, e gosto Criatividade ou objetividade? mais das pessoas que não têm princípi- b) os acima de qualquer outra coisa neste Pedro: Criatividade. mundo." A segunda é de Sébastien-Roch Cham- Fernando: Objetividade, mas também fort e diz: "O homem sem princípios é gosto da criatividade. Mas sou mais objetambém comummente um homem sem tivo que criativo, é verdade. carácter; pois, se tivesse nascido com carácter, teria experimentado a neces- c) T-shirt ou camisa? sidade de criar princípios para si." Pedro: Depende, depende do contexto. Pedro: O Oscar Wilde está a ser igual a (risos) ele próprio naquilo que está a dizer, faz Fernando: Eu escolho t-shirt porque essentido que diga isso. colhi camisa durante muito tempo e já esFernando: Não sei se há alguém que não tou farto de escolher camisa. tenha princípios, acho que toda a gente tem princípios. d) Razão ou impulso? Pedro: Eu não sei se as pessoas têm princípios, mas têm todas um fim. (risos) Fernando: Razão. Já me arrependi de 5- Agora vamos “principiar” com ou- ser impulsivo e normalmente não me ar-


S

Fernando Ribeiro

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rependo de ser racional, portanto… P e d r o : Razão. Somos animais racionais e é algo que nos distingue e devemos usar isso. Não quer dizer que razão p o n h a de parte emoção. Fernando: Pois, aliás, se demorar muito tempo a usar a razão, então mais vale ser impulsivo.

Fernando: Benfica. Moro em Benfica, é o clube do meu bairro. Pedro: (risos) O meu pai é benfiquista, a minha mãe é sportinguista, eu sou neutro. Portanto não ligo muito, porque lá está, tinha duas referências e acabaram por se anular. Fernando: É, eu também não ligo muito. Se morasse em Alvalade era do Sporting, moro em Benfica, sou do Benfica.

e)

Pedro: Caneta. Fernando: Teclado. (risos)

Filme ou livro?

(muitos risos) Pedro: Eu vou escolher livro porque os livros têm muita importância na minha vida. Gosto muito de cinema, mas posso levar o livro para qualquer parte, o filme não, o livro é transportável para qualquer sítio. Bem, mas hoje em dia já se começa a poder com os iPads e os iPods (risos), mas um livro ainda é um livro. Fernando: Vou escolher o livro. Também gosto muito de filmes, mas o livro dá mais espaço à nossa interpretação, o filme é mais direto, só nos desperta emoções, enquanto o livro faz-nos pensar mais.

f)

Sporting ou Benfica?

g)

Esquerda ou direita?

Fernando: Isso é política, ou o que nós quisermos? Pedro: Eu desenho com a mão direita, portanto pode ser a minha resposta. Fernando: Eu escolho a esquerda h)

i)

Lápis ou caneta?

Lisboa ou Porto?

Pedro: Lisboa. Fernando: Lisboa. j)

Paciência ou impaciência?

Pedro: Paciência. O professor tem de ser paciente. Fernando: Paciência. Se fosse impaciente já tinha desistido disto. A última foi pela paciência que tiveram em partilhar este momento com a equipa do “15 Paus”. Obrigado aos dois! Entrevista por: Cristiano Caliça e Catarina Chasqueira - TDD3D Fotografias por: Catarina Chasqueira- TDD3D


Ficha Técnica Direção e Coordenação: Prof. Susana Fonseca

Núcleo Europeu

Em outubro inaugurou-se um novo núcleo na Escola Digital, o Núcleo Europeu. O grupo é dirigido pela professora Vera Gomes e tem como objetivo dar a conhecer as várias culturas presentes nos países da Europa. Para o lançamento deste clube, foi proposto o desafio a todos os alunos de criarem um logótipo para o núcleo, e o melhor seria premiado com dois bilhetes IMAX para ver o filme Hunger Games - Mockingjay. Futuramente serão realizadas outras atividades para promover o núcleo e despertar o interesse dos alunos.

Assessor de Direção: João Milão Design e Paginação: Prof. Pedro Cruz Catarina Chasqueira Duarte Gameiro Pedro Cardoso Telma Dias Redação: Coisas sérias & Afins- Andreia Carrilho, Ângela Reis, Beatriz Rodrigues, Catarina Chasqueira, Cristiano Caliça, Jaime Pinto, João Milão, Rita Silva, Sara Pereira, Telma Dias. Suddenly We Are Geeks- André Barros, Inês Contreiras, Miguel Félix, Rodrigo Abrantes. Mozart Gone Wild- Inês Contreiras. S.O.S. - André Duarte Um conto inacabado- Daniel Tojo, Miguel Amaro. Colaboradores no Suplemento Arte & Manha: André Silva, Catarina Chasqueira, Cristiano Caliça, Jéssica Pereira, Rafael Gonçalves. A Visão dos Sábios- Pedro Morais, Rui Jesus, Tiago Caiola. Estranhos numa terra estranha- Inês Isabel, Sandra Monteiro.




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