A presente dissertação tem como objectivo principal aclarar as formas de estabelecimento da rede paroquial na Península de Setúbal no tempo que vai da conquista de Lisboa, em 1147, à subida ao trono de D. João I, em 1385. Visa-se o estabelecimento de uma cronologia fiável da implantação paroquial, o reconhecimento no terreno dos seus limites originais e o modo como a interacção das jurisdições eclesiásticas com a jurisdição das outras instituições (nomeadamente os municípios e a Ordem de Santiago da Espada) teve influência sobre o estabelecer do sistema paroquial no espaço e no tempo em estudo, e vice-versa. De modo a reconhecer eventuais continuidades, é feito um enquadramento prévio, administrativo e eclesiástico, da Península de Setúbal, desde o Império Romano até 1147, sem esquecer os dados conhecidos das épocas visigótica e de Al Andaluz. Para detectar os primeiros sinais da presença eclesial após 1147, acompanham-se as vicissitudes militares da Margem Sul até à sua pacificação de