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Breve história das artistas mulheres 1st Edition Susie Hodge

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Sumário

Capa

Folha de rosto

Introdução

Como usar este livro

Movimentos

Renascimento

Maneirismo

Era de ouro holandesa

Barroco

Rococó

Neoclassicismo

Naturalismo

Impressionismo

Pós-impressionismo

Art Nouveau

Expressionismo

Cubismo

Futurismo

Raionismo

Construtivismo

Suprematismo

Dadaísmo

Harlem Renaissance

Surrealismo

Art Déco

Arte concreta

Expressionismo abstrato

Op Art

Pop Art

Nouveau Réalisme

Arte feminista

Arte performática

Arte conceitual

OBRAS

Autorretrato com cavalete, Sofonisba Anguissola

Noli Me Tangere, Lavinia Fontana

Natureza-morta com queijos, alfachofra e cerejas, Clara Peeters

O alegre beberrão, Judith Leyster

Autorretrato como alegoria da pintura, Artemisia Gentileschi

Timocleia matando o capitão trácio, Elisabetta Sirani

Natureza-morta com flores em um vaso de vidro, Rachel Ruysch

Autorretrato segurando um retrato da irmã, Rosalba Carriera

O julgamento de Páris, Angelica Kauffman

Autorretrato com duas pupilas, Adélaïde Labille-Guiard

Madame Vigée-Lebrune sua filha, Jeanne-Lucie-Louise, Élisabeth Vigée-Lebrun

Cena de conversa, Lilly Martin Spencer

Hiawatha, Edmonia Lewis

Mãe e irmã da artista, Berthe Morisot

Escócia para sempre!, Elizabeth Thompson, Lady Butler

Interior azul, Harriet Backer

Gado em repouso numa encosta dos Alpes, Rosa Bonheur

Vertumno e Pomona, Camille Claudel

O banho da criança, Mary Cassatt

A poção do amor, Evelyn De Morgan

Ataque, Käthe Kollwitz

A escultora Clara Rilke-Westhoff, Paula Modersohn-Becker

As dez maiores, Nº 2, infância, grupo IV, Hilma af Klint

Apollinaire e seus amigos, Marie Laurencin

Ciclista, Natalia Goncharova

Composição com figuras, Liubov Popova

Autorretrato com fundo preto, Helene Schjerfbeck

O quarto azul, Suzanne Valadon

Alta finança, Hannah Höch

Concha Nº 1, Georgia O’Keeffe

Retrato de Ekaterina Serebriakova, filha da artista, Zinaida

Serebriakova

Do outro lado do Yarra, Clarice Beckett

Três moças, Amrita Sher-Gil

Retrato de Mildred Myers Oldden, Alice Neel

A coluna partida, Frida Kahlo

Composição, Lee Krasner

Meeira, Elizabeth Catlett

Ulu’s Pants, Leonora Carrington

Homenagem à Grécia, Agnes Martin

Sem título, Mira Schendel

A baía, Helen Frankenthaler

Sem título, ou Ainda não, Eva Hesse

Três figuras de Família do homem, Barbara Hepworth

Primavera em Washington, Alma Thomas

O banquete, Judy Chicago

As vantagens de ser uma artista mulher, Guerrilla Girls

Certo dia, Bridget Riley

Fantasma, Rachel Whiteread

A estrela ferida (L’Estel Ferit), Rebecca Horn

Plano, Jenny Saville

Avestruzes bailarinas do filme “Fantasia” da Disney, Paula

Rego

Retopística: uma escavação renegada, Julie Mehretu

Aranha gigante abaixada, Louise Bourgeois

Picturesque (Painel III: Of Your), Kara Walker

Nature morte aux grenades, Mona Hatoum

Invasão, Martha Rosler

Consequências da obliteração da eternidade, Yayoi Kusama

A artista está presente, Marina Abramovic

Dress-Stage, Rosemarie Trockel

Somos livres para escolher, mas não estamos livres das consequências de nossas escolhas: Chegada e Partida, Lin

Jingjing

INOVAÇÕES

Lutar por igualdade

Rejeitar a “mulher-objeto”

Ontbijtje

Accademia delle Arti del Disegno

Independência

Sustento da família

Royal Academy

Peintre des Mesdames

Académie Royale

Exaltar o feminino

Vocação

Sororidade

Contradizer “o sexo passivo”

Salão de Paris

Apoiar outras artistas mulheres

Ponto de vista feminino

Artesanato feminino

Mudar opiniões

Arte abstrata

Assertividade

Prix de Roma

Rejeitar a autoridade masculina

Desafiar o desprezo

Questionar democracias

TEMAS

Autorretrato

Identidade

Religião

História

Sentidos

Trabalho de mulher

Gênero

Herança cultural

Natureza

Individualidade

Imagem do corpo

Nu

Memória

Confronto

Raiva

Transformação

Raça

Ambiente

Conflito

Empatia

Índice

Museus

Créditos das imagens

Créditos

Introdução

BERTHE MORISOT: “SÓ CONSEGUIREI MINHA INDEPENDÊNCIA

POR MEIO DA PERSEVERANÇA E MANIFESTANDO ABERTAMENTE

MINHA INTENÇÃO DE ME EMANCIPAR”

As mulheres produzem obras de arte desde a Antiguidade, mas durante grande parte desse período elas foram excluídas, ignoradas e quase sempre suprimidas da história da arte.

Embora seja provável que muitos artistas pré-históricos fossem mulheres (existem evidências de marcas deixadas por mãos femininas) e Plínio, o Velho (23-79 d.C.) tenha mencionado seis artistas do gênero feminino da Grécia antiga em sua obra História Naturalde 77 d.C., as artistas mulheres raramente foram reconhecidas e, durante séculos, foram impedidas de ingressar em sociedades e academias de arte, fazer cursos de arte, frequentar aulas com modelos-vivos, participar de concursos artísticos e expor suas obras. Até o século XVI, com exceção das freiras, poucas mulheres eram instruídas (apenas Bolonha, na Itália, teve uma universidade para mulheres a partir do século XI, e a primeira escola para moças foi aberta em Cracóvia, na Polônia, no século XV). Em geral, as principais opções das mulheres eram o casamento ou entrar para um convento. Além disso, as mulheres costumam mudar seus nomes ao se casarem e, embora a maioria não trabalhasse depois do casamento, quando o faziam, suas obras muitas vezes eram atribuídas aos seus companheiros, mais conhecidos.

Apesar das dificuldades, muitas mulheres atuavam como artistas, mas raramente eram tão aclamadas quanto seus equivalentes

masculinos. Hoje, esse equilíbrio está se alterando. As barreiras estão sendo eliminadas e mais artistas mulheres estão sendo reconhecidas e reavaliadas.

Este livro apresenta um pouco da arte produzida por mulheres desde o renascimento até os dias atuais, ao longo dos movimentos artísticos, obras, temas e inovações. Seu formato exclusivo possibilita que tudo seja complementado e esclarecido por meio de referências cruzadas, ao mesmo tempo em que homenageia a dedicação e as realizações de tantas mulheres, levando em consideração sua importância e contextualizando sua obra.

Movimentos

FRIDA KAHLO: “PENSAVAM QUE EU ERA SURREALISTA, MAS NÃO ERA. NUNCA PINTEI SONHOS. EU PINTAVA MINHA PRÓPRIA

REALIDADE”

Movimentos artísticos são nomes dados a certos estilos ou abordagens artísticas criadas durante determinados períodos por artistas que costumam compartilhar ideais ou métodos.

A maioria dos movimentos surge quando um grupo de artistas rompe com as tradições, tendo, em geral, um nome atribuído por artistas ou historiadores para categorizar a história da arte. Alguns movimentos artísticos se desenvolvem de forma orgânica, por meio de influências mútuas ou ocorrências externas. Alguns surgem diretamente de um movimento anterior ou em reação a ele. Alguns têm um foco bem específico e outros são mais amplos. Alguns duram muitos anos; outros começam e terminam em poucos meses. Eles podem se espalhar pelos continentes ou se concentrar numa pequena área. Seus nomes podem ser elogiosos ou depreciativos e

os próprios movimentos podem ser aceitos, rejeitados ou até mesmo desconhecidos pelos artistas envolvidos.

A maioria dos movimentos artísticos envolvia predominantemente artistas do gênero masculino e, embora alguns acolhessem de bom grado as mulheres, a maior parte as excluía. Tal como acontece no resto da história da arte, de modo geral, as mulheres que atuaram em certos movimentos não são tão conhecidas quanto os homens, e este capítulo do livro aborda algumas delas no contexto de sua obra e de sua contribuição para os movimentos a que estão relacionadas.

Obras

GEORGIA

O’KEEFFE: “OS HOMENS GOSTAVAM DE ME DIMINUIR

COMO A MELHOR PINTORA MULHER. EU ME CONSIDERO ENTRE OS MELHORES PINTORES”

Este capítulo examina 60 obras de arte notáveis, criadas por artistas mulheres entre os séculos XVI e XXI. Cada uma dessas obras foi produzida com maestria e originalidade, ampliando e enriquecendo o repertório da história da arte. Entre elas estão pinturas, esculturas, instalações, performances e outras, que usam uma ampla variedade de temas, materiais e técnicas.

Antes de meados do século XVI, no Ocidente, a menos que se tornassem freiras, as mulheres não eram ensinadas a ler ou escrever nem aprendiam matemática ou ciências; elas não podiam viajar livremente e o aprendizado artístico era proibido. Em 1582, Baldassare Castiglione publicou Ocortesão, que tratava sobre etiqueta, comportamento e moral, livro que se tornou extremamente popular. Sua afirmação radical de que todos os aristocratas, fossem homens ou mulheres, deviam ter uma formação elevada em certas artes incitou o surgimento de mais artistas do gênero feminino. Mas

as coisas ainda eram limitadas para as mulheres. Por exemplo, até o fim do século XIX, as aulas com modelos-vivos eram proibidas para elas e, durante séculos, a maioria teve que aprender sozinha, estudando em galerias e realizando suas próprias experiências.

Inovações

HELEN FRANKENTHALER: “NÃO EXISTEM REGRAS. É ASSIM QUE

NASCE A ARTE, QUE

OCORREM AS INOVAÇÕES. QUEBRE AS REGRAS OU IGNORE-AS.

INVENÇÃO É ISSO”

O escritor e filósofo romano Plínio, o Velho (23-79 d.C.), relacionou várias artistas de sucesso da Grécia e da Roma antigas. No entanto, após a queda de Roma, as mulheres não tiveram mais permissão para exercer funções tão importantes e somente no século XVI passaram a obter um mínimo de reconhecimento por suas habilidades.

Devido, em grande parte, a uma mudança de atitude em relação à educação feminina, promovida sobretudo pela obra Ocortesão, as primeiras artistas de renome vieram da Itália durante o renascimento. A partir dali, mulheres especialmente determinadas lutavam contra as restrições de vez em quando e produziam obras de arte que abriam novos caminhos.

Este capítulo do livro explora algumas dessas inovações, como as primeiras mulheres a se tornarem membros da Royal Academy e da Académie Royale; as primeiras pinturas abstratas; as artistas que eram responsáveis pelo sustento da família; e obras de arte que transformaram o que tradicionalmente se considerava “artesanato feminino” em arte erudita.

Temas

SOBREVIVER

Diferentemente do assunto, o tema geralmente é uma presença implícita numa obra de arte. Os temas podem ser óbvios ou obscuros, universais ou singulares, complexos ou simples, e cada artista os interpreta de uma forma.

Este capítulo do livro contempla 22 temas que têm sido explorados pelas artistas mulheres. Ele investiga por que as pessoas escolheram certos temas e por que os interpretaram de tal forma. Uma vez que os pontos de vista e as atitudes das mulheres costumam contrastar com os de seus colegas homens, seus temas muitas vezes parecem diferentes e essas diferenças é que são particularmente exploradas neste capítulo.

Muitas vezes os temas artísticos transmitem mensagens sobre a vida, a sociedade ou a natureza humana, geralmente de forma implícita e não representados explicitamente. Certos temas são mais predominantes durante determinados períodos – por exemplo, a religião no renascimento.

Como usar este livro

O livro está dividido em quatro capítulos: Movimentos, Obras, Inovações e Temas. Ele pode ser lido na íntegra, ou você pode ler os capítulos na ordem em que preferir. No rodapé de cada página você encontrará referências a outras partes do livro, que ajudam a fornecer uma visão geral de como as coisas se relacionam e se entrecruzam no mundo da arte, de como as ideias e mudanças se desenvolvem. Os blocos em destaque apresentam fatos importantes e informações sobre as artistas.

Movimentos

RENASCIMENTO • MANEIRISMO • ERA DE OURO HOLANDESA • BARROCO • ROCOCÓ • NEOCLASSICISMO • NATURALISMO • IMPRESSIONISMO • PÓSIMPRESSIONISMO • ART NOUVEAU • EXPRESSIONISMO • CUBISMO • FUTURISMO • RAIONISMO • CONSTRUTIVISMO • SUPREMATISMO • DADAÍSMO • HARLEM RENAISSANCE • SURREALISMO • ART DÉCO • ARTE CONCRETA • EXPRESSIONISMO ABSTRATO • OP ART • POP ART • NOUVEAU RÉALISME • ARTE FEMINISTA • ARTE PERFORMÁTICA • ARTE CONCEITUAL

Renascimento

PRINCIPAIS ARTISTAS: SOFONISBA ANGUISSOLA • FEDE

GALIZIA • PROPERZIA DE ROSSI • CATARINA VAN HEMESSEN • CATERINA DE VIGRI • LAVINIA FONTANA

1400 - 1550

Plautilla Nelli, Lamentaçãocom os santos, 1550, óleo sobre painel, 288 × 192 cm, Museo di San Marco, Florença, Itália

Durante o renascimento, ocorreram profundas mudanças culturais na Europa com a expansão do comércio e a descoberta de continentes antes desconhecidos. Após a queda de Constantinopla, em 1453, eruditos bizantinos migraram para a Itália e introduziram ideias da Grécia antiga que inspiraram entre as classes mais altas um novo entusiasmo pelo aprendizado. Surgiu o humanismo, uma filosofia preocupada em retomar muitos conceitos da Antiguidade clássica. A invenção da prensa tipográfica por Johannes Gutenberg (c. 1398-1468) em 1438 permitiu a instrução generalizada e a disseminação de ideias. Escritores como Boccaccio (1313-1375), Christine de Pizan (1364-c. 1430) e Castiglione contribuíram para aumentar a aceitação da educação feminina. Ocortesãode Castiglione teve particular influência, assim como DeMulieribus Claris(Sobre as mulheres famosas) de Boccaccio, de 1335-1359, uma coleção de biografias de mulheres notáveis, e Acidadedas damaseOtesourodacidadedasdamas(ambos c. 1405) de De Pizan.

No entanto, as mulheres ainda enfrentavam obstáculos para se tornarem artistas. Atividades como o estudo da anatomia, essencial para grandes obras religiosas, eram proibidas para elas, e a maioria dos artistas não aceitava mulheres em seus ateliês. Por conseguinte, quase todas as que se tornavam artistas aprendiam com o pai, também artista, ou eram freiras.

FATOS RELEVANTES

Entre as várias freiras artistas estava Caterina de Vigri (1413-1463), que foi depois canonizada como santa Catarina de Bolonha, a padroeira de todos os artistas. Plautilla Nelli (1524-1588) ingressou no convento de santa Catarina de Siena, em Florença, em 1537, e a obra acima transmite sua atenção aos detalhes, seu realismo

e sua representação dos contrastes tonais e do suave caimento dos tecidos.

LUTAR POR IGUALDADE p. 172 REJEITAR A “MULHER-OBJETO”

p. 173 PONTO DE VISTA FEMININO p. 187 AUTORRETRATO p. 198

RELIGIÃO p. 200 NATUREZA p. 206 NU p. 209

Maneirismo

PRINCIPAIS ARTISTAS: LAVINIA FONTANA • LUCIA ANGUISSOLA

• DIANA SCULTORI

1520 – 1600

O maneirismo se desenvolveu entre 1510 e 1520 em Florença ou em Roma ou simultaneamente nas duas cidades. O estilo englobava uma série de abordagens diferentes, sobretudo em reação ao idealismo e ao naturalismo da arte do alto renascimento.

O termo maneirismo deriva do italiano maniera, que significa “estilo ou maneira”, e foi usado para descrever o movimento muito tempo depois que ele ocorreu. Enquanto a arte do alto renascimento enfatiza as proporções e um ideal de beleza, o maneirismo é exagerado, muitas vezes alongado e estilizado, com composições assimétricas. O movimento se desenvolveu na época em que Martinho Lutero (1483-1546) conclamou a reforma da Igreja

Católica, pregando suas 95tesesna porta da igreja de Todos os Santos, em Wittenberg, em 1517, e desencadeando a Reforma Protestante. Depois disso, para alguns artistas, a serenidade e o classicismo da arte do alto renascimento pareciam incongruentes. Eles adotaram uma abordagem mais individual, intelectual e expressiva, que cada um interpretava à sua maneira. As ideias do movimento se difundiram por toda a Itália e norte da Europa. Os artistas maneiristas incluem Parmigianino (1503-1540), Antonio da Correggio (1489-1534) e Pontormo (1494-1556/1557) e, entre as

mulheres, Lucia Anguissola (1536/1538-c. 1565/1568) e Lavinia Fontana (1552-1614).

Sagrada família com os santos Margarida e Francisco, Lavinia Fontana, 1578, óleo sobre tela, 127 × 104,1 cm, Davis Museum and Cultural Center, Wellesley College, Massachusetts, Estados Unidos

FATOS RELEVANTES

Lavinia Fontana tornou-se uma celebridade ainda em vida: a pintora mais procurada e bem paga de Bolonha. Seu biógrafo inicial Carlo Cesare Malvasia (1616-1693) escreveu que “todas as damas da cidade disputavam, querendo tê-la por perto [...]; a coisa que mais desejavam era que ela pintasse seus retratos”.

VOCAÇÃO p. 182 PONTO DE VISTA FEMININO p. 187 RELIGIÃO

p. 200 HISTÓRIA p. 201 NATUREZA p. 206 NU p. 209

Era de ouro holandesa

PRINCIPAIS ARTISTAS:

1585 – 1702

Geralmente considerada como tendo se iniciado por volta de 15851600, durante a Guerra dos Oitenta Anos, e continuado até o fim do século, a era de ouro holandesa foi um período em que a República Holandesa era a nação mais próspera da Europa.

Em 1648, os Países Baixos conquistaram a independência do domínio espanhol, o que deu início à era de ouro (e ao consequente aumento da prosperidade), e os artistas da República Holandesa desenvolveram estilos de pintura extraordinariamente realistas. A arte holandesa da época correspondia mais ou menos à do período barroco, quando a arte transmitia um senso de grandeza, dramaticidade e movimento. No entanto, a arte da era de ouro holandesa era menos extravagante e mais mundana. Produziu-se uma imensa variedade de gêneros de pintura, incluindo paisagens campestres e urbanas, animais, pinturas florais, naturezas-mortas, retratos, interiores e pinturas de gênero – ou cenas do cotidiano –, todas imbuídas de noções sobre a transitoriedade da vida, detalhes minuciosos e brilhantes efeitos de luz.

No cenário de grande prosperidade comercial e progresso social dos Países Baixos, o mercado da arte floresceu e várias artistas mulheres foram bem-sucedidas. Algumas ainda eram ignoradas ou

apenas trabalhavam como assistentes de familiares do gênero masculino, mas outras alcançaram grande sucesso como artistas profissionais por seus próprios méritos.

Oalegre beberrão, Judith Leyster, 1629, óleo sobre tela, 89 × 85 cm, Rijksmuseum, Amsterdã, Holanda

FATOS RELEVANTES

Em 1633, Judith Leyster foi a primeira mulher a se tornar membro da Guilda de São Lucas, em Haarlem, um privilégio que lhe permitiu abrir seu próprio ateliê e contratar aprendizes. Na pintura ao lado, representado com pinceladas vigorosas, um homem sorridente segura uma espécie de jarro ou caneco. Ele é Pekelharing, um

personagem teatral cujo nome significa “arenque em conserva”, uma especialidade holandesa.

LUTAR POR IGUALDADE p. 172 ONTBIJTJE p. 174

INDEPENDÊNCIA p. 176 VOCAÇÃO p. 182 AUTORRETRATO p. 198

NATUREZA p. 206

Barroco

PRINCIPAIS ARTISTAS: ARTEMISIA GENTILESCHI • LOUISE

MOILLON • JOSEFA DE ÓBIDOS • MARY BEALE • MICHAELINA

WAUTIER • ELISABETTA SIRANI

1600 – 1730/50

O dinâmico e dramático movimento barroco foi instigado pela Igreja Católica, em Roma, como parte da Contrarreforma. O termo oriundo da língua portuguesa significa “pérola ou pedra irregular” e foi usado retrospectivamente para descrever um movimento artístico que combinava emoção e dramaticidade com cor, contraste e realismo. O movimento começou depois que os líderes da Igreja, no Concílio de Trento, realizado de 1545 a 1563, convocaram a Igreja

Católica a se reafirmar, e muitas obras de arte foram usadas como propaganda, glorificando histórias e crenças católicas. Mesmo quando se espalhou para os países protestantes com um conteúdo menos religioso, ele continuava a destacar a emoção e a grandiosidade, o que atraía tanto a classe média quanto as mais altas. Frequentemente grande e ornamentada, a arte barroca é realista e teatral, transmitindo muitas vezes uma sensação de movimento. Como as mulheres eram proibidas de ingressar em academias de arte (que eram semelhantes às guildas), em geral eram filhas, irmãs ou esposas de artistas consagrados. As pintoras Artemisia Gentileschi e Teresa del Pò (1649-1713/1716) e a escultora Luisa Roldán (1652-1706), por exemplo, foram todas treinadas nos ateliês de seus pais. Essas artistas desprezaram muitas

das restrições a elas impostas, assim como Michaelina Wautier (1604-1689), artista flamenga que pintava retratos, pinturas de gênero e cenas históricas, religiosas e mitológicas de grandes dimensões.

Timocleia matando o capitãotrácio, Elisabetta Sirani, 1659, óleo sobre tela, 227 × 177 cm, Museo di Capodimonte, Nápoles, Itália

FATOS RELEVANTES

Elisabetta Sirani nasceu numa família de artistas de Bolonha, fez sua iniciação artística no ateliê do pai e, posteriormente, abriu uma academia para outras artistas mulheres. Segundo alguns estudiosos, seu talento artístico superava o de seu pai e de suas irmãs

mais novas. Ela se tornou a principal responsável pelo sustento da família, com um ateliê extremamente bemsucedido.

ACCADEMIA DELLE ARTI DEL DISEGNO p. 175 VOCAÇÃO p. 182

PONTO DE VISTA FEMININO p. 187 AUTORRETRATO p. 198

IDENTIDADE p. 199 RELIGIÃO p. 200 HISTÓRIA p. 201 NU p. 209

Rococó

PRINCIPAIS ARTISTAS: ROSALBA CARRIERA • ANNA DOROTHEA

THERBUSCH • MARIE-THÉRÈSE REBOUL • ADÉLAÏDE LABILLEGUIARD

• ÉLISABETH VIGÉE-LEBRUN

1720 – 1780

Jovem senhora compapagaio, Rosalba Carriera, c. 1730, pastel sobre vergê azul, montado sobre cartão laminado, 60 × 50 cm, Art Institute of Chicago, Illinois, Estados Unidos

Caracterizado pela elegância, contornos fluidos e elementos naturais, muitas vezes expressando amor, beleza e descontração, o rococó

começou em Paris, por volta de 1730, em parte como uma reação contrária aos excessos do barroco.

Embora o rococó fosse predominantemente francês, a veneziana Rosalba Carriera se tornou uma das artistas mais bem-sucedidas do movimento, trabalhando para patronos de prestígio em várias cidades da Europa. Derivado da palavra francesa rocaille, que significa “cascalho ou conchas”, o rococó surgiu inicialmente como um elegante estilo de decoração, antes de se estender à arquitetura e depois à pintura e à escultura, espalhando-se para além da França. Os pintores do rococó eram homens em sua maioria, como François Boucher (1703-1770), Jean-Antoine Watteau (1684-1721) e JeanHonoré Fragonard (1732-1806), mas entre as mulheres que adotaram o estilo durante ao menos uma parte de suas carreiras, estão – além de Carriera – Anna Dorothea Therbusch (1721-1782), Marie-Thérèse Reboul (1738-1806), Marguerite Gérard (1761-1837), Adélaïde Labille-Guiard (1749-1803), Anne Vallayer-Coster (17441818), Élisabeth Vigée-Lebrun (1755-1842) e Marie-Suzanne Giroust (1734-1772). A maioria delas ganhava a vida pintando delicados retratos em estilo rococó, embora Gérard seja mais conhecida por suas pinturas de gênero intimistas, mostrando cenas domésticas, e Vallayer-Coster, por suas naturezas-mortas.

FATOS RELEVANTES

Muito procurada por sua obra, Rosalba Carriera produziu sensíveis retratos rococó de monarcas europeus, incluindo as famílias reais da Polônia e da França. Ela também pintou o retrato de um dos mais respeitados pintores franceses do rococó, Jean-Antoine Watteau. Por seu talento, foi aceita nas academias de arte de Roma, Bolonha e Paris.

INDEPENDÊNCIA p. 176 SUSTENTO DA FAMÍLIA p. 177

ACADÉMIE ROYALE p. 180 VOCAÇÃO p. 182 PONTO DE VISTA

FEMININO p. 187 AUTORRETRATO p. 198 IDENTIDADE p. 199

NATUREZA p. 206 NU p. 209

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