A Matriz das Graças: História e a importância do Templo para o lugar.

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A MATRIZ DAS GRAÇAS: História e a importância do Templo para o lugar

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Editora Performance www.editoraperformance.com Editor: Edson Cavalcante Diagramação: w3f Capa: Ronieckson Okobayewo

Esta obra é licenciada sob uma Licença Creative Commons Attribution-ShareAlike4.0 Brasil.

FICHA CATALOGRÁFICA Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) VIANA, João Victor Lemos A matriz das graças: história e a importância do Templo para o lugar. -- Arapiraca/Alagoas: Performance, 2020.

João Victor Lemos Viana. p.178

ISBN: 978-65-87637-10-5 1. Religião 2. Igreja Católica 3. Catolicismo 4. História da Igreja 5. Hagiografia, I. Título.

CDD

Índices para catálogo sistemático: 1. Congregações cristãs, práticas e teologia pastoral

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JOÃO VICTOR LEMOS VIANA

A MATRIZ DAS GRAÇAS: História e a importância do Templo para o lugar

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Conselho Editorial Dr Matusalém Alves Oliveira Dr Washington Luiz Martins da Silva Dr Júlio Gomes Duarte Neto Dr Felipe Manoel Santos Cavalcanti Dra Maria José Herculano Ferreira de Barros Dra Carla Emanuele Messias de Farias Dr Sóstenes Ericson Vicente da Silva Dr Flávio Carreiro de Santana Ms. Maria Lucivânia Souza dos Santos

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“Por isso todos em comunhão juram prometem com devoção que reinarás ó Mãe querida eternamente em nossas vidas!”

Hino do centenário da Paróquia, 2012.

Homenagem Póstuma: Mons. Pedro Cavalcante de Oliveira, Marta Barros, Adelina Acioli da Silva Almeida, Maria de Lourdes Marinho, Maria dos Anjos Nascimento, Maria Bernadete Simões, Valdeci Cavalcante, Olga da Silva Moraes, Maria José da Conceição Graça, Filomena Maria dos Santos, Ana Bastos, Otávia de Lima Barros, Natália Ferreira da Silva, Valdecila de Lemos França, Janete Cavalcante, Zilda Freitas e Letícia Duarte Freitas.

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DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos inúmeros devotos, paroquianos e amigos de ontem e de hoje da Matriz de Nossa Senhora das Graças, em especial aos fiéis (in memoriam) que muito torceram e contribuíram para

a

realização

desta

pesquisa.

Aos

meus

professores, amigos e parceiros. Gratidão!

Ao Apostolado da Oração, grupo que eu tive a honra de ser admitido no dia 18 de Junho de 2008 ofereço com louvor esta obra. Como sou feliz por ter sido abraçado, orientado, ajudado e ali tão bem acolhido. Naquele recanto abrasador entendi o significado das palavras: simplicidade, alegria e caridade. Hoje com maior idade percebo que aprendi a ser gente e um cristão com os pés bem firmados no chão.

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AGRADECIMENTOS Agradecer a Deus, a Virgem Maria e ao glorioso São Benedito pela oportunidade de escrever o legado de um povo, depois a meus pais Mozart e Dorcas que muito se esforçaram para a conclusão do curso de Comunicação Social - Jornalismo.

Esta obra é fruto de alguns anos de pesquisa, em 2010 fiz a primeira anotação, em 2012 o amigo Tarciso me apresentou novos horizontes de pesquisa e agora, no tempo de Deus, compartilho os frutos deste trabalho. Aqui está o pouquinho de cada cidadão do bem que passou pela minha infância e adolescência contribuindo para a formação cristã e para a vida social.

Os resultados das inúmeras noites sob os livros resultaram no meu trabalho de conclusão de curso (TCC) e hoje com um vultoso acréscimo de informações se torna uma obra referendada.

Agradeço de forma especial aos amigos, professor

Antônio

Tarciso

Ciríaco

da

Silva,

professora Ivanilda Farias da Silva, professor José Alberto Viana Gaia, ao jornalista Edberto Ticianelli, a folclorista Josefina Maria Medeiros Novaes e a pesquisadora

Gisela

Pfau

de

disponibilidade, orientação e apoio.

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Carvalho

pela

Sumário PREFÁCIO..............................................................................13 ORIENTADORA....................................................................16 COORIENTADOR.................................................................18 INTRODUÇÃO......................................................................20 CAPÍTULO I ENTENDENDO O ESPAÇO GEOGRÁFICO....................22 Evolução do bairro e da Igreja........................................26 Os Bondes na Levada.......................................................37 O Troca-Troca no nome da Praça...................................40 Testemunhos que evidenciam a história.......................43 Descrição das famílias localizadas no bairro da Levada no início do séc. XX:..........................................................49 Família de Joaquim Ciríaco.............................................49 Família de José da Silva Moraes e d. Rita Emília de Moraes................................................................................49 Família de D. Maria Tobias da Silva..............................50 CAPÍTULO II 1912, A CRIAÇÃO DA PARÓQUIA!..................................52 Primeiros dias da Administração...................................59 As primeiras Associações Religiosas..............................61 Apostolado da Oração......................................................61 Imitação do Coração de Jesus:.........................................65 Sociedade São Vicente de Paulo.....................................67 Pia Associação das Senhoras da Caridade....................69 Associação da Doutrina Cristã........................................70 - 10 -

Confraria do Santíssimo Rosário de Nossa Senhora...71 As obras da nova Matriz..................................................75 CAPÍTULO III MATRIZ DE NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS E A IMPORTÂNCIA DO TEMPLO AO LUGAR.................83 Mons. Oliveira, um visionário destemido.....................84 A efervescência da Levada..............................................86 Novas Associações no campo pastoral..........................93 Liga Católica Beneficente de São José............................93 Pia União das Filhas de Maria........................................95 A Padroeira........................................................................96 O histórico da peça...........................................................99 A prospecção da peça.....................................................100 Os Congressos Eucarísticos Paroquiais.......................100 O 1º Congresso Eucarístico Paroquial das Graças: Abre Alas da Ação Católica em Alagoas...............................100 Paróquia Inamovível......................................................106 A Irmandade do Santíssimo Sacramento....................109 O 2º Congresso Eucarístico Paroquial: A Instalação oficial da Ação Católica e o marco das festas jubilares de Dom Ranulpho – O princípio de um Congresso Provincial.........................................................................111 A Abertura do Congresso..............................................114 Encerramento do Congresso.........................................115 O milagre de Maio..........................................................119 A segunda grande reforma............................................124 Um Político além-fronteiras..........................................128 - 11 -

Do Popular ao Ideal.............................................................128 CAPÍTULO IV PROTAGONISTAS DA HISTÓRIA..................................136 A famosa Scholla Cantorum das Graças...........................136 CAPÍTULO V O RETRATO DA LEVADA................................................158 ANEXOS................................................................................167 CONSIDERAÇÕESFINAIS.................................................169 REFERÊNCIAS.....................................................................172

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PREFÁCIO

Fruto de uma pesquisa acadêmica, este livro do jornalista João Lemos o inscreve definitivamente entre os raros cidadãos alagoanos que valorizam a história e a cultura do seu lugar e se embandeiram desta causa com a mais nobre das intenções. Na maioria das vezes não há perspectivas de ganhos materiais para quem adota tais valores. Raro também o reconhecimento público. A satisfação será sempre pessoal, intelectual. Quem assim procede valoriza a história

por

seu

caráter

científico,

que

metodologicamente busca a apropriação do real e a partir deste conhecimento apresenta generalizações, sempre admitindo o seu relativismo.

João Lemos não é dos que se contenta em “saber” a história. Adota uma práxis que o leva também a “fazer”. É comum vê-lo empunhando espada em defesa da cultura tradicional, tal qual um “Mestre” enfrentando o “Rei” em um Reisado.

Na presente

obra, mergulha com rigor

metodológico no passado da Levada, bairro de Maceió que se construiu tendo como importante - 13 -

referência à paróquia e a Igreja de Nossa Senhora das Graças. No aspecto memorialístico, a obra valoriza o componente humano e religioso como sendo o indutor das transformações acontecidas no largo das Graças,

parte

propriedade

de

do

antigo

Francisco

sítio de

Ponta Santa

Grossa, Maria

e

inicialmente ocupado por uma humilde capela. Era uma parte da cidade com sítios e alagadiços. As poucas ruas então existentes forneciam abrigos miseráveis para os mais desassistidos da cidade.

Para João Lemos, foi o olhar cristão que primeiro identificou estas condições sub-humanas de vida na Levada. O relato do vigário João Barbosa Cordeiro, em 1851, revelou o lugar era um verdadeiro asilo de pobres, doentes, dormindo sobre esteiras no chão, com febre e sem cobertores. Viviam da pesca e do pequeno comércio no cais da Levada, porto para as mercadorias que chegavam ou saiam de Maceió pela Lagoa Mundaú. Outros faziam biscates ou trabalhavam como carregadores no Mercado Modelo, do outro lado do canal, onde foi o Colégio Estadual de Alagoas e a Secretaria de Educação. Outros vigários e moradores mais antigos também contribuíram para recuperar a história da Levada e principalmente, de sua igreja Matriz. A pesquisa faz questão de identificá-los, trazendo-os a - 14 -

cumprirem o papel que lhes cabe: o de verdadeiros agentes transformadores, personagens históricas, portanto.

Alagoas agradece ao jornalista João Lemos por nos revelar uma história de humanos. Que persevere na sua obstinada caminhada em defesa dos nossos valores culturais e históricos.

Edberto Ticianeli Jornalista e editor do Portal História de Alagoas

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ORIENTADORA Com alegria e imenso orgulho saudamos esse livro, fruto de vasta pesquisa, quando da elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso - TCC em Jornalismo, realizada por nosso, então aluno, João Victor Lemos Viana.

Um trabalho de resgate da história da Paróquia de Nossa Senhora das Graças e seus impactos para o bairro da Levada e demais regiões da zona sul de Maceió. Sem dúvidas é um registro valioso, que se reveste de uma importância e relevância por trazer para as futuras gerações o resgate e a preservação da nossa história, através dos arquivos, entrevistas e fotos da relevância da Igreja das Graças para todo o desenvolvimento político, social e econômico do bairro.

Desta forma, o Curso de Comunicação Social Jornalismo e Publicidade e Propaganda do Centro Universitário CESMAC, mostra através do trabalho de seus alunos a sua contribuição para o resgate, valorização e memória de seu povo. Ao João Lemos nossos agradecimentos e o desejo de que esse seja apenas o primeiro de uma série que com certeza ainda nos brindará.

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Carinhosamente, Silvia Lemos Falcão Procópio Coordenadora do Curso de Comunicação Social CESMAC

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COORIENTADOR

“Motivos para Celebrar” Conhecer a história do desenvolvimento de um lugar é a forma mais segura de conduzir o assertivo desenvolvimento de um espaço e suas dinâmicas. Eliminam-se os erros resultantes e aprimoram-se as decisões futuras, para um correto planejamento de desenvolvimento dessa paisagem.

Esse assunto sempre me encantou e, nesse contexto, em 2012 encontrei João com a ideia de escrever um livro sobre o centenário da Paróquia de N. Senhora das Graças da Levada. Notando seu interesse e disposição encaminhei-o nas veredas da pesquisa: - apontando caminhos bibliográficos e testemunhais; a visão holística do assunto; a consecução de textos mais científicos, enxutos e, outros requisitos que a pesquisa científica requer.

O livro foi abortado pela insensatez dos que não enxergam o valor da história, mas o material da pesquisa ficou. E agora, me apraz que a essência desse material, fosse aproveitado nesse trabalho.

Diante dos fatos apresentados, saliento e - 18 -

agradeço: O trabalho da professora e jornalista Silvia Lemos Falcão Procópio, orientadora acadêmica na graduação em jornalismo de João Lemos, que reconhecendo a qualidade e o ineditismo nesta pesquisa, promoveu e legitimou seu aproveitamento.

A tenacidade e desvelo de João Victor Lemos Viana que, nos alvores da formação do seu intelecto profissional, descobriu sua vocação para o jornalismo investigativo.

Maceió, Maio de 2020.

Antônio Tarciso Ciríaco da Silva Prof° Ms UFAL

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INTRODUÇÃO

Temos ciência que a história é uma narrativa de fatos, ela faz com que um século caiba em algumas páginas, ou muitas páginas não contenham um

pequeno

instante.

Ela

é,

em

essência,

conhecimento do tempo, passado ou presente por meio de documentos, quer testemunhal ou escrito.

Daí que, a narração histórica situa-se para além de todos os documentos, pois nenhum deles pode ser o próprio evento, ou o passado ao vivo, mas sim a memória orientadora dos homens no seu caminhar rumo

ao

futuro.

A

todo

instante,

fluem

acontecimentos de toda a espécie, constituindo no seu bojo o que chamamos de história. É com esta visão que desejamos compreender a Paróquia de Nossa Senhora das Graças da Levada, Maceió-AL e sua importância para o lugar e o seu papel social na vida do povo. Um povo sem memória é facilmente manipulado e não tem vida própria, pois não valorizando o seu protagonismo na história repete os erros do passado. Contar a história desta Igreja Matriz, não é só resgatar a sua memória, também é munir as futuras gerações, e as de agora,

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do

conhecimento

orientador

de

ações

mais

assertivas. Ela deve ser guardada e contada sempre às novas gerações, para que possam continuar a fazer história

em

sua

contemporaneidade

com

a

consciência dos condutores e não dos conduzidos.

Neste trabalho faremos uma viagem através de um recorte na história, os fatos relatados acontecem entre 1839 a 1970. O que aprendemos e ouvimos aqui está transcrito!

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CAPÍTULO 1 ENTENDENDO O ESPAÇO GEOGRÁFICO Não se sabe ao certo o motivo da devoção a Nossa Senhora da Graça nem por quem foi iniciada a ideia da construção de uma Igreja num terreno cedido pela família Santa Maria localizado próximo à ponte da Água Negra na Ponta Grossa. O terreno onde a Capela foi erguida só foi doado por vias oficiais em 1895, através de um documento de doação feito por Mariana Francisca de Santa Maria.

Digo eu abaixo assignada Mariana Francisca de Santa Maria, que como senhora possuidora era de um terreno, sito na antiga Rua da Ponta Grossa, hoje 16 de Setembro, com duzentos e dez palmos de frente e oitenta e quatro de fundo, e enttedendo que a primitiva Capella de N. Sra da Graça, para a necessidade e conservação do culto religioso, precisava de um patrimônio de minha livre vontade, fiz doação do referido terreno para o dito fim, doação que hoje ratifico e confirmo, visto ter sido transviado o primitivo titulo de doação, a qual pelo presente fica de novo feita confirmada e ratificada, dando ao dito terreno o valor de cem mil reis (100$000) sendo que do aludido

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terreno já se (?) sem domínio e posse digo da referida Capella, hoje Egreja de N. Sra da Graça por intermérdio de um administrador ou fabriqueiro[...].Maceió, 25 de Julho de 1895. Mariana Francisca de Santa Maria (Costa, 1912, p. 03).

Quando a primeira pedra fundamental foi lançada a Levada como também a Ponta Grossa era quase toda baixa e alagada, assim descreve Lima Júnior, Inclusive a água negra, um pouco adiante do mesmo, e cuja ponte, de alvenaria e tijolos, despareceu sob o aterro. À proporção que o bairro crescia e a população aumentava, os pântanos foram secando, as levadas foram sendo drenadas e aterradas.

(Lima Junior, 1967, pg. 02).

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Figura 1 - Mapa da Levada em 1911, mostrando a abrangência do brejo das águas negras. In: Cavalcanti, 2012(adaptação).

Apud Cavalcanti 1998.

No ano de 1867 em 1º de Novembro, dia de todos os santos, o pároco da Matriz de N. Senhora Dos Prazeres, Padre Francisco Peixoto Duarte, lançou a pedra fundamental da Igreja de N. Senhora da Graça, conforme documento arquivado sob o nº 353, no Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, abaixo transcrito: Termo de assentamento da primeira pedra da Igreja de Nossa Senhora das Graças – ao primeiro de Novembro do Ano de Mil Oitocentos e Sessenta e Sete, nesta cidade de Maceió. No lugar água negra da Ponta

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Grossa, onde foi vindo o reversíssimo pároco Francisco Peixoto Duarte. para o efeito de colocar a primeira pedra da Igreja de Nossa Senhora das Graças, filial da matriz de Nossa Senhora dos Prazeres, havendo um altar onde se há de praticar as cerimônias religiosas. Dai conduziram a primeira pedra, sendo padrinhos o excelentíssimo presidente da província Dr. Antônio Moreira de Barros. O Dr. chefe da polícia José Joaquim de Oliveira e Silva. O secretário da presidência Dr. Bruno Henrique de Almeida Seabra e o Dr. Tomaz Bomfim Espíndola, comparecendo neste ato a câmara municipal, clero, irmandades e muitas pessoas gradas neste país. Edificada a pedra se continuou as cerimônias religiosas. Depois do que se mandou lavrar o presente termo em que assinam o reverendíssimo vigário, clero, padrinhos, câmara e mais pessoas do que fiz lavrar este termo. Eu, Antônio Januário de Carvalho escrivão de órfãos - Vigário Francisco Peixoto Duarte – Padre José da Anunciação Souza – Antônio Procópio da costa – Padre Ignácio Joaquim da Costa – Padre Francisco de Barros Cavalcanti de Albuquerque – Padre José vieira Marques - Padre Pedro Lins de Vasconcelos - Antônio Moreira de barros – José Joaquim de Oliveira e Silva – Bruno Henrique de Almeida Seabra – Tomaz Bomfim Espíndola – Justino Nunes da Costa, pró-presidente da câmara municipal – José Alves de Souza -Antônio Alves de carvalho – José Joaquim Tavares da

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costa – Francisco de Paula Neves – Manoel Bezerra Guedes – João Lins de Vasconcelos – Manoel Torquato ramos – Gervásio de Oliveira coelho – Manoel Joaquim de Meneses Amorim.( Apud, Lima Júnior, 1965).

Evolução do bairro e da Igreja Tomaz Bonfim Espíndola na sua obra pioneira que ele denominou: “Esboço Geográfico e Histórico da Província das Alagoas” em 1860, e na sua reedição em 1871, afirma que Maceió era constituída da cidade propriamente dita, hoje o que conhecemos como centro e apenas um bairro, o de Jaraguá, os demais eram arrabaldes e povoações sob a sua jurisdição. Cita as seguintes povoações: Trapiche da Barra, Pontal, Poço, Pajuçara, Bebedouro, Ipioca e Paripueira.

As referências que faz a Levada são duas: quando recomenda que a Rua do Rosário (atual Moreira Lima) seja alinhada em igual largura até a Levada, e, quando dá a primeira notícia encontrada sobre uma instituição religiosa na região, vinculada à tradição católica. O autor se refere à Freguesia de Maceió, que seria composta, entre outras igrejas e capelas, pela de Nossa Senhora da Graça, então

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situada no lado ocidental da Levada.

(Espíndola,

2001).

Segundo Cavalcanti: Na medida em que o sítio geográfico apresenta condições naturais adversas à ocupação, em função dos terrenos alagadiços, ele se torna menos valorizado enquanto local de moradia por parte da parcela mais abastada da população maceioense.

(CAVALCANTI, 2012, pág. 47).

O lugar passa a se firmar, então, como opção dos mais pobres que se valiam da proximidade com a região central e com o porto. Possíveis locais de trabalho e ainda tendo a lagoa mundaú considerada fonte de sustento.

Essa perspectiva pode ser observada na primeira referência feita a uma ocupação mais efetiva na área da Levada, os regos, brejos e canais da Levada eram utilizados para despejo de lixo e “águas usadas”, como revela o Edital da Câmara Municipal publicado no jornal O Correio de Maceió de 3 de novembro de 1850, destinando: O pântano adjacente à levada, e o que se acha por trás do rego da Mata, e os barracões do quartel em busca do caminho

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do Trapiche” para depósitos “de ciscos, águas, animais ou aves mortas ou qualquer outro objeto imundo. (O Correio, 3 de Novembro de 1850. Acervo da Biblioteca Nacional).

Figura 2 - Planta da cidade de Maceió, 1868 e detalhe mostrando as ruas encostadas ao canal, respectivamente. Fonte: Adaptado de Cavalcanti (1998). In: Cavalcanti, 2012.

Confirmando

o

reflexo

dessa

situação

encontramos o relato do Vigário João Barbosa Cordeiro, que faz menção à localidade em 1851. Em sua fala, o religioso deixa entrever as condições de penúria que permeava a vida desses moradores: - 28 -

É nesses tugúrios das ruas da Levada, Contiguiba1, Santa Maria, Ponta Grossa e outras dessa ordem, que servem de asilo à pobreza onde tenho muitas vezes ido confessar a essas infelizes vítimas da indigência da peste, de bexigas e de outras enfermidades perigosas que hei observado entre a mesma sociedade que parece ignorar seus padecimentos [?]. Estendidos alguns sobre uma pobre esteira de grosso periperi lançadas mais das vezes no chão humilde, sem terem ao menos trapos que lhes amaciem a grosseira cama para não se escalarem as pústulas, e terminando o sofrimento, jazem sem cobertura, tiritando ou ardendo em febre, carecendo de tudo [?] desde o caldo até a mortalha.

(Correspondência endereçada por João Barbosa Cordeiro à Presidência da Província das Alagoas. Maceió: “04/07/1851. Citado por Almeida, s/d, manuscrito)37(”).

Segundo Nascimento (2008), embora a área oferecesse condições fisiográficas pouco dignas para a sobrevivência devido ao encharcamento de suas terras e seus constantes alagamentos o comércio e a pesca foram os impulsionadores da povoação.

Segundo

Cavalcanti

(2012),

o

Almanaque

da

Província de 1840 relata o crescimento populacional

Contiguiba – era o antigo nome do espaço onde hoje se situa a Praça Deodoro, a Rua Santa Maria conservou o nome, embora 1

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de Maceió em 1839, foi tal que permitiu a geração de focos de adensamento na região das lagoas e dos canais. Assim sendo, segundo Lima Júnior (1965); “à medida que o bairro crescia e a população aumentava, os pântanos foram secando e as levadas foram sendo drenadas e aterradas”.

De Lima Júnior (1976), destacamos: O adensamento da área da Levada cresceu tão rapidamente que em 1848 já havia se consolidado uma feira livre as margens do canal e uma forte ocupação residencial, confirmando a formação de um novo bairro, que assim como o canal e o porto, se chamava Levada. (Junior, 1976, pág.25).

seu nome atual seja Guedes Gondim.

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Figura 3 - Feira livre no canal da Levada - início da década de 1910. Fonte: Acervo Particular.

Assim, no Almanaque da Província das Alagoas de 1874 e seguintes, são encontradas referências a diversas ruas já estabelecidas sobre o mangue, como a Rua da Água Negra, Rua da Levada, Rua da Aurora, N. Senhora da Graça, Formosa e Rua do Manguinho, fala ainda, acerca de uma capelinha consagrada a N. Senhora da Graça.

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Figura 4 - Recorte do Almanaque da Província das Alagoas de 1874. Fonte: acervo da Biblioteca Nacional.

O Gutemberg – Órgão noticioso do dia 15 de Maio de 1881 reforça sobre a situação do bairro populoso que é precária e sem assistência de iluminação pública; Iluminação Pública - agora que se trata de aumentar a iluminação publica da capital, vem muito a proposito lembrarmos o populoso bairro da Levada, que tem sido totalmente esquecido a semelhante respeito. Em nenhum ponto da capital mais que ali se faz sentir a falta de iluminação, o seguramente essa necessidade pesará já no espirito investigador de s. ex. o Senhor Presidente da província e do digno engenheiro fiscal de obras públicas. (O Gutemberg – Órgão Noticioso, 1881. Pág. 01).

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Na obra do escritor Pedro Nolasco Maciel, datada de 1899, trará uma importante menção ao chamado “bairro da graça”, o que evidencia a importância alcançada por aquele Templo que passaria a ser associado ao lugar, no Almanaque2 do Estado das Alagoas para o ano de 1891 a Levada já surge como o terceiro bairro da cidade; O terceiro bairro – Levada ou Ponta Grossa – abrange à ocidental da cidade. Além da depressão do terreno ao canal da Levada, no qual foram feitos ultimamente melhoramentos importantes, consistentes em aterros do paul e canalização de suas águas para uma bacia destinada a servir de ancoradouro das canoas que, pela lagôa do Norte, demandam o nosso mercado. É o bairro mais novo da cidade porém muitíssimo povoado. Suas ruas são largas, bem alinhadas e frescas, e não obstante o crescido número de casas de taipa e outras cobertas de palhas, que ali se notam.

Encontra-se já muitos bons prédios

Neste mesmo Almanak surge o Primeiro registro de um Distrito Policial no Bairro, tendo como subdelegado o Major.

Manoel Correia de Araújo e Silva com endereço à Rua 16 de Setembro, nº 50, (antes a essa data o Jornal Gazeta de Notícias informa de sua nomeação no dia 03/03/1882 sem citar o endereço do distrito). Com registro de mais três suplentes, os senhores, Domingos Antônio de Souza, João Pedro de Araújo Peixoto e Francisco Joaquim Balbino.

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solidamente construídos de tijolo e cal.

(ALMANAK, 1891, Pág.125).

O Jornal A Troça do dia 23 de Abril de 1892 trará a primeira referência sobre uma festa religiosa na localidade.

Começou no sábado de a’lelluia a Festa de N. Sra da Graça, no apreciável bairro da Levada. Tem corrido um pouco desanimada; mais lá sempre estaremos para tomar nota dos namorados chuvas que fazem das egrejas ponto de diversões. (A Troça, 1892, 23/04. Pág.2, edição 003).

Em outubro de 1894, surgem nos jornais os relatórios de subscrições para a reedificação da Capela de N. Senhora da Graça, a reforma acontece em Novembro de 1895.

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Figura 5 - Arrebaldes da Levada em 1913. Fonte: Revista Comercial de Alagoas.

Assim, a presença da Igreja certamente concorreu para o desenvolvimento urbano na região.

De acordo com notícia veiculada pelo jornal católico O Semeador em 13 de novembro de 1937, várias ruas adjacentes eram de sua propriedade e talvez, com o tempo, tenham sido alvo de melhorias.

Confirmando as informações, foi lavrado em cartório um testamento com doação de cem palmos de chão do lado direito onde está localizada a Rua 16 de Setembro como forma de pagamento de um conto de reis de Francisco de Santa Maria falecido à época.

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Nós abaixo assignados, irmãos e sobrinho, herdeiros do finado Francisco de Santa Maria, declaramos que reconhecendo o débito de um conto de reis (1.000$000) do mesmo finado a Capella de N. Sra das Graças, erecta nesta capital separamos do terreno em que está edificada a Rua “Dezesseis de Setembro” cem palmos do dito terreno do lado do norte da mesma rua para pagamento desse débito. E assim passamos e damos a mencionada Capella de N. Sra das Graças este documento para todos os fins effeitos legaes. [...] Maceió, 16 de Novembro de 1907. José Nicodemos Dias Cabral Maria José do Nascimento Serpa Thereza de Santa MariaMargarida Aurora de Santa Maria Maria Madalena de Santa Maria Sidronio Herculano de. Testª Joaquim Cavalcante de Oliveira (Livro de Tombo das Graças, 1913, pag. 9).

Relatório sobre as ruas, travessas, becos, praças e estradas de Maceió, elaborado em 1911 pelo funcionário municipal Bráulio Tavares, encontraremos uma alusão ao logradouro conhecido como Praça de Nossa Senhora das Graças cujo nome teria sido alterado em 1909 para Praça Guimarães Passos. O conjunto, composto de Praça e Capela, tem sua localização esquemática mostrada na fig. 2. (A praça retomaria seu antigo nome entre 1937 e 1938, após a realização de um congresso eucarístico no lugar.) Nesse relatório de 1911, a Levada aparece como o segundo bairro da cidade em número de - 36 -

logradouros, com um total de 33 ruas, 3 travessas, 3 praças e 6 estradas, atrás apenas do núcleo intitulado Maceió. (apud Cavalcanti, 2012).

Figura 6 - Vista do porto da Levada em 1912. Fonte: Acervo Particular.

Os Bondes na Levada Outro projeto importante que trouxe ao bairro novos melhoramentos foram às linhas do bonde sobre tração animal, sua inauguração se deu no dia 24 de Julho de 1899. Transcrevemos nota publicada no jornal O Rebate: Realizou-se no dia 24 do corrente a ansiosamente esperada inauguração do ramal da companhia de Carris Urbanos, que liga Maceió ao populoso bairro da Levada.

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O acto de inauguração foi revestido de alguma solenidade, tendo comparecido o cidadão governador e seus secretários, funcionários públicos, magistrados e representantes da imprensa. O Apostolado Republicano e esta folha fizeram-se representar. (O Rebate, 1899, p. 02, edição 18).

Lima Júnior descreve o itinerário dos bondes puxados por burros em seu livro Maceió de Outrora: Praça Sinimbu, ruas da Praia e Barão de Anadia, Praça da Catedral, ruas do Sol, 1ºde Março, 16 de Setembro, parando em frente à Igreja de Nossa Senhora das Graças de onde voltavam. (Maceió de Outrora, 2001. Pag. 36).

Os bondes de tração animal circularam até o ano de 1914 quando na capital foram inauguradas as linhas sobre condução elétrica. De acordo com Lima Júnior foi em Junho de 1914 que a primeira tabela com o itinerário dos bondes elétricos estava publicada: Martírio via Levada: Pajuçara, Jaraguá, Praça Sinimbu, ruas Libertadora Alagoana, Barão de Anadia, Comércio e Livramento, Praça Deodoro, ruas do Capim e 16 de Setembro, Praça Guimarães Passos, Rua Coronel Cahet e Praça dos Martírios. (Maceió de Outrora, 2001.

Pag. 39).

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Outra curiosidade descrita por J. Silveira com relação aos pequenos veículos: Havia ainda, um bondinho que o povo chamava ‘caixa de fósforo’, por ser muito pequeno, linha de menos de um metro, tipo decauville, que servia a Levada, Farol, e fazia circular. Subia pela Rua da Praia, lado esquerdo, entrava pelo Barão de Anadia, dobrava depois a 2 de Dezembro, a Praça Pedro II, a Rua do Sol (...) O circular fazia esse percurso e o da “Levada” descia a Rua do Açougue, atual Moreira Lima. (Maceió de Outrora, 2011. Pag. 34).

Anos

mais

tarde

Mangabeiras,

Jaraguá,

Bebedouro e Levada às viagens aconteciam de hora em hora.

Figura 7 - Bonde com destino à Levada na Rua do Comércio em 1916. Fonte: Acervo pessoal.

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O Troca-Troca no nome da Praça A primeira denominação dada ao largo defronte a Capela está publicada no jornal O Evolucionista de 26 de dezembro de 1905 se referindo ao logradouro como Praça de Nossa Senhora da Graça, de acordo com Dona Léa Souza de Carvalho antes mesmo do largo se chamar “da Graça” era chamado de “21 de Abril”. Com a morte do poeta alagoano Sebastião Cícero dos Guimarães Passos em 9 de setembro de 1909, o fato trouxe mudanças importantes para o espaço.

Comovidos com o trágico desaparecimento de um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras em Paris um grupo de intelectuais propõe a mudança do logradouro para Praça Guimarães Passos. O Conselho Municipal reunido no dia 27 de Setembro de 1909 aprovou por unanimidade, ao que parece, a unanimidade só aconteceu no Conselho pela Lei de Nº 148 de 30 de Setembro de 1909. A antiga 21 de Abril, Largo da Graça passou a se chamar Guimarães Passos.

Um mês depois da aprovação, no dia 10 de outubro, houve uma série de homenagens ao poeta e entre elas uma caminhada no final da tarde entre a Igreja da Catedral e à Praça Guimarães Passos onde - 40 -

foi afixada a placa comemorativa pintada por João Carvalho. O ato contou com a participação dos alunos de várias unidades de ensino, associações de classe, imprensa e o governador do Estado, Euclides Malta.

O

préstito

caminhou

acompanhado

pela banda da Polícia Militar. O orador do evento foi o

acadêmico

de

Direito Virgílio

Guedes,

as

homenagens a Guimarães Passos continuaram à noite na Sociedade Perseverança, onde Paulino Santiago usou da palavra para elogiar a obra do falecido.

Em maio de 1911 os jornais noticiam que havia outra proposta dos moradores católicos liderados por um professor para que o Conselho Municipal aprovasse a volta do nome original de Praça de N. S. das Graças — agora no plural.

Com a criação da Paróquia, em 13 de dezembro de 1912, ganha força a denominação Praça das Graças, entretanto, a pendenga parece ter durado muito tempo. Até 1917 ainda havia referência nos jornais aos dois nomes. O nome só foi oficializado de fato “Praça Nossa Senhora das Graças” após a realização do 1º Congresso Eucarístico Paroquial no local em 1937, um dos legados deste evento foi à oficialização

do

nome

tendo

a

liderança

Monsenhor Pedro Cavalcante de Oliveira.

- 41 -

do

Esta

pesquisa

encontrou

a

citação

da

existência de um grupo escolar na Praça das Graças em abril de 1906.

O amplo

espaço da

praça

permitia

que

naturalmente fosse ocupado para os eventos festivos do bairro e da própria Igreja. Um registro de 15 de janeiro de 1910 no Gutenberg revela a presença de folguedos populares no local ao anunciar que no dia seguinte à tarde haveria um Quilombo na Praça Guimarães Passos. Além dos eventos festivos de fim de ano e ano novo, as festividades de Nossa Senhora das Graças atraiam muita gente, principalmente os moradores dos bairros vizinhos.

Mas nem tudo era alegria nestes encontros populares como demonstrou em 30 de setembro de 1917 o Diário do Povo, que elogiou o secretário do Interior (hoje Segurança) por proibir os jogos de azar na

Praça

festividades

Guimarães

de

Nossa

Passos

Senhora

durante das

as

Graças,

denunciou o jornal.

Nossos aplausos à digna autoridade que soube moralizar as festas religiosas que ali se estão realizando, mesmo porque já não estamos nos ricos tempos em que lá para aquelas bandas o Sr. Manoel Luiz da Paz cobrava impostos e enchia os bolsos nas

- 42 -

festas populares. (...) A coisa agora muda de figura, porque temos um governo que não permitem absurdos nem espertezas arruaceiras como as que se repimpavam na marujada da Flor do Mar. (O Diário do Povo, 30 de Setembro de 1917).

Testemunhos que evidenciam a história De

acordo

com

testemunho

do

Reverendíssimo Monsenhor Luiz Barbosa, conforme ouviu muitas vezes o saudoso Cônego Luiz Sarmento: O da Levada Canal até o início do século XX chegava até os fundos do Colégio de São José, no Parque Rodolfo Lins, onde aportavam canoas e barcaças trazendo mercadorias das circunvizinhanças lacustres. (informações colhidas com o Côn.

Sarmento).

Fato esse testemunhado na década de 1970, pela grande organista Isaura Palhares e pela célebre cantora sacra, alagoana de Rio largo, Maria dos Anjos do Nascimento, ambas, musicistas de Igreja, as quais afirmam: que no ano de 1912 carregaram muito tijolo do porto da Levada para a construção da nave central da Igreja de São Benedito situada na outrora Rua do Alecrim, atual Barão de Alagoas (por essa - 43 -

época só a capela mor achava-se concluída e funcionando nela os ofícios religiosos). Outro fato relevante que confirma esses dados foi à presença de muitas cascas de sururu e outros crustáceos encontrados em escavações, realizadas no início da década de 1970, quando, o Côn. Luiz Geraldo Sarmento escavava, junto à parede do fundo da Igreja

de

São

Benedito,

para

reforçar

e

impermeabilizar seus alicerces.

Conforme Maria Léa Souza De Carvalho 3, que foi criada por seu avô, Benedito Nunes Leite, filho do Cel. Domingos Nunes Leite, confirma o processo de organização da Igreja das Graças. Seu avô foi um dos patrocinadores para a construção da referida capela.

Meu bisavô chamava Domingos Nunes Leite, português legítimo, era primo de Jacinto Nunes Leite construtor da Igreja de Santo Antônio e do casarão dos Nunes Leite onde moravam em Bebedouro, os mesmos eram donos da Fundição Alagoana Nunes Leite e Cia. Ele foi um dos benfeitores para a construção da Capela de Nossa Senhora das Graças no final do séc. XIX, próximo à língua negra da Levada. A região neste período já era muito habitada, pode se dizer que o bairro da Levada nasceu, cresceu e se (Residia na Rua Miguel Omena n° 284. No bairro do Prado em Maceió, até vim a falecer em Maio de 2016).

3

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desenvolveu em torno da Matriz das Graças.

A Capela tinha feições simples de quatro paredes de alvenaria e pedras retiradas do fundo da lagoa por devotos, coberta e sendo baixa. A praça em frente à Matriz ainda não existia, já havia algumas casas de belas fachadas nas Ruas Dezesseis de Setembro, das Vitórias, Formosa entre outras. Já pros lados do mercado e brejal muita vegetação de mangue, os brejos e casas de pau a pique dos pescadores. Ali, após a ponte da água negra havia um grande sítio com um casarão no centro e de lá descortinavam mangueiras e cajueiros até desembocar na Ponta Grossa, isso se bem recordo no começo dos anos de 1930 ainda eram bastantes os sítios naquela região e redondezas onde é a Praça Santo Antônio, a Rua Santo Antônio, Rua São José, 4Rua Santa Tercila, Praça Santa Tereza indo até os lados do trapiche. Por volta de 1890 Domingos Nunes Leite mais uma gama de benfeitores com licença do Vigário da Catedral organizaram a construção de uma nova

Rua Santa Tercila – Começa no encontro da Rua Santo Antônio e termina no encontro com a Rua Santa Fé.

Homenagem a D. Tercila Gato da Silva Nogueira. É a atual Manoel Lourenço. Dona Tercila, neta do Sr. Antônio da Silva Gato, foi casada com um guarda livros, o Senhor Nogueira. Em meados de 1964 foi apresentado na Câmara Municipal, o Projeto dando a essa rua o nome de 31 de Março, data do movimento que depôs João Goulart, mas não foi aprovada a mudança. Depois passou a se chamar Manoel Lourenço, este era proprietário e negociante da Levada.

4

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Igreja,5 Construíram uma capela mais ampla e condizente com as necessidades do local, inaugurada em 1895.6 Meu bisavô doou também o sino para a comunidade, este que acredito que seja o que se toca nas celebrações. No seu falecimento foi doado para o patrimônio da santa uma casa de frente para a Praça onde o hoje é a Free Peças. (Relato obtido em 13.02.2015).

O relato da Sr.ª Léa encontra respaldo em testemunhais de descendentes de quatro grandes famílias que fixaram residência entre a Levada e a Ponta Grossa no início do séc. XX, a saber:

Confere com o que relata Tomas Bonfim Espíndola em sua primeira edição de 1860 e repetida em 1871 quando fala da existência de uma Igreja dedicada a N. Senhora das Graças no lado ocidental da Levada, ou seja, antes do lançamento da pedra fundamental deste templo, já havia outra no mesmo local e com a mesma invocação.

6 Há de se supor que essa conclusão foi parcial, pois segundo relato, devidamente documentado, de Cavalcanti, (2012), a conclusão definitiva do templo ocorreu no ano de 1929.

5

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Figura 8 - Planta do bairro da Levada em 1911. Fonte: Adaptado de Cavalcanti (1998), (in: Cavalcanti, 2012).

Intervenções para presente apresentação.

A figura apresentada no relatório sobre as Ruas, Travessas, Becos, Praças e Estradas de Maceió, onde se mostra: 1. – Localização da Igreja e da praça (área em vermelho).

2. - Propriedade de José da Silva Moraes e D. Rita Emília de Moraes.

3. - Propriedade de Felix Bandeira (in memorian).

4 e 5. - Propriedades de José Amaro de Oliveira (Havia ainda por essa época muitas famílias - 47 -

detentoras de terras nessa região, como por exemplo): 5 - Os Gatos, com propriedades que iam dos fundos da Rua Botafogo até o fim da

Celeste

7

Bezerra.

6 - Nogueiras com terras no início da 8Rua Santo Antônio e pros lados do Trapiche.

7 - Santa Marias, com terras na Levada, Ponta Grossa, Prado e Trapiche; (8 - Amorins, com propriedade nos fins da Ponta Grossa em confluência com o Trapiche).

Celeste Bezerra da Silva – Antiga Rua Bela, 03 de Maio e Calabar. D. Celeste, senhora modesta, foi atropelada e morta por um automóvel no dia em que foi eleito Governador do Estado o Dr. Silvestre Péricles de Góes Monteiro. Dirigia-se para votar naquele cidadão, sendo essa então a razão do então Prefeito de Maceió, Dr. João Teixeira de Vasconcelos, dar o nome a essa Rua. 8 Rua Santo Antônio - Limita-se com a ponte D’água negra e a Rua de mesmo nome, foi o primeiro logradouro público em Maceió a ser beneficiado com pavimento asfáltico, resultado de uma parceria entre a prefeitura e a empresa aérea Panair do Brazil, que tinha um terminal aeroportuário no Vergel do Lago.

7

- 48 -

Descrição das famílias localizadas no bairro da Levada no início do séc. XX: Família de Joaquim Ciríaco →

De Joaquim Ciríaco que vindo do

Engenho do Poço Grande, no outrora município da Capela, e hoje pertencente a Cajueiro, assentou residência na referida Praça das Graças na casa hoje sob o nº 281, no ano de 1897, lá permanecendo até a década de 1930. Em 1936, sua filha, Maria Umbelina da Conversão (D. Yáyá), após ficar viúva, muda-se para

Maceió

com sua

família,

onde

fixaram

residência no início da Rua de Santo Antônio, junto ao sítio dos Moraes.

Família de José da Silva Moraes e d. Rita Emília de Moraes →

Na família de José da Silva Moraes e D.

Rita Emília de Moraes (D. Ritinha) que adquiriram um grande Sítio nessa região, provindos do município de Murici, na primeira década do século vinte. Duas filhas desse casal, Clarice e Maria José (Lia).

A

primeira

(Clarisse)

casou

com

João

Cavalcante Lima (JOCA), um primo-irmão do Padre

- 49 -

Pedro de Oliveira Cavalcante, pois foram criados juntos pela mãe do mesmo. A segunda, Lia, casou com Ambrósio Conversão Ciríaco que era neto do velho Joaquim Ciríaco. Um irmão de Lia e Clarisse, Victorino casa-se com D. Didi (Águeda de Oliveira Moraes), cujos pais, o Sr. José Amaro de Oliveira e Dona Ignez Alves de Oliveira, proveniente de Correntes/Pernambuco,

nos

anos

1910,

era

proprietários de terras na atual confluência da Rua Santos Dumont (antiga s. Benedito com a Rua Tiradentes (antiga Santa Júlia), onde tinhas vacaria e banheiros assim como, vendiam agua potável a população. O mesmo Sr. José Amaro, após ficar viúvo, casa com D. Clarinda Leite e adquire, na década de 1930, na região da Praça de Santa Tereza, outro sitio de terras que deixou para suas outras filhas, Marina e Maura Leite. O casal, Vitorino e Didi casaram nos idos de 1925, e foram proprietários do sítio dos Remédios (hoje Coqueiro Seco), e, de um outro no Trapiche da Barra de frente a atual Matriz de São José.

Família de D. Maria Tobias da Silva →

A família é a de D. Maria Tobias da

Silva, viúva de José Tobias de Almeida e Silva, e - 50 -

parenta de Mons. Tobias, proveniente de Salomé, (à época pertencente a Penedo, e atualmente Município de São Sebastião). Chegam ao Bairro da Levada em plena revolução de 1930, e fixa residência também, no início da Rua de Santo Antônio, junto à família dos Moraes e dos Ciríacos. 9Um dos filhos de D. Maria, Jose Tobias da Silva casa com D. Berenice Ciríaco, filha de D. Yáyá. D. Maria Tobias foi uma participante ativa da paróquia das Graças, desde 1930, tendo integrado a Liga Católica de São José, participou tenazmente junto ao Padre Oliveira da construção do Asilo D. Bosco, de forma que, teve inserido

seu

nome

na

placa

de

bronze

da

inauguração do mesmo, trabalhou na Liga de São José até o ano 1958, quando foi morar em S. Paulo, donde retorna no ano de 1965, voltando a frequentar a Igreja das Graças. Era de missa diária engajada nos movimentos

da

arquidiocese,

foi

Junto

com

Deusdeth Cerqueira e Marieta Barbosa (Irmã do Mons. Luiz Barbosa), uma das fundadoras do Movimento do Coração Eucarístico e da Hora dos Apóstolos na Igr. Do Rosário.

9

Dados da Pesquisa de Campo.

- 51 -

CAPÍTULO 2 1912, A CRIAÇÃO DA PARÓQUIA! Não se puderam precisar quais sacerdotes assistiram a Capela das Graças do ano de 1867, data de sua pedra fundamental, até o inicio do séc. XX. Segundo Lima Júnior (1965).

Antes de Ser Criada a Paróquia, foram Capelães e Padres Paulo e Maximino Cottart, de Nacionalidade Francesa. Ambos Pertencentes à Congregação do Sagrado Coração de Jesus. (Lima Júnior, Igreja e Capelas de Maceió – 1965).

Esta congregação chegou a Alagoas no ano de 1904, através dos documentos descobrimos que antes da chegada dos Missionários do Coração de Jesus eram os párocos da Matriz de N. Senhora dos Prazeres que davam assistência e além destas afirmações os testemunhos orais de “ouviu dizer” confirmam os relatos de que o Cônego Otávio Costa, esteve presente entre 1899 e 1907, sendo precedido pelo grande orador sacro alagoano o Cônego João Machado de Mello ambos párocos de N. Senhora dos Prazeres. Outra curiosidade é sobre Monsenhor - 52 -

Manuel Ribeiro Vieira que foi transferido da Paróquia de Penedo para a Capela das Graças em 1908 -1909.

Confirmando

as

afirmações

precedidas

encontramos no Jornal O Evolucionista de 16 de Janeiro de 1906 o nome do Cônego Otávio Costa como Vigário da capelania da Levada dirigindo às atividades da festa a padroeira daquele ano.

Anterior a 1899 a Capela estava sob os cuidados do Padre José Joaquim da Costa e segundo o Jornal Maceió - Órgão Noticioso as celebrações de fim de ano eram repletas de presépios vivos e ensaios de folguedos.

Estamos informados de que o aprazível arrebalde da Levada estará hoje na pontíssima, pois além dos ensaios gerais de diversos presépios ali existentes, haverá ensaio geral de vários folguedos em frente à Capella de N. Sra. da Graça (Maceió-órgão noticioso, 1897, p. 02 edição 17).

Neste período os jornais já divulgam a Festa de Nossa Senhora das Graças como sendo um evento de grande prestígio na cidade, consta na mesma edição de O Evolucionista citado a primeira relação que se sabe por dos Juízes e Juízas (benfeitores) da festa do ano de 1906 com um número de 200 - 53 -

participantes.

Figura 9 - Praça das Graças, 1960. Fonte: MISA.

A criação da Paróquia das Graças não ocorreu em passos largos, todo o processo desde a benção da pedra fundamental até este acontecimento é parte da construção de uma identidade religiosa e social. Com a chegada de Dom Manoel Antônio de Oliveira Lopes o desejo das novas paróquias na Diocese de Alagoas foram intensificadas.

Para isso, foi enviado para a Capela das Graças o Mons. Antônio Tobias da Costa cuja missão foi de preparar o espaço seis meses antes da criação da Paróquia.

Do justo e santo desejo, nutrido no coração de V. Exª, de ampliar a cura das almas nesta

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querida Diocese, nasceu a modesta Paróquia das Graças. O zelo sempre vigoroso do príncipe da Egreja Alagoana veio oportunamente amparar a legítima aspiração do povo deste bairro que, a olhos vistos, floresce em todas as modalidades do progresso material, e, portanto necessário se tornava encaminha-o egualmente no evoluir espiritual, o que V. Exª inspiradamente dignou-se fazer, erigindo-o em parochia desmembrada do Curato da Sé em provisão de 13 de Dezembro de 1913. (Relatório da P. das Graças, 1914, p. 02).

O Projeto de criação da Paróquia foi elaborado por Dom Manoel Antônio de Oliveira Lopes respondendo aos anseios pastorais que a capital desejava. Os olhos do bispado se voltaram para os Arrebaldes de Maceió, a Levada por já ter uma comunidade consolidada foi à primeira dentro da cidade a receber as atenções para o fortalecimento da Fé e do convívio social.

Portanto, consciente das necessidades exigidas em 13 de Dezembro de 1912 o então Bispo de Alagoas resolve por meio de provisão criar a Paróquia de Nossa Senhora das Graças.

Provisão de erecção da Freguesia de Nossa Senhora das Graças da Levada D. Mannoel Antonio de Oliveira Lopes por mercê de Deus e da santa Sé apostólica, bispo de Alagôas. Pelo

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presente, atendendo ao maior proveito espiritual de uma porcção do nosso querido rebanho, havemos por bem erigir, como de facto a erigimos, a Parochia de Nossa Senhora das Graças, que, desmembrando-a do curato da sé, constituída será pelo território compreendido entre o oceano atlântico, as lagôas do norte e manguaba e os trilhos da great wertrsn, a partir da estação central até o ponto denominado baixinha, onde se cruzam aquelles trilhos e os da companhia “trilhos urbanos”. Assim erigida e constiuida a nova paróchia, submetemos á jurisdicção parochial do sacerdote a quem nos aprouver confiar a sua regência todos os habitantes do território supra descripto, nos quais mandamos que doravante reconheça o dito sacerdote por seu legítimo pastor. Erigimos em Egreja Matriz da nova Parochia a Capella de Nossa Senhora das Graças, vulgo da levada, sita no logar do mesmo nome, a qual, por isto, passa a ter todas as prerrogativas e privilégios, que competem a uma egreja Matriz. Pelo que deverá possuir um sacrário onde se conserva com a devida decência, culto e reverencia o precioso tesouro da santíssima eucaristia alumiada de dia e de noite, por uma luz alimentada com óleo de oliveira ou, em sua falta, por outro óleo vegetal, terá uma pia baptismal fixa comtendo o que se requer para a administração solenne do sacramento do baptismo, e possuirá tudo o que se exige e é necessário a uma Egreja Matriz

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regularmente provida. E como a capella ora erigida em Matriz, por acanhada e desprovida dos comandos necessários não tem as dimensões e o aparelho que deve ter uma Egreja Parochial, exortamos a todos fieis da nova Parochia, a que concorram cada um na altura de suas forças, para que quanto antes seja ella augmentada e possa ter tudo quanto se faz mister. Mandamos que a festa de Nossa Senhora das Graças, titular desta nova Parochia, se celebre todos os anos, no dia marcado pelo calendário desta Diocese com a solenidade devida e com verdadeiro respeito de devoção chistã.

Mandamos também que seja creado o archivo da parochia, possuindo o mesmo todos os livros e o mais que nelle se deve encontrar. Mandamos finalmente, que se observe tudo o que, com relação ás Parochias é determinado pelo direito, por disposições diocesanas e por legítimos costumes. O Revm° Parocho que por nós for primeiro nomeado remeta uma copia desra provisão aos Revm°s Vigários de Alagôas e Santa Luzia do Norte, á jurisdicção dos quaes pertenciam as ilhas situadas na lagôa manguaba e que ora, por este nosso acto, passara a pertencer a nova Parochia, devendo ainda remeter uma copia ao Rem° Conego Cura da Sé, para inteiro conhecimento e direção dele, e para que leiam a seus parochianos no primeiro domingo depois do seu recebimento, á estação da Missa Conventual, compromisso depois registral-a e archival-a na forma de

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estylo. Seja a presente lida na Egreja Matriz da nova Parochia, no dia da posse do primeiro parocho, transcripta integralmente no livro de tombo archivada na forma de costume. Dada e passada nesta cura spiscopal de Maceió, sob nosso signal e sello de nossas armas aos 13 de Dezembro de 1912. Em, Conego José Mauricio da Rocha, Secretário do Bispado, a escrevir.

(Assignado) + Manuel, Bispo de Alagôas.

(Livro de Provisões, 1902-1918, p. 122).

Quando a Paróquia foi criada passou a ser capelania das Graças as seguintes Igrejas: Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens e Igreja de N. Senhora dos Remédios – Coqueiro Seco, Igreja de Nossa Senhora da Guia – Trapiche da barra, Igreja de São Sebastião – Pontal da Barra e Capela do Cemitério da Piedade.

Os dois primeiro batizados, realizados na recém Paróquia foram segundo consta no livro de registros: Batizado Nº 01, de uma menina, Thereza, filha natural de Thereza de Jesus e Tendo como padrinhos: Joaquim de Oliveira Vilela e Josefa Vilela Vanderley, em Janeiro de 1913 (dia omitido).

Batizado Nº 02, de outra menina, Sophia, nascida em 26 de setembro de 1912, filha natural de Mariana Luísa da Conceição e tendo como padrinhos: Antônio Cordeiro dos Santos e Josefa Maria Luísa, - 58 -

no dia 22 de Janeiro de 1913.

O primeiro casamento registrou-se in periculo mortis danubente10, realizado na Rua Paulo Afonso, nesta Paróquia, na residência de Tertuliano José do Bomfim; eram os nubentes: Tertuliano José Maria do Bomfim e Felicidade Maria da Conceição de Jesus; ele com 36 anos, natural desta Diocese, e filho legítimo de Manoel José do Bomfim e Thereza Maria do Bonfim. Ela, com 30 anos, natural da Diocese de Minas, filha legítima de Deolindo Amâncio de Jesus e Dorothéa de Cula. Testemunhas do ato: Bomfim e Galdino, Francisco dos Santos e Francisca Lopes e de Arrochelas. Todos estão assinados Vigário Antônio Tobias da Costa.

Primeiros dias da Administração Para ser o primeiro pároco Dom Manoel diante dos trabalhos realizados pelo Mons. Antônio Tobias da Costa resolve o nomear pároco em provisão encomendada de 17 de Dezembro de 1912, tomando posse em 12 de Janeiro de 1913 no meio de grande júbilo do povo que carinhosamente o acolheu.

O termo “in periculo mortis danubente” – significa “até que o perigo da morte os separe”.

10

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Ao entender quais as necessidades exigidas para uma paróquia, o Mons. Tobias despertou a curiosidade para reconhecer o campo sócio religioso do bairro.

Ainda que fizesse parte da nossa prospera Capital, e consequentemente desta esperasse a comunicação vital do progresso e civilização, contudo, sendo a habitação do povo pobre e humilde, ia sendo esquecido e desvalorizado pela opinião popular, e até certo ponto, dizem, olvidos pelos poderes públicos na distribuição dos benefícios urbanos. (Antônio Tobias da Costa, Relatório de 1914, p. 05).

E reconhecendo a problemática do subúrbio revela um lado escondido da população que não é citado nos livros ou jornais.

Se não encontrei um povo germinamente catholico e diciplinado nos deveres chistãos, encontrei, contudo, um povo dócil em sua maioria, de tendências bem acentuadas a Fé do Crucificado, generoso em auxílio às necessidades do culto e comprovadamente respeitador da autoridade parochial. Nestes bellos e merecidos adjetivos, com que, sem lisonja, classifico a índole do povo desta parochia. Se veem distritamente firmados os alicerces de uma parochia prospera e um campo aberto ao zêlo parochial. (Antônio Tobias da Costa, Relatório de 1914, p. 05).

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Para melhor atender as obrigações do culto o então vigário verificando o terreno religioso da Paróquia, procurou atrair dentro das condições precárias da comunidade as inúmeras famílias ali residentes

fomentando

a

criação

de

muitas

associações religiosas.

As primeiras Associações Religiosas Apostolado da Oração Reconhecendo que as associações religiosas fornecem ao vigário meios eficazes de arrebanhar muitos fiéis, procurou selecionar o elemento são as almas mais devotadas a religião, e com estas e com seus auxílios promoveu a instalação de um centro do Apostolado da Oração11, uma pia associação católica que já estava presente em todas as Paróquias da Diocese de Alagoas.

Tive a grata satisfação de ver realizado este santo desejo da maneira a mais honrosa e captivante: - a 22 de Junho do anno passado, a nova parochia teve a honra de receber a O primeiro centro do Apostolado da Oração do Estado foi fundado no dia 16 de Outubro de 1869 na Igreja dos Martírios em Maceió, sendo o segundo mais antigo do Brasil, perdendo apenas para o que foi fundado no Recife pelo Padre Bento Schembi no dia 30 de junho de 1867, na Igreja de Santa Cruz.

11

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visita pastoral de V. Exª Rev.ª, que de bôa mente consentiu em vir presidir a instalação do modesto centro do Apostolado da Oração, trazendo-nos com a vossa presença a vossa apostólica palavra, um grito de animação e estímulo. Esta associação, fundada debaixo do estandarte do Sagrado Coração de Jesus e no meio das bênçãos do amado prelado Diocesano, progride de um modo admirável. Conta com perto de 500 associados de ambos os sexos; 12 zeladoras, 1 zelador e diversos aspirantes a zeladores.

Até o momento presente, tem preenchido os altos fins de sua fundação, despertando consequências adomercidas, movendo centenas de almas a prática dos sacramentos e exercendo consolador apostolado no meio das famílias. (Antônio Tobias da Costa.

Livro de Tombo, 1914, p. 09 – 10)12.

No Arquivo da Cúria Metropolitana, existe em folhas pautadas uma cópia a punho do Movimento Religioso de 1914, onde trás o mesmo relato arquivado. Armário 01, caixa 08 – pasta 21.

12

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Figura 10 - 11 - Lembrança das Bodas de Ouro do Apostolado da Oração em 1963. Fonte: Acervo Particular.

O Apostolado da Oração é um movimento religioso composto por leigos católicos, a finalidade é a santificação pessoal e a evangelização das famílias com especial devoção ao Sagrado Coração de Jesus.

O sentido do Apostolado é a doação a Deus, pelo conhecimento

da

palavra,

pela

oração,

pelo

oferecimento diário e pela fidelidade à igreja. Nos estatutos do Apostolado, encontramos esta definição:

- 63 -

O AO constitui a união dos fiéis que, por meio do oferecimento cotidiano de si mesmos, se juntam ao Sacrifício Eucarístico, no qual se exerce continuamente a obra de nossa redenção, e desta forma, pela união vital de Cristo, da qual depende a fecundidade apostólica, colaboram na salvação do mundo13.

O Apostolado da Oração esteve presente em todos os momentos da história, foi o sustentáculo da Paróquia das Graças depois da morte do Mons. Pedro Cavalcante de Oliveira no paroquiato do Mons. Edivar de Morais.

13

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Imitação do Coração de Jesus:

Figura 12 - Da esquerda para a direita: Fila 1 - Marizete de Barros Lima, Otávia de Barros Lima, Maria Mercedes da Luz, Ana Bastos (D. Naninha) e Adelina Acioli da Silva Almeida (D. Didi). (In memoriam) Fila 2 – Josefa Tenório Cavalcanti, Filomena Maria dos Santos (Filó), Maria José da Cunha (Zezé), Olga da Silva Moraes (Olguinha) e Luzinete Moraes de Lima. (In memoriam).

Fila 3 – Maria Bernadete dos Santos Simões (In memoriam), Maria dos Anjos do Nascimento (Dos Anjos - In memoriam), Joana D’arc França Cavalcante, Maria Nazaré Bezerra Machado e Lúcia Maria Guedes Brandão (Lucinha).

Fonte: Acervo Particular.

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Teve notórias zeladoras, que foram também presidentes, secretárias, tesoureiras e benfeitoras deste grupo, a saber: Marizete de Barros Lima (da primeira presidência), Otávia de Barros Lima, presente na paróquia desde os anos de 1920, (foi quase presidente perpétua durante a gestão do Mons. Oliveira), Maria Mercedes da Luz, Ana Bastos (D. Naninha), Adelina Acioli da Silva Almeida (D. Didi), Maria Magalhães Machado Bezerra, Maria Bernadete dos Simões, D. Maria do Carmo Silvestre, Maria do Carmo Brandão, Maria José da Cunha (Zezé), Lúcia Maria Guedes Brandão, Joana D’arc França Cavalcante, Maria Nazaré Bezerra Machado.

Figura 13 - Membros do Apostolado da Oração numa procissão da padroeira em 1987. Fonte: Acervo Particular.

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Na estatística das associações religiosas de 1945, o Apostolado da Oração aparece com 102 membros ativos na Levada e um sub-centro na Casa do Pobre com 196 membros. Em Maceió estava presente em mais 14 Igrejas e no interior do Estado em 38 Paróquias filiadas a Arquidiocese.

Sociedade São Vicente de Paulo O desejo de ver realizada a organização religiosa o impulsionou a reativar a Sociedade de São Vicente de Paulo, fundada em 27 de Setembro de 1895, a Conferência do Sagrado Coração de Jesus estava desativada desde fins de 1910, conforme documentos comprobatórios. Segue registro de uma ata da Conferência: Instalada no dia 27 de Setembro de 1895 e agregada a 16 de Novembro do mesmo ano.

Funciona na Matriz de Nossa Senhora das Graças ás Sextas-Feiras ás 7 horas da noite.

Com 10 Confrades cinco famílias assistidas iniciava os Vicentinos. Tendo como o 1° Presidente o Sr. José Augusto da Silva Cardoso, o Vice–Presidente e Também como Secretário o Sr. Hugo Alves da Silva e não esquecendo Também do Tesoureiro o Sr. Amaro Faustino da Silva. (Livro de Ata da Conferência Vicentina, 1913, pág.04).

- 67 -

Mais um relato do Mons. Antônio Tobias que logo se preocupou em ativar o grupo para dinamizar os trabalhos pastorais junto às famílias carentes.

Com a creação da parochia, voltou a funcionar nesta actual Matriz a espiritual Conferência do Sagrado Coração de Jesus, que, como sempre, vae fazendo grandes benefícios, levando o pão espiritual e material, ao seio da pobresa desamparada.

Acompanhando de facto, a marcha de seus trabalhos, não lhe negarei os auxílios que estiverem em minha alçada. (Antônio Tobias da Costa, Relatório de 1914, p. 06).

Durante a pesquisa encontramos uma nota informando a existência de outra Conferência na comunidade, não podemos precisar se foi erro de nomenclatura ou se de fato existiu outro grupo na comunidade.

Reúne-se hoje às 5 horas da tarde a Conferência de Nossa Senhora das Graças, em sua Capella, sob a presidência do Sr. Julio Lopes (Joronal O Evolucionista, 14.01.1905 – pág. 2/edição 11).

Muitas e boas festas de São Vicente de Paulo foram realizadas. No final da década de 1970, organizavam um belo tríduo com o coral da própria - 68 -

irmandade

e

tinham

como

organista

a

competentíssima D. Isaura Palhares. Hoje é o grupo mais antigo em funcionamento no estado.

Pia Associação das Senhoras da Caridade Com a precariedade das famílias do bairro no mesmo ano foi instalada a Pia Associação das Senhoras da Caridade de São Vicente ou Damas da Caridade um seguimento e imitação de Jesus Cristo, modelo e fonte de promoção da caridade, na vivência das virtudes da fé, através do serviço de assistência aos pobres, procurando ampará-los por todos os meios possíveis, principalmente através da visita domiciliar.

Foi igualmente instalado nesta parochia, a Pia Associação das Senhoras da Caridade, que constitui a segunda secção desta grande obra, cujo conselho central funciona na Egreja do Livramento. Tem preenchido louvavelmente os altos e beneméritos para que foi constituída pelo seu santo fundador.

(Livro de Tombo das Graças, 1914, pág. 07).

Foi na Bahia que se fundou a primeira associação das Damas da Caridade, a qual a obra da visita dos enfermos ajuntou a da fundação de um orfanato intitulado Casa da Providência. Depois da - 69 -

Bahia, seguiram-se o Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. Acredita-se a associação foi chegou a Alagoas no início do séc. XX. Os membros dessa associação geralmente eram senhoras de grande poder aquisitivo, esposas de coronéis, doutores, advogados e professores.

Entre política, caridade e lazer elas interviam diretamente

na condução

de

uma

localidade,

abnegadas assistencialistas cristãs.

Associação da Doutrina Cristã Com o crescimento das crianças para o catecismo e a aproximação das famílias do bairro o Mons. Antônio Tobias da Costa imediatamente fundou a Associação da Doutrina Cristã qualificando o ensino religioso da comunidade gerando novos catequistas para o ensino religioso.

A doutrina cristã instituída nesta parochia em Julho deste anno tem admiravelmente auxiliado e aumentado a catechese dos meninos. Além do conselho parochial de 12 membros, tem a associação presentemente 12 zeladoras e 6 aspirantes a catechistas. Faz suas secções de dois em dois mezes e auxilia de todos os modos o catecismo e exercícios e festas de primeiras comumhões. (Livro de Tombo das Graças, 1915, pág. 13).

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Confraria do Santíssimo Rosário de Nossa Senhora Fundada em 18 de Outubro de 1914 sob o desejo de Dom Manoel Antônio de Oliveira Lopes.

No dia 18 de Outubro deste anno, foi instalada nesta parochia, com todas as prescrições do ritual e cerimônias recommendadas a Confraria do SS. Rozário, que consoladores fructos vae conduzir na vida religiosa. (Livro de Tombo das Graças, 1914, pag. 08).

O objetivo das Confrarias do Rosário Perpétuo é assegurar um louvor contínuo em honra de Nossa Senhora, como Mãe de Deus e Mãe do povo cristão, e alcançar o favor do seu perpétuo socorro, intercessão e proteção junto de Deus. Deste modo, os associados comprometem-se a fazer mensalmente uma hora de oração em honra e louvor a Virgem Maria. Assim, a Confraria

do

Rosário

Perpétuo

é

também

denominada a Guarda de Honra da Santíssima Virgem. Podem agrupar-se em três graus (três modalidades) os confrades que, rezando o Terço do Rosário ou o Rosário inteiro, formam deste modo, o Apostolado do Rosário Perpétuo: 1.º grau - Rezar o Rosário completo uma vez por semana, não sendo obrigatório recitar todos os - 71 -

mistérios seguidos.

2.º grau - Rezar o Terço do Rosário todos os dias, cumprindo assim os pedidos da Mensagem de Fátima.

3.º grau - Rezar o Terço todos os dias e uma vez por mês, num dia e hora à escolha, fazer uma Hora de Guarda de Honra a Nossa Senhora, rezando e meditando o Rosário inteiro nessa hora.

A Confraria do Rosário funcionou na Paróquia das Graças até, um pouco depois da morte do Mons.

Oliveira, chegando a completar suas bodas de Ouro.

Participaram

desta

associação,

diferente

das

Senhoras da Caridade, mulheres simples como costureiras, cozinheiras, marisqueiras e bordadeiras, tiveram papel fundamental para o início das obras da nova Matriz, uma história antiga nos diz quê muitas destas mulheres como não tinham recursos para contribuir nas obras iam ao canal da Levada recolher pedras deixadas pelas barcaças e conduziam sobre a cabeça como penitência, os mais antigos falam sobre a construção das fundações com muitas pedras

trazidas

pelas

associadas

Perpétuo.

- 72 -

do

Rosário

Figura 14 - Maria José da Conceição Graça, 1960 / Manual, terço e fita símbolos que identificam os membros da Confraria do Rosário nos atos religiosos. Fonte: Acervo Particular.

Esta Confraria teve uma presidente, ao que se saiba perpétua, D. Maria Conceição Graça. D. Conceição é proveniente de uma geração aonde o santo padroeiro recebia homenagens no nome de batismo da população. De família de pescadores residentes na Levada, os seus antepassados estão localizados nesta região desde os primórdios de 1850.

- 73 -

Figura 15 - Altar de Nossa Senhora do Rosário, ao lado Padre Luiz Medeiros Marinho nos 57 anos da Confraria de Nossa Senhora do Rosário, em 07 de Outubro de 1971/ Procissão de N. Senhora do Rosário em Outubro de 1941 – Fernão Velho.

Conduzindo o andor membros da Congregação Mariana de Moços e com a bandeira logo em seguida senhoras da Confraria do Rosário. Fonte: Acervo Particular.

O Jornal O Semeador de Outubro de 1916 informa: Quarta-feira, 2º aniversário da instalação da Confraria do SS. Rosário, as fervorosas zeladoras promovem uma missa cantada, comunhão geral da Confraria e Te deum. Ao evangelho pregará o Revmo. Cônego Luiz Barbosa. (O Semeador, 1916, pag. 02. Ed. 128).

- 74 -

Félix Lima Junior, no seu Livro Irmandades, nos traz a seguinte informação: ... Encontrei no Jornal de Alagoas, de cinco de novembro de 1916: Procissão - A Confraria do Rosário, da Paróquia das Graças, faz às 6 horas, a sua procissão litúrgica mensal, e sermão às 17 horas, sob a presidência do Reverendo Vigário. (LIMA JÚNIOR. 1970, pág. 25).

Na Estatística14 das Associações Religiosas realizada em 1945 por Dom Ranulpho da Silva Farias, 3º Arcebispo de Maceió, a Confraria do SS. Rosário aparece com um número de 32 associados ativos

e

em

mais

16

Paróquias

filiadas

a

Arquidiocese.

As obras da nova Matriz Como consta no relatório de 1914 a Matriz das Graças

não

havia

condições

para

os

cultos

celebrativos de uma Paróquia. Naquele ano apenas

Associação do Rosário presente: Capital: Ig. Do Rosário, Matrizes - Levada, Bebedouro, Fernão Velho e Jaraguá (Igreja do Poço). Interior: Matrizes - Anadia, São Miguel dos Campos, São Luiz do Quitunde, Murici, União dos Palmares, Atalaia, Viçosa, Quebrangulo, São José da Lage, Rio Largo e Satuba.

14

- 75 -

estavam de pé à capela mor e partes laterais, precisando de uma reforma por completa do Templo. A primeira grande reforma ocorreu como já citamos em 1895 quando da ampliação da Capela.

No intuito de promover as obras necessárias foi formada uma comissão composta pelos senhores; Joaquim Cavalcante de Oliveira (Pai do Mons.

Oliveira), Professor Francisco Chagas, José Augusto Cardoso, Roberto Getaviano Machado, Agostinho Benedito, José Mendes Bezerra, Professor Ignácio Loureiro, Antônio Cardoso Cabral e Luiz de Castilho Bulhões que juntamente com o Mons. Tobias organizaram campanhas para a arrecadação de espórtulas e ofertas.

Com as solemnidades prescriftas foi lançada no dia 31 deste ano de 1915, a pedra fundamental da nova Matriz. (?) já ha muito projectada e agora em começo, esperando (?) dos parcos recursos continuar a elevar a efeito se Deus nos auxiliar (Livro de Tombo das Graças, 1915, pag. 13).

Quermesses, bingos e outras atividades foram dando forma ao projeto de construção da nova Matriz, após dois anos de muito trabalho, o Mons.

Tobias no dia 23 de Setembro de 1917 dentro dos

- 76 -

festejos da padroeira efetuou a benção solene da Capela e do altar-mor e no encerramento entronizou as imagens de São José (nicho esquerdo) e São Vicente (nicho direito), O Jornal Diário do Povo revela como foi o término das festividades.

Termina hoje o festivo novenário de N. Sra das Graças, da Levada, A’s 9 ½ horas realizar-se-á a benção das imagens de S. José e S. Vicente de Paulo , oficiando o exmo, Bispo Diocesano A’s 10 terá logar a Missa Solemne, celebrada por Mons. Batinga, digníssimo Vigário Geral, com assistência do exmo. sr, Bispo. A’s 16 horas sahirá a procissão, perconrrendo a Ponta Grossa, ruas de São José, Santa Thercylla, Santa Fé, Santo Antonio, S. Bernardo, S. Felix, Concordia, Botafogo, Victoria, Santa Cruz, S. João, Sant’Anna, Formosa e 16 de Setembro, seguindo-se sermão, Te-Deum e benção do SS. Sacramento. (Diário do Povo, 1917, pag.02. Ed. 526).

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Figura 16 - Altar de N. Senhora das Graças depois da reforma de 1953. Nota-se que permaneceu o mesmo. Casamento de Aurenita de Moraes Ciríaco com Edvaldo de Moraes Cavalcanti, em 11/10/1958.

Fonte: Acervo particular.

O Mons. Antônio Tobias da Costa dirigiu os rumos da Paróquia até Outubro daquele ano, foi ordenado em 1909, sendo o quarto reitor do Seminário de Maceió, entre os anos 1918-1937.

Depois dele serviriam os seguintes sacerdotes: 1. Monsenhor Antônio Tobias da Costa: 1912 - 1917 2. Padre José Bernardino Souto: 01 Outubro de 1917 a 19 de Fevereiro de 1918.

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3. Padre Júlio de Assis Braga: 19 de Fevereiro de 1918 a 31 de Dezembro de 1918.

4. Padre Emílio Diverchy: 31 de Dezembro de 1918 – 20 de Dezembro de 1919.

5. Padre

Sizenando

Leopoldino

Silva:

20

de

Dezembro de 1919 a 10 de Março de 1928.

6. Padre João de Menezes Michell: Ordenado em 1908, sem provisão.

7. Monsenhor Pedro Cavalcante de Oliveira: 10 de Março de 1928 a 27 de Agosto de 1971.

Foram seus auxiliares: → Padre Luís Medeiros Marinho → Monsenhor Benício Dantas 8. Cônego Edivar de Morais: 14 de Janeiro de 1973 a 1987 9. Cônego Luiz Geraldo Wanderley Sarmento: 1987 a 1988 10. Cônego Luiz de Oliveira Santos: 1988 a 2004 11. Cônego Petrúcio Dario Costa: 2004 a 2005 12. Padre Ernesto Amynthas Cavalcanti: 2005 a 2017 13. Padre Nilton Marques Pereira: 2017.

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Figura 17 - Da esquerda para a Direta: Monsenhor Antônio Tobias, Padre José Bernardino Souto, Padre Sizenando Silva e Mons. Pedro Cavalcanti de Oliveira. Fonte: Acervo Particular.

Figura 18 - Da esquerda para direita: Padre Luiz Marinho, Mons. Benício Dantas, Mons. Edivar de Morais e Cônego Luís Sarmento. Fonte: Acervo Particular.

Figura 19 - Da esquerda para a direita: Cônego Luiz Santos, Cônego Petrúcio Dario, Padre Ernesto Amynthas e Padre Nilton Marques. Fonte: Acervo Particular.

- 80 -

Figura 20 – Da esquerda para a direita: 15Diácono Joel dos Santos e 16Diácono Gerbase. Fonte: Acervo Particular.

Um destaque para o Padre Sizernando Silva que esteve presente na Paróquia das Graças, mesmo depois do Mons. Oliveira assumir, até meados da década de 1940 encontramos testemunhos de sua presença no Templo.

Nos primeiros três anos do paroquiato do Padre Sizenando ocorreram 1301 batizados, 256 casamentos,

11.211

comunhões,

91

primeiras

Diácono Joel dos Santos – Ordenado na segunda turma de diáconos permanentes da Arquidiocese, Foi transferido para as Graças em 16 de Novembro de 1991, trabalhou fortemente junto a Padre Luiz e até hoje presta relevantes serviços eclesiais a comunidade Paroquial.

16 Diácono Gerbase – Ordenado na primeira turma de diáconos permanentes da Arquidiocese, trabalhou incessantemente junto ao Padre Oliveira, quando da reforma de 1962. Serviu nas graças até os anos de 1970. Sofreu injustiças e perseguições sem, no entanto, revidá-las. Era um homem sábio e prudente.

15

- 81 -

comunhões, visitas a enfermos 555, enterros 21, catecismo 607. Os dados coletados informam o quanto os habitantes já eram envolvidos com as atividades religiosas.

Os trabalhos foram realizados durante oito anos, Padre Sizenando continuou os trabalhos com afinco para o engrandecimento da Paróquia se destacando na sua exímia administração, com ele a Sociedade Vicentina e a Associação da Doutrina Cristã tomaram grande impulso atraindo novos membros.

- 82 -

CAPÍTULO III MATRIZ DE NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS E A IMPORTÂNCIA DO TEMPLO AO LUGAR

Figura 21 - Mons. Pedro Cavalcanti de Oliveira.

Fonte: Acervo Particular.

- 83 -

A Matriz de Nossa Senhora das Graças e a Importância ao lugar, aspectos do desenvolvimento do bairro a partir de sua valorização social, a presença do Mons. Pedro Cavalcante de Oliveira como

foi

indispensável

para

a

organização

urbanística da região.

Mons. Oliveira, um visionário destemido.

Nascido em 29 de abril de 1899 e batizado na Igreja do Rosário em 21 de Maio de 1889, ordenou-se sacerdote

em

26

de

novembro

de

1926

na

Arquidiocese da São Salvador na Bahia, era filho de Joaquim e Rosa Cavalcante de Oliveira.

Sua provisão para as Graças foi publicada no dia 10 de Março de 1928, substituindo o Padre Sizenando, porém reza a tradição de sua presença desde 1927, talvez pelo fato de ser nato da Paróquia das Graças. Lima Júnior se refere à figura do Mons.

Oliveira da seguinte forma: Dedicado Sacerdote, esforçado e Trabalhador, por todos estimados. (Lima Júnior 2002, p.46).

Foi

responsável

pelo

desenvolvimento

extraordinário da Paróquia nessa região e por - 84 -

benfeitorias que, até hoje, nós podemos observar dentro do Templo e fora dele.

Sua Provisão Chegou a fins de 1927, mas, assumiu em 10 de Março de 1928. A 2 de março de 1971 afastou-se por motivo de doença e veio falecer no dia 26 de Agosto de 1972, somando quarenta e quatro anos de pastoreio eclesial.

Durante este tempo que levou a frente da Paróquia pode-se afirmar que não somente a impulsionou, mas, também o próprio bairro da Levada. Embora a tendência natural do crescimento da cidade nessa direção foi gigante há de se considerar que a sua fina inteligência aliada a sua verve política tenha contribuído para tal.

No paroquiato do Mons. Oliveira pertencia a Paróquia as seguintes Capelas: Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens e Igreja de N. Senhora dos Remédios – Coqueiro Seco, Igreja de Nossa Senhora da Guia – Trapiche da Barra, Igreja de São Sebastião – Pontal da Barra, Capela do Cemitério da Piedade, Capela de São Sebastião – Prado, Capela do Abrigo Dom Bosco, Capela de São José – Trapiche da Barra, Capela de Santa

Tereza – Ponta Grossa, Capela de

São Pedro - Levada e Capela de Santo Antônio da Casa do Pobre Vergel, dando um total de 11 capelas filiadas.

- 85 -

A efervescência da Levada Mons. Oliveira chega a Paróquia no pleno despontar dos eventos desenvolvimentistas do bairro da Levada, destarte, segundo Cavalcanti, 2012: As décadas de 1920 e 1930 representariam um momento de grande efervescência na vida cultural da cidade, tendo na Levada um dos palcos dessa agitação. O crescimento alcançado pelo bairro e os diversos beneficiamentos recebidos à custa do aterro dos inúmeros pântanos e de parte do canal permitiriam a instalação de linhas de bonde e de equipamentos como praças, igreja, mercado público e mesmo um cinema, além do primeiro restaurante de Maceió. Tais melhorias se traduziriam no incremento da vida social do lugar, que passaria a ser, então, frequentado pelas ditas “boas famílias” da sociedade alagoana (Cavalcante, 2012. Pg. 56).

Citando o Jornal “O Semeador”, Cavalcante, (2012), apresenta o texto: “As emendas apresentadas pelo deputado Emilio de Maya ao orçamento da União para o anno de 1938”.

O aeroporto da levada tem, nestes ultimos tempos, augmentado consideravelmente o

- 86 -

seu movimento, figurando, já hoje, entre os principaes do paiz. Semanalmente por alli transitam, fazendo escalas obrigatorias, dois hydros aviões da Panair rumo sul e dois rumos norte, e um do Syndicato Condor rumo sul e outro rumo norte. O movimento de passageiros, de carga, encommendas e correspondencia postal vem crescendo extraordinariamente e tende a augmentar cada vez mais. Enquanto que isso succede, incentivando o desenvolvimento da aviação commercial no paiz, o aeroporto de Levada é completamente desabrigado, desprovido de qualquer galpão; por mais simples e rudimentar que seja,necessario a evitar que passageiros, cargas, encommendas e correspondenciaspostaes fiquem ao relento, á mercê do tempo, com graves inconvenientes e prejuizos, especialmente nos mezes de inverno. Dahi, como se vê a conveniencia da approvação da emenda, que visa um melhoramento digno de nota em um dos principaes aeroportos do nosso paiz. ( O Semeador, Maceió, 31/07/1937. P. 01.).

Portanto, segundo Vieira: A Levada é um dos tradicionais bairros da cidade. Movimentado de negócios, e servido pelo canal afluente das lagoas do Norte, Mundaú e Manguaba, tendo o seu valioso porto de intenso comércio. É uma grande fonte de renda para o Município. (VIEIRA;

- 87 -

BARBOSA, 1952, p. 83. Apud. Cavalcanti, 2012).

No Mapa da cidade traçado em 1932 (figura 22) toda a região sul de Maceió, com exceção do núcleo do Trapiche aparece com a denominação de Levada. Por ele pode-se observar as ruas já existentes (linhas cheias) e as planejadas (linhas tracejadas).

Numa

demonstração

da

perspectiva

do

desenvolvimento os sítios existentes são ignorados e se dá lugar a um planejamento de aberturas de ruas, como numa certeza que em curto espaço de tempo a paisagem

bucólica

desapareceria

dando

dos lugar

pomares a

uma

e

sítios

paisagem

completamente urbana, mas, com uma singularidade rural: as casas são construídas obedecendo aos contornos dos sítios existentes, quer acompanhando, ou não, o planejamento indicado. Os loteamentos regulares, só aparecerão na década de 1950. (Fig. 23).

- 88 -

Figura 22 - Detalhe da planta de 1932 mostrando o trecho abrangendo o canal da Levada. As ruas tracejadas são planejamento do futuro desenho urbano o que, em sua maioria, não foi obedecido.

Fonte: Adaptado de Cavalcanti (1998).

Marc Augé demonstra como, em função de suas caracterMEMísticas físicas privilegiadas, o lugar antropológico é instituído pelo homem como palco de sua vida social – civil comercial e religiosa, de modo a estabelecer o convívio, as associações e as trocas, a criação do vínculo entre o individual e o coletivo. (AUGÉ, 2008, pp. 55-56, apud Cavalcanti, 2012).

- 89 -

Figura 23 - Esse mapa considera os limites da levada imposta no ano de 1981, na verdade aí faltam os loteamentos Guaicurus, Cardoso da Silva, Jardim Esperança, todos antecedentes a década de 80. Adaptado de Cavalcanti (1998), Apud Cavalcante (2012).

Neste sentido pode-se afirmar que, mais que qualquer outra pessoa, o Mons. Oliveira com singular maestria soube crescer perante seu povo e conduzi-los, não somente no aspecto religioso, mas também político. Sua inegável liderança consolida-se através dos anos, numa tendência acentuadamente populista.

Seu prestígio não só cresce no meio do povo, mas também, no cenário político dessa capital.

Segundo Lima Júnior (1965), - 90 -

O Conhecido Relógio Oficial – que Distinto Oficial da Marinha de Guerra. Comandante Aníbal do Amaral Gama, Capitão dos Portos de Alagoas. Conseguiu em 1921, que o Saudoso, Governador Dr. Fernandes Lima, Adquirisse na Joalheria “A NACIONAL” no Rio de Janeiro, com dinheiro do Estado, para ser colocado, como foi na esquina da Rua do Livramento... Inaugurado em 11 de Março de 1922, foi o Relógio, na Década de 30, retirado e oferecido pelo então Prefeito da Capital, Dr. Álvaro Guedes Nogueira, à Igreja das Graças.

Em 1937, para comemorar as bodas de prata da Paróquia das Graças, ele promove o 1º Congresso Eucarístico Paroquial, após esse fato, a Praça, defronte a Matriz, retoma seu antigo nome, deixa de chamar-se Guimarães Passos, e, volta à denominação popular de Praça das Graças.

- 91 -

Figura 24 - Relógio Oficial na Rua do Comércio na década de 1920. Fonte: Acervo do IGHAL.

Este jovem sacerdote decidiu iniciar os trabalhos com romarias que iam a todos os recantos da Paróquia, o motivo das peregrinações se davam pela grande quantidade de Igrejas instaladas no bairro, protestantes e espíritas. O Mons. Oliveira bem a frente do seu tempo transformou a Paróquia das Graças num verdadeiro ponto de encontro das famílias da Capital, sem distinção de classe suas Missas eram concorridas por fiéis de todas as partes da cidade.

No dia 27 de Janeiro de 1929 debaixo de muita força de vontade do jovem sacerdote e do povo foi benta a pedra fundamental da nave da Igreja, os esforços foram tão grandes que no mesmo ano foram - 92 -

bentos os altares do Sagrado Coração de Jesus e de Nossa Senhora do Rosário junto com a imagem de São Sebastião. Com um ano e meio depois em 13 de Julho de 1930 foi benta por Dom Santino a Matriz de Nossa Senhora das Graças, na ocasião foi bento também o sino oferecido pelo Coronel Domingos Nunes Leite.

Novas Associações no campo pastoral Liga Católica Beneficente de São José Atendendo a extrema pobreza dos fiéis, resolveu criar uma Liga Católica com teor caritativo.

Assim nos relata O Esboço histórico de 1939: Attendendo a extrema pobreza dos parochianos resolveu crear a Liga Catholica Beneficente São José que tanto tem prestado á população pobre do bairro das Graças, pois não somente socorre aos seus associados, como inúmeros indigentes têm sido auxiliados já com remédios. Quando doentes e por ocasião da morte com caixão e algumas vezes mortalha e carro fúnebre. (O Semeador, 1939, caderno especial).

A liga católica Jesus, Maria, José foi fundada pelo capitão Henrique Belletable em 1844, em Liège, - 93 -

na Bélgica, sob a orientação dos padres redentoristas, para proporcionar aos homens um instrumento de prática real e mais consciente de sua fé religiosa e, com isso, atender ao bem das respectivas famílias.

Foi aprovada pela autoridade episcopal e, em 1847, elevada

pelo

papa

pio

IX

à

categoria

de

arquiconfraria. Todas as ligas que se fundavam, deviam agregar-se à sede primária em Liège.

(França).

Para

facilitar

a

agregação

canônica

necessária, em vista dos privilégios, foi obtida, pelo breve apostólico, em 14 de novembro de 1922, para o Brasil, uma sede que tivesse a mesma autoridade da primária de Liège. Foi elevada à categoria de primária a liga de santo Afonso, no Rio de Janeiro. O seu principal objetivo, na época, era levar homens, em especial os operários para serem evangelizados na igreja.

Na Paróquia das Graças foi a grande aliada do Mons. Oliveira para a construção do Abrigo Dom Bosco, que teve sua fase áurea nos anos da década 1930, há indícios de em meados dos anos 40, de uma associação da mesma vinculada à ação católica fundada

pelo

cardeal

Leme,

que

pregava

a

cooperação de seculares no ministério apostólico para a salvação das almas. Parece que a liga foi se extinguindo como movimento, há noticias de - 94 -

membros dessa liga nos anos da década de 1960 integrando a obra das vocações que na Paróquia foi entregue por Dom Adelmo Machado a liderança de Valdecila de Lemos França.

Quanto à Ação Católica, cuja efervescência, na Diocese vem a ocorrer nos anos de 1960, era centrada na população jovem, através dos movimentos: JAC; JEC;

JUC...,

porém,

aparentemente,

esses

movimentos não tiveram representatividade nas Graças.

Pia União das Filhas de Maria O Mons. Oliveira fundou a Pia União em 08 de Dezembro de 1929 - A Pia União das Filhas de Maria é uma associação de moças católicas sob a proteção da Virgem Imaculada e de Santa Inês. Esta associação teve início no século XII, porém atingiu seu pleno desenvolvimento a partir de 1864 devido ao Papa Pio IX (1846-1878) ter concedido inúmeras indulgências às participantes, fazendo com que se espalhasse por vários países da Europa e das Américas. A Pia União tem como principal função auxiliar as jovens na observância da Lei de Deus, no fiel cumprimento dos deveres cristãos e perseverança na pureza.

- 95 -

Apesar de fundada em 1929, nos inícios dos anos de 1940 estava sem presidência. Valdecila de Lemos França, chegando à paróquia em 1944, e já integrada a Pia União em Viçosa de onde vinha, aceita o cargo e é eleita Presidente. Conduziu a mesma até 1972, quando da morte do Mons. Oliveira.

As décadas de 1950 e 1960 foram épocas áureas da Pia União, que sofre um declínio nos fins da década de 1960.

Na estatística sobre as associações religiosas de 1945, a 17Pia União aparece com 31 sócios ativos e um sub-centro na casa do pobre com 35 sócios. Em 1930 promoveu uma semana em defesa da fé católica, onde fomentaram novos fiéis as práticas religiosas.

A Padroeira A devoção a “Nossa Senhora da Graça”, é de origem portuguesa, começou a ser difundida e No movimento religioso estatístico de 1945 a Pia União aparece em 15 Paróquias do estado filiadas a Arquidiocese, a saber: Capital – Catedral, Livramento, Colégio São José, Santa Casa, Bom Parto, Matriz de Jaraguá, Matriz da Levada, Casa do Pobre, Asilo de Órfãs – Bebedouro e na Matriz de Fernão Velho.

Interior – Matriz de Anadia, São Miguel dos Campos, Porto Calvo, Quebrangulo e Viçosa.

17

- 96 -

depois venerada pela comunidade, ao que se sabe através da família Santa Maria, não foi possível durante esta pesquisa descobrir o ano exato que a devoção começou a ser difundida, nos restam apenas os já citados documentos aqui transcritos.

No passo do tempo a devoção luso-brasileira foi dando lugar a Virgem que apareceu no dia 27 de Novembro de 1830 a Santa Catarina de Labouré, da Congregação das Filhas da Caridade, à Rue du Bac 140, em Paris. Na ocasião, a Mãe de Jesus mostrou o modelo da medalha que ela desejava fosse cunhada como sinal de grandes graças que ela obteria junto de seu Divino Filho.

Com a pluralização e popularização do título, agora, “Nossa Senhora das Graças”, oficializado pela bula de criação da Paróquia, a população não demorou em se adaptar. Mons. Oliveira logo promoveu uma campanha liderada pelas associações religiosas a favor da aquisição de uma nova imagem.

Atendendo ainda a necessidade de fazer a substituição da imagem da Santa Virgem que se achava no altar-mor, porque era N. S. Auxiliadora, pela Virgem das Graças, o Cônego P. Cavalcante convocou as Associações Pias a fim de angariarem espórtulas para aquisição da nova imagem.

(O Semeador, 1939, pag. 11).

- 97 -

A ideia que foi aceita por todos fez com que no dia 6 de Maio de 1930, com a presença de Dom Santino Maria da Silva Coutinho fosse benta a nova imagem.

Figura 25 – Da esquerda para Direita: Imagem primitiva de N. Senhora da Graça com o Menino Jesus nos braços, 1950/ Imagem de N. Senhora das Graças adquirida pelo Mons. Oliveira em 1930.

Fonte: Acervo Particular.

Em 2010, a peça foi restaurada, para tanto os restauradores levaram em conta os seguintes fatos:

- 98 -

O histórico da peça O Sr. Joaquim Costa, que além de músico, organista, compositor, também era o restaurador de imagens sacras mais famoso de Maceió, dos anos 40 até sua morte em 1 de Junho de 1991; informava assim ouviu muitas vezes Antônio Tarciso Círiaco, que: a Imagem de N. Senhora das Graças, teria sido adquirida no final dos anos de 1920 na Casa Sucena no Rio de Janeiro, era importada e tinha origem francesa, ele a restaurou em 1954 e que a placa de metal contendo dados de sua proveniência fixada na base, teria sido perdida quando da peregrinação da imagem em 1953. Relatava também que a sua restauração fora à segunda, antes já houvera outra feita por alguém residente na Cambona. Informava ainda que se notasse por baixo da primeira restauração existiam marcas de desenhos na túnica da imagem, e que a quantidade de estrelas do manto era mais numerosa. No entanto na época com as imagens ditas modernas não se tinha o cuidado do resgate da originalidade. Depois nos anos de 1980 foi restaurada

novamente

por

Terezinha

Siqueira,

também já falecida, e por último, uma quarta repintura o que muito prejudicou a segunda etapa devido à natureza das tintas empregadas.

- 99 -

A prospecção da peça Foi feita uma pesquisa de tons cromáticos originais das cores e dos desenhos por processos químicos e mecânicos. A imagem levou seis meses para conclusão de sua restauração, tendo chegado a Igreja para o inicio da festa de 2010, entrou em procissão na igreja debaixo de vivas e saudações do povo reunido. A comunidade ficou satisfeitíssima com a obra. Este último trabalho foi realizado por Antônio

Tarciso

Ciríaco

e

uma

equipe

de

restauradores.

Os Congressos Eucarísticos Paroquiais O 1º Congresso Eucarístico Paroquial das Graças: Abre Alas da Ação Católica em Alagoas.

Segundo Ticianeli, em Alagoas, somente em 1935, com o arcebispo D. Santino Coutinho, é que as determinações

do

episcopado

nacional

foram

divulgadas sobre a Ação Católica. As primeiras iniciativas só foram adotadas em fevereiro de 1940 quando Dom Ranulpho da Silva Farias nomeia o Padre

Adelmo

Cavalcante

Machado

para

1º

assistente eclesiástico e o encarrega de organizar a Ação Católica.

- 100 -

A partir das determinações divulgadas por Dom Santino, do fervor da nascente ação católica brasileira e as aproximações dos 25 anos da criação da Paróquia, tem o Mons. Oliveira a ideia de organizar

o

Primeiro

Congresso

Eucarístico

Paroquial. O ano de 1936 foi para a divulgação deste congresso, o primeiro realizado na cidade e que se saiba em todo o estado, nenhuma Paróquia até então havia realizado tamanho acontecimento.

Desde o começo de 1937 já o cônego P. Oliveira se movimentava com romarias procurando deste modo ensinar ao povo o que vinha ser um Congresso Eucharístico.

Estas romarias se estendiam até o Trapiche da Barra e Coqueiro Seco, que também se movimentaram para as festas comemorativas de fundação da Parochia. (O Semeador, 1939, pág. 11).

- 101 -

Figura 26 - Benção do SS em um dos Atos do Congresso Eucarístico Paroquial, 1937.

Fonte: Acervo de Ivonete Cavalcante.

Com

o

altar

monumento,

onde

seriam

realizados todos os atos do Congresso, erguido ao lado da Matriz à praça transformou-se em um Templo a céu aberto. Das recordações de Jorge Cavalcante Moraes o congresso teve inicio na noite do dia 11 de Novembro com a transladação do Santíssimo Sacramento para a Levada.

Na noite do dia 11 de Novembro a transladação do Santíssimo Sacramento da Catedral para a Matriz das Graças, ali o SS. Ficou exposto solenemente até o dia 15 de Novembro, recebendo adorações e homenagens das Associações Religiosas. Na tarde do dia 15, iniciou a inesquecível

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procissão triunfal de encerramento daquele grandioso congresso. Naquele tempo remoto foi o maior evento católico a época, antes não havia tido ainda algo de tamanha grandeza. (Relatos de Jorge Cavalcante Moraes em 1987).

Nas noites dos dias 12,13 e 14 ocorreram várias sessões do Congresso com a presença maciça do povo. Foram expostos vários temas e estudos sobre a Eucaristia. A frente dos discursos estiveram Lima Júnior, Freitas Cavalcanti, Cruz Oliveira, Emílio de Maya, Domingos Correia, Ferreira Pinto, Xavier Acioly, Isabel Marsiglia, Padre Adelmo Machado, Teófanes de Barros e outros.

De 14 para 15, às 1h ½ da noite foi celebrada a Missa de Comunhão Geral e as 4 ½ da manhã do dia 15/11. O Mons. Antônio Tobias da Costa celebrou a Missa solene do Congresso. Foram de muita beleza os paramentos adquiridos para os momentos marcantes do congresso. (Relatos de Jorge Cavalcante Moraes em 1987).

As celebrações tiveram a presidência do Mons. Manoel Ribeiro Vieira, vigário geral da Arquidiocese na ausência de Dom Santino que estava sobre cuidados médicos na Paraíba. Dom Jonas de Araújo Batinga, bispo emérito de Penedo- 103 -

AL havia sido convidado, mas por motivos de saúde não pôde comparecer.

Registre-se de modo especial a Solemne verba do preclaro Mons. Vieira, ao recolherse da memorável procissão triunfal do congresso. A imensa multidão – a maior daqueles tempos em Maceió, que fora em aplausos no decorrer do préstito, permanecera em profundo silêncio ao ouvir aquela tão bela palavra – verdadeira prece final do 1º Congresso Eucarístico Paroquial das Graças. (Relatos de Jorge Cavalcante Moraes em 1987).

O clero de Alagoas em quase toda a sua totalidade participou dos atos do Congresso, assim também as associações religiosas da capital e do interior.

Em comemoração ao Congresso a Praça

“Guimarães

Passos”

passou

a

se

chamar

definitivamente, “Praça N. Senhora das Graças” e também foi colocado um escudo em mármore francês na fachada da Matriz.

- 104 -

Figura 27 – Escudo do 1º Congresso Eucarístico Paroquial fixado na frente da Matriz da Levada.

Fonte: Acervo Particular.

“O Semeador” em 13 de novembro de 1937 noticia que: “várias ruas adjacentes a Igreja das Graças, eram de sua propriedade”, o que denota a influência e capacidade, do Vigário, na construção de um patrimônio sólido para a Paróquia.

O campo era fértil para expansão de sua vocacionada liderança e consequentes realizações.

No ano de 1938, Mons. Oliveira constrói, numa iniciativa pioneira, o abrigo D. Bosco para menores desamparados, este prédio foi reformado nos anos de 1950, acrescentando-se ao mesmo um primeiro andar em toda sua extensão. O abrigo era situado à frente do Cemitério da Piedade, na esquina da Rua - 105 -

Sargento Jaime, hoje funciona uma escola da rede de ensino municipal.

Figura 28 – Da Esquerda para direita: Recorte do Jornal o Semeador de 1939 / Ivonete Pedrosa Cavalcante e Ilda Lins Peixoto no pátio interno do Abrigo. Fonte: O Semeador, 1939 pág. 11. / Fonte: Acervo Particular.

Paróquia Inamovível Outro fato que denota sua capacidade de liderança e tino audaz foi quando, segundo se pode apurar por vias documentais a ereção do decreto declarando “Parochia Inamovível” a Matriz das Graças.

Pelo presente, atedendo à prescrição do decreto 85 § 2 do Concílio Plenário brasileiro, e na forma do cânon 454 § 3 do Código de Direito Canonico, havemos por bem, depois de ouvirmos o Illmo. Cabido Metropolitano, declarar inamovíveis as seguintes parochias deste

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Arcebispado:Nossa Senhora dos Prazeres e Nossa Senhora das Graças, nesta sede, Senhor Bom Jesus do Bomfim de Viçosa, Nossa Senhora do Ó de São Miguel dos Campos, Nossa Senhora da Conceição de Marechal Deodoro (Antiga Alagôas) e Senhor Bom Jesus dos Pobres de Quebrangúlo.

As demaes parochias permaneceram amovíveis. Declaramos, assim, não existir, neste arcebispado, segundo o Direito Canonico, parochos “ad nutun”, a não ser que se trate de parochos religiosos. Dado e passado em Maceió, sob o nosso signal e sello de nossas armas, aos 16 de Julho de 1941.

Eu, Conego João Guimarães Lessa, secretario do Arcebispo, escrevi.

Não demorou para que o Mons. Oliveira se torna-se pároco vitalício da Levada, o fato se deu logo em seguida no dia 3 de Agosto do mesmo ano, assegurando-lhe até a hora da morte um pastoreio fecundo e próspero.

No dia 03 de Agosto de 1941, Domingo, tomou posse, com grande sollemnidade, da parochia de N. Sra das Graças, nesta capital, como seu parocho inamovível, em virtude do recente acto de auctoridade archidiocesana, o revmº Cônego Pedro Cavalcanti de Oliveira. Depois da leitura do decreto archiepiscopal que declara a parochia de N. Sra das Graças inamovível, e

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da provisão definitiva de ser parochia, seguiu-se a missa cantada, havendo sermão. À tarde Te Deum com pregação, diversos sacerdotes desta sede compareceram a essas cerimônias religiosas. (Livro de Tombo da Cúria Nº 4, pág. 53 - verso).

Durante o dia os fiéis fizeram homenagens e louvações ao Mons. Oliveira pelo êxito do Decreto.

Depois as associações religiosas enviaram uma carta a Dom Ranulpho fazendo votos de agradecimento e alegria.

Maceió-Alagoas. 3 de Agosto de 1941 Exmº.

Revmº. Sr. D. Ranulpho Farias – Palácio Archiepiscopal – Maceió. As associações da Parochia de N. Sra das Graças, genuflexas, em gratidão, veem com respeitoso amor filial, agradecer e louvar o acto altamente significativo com que V. Excia Remª.

Vivamente empenhado pela maior glória de Deus, houve por bem das almas dos parochianos desta freguesia nomear parocho inamovível o zeloso, esforçado e ilustre Cônego Cavalcanti de Oliveira, como um justo prêmio às suas reconhecidas qualidades de virtudes e digno sacerdote, sempre incansável à frente dos destinos desta parochia, que, jubilosamente, está em solemnes festas.

Com profundo reconhecimento rogam partenal e amiga bençam, dirigindo sinceros votos ao

- 108 -

Altíssimo pela felicidade de V. Excia.

Revma. Para a grandeza da Igreja de Cristo.

(Livro de Tombo da Cúria Nº 4, página 53 – verso).

A consolidação da Paróquia foi decisiva para a história da comunidade, a partir daqui ocorreu à fase de ouro do bairro e da vida religiosa no lugar.

A Irmandade do Santíssimo Sacramento Graças ao esforço evangelizador do Mons.

Oliveira, foi fundada no dia 01 de Janeiro de 1936 uma guarda de honra do Santíssimo Sacramento como consta no Esboço histórico da Matriz das Graças de 1939. Sabe-se de sua existência até o final da década de 1970, porém não se encontrou nenhum registro a respeito do término das atividades.

Em 06 de Abril de 1943 Dom Ranulpho assina um Decreto erigindo oficialmente a Irmandade do Santíssimo Sacramento da Matriz das Graças. Após a oficialização em 18 do mesmo mês foi enviado ao arcebispado o seguinte ofício: Exmº Sr. Arcebispo Metropolitano. Tenho a (?) honra de comunicar a V. Exª Remª. Que de conformidade com o decreto do Revmº Cônego Pedro Cavalcanti de Oliveira, digno parocho desta freguesia, instalou-se de

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acordo com o decreto de V. Exª Revmª.

Nesta Matriz, aos 18 dias do mês em curso, a Irmandade do SS. Sacramento, ficando assim constituída: Mesa administrativa: Allyrio Domingues de Mello – Provedor.

Francisco Sant’Ana – Vice Provedor. Júlio Lopes Ferreira Pinto – 1º Secretário. José Barbosa de Oliveira – 2º Secretário.

Hermogenes Bezerra de Menezes – Tesoureiro. Antônio de Albuquerque Pontes – Procurador Geral. Mordomos: Ranulpho da Costa Lobato, Oscar Gomes da Silva, Benedito Carvalho de Lima, Heitor Casado Lima, Francisco Pires Pereira, Manoel Araújo Cerqueira, João Barbosa da Silva e Ageu de Souza Pimentel. Paróquia de N. Srª das Graças, 29 de Abril de 1943. José Barbosa de Oliveira, 2º Secretário. (Livro de Tombo da Cúria, nº 04, pág. 55).

Benedito Carvalho de Lima foi Vicentino durante muito tempo, contribuindo, também, nas reformas da Igreja. Pertenceu a Irmandade durante toda a sua existência e foi um baluarte da Sociedade Auxiliadora dos Cristãos.

- 110 -

Figura 29 - Benedito Carvalho de Lima, um dos fundadores da Irmandade do Santíssimo Sacramento.

Fonte: Acervo Particular.

O 2º Congresso Eucarístico Paroquial: A Instalação oficial da Ação Católica e o marco das festas jubilares de Dom Ranulpho – O princípio de um Congresso Provincial.

Dom Ranulpho que tomou posse em 22 de Novembro contribuição

de

1939

para

teve

o

uma

arquivo

importante

histórico

da

Arquidiocese de Maceió, um dos primeiros trabalhos foi à organização dos livros do tombo e a coleta de documentos e informações sobre a história das Paróquias e da fundação do Bispado e Arcebispado das Alagoas.

- 111 -

Dom Ranulpho tinha um laço de amizade muito forte com o Mons. Oliveira, desde sua chegada a Maceió sempre esteve presente dos atos solenes da Paróquia entre os anos de 1939 a 1956. Foi responsável pela instalação da Ação Católica no estado. Em 27 de outubro de 1940 foi instalada a Ação Católica em Alagoas. Dom Ranulpho havia nomeado no dia 7 de fevereiro do mesmo ano Padre Adelmo Machado para assessor eclesiástico da Ação Católica e responsável pela sua organização.

Os primeiros anúncios sobre o 2º Congresso Eucarístico Paroquial se dá em Novembro de 1943 com a distribuição de um folheto convocando toda a cidade e os paroquianos para os preparativos deste Congresso.

Circular sobre o congresso eucarístico paroquial das graças.

Diletos archidioocesanos. A pia paroquia de Nossa Senhora das Graças, nesta sede archiepiscopal por iniciativa do seu zeloso pároco Cônego Pedro Cavalcanti de Oliveira, vai realizar, de 12 a 15 de Novembro próximo, um Congresso Eucarístico, comemorativo do séptimo aniversário de um outro congresso, igualmente eucarístico, ali celebrado, com muita animação e (?) frutos espirituais.

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Os trabalhos se aceleraram com a divulgação do Congresso, a importância deste evento para a Ação Católica em Alagoas foi imprescindível. Dentro das sessões foi instalado o estágio oficial da ação católica paroquial e o anúncio do 1º Congresso Eucarístico Provincial de Ação Católica.

Figura 30 - Capa do Programa do 2º Congresso Eucarístico Paroquial Fonte: Cúria Metropolitana de Maceió.

Na preparação espiritual do Congresso foi realizada a festa da padroeira nos dias 08, 09 e 10 de Novembro com missa festiva, comunhão geral e pregação. O espaço para a realização do congresso se deu no Largo do Bom Conselho, hoje, Praça do Pirulito, ali foi construído um altar monumento com - 113 -

gigantescas proporções em forma de rotunda18. No dia 11, houve uma procissão luminosa saindo da casa do pobre com a imagem da padroeira para a Praça do Congresso onde permaneceu durante todos os atos.

A Abertura do Congresso A abertura do Congresso se deu no Domingo 12 de Novembro com a instalação oficial da Ação Católica na Paróquia com uma missa às 8h da manhã presidida por Dom Ranulpho e no sermão o Cônego Cícero de Vasconcellos.

No fim da tarde daquele dia foi realizada uma adoração ao Santíssimo na Matriz das Graças e em todas as capelas filiadas. À noite, foi realizada a primeira sessão solene com o tema: “Os congressos eucarísticos e suas vantagens” proferida pelo Padre Cláudio Orestes. Houve uma saudação feita pelo Profº Luiz Lavénere a Dom Ranulpho seguido de uma apresentação da Scholla Cantorum do colégio

Rotunda em arquitetura designa toda construção circular que é encimada por uma cúpula, ou parte dela que tenha este formato e cobertura. A partir do século XVIII as rotundas proporcionaram a criação da pintura panorâmica, onde o 18

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arquidiocesano entoando o Hino do 1º Congresso Eucarístico das Graças. No segundo momento houve outra tese com o tema: “A Eucaristia que é o sacramento da unidade constitui a fonte da vida de família, que é a Paróquia”, proferida pelo Dr. M. Brandão Vilela. Saudação do tenente José Cavalcante Maranhão ao interventor federal e as demais autoridades presentes. O dia foi encerrado com a benção solene e o Hino Oficial do Congresso.

Durante os dias 13 e 14 se repetiram as celebrações, adorações, missas e sessões abordando temas diversos a respeito da ação católica e da eucaristia. Padres e Bispos prestigiaram os dias do Congresso,

além

de

Dom

Ranulpho

teve

a

participação de Dom Fernando Gomes, bispo de Penedo.

Encerramento do Congresso No dia 15 pela manhã o interventor federal participou do hasteamento do pavilhão nacional, em seguida foi celebrada um missa com a presença de Dom Ranulpho e Dom Fernando Gomes. Às 16 horas saiu da Capela de Santa Tereza na Ponta Grossa uma espectador experimentava uma imersão total no ambiente retratado.

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grandiosa procissão conduzindo num carro triunfal o Santíssimo Sacramento, a maior para aqueles anos.

Ao findar da tarde Dom Ranulpho proferiu as últimas palavras sobre aquele congresso que foi o ponta pé para a realização do 1º Congresso Eucarístico Provincial de Ação Católica.

Este congresso Paroquial das Graças revelou a possibilidade de um empreendimento do mesmo gênero, de maior vulto, nesta capital das Alagoas. Ao encerramento, Mons.

Adelmo Machado, vigário geral, annunciou ao povo a celebração de um outro congresso, nesta cidade, em meados de Novembro de 1945. Será um Congresso Provincial Eucarístico e de Ação Católica. Nele tomara parte todo o estado de Alagoas. As reuniões deste Congresso Eucarístico Paroquial das Graças, o povo, não só dessa paróquia, mas de toda Maceió, acudiu com admirável boa vontade e evidente interesse. (Impressões do Congresso, pág. 94 – verso/Livro de Tombo Nº5).

Esse recorte comprova a importância da Paróquia das Graças no limiar da história da Arquidiocese de Maceió, em 1945 foi realizado o 1º Congresso Eucarístico Provincial de Ação Católica a partir dos frutos do 2º Congresso das Graças.

- 116 -

O Mons. Oliveira legou ao povo da Levada uma época bem frutuosa, socialmente e religiosamente. A frente desta paróquia não houve sacerdote que prontamente esteve ligado a tudo que acontecia no bairro. Foi um Padre sempre a frente da época, inteligente e simples. Amou seus afilhados do abrigo Dom Bosco como o nosso povo, Morreu sendo Pároco de única Igreja que assim quis ser, e nós como seu rebanho perdemos um pastor fiel ao coração de Jesus. (Relato de Adelina Acioli da Silva Almeida em Junho de 2015).

Como resultado do congresso no ano seguinte, em 1945, o paroquiato do Mons. Oliveira havia realizado

758

batizados,

128

casamentos,

46

extremas-unções, 41 viáticos, 2 encomendações, 30.

476 confissões e 31. 585 comunhões.

- 117 -

Figura 31 - Mons. Pedro Cavalcanti de Oliveira no pátio do Abrigo Dom Bosco em 1950.

Fonte: Acervo Particular.

Com o Mons. Oliveira ajudaram na Paróquia o Padre Luiz Marinho e o Mons. Benício Dantas que depois se tornou pároco da Paróquia de São José Operário no Trapiche da Barra em 1953.

- 118 -

Figura 32 - Selo do Congresso Provincial de Ação Católica realizado em Novembro de 1945.

Fonte: Acervo Pessoal.

O milagre de Maio Outro fato que denota sua capacidade de liderança e tino audaz foi, quando, segundo se pode apurar, em 1950, todo o teto da nave central (telhado e forro) da Igreja veio abaixo, pouco antes da missa das 5 da manhã (precisamente, segundo Valdecila, às 4 horas), em pleno início do mês de Maio. A consternação foi geral, as celebrações do mês mariano

nessa

Paróquia, - 119 -

atraía

toda

cidade.

Ninguém se feriu, a Igreja ainda estava fechada. A capela mor ficou intacta, assim como a imagem da padroeira.

Imediatamente, após chegar a Igreja para à celebração da Missa, o Padre Oliveira toma sua decisão e comunica aos fieis: “- A Imagem da Virgem das Graças, que permaneceu incólume no seu nicho, no altar-mor, vai percorrer as casas de quem assim o quiser, na paróquia e, dessa forma levantar fundos para a reconstrução de “sua casa”, recordou Valdecila”.

Foi uma festa para o povo, o número de candidatos extrapolava no tempo: a imagem só podia passar um dia por casa. Portanto, todo dia tinha procissão na Paróquia. E assim, no dia 8 de dezembro de 1950, apenas sete meses após o desastre a Igreja estava completamente restaurada.

Dezembro, últimos retoques na reforma da Igreja. Regressa ao seu altar a Imagem da Padroeira da Paróquia.

Debaixo de vivas aclamações é trazida a Imagem de Nossa Senhora das Graças pelas Filhas de Maria para o seu altar, em que dirige os destinos da Paróquia.

Explosões de alegria em todos os corações católicos! A Igreja tem outro aspecto, as espórtulas arrecadas nos

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lares por onde a imagem passou, quase que cobriu as despesas. Iniciouse o tríduo em preparação a Festa da Imaculada Conceição, num verdadeiro livro de ação de graças pela vitória alcançada. (Livro de Tombo da Paróquia das Graças, pág.119-verso. Ano 1950).

A partir desse ano, até o ano de 2017, a festa foi transferida do dia 27 de novembro para o dia 8 de dezembro, devido, segundo D. Adelina Acioli, a um voto de agradecimento que o povo fez com seu pároco, em virtude da providência divina ter poupado seus paroquianos de tão terrível catástrofe.

Figura 33 - Esta foto é uma lembrança dos 25 anos de paroquiato na Igreja das Graças do Padre Pedro Cavalcanti de Oliveira. Data: 29 de Abril de 1953. Fachada da Matriz ao lado ainda sem o Salão Paroquial. Fonte: Acervo Particular.

- 121 -

Provém dessa reforma um aumento do pé direito de toda Igreja, e a colunata em arcos góticos, que separam a nave principal das laterais: foi à forma arquitetônica encontrada, para diminuir o tamanho do vigamento das linhas de madeira, que dão sustentação ao telhado. (antes a Igreja tinha sua nave em um único vão, como a de S. Benedito no centro).

O coro tomou a forma que hoje se apresenta. Pode-se observar atualmente que quem adentra pela abertura da porta principal vê as colunas, o que comprova a reforma.

Infelizmente uma peça de valor inestimável, se perdeu nesse desastre; trata-se de uma tela de grandes

proporções

que

figurava

no

forro,

retratando a Senhora das Graças, de autoria do pintor alagoano, Eurico Maciel.

- 122 -

Figura 34 - Pintura de Nossa Senhora das Graças. Autor desconhecido.

O salão lateral, onde hoje se realiza reuniões de movimentos e catequese foi provavelmente construído em meados da década de 1950, talvez um pouco antes do casamento do governador Muniz Falcão com D. Alba Mendes em 1956.

- 123 -

A segunda grande reforma Outra reforma conduzida pelo Mons. Oliveira, na Matriz das Graças, foi após o Concílio Vaticano Segundo, quando da permissão de celebrar-se a missa na língua local e a postura do sacerdote na celebração se desse contrária a da missa tridentina, ou seja, o sacerdote deveria celebrar voltado para o povo, assim sendo, no ano de 1962 é realizada a segunda reforma.

Figura 35 - Da esquerda para a direita: Missa Celebrada no Rito Tridentino (Casamento de Ivonete Tenório Cavalcante com o Doutor José Luiz Jardim Pedrosa, em 18/10/1958). E Altar mor após a reforma de 1961 – o P. Oliveira celebra de frente para o povo. Foto do final da década de 60.

Fonte: Acervo Particular.

- 124 -

Foi à primeira Igreja de Alagoas a se adaptar as novas práticas litúrgicas. Mas uma vez a Imagem da padroeira volta a peregrinar na paróquia e num espaço relativamente curto de tempo (um ano) a reforma é concluída.

Resultado dessa reforma: o velho altar mor em madeira é destruído e em seu lugar aparece um grande altar dito litúrgico donde, na parede que ficava por trás do mesmo, aparecia um nicho escavado na parede onde foi colocado o sacrário, acima desse um étagères19 com a Imagem da padroeira,

e

acima

desta,

uma

Imagem

do

crucificado; tudo isso, encimado por uma sanefa, esculpida em madeira entalhada, na cor natural, da qual descia em uma cortina aberta ao meio, moldurando todo altar.

19

Étagères, do francês: prateleira, aparador, estante de parede.

- 125 -

Figura 36 – Da esquerda para direita: Casamento de Ana Maria de Siqueira Ciríaco e Edíamo de Moraes Ciríaco, 19/03/1963.

Casamento de Clarival e Silvinha Correia em 1971.

Fonte: Acervo Particular.

Os altares laterais mantinham o mesmo estilo, havia dois degraus como base e de resto mantinham a mesma descrição do altar mor, porém sem a presença do sacrário. Seguiam a mesma ordem dos antigos que foram destruídos: do lado esquerdo de quem entra, após a pia batismal (que hoje se conserva como memorial) seguia o altar da imagem primitiva de N. Senhora da Graça, o de N. Senhora de Fátima e por último, junto à capela mor, o do Coração de Jesus. Do lado direito de quem adentra a igreja: a gruta de Lurdes abaixo do vão da escada, o de N. Sra. Aparecida, o de Santa Terezinha e junto à - 126 -

capela mor, o de N. Senhora do Rosário. No corpo da nave central, nos pilares das colunas os étagères, na ordem de quem veem da capela mor para a rua: lado direito, S. José, defronte ao mesmo, no lado esquerdo, S. Vicente; e, nessa mesma sequência vinha, S. Cristóvão e Santo Antônio; S. Sebastião e N. Senhora da Conceição que só foi entronizada em 31 de Maio de 1963.

Permaneceu como lembrança da velha Matriz a capela mor, com as quatro pinturas (Talvez, também da lavra do Eurico Maciel) dos quatro evangelistas, que tinham aos pés seu animal símbolo, em cada canto do fim do pé direito das paredes da capela mor; e, no forro o medalhão esculpido em madeira revestido a ouro com a forma da insígnia mariana usada pelos irmãos Maristas, porém, em vez de coroado, era arrodeado de estrelas.

Todos os altares foram confeccionados em mármore e todos continham a pedra d’ara. Ao piso da capela mor e o embasamento dos altares laterais foi confeccionado em marmorite (mistura de pedra e argamassa de cimento colorido) de fina lavra, nas cores pretas e brancas. – (O marmorite é o único material, que se consegue, passado 30 a 40 anos, dando um polimento torna outra vez como novo, o que muitas pessoas desconhecem). Era o que havia - 127 -

de mais caro e moderno à época.

Um Político além-fronteiras O Mons. Oliveira tinha a perspicácia de um político nato. Sabia envolver-se com a comunidade e conduzir o seu povo. Cumpria com esmero suas funções e sabia cercar-se de lideranças competentes e fiéis. Nunca se soube de algum atrito entre ele e seus colaboradores no serviço da Paróquia. Porém, competência, era também uma especialidade de todos eles, cite-se de passagem que os seminaristas que mais atuavam junto a ele eram segundo Ivonete Pedrosa: Benício Dantas, que mais tarde, tornou-se sacerdote de renome e Humberto Gomes, que mais tarde, tornou-se médico, figura conhecida e louvada de nossa sociedade.

Do Popular ao Ideal O

primeiro

cinema

a

funcionar

nas

proximidades da Praça das Graças foi o Cinema Popular da Empresa Conte, mesma proprietária do Cinema

Floriano

na

Rua

do

Comércio.

Foi

inaugurado no dia 14 de janeiro de 1917, como registrou o Diário do Povo de 16 de janeiro de 1917.

- 128 -

“Inaugurou-se, anteontem, no princípio da Rua 16 de Setembro, o Cinema Popular, pertencente à Empresa Conte.

A

função

inaugural

teve

animadora

concorrência”.

Não se sabe por quanto tempo funcionou esta casa de espetáculos, mas, nos últimos anos da década de 1920 outro empreendimento cinematográfico surgiu na Praça das Graças, quando José Cavalcanti Filho exibiu algumas películas para o público durante os festejos de Nossa Senhora das Graças, depois de uma missa da véspera de Natal. Com a ajuda e incentivo do Mons. Oliveira, José Cavalcanti Filho junta-se a Iago Coelho onde decidem construir um cinema. Há indícios20 que o terreno foi doado pela Paróquia e os fiéis ajudaram a construir carregando tijolos e outros materiais. Por fim assim noticiava o Jornal de Alagoas do dia 23 de Dezembro de 1928.

Annexo aos festejos do Natal, no Parque Rio Branco, será inaugurado hoje o Cinema Ideal que proporcionará ás exmas. familias e ao publico em geral, durante as festas de Natal, Anno Bom e Reis, attrahentes sessões

Informações obtidas de D. Maria dos Anjos do Nascimento, que na época era regente da Scholla Cantorumda Paróquia das Graças.

20

- 129 -

cinematographicas, com fina e escolhida programmação e a preços populares. (Jornal das Alagoas, 1928. Pág.4).

O perfil de liderança do Mons. Oliveira o engajou na política vigente: identificando-se com o populismo marcante de Silvestre Péricles apoia abertamente o PSD. Silvestre foi eleito deputado federal em 1945, e governador de Alagoas em 1947.

Em seu governo, fez a instalação do serviço de água encanada, na capital; criou o Corpo de Bombeiros e o Tribunal de Contas do Estado; que a época chamavase Conselho de Finanças, nomeando o Mons.

Oliveira

seu

primeiro

Presidente,

reformou

e

equipou a Guarda Civil; fez o primeiro plano rodoviário do estado; fez a instalação da primeira estação radiofônica do Estado – Rádio Difusora de Alagoas.

- 130 -

Figura 37 – Primeiro prédio do Cine Ideal visto a partir do Parque Rio Branco. Fonte: IGHAL.

Na inauguração da Difusora a Paróquia das Graças se fez presente, através de sua Scholla Cantorum, tendo Nina Falcão como pianista e regente do coro, D. Pastorinha, tia de Hilda Peixoto.

Segundo depoimento da mesma Hilda, ela tinha 12 anos nesta época, integrava o coro, e participou desse evento. A benção solene da Difusora foi proferida pelo grande amigo do Mons. Oliveira, e sacerdote da Diocese de Penedo, o Padre Abelardo Falcão, irmão da grande musicista e compositora Nina (Umbelina) Falcão e do Deputado Hidelbrando Falcão.

- 131 -

De acordo com os arquivos do Tribunal de Conta do Estado de Alagoas publicados em seu site informa: O primeiro Regimento Interno do Conselho de Finança foi aprovado em 16 de janeiro de 1948, em Sessão ordinária realizada na referida data, tendo sido alterado em Sessão de 03 de janeiro de 1951, com as participações dos Membros do Conselho Pedro Cavalcante de Oliveira - Presidente, Francisco de Paula Acioli – Vice Presidente, José Sílvio Barreto de Macedo e Nelson Leôncio de Farias.

Silvestre Péricles não conseguiu ungir seu sucessor no governo do estado, nas eleições de 3 de Outubro de 1950, mas, sobrevivendo à derrota silvestrista, Muniz Falcão é eleito Deputado Federal pela sigla do PST, (Partido Social Trabalhista).

(Tenório, 2007).

Identificado com os ideais populistas de Silvestre, o Mons. Oliveira se mantem fiel, e, junto com o mesmo, conseguem, na próxima eleição de 03 de Outubro de 1955, eleger Muniz Falcão governador de Alagoas, para um mandato de cinco anos. No dia 9 de Setembro de 1956, a Paróquia das Graças estava exultante: nessa data, nela realizou-se, com a devida pompa e circunstância, o casamento do Governador - 132 -

Muniz Falcão, com D. Alba Mendes, filha do Deputado Estadual e chefe Político de Palmeira dos Índios Humberto Mendes.

O prestígio político da Paróquia e do Padre era evidente, e assim, em 14 de fevereiro de 1959, foram nomeados, pelo Governador Dr. Sebastião Marinho Muniz Falcão, em caráter vitalício, os novos Membros do Conselho Deliberativo do Conselho de Finança21.

Inicialmente, o Chefe do Poder Executivo expediu os Atos de nomeação de Pedro Cavalcante de Oliveira, Ramiro da Costa Pereira, José Alfredo Pinheiro de Mendonça e Djalma Marinho Muniz Falcão, sendo, na mesma ocasião, indicados pelo Poder Legislativo Estadual os Deputados Geraldo Costa Sampaio e Octacílio Silveira Cavalcante. (História do TC, PDF, Escrito por Administrator. Quinta-feira, 03 de Setembro de 2009 10h40min, “site” TC/AL).

(Grifo nosso).

Coube a Constituição do Estado de Alagoas, promulgada em 11 de maio de 1967, acabar com a nomenclatura de Conselho de Finanças, reconhecendo a denominação de Tribunal de Contas, consagrada no Brasil para todos os Órgãos Fiscalizadores de Controle Externo.

21

- 133 -

No dia 14 de Junho de 1966, vitima de câncer, falece no Hospital Português do Recife, o Dr. Sebastião Marinho Muniz Falcão. A Paróquia das Graças, vê o alvorecer do dia 15, revestida de luto, e plena de tristeza. Na sua nave principal está sendo velado o corpo do Governador. A Igreja e a Praça não comportam a multidão. Douglas Apratto, assim narra, esse acontecimento: Multidão incalculável acompanha o corpo da maior liderança política de Alagoas, em todos os tempos, até o Cemitério de N. Senhora da Piedade, em Maceió, onde é enterrado. Centenas de pessoas rasgam seus títulos de eleitor, e os depositam em oferenda no túmulo do morto. (Tenório, 2007, pg. 45).

- 134 -

Figura 38 - Muniz Falcão Conduzindo a Imagem de Nossa Senhora das Graças em 1964.

Fonte: Jornal de Alagoas – recorte.

- 135 -

CAPÍTULO IV PROTAGONISTAS DA HISTÓRIA A famosa Scholla Cantorum das Graças A Scholla Cantorum é uma escola de canto coral e um coro de jovens para acompanhar as funções religiosas da Igreja Católica. A primeira Scholla foi fundada pelo Papa Silvestre I (circa 334).

Desta derivou a escola romana do Laterano e escolas análogas nas Igrejas de todo o mundo católico. O nome foi adotado também pelas escolas laicas, dentre as quais a mais famosa é a Scholla Cantorum de Paris, fundada em 1894 por Vincent d'Indy o qual a transformou em uma escola de composição.

Não se sabe ao certo em que ano foi fundada a Scolla Cantorum das Graças, no idos dos anos de 1930 já se tem notícias do seu funcionamento. Teve importantes mulheres de conotação pública, Nina Falcão foi a primeira organista e acredita-se que a mesma fundou junto com o Mons. Oliveira o distinto coral de meninas.

Junta-se a Nina, Hilda Lins Peixoto, sendo substituída nos anos de 1970 por Joaquim Costa, professor e músico do Seminário de Maceió, onde - 136 -

teve alunos ilustres como Fernando Iório e Benedito Fonseca. Era restaurador de Imagens sacras tendo aprendido essas técnicas com os santeiros antigos de Marechal Deodoro. Foi aluno do Conservatório do Rio de janeiro. Permaneceu até 1976. Foi organista da Catedral, dos Martírios, Livramento e São Benedito, era convidado a tocar nas festas religiosas mais importantes do Estado. Compositor de mérito tendo deixado inúmeras composições.

Figura 39 - Joaquim Costa, o organista mais famoso de Alagoas.

Era Paroquiano das Graças, compôs muitos hinos, inclusive o do 2º Congresso Eucarístico Paroquial. Fonte: Acervo Particular.

- 137 -

Figura 40 - Scolla Cantorum numa procissão da padroeira, 1960.

Fonte: Acervo Particular.

Scolla Cantorum da década de 1940 até 1960, sob regência de Nina e Hilda: Luzinete Lobato, Das Dores; Diva; Luzinha; Naildes; Judith Pereira; Judite Santos; Élida Sampaio; Eurídes; Isa; Adail; Adaildes; Elsa Santana; Lourdes; Benita; Antonieta; Estelita Bastos; Ivonete Pedrosa; Zélia e Gildete Rolemberg.

Scolla Cantorum a partir da década de 1960, sob a regência de Hilda: Carol; Celina; Dadá; as irmãs Coruripe (Nair, Mizinha, Irene, Maria e Creuza); Zélia e Gildete - 138 -

Rolemberg;

Iêda;

Lucinha;

Maria

do

Carmo

(Nininha); Maria Augusta (Mariúsa); Marijú; Vera; Vitória; Chiquita; Dos Anjos e sua filha, Salete e Marlene.

Scolla Cantorum a partir de 1972 a 1975, sob a regência de Seu Joaquim Costa: Ficam pouquíssimas pessoas do coral anterior, entre elas: algumas das Irmãs Coruripe, Mariúsa, Vitória e outras poucas.

Scolla Cantorum a partir da década de 1988, sob a regência de Maria Costa. É extinta, Maria Costa toca, o Padre e a comunidade canta.

Scolla Cantorum a partir da década de 1988, sob regência de Zelma Costa.

Nadir; Vitória; Vitória Alves; Olga; Reinaldo; Margarida; Maria Gomes; Odete Santiago e sua irmã; Lindauria Santana; Maria do Carmo; Lúcia Guedes; Marli; Eunice; Lurdinha; Arnaldo; Maria José Cunha; Nathália; Edilene; Maria da Luz; Socorro; Dadá, Gisélia; Eder, Marilene e por último já na década de 2000 João Lemos.

Atuante até os dias atuais, com variação no elenco de cantores. É o Coro Oficial da Paróquia.

- 139 -

Figura 41 - Scolla Cantorum nos anos de 1990. Fonte: Acervo Particular.

Nossos tesouros imortais

Figura – 42 - Da Esquerda para a direita: Hilda Lins Peixoto, Francisca Costa (Chiquita), Josefa Tenório Cavalcanti e Filomena Maria dos Santos. Fonte: Acervo Particular.

- 140 -

1. Hilda Lins Peixoto – Musicista aprendeu a tocar com D. Nina, e solfejo com D. Leopoldina de Carvalho Café. Foi organista das Graças substituindo D. Nina no início dos anos de 1950 até 1972. Pintora talentosa e virtuosa no órgão. Foi depoente para realização deste livro. Pessoa de fé inabalável e fortaleza

ímpar.

Sofreu

injustas

e

cruentas

perseguições e muito padeceu pela inveja dos incapazes. No entanto no seu depoimento para este livro jamais tocou nesse assunto. (in memoriam).

2. Francisca Costa Carvalho (Chiquita) – Foi nas décadas de1950 a 1970 secretária da Igreja, pertencia a Scholla Cantorum e ainda dirigia o carro(Rural) que conduzia o Mons. Oliveira quando já doente.

Muito querida e estimada por todos. (in memoriam).

3. Josefa Tenório Cavalcanti- Trabalhou junto com dona Adelina e dona Naninha na reforma da Igreja de 1979 e no reerguimento do Apostolado da Oração das Graças. (in memoriam).

4. Filomena Maria dos Santos – Cega, pertencia ao Apostolado da Oração e diariamente distribuía a Eucaristia

aos

doentes

memoriam).

- 141 -

da

comunidade.

(in

Figura 43 – Da esquerda para a direita: Valdecila Lemos de França, Luzinete Morais de Lima, Zilda Duarte Freitas e Terezinha. Fonte: Acervo Particular.

1. Valdecila Lemos de França - Impossível falar na Paróquia das Graças sem lembrar a figura veneranda de Valdecila. Ícone da época áurea da comunidade esteve à frente da Pia União das Filhas de Maria, das Obras das vocações (por imposição de D. Adelmo) e conduziu a maior Campanha de Fátima, que se registrou nesta Arquidiocese. Pessoa culta e de santidade transbordante. A Virgem a protege de tal modo, que conversar com Valdecila é vislumbrar um pouquinho do Céu, onde todos são irmãos e iguais, e onde, a maldade e maledicência não acham lugar. – Valdecila foi depoente para realização deste trabalho. (in memoriam).

2. Luzinete Morais de Lima - Esposa de Benedito Carvalho Foi muito tempo membro do Apostolado da Oração pertencendo à diretoria como vice- 142 -

tesoureira. Pertenceu a equipe de peregrinação com a Imagem de Nossa Senhora de Fátima nos lares, durante 17 anos. (in memoriam).

3. Zilda Freitas – Zeladora da Igreja, tomando conta das alfaias e vasos sagrados. Foi da Legião de Maria, prestou serviços por mais de 30 anos. Pertenceu ao Coral Estrela Radiosa. Zilda foi depoente para a realização deste trabalho (in memoriam).

4. Terezinha Gomes – Foi membro do Apostolado da Oração, participou ativamente da Legião de Maria e da evangelização nos lares. Foi depoente para a realização deste trabalho (in memoriam).

Outras Personalidades proeminentes da Campanha de Fátima das Graças (Movimento de Evangelização dos Lares): D. Maria José Chagas; D. Walfrida Barbosa; D. Jacira de Carvalho Ramos; D. Jacy Vieira Carvalho; Maria de Albuquerque Reis; Maria José de Albuquerque Gusmão; Tânia Lúcia Prezado; D. Bernadete Simões; D. Maria das Dores (da Rua Sargento Jaime); D Dulce (da Rua das Vitórias); D. Mariinha e D. Didi (da Rua de Santo Antônio), que foram possíveis de serem lembradas.

- 143 -

Figura 44 – Da esquerda para a direita: Valdomiro Santos, Maura Leite, Leticia Freitas e Neide Santana. Fonte: Acervo Particular.

1. Valdomiro Pinheiro - Ingressou na comunidade no paroquiato do Monsenhor Edivar de Morais, ajudou durante 15 anos na administração da Igreja até o inicio da gestão do Cônego Luiz Santos. (in memoriam).

2. Maura Leite – Moradora antiquíssima da Paróquia das Graças sua irmã era organista e amiguíssima de Nina Falcão. Frequentou a paróquia durante toda a vida. Foi depoente para a realização deste trabalho.

3. Letícia Duarte

Freitas

- Foi membro

do

Apostolado da Oração, participou ativamente do Movimento da Mãe Rainha e da evangelização nos lares. Foi depoente para a realização deste trabalho. (in memoriam).

- 144 -

4. Neide Santana – Foi catequista, da equipe de Valdecila, de competência e renome. As turmas mais adiantadas eram revistas e testada por ela. Foi depoente neste livro e com sua simplicidade se tornou imortal na memória desta Igreja.

Figura 45 – Da esquerda para a direita: Léa Maria Dias Pinto, Maria Francisca Vidal Costa, Zelma Costa e Maria Tenório Dias.

Fonte: Acervo Particular.

1. Léa Maria Dias Pinto - Foi catequista, da equipe de Valdecila, de competência e renome. As turmas mais novas eram cuidadas por ela. Com o mesmo empenho e dedicação ficou marcada na história da Igreja das Graças.

2. Maria Francisca Vidal Costa – Filha do Sr. Joaquim Costa, foi organista das Graças de 1976 até 1992. (in memoriam).

3. Zelma Costa – Organista oficial das Graças desde 1988, sobrinha e filha de criação do Sr. Joaquim - 145 -

Costa, é também organista da Igreja de São Benedito.

Foi depoente para a realização deste trabalho.

4. Maria Tenório Dias – Zeladora da Igreja durante quase 10 anos. Com muito zelo sempre ornamentou aos sábados com flores do seu jardim os nichos com cuidado e apreço. Mulher de Fé. Foi depoente para a realização deste trabalho.

Figura 46 – Da esquerda para a direita: Janete Eugenio da Silva, Fátima Feitosa, Maria do Carmo Oliveira e Judite Gomes dos Santos. Fonte: Acervo particular.

1. Janete Eugenio da Silva – De tanto ser assídua aos eventos da Paróquia, tornou-se um marco neste século. Foi membro do Apostolado da Oração e da Legião de Maria.

Foi depoente para a realização

deste trabalho (in memoriam).

- 146 -

2. Fátima Feitosa - Catequista nata como diz a história, mulher que lutou intensamente pela catequese

paroquial.

Deixou

saudades.

(in

memoriam).

3. Maria do Carmo Oliveira - Faz parte do Apostolado da Oração, da Legião de Maria, foi ministra da eucaristia. Ajudou com muito empenho as

atividades

na

comunidade

participando

ativamente da evangelização nos lares, Campanha de Fátima e outras festas religiosas. Foi depoente para a realização deste trabalho.

4. Judite Gomes dos Santos – Foi fundadora Movimento da Mãe Rainha, nos anos 1960 mais seu esposo Pedro Teixeira e outros leigos iniciaram as evangelizações no bairro.

Foi depoente para a

realização deste trabalho.

Figura 47 – Da esquerda para a direita: Maria do Carmo Moraes, Maria Vitória Alves de Lima, Vera Lúcia e Maria Jorcelina da Luz Costa. Fonte: Acervo Particular.

- 147 -

1. Maria do Carmo Moraes - Secretariou a paróquia de 2003 até 2005. Fez parte de muitas atividades da comunidade e festa. Sempre esteve presente nos momentos importantes sendo testemunhas das lutas e conquistas da Paróquia. Foi depoente para a realização deste trabalho.

2. Maria Vitória Alves de Lima - Foi membro do Apostolado da Oração, do Coral de N. Senhora das Graças, foi Ministra Extraordinária da Comunhão e secretária paroquial. Foi depoente para a realização deste trabalho.

3. Vera Lúcia (In memoriam) – Fundou a Pastoral da Acolhida, foi membro do Apostolado da Oração, Movimento Mãe Rainha e deu sua contribuição para os festejos do Centenário da Paróquia. Foi depoente para a realização deste trabalho.

4. Maria Jorcelina da Luz Costa – Membro do Apostolado da Oração, liderança da comunidade nos momentos

importantes

como

nos

festejos

do

centenário da Paróquia. Foi depoente para a realização deste trabalho.

- 148 -

Figura 48 – Da esquerda para a direita: Ivanilda Farias da Silva, Padre Manoel Henrique de Melo Santana, Padre Claudinier José e Antônio Tarcisio Círiaco.

Fonte: Acervo Particular.

1. Ivanilda Farias da Silva – Grande liderança na comunidade, professora por vocação e formação, sempre incentivou e promoveu o zelo a religião. Foi coordernadora de Liturgia e uma das que merecem a gratidão por ter se destacado nos festejos do Centenário da Paróquia. Foi presidente das maiores festas da padroeira no século vigente. Foi depoente para a realização deste trabalho.

2. Padre Manoel Henrique de Melo Santana - A primeira vocação da Paróquia que se saiba, Desde pequeno viveu e foi fiel a N. Senhora era o xodó do Padre Cavalcanti. Sua primeira Missa foi celebrada na Matriz. Foi depoente para a realização deste trabalho.

3. Padre Claudinier José – É a vocação mais fértil da - 149 -

surgida na comunidade e muito querida pelo Monsenhor Edvar de Morais. Sua primeira Missa foi celebrada na Matriz, orgulho da comunidade. Foi depoente para a realização deste trabalho.

4. Antônio Tarciso Ciríaco da Silva - Nascido em 02/02/1957, nascido e batizado na Paróquia da Levada, tendo sido criado na mesma. Serve como leigo na paróquia da Catedral, precisamente desde 1970 na Capelania de S. Benedito, sem, no entanto, nunca ter se afastado das Graças. É Professor Adjunto Da Universidade Federal de Alagoas há mais de 30anos, tendo os títulos de Especialista pela USP e Mestre pela UFAL. Também é Músico. Fez o primeiro levantamento histórico da Igreja de São Benedito, a pedido Do Mons. Jose Luiz Soares em 1977. Foi depoente para a realização deste trabalho.

Figura 49 – Da esquerda para a direita: Suely Urbano Malta, Ivonete Cavalcanti Pedrosa, Zélia Rolemberg Figueiredo e Maria Luiza. Fonte: Acervo Particular.

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1. Suely Urbano Malta – Sempre esteve presente na Paroquia das Graças participando ativamente dos momentos religiosos e solenes. Foi depoente para a realização deste trabalho.

2. Ivonete Cavalcanti Pedrosa – Integrou a Scholla Cantorum das Graças, desde o tempo de Nina Falcão e continuou cantando com Hilda Peixoto até os anos de 1958. Foi depoente para a realização deste trabalho.

3. Zélia Rolemberg Figueiredo – integrou a Scholla Cantorum desde o início dos anos de 1950 até inicio da década de 1970 – graças a ela e Ivonete Pedrosa pode-se recuperar o repertório do coro dessa época.

Foi depoente para a realização deste trabalho.

4. Maria Luiza - Pessoa de caráter exemplar fiel aos ensinamentos da Igreja, sempre esteve presente nas atividades e festas da Paróquia. Foi depoente para a realização deste trabalho.

- 151 -

Figura 50 – Da esquerda para a direita: Leda Lins, Cristina e Nancir Morais e Maria do Carmo Brandão. Fonte: Acervo particular.

1. Maria Leda Lins da Rocha – Mulher virtuosa e de muita atitude, ajudou diretamente as atividades da Paróquia em momentos de dificuldade como de celebração. Deixou marcas profundas na promoção a evangelização e devoção a Nossa Senhora das Graças. Foi depoente para a realização deste trabalho.

2. Cristina Moraes de Lima Cabral - Batizada, crismada e casada na Igreja Nossa Senhora das Graças, foi catequista desde 1979, chegando a ser coordenadora da catequese. Foi ainda secretária na época do Cônego Luiz Santos. Atualmente é membro do apostolado da oração. Foi depoente para a realização deste trabalho.

3. Nanci Moraes de Lima Frazão – Nasceu e se criou entre nas atividades da Paróquia por ser de família - 152 -

bastante católica. Repassou para os filhos o amor filial a Virgem Maria. Foi secretária do Apostolado da Oração, participou ativamente da evangelização dos lares e foi fundadora da Legião de Maria, Praesidium Nossa Senhora das Graças.

4. Maria do Carmo Brandão – Foi presidente do Apostolado da Oração, membro da Legião de Maria e participava ativamente do grupo de evangelização nos lares. Foi depoente para a realização deste trabalho. (In memoriam).

Figura 51 – Da esquerda para a direita: José Malaquias, Adalgisa Amorim, Josefa Alves de Figueiredo, Helena Ferreira da Silva e Maria do Carmo Melo.

Fonte: Acervo particular.

1. José Malaquias - Faz parte da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Catedral, foi presidente da Sociedade de São Vicente, foi acólito e é associado do Apostolado da Oração. Foi depoente para a realização deste trabalho.

- 153 -

2. Adalgisa Amorim – Natural de Sertânia-PE, foi morar na Paróquia das Graças nos anos de 1980, ingressou no Apostolado da Oração através da Igreja de São Benedito. Sempre esteve presente nas atividades da comunidade e festas. Foi depoente para a realização deste trabalho.

3. Josefa Alves de Figueiredo – É zeladora do Apostolado da Oração, membro do grupo de evangelização nos lares, do Movimento Mãe Rainha e foi ministra da comunhão. Fundou o Praesidium Nossa Senhora das Graças e fez parte do coral estrela radiosa. Foi depoente para a realização deste trabalho.

4. Helena Ferreira da Silva – Ministra Extraordinária da Sagrada Comunhão, foi presidente da Legião de Maria e secretária quase perpétua do Praesidium Rainha dos Apóstolos, zeladora do Apostolado da Oração. Foi depoente para a realização deste trabalho.

5. Maria do Carmo Melo – Fiel a Virgem Maria, mulher de muita fé e amor à religião. Sempre viu na Virgem um reflexo vivo de Jesus Cristo. Participou da fundação da Legião de Maria, foi do Apostolado - 154 -

da Oração e do grupo de evangelização. Foi depoente para a realização deste trabalho.

Figura 52 - da esquerda para direita: Marilene Candido da Rocha, Maria da Luz, Edlene Santos e Socorro Correia. Fonte: Acervo particular.

1 - Marilene Candido da Rocha – Grande leiga articuladora

das

atividades

marianas

na

comunidade, sempre aos sábados organizou a comunidade para a reza do Ofício da Imaculada, no mês de Maio puxou as novenas dedicadas a Nossa Senhora com terços e ladainha, é membro do Apostolado da Oração e do Coral das Graças.

2 – Maria da Luz – Católica fervorosa, entusiasmada com os cantos sacros sempre esteve presente no Coral das Graças desde a década de 1990, é zeladora do Apostolado da Oração.

3 – Edlene Santos – Voz de muitos corais, voz que marca sua passagem na história de tantos grupos de - 155 -

canto coral em Maceió e fora dele. Além de grande incentivadora do Coral das Graças, participou de inúmeras atividades na comunidade.

4 – Socorro Correia – Zeladora do Apostolado da Oração, amiga inseparável de Lúcia Guedes, ambas deram grande contribuição para o Coral das Graças e outras dimensões da Paróquia.

Figura 53 - Marta Barros, Elizabeth Freitas, Jorge Afrânio e José Hermane. Fonte: Acervo particular.

1 – Maria Marta de Barros Lima – Detentora de todo o saber da família Barros Lima, filha de Dona Otávia Barros, uma das mais atuantes leigas na história da Paróquia. Marta seguindo os ensinamentos da mãe foi à única das filhas a ingressar no Apostolado da Oração, as outras pertenceram a Scholla Cantorum.

Esta mulher de carisma célico deixou marcas indeléveis no meio do povo levando às almas tíbias as práticas dos sacramentos da Igreja. Marta vive na memória dos que a conheceram. (In memorian).

- 156 -

2 – Maria Elizabeth Duarte Freitas – D. Beth como a conhecemos sempre dinamismo

foi uma mulher

espetacular,

caminhou

de um

sempre

nos

caminhos da caridade e do amor a Jesus. Devoto fervorosa de Nossa Senhora das Graças, jamais se esqueceu daquela que sempre lhe amparou em momentos de dificuldades, é zeladora do Apostolado da Oração.

3 – Jorge Afrânio – Comunicador que sempre apoiou e incentivou as atividades na Paróquia, dentre as muitas contribuições, nunca deixou de exercer o papel do leigo protagonista com perene importância nos rumos do bairro. É um dos que com amor sempre cuidou pela memória religiosa deste povo, além de ser devoto da Virgem.

5 – José Hermane Firmino Neto – Católico fervoroso e ativo, sempre participou das atividades do Coral das Graças e de outras atividades na comunidade, devoto fiel de Nossa Senhora das Graças nunca deixou de está presente, mesmo morando em outras regiões da cidade.

- 157 -

CAPÍTULO V O RETRATO DA LEVADA

Figura 54 – Morador e ao fundo barracos na Levada, 1931.

Fonte: Jornal O Semanário

- 158 -

Figura 55 - Capela de São Pedro na beira do canal da Levada, 1978. Fonte: Acervo Particular.

Figura 56 - Boca da Bigorna no entorno do antigo Mercado Público da Levada. A foto é de 1978. Fonte: Acervo Particular.

- 159 -

Figura 57 - Quitanda no bairro da Levada, feirinha do passarinho. Foto provavelmente tirada entre as duas primeiras décadas do século XX. Fonte: Acervo Particular.

Figura 58 - Inauguração do 1º Centro de Saúde de Maceió, 1942.

Fonte: Acervo Particular.

- 160 -

Figura 59 - Esquina da Padaria Rio Branco, 1967. Fonte: Acervo Particular.

Figura 60 - Escola Mista da Levada em 1920, onde depois funcionou o Dispensário da Secretaria da Saúde. Fonte: Edberto Ticianelli.

- 161 -

Figura 61 - Porto da Levada no ano da sua inauguração, 1912.

Fonte: Acervo Particular.

Figura 62 - Vista aérea da Levada, 1990. Fonte: Acervo Particular.

- 162 -

Figura 63 – Porto da Levada vê-se a Rua Celeste Bezerra, 1923.

Fonte: internet.

Figura 64 – Inauguração do Mercado Público, 1939. Fonte: Acervo Particular.

- 163 -

Figura 65 – Praça Emilio de Maia, 1940. Fonte: Acervo Particular.

Figura 66 – Canal da Levada, 1909. Fonte: Internet.

- 164 -

Figura 67 – Canal da Levada em 1910, Fonte: Internet.

Figura 68 – Praça das Graças antes da construção do 1º Centro de Saúde da capital. Fonte: Acervo particular.

- 165 -

Figura 69 – Altares familiares da Campanha de Fátima nos lares, anos de 1980. Fonte: Acervo particular.

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ANEXOS

Apostolado da Oração pousando para a foto oficial no dia do seu centenário em 22 de Junho de 2013. Fonte: Acervo particular.

Fundação do Movimento Eucarístico Jovem na Paróquia das Graças em 09 de Junho de 2015. Fonte: Acervo particular.

- 167 -

Retiro do Apostolado da Oração na Igreja de São Benedito em 17 de Outubro de 2015. Fonte: Acervo particular.

Apostolado da Oração na Festa do Sagrado Coração de Jesus em 2014. Fonte: Acervo particular.

- 168 -

Maria José dos Santos em frente à Matriz das Graças, 1950.

Fonte: Acervo Particular Andor de Nossa Senhora das Graças, 1984. Fonte: Acervo Particular.

Padre Oliveira, 1960. Fonte: Acervo Particular.

Padre Luiz Marinho e sua Rural a frente do Abrigo Dom Bosco – 1961. Fonte: Acervo Particular.

- 169 -

CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta presente pesquisa buscou elencar pontos objetivos a cerca da história da Paróquia das Graças da

Levada,

distinguindo

os

fatos

relevantes

ocorridos entre os anos de 1865 a 1972 uma período de pouco mais 100 anos esquecidos nos livros que hoje vem a tona para o conhecimento de todos.

A sua importância no lugar onde fora construída foi decisiva para as mudanças físicas, sociais e culturais do bairro da Levada em Maceió.

Dela provém toda a religiosidade popular de um povo comum que sempre viu na Virgem um oásis abundante de graças conquistadas.

Desde a sua

fundação até os dias atuais devotos anônimos de todas as partes acorrem ao seu interior suplicando graças e agradecendo por outras, ali em pleno movimento do centro e mercado público a população ver na velha Matriz um recanto de paz e serenidade. É preciso sempre trazer à tona a verdadeira história de nossos espaços públicos para que sejam cada vez mais preservados e visitados. A Matriz de Nossa Senhora das Graças é um marco referencial na vida dos transeuntes, moradores e fiéis, além de ser parte indiscutível para a organização do bairro e seu - 170 -

pleno desenvolvimento.

Com os fatos históricos aqui apresentados podemos ver o valor do templo e suas contribuições para a vida do povo simples que ontem e hoje continuam a fazer da sua lida entre a lagoa e a Matriz. Uma conexão estreitamente firme pela configuração da historicidade de ambas ao lugar, uma dando o sustento, a outra, o alimento espiritual.

Após tantos anos de descuido sobre a história de um povo, esperamos que este trabalho ajude a reacender o valor que se devem dar aos patrimônios da fé em nossa cidade. Que aqui seja reafirmado o compromisso com a religiosidade popular e sua história e sua importância para Alagoas.

A Matriz de Nossa Senhora das Graças é o coração do bairro dali emanam todos os rumos afetivos e religiosos do povo, convém destacar um agradecimento a todos que fizeram e fazem sua história dentro ou no entorno da formosa Matriz das Graças.

Um marco na vida do bairro, um marco sem fronteiras na Fé. Afinal é a VIRGEM DAS GRAÇAS QUE REINA!

- 171 -

REFERÊNCIAS BICLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, Ibasel Loureiro de. Notas sobre a História de Alagoas Ed. Sergasa, 1989. ______________.

Maceió.

2ª

edição.

Maceió:

SERGASA, 1981. ____________________________.

Memórias

de

Minha Rua. Maceió: TELASA/GRAFITEX, 1981. ________________. Interpretação da Província – Estudo da Cultura Alagoana. 2ª edição. Maceió: EDUFAL, 2005. __________________. Igrejas e Capelas de Maceió.

Maceió. Academia Alagoana de Letras. 2002. __________________. Maceió de outrora. Vol. 2 (Obra

póstuma

apresentados

por

com

textos

ROCHA,

organizados Rachel).

e

Maceió:

EDUFAL, 2001. ___________________. Maceió a cidade restinga: contribuição ao estudo geomorfológico do litoral alagoano. Maceió: EDUFAL, 1990.

- 172 -

____________________________.

Efemérides

Alagoanas. 2º volume. Maceió: Instituto Arnon de Mello, 1993.

ALAGOAS (Estado). Relatorio que, sobre as ruas, travessas, beccos, praças e estradas de Maceió, apresentou ao Illustre Snr. Intendente desta Capital Dr. Luiz de Mascarenhas o funcionário municipal Bráulio Fernandes Tavares em 19 de Agosto de 1911.

Maceió, TypographiaCommercial, 1911.

ALAGOAS (Província). Falla que pretendia dirigir á Assembléa Legislativa da provincia das Alagoas na installação da primeira sessão ordinaria no dia 3 de maio de 1840, o presidente de mesma provincia, dor.

João Lins Vieira Cansansão do Sinimbú. 1840.

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