O Farol - 26 de novembro 2023

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BOLETIM QUINZENAL Fraternidade Sacerdotal São Pio X Portugal Estrada de Chelas 31, 1900-148, LISBOA

O FAROL

Domingo 26 de Novembro de 2023

Último domingo depois de Pentecostes XXIV domingo depois de pentecostes

No final do ano eclesiástico, a Santa Igreja convida-nos a meditar sobre o Evangelho do juízo universal. No dia determinado pelo Senhor, o Filho do Homem aparecerá sobre as nuvens com grande poder e majestade, e diante dele serão reunidas todas as nações da terra para serem julgadas. É verdade que, com esta recordação, a Igreja pretende reavivar em nós a consciência das nossas responsabilidades; mas, sobretudo, ela quer que vejamos no julgamento de Cristo o coroamento da sua vitória e a consumação da sua obra redentora. Animemo-nos, pois, com a confiança e a doce esperança de que o nosso juiz será o nosso próprio salvador. A Igreja não deixou de no-lo recordar ao longo do ano litúrgico. Disse-no-lo de modo especial na Vigília de Natal, quando nos preparávamos para celebrar a primeira vinda do Filho de Deus a este mundo (Colecta da Vigília); hoje repete-o também pela boca de São Paulo. Fomos tirados do poder do demónio e pertencemos agora ao reino do Filho muito amado do Pai, pelo qual temos a redenção e o perdão dos pecados (Epístola).

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A SANTIDADE DA IGREJA: O DOGMA Quando recitamos o Credo, professamos a nossa fé na Igreja una, santa, católica e apostólica. Portanto, afirmamos que Deus nos revelou que a sociedade que ele fundou tem estas quatro características. Mas o que é esta "santidade" que pertence à Igreja Católica, se é exclusiva dela ou se é uma "nota" que a distingue de qualquer outra sociedade religiosa? Tentaremos compreender melhor este conceito numa série de artigos. O CONCEITO DE "SANTIDADE Segundo a etimologia de Santo Isidoro, retomada pelo próprio Santo Tomás, sanctum equivale a sanguine tinctum, ou seja, "tingido de sangue": a ideia veterotestamentária da purificação pelo sangue das vítimas, que, segundo a Carta aos Hebreus, prefigura o sacrifício sangrento do Senhor Jesus Cristo, resume os dois conceitos de pureza (obtida pela aspersão do sangue) e a consagração estável que dela deriva. A pureza é entendida aqui como isolamento das coisas terrenas, preservação do profano; e a estabilidade no sentido de santificado (sanctum), confirmado pela lei divina eterna e imutável. Embora a etimologia nos dê indicações preciosas, segundo a revelação cristã, a santidade deve ser entendida como a perfeição da caridade: o amor de Deus sobre todas as coisas, infundido na alma, ordena toda a vida moral do homem até ao seu fim último. A própria caridade, que procede do sacrifício da Cruz, purifica a alma do amor das coisas do mundo e estabiliza a união com Deus, já nesta vida, como um habitus da alma (uma qualidade presente na alma) que persiste mesmo na impossibilidade terrena de actos contínuos de amor. Aquele que tem caridade é, portanto, sanctus também no sentido etimológico: entregar o coração a Deus de forma estável, purificado de tudo o que é contrário ao seu amor (santidade comum), ou mesmo renunciar voluntariamente a tudo o que não é estritamente necessário para a vida presente (santidade heróica). A SANTIDADE DA IGREJA COMO VERDADE DE FÉ REVELADA Se este conceito de santidade for compreendido, é fácil aplicá-lo à Igreja. Como artigo de fé, que rezamos no Credo Apostólico e no Credo Niceno-Constantinopolitano, devemos acreditar que a Igreja é essencialmente santa. O Magistério repetiu-o muitas vezes contra os hereges. Na carta aos Efésios (V, 36-38), afirma-se explicitamente que Cristo amou a Igreja, sua Esposa, e se entregou para a santificar e a tornar gloriosa, sem mancha, santa e imaculada. Podemos ver aqui claramente como o artigo do Credo é apoiado pela revelação divina, bem como pelo ensinamento unânime dos Padres, testemunhas da Tradição. O próprio Espírito Santo é como que a alma deste Corpo Místico de Cristo e, por isso, toda a ação da Igreja enquanto tal é uma ação divina, santa por definição: portanto, santos são os sacramentos que a Igreja administra, dispensadores dos frutos do Sacrifício de Cristo e vivificados pela Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Igualmente santos são os princípios e as doutrinas da Igreja, que (como veremos mais adiante) são capazes de santificar aqueles que os seguem e observam, e tornam-se capazes de o fazer precisamente por causa dos sacramentos e dos meios que a Igreja põe à sua disposição.


Metaforicamente, a Igreja é uma sociedade, toda uma ordem (de relações), à qual pertence a santidade enquanto é o seu princípio, a causa da edificação (causa eficiente) nos seus membros (pelos sacramentos e pela doutrina); e enquanto tem a santidade como objetivo, como fim (causa final). A Igreja é uma comunhão de santos, precisamente por causa do seu fim e por causa dos membros que já alcançaram esse fim. A SANTIDADE DOS MEMBROS DA IGREJA Isto não invalida o facto de a Igreja ser composta, nesta terra, por santos (quer no sentido de pessoas em estado de graça, quer no sentido de pessoas que vivem heroicamente as virtudes) e por pecadores: foi isto que Jesus Cristo quis permitir, ensinando-o explicitamente nas parábolas do joio e do trigo, ou da rede que apanha toda a espécie de peixes. Na escolha de Judas entre os seus apóstolos, ele também manifestou esta verdade. A Igreja romana definiu este facto revelado como uma verdade de fé, contra Jan Hus ou contra os jansenistas, que defendiam que a Igreja era composta apenas pelos justos ou pelos predestinados, o que a tornava efetivamente incognoscível (porque é impossível ao homem determinar quem é justo ou predestinado). A SANTIDADE COMO "EXCLUSIVA" DA IGREJA Se a fé nos ensina que não há salvação sem a Igreja de Jesus Cristo, temos também de admitir que não há santidade possível sem a Igreja de Jesus Cristo. Esta é, antes de mais, uma verdade de fé e, como tal, temo-la em consideração. A graça, mesmo a graça efectiva, só é dada ordinariamente através da Igreja e dos seus sacramentos. Ora, para permanecer habitualmente em estado de graça (santidade "ordinária"), e mais ainda para seguir os conselhos evangélicos ou praticar heroicamente as virtudes, é preciso estar habitualmente inserido nos canais da graça, e portanto ser membro da Igreja. Fora da Igreja, mesmo que possamos receber graças efectivas, ou praticar certas virtudes naturais - por vezes até eminentemente - não é possível alcançar o equilíbrio de todas as virtudes. Além disso, fora da Igreja e da graça, não é possível obter as virtudes teologais. Os raros casos de baptizados fora da Igreja Romana que, de boa fé, recebem frutuosamente os sacramentos dos cismáticos ou dos hereges, santificando-se assim, devem ser ligados à santidade católica romana e a todos os seus efeitos. É neste sentido que Pio XII fala em Mystici corporis, dirigindo-se com afeto àqueles que, embora não sendo membros da Igreja, "por um desejo e uma vontade inconscientes" se encontram ordenados ao Corpo Místico do Redentor. Se não estão excluídos da salvação, estão, no entanto, em grande perigo de se perderem, porque estão privados dos meios de santidade de que só os membros da Igreja Romana podem usufruir. Significa também que, uma vez que só a Igreja tem a capacidade de santificar, nenhuma verdadeira experiência mística ou contacto real com Deus é possível sem a Igreja. O "misticismo" dos gnósticos, dos cismáticos obstinados "ortodoxos", das religiões orientais, do paganismo panteísta tão caro ao Papa Francisco, nunca poderá ser santidade genuína. Trata-se, portanto, de um delírio diabólico ou de uma ilusão humana. Ninguém tem o Pai sem o Filho, e o Filho não pode ser conhecido e amado sem amar a sua Esposa, a Igreja Romana.


FEIRA

FESTIVIDADES

LISBOA

FÁTIMA

Segunda 27

Féria

Terço: 18:30 Missa: 19:00

Missa: 9:00

PORTO

Féria Terça 28

Quarta 29

Quinta 30

Sexta 1

Sábado 2

Missa pelos amigos e benfeitores defuntos da FSSPX em Portugal

Féria

S. André Apóstolo

Féria

S. Francisco Xavier Confessor

Domingo 3

I DOMINGO DO ADVENTO

Segunda 4

Bispo, Confessor e Doutor

Terço: 18:30 Missa: 19:00

Terço: 18:30 Missa: 19:00

Terço: 18:30 Missa: 19:00

Via Sacra: 18:30 Missa: 19:00 Hora Santa: 19:45

Via Sacra: 18:30 Missa: 19:00 Hora Santa: 19:45

Hora Santa: 18:00 Missa: 19:00

Hora Santa: 10:00 Missa: 11:00

Missa rezada: 9:00 Terço: 10:30 Missa cantada:11:00

Missa rezada: 16:00 Terço: 17:30 Missa cantada:18:00

Terço: 18:30 Missa: 19:00

Missa: 9:00

S. Pedro Crisólogo Conm.:Féria do Advento

Féria do Advento Terça 5 Conm.:S. Sabas, Abade

Terço: 18:30 Missa: 19:00

S. Nicolau Quarta 6

Bispo e Confessor

Terço: 18:30 Missa: 19:00

Conm.:Féria do Advento

S. Ambrósio Quinta 7

Bispo e Doutor Conm.:Féria do Advento

Terço: 18:30 Missa: 19:00

3ª Ordem da FSSPX: Jejum e abstinência

Sexta 8

IMACULADA CONCEIÇÃO DA VIRGEM MARIA

Missa rezada: 9:00 Terço: 10:30 Missa cantada:11:00

Missa rezada: 16:00 Terço: 17:30 Missa cantada:18:00

Sábado 9

Féria do Advento

Terço: 18:30 Missa: 19:00

Missa: 9:00 Cat. Crianças: 10:00

Palestra: 17:30 Terço: 18:30 Missa:19:00

Domingo 10

II DOMINGO DO ADVENTO

Missa rezada: 9:00 Terço: 10:30 Missa cantada:11:00

Missa rezada: 16:00 Terço: 17:30 Missa cantada:18:00

Missa rezada: 9:00 Terço: 10:30 Missa cantada:11:00


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