Newsletter Ano 1 / Nº 3
Mensagem dos editores Estamos lançando a terceira edição do Newsletter do Centro de Economia e Estatística Aplicada – CEEA. Com periodicidade mensal, essa Newsletter contempla uma análise atualizada da conjuntura econômica internacional e nacional, considerando os principais indicadores econômicos, de mercado e cotações, estatísticas, projeções. Ela é composta das seguintes seções: conjuntura, atividade econômica; emprego; juros; câmbio; crédito; inflação; investimento; indústria e indústria da construção civil, entre outros. O Centro não é a fonte primária das informações disponibilizadas nesta Newsletter. O CEEA apenas consolida e organiza as informações econômicas a partir de informações e dados de conhecimento público, cujas fontes primárias são órgãos, agentes, e instituições autônomas, públicas ou privadas e veículos de comunicação.
Expediente Newsletter do Centro de economia e estatística aplicada - CEEA Produção - Equipe de pesquisa de preços Equipe Coordenador e editor - José Henrique S. Jr Colaboração – Ana Paula Venturini Bolsista – Maria Eduarda Contatos: www.centrodeeconomiaeestatistica.com centrodeeconomiaeestatistica@fumec.br
Apresentação A eleição americana terminou sinalizando uma mudança política importante à frente. Com a vitória do partido Republicano na Casa Branca e no Congresso, a partir de janeiro de 2017 haverá uma administração que estará disposta e será capaz de realizar o tipo de estímulo fiscal que vários economistas norte-americanos, em todo o espectro político, têm cobrado. Esta mudança de política fiscal estará sob controle do presidente Trump, não devendo sofrer resistência do Congresso, e irá inevitavelmente contribuir para a tendência de aumento dos juros dos títulos do governo americano. E, um aumento dos juros americanos induzidos pela flexibilização fiscal provavelmente não é consistente com o que o Banco Central do Brasil (BCB) tem descrito como um interregno externo "benigno". Assim, é provável que vejamos alta dos juros nos principais mercados financeiros mundiais, sinalizando um aumento no custo do financiamento para todos os tomadores de empréstimos, especialmente os mais arriscados, como os créditos brasileiros. E isso deve levar, tudo mais constante, a um real mais depreciado com as consequências inflacionárias usuais. Além disso, Donald Trump indicou que ele vai quebrar o consenso de política macroeconômica que governou Washington no último quarto de século, especialmente em relação aos benefícios do comércio externo e da globalização – os EUA sob Trump também é provável que fiquem (ainda mais) distantes dos chamados ”Gêmeos de Washington", o FMI e o Banco Mundial, criados nos pós Segunda Guerra. Com certeza, o Brasil nunca abraçou a globalização e continua sendo uma das economias menos expostas ao comércio dentre as mais relevantes do mundo. Ainda assim, mais protecionismo pode prejudicar os países, como a China, cuja dinâmica de crescimento é positiva e relevante para os preços e as perspectivas dos ativos brasileiros. Não se sabe ainda quando e como o Presidente Trump vai se mover para aumentar a proteção comercial nos EUA, mas a julgar pela retórica de sua campanha, ele precisará fazer algo. Então, o que é certo é a expansão fiscal, o que não é, mas é provável, é um aumento no protecionismo e, potencialmente, na tensão do comércio, em vez de um aumento da parceria, entre algumas das maiores economias do mundo - mas o sinal da derivada parece claro. E esta combinação não parece benigna para um país com as necessidades de financiamento e passivos externos do Brasil.
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