JF Santo Condestável

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N.º 54 | Ano XVIII - JUL 2012 Distribuição Gratuita

10 Entrevista 12 Entrevista 14 Breves 15 Entrevista

ISABEL PÊSSOA-LOPESpág.

HENRIQUE CAYATTEpág. MANUEL BRITO pág. PRÓXIMO TRIMESTRE pág.

pág. 8

Destaque:

Concerto de Verão


INFORMAÇÕES ÚTEIS

Órgãos da Freguesia EXECUTIVO

MESA DA ASSEMBLEIA DE FREGUESIA

ASSEMBLEIA DE FREGUESIA

Pedro Miguel Sousa Barrocas Martinho Cegonho Presidente (PS) Pelouros: Gestão dos Serviços e dos Sistemas de Informação, Protecção Civil e Segurança Pública, Cultura, Director da Revista de Santo Condestável Atendimento: 5ª Feira - 14h/18h

José Duarte Piteira Rica Silvestre Cordeiro Presidente (PS)

Rua Azedo Gneco, 84 - 1.º Esq. - 1350-039 Lisboa / Tel: 213931300 / 307

Patrícia Sofia Meireles Aires Sampaio Lourenço 1ª Secretária (PS)

JUNTA DE FREGUESIA DO SANTO CONDESTÁVEL

(Marcação Prévia)

Virgínia Clara Vidigal Essenreiter Vogal (substituto legal do Presidente) (PS) Pelouros: Habitação e Educação Atendimento: 2ª Feira - 14h/16h (Marcação Prévia)

Apolinário Barrau Mendes Secretário (PS) Pelouros: Comunicação e Transportes, Intervenção Local e Saneamento Atendimento: 6ª Feira - 10h/12h (Marcação Prévia)

António Bento da Silva Almeida Tesoureiro (PS) Pelouros: Espaços Verdes e Ambiente, Desporto, Salubridade e Higiene Atendimento: 3ª Feira - 10h/12h (Marcação Prévia)

Isabel de Fátima Amaral Rolim de Almeida Vogal (PS) Pelouros: Acção Social, Juventude e Urbanismo Atendimento: 2ª Feira - 10h/12h

António Eduardo Pereira Carvalho 2º Secretário (PS)

Sede Rua Azedo Gneco, 84 - 2.º - 1350-039 Lisboa Tel: 213931309 - Fax: 213931309 E-mail: geral@jf-santocondestavel.pt Horário: 2ª, 3ª, 5ª e 6ª f. - 9h/18h / 4ª f. - 09h/20h

Bancada PS Jaime Correia da Silva Matos Isidro Machado Araújo Hélder Alexandre Lourenço Machado

GABINETE DE ENCAMINHAMENTO JURÍDICO Rua Azedo Gneco, 84 - 2.º Horário: 6ª f. - 11h30/13h

Bancada PSD Tiago Filipe da Silva Mendes de Morais Adelino Wenceslau Crespo Teresa Maria Tamagnini Mendes de Carvalho Rodrigo Salema de Sande e Lemos João Pedro Teixeira Lagoas

LUDOBIBLIOTECA Rua Azedo Gneco, 84 - 3.º - 1350-039 Lisboa Horário: 3ª a 6ª f. - 10h30/13h - 14h30/19h, sábado - 14h30/19h

Bancada CDU Vítor Manuel de Oliveira Santos Bancada BE Luís Filipe Pedroso Rodrigues Pires

(Marcação Prévia)

CENTRO DE CONVÍVIO LYDIA HOMEM GOUVEIA Rua Azedo Gneco, 84 - 1.º Dtº - 1350-039 Lisboa Tel: 213900979 Horário: 2ª a 6ª f. - 14h/18h AUDITÓRIO DA JUNTA Rua Azedo Gneco, 84 - 1.º Esq. - 1350-039 Lisboa DELEGAÇÃO Rua Quinta do Loureiro, à Av. de Ceuta, Lote 4, Loja 4 - 1350-410 Lisboa Tel: 213649868 Horário: 3ª e 5ª f. - 14h/18h

(Marcação Prévia)

Contactos Úteis • ASSEMBLEIA DE FREGUESIA

Rua Azedo Gneco, 84 - 1º Esq. - 1350-039 Lisboa Tlf.: 213 931 300/307

• JUNTA DE FREGUESIA DO SANTO CONDESTÁVEL SEDE Rua Azedo Gneco, 84 - 1º Esq. - 1350-039 Lisboa Tlf.: 213 931 300 - Fax: 213 931 309 E-mail: geral@jf-santocondestavel.pt Horário: 2ª,3ª,5ª e 6ª feira: 10h/18h - 4ª feira: 10h/20h GABINETE DE ENCAMINHAMENTO JURÍDICO Rua Azedo Gneco, 84 - 1º Esq. - 1350-039 Lisboa Tlf.: 213 931 300 - Fax: 213 931 309 Horário: 2ª,3ª,5ª e 6ª feira: 10h/18h - 4ª feira: 10h/20h LUDOBIBLIOTECA Rua Azedo Gneco, 84 - 1º Esq. - 1350-039 Lisboa Tlf.: 213 931 300 - Fax: 213 931 309 Horário: 2ª,3ª,5ª e 6ª feira: 10h/18h - 4ª feira: 10h/20h CENTRO DE CONVÍVIO LYDIA HOMEM GOUVEIA Rua Azedo Gneco, 84 - 1º Esq. - 1350-039 Lisboa Tlf.: 213 931 300 - Fax: 213 931 309 Horário: 2ª,3ª,5ª e 6ª feira: 10h/18h - 4ª feira: 10h/20h AUDITÓRIO DA JUNTA Rua Azedo Gneco, 84 - 1º Esq. - 1350-039 Lisboa Tlf.: 213 931 300 - Fax: 213 931 309 Horário: 2ª,3ª,5ª e 6ª feira: 10h/18h - 4ª feira: 10h/20h DELEGAÇÃO Rua Quinta do Loureiro, à Av. de Ceuta, Lote 4 - Loja 4 1350-410 Lisboa Tlf.: 213 649 868 Horário: 3ª e 5ª feira: 14h/18h

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N.º 54 - Julho de 2012

• CONTACTOS ÚTEIS Governo Civil de Lisboa

213 218 800

EDP (faltas de energia, avarias)

800 506 506

Assembleia Municipal de Lisboa

218 179 401

EPAL (Linha de atendimento a clientes)

213 221 111

Câmara Municipal de Lisboa

217 988 000

Agrupamento de Escolas Manuel da Maia

213 928 870

P.S.P. – 24ª Esquadra

213 619 624

Escola Josefa de Óbidos

213 929 000

Regimento Sapadores de Bombeiros

213 422 222

Centro de Saúde de Santo Condestável

213 913 220

Bombeiros Voluntários de Campo de Ourique

213 841 880

Posto da Cruz Branca

213 869 366

Porta-a-Porta, LX Alerta

808 203 232

Sub – Delegação de Saúde do Santo Condestável 213 913 220

Recolha de “Monstros”

213 804 020

Posto de Saúde da Misericórdia da Qta. Loureiro 213 600 611

Piscina Municipal de Campo de Ourique

213 869 541

Hospital São Francisco Xavier

210 431 000

Posto de Limpeza – Zona 5 (C.M.L.)

213 804 020

Ajuda de Mãe

213 874 414

Mercado de Campo de Ourique

213 962 272

Policia Municipal

217 825 200

EMEL

217 803 100

Táxis Jardim Teófilo Braga (Jardim da Parada)

213 903 060

Centro de Atendimento ao Munícipe

808 203 232

Parque Estacionamento Campo de Ourique

213 915 120

Santa Casa da Misericórdia

213 943 800

Casa Fernando Pessoa

213 913 270

Protecção Civil

217 825 290

GEBALIS

213 619 370


EDITORIAL

Índice

3 Destaque 8 Entrevista 10 Entrevista 12 Entrevista 14 15 Recordar 20 Editorial

PEDRO CEGONHOpág. CONCERTO DE VERÃOpág. ISABEL PESSÔA-LOPESpág. HENRIQUE CAYATTEpág. MANUEL BRITOpág.

BREVES

pág.

RUA FREITAS GAZULpág.

N.º 54 | Ano XVIII - JUL 2012 Distribuição Gratuita

10 12 Entrevista 14 Breves 15

Editorial PEDRO CEGONHO

Presidente da Junta de Freguesia do Santo Condestável

Nesta Revista damos destaque ao Concerto de Verão de Campo de Ourique, no qual lançámos o desafio à Orquestra Metropolitana para nos apresentar um programa ao ar-livre, o qual, apesar do vento que se fez sentir, foi um momento especial que nos recordou a necessidade da presença da cultura na vida de todos, uma ajuda essencial para ultrapassarmos as agruras e dificuldades do dia-a-dia. A resposta do Bairro de Campo de Ourique foi monumental, com uma moldura humana de perto de um milhar de pessoas, que aplaudiu de pé a Orquestra Metropolitana e o maestro Pedro Neves. Este verão, continuamos com as atividade de apoio à família e aos mais séniores, nomeadamente as atividades extra-curriculares dos CAFs na três escolas do 1º ciclo do Ensino Básico e Jardins de Infância, bem como as actividades de Praia-Campo Infância (dos 6 aos 12 anos) e Praia-Campo Sénior, ambas durante o mês de Julho.

Entrevista

ISABEL PÊSSOA-LOPESpág.

Entrevista

HENRIQUE CAYATTEpág. MANUEL BRITO pág. PRÓXIMO TRIMESTRE pág.

pág. 8

Destaque:

Concerto de Verão

Ficha Téc

Revista da Junta de Freguesia do Santo Condestável Propriedade da Junta de Freguesia do Santo Condestável Direcção Pedro Cegonho Ano XVIII / N.º 54 / Periodicidade Trimestral Depósito Legal N.º 61581/82 Tiragem 10.000 exemplares Distribuição Gratuita Impressão Jorge Fernandes, Lda. Concepção Gráfica e Paginação Anfíbia Unipessoal, Lda. - Design, Comunicação e Multimédia Redacção Maria João Vieira Fotografia Vítor Lima Arquivo

Num âmbito mais geral, destaco a adesão dos campo-ouriquenses ao projeto de recolha de lixo seletiva porta-a-porta, que permitiu a retirada dos diversos eco-pontos e reduziu significativamente as montureiras de lixo nas ruas, notando-se uma grande diferença nas limpezas das ruas, antes e depois do início deste projeto, sendo que haverá sempre pontos negros por combater e tratar. De salientar, também, a ajuda que as mega-operações de lavagem e limpeza do bairro, que ocorreram no início do ano, para este objetivo. Nunca é demais referir que no novo sistema a recolha de embalagem separadas aumentou 58% e de papel aumentou 31%. Todos estão de parabéns! Por último, gostaria de agradecer à cientista Isabel Pessôa-Lopes e ao designer Henrique Cayatte a simpatia das entrevistas dada a este número da nossa Revista, com simpáticas palavras para com o nosso Bairro. [ - ]

...destaco a adesão dos campo-ouriquenses ao projeto de recolha de lixo seletiva porta-a-porta, que permitiu a retirada dos diversos eco-pontos e reduziu significativamente as montureiras de lixo nas ruas...

www.jf-santocondestavel.pt 3


INFORMAÇÕES ÚTEIS

Moções Contra o encerramento da Maternidade Alfredo da Costa. MAC É VIDA! O direito à protecção da saúde de todos os cidadãos é um princípio constitucionalmente consagrado, cabendo ao Estado o dever de o defender e promover. Porém, os portugueses os lisboetas, em particular, foram confrontados, com surpresa e indignação, com mais uma ameaça ao Serviço Nacional de Saúde, desta vez contra a Maternidade Alfredo da Costa (MAC), a maior maternidade do país, que o actual Governo pretende encerrar durante esta legislatura. O anúncio do encerramento da MAC, cujo edifício foi construído de raiz, visando a assistência materno-infantil, sobressaltou utentes, profissionais e cidadãos, que não compreendem a intenção de encerrar esta instituição que tem desempenhado ao longo dos anos, um papel fundamental na área dos cuidados de saúde materno-infantis e ginecológicos, pautado pela inovação e pela qualidade da assistência. Tendo em consideração a longa história e prestígio da MAC, o facto de ser uma unidade de excelência de dimensão europeia, de ter bom equipamento e profissionais competentes, de possuir equipas pluridisciplinares capazes de resolverem situações de alto risco, além do número de parturientes a que assiste, não se conhecem razões válidas para a sua extinção. Não consideramos serem razões válidas para o encerramento da MAC o elevadíssimo valor do terreno onde se situa ou o favorecimento de grupos económicos privados com investimentos na área da saúde. Na Assembleia da República, o Ministro da Saúde, não apresentou um único argumento válido para o encerramento da MAC, prestando inclusivamente informações erradas sobre a diminuição do número de partos. Os profissionais da MAC desmentem o ministro e afirmam que os partos na maternidade têm aumentado

e não diminuído, apesar da baixa da natalidade. A directora do Serviço de Obstetrícia, esclareceu que, ao contrário do que o Ministro afirmou e do que sucedeu noutras unidades hospitalares, a MAC assistiu, nos últimos três anos, a um aumento dos partos. Em 2009 registaram-se 5.244, número que em 2010 subiu para os 5.328 e em 2011 para os 5.583. Dos casos recebidos pela maternidade, 60 por cento correspondem a “situações de maior risco tratadas por equipas pluridisciplinares”. Informou ainda que, em média, o Hospital Dona Estefânia recebe por ano seis a dez partos, neste caso de recém-nascidos doentes ou com malformação, que “precisam de ser intervencionados no imediato”. Aliam-se às razões técnicas, de competências e sinergias, as razões culturais e até sentimentais, que não deixam de ser importantes… MAC É VIDA! Os milhares de utentes que confiam na MAC, por aí terem nascido e sido bem tratados, querem que os seus filhos também tenham aí o seu primeiro choro, auxiliados por profissionais dos mais qualificados do país, como comprovam as inúmeras publicações de artigos científicos, a organização de encontros internacionais, as jornadas técnicas ou a realização de estágios e investigação, e as aulas curriculares dos cursos de medicina. Utentes e profissionais, inconformados e exercendo o seu direito de participação na RES PÚBLICA, uniram esforços e têm vindo a realizar iniciativas em defesa da MAC com a participação de largos milhares de cidadãos: Questionamos como é que é possível o governo querer fechar uma MATERNIDADE que faz em média 16

partos por dia, que ao final do ano são cerca de 6000 e como é que vão utilizar um edifício que foi doado apenas com o propósito de apenas contribuir para a natalidade do nosso país. Salientamos ainda que já este ano e até ao dia 5 de Abril, a MAC já tem 1331 partos realizados. Consideramos que defender a MAC é um dever de cidadania, de identidade social, cultural e histórica e de defesa do direito ao serviço de saúde pública e de qualidade. Assim, a Assembleia de Freguesia de Santo Condestável, reunida em sessão ordinária no dia 24 de Abril de 2012, delibera o seguinte: 1 - Defender intransigentemente o funcionamento da MAC, nomeadamente junto do Ministério da Saúde, repudiando as medidas relativas ao seu encerramento; 2 - Saudar os portugueses que participaram nas iniciativas em defesa da MAC e apelar à participação de todos quantos vivem e trabalham na freguesia de Santo Condestável, nas lutas que se venham a desenvolver para que o encerramento da MAC não se concretize; 3 - Dar conhecimento desta moção ao Presidente da República, ao Primeiro-Ministro, ao Ministro da Saúde, aos Grupos Parlamentares, à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal de Lisboa e à direcção da MAC. 4. Esta moção deve ser afixada nos espaços da Junta de Freguesia e ser publicada no seu sítio electrónico e no boletim da freguesia. Luís Filipe Pires - Bloco de Esquerda

MOÇÃO A Assembleia de Freguesia do Santo Condestável, perante as alterações motivadas pelas medidas de racionalização e oferta de carreiras, na Freguesia do Santo Condestável, considera: - que o conjunto de medidas de racionalização e oferta de carreiras é revelador de um grande desconhecimento das necessidades reais da população do Bairro de Campo de Ourique, no que diz respeito ao uso dos serviços da Carris; - que aparentemente não foi tido em conta a notória e por demais conhecida falta de uma rede de transportes que corresponda às reais necessidades da Freguesia, nomeadamente a inexistência de uma linha de metropolitano que sirva o Bairro de Campo de Ourique; - que dada a dificuldade de estacionamento existente e a consequente necessidade de promoção do uso de transportes públicos, a eliminação de carreiras ao fim de semana, feriados e no horário noturno, vai obviamente agravar este problema, nomeadamente

aos trabalhadores por turnos que no período noturno regressam às suas residências; - que o Bairro de Campo de Ourique vive do seu comércio tradicional, que com muito esforço e investimento consegue atrair clientes: diminuir o número de transportes disponíveis ao fim de semana e feriados é colocar mais um obstáculo na vida do comerciante, num ano que pelos motivos por todos conhecidos, não se adivinha fácil; - que a população da Freguesia do Santo Condestável, tal como a cidade de Lisboa, encontra-se especialmente envelhecida pelo que a sua mobilidade depende essencialmente de transportes públicos: a eliminação de carreiras ao fim de semana e feriados, afeta diretamente e gravemente a mobilidade da população idosa, que sem acesso ao metropolitano em Campo de Ourique, fica limitada e refém nas suas saudáveis deslocações familiares e de lazer, o que é a todos os níveis incompreensível. Face ao exposto, a Assembleia de Freguesia do Santo

Condestável, demonstra a sua insatisfação perante estas alterações, pelos grandes incómodos e transtornos que acarretam para o dia-a-dia das populações, sendo estas lesivas para o direito que enquanto cidadãos temos de usufruir de uma rede de transportes públicos digna desse nome. Solicita à CARRIS o cancelamento da medida de eliminação do funcionamento da carreira 709, aos sábados à tarde, domingos e feriados, bem como a manutenção do seu funcionamento no período noturno. E delibera, ainda, dar conhecimento desta Moção ao Senhor Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações e à Câmara Municipal de Lisboa.

A palavra, pois, a Sophia de Mello Breyner Andresen: “Esta é a madrugada que eu esperava O dia inicial inteiro e limpo Onde emergimos da noite e do silêncio E livres habitamos a substância do tempo” Hoje, 38 anos passados, todos e cada um de nós celebramos e usufruímos da convivialidade democrática e do Estado de Direito. Nesta conformidade, o Partido Socialista propõe que a Assembleia de Freguesia do Santo Condestável, delibere: 1. Saudar os “Capitães de Abril” e todos os militares que se empenharam no Movimento das Forças Armadas; 2. Render homenagem à memória de todos os cidadãos Portugueses, e Lisboetas em particular, de todos

os quadrantes políticos e ideológicos, que se bateram pelos valores da Liberdade e do Direito, durante as décadas da “noite e do silêncio”; 3. Reafirmar o valor inestimável da nova geração dos Direitos Humanos que o 25 de Abril nos trouxe e pugnar pelo seu respeito junto das novas gerações; 4. Apelar à participação de todos nos eventos e festividades comemorativas deste “Dia da Liberdade”.

O Grupo do Partido Socialista na Assembleia de Freguesia do Santo Condestável

25 DE ABRIL O nosso País irá celebrar, amanhã, o trigésimo oitavo aniversário da Revolução do 25 de Abril de 1974. Lisboa, a nossa capital, foi o “lugar de plenitude” da decisão democrática – para usar uma expressão de Jorge de Sena. O 25 de Abril trouxe Portugal, de novo, ao seu papel histórico de “Cume da cabeça da Europa” – como Luís de Camões definiu, tão belamente, a nossa Pátria, nos Lusíadas. Foi, na verdade, o 25 de Abril que abriu a Europa à vaga de democratizações que se lhe sucedeu, e ofereceu ao Mundo a perspectiva dos Direitos Humanos de última geração – que, hoje, nos são tão naturais como o ar que respiramos. Sentir – e celebrar – o que foi o 25 de Abril, só é possível através da palavra de uma grande Poeta, grande entre os grandes Poetas de Portugal.

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N.º 54 - Julho de 2012

O Grupo do Partido Socialista na Assembleia de Freguesia do Santo Condestável


INFORMAÇÕES ÚTEIS

Moções Saudação ao 25 de Abril e ao 1º de Maio Trinta e oito anos passados da Revolução de 25 de Abril de 1974 e da primeira celebração em liberdade, após a Ditadura do Estado Novo, do dia 1º de Maio como dia internacional do Trabalhador, em memória dos mártires de Chicago, a Assembleia de Freguesia de Santo condestável, reunida em sessão ordinária no dia 24 de Abril de 2012 saúda a sua comemoração e apela à participação nas manifestações que celebram a conquista da liberdade e a defesa dos direitos dos mais desfavorecidos ou com situações precárias, contra todas as formas de opressão sejam trabalhadores, jovens, idosos, mulheres, precários, emigrantes ou minorias sexuais. Num momento em que: os números do desemprego atingem valores alarmantes (cerca de um milhão e duzentos mil); o Pais não consegue dar perspectivas de futuro aos jovens; perto de 600 mil famílias estão em situação de dificuldade de cumprimento dos contratos de crédito à habitação, e muitos outros entraram em incumprimentos com outros créditos; o acesso à saúde se arrisca a tornar um luxo em vez de um direito; o ensino está cada vez mais inacessível, obrigando mesmo milhares de alunos a ensino superior a abandonarem a escola por incapacidade financeira; os ataques aos salários em nome de uma austeridade que penaliza os mais desprotegidos se agrava sem fim à vista;- em que a pobreza e a fome alastram;

Assistimos à destruição do Serviço Público, dever supremo da República, com falta aos deveres e responsabilidades por parte dos poderes públicos que dificultam cada vez mais o acesso dos cidadão mais desfavorecidos à saúde, à assistência na velhice e na doença, ao ensino, à Justiça, à mobilidade, aos transportes, e à cultura, endividando cada vez mais o país, aumentando a dívida pública que juram querer travar, vendendo as grandes empresas públicas lucrativas, as jóias da coroa, respeitando escrupulosamente as letras dos contratos leoninos que o Estado ofereceu aos Grandes Grupos económicos privados, mas desrespeitando sistematicamente os compromissos, com a Democracia, os Direito e os Salários, para obrigarem o povo a pagar juros exorbitantes, de dívidas, por que não são responsáveis que nem se sabe, com rigor, quais são, porque nunca foram auditadas. É a própria Liberdade que está em causa com a pressão sobre jornalistas e até o seu afastamento de por delito de opinião, com a violência despropositada a manifestantes no passado dia 22 de Março; com infiltrações policiais com provocadores dentro das manifestações, e os sucessivos aumentos do aparato policial nas manifestações, com a perseguição e coacção aos trabalhadores dentro dos seus postos de trabalho, que devido ao medo de serem despedidos são obrigados a trabalhar mais horas recebendo menos dinheiro, atropelando todas as leis e direitos constitucionais.

É o equilíbrio emocional de um povo que está também em causa com os números relativos ao aumento de falências de milhares de micros e pequenos empresas, os números dos suicídios e o que chega à opinião pública relativamente ao sofrimento solitário, nomeadamente entre os mais idosos. É também a soberania de Portugal que está a ser questionada com a sensação de assistirmos outros países decidirem por nós e impondo-nos metas impossíveis de cumprir, e que apenas visam o aumento da exploração directa do povo, diminuindo o salário directo, obrigando os trabalhadores a trabalharem mais tempo e a receber menos dinheiro e diminuindo o salário indirecto a que temos direito por pagarmos impostos, o que se traduz na degradação dos serviços públicos. É preciso e urgente afirmar que há outros caminhos possíveis para além da Austeridade, imposta em nome de uma política que os arautos da desgraça pretendem fazer crer não ter alternativas. Portugal tem todas as condições para ser mais feliz e igualitário. É preciso dizer que não queremos este caminho. Outro futuro é possível se seguirmos o rumo aberto pela Revolução do 25 de Abril de 1974 Viva o 25 de Abril! Viva o 1.º de Maio. Luís Filipe Pires - Bloco de Esquerda

Contra a nova lei das rendas e contra os despejos arbitrários que irá provocar A Assembleia da República aprovou na generalidade uma lei sobre o arrendamento urbano que desequilibra a relação entre o senhorio e o inquilino. Vai brevemente ser discutida na especialidade. Cerca de 100 mil famílias poderão ser despejadas das suas casas, mesmo sabendo que a maioria dos 255 mil arrendatários são pessoas de idade, com dificuldades económicas e/ou com problemas de saúde. Num momento em que ocorre uma substancial redução do rendimento dos agregados familiares, não podemos aceitar a injustiça de os inquilinos mais carenciados estarem na contingência de ficarem sem casa de um momento para o outro. Essa redução pode ainda ser maior nos casos de: - falecimento dum cônjuge titular da reforma ou pensão; - eliminação dos subsídios de Natal e 13º mês; - dos sucessivos cortes provocados por alterações do IRS, concretizando-se uma situação que não lhes permitirá suportar a renda já anteriormente acordada com o senhorio, em função do seu rendimento (RABC). Até aqui os velhos morriam, muitas vezes sózinhos, mas nas suas casas. Se esta lei for aprovada, vai fazer

com que morram sózinhos, mas na rua. Uma das maiores perversões desta lei é permitir o despejo sem que tal seja decretado pelo tribunal e, mesmo que o inquilino tenha dinheiro para obrigar o processo a ir a tribunal, é obrigado a sair da casa onde viveu toda a vida enquanto decorre o processo. Não aceitamos que, sob o pretexto da necessidade da reabilitação urbana e da dinamização do mercado de arrendamento, o governo imponha uma lei que penaliza milhares de pessoas, diminua a sua proteção na justiça, aumente brutalmente as rendas e que liberalize o mercado de arrendamento sem olhar aos danos sociais. Por isso, um grupo de moradores de Campo de Ourique lançou uma petição pública (http://www.peticaopublica.com/?pi=Rendas12). A Assembleia de Freguesia de Santo Condestável reunida em 24 de Abril de 2012, pede que a Assembleia da República assegure, na discussão da Lei na especialidade: 1. Que os despejos só possam ser decididos por um juiz; 2. Que o período de transição das rendas antigas para o novo sistema seja de 15 anos, como estava definido

no programa de Governo; 3. Que o aumento automático previsto na lei não ultrapasse os 4% do valor patrimonial do imóvel; 4. Que o valor da nova renda tenha em conta o estado do imóvel; 5. Que os melhoramentos realizados pelo inquilino sejam contabilizados e deduzidos na nova renda; 6. Que sejam definidos e divulgados imediatamente quais os critérios que irão permitir solicitar o auxílio da Segurança Social. 7. Apela aos moradores de Campo de Ourique que não fiquem indiferentes e que defendam com firmeza o seu direito à habitação, mobilizando-se em torno dos objectivos anteriores; 8. Dará conhecimento desta moção ao Presidente da República, ao Primeiro-Ministro, aos Grupos Parlamentares, à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal de Lisboa. 9. Esta moção deve ser afixada nos espaços da Junta de Freguesia e ser publicada no seu sítio electrónico e no boletim da freguesia. Grupo de Moradores de Campo de Ourique

AUTOCARRO 709 DA CARRIS! DEFENDER O SERVIÇO NOCTURNO, MAIOR FREQUÊNCIA E A LIGAÇÃO A SANTA APOLÓNIA Considerando que: a nossa freguesia tem poucos transportes públicos que esta carreira de autocarro é fundamental para as populações que residem, trabalham, estudam e VIVEM no nosso Bairro. Que a Carris diminuiu substancialmente a frequência das carreiras aumentando os tempos de espera dos passageiros, gerando grandes filas e autocarros muito cheios. a Carris cortou a importante ligação a Santa Apolónia, e suprimiu completamente o serviço nocturno depois das 21 horas e 30 minutos obrigando os passageiros a terem que apanhar muitos transportes, ou a terem que ir de táxi, o que é muito desconfortável, ou muito dispendioso. É dever dos representantes da população zelar pela

defesa da prestação de um serviço público de qualidade; Lamentamos que mais uma vez se pretenda atentar à mobilidade centenas de pessoas que vivem e trabalham nesta zona da cidade, já tão penalizada pelo desemprego, aumento do custo de vida e más acessibilidades. O Bloco de Esquerda propõe que a Assembleia de Freguesia Santo condestável reunida em sessão ordinária no dia 24 de Abril de 2012, delibere o seguinte: 1. Manifestar publicamente a sua oposição à diminuição da frequência dos autocarros n.º 709, ao corte absoluto do trajecto entre os Restauradores e Santa Apolónia e aos cortes e supressões no serviço nocturno e de fim-de-semana. 2. Recomendar á Junta de Freguesia a adopção de diligências e iniciativas que permitam dar visibilidade

ao descontentamento de quem vive e trabalha em Campo de Ourique, relativamente a estes cortes nos transportes; 3. Dar conhecimento desta moção ao Sr. Ministro da Economia e do Emprego, aos grupos parlamentares, à administração da Carris, ao Sr. Presidente da CML e à população da freguesia. Luís Filipe Pires - Bloco de Esquerda

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INFORMAÇÕES ÚTEIS

Moções MOÇÃO 25 DE ABRIL Comemora-se amanhã mais um ano da Revolução do 25 de Abril, Portugal vive hoje uma das suas piores crises da época democrática, que atinge toda a sociedade. Por estarem mais perto daqueles que os elegeram, os autarcas têm não só uma grande responsabilidade, como um papel crucial nestes tempos de crise que atravessamos. Mais do que nunca, os valores do 25 de Abril devem ser um motivo de união de todos com o objectivo de

construção de uma sociedade mais justa e solidária. Assim, a Assembleia de Freguesia de Santo Condestável, reunida em sessão ordinária a 24 de Abril de 2012, saudando a passagem de mais um aniversário da Revolução de Abril, delibera:

2. Saudar particularmente todos os autarcas, que nestes últimos e difíceis anos, continuam a trabalhar no dia-a-dia para ajudar as populações mais desfavorecidas. Grupo do Partido Social-Democrata

1. Saudar todos os autarcas, que nestes 38 anos tanto trabalharam para darem às suas populações uma qualidade de vida que é hoje sem dúvida muito melhor do que era em 1974.

Homenagem a Artur Palácios na Assembleia de Freguesia de Santo Condestável A sua força e coragem físicas só tinham um equivalente na sua força e coragem morais. Operário de profissão, foi um exemplo de dedicação, de sabedoria política empírica, de sensibilidade social, de abertura e empatia face aos problemas dos outros. Foi um combatente implacável pela causa dos explorados, pelo bem dos trabalhadores, pela resolução dos problemas dos pobres com quem sempre conviveu porque a eles pertencia. Na Lisnave onde trabalhou toda a sua vida de adulto, no Casal Ventoso onde viveu 47 anos, desde que se casou, Artur Palácios quando não foi sempre o primeiro esteve sempre na primeira linha do combate pelos interesses dos trabalhadores e dos moradores. A resistência contra a liquidação dos estaleiros navais, pela preservação dos postos de trabalho, atacados violentamente pelos governos, teve sempre no Artur Palácios um intrépido lutador, uma referência de lucidez política e de discernimento quanto aos interesses da sua classe. Sem nunca conciliar com as soluções onde se contrabandeava a capitulação, tinha uma aguda consciência de até onde podia e devia ir a resistência, a defensiva e a ofensiva. No Casal Ventoso foi sempre um homem do associativismo, pertenceu a e dinamizou várias direcções, principalmente no Lisboa Futebol Clube, o seu clube de sempre, lutou incansavelmente pelo reconhecimento e pelos apoios que considerou legítimos e devidos às associações recreativas e desportivas, como centros de cultura, lazer, desporto e de formação de consciência antifascista, como escolas de cidadania. As precaríssimas condições em que foi obrigado a viver numa pobre casa de duas divisões, uma delas a cozinha, no Casal Ventoso, nunca o distraíram, nem da condição dos seus vizinhos, nem da impecável e esmeradíssima educação e formação que deu ao seu filho Luís a quem, nos anos de brasa do PREC, muitas vezes apenas dava um beijo de fugida, alta madrugada, para ir pegar ao trabalho depois da noite em branco no seu trabalho de organização e de recolha de quotas a muitos «burgueses» e «pequenos burgueses» amigos do seu partido, o PCP(R). O seu filho, o Luís Palácios, atravessou as partes mais rijas da luta pela mão do pai, tendo sido violentamente espancado e ficado em coma quando da carga policial que levou ao assassinato pela polícia de choque do jovem operário e militante revolucionário Luís Caracol, em 13 de Julho de 1977. O trabalho político no Casal Ventoso foi sempre feito como militante «de frente», como à época se dizia, na UDP, o partido a que pertencia. Foram anos e anos de luta por uma habitação condigna para todos. Teve um papel determinante na luta do Casal Ventoso: Quando finalmente decidida e iniciada a importante

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obra de reconversão, com a construção dos bairros sociais da Quinta do Loureiro e da Quinta do Cabrinha, a chamada luta contra a droga tomou a primazia da garantia de habitação digna, ao ponto de as famílias marcadas por qualquer dos seus elementos ligados ao tráfico, serem preteridas e mesmo riscadas do acesso à habitação. Contra isso lutou, considerando que era uma discriminação. Bateu-se ainda sem tréguas contra a instalação no mesmo fogo de famílias em que já estavam constituídos dois agregados e por vezes mais. Mudados para os novos bairros e arrasado o Casal Ventoso, que não a sua história, Palácios manteve a sua actividade constante de apoio, informação e mobilização sempre que necessário, reivindicando o que tinham e têm direito. Nesta questão, a máxima do Palácios era: “não vamos na conversa do ‘para quem é bacalhau basta’”. Assim conseguiram a passagem sobrelevada e em segurança da avenida de Ceuta, o parque infantil, a piscina - que ao fim de cinco anos ficou inutilizável, e a garantia de um pavilhão gimnodesportivo que nunca chegou a ser instalado. E cada ida à Assembleia Municipal para apresentar as reivindicações do bairro, era motivo de mobilização dos vizinhos e de esclarecimento esmiuçado a toda a população através dos seus já famosos comunicados. Artur Palácios, no seu bairro, além de dirigente político era também o conselheiro amigo e o crítico sério e duro quando preciso para todos e todas que o procuravam. E esses tinham uma certeza: o que ele dissesse levava o selo inviolável da seriedade, do apoio sem reticências e do empenhamento necessário para resolver qualquer problema, independentemente da cor ou da caracterização social ou mesmo do crédito maior ou menor que cada um ou cada uma tivesse entre os seus iguais. E era um ás no meio da cachopada, que ora brincava e se metia com ele, ou o desafiava: “Senhor Palácios, parece que temos que cortar outra vez a avenida, para eles abrirem a piscina!...” Todos os dias, fizesse sol, vento ou chuva, frio ou calor, Artur Palácios ia dar a sua volta ao bairro à procura dos problemas para os enfrentar. Mas, e isto é de enorme importância, todo este trabalho está passado a papel. A sua experiência, e era essa a sua grande preocupação sem qualquer vestígio de suficiência ou vaidade, mas de consciência honesta do valor do seu trabalho, está pronta para ser estudada e seguida. Para isso, já praticamente sem ver, e já não lendo um papel há décadas, passava noites inteiras a escrever com as palavras, a maioria das quais conservados já apenas na memória fonética, escritas em letras garrafais para que pudessem depois ser passadas a letra de forma: comunicados, relatos, reivindicações, cartas às autoridades desde o Presidente da República, ao Primeiro Ministro, ao Presidente da

Câmara, que depois afixava, assim como as respostas que quase sempre recebia, ou distribuía por todas as caixas do correio, muitas vezes pagando do seu próprio bolso as despesas inerentes a todo o trabalho de divulgação. Homem forjado nos mais duros combates de classe travados durante décadas foi dos primeiros e mais entusiastas apoiantes do Bloco de Esquerda quando ele apareceu. Tinha um enorme orgulho nesse passo de gigante da esquerda, como ele dizia, e de ter contribuído, à sua maneira para que ele fosse possível. Quando no hospital, muito debilitado, enfrentava a aproximação da morte certa com a frieza e a lucidez de sempre, todos os dias tinha a preocupação pelo que se passava no país social e político, dava ideias para a continuação da luta no seu bairro, tendo como lema, não formulado mas sentido, que o global está no local e o local está no global. A sua mulher Irene Palácios se deve a possibilidade deste homem nunca ter sido obrigado a hesitar um momento que fosse na sua luta. O filho, Luís Palácios, cuja sensibilidade e firmeza de carácter lhe foram incutidos pela excelência singela do pai e da mãe, foi sempre a sua luz pespegada no futuro. A Assembleia de Freguesia de Santo Condestável decide: 1. Prestar uma sentida Homenagem a Artur Palácios pelo sua intensa vida de cidadão activo na defesa dos interesses dos moradores do seu bairro; 2. Propor à Câmara Municipal de Lisboa que atribua ao Artur Palácios o nome de uma Rua ou Largo, com o seu nome, na Quinta do Loureiro, onde vivia. 3. Efectuar uma cerimónia de Homenagem a o Artur Palácios com a presença dos seus familiares e amigos. 4. Dar conhecimento desta moção à Assembleia Municipal. 5. Esta moção deve ser afixada nos espaços da Junta de Freguesia e ser publicada no seu sítio electrónico e no boletim da freguesia. Luís Filipe Pires - Bloco de Esquerda



DESTAQUE

Na noite do domingo 15 de Julho, apesar de algum vento que se fez sentir, Campo de Ourique recebeu a Orquestra Metropolitana de Lisboa num concerto de verão com mais de mil espetadores, com a direção musical do maestro Pedro Ne-

ves. O programa apresentado era comOrquestra Metropolitana de Lisboa posto por obras de Wolfgang Amadeus

Mozart (Sinfonia n.º 38, KV 504, Praga), de Leoš Janáček (Suite para Cordas, JW VI/2) e de Antonin Dvořák – Suite Checa, B. 93, Op. 39.

Orquestra Metropolitana de Lisboa

Concerto de Verão

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DESTAQUE

Cesário Costa, direção artística A Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML) estreou-se no dia 10 de Junho de 1992, assegurando desde então uma extensa atividade que compreende os repertórios barroco, clássico e sinfónico. A sua versatilidade tem contribuído para a criação de novos públicos e consolidado o caráter inovador do projeto Metropolitana. Esta entidade, que tutela a orquestra, tem como característica única a interligação entre a dimensão artística profissional e a prática pedagógica das suas escolas – a Academia Superior de Orquestra, a Escola Profissional e o Conservatório de Música da Metropolitana. Desde o seu início, a OML afirmou-se como uma referência incontornável do panorama orquestral nacional, cabendo-lhe a responsabilidade de assegurar uma programação regular em várias autarquias da região centro e sul, para além de promover uma efetiva descentralização cultural do norte ao sul do país. Já tocou em França, Bélgica, Itália, Índia, Coreia do Sul, Macau, Tailândia, Áustria, Cabo-Verde (numa ocasião histórica, em que pela primeira vez se apresentou uma orquestra clássica no arquipélago) e China. Ao longo dos anos foi dirigida pelos mais importantes nomes da direção orquestral portuguesa e por reconhecidos maestros estrangeiros. A OML já gravou onze CDs – um dos quais disco de platina – para diferentes editoras, incluindo a EMI Classics, a Naxos e a RCA Classics. Em sucessivos períodos, a direção artística esteve confiada

aos maestros Miguel Graça Moura, Jean-Marc Burfin, Álvaro Cassuto e Augustin Dumay, sendo desde a temporada de 2009/2010 da responsabilidade do maestro Cesário Costa. Pedro Neves, direção musical Maestro titular da Orquestra do Algarve e da Orquestra Clássica de Espinho, a sua personalidade artística é marcada pela profundidade, coerência e seriedade da interpretação musical. É convidado regularmente para dirigir a Orquestra Gulbenkian, Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra Filarmonia das Beiras, Joensuu City Orchestra (Finlândia). Tem colaborado com o Sond’arte Electric Ensemble, com o qual realizou estreias de compositores portugueses e estrangeiros. Em dezembro de 2012 colaborará com o Remix Ensemble Casa da Música. É fundador da Camerata Alma Mater. Iniciou os estudos musicais na sua terra natal, na Sociedade Musical 12 de Abril, com a qual mantém uma ligação até hoje. Estudou violoncelo com Isabel Boiça, Paulo Gaio Lima e Marçal Cervera, respetivamente no Conservatório de Música de Aveiro, Academia Superior de Orquestra e Escuela de Música Juan Pedro Carrero em Barcelona. No que diz respeito à direção de orquestra, estudou com Jean Marc Burfin, Emilio Pomàrico e Michael Zilm. Para 2012 tem agendados compromissos com as mais importantes orquestras e festivais nacionais. [ - ]

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ENTREVISTA

Entrevista

Isabel Pessôa-Lopes

foto: Manuel Pessôa-Lopes

Na infância de muitos de nós, Júlio Verne encheu-nos a cabeça de sonhos com a viagem de Phileas Fogg à volta do mundo, em oitenta dias. Foi, também, nos primeiros bancos de escola que Isabel Pessôa-Lopes decidiu que, um dia, haveria de sair de Campo de Ourique e ir ver com os seus próprios olhos se Portugal era mesmo como aparecia no mapa.

Portugal a pé em 80 dias Tem 45 anos e até 1991 viveu sempre em Campo de Ourique. Nessa altura, os estudos levaram-na para paragens distantes e passou a viver no estrangeiro mas, quando volta a Portugal, este continua a ser o seu bairro. Isabel Pessôa-Lopes estudou Física em Lisboa, Astrofísica em Inglaterra e concluiu a pós-graduação em Ciências Espaciais no Japão (1992). Pilotou a frota acrobática dos ‘Asas de Portugal’ (FAP) e foi candidata a Astronauta. Hoje, é Consultora Internacional em Riscos Espaciais ainda com residência em Londres. Mas, desde 1991, mudou muitas vezes de casa e de país e já viveu em sítios tão diferentes como o Japão, a República Checa, a Alemanha e a França. No verão de 2011, cumpriu um sonho de criança: deu a volta a Portugal. Sozinha e a pé. Como é que nasceu esta ideia de percorrer as fronteiras marítimas e terrestres de Portugal? Isabel Pessôa-Lopes – Nasceu nos bancos da escola primária. Eu ainda sou do tempo em que tínhamos de saber, de cor, os nomes dos rios, das linhas de com-

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boio, das províncias… Olhava para o mapa de Portugal e pensava: “Um dia, ainda vou lá ver se o país é mesmo assim...” Nessa altura, o meu mundo era do tamanho de Campo d’Ourique! E eu queria saber como eram as coisas para lá do meu bairro. Depois, por razões profissionais, comecei a viajar muito e dei-me conta que conhecia melhor o mundo do que o meu país. Como sou Caminheira, por gosto, pensei que era boa ideia ir conhecer o meu país a pé, contornando as suas fronteiras marítimas e terrestres. E fi-lo, no Verão passado. Saí de Lisboa no dia 4 de Julho,


ENTREVISTA

do Padrão dos Descobrimentos, e também aí terminei a Odisseia no dia 21 de Setembro. Foram oitenta dias a andar a pé e mais de dois mil quilómetros percorridos. Quantos quilómetros andou por dia? IPL – Foi muito variável. De Lisboa até ao Cabo de São Vicente correu muito bem, fui sempre pela costa, não estava demasiado calor e como estava a começar, não me sentia cansada. As etapas mais duras foram as do Alentejo, onde apanhei temperaturas entre os 45 e os 47 graus, que me obrigavam parar muitas horas por dia.ao fim da manhã. Foi sempre sozinha. Não teve medo? IPL – Não! Já passei por tantas situações complicadas que acho que não tenho medo de nada. Mas estava muito consciente dos riscos que corria e tomei medidas para me proteger. Por exemplo, ia vestida de uma forma que não se percebia se era um homem ou uma mulher. E, por ser mulher, nunca caminhava ao lusco-fusco, o que me obrigada a começar a procurar um sítio para dormir por volta das seis da tarde. Mais cedo no Alentejo, porque não aguentava o calor. Tenho consciência que, se fosse homem, teria porventura concluído esta caminhada em menos tempo, pois arriscaria trilhos e atalhos mais ermos e evitaria o cansaço por calor perfazendo Kms pela frescura da noite! Quer dizer que, quando partiu, não tinha um plano definido que lhe permitia saber que no dia tal dormiria aqui e no dia seguinte ali? IPL – Tinha muito poucas coisas planeadas, nesse aspecto. Nas fronteiras marítimas tive o grande apoio da Marinha Portuguesa que me concedeu uma autorização especial para poder para poder pernoitar em todos os Faróis de Portugal Continental - e que não falhei nenhum! Mas não estava previamente definido quando chegaria a cada um deles. Quando deixei a costa, nada estava programado e todos os dias tinha de arranjar um sítio para dormir.

Era difícil? IPL – Muitas vezes, era. A maior parte das aldeias da raia estão completamente votadas ao abandono… As poucas pessoas que ali vivem passam meses sem ver ninguém, vivem em condições muito duras. É um país completamente diferente, esse, entregue a si próprio, completamente votado ao abandono. São pessoas que, em muitos casos, não têm água canalizada, luz eléctrica, que não têm médico e que só contam com a boa vontade dos bombeiros que, quando podem, passam por lá para saber se está tudo bem ou se é preciso levar alguém ao hospital. Chegava a um sítio desses e tinha de procurar a lojinha da aldeia, que é o sítio mais provável para encontrar algumas mulheres a quem perguntar onde podia dormir… E dormia onde? IPL – Em oitenta dormidas, paguei apenas 20 e a mais cara custou-me 20 euros, em Albufeira, vila onde - à semelhança de quase todo o Algarvenão tenciono voltar! Em toda a Linha da Raia (desde Vila Real de Santo António até Caminha), dormia em casa de pessoas que solidariamente me asseguravam pernoitas em segurança, e por vezes até em antigas Escolas - hoje abandonadas porque já não há crianças nessas povoações. Tive muitos apoios das Juntas de Freguesia e Câmaras Municipais raianas. Disse que não ficou com vontade de voltar ao Algarve. E há algum sítio onde queira volta? IPL – Muitos! Felizmente, os sítios onde quero voltar são imensos. Nessas aldeias perdidas, onde nunca ninguém vai, como é que as pessoas reagiam quando a viam chegar? IPL – Primeiramente, reagiam das formas mais variadas. Pensavam que eu era uma peregrina perdida ou que me tinham roubado o carro… O que é que uma mulher sozinha e a pé estava a fazer ali?! Com que ideia ficou de Portugal no fim dessa aventura? IPL – Que uma grande parte do nosso

património histórico-cultural está completamente abandonado… As fronteiras terrestres de Portugal foram defendidas com sangue e conquistas a murro e, hoje, ninguém quer saber. A raia está completamente votada ao esquecimento. E isso é muito triste… Andar oitenta dias a pé, mesmo sendo caminheira, é com certeza, muito difícil. Nunca deu por si tão cansada que pensasse em desistir? IPL – Se parasse, não teria outra oportunidade para fazer esta volta a Portugal. Não podia parar. Desistir nunca foi uma opção. Voltava a repetir esta aventura? IPL – Se tivesse a disponibilidade de tempo que tive no Verão passado, claro que sim. Quando voltou a casa, o que foi mais estranho? IPL – Poder descansar finalmente num sofá, horas a fio a ler ou ouvir música... e tentar voltar a calçar sapatos de salto alto. [ - ]

Mais Portugal a Pé Para saber mais sobre os percursos a pé que Isabel Pessôa-Lopes vai fazendo pode consultar a página do Facebook: Descobrir Portugal A PÉ www.facebook.com/DescobrirPortugalAPE

De 7 a 13 de Junho deste ano, percorreu a pé o Rio Sabor, o último rio selvagem da Europa, da foz à nascente, ou seja, certa de 170 quilómetros: www.facebook.com/events/436453426369514 http://youtu.be/_Ok-HW9AuHo

A próxima caminhada vem no seguimento daquela outra pelas fronteiras de Portugal e vai chamar-se Rota (Ca)stelar, de Guimarães a Lisboa. Começa no dia 5 de Outubro, em Guimarães – berço da Nação Portuguesa, Capital do Condado Portucalense, Património Cultural da Humanidade e Capital Europeia da Cultura 2012 – na mesma data em que, em 1143, foi assinado o Tratado de Zamora. E acaba em Lisboa, a 25 de Outubro, data em que em 1147 D. Afonso Henriques tomou a cidade aos mouros. Para saber mais: www.caminharemportugal.com/events/megacaminhada-por-rota-ca-stelar

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ENTREVISTA

foto: Natacha Cardoso

Henrique Cayatte

Entrevista

“O melhor de Campo de Ourique são as pessoas” Designer, ilustrador e conferencista, Henrique Cayatte tem um vasto trabalho na área editorial. É fundador e autor do design global, foi editor e ilustrador do jornal Público até 2000. Entre a sua vasta obra, contam-se o design dos Pavilhões de Portugal nas exposições universais na Expo¹98, Hannover 2000 e Aichi 2005 no Japão. É presidente do Centro Português de Design. E há muitos anos que vive e trabalha em Campo de Ourique.

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ENTREVISTA

Nasceu em Campo de Ourique? Henrique Cayatte – Não, nasci em Lisboa, mas não em Campo de Ourique. Então, porque é que escolheu este bairro para viver? H.C. – Porque, apesar de não ter nascido aqui, sempre vim cá muito, sempre conheci bem o bairro e sempre foi um bairro de que gostei. Vivi algum tempo no estrangeiro, em vários países, depois de ter saído de casa dos meus pais e quando voltei a Lisboa, foi aqui que quis viver. Há 28 anos. E desde há uns anos também tem o seu atelier aqui? HC – Sim, no início da década de 1990 o volume de trabalho aumento muito, precisava de mais espaço e, então, lembrei-me do Pátio dos Artistas, aqui em Campo de Ourique, que foi um sítio de que sempre gostei e onde conhecia várias pessoas. Mas, justamente, porque conhecia as pessoas que ali estavam, isso constrangia-me, não queria tirar vantagem de as conhecer. Por isso, pedi a um amigo que lá fosse bater às portas e perguntasse se alguém queria vender um daqueles ateliers. Depois, ainda foi preciso fazer obras e, finalmente, em maio de 1998, na semana em que inaugurou a Expo, mudámo-nos para o atelier novo e toda a gente que trabalha comigo adora aquele sítio e adora trabalhar em Campo de Ourique. De que é que gosta em Campo de Ourique? HC – De tudo, ou quase. Campo de Ourique tem escala, tem escala humana, inter-geracional. As ruas têm escala, do pavimento aos edifícios. E as pessoas reconhecem-se, mesmo que não se conheçam, reconhecem-se. É bom entrar no café ou no restaurante e não ter de pedir, porque

sabem o que queremos. E podemos estar fora um mês ou dois e quando voltamos ao bairro e entramos no café, é como se ainda na véspera lá tivéssemos estado. Campo de Ourique tem muitas coisas boas, talvez a melhor de todas seja as pessoas. E é um bairro plano, onde se pode andar a pé. Houve uma altura, há muitos anos, em que o bairro esteve muito pior, uma altura em que a população estava envelhecida e em que a abertura das Amoreiras ameaçou seriamente o pequeno comércio do bairro. Mas, depois, a situação voltou a melhorar, com a chegada de pessoas mais novas, com a resistência de alguns cafés e restaurantes que são verdadeiras instituições do bairro e com o aparecimento de mais lojas. Nos últimos tempos também houve melhorias. Gostei da remodelação do Jardim da Parada e, na periferia do bairro, a resolução do problema da Meia Laranja e a recuperação da escola Machado de Castro, não só melhoraram o ambiente do bairro como lhe deram mais movimento. E de que é que não gosta em Campo de Ourique? HC – Uhm… Gosto de quase tudo. Mas não gosto da arquitetura da Igreja de Santo Condestável! É a igreja arquitetonicamente mais identificada com o Estado Novo que eu conheço, o exemplo mais gritante de mistura entre fé e Estado. Na minha opinião, a fé e a espiritualidade não deviam ter sido confundidas com uma ideologia. A fé é um assunto demasiado sério… Também não gosto dos edifícios que têm sido construídos nas últimas décadas e que não respeitam as características do bairro. E não gosto que o Mercado esteja a perder vitalidade. Ainda me lembro de ver o Mercado de Campo de Ourique cheio de pessoas, umas a comparem e outras a venderem e, agora, das muitas vezes que lá entro, mesmo que não vá comprar nada, mas porque é um sítio onde gosto de ir, encontro cada

vez menos gente. Não gostava que o Mercado morresse… O que é que podia ser feito para melhorar o bairro? HC – Nas ruas em que há estacionamento em espinha, como acontece num dos lados da Coelho da Rocha, por exemplo, ficam triângulos entre os carros que estão a ser completamente desperdiçados. Hoje, não servem para nada! Acho que, nesses pequenos espaços vazios, podiam ser feitos canteiros e plantada uma árvore em cada um deles. Melhorava muito o bairro. Como também acho que faltam bancos de rua em que as pessoas se possam sentar. Campo de Ourique é um bairro muito especial em muitas coisas, algumas nós damos por elas e outras, é preciso vir alguém de fora para nos fazer pensar nisso. Há uns tempos, uns estrangeiros que aqui estiveram explicaram-me que a própria localização do bairro e o traçado das ruas fazia de Campo de Ourique um gerador de energia eólica, porque a passagem dos ventos podia ser aproveitada, funcionando as ruas como verdadeiras turbinas. Achei muito interessante… [ - ]

E as pessoas reconhecem-se, mesmo que não se conheçam, reconhecem-se. É bom entrar no café ou no restaurante e não ter de pedir, porque sabem o que queremos.

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ENTREVISTA

Entrevista

Vereador Manuel Brito

A precisar de profundas obras de requalificação, o Jardim de Infância e EB1 de Santo Condestável foi abrangido pelo programa municipal Escola Nova. O vereador responsável pelo pelouro da Educação explica as alterações. O Jardim de Infância (JI) e Escola Básica 1 (EB1) de Santo Condestável está para obras. Como foi feita a transferência das crianças para outra escola? Manuel Brito – Sim, de facto, a JI e EB1 está instalada num edifício com muitos anos, a antiga Escola Primária nº 6, e precisava de obras muito profundas de requalificação. Não era possível fazer essas obras e manter as crianças naquelas instalações. Por isso, durante as férias de Verão, com a colaboração da Junta de Freguesia de Santo Condestável, foram feitas as necessárias obras de adaptação na Escola Manuel da Maia, de maneira a permitir que os alunos da JI e EB1 de santo Condestável, durante este ano lectivo, ali tivessem aulas. E que balanço faz dessa transferência dos alunos de uma escola para a outra? MB – Um balanço muito positivo. Devo dizer que, desde que sou vereador, este foi o processo que melhor correu. A Junta de Freguesia de Santo Condestável teve uma actuação muito rápida e eficaz, uma actuação que é um caso exemplar de transferência de alunos de uma escola para outra, dentro da mesma freguesia, sem sobressaltos e sem atrasos. Quando o ano lectivo começou, as salas da Manuel da Maia estavam prontas para receber os alunos.

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“A colaboração da Junta de Freguesia do Santo Condestável foi exemplar ” Quantos alunos envolveu essa transferência? MB – Cerca de 300, o que significa que estamos a falar de 12 salas para os alunos do 1º ciclo e quatro salas de pré-escolar. Além disso, e porque todo o processo correu muito bem, foi ainda possível abrir mais uma de Jardim de Infância, o que nos permitiu abrir mais 15 vagas para crianças dessa fase. Ou seja, no total, estamos a falar de 75 crianças no Jardim de Infância e 230 no 1º Ciclo. As crianças de Santo Condestável também são abrangidas pelo programa Alfacinhas? MB – Sim, esse é um programa de fornece transporte casa-escola-casa às crianças e em Santo Condestável desde Novembro que está a funcionar, com quatro percursos, feitos por dois autocarros, que beneficiam 49 alunos da Escola Básica de Santo Condestável. Na área do desporto há um outro programa, o Apoio à Natação Curricular. Quantas crianças da Freguesia beneficiam desse programa? MB – Esse programa beneficia 540 alunos do ensino básico das três escolas da Freguesia. Ou seja, 209 crianças da EB1 Santo Condestável, 74 da EB1 do Vale de Alcântara e 257 da EB1 Ressano Garcia, que têm natação na Piscina Municipal de Campo de Ourique. [ - ]


BREVES

Cultura ao virar da esquina O Movimento SOS Cinema Europa organizou, no fim de semana de 24 e 25 de março várias atividades no bairro, como, por exemplo, leitura de poesia, bookcrossing, concertos, espetáculos de marionetas, um torneio de futebol infantil, que tiveram o apoio da Junta de Freguesia de Santo Condestável e da Câmara Municipal de Lisboa.

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BREVES

Breves O QUE É O CAF? dem ficar na escola até às 19 horas.

A Componente de Apoio à Família (CAF) é um programa complementar ao horário escolar e às AECs e que existe para responder às necessidades dos pais cujos horários de trabalho nem sempre, ou quase nunca, coincidem com os horários escolares.

Neste período de tempo, procura-se explorar a criatividade e a curiosidade dos mais pequenos através de actividades próprias para as suas faixas etárias. Os mais pequeninos ouvem contar histórias, fazem ginástica, dão passeios, têm ateliers de artes. Um pouco mais crescidos, os alunos do 1º Ciclo ocupam este tempo fazendo os trabalhos de casa, ouvindo e contando histórias, fazendo teatro, experiências científicas, pintando. Durante as férias escolares as famílias também podem contar com o CAF para deixarem os seus filhos bem entregues e divertidos, enquanto os pais vão trabalhar e, nestes períodos, o horário de funcionamento é alargado.

O CAF abrange 372 crianças da Junta de Freguesia de Santo Condestável, sendo 126 de Jardim de Infância e 246 de Ensino Básico. O CAF funciona em dois períodos distintos. Durante amanhã, e porque as aulas para estas crianças só começam às 9 horas, o CAF faz acolhimento a partir das 8 horas. À tarde, um segundo período de CAF para as crianças do Jardim de Infância tem início às 15 horas e 30 minutos e, para os alunos do 1º Ciclo, às 17 horas e 30 minutos, altura em que terminam as AECs. Quer num caso quer noutro, as crianças po-

O CAF é pago pelos pais que precisam de deixar os seus filhos na escola fora dos horários escolares.

Dia Mundial da Criança Este ano, a convite da Junta, as crianças das escolas da Freguesia comemoraram o seu dia mundial com uma visita à Escola da Guarda Nacional Republicana, em Queluz, onde puderam contactar com as múltiplas atividades ali desenvolvidas. 16

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BREVES

Passeios +Sénior No final do ano passado, a Junta levou 200 seniores da nossa Freguesia ao Mosteiro da Batalha, monumento nacional construído para cumprir a promessa feita pelo rei D. João I, em agradecimento pela vitória em Aljubarrota, batalha travada em 14 de agosto de 1385, que lhe assegurou o trono e garantiu a independência de Portugal. As obras prolongaram-se por mais de 150 anos, o que justifica a existência de arquitetura gótica (predominante), manuelina e, ainda, renascentista. Vários acrescentos foram introduzidos no projeto inicial, resultando uma igreja, dois claustros, com dependências anexas, e dois panteões reais, a Capela do Fundador e as Capelas Imperfeitas. Depois da visita, houve um agradável almoço convívio.

Concerto de Primavera

Já este ano, no passado dia 20 de maio, o Passeio +Sénior, teve como destino o Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel, em Sesimbra.

O quarteto Opus Ensemble foi o escolhido para o Concerto de Primavera que se realizou na cripta da igreja de Santo Condestável. Nessa noite, em que a Junta convidou os moradores de Campo de Ourique para um espetáculo inesquecível, ouviram-se várias peças de Astor Piazzola.

O Cabo Espichel é um singular na Costa Azul, graças a paisagem que o rodeia. No século XVIII foi erguido um santuário dedicado a Nossa Senhora do Cabo, que conta a lenda apareceu a um casal de idosos neste lugar no ano de 1410. Foi o primeiro lugar onde se instalou um farol, no ano de 1790, para iluminar a costa conhecida pelos ingleses como ‘Costas Negras’. Depois da visita ao Santuário, os participantes foram até à Aldeia do Meco, onde tiveram direito a um almoço e a um baile, durante a tarde. Foi uma visita muito interessante e uma tarde muito animada, tendo toda gente ficado muito satisfeita. 17


BREVES

Passeios culturais

O que são as AECs?

No último domingo de cada mês realiza-se sempre um passeio cultural. Assim, a partir do dia 5, fique atento à informação que a Junta de Freguesia fornece sobre a proposta para o mês em questão. A Torre de Belém, o Mosteiro dos Jerónimos, o Palácio de São Bento, o Palácio de Belém e os Paços do Concelho são alguns dos monumentos que visitaremos nos próximos meses.

As Actividades de Enriquecimento Curricular (AECs) existem desde 2008 e procuram responder às necessidades de pais e alunos. A maior parte das crianças tem famílias onde ambos os pais trabalham e, quase sempre, só chegam a casa ao fim da tarde. Assim, e porque as aulas do 1º Ciclo do Ensino Básico terminam às 15 horas e 30 minutos, o Ministério da Educação, com o apoio das Câmaras Municipais e a gestão das Juntas de Freguesia, criou este programa de actividades, dentro da escola.

Recolha seletiva de lixo A recolha seletiva de lixo na nossa Freguesia tem corrido muito bem e tem vindo a melhorar. O relatório elaborado pelos serviços competentes da Câmara Municipal de Lisboa revelam que o número de contentores colocados na rua, em dia errado, não é significativo e melhorou muito da primeira para a segunda fase de monitorização. As únicas ruas que revelam problemas de incumprimento do novo regulamento de recolha de lixo são a Luís Derouet, Coelho da Rocha e Tomás da Anunciação. Este novo sistema aumentou em 58% a recolha de embalagens e em 31% a de papel.

Praia-Campo 2012 para os mais novos Como já é tradição, também este ano, entre 2 e 27 de julho, a Junta organiza o programa Praia-Campo em que participam 225 crianças da nossa Freguesia, em dois turnos (135 no primeiro e 90 no segundo). Durante a manhã vão à praia e no período da tarde têm atividades no campo.

As Actividades de Enriquecimento escolar têm lugar de segunda a sexta-feira, entre as 15 horas e 30 minutos e as 17 horas e 30 minutos e são gratuitas. Nas Escolas Básicas da Freguesia de Santo Condestável, estas actividades incluem Inglês, Expressão Plástica, Expressão Dramática e Capoeira. Professores e formadores especializados em cada uma destas áreas acompanha as crianças durante estas actividades. Mas nem só as crianças que não têm os pais ainda em casa quando as aulas terminam frequentam as AECs, porque são actividades interessantes e divertidas, de que as crianças gostam. No final de cada ano lectivo há sempre uma festa onde os alunos mostram tudo o que aprenderam e fizeram nas AECs, como por exemplo uma peça de teatro em que os próprios cenários são feitos nas AECs e onde é cantada uma canção em inglês.

Alfacinhas Rede de Transporte Escolar

Poda das Tipuanas A Junta de Freguesia fez a poda das Tipuanas Gigantes na Rua Azedo Gneco, nas traseiras da Igreja de Campo de Ourique. Estes trabalhos, além de permitirem o crescimento saudável das árvores, garantem a segurança na via pública, aumentando a visibilidade e diminuindo o risco de queda de ramos. 18

N.º 54 - Julho de 2012

O Programa Alfacinhas, consiste num sistema de paragens de autocarro, localizadas a uma distância máxima de 6 minutos a pé do local de habitação, onde as crianças podem apanhar um mini-autocarro que as leva até à escola, sempre acompanhadas por um vigilante. No final do dia são de novo levadas aos locais estabelecidos, onde só serão deixadas se aí estiver o encarregado de educação para as recolher, caso contrário voltam para a escola, que contactará os encarregados de educação. Existem três percursos diferentes, com destino à Escola Básica do 1º Ciclo de Santo Condestável, com passagem pelos Sete Moinhos, Quinta do Loureiro e pelo centro do Bairro de Campo de Ourique, na Rua Coelho da Rocha.


BREVES

Limpeza de grafites A Junta de Freguesia de Santo Condestável procedeu à limpeza de grafites nos espaços públicos da nossa Freguesia. A casa dos jardineiros, no Jardim da Parada, cujas paredes estavam bastante grafitadas, é um desses espaços que foi limpo, tendo-se procedido à sua pintura.

Escolas de Futebol do Domingos Sávio esses jogam se realizam e, no fim de cada jogo há sempre lanche para todos.

Apesar de não ter uma sede física e, ao abrigo de um acordo com as Oficinas de São José utilizar os campos de treino dos Salesianos, o Desportivo Domingos Sávio é uma das associações mais activas da Freguesia de Santo Condestável. Actualmente, tem 145 jogadores federados e seis equipas inscritas na Associação de Futebol de Lisboa. Os jovens que ali jogam estão divididos por vários escalões. Nas Escolinhas, jogam crianças dos 8 aos 10 anos; dos 10 aos 12 são os Infantis; os Iniciados incluem pré-adolescentes dos 12 aos 14 anos; e entre os 14 e os 16 os Juvenis.

Nas equipas do Desportivo Domingos Sávio jogam e treinam crianças e adolescentes da Freguesia de Santo Condestável e reconhecendo a importância desta instituição para a promoção do desporto entre os mais jovens, a Junta de Freguesia atribui todos os anos um subsídio a este clube. “É um dinheiro muito bem-vindo e serve, sobretudo, para pagarmos a inscrição dos jogadores e os seus equipamentos”, disse-nos Mário Serrão, director do DDS.

As equipas treinam duas a três vezes por semana e jogam todos os fins-de-semana. O clube fornece o equipamento e material necessário aos treinos e aos jogos, assegura o transporte de e para os estádios da cidade de Lisboa onde

Pelas escolas de futebol deste clube passaram, ao longo dos últimos anos, alguns nomes famosos do futebol nacional como Ricardo Quaresma, José Carlos, João Pereira, Paulo Figueira e Silas.

Dístico de estacionamento para residentes Têm sido muitos os moradores da Junta de Freguesia de Santo Condestável que possuem dístico de residente para Zona de Estacionamento de Duração Limitada (ZELD) a manifestarem as suas dúvidas quanto à possibilidade de parquearem os seus carros em ZELDs limítrofes. E, assim, a Câmara Municipal de Lisboa, através do gabinete do Vereador para a Mobilidade, entendeu esclarecer o seguinte: 1 – Todos quantos residam em ruas que delimitem a fronteira entre duas ZELD podem requerer dístico de estacionamento para uma ou outra dessas duas zonas; 2 – Qualquer residente de uma determinada ZELD pode,

no entanto, estacionar se limite de tempo em qualquer dos lados das ruas que delimitam essa ZELD; 3 – Os residentes numa determinada ZELD podem, ao requererem o dístico de estacionamento, pedir que este abranja também uma das ZELD limítrofes à sua escolha, facto que, para efeitos de fiscalização, constará no distintivo; 4 – Sempre que houver obras na via pública que se prolonguem no tempo e diminuam os lugares de estacionamento existentes, os possuidores de dístico de residente para essa ZELD podem estacionar livremente na ZELD imediatamente adjacente, enquanto decorrer a obra. 19


CONTA-ME HISTÓRIAS

Rua

Freitas Gazul Compositor famoso do Século XIX Compositor famoso do século XIX, dá nome a uma rua do bairro de Campo de Ourique, numa área que homenageia a música de finais de 1800.

e opereta, mas na sua obra encontramos ainda algumas peças de música litúrgica, destinadas a serem tocadas em igrejas em altura de celebração religiosa.

Esta rua da nossa Freguesia é uma homenagem a um importante compositor e musicólogo português do século XIX, Francisco de Freitas Gazul. Sabe-se que viveu entre 1842 e 1925 e que foi um compositor dramático com uma obra influenciada pelo gosto italiano. Freitas Gazul, era, também, professor no Conservatório Nacional de Lisboa. Compôs sobretudo música para teatro, nos géneros revista

No teatro a sua obra mais conhecida e mais famosa é a partitura de Frei Luís de Sousa (peça teatral escrita por Almeida Garrett e que teve também uma versão operática), que ainda hoje recebe elogios de quem a ouve. Os seus livros de solfejo, publicados para ajudar os seus alunos do Conservatório no estudo da música, ainda hoje são usados.

Recordar Campo de Ourique

Escola Manuel da Maia Foto de Artur Goulart, da Escola Básica do 2ª e 3º Ciclo, na década de sessenta, situada na Rua Freitas Gazul. Fonte: Arquivo Municipal de Lisboa, Núcleo Fotográfico - Referência PT/AMLSB/AJG/S02369

www.jf-santocondestavel.pt


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