TFG Arquitetura e Urbanismo Parte 1 - Eco-loteamento

Page 1

ECO-LOTEAMENTO

ALUNA - jÉSSICA AZEVEDO DE SÁ - RA 004201601938 oRIENTADORA PROFª BARBARA PUCCINELLI PERRONE CAMPINAS-SP 2019

ECO-LOTEAMENTO | 1


2 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


ECO-LOTEAMENTO | 3


Índice

C1

C2

INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................. 7 Ecologia Urbana................................................................................................................................................... 9 rELAÇÃO X HOMEM X CIDADE X NATUREZA............................................................................................. 12 rEVOLUÇÃO INDUSTRIAL E SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS.................................................................. 14 TERMOS E CONCEITOS.................................................................................................................................... 16

C3

Estudos de caso.................................................................................................................................................... 21 BEDZED............................................................................................................................................................... 23 glenwood park........................................................................................................................................... 25 Christie walk............................................................................................................................................... 27 área............................................................................................................................................................................ 29 MAPA 1 -LOCALIZAÇÃO................................................................................................................ 30 Início da cidade de campinas................................................................................................................ 31 Histórico do distrito............................................................................................................................... 32 Levantamento de dados........................................................................................................................ 34

C4

MAPA 2 - EVOLUÇÃO URBANA........................................................................................................... 35 MAPA 3 - MACROZONEAMENTO........................................................................................................ 36 MAPA 4 - ZONEAMENTO...................................................................................................................... 37 MAPA 5 - HIPSOMETRIA...................................................................................................................... 38 MAPA 6 - DENSIDADE DEMOGRAFICA.............................................................................................. 39 MAPA 7 - HIDROGRAFIA...................................................................................................................... 40 MAPA 8 - ÁREAS VERDES..................................................................................................................... 41 MAPA 9 - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO....................................................................................................... 42

4 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


MAPA 10 - ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE.......................................................................... 43 MAPA 11 - ÁREAS SUSCETIVES A INUNDAÇÕES................................................................................... 44 MAPA 12 - DIRETRIZES VIÁRIAS.............................................................................................................. 46 MAPA 13 - EQUIPAMENTOS PÚBLICOS.................................................................................................. 47

C4

MAPA 14 - VAZIOS URBANOS................................................................................................................... 48 MAPA 15 - DIRETRIZES AMBIENTAIS..................................................................................................... 49 MAPA 16 - DISPOSITIVOS DE PASSAGEM DE FAUNA.......................................................................... 50 MAPA 17 - IMPACTOS E CONFLITOS ÁREAS VERDES ........................................................................... 51 MAPA 18 - PONTOS E LINHAS DE ONIBUS............................................................................................. 52 MAPA 19 - gabarito................................................................................................................................. 53 MAPA 20 - TOPOGRAFIA........................................................................................................................... 54 MAPA 21- ÁREAS VERDES.......................................................................................................................... 55 O projeto........................................................................................................................................................................ 57 OBJETIVOS E CONDICIONANTES NATURAIS.................................................................................................. 58

C5

ImPLANTAÇÃO SETORIZADA............................................................................................................................. 60 REALOCAÇÃO DOS HABITANTES EM APP´S.................................................................................................... 62 USOS DO SISTEMA DE LAZER.............................................................................................................................. 64 TIPOLOGIA DOS LOTES......................................................................................................................................... 66 iMPLANTAÇÃO....................................................................................................................................................... 68 VISTA ISOMÉTRICA............................................................................................................................................... 70

REFERêNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................................... 72 anexo......................................................................................................................................................... 75 ECO-LOTEAMENTO | 5


“PRIMEIRO FOI NECESSÁRIO CIVILIZAR O HOMEM EM RELAÇÃO AO PRÓPRIO HOMEM. AGORA É NECESSÁRIO CIVILIZAR O HOMEM EM RELAÇÃO À NATUREZA E AOS ANIMAIS.” VICTOR HUGO.


INTRODUÇÃO cidade de Campinas, São Paulo, Brasil. Especificamente no distrito do Ouro Verde onde temos uma grande conurbação, em que o terreno estudado é um vazio urbano que se encontra isolado e esquecido no meio de vários novos loteamentos e empreendimentos novos, onde não houve a consideração do impacto na sua biodiversidade nesse pequeno ecossistema localizado no meio de uma De acordo com o último Relatório do Planeta Vivo grande cidade. da WWF (2018), o período atual é chamado de Grande aceleração, onde o aumento da população mundial e A conservação da natureza e seus animais são socrescimento econômico tem impactos no mundo todo mente uma parte da influência que o pensamento ecocom a grande demanda de energia, solos e água. O que lógico traz. Não pode existir um futuro saudável, com indica que as mudanças positivas e negativas ocorridas climas alterados, sem água limpa, degradação e extinção em todo o mundo nas últimas décadas, estão todas inter- de florestas e consequentemente sem a biodiversidade ligadas. da teia de vida que nos sustenta. Na sociedade moderna atual, onde a principal abordagem são os avanços tecnológicos, há uma série de elementos na natureza e sua biodiversidade que sustenta esse tipo de vida. Por isso, considerar que esses, estão desparecendo em um ritmo alarmante, revela que está no momento de mudança de certas atitudes.

Marcos Lambertini, diretor da WWF (2018) diz que, poucas sociedades fizeram parte de uma transformação histórica durante os 4,5 bilhões de anos do planeta. Mas há atualmente uma janela de oportunidade inédita, mas urgente, de mudar o pensamento e estilo de vida, de modo a definir o caminho a frente. Onde não mais modo de ignorar os sinais de aviso que o planeta está dando. Os impactos ambientais reportados no Relatório da Pois, o dia a dia, saúde e meios de sobrevivência depenWWF (2018) evidência que nos últimos 40 anos a biodidem de um planeta saudável. versidade e população animal mundial diminuiu cerca de 60%. Com a sua maior concentração de perdas, localiConsiderando que não se pode parar a expansão zada nos Trópicos e nas Américas do Sul e Central, onde urbana ou o desenvolvimento urbano na sua totalidachegou a uma redução de 89% em comparação a 1970. de. Há novas formas de adequar a cidade e construções a natureza, diminuindo assim os impactos ambientais. Ao analisar que um dos principais fatores da reduCom isso surge nesse trabalho uma proposta de criar um ção da biodiversidade é a exploração, a construção civil eco loteamento com edificações mistas e modulares, que tem um dos impactos negativos mais significativos, uma visa a harmonia e equilíbrio na integração onde possa vez que consome cerca de 50% a 75% dos recursos natucoexistir sem comprometer o meio ambiente, revelando rais, além de ser um dos maiores causadores do desmade forma mais consciente as pessoas de seu ecossistema tamento e expansão da área urbana. e impactos sobre ele. Desta forma a área de estudo escolhida para aplicação do projeto, está localizada na América do sul, na ECO-LOTEAMENTO | 7

C1 INTRODUÇÃO

É sabido que o ritmo da vida contemporânea, acelerada e imediatista, tem causado impactos significativos no meio ambiental. A industrialização e urbanização trouxe inúmeros benefícios a sociedade, mas os malefícios estão amplamente relacionados com o meio ambiente.


“SÓ QUANDO A ÚLTIMA ÁRVORE FOR DERRUBADA, O ÚLTIMO PEIXE FOR MORTO E O ÚLTIMO RIO FOR POLUÍDO É QUE O HOMEM PERCEBERÁ QUE NÃO PODE COMER DINHEIRO.” PROVÉRBIO INDÍGENA


Ecologia Urbana Atualmente, o mundo passa por um momento de mudança, onde uma nova era se inicia, o Antropoceno. No qual pela primeira vez na história da terra, uma única espécie — o ser humano — tem um impacto tão grande sobre o desenvolvimento do planeta.1 Não é de hoje que os cientistas têm alertado a população mundial, para o fato que a vida no planeta está sendo degradada como resultado das ações humanas. Onde há a necessidade de entender que, para um futuro próspero e seguro para a humanidade, é preciso interromper os impactos ambientais.2

por conta disso. Constatando que tudo o que a sociedade moderna construiu, é fornecido pela natureza, e para continuar o desenvolvimento, é preciso manter e preservar esses recursos naturais. Mostrando que a natureza não é apenas “agradável de se ter”.3

Figura 1 - A importância da natureza para os seres humanos

1 Ver em Living Planet Report 2018 (2018), pág. 4 2 Ver em Living Planet Report 2016 (2016), pág. 6

Ver em Living Planet Report 2018 (2018), pág. 4-5 3

Ver em Living Planet Report 2014 (2014), pág. 8 4

Ver em Living Planet Report 2018 (2018), pág. 8 5

Ver em Living Planet Report 2014 (2014), pág. 2 6

7 Ver em Living Planet Report 2018 (2018), pág. 8

Fonte: Relatório Planeta Vivo WWF 2018, pág. 5

ECO-LOTEAMENTO | 9

C2 ECOLOGIA URBANA

Contudo, com a multiplicação da população humana e o crescimento da demanda econômica, nos últimos 40 anos4. Houve um grande aumento pela busca de energia, solos e água sem precedentes5, levando a uma sobrecarga dos sistemas. Levando a uma alta busca por recursos naturais, e causando uma redução na biodiversidade No entanto, a ciência nunca trouxe antes, tantas 6. Contribuindo assim para as mudanças climáticas, que evidências sobre as consequências do impacto humano. repercute nos ecossistemas, espécies e até em alguns caOnde apesar da “Grande Aceleração” ter trazido inúme- sos geneticamente.7 ros benefícios para a sociedade humana, há uma relação Hoje em dia, apenas 1/4 dos solos do planeta Terdireta com a decadência dos sistemas naturais da terra ra está imune das atividades humanas, em que as áreas


Figura 2 – Tendências socioeconômicas

Figura 3 – Tendências do sistema da terra

C2 ECOLOGIA URBANA Fonte: Relatório Planeta Vivo WWF 2018, pág. 6

10 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Fonte: Relatório Planeta Vivo WWF 2018, pág. 7


úmidas são a parte mais afetada, tendo perdido cerca de 87% de sua extensão, na modernidade. Sua projeção, se não houver uma mudança de atitude significativa a nível mundial, é a redução para apenas 1/10 de solos intocados, até 2050. Onde somente o crescimento urbano sozinho, é responsável por 27% da degradação do solo.8

1970, mostra que de lá para cá houve um declínio na população de animais em 60%. Sendo sua maior queda na região da América do Sul e Central — onde se concentra 2/3 da biodiversidade da terra — com uma perda de 89% em comparação a 1970, por conta de degradação e desaparecimento de habitats.

Essa degradação constante é a causadora de muitos impactos na diversidade biológica das espécies, na qualidade dos habitats e no funcionamento dos ecossistemas. Considerando que ¼ de toda a vida na terra se encontra abaixo de nossos pés, esses organismos induzem as mudanças na estrutura e composição dos solos, sendo primordiais para regularizar os processos ecossistêmicos essenciais, tais como eles o sequestro de carbono, gases de efeito estufa e a absorção de nutrientes pelas plantas.9

A biodiversidade é considerada como a “infraestrutura” que ampara toda a vida na Terra. Seus sistemas naturais e ciclos bioquímicos, gerado pela diversidade biológica permite assim o funcionamento estável da nossa atmosfera, oceanos, florestas, paisagens e cursos d’água. Fato é que a humanidade está usando mais do que à Terra pode fornecer, onde com o aumento da nossa Pegada Ecológica — indicador de consumo de recursos naturais — em 190%11, mostra a necessidade de 1,5 planetas Terras para prover os serviços ecológicos que vem sendo utilizados atualmente, de acordo com o tempo de regeneração necessário. A humanidade ultrapassou os limites

Figura 4 - Impactos negativos diretos e indiretos das escolhas do uso da terra sobre a biodiversidade

Ver em Living Planet Report 2018 (2018), pág. 8 8

Ver em Living Planet Report 2018 (2018), pág. 14 9

Ver em Living Planet Report 2018 (2018), pág. 24 10

Ver em Living Planet Report 2018 (2018), pág. 10 11

Fonte: Relatório Planeta Vivo WWF 2018, pág. 13

ECO-LOTEAMENTO | 11

C2 ECOLOGIA URBANA

O que torna o último resultado divulgado pela WWF (2018) preocupante, onde o Índice do Planeta Vivo (IPV) — indicador da situação da biodiversidade mundial e da saúde do planeta — com dados coletados desde

10


ideais de regeneração, quando esquecem que ao cortar influenciam nos passos dados de forma a garantir o plauma árvore, demanda menos tempo que o plantio e de- neta continuar vivo e sustentar as gerações atuais.14 senvolvimento de uma nova, onde pescar é mais rápido Relação homem x cidade x natureza do que o ciclo de vida de crescimento de um novo peixe, Ao analisar os fatos, percebe-se que cada momento ou até mesmo ao emitir mais carbono para a atmosfera histórico tem uma relação direta com a forma como o do que as florestas e os oceanos podem absorver.12 homem e a natureza se relacionam. Suas mudanças de Figura 5 - Os ecossistemas sustentam as sociedades que criam as economias atitudes, na maioria das vezes, estão associadas à sua atração do meio natural e sua biodiversidade. Onde necessitou o reconhecimento de que com sua forma de interpretação coletiva ou individual, está sujeito a mudanças, elencados aos fatos de que seus elementos não são duradouros e estão em constante transformação. Sendo assim resultantes do desenvolvimento do processo histórico, acometido por variados fatores, tais como eles as relações políticas, econômicas, sociais, religiosos, artísticos e filosóficos.15

C2 ECOLOGIA URBANA Fonte: Relatório Planeta Vivo WWF 2014, pág. 5

Contudo, apesar de as tentativas de impedir essas perdas através de acordos mundiais, como o atual 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), suas metas e expectativas equivalem no máximo a uma queda gerenciada de perda da biodiversidade.13 Que para estabelecer compromisso de clima e desenvolvimento sustentável, é necessário reverter totalmente a perda da natureza e sua biodiversidade. Para isso é necessário entender que a sociedade e economia dependem de um planeta saudável. Onde há o risco de pôr em frente as causas dos ganhos econômicos e sociais e não darmos conta da dependência dos sistemas ecológicos. Visto que os ecossistemas sustentam as sociedades que criam suas economias. Bem como a importância das escolhas feitas 12 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Na prática, a forma como a paisagem e o meio natural, junto com o meio urbano é projetado, reflete os gostos e modas do período, onde tanto em seu modo objetivo, como seu modo filosófico permanece em evolução. Observando também que as mais importantes mudanças de pensamento, são em seu contexto relacionado a capacidade de perceber a essência e compreender algo que antecede ao entendimento.16 Percebe-se que na Idade média, a natureza era retratada pela pintura de aspecto mais intuitivo, com características simbólicas representando suas diversas fases de concepção. O ser humano na época, estava tão preocupado com a sobrevivência e a salvação da alma, que acabava por deixar de lado a beleza da paisagem natural. Para eles, os campos significavam trabalho, os mares, tempestades e piratas, e o resto da terra levava com si o perigo de florestas e pântanos desconhecidos.17 No entanto, paralelamente a esses receios, surge uma nova simbologia, onde descreve a paisagem natureza como uma imagem bucólica do mundo. Que ao serem observados em uma primeira etapa, simbolizavam uma

Ver em Living Planet Report 2014 (2014), pág. 8 12

Ver em Living Planet Report 2018 (2018), pág. 24 13

Ver em Living Planet Report 2018 (2018), pág. 4 14

15

Ver em Leite (2019), pág. 45

16

Ver em Leite (2019), pág. 46

17

Ver em Leite (2019), pág. 49


identidade divina e numa segunda etapa, representando suas dinâmicas entre homem e natureza se restringiam a perfeição. Dando início assim aos projetos, de forma a a uma área delimitada.20 utilizar todo espaço para alimentos e ervas medicinais, A base da ruptura deu-se pela parte humana, de sendo esse o único contato com a natureza.18 aceitar a existência de mudanças inter-relacionadas com Figura 6 –O desenvolvimento do homem junto com a natureza o universo, garantindo assim sua maior influência sobre sua forma e destino. Levando a uma nova concepção dos espaços, onde une os caminhos de forma a integrar as formas naturais, em sua geometria construída.21 Assim, quando a Igreja perde o apoio das classes influentes, as ideias incentivadas por eles, a respeito de um “paraíso” terrestre, onde há harmonia do homem com a natureza leva a uma vida na terra satisfatória, deteriora-se. Promovendo a partir disso uma atitude de um viés mais moral, do que teológico com ela.22

Ver em Leite (2019), pág. 50

19

Ver em Leite (2019), pág. 46

20

Ver em Leite (2019), pág. 46

21

Ver em Leite (2019), pág. 51

22

Ver em Leite (2019), pág. 52

23

Ver em Leite (2019), pág. 53

24

Ver em Leite (2019), pág. 54

25

Ver em Leite (2019), pág. 57

No momento em que as civilizações do mundo antigo estabeleceram seus interesses de forma que a comedir e embelezar a natureza, surge como em um conjunto solidário, o surgimento de conhecimentos de botânica, agricultura, engenharia e estética, que com a religião, estabelecendo com o ambiente uma relação de sobrevivência, sendo ela parcialmente harmoniosa com o ecossistema. Uma vez que não existia visão de conjunto, pois,

uma profusão de ideias que tornaram possível a compreensão do meio ambiente como ponto de real importância na vida das pessoas.25 Dessa forma passa a ter mais empenho na construção de modo a reconstruir o meio ambiente natural dentro dos seus limites e funcionalidades. Começando pela América e Europa, envolvendo pela primeira vez procedimentos, de consciência ambiental, e seus probleECO-LOTEAMENTO | 13

C2 RELAÇÃO HOMEM X CIDADE X NATUREZA

18

Onde ao identificar as atuais fontes de beleza na natureza, traz também a possibilidade de selecionar somente o mais belo e eliminar o resto, construindo assim somente paisagens bonitas. Com isso os padrões geométricos e regulares ganham força, onde utilizam as águas Fonte: Disponível em https://2.bp.blogspot.com/-XIK5ezx2PMk/WTILFZ4QwhI/ também para fins ornamentais, confinando-as em marAAAAAAAAF3M/cXcU9RKGK9oj0xkomQqQcY2Q4ebIDEm8ACLcB/s1600/188 gens circulares ou retangulares.23 Que somado aos im38984_1450882394968481_248096968386543390_n.jpg pactos da Revolução Industrial, e sua incessante busca Com isso, até o século XVII, existia a assimilação por matéria prima, começa a dizimar florestas, causando de que para o contato do meio ambiente só se era possí- também uma redução no número de animais.24 vel com a aproximação do seu lado artístico e cientifico. A partir daí, surge a percepção da degradação amBem como seus conceitos organizacionais da arquitetu- biental causada pelo desenvolvimento, levando a necesra, pintura, música e literatura, sendo eles regularmente sidade de associação entre os aspectos naturais do meio questionados e modificados pela evolução da sociedade, ambiente e arquitetônico juntos em uma paisagem que e também por suas ciências e técnicas, e a sua percepção reconhece as restrições e as potencialidades de cada lude modo individual e coletivo.19 gar. Levando a um despertar da consciência ambiental, e


C2 RELAÇÃO HOMEM X CIDADE X NATUREZA

mas de proteção, associados ao conhecimento humano, questionando as relações homem-ambiente, de maneira que indicavam finalmente um cruzamento de fronteiras crítica socioeconômica, do modelo de crescimento deinterdisciplinares.26 pendente, ao qual atribui os abusos ambientais cometidos. 29 Surge então, no final da década de 1960, a noção do “Novo Mundo” que levanta questões predominantes, Assim, a intervenção do estudo na natureza com o em que a medida que o aumenta a população, a veloci- passar dos anos, altera radicalmente a forma de interdade dos meios de transporte, a eficiência das comunica- pretação do conceito da palavra, onde dentro dos vários ções, torna a vida mais complexa. Promovendo também significados, mostra que a natureza é parte do universo a consciência da importância do meio natural, de modo não criado pelo homem, que por conta dos seres humaa influenciar as atitudes dos homens e sua percepção so- nos, parece simultaneamente menor, levando a abanbre ele.27 donar a fé na estabilidade daquilo que se chama ordem natural.30 A publicação do estudo de John O. Simons, no mesmo período, com o livro “Landscape Architecture”, proA crença de que a cidade é entidade separada da cura considerar as “forças naturais” tais como sol, vento, natureza, ou mesmo oposta a ela, dominou a forma como temperatura, como elementos que promovem as organi- ela é percebida e continua, onde até agora afeta a maneizações dos espaços e sua percepção . Afirmando que ao ra como é construída. Que impulsionadas pelas forças se deslocar pela cidade, as pessoas não reagem somente sociais e econômicas, a natureza somente empenha seu às construções isoladamente, mas sim a sua composição pequeno papel de forma a embelezar seus espaços com com a paisagem natural. Sendo ela uma forma de inte- árvores e parques para promover encontros de grupos.31 grar as pessoas, e não somente os edifícios.28 Levando a necessidade do humano como parte integrante dos sistemas ambientais e maior causador das Figura 7 – A concepção de ego e eco humano mudanças, considere os impactos ambientais. Onde sua manutenção e conservação influencia na qualidade e harmonia que as pessoas têm com o ecossistema.

Revolução industrial e seus impactos ambientais

Fonte: Disponível em https://pbs.twimg.com/media/CiLXDbEWsAERAS0.jpg:large

Durante os séculos houve vários movimentos culturais, mas somente com a ruptura de pensamento trazido pelo Iluminismo, no século XVIII, observou-se um efeito fenomenal sobre a razão humana, em um curto período de tempo.32 O que levou ao início da modernidade, com seu movimento intelectual e mudanças políticas, econômicas e sociais, além de suas premissas de liberdade, igualdade e fraternidade.33

Sua contribuição para com a ideias da Revolução InSurge então a ideia do termo “método ecológico” de dustrial, são notáveis, onde surgida no mesmo século, é McHarg, influenciando a forma como se desenha a paimarcada por avanços tecnológicos que proporcionaram sagem do meio natural, como um movimento ambiental, 14 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

26

Ver em Leite (2019), pág. 59

27

Ver em Leite (2019), pág. 60

28

Ver em Leite (2019), pág. 61

29

Ver em Leite (2019), pág. 61

30

Ver em Leite (2019), pág. 62

31

Ver em Leite (2019), pág. 63

Ver em Mostafavi e Doherty (2014), pág. 57 e 56 32

Ver em Resumo... (2019), acesso em 04/06/2019. 33


a exploração recursos naturais, levando ao surgimento de novas cidades, frutos dos novos meios de concentração da riqueza, em que o houve de uma percepção, onde o desenvolvimento só se mostrou possível no momento que foi desligado do mundo natural.34 Como exemplo, ao inventar o motor de expansão ou motor térmico, em que a energia conseguiu se desligar do rio e foi transportada ao ambiente urbano. Ao mesmo tempo percebe-se que com o acúmulo de riqueza crescimento da população, todos acabaram por esquecer o que de fato eram esses desenvolvimentos e invenções modernas, ou seja, abstrações, e não verdadeiras emancipações de fatos enrijecidos e finitos da natureza.35 Figura 8 – Impactos ambientais da Revolução Industrial

consumo desenfreado, deixando de lado o pensamento da terra como um bem de consumo necessário para a sobrevivência. No qual acabaram por se deparar com os limites dos combustíveis fósseis, a chuva ácida, efeitos do uso do fosfato, pesticida, química industrial, esses e outros problemas que estão correlacionados.36 O ápice foi na década de 1950 e 1960, onde com o crescimento da economia do mercado de modo descontrolado, trouxe consigo o acelerado processo de industrialização nas cidades, e êxodo rural, resultando em aglomerados urbanos nas grandes centralidades, próximo aos trabalhos industriais, dando ao ser humano a falsa liberdade de poder, ao moldar a natureza aos seus próprios interesses.37

34

Ver em Farr (2013), pág. 95

35

Ver em Farr (2013), pág. 94

36

Ver em Farr (2013), pág. 95

37

Ver em Ribeiro (2017), pág. 20

Ver em Estudos Avançados (2012), pág. 51 38

Ver em Mostafavi e Doherty (2014), pág. 95 39

40

Ver em Aurora (2007), pág. 117

Ver em Estudos Avançados (2012), pág. 53 41

Em 1968, emerge então a formação do Clube de Roma, que em 1972, publica seu estudo “Limites do crescimento”, sobre os riscos da degradação do meio ambiente,40 onde propunha a desaceleração do desenvolvimento industrial nos países já desenvolvidos, e do crescimento populacional dos subdesenvolvidos. E uma ajuda entre eles para firmar o progresso igualitário.41 No mesmo período a Suécia, em decorrência das quantidades de chuvas ácidas assolarem os países nórdicos, propõe ao Conselho Econômico Social das Nações Unidas (ECOSOC), a realização de uma conferência mundial que promovesse um acordo internacional para a redução da emissão de gases responsáveis pelas chuvas Fonte: Disponível em https://www.shutterstock.com/image-vector/vector-illustration-urbanisation-industrialisation-industrial-revolution-347877590 ácidas. Resultando na primeira conferência internacional de governos com o objetivo de debater as limitações A Revolução Industrial, trouxe consigo um novo dos recursos naturais no planeta, Primeira Conferência tipo de pensamento ambiental, em que ciclos naturais Mundial Sobre o Homem e o Meio Ambiente, conhecida foram interrompidos, abrindo espaço para uma era de ECO-LOTEAMENTO | 15

C2 REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS

Dessa forma, surge a real noção de finitude dos recursos naturais e do seu gradual e perigoso esgotamento,38 motivando a elaboração de dezenas de trabalhos que acrescentaram uma visão transformadora do relacionamento do homem com a natureza, que forneciam assim como uma espinha dorsal, uma remodelagem total dos territórios existenciais do período.39


como a Conferência de Estocolmo, realizada em 1972.42 Sucedendo a uma gradual consciência ambiental global, e a discussão do meio ambiente como uma questão política.43

ma ambiental como decorrente das externalidades econômicas próprias do excesso de desenvolvimento tecnológico agressivo, consumo excessivo e o crescimento demográfico e baixo PIB. Colocando cara a cara Países desenvolvidos e subdesenvolvidos onde os primeiros Termos e Conceitos estavam preocupados com a crescente degradação amSustentabilidade biental que ameaçava sua qualidade de vida, e o segunOrigem: Latim- Sustentare que significa sustentar, do preocupado a não sofrerem restrições ambientais à exportação de seus produtos primários e terem seu já apoiar e conservar. pouco crescimento obstruído ainda mais, colocando em Figura 9 – Triple bottonline da sustentabilidade conflito ambientalistas e desenvolvimentistas.45 Levando assim em meio a esse debate um novo consenso de que o desenvolvimento sustentável compõe de três pilares, o econômico, social e ecológico. Conceito criado em 1990, pelo Britânica John Elkington que o chamou de Triple Botton Line. Onde seu discurso era que “para ser sustentável, o desenvolvimento deve ser economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto.”46

C2 TERMOS E CONCEITOS Fonte: Disponível em http://www.grdlubrificantes.com.br/ wp-content/uploads/2017/11/sustentabilidade-C%C3%B3pia. png

O termo surgiu pela primeira vez na província Saxonica da Alemenha em 1560, com a palavra alemã Nachhaltingkeit, que traduzida significa sustentabilidade, para explicar a preocupação com do uso racional das florestas, umas vez que a madeira era a principal fonte de matéria prima dos meios da época, onde seu lema era tratar as florestas com cuidado, cortando somente o tanto de lenha que a floresta pode suportar, de modo a permitir ela de se regenerar e manter.44

Conceito que são aplicadas no modelo padrão do desenvolvimento sustentável dos dias de hoje. Porém, que ao se observar há realmente avanços, no sentido da diminuição do nível de carbono, utilização de energias alternativas, reflorestamento das regiões degradadas, mas desde que não afetem os lucros, não enfraqueça a competição e não prejudique os progressos tecnológicos.47

Dessa forma, muitos são levados pela ilusão do discurso sustentável, somados ao fetichismo do mercado, obsessão pela riqueza e dominantes da fase atual da humanidade. Entretanto, a verdade é que não está correto, não é justo, não é ético que para buscar meios para a subsistência dos seres humanos, acabam por maltratar a natureza, destruir biomas, contaminar as aguas, poluir os ares e arruinar todo o sutil equilíbrio da biodiversidade existente no meio ambiente.48 A sustentabilidade Porem seu termo só foi difundido durante A Pri- deve atender todo o sistema terrestre, animal e humano, meira Conferência Mundial Sobre o Homem e o Meio onde sem essa ampla perspectiva permanecerá apenas o Ambiente, em Estolcomo, 1972, onde considera o proble- discurso, cobrando o preço de perder o planeta e única 16 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

42 Ver em Estudos Avançados (2012), pag. 53 43

44

Ver em Aurora (2007), pág. 117

Ver em Boff (2014), pág. 31 a 33

Ver em Estudos Avançados (2012), pág. 53 45

46

Ver em Boff (2014), pág. 44

47

Ver em Boff (2014), pág. 48

48

Ver em Boff (2014), pág. 64


casa comum que existente para o ser humano morar.49

Sugerindo assim com base nos novos modelos científicos, a visão integrada dos ecossistemas terrestres, e a questão ambiental, de modo a ser tratada em nível gloEcologia bal. A pontando assim a crise “eco-lógica”, e a questão 53 Origem: Grega- Oekologie – Oikos que significa casa como uma crise de conceitos e crise de projeto. e Logos que significa estudo. Sendo assim a ecologia o A causa ecologia passa a partir daí a ultrapassar as estudo da casa. incertezas e ambiguidades existente e começa a ser entendia como um movimento de viés mais profundo, coloFigura 10 – Mundo ecológico cando em questão o conjunto de valores da modernidade. Tornando a ecologia como interlocutora, atribuindo a sua importância a integração das totalidades e holismo - ideia de que as propriedades de um sistema, quer se trate de seres humanos ou outros organismos, não podem ser explicadas apenas pela soma dos seus componentes – pavimentou o caminho a partir dai como forma de ressarcir a relação com a natureza.54

49

Ver em Boff (2014), pág. 65

Ver em Silva e Schramm (1997), pág. 358 50

Ver em Silva e Schramm (1997), pág. 358 51

Ver em Silva e Schramm (1997), pág. 359 52

Ver em Silva e Schramm (1997), pág. 359 53

Ver em Silva e Schramm (1997),pág. 360 54

Ver em Silva e Schramm (1997), pág. 368 55

Biofilia

O termo foi citado pela primeira vez por Ernest HaOrigem: Grego – Bio que significa vida e Philia que ckel, 1866, como uma nota em seu livro Generelle Mor- significa amor. Amor a vida. phologie der Organismen, substituindo o termo biologia Figura 11 – Representação do amor a natureza por ecologia e assim definindo como a ciência do modo de vida e das relações externas do organismo.50 Contudo, somente no segundo período do século XX, é constituída coerentemente como “o estudo das relações dos organismos vivos ao seu ambiente, ou a ciência das inter-relações que ligam os organismos vivos ao seu ambiente”. Onde como forma de descrever os funcionamentos dos sistemas ecológicos no livro Fundamentals of Ecology, os irmãos Odum afirmam em 1971, que tanto os organismo vivos e os ecossistemas vem como toda a biosfera, são capazes de criar e manter um estado de ordem no sistema.52

Fonte: Disponível em https://www.imagenswiki.com/Uploads/ imagenswiki.com/ImagensGrandes/amor-natureza.jpg

ECO-LOTEAMENTO | 17

TERMOS E CONCEITOS

Fonte: Disponível em http://portaldobibliotecario.com/wp-content/uploads/2015/07/sustentabilidade.png

Mostrando que há uma obrigação moral à natureza e aos ecossistemas, e propondo uma visão que não seja antropocentrista nas relações ambientais, o que diverge das questões de desenvolvimento sustentável por parte das politicas públicas de hoje em dia.55

C2


O termo explorado por Edward Osborne Wilson, em seu livro “Biophilia”, em 1970, tem como base suas fundamentações psicológicas e evolutivas da atração humana pelo ambiente natural.56 Onde corresponde ao amor pela vida através da ligação emocional que os seres humanos possuem com outros seres vivos e natureza. Sendo o ambiente o responsável por essa conexão.57

C2

Assim, ao utilizar esse conceito na construção, não somente como uma forma de desenho arquitetônico ou como modo de reduzir os impactos ambientais, seu objetivo tem como design biofílico a forma de enfocar a integração entre as áreas verdes externo e a vida interna do edifício. Que integradas ao contexto urbano, possibilitam o convívio de usuário e natureza de forma mais saudável, proporcionando aos moradores infraestruturas de qualidade.58

O biorregionalismo surge na década de 1970, com vários escritos, entre eles o geólogo e antropólogo John Wesley Powell, que define como uma filosofia ligada a teoria e etnografia da antropologia humana ética e ambiental. Que quer dizer, em virtude da preservação ecológica todos os seus ambientes, ou seja, regiões, devem ser definidos de forma a ser limitado por parte das características ecológicas e tipográficas.60 Pois, os seres humanos têm “culturas de habitats”, onde sua cultura e ética é definida por base na região onde vivem,61 com um ideal de percepção, tornando assim as pessoas mais conscientes dos ecossistemas e dos impactos sobre eles, trazendo a forma de responsabilidade individual maior sobre a natureza.62

TERMMOS E CONCEITOS

A Biofilia se torna assim a melhor opção para as cidades, onde proporciona melhor bem-estar e qualidade de vida por meio de espaço multissensoriais, levando os sons e a paisagens a ser apreciados como formas de experiencia, utilizando a fauna e a flora de modo educativo, sempre em busca da preservação da biodiversidade. 59

Biorregionalismo Origem: Grego – Bio que significa vida e Regere que significa território. Território com vida, definido por suas formas de vida. Figura 12 – Representação do pensamento verde

Ver em Silva e Schramm (1997), pág. 23 56

Ver em Lima e Montenegro (2018), pág. 16 57

Ver em Lima e Montenegro (2018), pág. 17 58

Ver em Lima e Montenegro (2018), pág. 17 59

Ver em Lockyer e Veteto (2013), pág. 7 60

Fonte: Disponível em https://ecomindup.files.wordpress.com/2018/03/ cropped-iconocabeza4.png

Ver em Lockyer e Veteto (2013), pág. 8 61

Ver em Ligia (2015). Acesso em 06 maio 2019. 62

18 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


C2

Fonte: Disponível em https://pbs.twimg.com/profile_images/479487015621111809/53mx3P5l.jpeg

ECO-LOTEAMENTO | 19


DO PONTO DE VISTA DO PLANETA, NÃO EXISTE JOGAR LIXO FORA: PORQUE NÃO EXISTE “FORA”. AUTOR DESCONHECIDO


Estudos de caso Os estudos de caso a seguir foram escolhidos, apesar de seu caráter sustentável, como formas concretas de urbanizações em áreas consolidadas que focaram no equilíbrio ambiental entre homem e a cidade. Promovendo formas diferentes de moradias, suas aplicações, problemáticas e soluções, que demonstram a viabilidade de projetos desse tipo e caráter ambiental. Mostrando que para sua consolidação e benefício ambiental só se é possível com uma mudança de pensamento de sua comunidade e moradores, onde com seus meios construtivos promovem a ecologia urbana, de modo a salvar o planeta. Servindo também como um palco de ensino para todos ao seu redor.

C3 ESTUDOS DE CASO ECO-LOTEAMENTO | 21


Figura 13 – Implantação BedZED

C3

22 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019 Fonte: Disponível em https://4.bp.blogspot.com/-nHkyPWm8KPU/VHBzOMv8v4I/AAAAAAAATMs/-3_GLaGk7ko/s1600/12-BedZED.jpg


Resumo do projeto Localização: Distrito de Sutton, sul de Londes, Inglaterra Plano diretor: Bill Dunster Archtects Empreendedor: BioRegional Development Group e Peabody Trust Cronograma: Projeto iniciado em 1996; construído em 2002 Unidades de habitação: 82 Área construída comercial: 2.500 metros quadrados de espaço para escritórios e equipamentos comunitários Área do terreno: 16.320 metros quadrados (1,63 ha)

BEDZED Projetado para ser uma aldeia ecológica, foi implantado em um terreno da antiga estação de tratamento de Sutton. O projeto altamente moderno, tirou partido do fato da gleba ter sido comprado por um preço abaixo da média do mercado o que possibilitou a construção de empreendimento experimental. Considerado o primeiro projeto de edifício de uso misto com a premissa de zerar as emissões de carbono, apresentou alguns problemas desde sua concepção até a atualidade.

lhamento de veículos verdes totalmente carregados por energia solar, estacionados no perímetro do empreendimento, possibilitando quadras permeáveis para pedestres e livres de automóveis.

Em grande parte, o êxito do BedZED, é resultado dos fortes laços comunitários que se formam por meio Fonte: Disponível em http://storage.googleapis.com/www.biodos equipamentos compartilhados e do interesse em regional.com/images/_hero/BedZED-credit-Tom-Chance.jpg sustentabilidade. Onde seus moradores promovem háContendo unidades de uso misto, onde promove bitos sustentáveis enquanto criam um local agradável trabalho e moradia em um mesmo lugar, ajuda a elipara se viver. minar os deslocamentos diários pendulares, e aos que precisam de automóveis, há um sistema de compartiECO-LOTEAMENTO | 23

C3 BEDZED

Seus equipamentos de uso comunitário incluem os campos esportivos e um parque, próximos o suficiente para serem acessadas a pé. Bem como a união das edificações sem recuo, promove uma interação casual entre os vizinhos que possibilita eventos conjuntos, como um A conquista do objetivo principal zerar as emissões mercado de fazendeiros, um festival de música e uma de carbono, depende de vários fatores, e muitos deles es- ceia de Natal orgânica entre eles. tão ligados ao estilo de vida, não somente a construção As edificações foram desenhadas de forma a comda edificação. Alguns dos elementos inseridos tem como binar vários fatores bioclimáticos, como as moradias objetivo promover uma consciência sustentável em seus voltadas para o sul otimiza o ganho de calor solar no moradores, que ajuda ao comportamento ecológico das inverno, e os locais de trabalho para o norte, com uma edificações. iluminação indireta e suave mantendo os equipamentos Figura 14 – Vista das construções do BedZED protegidos da super insolação. O sistema de vedação natural é passivo, e se faz útil junto como as vedações que excedem muito as exigências britânicas, sendo a base da economia de energia chegando a quase 100% de consumo renovável. Unindo também ao teto, coletores eólicos que pré-aquecem ao passar pelo ar quente e viciado que sai da edificação, além de placas solares, com economias que chegam a 90% na calefação de ambientes e 25% na eletricidade, em geral. Na sua construção foi escolhido materiais em um raio de 56 km do terreno, o que evitou um deslocamento desnecessário e 15% dos que foram reusados e reciclados.


Figura 15 –Implantação Glenwood Park

C3

24 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019 Fonte: Disponível em https://static1.squarespace.com/static/5612e13ae4b0c37386e86b7e/561d8384e4b0245b186a9b9c/567450ba40667a2b56885bf9/1450463422110/Glenwood+Park+Plan.jpg


Resumo do projeto Localização: Atlanta, Geórgia, Estados Unidos. Plano diretor: Dover, Kohl & Partners Empreendedor: Green Street Properties Cronograma: Construção iniciada em 2003; intervenções feitas pelos usuários e ocupação final da área em 2009 Unidades de moradia: 325 Área construída comercial: 6.500 metros quadrados Área do terreno: 11,2 hectares

glenwood park Seus empreendedores viram em Glenwood Park um antídoto para Atlanta, que é famosa por sua urbanização dispersa, grandes congestionamentos de trânsito, sendo uma metrópole onde a permeabilidade do pedestre é pouco pensada. Seguindo os conceitos do Novo Urbanismo63 aplicado a uma gleba a três quilômetros do centro de Atlanta, a estética vem como uma parte importante do projeto, onde suas mil arvores plantadas ao longo de suas ruas mostram a beleza e também fornecem sombra, reduzindo o efeito de ilha térmica urbana. Suas moradias chamam atenção por incorporar elementos históricos tradicionais que convidam os moradores a caminhar, admirar promovendo a interação dos habitantes em suas grandes varandas, com casas bem agrupadas.

como um parque elíptico central que oferece atividades como área de recreação, espaço comunitário e local de retenção de água. Sua participação no programa EarthCraft Homes64, traz ainda maior credibilidade para o projeto, onde todas as moradias têm certificado, garantindo assim qualidade do ar, prevenção contra a erosão do solo, gerenciamento de resíduos, eletroeletrônicos com selo Energy Star65, materiais de reciclados entre outros. Figura 17 – Desenho de perspectiva de Glenwood Park

Figura 16 – Vista das ruas de Glenwood Park

Considerado um dos elementos mais importantes da infraestrutura sustentável, há o sistema de gestão de água pluvial, que promove a redução do escoamento superficial em 2/3, e a água da chuva é direcionada para os Os automóveis são desencorajados onde praças, lo- jardins, e seu excesso é retido no parque central através jas, restaurantes e escritórios se encontram a uma dis- de uma área projetada para esse fim. tância de cinco minutos a pé. As vitrines devem estar Porem um ponto negativo do projeto é que apesar a no máximo três metros do passeio, mantendo a área da transformação da área, ela não é acessível à popuagradável para os pedestres. Bem como sua densidade é lação de baixa renda por conta do seu alto custo, e não quatro vezes maior que os loteamentos padrões, sendo tendo propriedades disponíveis para alugar. Devendo mais produtivo economicamente. assim, de acordo com a sua implantação flexível permiO projeto traz também como um dos objetivos prin- tir o atendimento a diferentes necessidades a seus moracipais a participação cívica através de espaços públicos, dores nos próximos anos. Fonte: Disponível em https://gac.sndimg.com/content/dam/images/ gac/fullset/2013/11/8/0/glenwood-park-apartments-4x3.jpg.rend. hgtvcom.1280.960.suffix/1429732959712.jpeg

Novo Urbanismo é um movimento voltado para o desenho urbano que defende o projeto de vizinhanças para pedestres com funções mistas de habitação e trabalho. 63

O mais forte programa regional de edificações sustentáveis dos Estados Unidos. 64

65

Selo de eficiência energética

ECO-LOTEAMENTO | 25

C3 GLENWOOD PARK

Fonte: Disponível em https://www.tsw-design.com/wp-content/uploads/2014/09/ Glenwood_Park_1.jpg


Figura 15 –Implantação Glenwood Park

C3

26 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019 Fonte: Disponível em http://ecopolis.com.au/ecopolis/Christie_Walk_files/92a.jpg


Christie walk Resumo do projeto Localização: Adelaide, Austrália Plano diretor: Ecopolis Architects Pty Ltd Cronograma: Empreendimento iniciado em 1999; fase final construída em dezembro de 2006

Christie Walk surge por meio da organização sem fins lucrativos Urban Ecology Australia (UEA) introduzindo o urbanismo sustentável no sul da Austrália, pondo em prática a visão de uma “Ecocidade”, criando um empreendimento ecológico e socialmente responsável, em uma capital totalmente sujeita a urbanização dispersa e altamente populosa. Figura 19 – Foto das casas de Christie Walk

Unidades de moradia: 27 Área construída comercial: 0 Área do terreno: dois mil metros quadrados

A visão da Ecocidade é trazida por meio do uso criativo de um terreno baldio em formato de T. E sendo considerado o primeiro empreendimento do tipo na região, sugere abordagens relacionadas a questões sustentáveis de ponta, onde ao mesmo tempo, inclusivo e orgânico.

O projeto também defende a aplicação do desenho urbano sustentável, em áreas de habitação popular, por conta de seus custos de energia baixos, que influenciam no custo de vida. A localização a cinco minutos a pé de supermercado, rotas de ônibus, bonde e grandes parques também contribui na redução de custos. Desde seu primórdio, foi projetado para ser uma experiência educativa, onde em seus estágios iniciais, os membros da comunidade formaram uma cooperativa de empreendedores, que quando não conseguiam encontrar um empreiteiro, eles próprios se qualificavam para ocupar essa vaga. Contudo, hoje há uma nova, chamada de Wirranendi para controlar desenvolvimento, que fornece também novos recursos educativos in loco, permitindo os moradores a espalharem seu conhecimento e história. Christie Walk demonstra a força que um projeto comunitário tem quando se tem apoio da população e seu retorno para a comunidade. Onde com um pouco de esforço é possível de ser aplicado em empreendimentos urbanos focados na preservação do meio ambiente do mundo todo.

Com uma cobertura verde intensiva e um jardim comunitário funcional, a vegetação recebe a água da chuva armazenada nos reservatórios subterrâneos, e o esgoto tratado pelo sistema de tratamento in loco com base biológica, serve para regar o parque próximo. Há também a redução os gastos de energia, aplicando tecnologias bioclimáticas, como uma massa termo ECO-LOTEAMENTO | 27

C3 CHRISTIE WALK

Fonte: Disponível em https://cdn-images-1.medium.com/ max/2600/1*Bp0gJnOlCyjj521__ivvHQ.jpeg

acumuladora e um sistema de ventilação operado pelo usuário. Com as tecnologias solares, aquecendo a água com calor do sol e nos apartamentos com cinco pavimentos uma placa fotovoltaica para produção da energia do aquecimento.


C4

“TODOS TÊM DIREITO AO MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO, BEM DE USO COMUM DO POVO E ESSENCIAL À SADIA QUALIDADE DE VIDA, IMPONDO-SE AO PODER PÚBLICO E À COLETIVIDADE O DEVER DE DEFENDÊ-LO E PRESERVÁ-LO PARA AS PRESENTES E FUTURAS GERAÇÕES.” ARTIGO 225, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 28 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


área A partir das discussões a respeito da ecologia urbana, e dos estudos de caso nos capítulos anteriores, surge agora uma nova percepção a respeito natureza e os impactos que o ser humano causa no meio ambiente. Com isso, este capitulo tem como objetivo investigar a história do local de projeto escolhido. Tal como ele mostra e explica o seu processo de urbanização. Ao compreender melhor a história observa-se como foi seu processo, suas causas e consequências e qual a situação atual do local. Levando assim a uma melhor compreensão da área, onde de acordo com os resultados obtidos vai proporcionar diretrizes de projetos de acordo com a necessidade.

ÁREA

C4

ECO-LOTEAMENTO | 29


MAPA 1 - LOCALIZAÇÃO

MAPA 1 - LOCALIZAÇÃO

C4

Fonte: http://ambientecampinas.wix.com/mapeamento#!localiza%C3%A7%C3%A3o (2014)

30 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


Início da cidade de campinas

A cidade de Campinas – originalmente Campinas do Matto Grosso, por conta do contraste entre as paisagens do cerrado e floresta alta que encobriam o município na época - possui mais de 260 anos, num histórico que permeia pelo período colonial Brasileiro, imperial e republicano.67

Ver em Caderno... (2019). Acesso em 06 maio 2019. 66

Ver em Campinas (2019). Acesso em 06 maio 2019. 67

Ver em Campinas (2019). Acesso em 06 maio 2019. 68

Ver em Campinas (2019). Acesso em 06 maio 2019. 69

Ver em Campinas (2019). Acesso em 06 maio 2019. 70

Ver em Campinas (2019). Acesso em 06 maio 2019. 71

Ver em Campinas (2019). Acesso em 06 maio 2019. 72

Sua origem deu-se no começo do século 18, como um bairro rural da Vila de Jundiaí, onde com a abertura do Caminho dos Goiases, instala-se entre Jundiaí e Mogi-Mirim um pouso de descanso para os tropeiros. O que resultou na impulsão e desenvolvimento de várias atividades, resultando em uma maior concentração populacional, decorrente nos próximos anos.68

São Carlos, em 1797, e finalmente Cidade de Campinas, em 1842. Época em qual as plantações de café já dominavam a região.70 Os cafezais, impulsionaram em pouco tempo, um novo ciclo de desenvolvimento na cidade, em suas atividades produtivas rurais, que a partir dele, passou a se concentrar um grande contingente de trabalhadores escravos e livres, vindo de todas as procedências em busca de novas oportunidades, culminado pelo início da era de revolução Industrial e suas modernizações em transporte, produção e vida.71 A partir de 1930, surge a crise do café, e com ela a cidade “agraria” começa a assumir um aspecto mais industrial e de serviços. Levando assim a uma nova alteração em sua população, atraindo migrantes e imigrantes de diversas regiões do estado, pais e mundo, pela instalação de um novo parque produtivos composto de fabricas, agroindústrias e diversos estabelecimentos de serviço. Que como consequência do grande aumento da densidade populacional, culminou em um crescimento desenfreado de bairros e estabelecimentos sem infraestrutura urbana adequada, nas proximidades das fabricas e nas grandes e novas rodovias em implementação, como a Via Anhanguera, 1948, Rodovia Bandeirantes, 1979, e Rodovia Santos Dumont, 1980. Causando assim durante os anos de 1950 e 1990, um aumento de território em 15 vezes, à relação ao seu tamanho original e 5 vezes a sua população.72

No segundo período século 18, com a percepção da evolução das terras, ocorre uma grande busca por fazendeiros para instalar lavouras de cana e engenhos de açúcar com utilização de atividades escravas. O que levou Atualmente, Campinas ocupa uma área de aproao progresso de outras dinâmicas econômicas, políticas ximadamente 800 km², e 1,081 milhões de habitantes e sociais.69 (Censo, 2010), sendo o terceiro município mais populoso do estado de São Paulo e decimo quarto do País, e conta Instigado pelos interesses dos Fazendeiros, e pelo com seis distritos (Sousas, Joaquim Egídio, Barão GeralGoverno da Capitania de São Paulo, o bairro rural foi do, Nova Aparecida, Campo Grande e Ouro Verde). transformado em Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas do Mato Grosso, em 1774, Vila de ECO-LOTEAMENTO | 31

INÍCIO DA CIDADE DE CAMPINAS

Localizada na porção centro-leste do Estado de São Paulo (47°04’40’’ Longitude Oeste e 22°53’20’’ Latitude Sul), distante 96km a noroeste da Capital de São Paulo. Apresenta uma área de Transição entre o Planalto Atlântico Paulista (Leste) e a Depressão Periférica (Oeste), onde as áreas que correspondem ao Planalto Atlântico é parte da sub-região da Mantiqueira com relevos de morros e serras do Planalto Jundiai, o que eleva a altitudes máximas de 990m e na área de Depressão Periférica com relevos mais suaves de morros e morrotes com altitudes, representa a média de elevação a 680m acima do nível do mar.66

C4


Histórico do distrito Mapa de localização distrito do Ouro verde

HISTÓRICO DO DISTRITO

Com a expansão contínua da malha ferroviária e rodoviária, leva a um destaque a região pelo crescimento do setor industrial agro processador.79 Com isso e com a implementação do PDDI nos anos 1970 e 1980, que era entendido como um modelo espacial para organização de funções urbanas,80 surge a necessidade da criação de uma política de promoção industrial, um parque industrial para pequenas e médias empresas, o Distrito Industrial de Campinas (DIC). 81 Fonte: FUPAM/PMC 2015 - Adaptação própria

Localizado na região sudoeste de Campinas, o distrito do Ouro Verde, como é reconhecido atualmente, até a década de 1970 não exibia uma população significativa, sendo estruturada somente por pequenos agricultores que moravam na região.73

C4

As transformações do período, de modo a atender a alta demanda de veículos do mercado,76 trouxe a ampliação e inauguração da Anhanguera, na década de 19401950,77 sendo ela fundamental para a instalação de maiores indústrias. Sucede no mesmo período, uma época de instituição de políticas de substituições de importações, levando a implementação de uma série de indústrias. Além da desconcentração industrial da metrópole paulista, na década de 1970, levada pela saturação de território.78

Contudo, durante o período dos Planos de Melhoramento Urbano, 1930, surge o Plano Preliminar de Desenvolvimento Integrado (PPDI), induzindo a instalação do distrito industrial de Campinas.74 O plano nasceu como uma necessidade do capital agrário-industrial e do nascente capital industrial, de se expandir na localidade se tornando assim uma rentável cidade industrial. O período, marcado além disso com uma forte especulação imobiliária, deriva do crescimento do capital e indústrias, que provocando uma forte segregação socioespacial.75 32 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

A área escolhida para a implementação do DIC, a mais própria foi na zona periférica, definida como área loteada e não ocupada entre o Campos Elíseos e Viracopos, considerada “terra de ninguém”, resultado da especulação imobiliária, durante o período da instalação do Aeroporto de Viracopos (1960), com característica nem urbanas e nem rurais, que seus inúmeros proprietários desapareceram e ou são desconhecidos, o que leva a sua reocupação como uma otimização de uso do solo.82 Com o propósito de abrigar um grande número de indústrias que buscavam instalar suas atividades fora da Região Metropolitana de São Paulo, uma série de estudos recomendou a adoção da área como utilidade pública, necessitando assim sua desapropriação, e transferência ao município. Com o objetivo de vender a destinações industriais, [17] a localização da área residencial não é

73

Ver em Lima (2013), pág.77

74

Ver em Lima (2013), pág. 23

75

Ver em Lima (2013), pág. 26

76

Ver em Lima (2013), pág. 29

77

Ver em Lima (2013), pág. 31

78

Ver em Lima (2013), pág. 33

79

Ver em Lima (2013), pág. 34

80

Ver em Lima (2013), pág. 35

81

Ver em Lima (2013), pág. 37

82

Ver em Lima (2013), pág. 39


levada em conta. O que culminou em uma eclosão de habitações nas zonas periféricas, resultado da ação estatal promovida pelo DIC, considerado somente como um evento “residual” da industrialização e urbanização, não contada como parte do processo.83

aéreas, novos loteamentos de alto padrão, designados a classes privilegiadas, auto segregados, representado por uma atitude de isolamento “voluntario” de uma classe que não necessita de serviços públicos para manter-se.88

HISTÓRICO DO DISTRITO

Com o passar do tempo, percebeu-se que o PPDI e o DIC previam uma ocupação industrial colossal. Mas as políticas criadas de forma a atrair, se mostraram ineficientes e provocou uma inocupação do local. Período que culminando com uma fase de grande crescimento populacional na Cidade de Campinas inteiro, intensificando o déficit habitacional. Para sanar o problema, surge como alternativa o uso habitacional das áreas residuais do DIC, em parceria com a COHAB.84 Porém, a distância da área central, assim como a falta de infraestrutura básica, resultado do planejamento anterior que previa um uso industrial, resultou em uma carência de serviços básicos de habitação. Que somados a ideia de fornecer o máximo de moradias no menor tempo possível, transformou-se em um produto, uma máquina de morar, um habitat, sem ser oferecidas oportunidades de um habitar e nem de participação popular de produção do espaço, com moradias rígidas e definidas sem perspectiva de modificação.86

83

Ver em Lima (2013), pág. 42

84

Ver em Lima (2013), pág. 52

85

Ver em Lima (2013), pág. 53

86

Ver em Lima (2013), pág. 66

87

Ver em Lima (2013), pág. 77

88

Ver em Lima (2013), pág. 104

Evolução do crescimento populacional na área, em especial na última análise, dos anos 2000 e 2010, vem diminuindo, seguindo o perfil da maior parte de população brasileira, resultado da baixa taxa de natalidade.87 Somado a especulação imobiliária que, continua aumentando, surge ainda a necessidade de espaço de habitações de qualidade, visto que na área continua estabelecendo conjuntos habitacionais, e habitações irregulares, que se formam devido a necessidade de modificar o espaço de morar junto com o desenvolvimento pessoal. Acrescentando ainda, de acordo como visto nas imagens

C4

ECO-LOTEAMENTO | 33


Levantamento de dados Reconhecer o território escolhido é importante para que haja uma conexão entre as atividades e localidades da região e o projeto proposto. Levantando assim as informações disponíveis de modo a possibilitar e validar o andamento e a estruturação das ideias. Possibilitando assim a tomada das decisões corretas e concretas, de acordo com os dados disponíveis e suas interpretações.

LEVANTAMENTO DE DADOS

C4

34 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


MAPA 2 - EVOLUÇÃO URBANA No mapa pode-se observar a evolução da mancha urbana de acordo com os períodos de industrialização e urbanização. Ondo observa-se durante a época da 2° Revolução industrial um aumento significativo das áreas as distâncias entre elas, resultando em grandes áreas urbanizadas longe de toda a infraestrutura que antes era oferecido no centro.

MAPA 2 - EVOLUÇÃO URBANA

O que levou assim a criar eixos de reestruturação interligando essas áreas. O que continua acontecendo até os dias de hoje.

C4

Fonte: PMC apud SILVA, 2008 (1949-2000). Elaboração e demais dados: FUPAM, 2015. - Adaptação Própria

ECO-LOTEAMENTO | 35


MAPA 3 - MACROZONEAMENTO De acordo com o Plano Diretor vigente LC n° 189/18, define 3 macrozonas: •

“ MACROZONA MACROMETROPOLITANA Situada integralmente no perímetro urbano, apresenta ampla diversidade de padrões de uso e ocupação do solo e áreas de grande vulnerabilidade socioambiental. É impactada por estruturas viárias, equipamentos e atividades econômicas de abrangência regional, nacional e internacional, sofrendo influência direta e indireta pela proximidade dessas estruturas no território, que alteram dinâmicas socioeconômicas, culturais e ambientais.”

MAPA 3 - MACROZONEAMENTO

“MACROZONA DE ESTRUTURAÇÃO URBANA Situada integralmente no perímetro urbano, possui áreas reconhecidamente consolidadas e outras em fase de consolidação. Apresenta desigualdade na oferta de serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas, grande diversidade de usos do solo e múltiplas dinâmicas populacionais, além de áreas de fragilidade ambiental. Esta macrozona apresenta áreas ainda não parceladas e ocupadas possibilitando seu desenvolvimento a curto e médio prazo.”

“MACROZONA AMBIENTAL Situada na sua maior parte fora do perímetro urbano, apresenta meio ambiente natural e cultural preservados, com fragmentos de mata, importantes bacias e recursos hídricos, atividades econômicas de natureza rural. Os mananciais hídricos que abastecem a totalidade do município, o Rio Atibaia e o Rio Capivari, estão localizados nesta Macrozona.” Fonte :Plano Diretor Estratégico - Prefeitura de Campinas - Caderno de Subsídios - Janeiro/2017. Pág. 283-288

C4

Fonte: SEPLAN (2016) - Adaptação Própria

36 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


MAPA 4 - ZONEAMENTO De acordo com a Lei de Uso de Ocupação do solo vigente LC n° 208/18 define o zoneamento das zonas urbanas • Zona Residencial – ZR: zona predominantemente residencial de baixa densidade habitacional, admitindo-se usos não residenciais de baixa incomodidade. • Zona Mista 1 – ZM1: zona residencial de baixa densidade habitacional, com mescla de usos residencial, misto e não residencial de baixa e média incomodidade compatíveis com o uso residencial e adequados à hierarquização viária.

MAPA 4 - ZONEAMENTO

• Zona Mista 2 – ZM2: zona residencial de média densidade habitacional, com mescla de usos residencial, misto e não residencial de baixa e média incomodidade compatíveis com o uso residencial e adequados à hierarquização viária. • Zona Mista 4 – ZM4: zona residencial de alta densidade habitacional, com mescla de usos residencial, misto e não residencial de baixa e média incomodidade. • Zona de Centralidade 2 – ZC2: zona definida pelos eixos do DOT (Desenvolvimento Orientado pelo Transporte) de média densidade habitacional com mescla de usos residencial, misto e não residencial de baixa, média e alta incomodidade. • Zona de Centralidade 4 – ZC4: zona definida pelos principais cruzamentos de DOTs (Desenvolvimento Orientado pelo Transporte), centralidades de alta densidade habitacional, com mescla de usos residencial, misto e não residencial de baixa • Zona de Atividade Econômica A – ZAE A: zona de interesse estratégico para desenvolvimento de atividade econômica, destinada a usos não residenciais de baixa, média e alta incomodidade

C4

• Zona de Atividade Econômica B – ZAE B: zona de interesse estratégico para desenvolvimento de atividade econômica de caráter macro metropolitano, destinada a usos não residenciais de baixa, média e alta incomodidade

Fonte: FUPAM/PMC 2015 - Adaptação própria

ECO-LOTEAMENTO | 37


MAPA 5 - HIPSOMETRIA Campinas apresenta relevos bastantes distintos, com regiões de relevos mais acidentados a leste, e as demais regiões apresenta relevos médios. A formação e divisões das principais bacias hidrográficas seguem as cotas altimétricas, acompanhando assim o relevo. Onde mostra a grande importância da análise topográfica para a hidrografia, visto que ela influencia também diretamente no processo erosivo e sendo um fator catalisador de fragilidades naturais do solo o que causa uma perda na qualidade e quantidade das produções da água uma vez que acontece.

MAPA 5 - HIPSOMETRIA

C4

Fonte: FUPAM/PMC 2014 - Adaptação Própria

38 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


MAPA 6 - DENSIDADE DEMOGRAFICA Os dados apresentados no mapa ao lado mostram os baixos índices demográficos na maior parte de campinas, com exceção de alguns trechos com densidades médias e altas.

MAPA 6 - DENSIDADE DEMOGRAFICA

As densidades altas, acima de 200 hab/ha, estão localizadas em sua maioria na porção central do território. Resultado do processo de verticalização enfrentado pelos últimos tempos. Outras porções de alta densidade estão localizadas em conjuntos de tipologias de até 4 pavimentos tão frequentemente encontrados em todas as regiões. E por último eventualmente encontradas em áreas de ocupação irregular ocasionados pelas divisões menores de 125m² por lote, e possuem maior taxa de moradores por domicílio. Todos resultados dos parâmetros urbanísticos atuais que estão incorporados nas tipologias, onde apesar de regulamentar nem sempre tem o resultado desejado. Levando a altas discrepâncias entre as regiões e mostrando que nem sempre estão vinculados a classes sociais.

C4

Fonte: FUPAM/PMC 2015 - Adaptação própria

ECO-LOTEAMENTO | 39


MAPA 7 - HIDROGRAFIA De acordo com o Caderno de Subsídios (2017) o município de Campinas apresenta uma grande região hídrica, resultado dos vários cursos d’águas existentes. Seus principais rios são o Atibaia, região leste e norte; Rio Jaguari, região nordeste; Rios Capivari e Capivari Mirim, região sudeste e Ribeirão Quilombo na região noroeste. Que são divididas em 5 sub-bacias hidrográficas: Atibaia, Jaguari, Quilombo, Capivari e Capivari-Mirim. Sendo os Rios Capivari e Atibaia os maiores responsáveis pelo abastecimento d’água, representando respectivamente 6,4% e 93,5%.

MAPA 7 - HIDROGRAFIA

Contando também com 161 cursos d’água secundários. Onde seus principais são os Ribeirões Anhumas e Cabras e os Córregos do Piçarrão, Tanquinho e Viracopos. Apresentando também 16,3 km de canalizações em 6 córregos.

C4

Fonte: FUPAM/PMC 2014 - Adaptação Própria

40 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


MAPA 8 - ÁREAS VERDES De acordo com o relatório promovido pela secretaria do meio ambiente e disponível online. Campinas conta com uma vegetação original predominantemente mata atlântica, encontra-se também algumas fragmentações isoladas de Florestas Estacionais, cerrados, brejo e vegetação rupestre. Observa-se também a maior parte dos fragmentos em áreas rurais, em especial na região norte onde está localizada a Área de Preservação Ambiental-APA e quais demonstram melhor estado de conservação.

MAPA 8 - ÁREAS VERDES

Dentro da área urbana as áreas verdes representam cercas de 200 km². Sendo eles 500 praças, 17 parques e bosques, 4 matas tombadas pelo CONDEPACC e 11 Áreas de Proteção Permanente pela Lei 6.743/01. As fitosionomias presentes são a Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Paludosa (mata brejosa), Vegetação Rupestre dos Lajedos Rochosos, Cerrado (sensu lato). bosques (plantados), recomposição florestal, floresta mista, mata ciliar, campos de várzea e, FES/CERRADO áreas de transição entre a Floresta Estacional Semidecidual com o Cerrado.

C4

Fonte: http://ambientecampinas.wix.com/mapeamento#!vegeta%C3%A7%C3%A3o-natural (2014) - Adapdação própria

ECO-LOTEAMENTO | 41


MAPA 9 - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO De acordo com a análise feita pela Secretária Municipal do Verde de Campinas, as unidades de conservação são uma das maneiras de preservar a Biodiversidade. São elas:

MAPA 9 - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Parque Natural Municipal do Campo Grande: criado pelo Decreto Municipal 17.356/11. Área de 136,36 hectares composta de duas fitofisionomias, a floresta estacional semidecidual e o campo de várzea. Parque Natural Municipal dos Jatobás: criado por meio do Decreto Municipal n 17.355/11. Esta Unidade de Conservação protege um remanescente de Cerrado, com área total de 107,34 hectares, localizado às margens do rio Capivari, na região do Campo Grande em Campinas. Área de Relevante Interesse Ecológico Mata de Santa Genebra: localizada em Barão Geraldo, foi criada por meio do Decreto Federal n 91.885/85. É um fragmento de 251,7 hectares de Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Paludosa do bioma Mata Atlântica. Área de Proteção Ambiental Piracicaba/ Juqueri-Mirim: criada por meio do Decreto Estadual n 26.882/87 e abrange uma área de 280.330 hectares, possuindo inúmeros fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual e relictos de Vegetação Rupestre nos lajedos rochosos, além de Campos de Várzea nas planícies de inundação e fundos de vale. Abrangendo também outros municípios. Floresta Estadual Serra D’Água: criada por meio do Decreto n 56.617. Corresponde a uma área de 51,19 hectares de Floresta Estacional Semidecidual do bioma Mata Atlântica. Área de Proteção Ambiental de Campinas: criada por meio da Lei Municipal n 10.850/01, abrange uma área de 22.300 hectares, incluindo os Distritos de Sousas e Joaquim Egídio e outros bairros, abriga inúmeros fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual e de Floresta Paludosa, e relictos de Vegetação Rupestre nos lajedos rochosos, além de Campos de Várzea nas planícies de inundação e fundos de vale.

C4

Área de Proteção Ambiental do Campo Grande: criada por meio do Decreto Municipal 17.357/11. A APA abrange uma área de 959,53 hectares, contem fragmentos de floresta estacional semidecidual, mata mista, áreas de inundação, fundos de vale e campos de várzea.

Fonte: https://planodiretor.campinas.sp.gov.br/timeline/timeline/48_reuniao_20_03_2017/Unidades_de_conservacao.jpg - Adaptação própria

42 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


MAPA 10 - ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE MAPA 10 - ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

De acordo com o Caderno de Subsídios de 2017 de Campinas, as áreas de Proteção permanente são todas as várzeas ou planícies de inundação, nas quais será permitida a implantação de áreas verdes, parques lineares, bacias de retenção conforme art. 190 da Lei Orgânica do Município. Também são consideradas Áreas de Preservação Permanente – APP e estão sujeitas ao mesmo regramento estabelecido no Código Florestal, as áreas situadas: I - Ao redor de nascentes, olhos d’água ou brejos (várzea úmida) contendo nascentes difusas, ainda que intermitentes, qualquer que seja sua situação topográfica, com raio ou faixa marginal mínima de 50 (cinquenta) metros; II – Ao longo de brejos (várzea úmida) associados a cursos d’água, em faixa marginal com largura mínima correspondente à APP já estabelecida para o curso d’água. Que é 50 metros Rios Atibaia, Rio Capivari, Rio Jaguari e Ribeirão Anhumas e 30 metros para os demais. São diretrizes específicas para APP: · Proibição de construção de edificações, vias marginais ou a alteração da cota altimétrica original; · Reserva e recuperação de, no mínimo, 15 metros nas áreas de APP e a implantação de parques lineares, nos processos de regularização de núcleos habitacionais de interesse social, conforme art. 65 do Código Florestal;

C4

De acordo com o mapa ao lado e a última análise feita pela secretária. somente 17% das 2.498 nascentes estão preservadas. Os outros 83% que representa 2.075 que estão degradadas, e em sua maioria se localizam na área urbana. Fonte: Elaborado por CTeIA/SVDS 2014 - Adaptação própria

ECO-LOTEAMENTO | 43


MAPA 11 - ÁREAS SUSCETIVES A INUNDAÇÕES

MAPA 11 - ÁREAS SUSCETIVEIS A INUNDAÇÕES

Inundações são eventos naturais que ocorrem nos cursos d’água por conta das chuvas. Em condições naturais, as planícies e vales apresentam um lento escoamento superficial das chuvas, já nas áreas urbanas estes fenômenos são intensificados pelas impermeabilizações do solo, retificação e assoreamento dos cursos d’água. Atualmente Campinas contam com 28 pontos críticos de enchentes e inundações no município, onde suas principais causas são presença de construções muito próximas ao leito ou avançando sobre os córregos, parâmetros inadequados para o projeto de canalização dos rios e processo desordenado de impermeabilização da cidade.

C4

Fonte: PMC/SEMPLUR 2018 - Adaptação própria

44 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


Mapas de SITUAÇÃO E ENTORNO imediato

Áreas de diagnóstico

MAPAS DE SITUAÇÃO E ENTORNO IMEDIATO

Mapa de situação

Antiga Macrozona 5 Plano Diretor 2006

C4 Mapa de entorno imediato

Terreno de estudo Fonte:

ECO-LOTEAMENTO | 45


MAPA 12 - DIRETRIZES VIÁRIAS As diretrizes viárias são previsões de novas vias garantindo a continuidade da malha viária existente para implementação de novos empreendimentos e também para promover a ligação com as diversas regiões da cidade de modo a promover a otimização da circulação, e aumentando o atendimento aos diferentes modais. Elas são estabelecidas no Plano Diretor e possuem um quadro de descrição com áreas prioritárias.

MAPA 12 - DIRETRIZES VIÁRIAS

C4

Fonte: SEPLAN/PMC (2017) - Adaptação Própria

46 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


MAPA 13 - EQUIPAMENTOS PÚBLICOS No mapa de equipamentos públicos, podemos observar uma boa quantidade de serviços na área. Porem ao analisar com a densidade do local, os equipamentos existentes não conseguem suprir toda a demanda do da região. Levando assim a ser umas das áreas de maior carência e falta de infraestrutura de toda Campinas.

MAPA 13 - EQUIPAMENTOS PÚBLICOS

C4

Fonte: https://planodiretor.campinas.sp.gov.br/timeline/timeline/48_reuniao_20_03_2017/Equipamentos.jpg - Adaptação Própria

ECO-LOTEAMENTO | 47


MAPA 14 - VAZIOS URBANOS Pelo mapa, percebe-se que o traçado referente ao longo dos trechos viários principais apresenta uma maior ocupação. Com isso em locais mais afastados das grandes concentrações e vias rápidas acabam por ficar segregadas levando a uma descontinuação do traçado urbano. Seu crescimento de forma desorganizada visando somete o lucro acaba por promover vazios urbanos o que acaba por promover maiores dificuldades de locomoção e acesso para a população.

MAPA 14 - VAZIOS URBANOS

C4

Fonte: FUPAM/PMC 2015 - Adaptação própria

48 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


MAPA 15 - DIRETRIZES AMBIENTAIS Na análise das diretrizes ambientais percebe-se um estudo com formas de interligar os parques lineares de Campinas.

MAPA 15 - DIRETRIZES AMBIENTAIS

Podendo assim estabelecer uma forma de continuidade, onde há uma relação entre os espaços construídos e os espaços abertos. Normalmente localizados a fundos de vales, os parques lineares são forma de preservação do meio ambiente de baixa manutenção, onde há um uso social com caminhadas, lazer, contemplação e locomoção não motorizada. Tem como função ambiental proteger e conservar os recursos naturais, interligando também fragmentos florestais e outros elementos da natureza. Infelizmente apesar das diretrizes ambientais de parques lineares serem do Plano Diretor de 2006, muitos ainda não foram implantados.

C4

Fonte: http://www.campinas.sp.gov.br/arquivos/seplama/macrozonas/mz5-4-diretrizes-ambientais.jpg - Adaptação própria

ECO-LOTEAMENTO | 49


MAPA 16 - DISPOSITIVOS DE PASSAGEM DE FAUNA

MAPA 16 - DISPOSITIVOS DE PASSAGEM DE FAUNA

Continuando com o processo de pensamento relacionado com a interligação de parques lineares em Campinas, isso atrairia uma grande quantidade de animais e a biodiversidade eclodiria resultando em grandes áreas saudáveis para habitats de animais. Com isso fez-se um estudo de locais necessários para implementação de passagem de fauna ao longo de grandes ruas, avenidas e rodovias. Assim promove a interligação das áreas para os animais diminuindo um pouco (ainda que tenha) o impacto sobre o meio ambiente natural para essas espécies.

C4

Fonte: SEPLAMA 2012 - Adaptação própria

50 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


MAPA 17 - IMPACTOS E CONFLITOS ÁREAS VERDES MAPA 17 - IMPACTOS E CONFLITOS ÁREAS VERDES

Durante um estudo durante o Plano Diretor de Campinas de 2006, houve uma análise a respeito dos impactos e conflitos existentes nas grandes áreas de preservação ambiental. Observando e demarcando assim quais são as necessidades a serem tratadas nesses locais para conservar a natureza. Duas das maiores problemáticas são descarte irregular (por parte da população) e espécies exóticas invasoras, sendo essas suas muitas vezes relacionadas ao mesmo local.

C4

Fonte: SEPLAMA 2012 - Adaptação própria

ECO-LOTEAMENTO | 51


MAPA 18 - PONTOS E LINHAS DE ONIBUS Ao analisar o mapa de pontos de linhas de ônibus podemos observar várias localidades com acesso fácil a pontos de ônibus.

MAPA 18 - PONTOS E LINHAS DE ONIBUS

Porém, muito locais não são interligados por linhas diretas, levando muitas vezes distancias curtas se tornarem longas por conta do traçado das linhas existentes. Acarretando assim a um grande déficit de transporte público, levando a essa população da área a passar grandes períodos dentro do ônibus por conta da distância e dificuldades em chegar em seu destino.

C4

Fonte: Moovit - Elaboração Própria

52 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


MAPA 19 - gabarito No mapa de gabarito pode-se observar com clareza a grandes áreas urbanizadas com 1 e 2 andares. Com exceção somente da área mais próximo ao córrego Pium, próximo aos DIC’s que contam com um grande complexo de habitações de interesse social, sendo característico delas moradias verticais de 3 a 5 andares.

MAPA 19 - GABARITO

C4

Fonte: Google Street - Elaboração Própria

ECO-LOTEAMENTO | 53


MAPA 20 - TOPOGRAFIA

MAPA 20 - TOPOGRAFIA

C4

Fonte: Mapa topografico de Campinas DWG - Elaboração Própria

54 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


MAPA 21- ÁREAS VERDES

A área de terreno escolhida está localizada entre 3 braços d’agua do córrego Friburgo. Sendo assim sua área de APP compreende boa parte do terreno, sendo necessária a preservação dela não somente para o ecossistema local, mas também para o geral, sendo ele uma parte importante do processo de interligação de áreas verdes de modo a promover habitats saudáveis para os animais. Além de servirem para os seres humanos como forma de melhorar a qualidade de vida.

MAPA 21 - ÁREAS VERDES

C4

Fonte: SVDS/PMC (2016) - Elaborado pela autora

ECO-LOTEAMENTO | 55


C5

“TENTAMOS PROTEGER A ÁRVORE, ESQUECIDOS DE QUE ELA É QUE NOS PROTEGE.” CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE. 56 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


O projeto

Ficha Técnica da Área de Projeto Distrito: Ouro verde (2015) Área: 335.476,47 m²

Aquífero: Tubarão – 0 a 10 m³/h (sedimentar) Bairro: Mauro Marcondes Zoneamento: Zona Mista 1 (ZM1) Macrozona: Estruturação Urbana

Sua escolha do local, deu-se por conta do grande vazio urbano em que se localiza. Sendo ele assim uma barreira física para a cidade que impede o acesso direto da população. Assim como as suas 4 nascentes que está o degradadas e seus loteamentos próximos de caráter social que foram aprovados recentemente em cima de nascentes e braços d’água.

Criar ambientes que convidem a andar e pedalar Utilizar materiais ecológicos no projeto Preservar os recursos naturais

O PROJETO

Bacia Hidrográfica: Capivari – Microbacia 7 – Trecho Oeste

De acordo com o Conselho Brasileiro de ConstruCONCEITO ções Sustentáveis a construção Civil é responsável por Simbiose urbano-ecológico. apropriar-se de 75% de tudo o que é extraído da natureO termo simbiose, na biologia, é descrito como za, onde somente 20% a 50% são devidamente construídos e o resto é descartado, causando assim um volume qualquer relação de dependência entre duas espécies de resíduos sólidos 2X maior que o comum, totalizando em contado direto, podendo ser benéfica, prejudicial ou neutra entre os participantes. Dando significado a vida 60% dos resíduos totais existentes. em comum e caracterizando como um só organismo. Assim o projeto do eco loteamento, surge como A relação do ser humano com meio ambiente é uma maneira de demonstrar novos modos de urbanizaconsiderado uma dessas relações, uma vez que, sua orição na cidade, uma vez que elas e seus metabolismos são os responsáveis pelo consumo desenfreado de materiais, gem é produto do mundo natural, e que logo tornaram a água e energia que tanto demando dos recursos naturais força dominante que molda os sistemas ecológico e físicos. Porem conforme o tempo avança cada vez mais há terrestres. um distanciamento dessa fonte, e o esquecimento que o Buscando pela sua inserção urbana, a requalifipróprio bem-estar depende dos recursos naturais fornecações do território e também mediante o uso de conscidos pelo meio ambiente, e sua degradação e perda da truções ecológicas. Promovendo também um ambienbiodiversidade é resultado das escolhas e passos dados te propício a caminhar, além de redução no consumo até este presente momento. energético por meio de tecnologias alternativas verdes, assim como o uso do transporte público de qualidade e não poluentes. Conta também com Espaços públicos paiPARTIDO sagisticamente concebíveis e sua arquitetura é adaptável e durável de forma a atender a todas as demandas necessárias. Aplicar a Biofilia ao projeto urbano e arquitetônico

Usufruir da topografia do terreno Respeitar a natureza e suas limitações

Área de Planejamento e Gestão (APG): Ouro Verde Unidade Territorial Básica (UTB): EU-37

C5

Área Estratégica PMRH: Produção de água

ECO-LOTEAMENTO | 57


OBJETIVOS E CONDICIONANTES NATURAIS

Objetivo Geral •

Possibilitar a expansão urbana minimizando os impactos negativos ambientais da construção civil.

Objetivos Específicos •

Viabilizar o uso misto das edificações

Aumentar a densidade urbana

Diminuir os percentuais de descarte dos resíduos sólidos

Utilizar e valorizar recursos e serviços renováveis

Propor um novo modelo de construção ecologicamente correta

OBJETIVOS E CONDICIONANETES NATURAIS

Direção Ventos Predominantes (SE) Córrego Friburgo Orientação solar

C5

Área de Preservação Permanente - Rio Área de Preservaçao Permanente Nascentes Fonte: Elaboração própria

58 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Escala 1:5000


CROQUIS

1

2

6

3

4

5

8

9

11

12

13

CROQUIS

7

10

C5 ECO-LOTEAMENTO | 59


ImPLANTAÇÃO SETORIZADA A implantação das quadras foi pensada de modo a seguir a topografia do terreno, evitando assim um deslocamento de terra desnecessário, e suas quadras intercaladas diminuem a velocidade do escoamento superficial pluvial, evitando a erosão do solo, o grande causador dos assoreamentos dos rios. Suas divisões de quadras foram pensadas de modo a manter um tamanho confortável a se caminhar com 90m a 120m de largura máximos (FAAR, 2013). A localização dos sistemas de lazer deu-se de modo a conseguir atender todas as habitações dentro de uma distância mínima de 650m² (FAAR, 2013) e também perfazendo o perímetro da APP incentivando o uso e assim a apreciação do espaço preservado sem comprometer o meio ambiente. Sua área institucional foi alocada de modo a servir tanto o novo loteamento quando os loteamentos em sua volta e sua população.

IMPLANTAÇÃO SETORIZADA

C5

Fonte: Elaboração própria

60 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Escala 1:5000


TABELA DE ÁREAS E DENSIDADE POPULACIONAL TABELA DE ÁREAS ha 36,63 11,59 25,03

% 100 31,66 68,34

Sistema de Lazer Sistema Viário Área Institucional Área Verde (sem APP) Área Loteamentos

67.767,69 68.098,11 17.130,26 22.845,13 74.490,17

6,77 6,08 1,71 2,28 7,44

18,5 18,59 4,68 6,24 20,34

TABELA DE DENSIDADE HABITACIONAL Loteamento Unidades Habitações Habitantes População por Lote Habitação Unifamiliar Habitação Multifamiliar Misto

107

107

4

428

111

444

16

1776

54

54

4

População total Densidade Urbana (uni/ha) Densidade Residencial (uni/há)

TABELAS DE ÁREAS E DENSIDADE POPULACIONAL

Área total da gleba Área de preservação Área útil da gleba

m² 366.303,30 115.971,94 250.331,36

216 2420 97 hab/ha 15,31 hab/ha

ECO-LOTEAMENTO | 61

C5


REALOCAÇÃO DOS HABITANTES EM APP´S Por conta do Projeto e seu caráter ecológico, durante a análise da área percebeu que dentro dos 50m de raio das nascentes do terreno havia algumas construções regulares e irregulares. Levando a uma desapropriação e realocação de um total de 45 construções (31 regulares e 14 irregulares) para dentro do loteamento proposto.

1

Quantitativo das construções Realocação para adequação da APP Nascente 1 - 11 irregulares Nascente 2 - 5 regulares Nascente 3 - 8 regulares

REALOCAÇÃO DOS HABITANTES EM APP’S

2

Nascente 4 - 8 regulares Realocação para adequação do sistema viário Nascente 2 - 1 regular Nascente 3 - 2 regulares Nascente 4 - 2 regulares Realocação para adequação do sistema de lazer Nascente 3 - 4 regulares Nascente 4 - 3 regulares Realocação para adequação da distribuição dos lotes

3

Próximo a nascente 2 - 1 regular

4 C5

Fonte: Elaboração própria

62 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Escala 1:5000


INFRAESTRUTURA URBANA VERDE

Canteiro Pluvial - são pequenos jardins de chuva em cotas mais baixas projetados para receber o escoamento superficial pluvial, com funções de purificação, detenção e infiltração

Wetland construído horizontal - É utilizado como uma estação de tratamento secundário de efluentes onde o leito permanece constantemente alagado e pela presença de vegetação ocorre vários mecanismos de tratamento onde a água tratada possui potencial para reuso

Central de reciclagem - Nela acontece a conversão do lixo em matéria-prima. Que será utilizada na fabricação de novos produtos, que serão vendidos e encaminhados para a sociedade, fazendo desse processo um ciclo.

INFRAESTRURURA URBANA VERDE

Central de compostagem - Serve como uma forma de tratar o s resíduos públicos orgânicos dos moradores do bairro de forma que virem adubos.

Biovaleta - São depressões lineares localizada ao longo das vias, preenchidas com vegetação, solo e elementos filtrantes com o objetivo de processar a limpeza da água da chuva ao mesmo tempo em que aumentam seu tempo de escoamento.

Sentido drenagem urbana pluvial - A drenagem e o manejo das águas pluviais consistem no gerenciamento da água da chuva que escoa no meio urbano em decorrência do processo de urbanização, que, por sua vez, impermeabiliza o solo, dificultando a infiltração e acelerando o escoamento superficial das águas pluviais.

Canteiro pluvial

Sentido Drenagem Urbana Pluvial Central de Reciclagem/Compostagem Wetland construído horizontal Biovaletas

Escala 1:5000

Fonte: Elaboração própria

ECO-LOTEAMENTO | 63

C5


USOS DO SISTEMA DE LAZER Os usos do sistema de lazer foram pensados de acordo com a localização de cada área. Porem sempre seguindo o princípio de fácil acesso a toda a população onde sempre há uma área de lazer a menos de 250m de todas as habitações. A localização das áreas de permanência foram escolhidas por estarem próximas aos corredores de comércio e serviço do bairro. As áreas de lazer foram alocadas na parte mais central do terreno como uma forma de atrair a população a utilizar o espaço. O ponto de encontro foi escolhido por estar em uma parte perimetral do terreno um pouco afastado da área central do terreno, mas próximo a uma grande avenida com grandes comércios e moradias próximas, servindo não somente a população do loteamento proposto, mas aos arredores Os estacionamentos de carros e bicicletas foram alocados juntos nos pontos de entrada do parque, como forma de incentivar formas alternativas de locomoção.

USOS DO SISTEMA DE LAZER

Permanência Lazer Encontro

C5

Estacionamento / bicicletário Fonte: Elaboração própria

64 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Escala 1:5000


MOBILIDADE E raio de caminhada Por ser um projeto com alto teor ecológico, visando a preservação dos recursos naturais como forma de preservar o meio ambiente, o loteamento vem com uma proposta das vias internas serem livres de carros. Assim seguindo os princípios apresentados por Douglas Farr no livro Urbanismo Sustentável (2013), onde explica que as pessoas desistem de andar e pegam o carro quando tiver uma distância maior que 400m. A localização das ruas e seus espaços foram criados seguindo esses princípios. Nos perímetros do loteamento, se localizam os estacionamentos e bicicletários e próximo a eles também se localizam os pontos de ônibus, visto que as linhas de ônibus farão o contorno da gleba. O acesso as ruas internas se darão por pedestres ou ciclistas, porem as vias contam com 7 m de largura o que em uma necessidade há espaço e acesso para carros e veículos emergenciais e de serviço.

MOBILIDADE E RAIO DE CAMINHADA

Para os moradores, uma vez que não tem estacionamento nas casas, é a alternativa de poder usar o serviço de veículos verdes compartilhados, com 75 veículos, seguindo o princípio de 1 carro a cada 8 moradias como Farr (2013) sugere. Onde estão localizados junto aos estacionamentos, onde também se localizam seus pontos de recarga, uma vez que os veículos são elétricos, evitando assim a o deslocamento desnecessário. O perímetro das APP são todas preenchidas com pistas de caminhas e ciclovias de forma a incentivar a utilização do espaço.

Onibus Carros Pedestre e ciclista Preferencialmente pedrestre Ciclista Escala 1:5000

Fonte: Elaboração própria

ECO-LOTEAMENTO | 65

C5


TIPOLOGIA DOS LOTES

Infográfico de Lotes por Tipologia

Infográfico de Habitantes por Tipologia

TIPOLOGIA DOS LOTES

Comércio Serviço Misto Habitação Multifamiliar

C5

Fonte: Elaboração própria

66 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Habitação Unifamiliar Escala 1:5000


TIPOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

A tipologia dos lotes foi pensada como uma forma de criar parâmetros de construções que provam com uma delas, um incentivo de caminhabilidade por seus recuos (seguidos por parâmetros indicados no LEED-ND) frontais mínimos observados nos lotes de comércio, serviço e misto, além de também promoverem um maior adensamento por conta das suas construções sem recuos, porem de forma ainda que equilibrada por conta de suas altas taxas de permeabilidade.

Lote (média) Área do lote Taxa de ocupação Taxa de permeabilidade Coeficiente de Aproveitamento Altura Máxima Recuo Frontal Recuo Lateral

Seu coeficiente é trabalhado em moldes mínimos com indicado pelo LEED-ND onde os parâmetros para obtenção do nível mais alto (platinum) indicam a necessidade de um alta coeficiente das construções, promovendo assim moradias qualificadas para receberem mais moradores que os habituais.

Habitação Multifamiliar

Suas diferentes tipologias de uso promovem os mais variados tipos de habitantes, atraindo assim diferentes tipos de habitantes a utilizar o mesmo espaço de diferentes formas, tais como elas morar, se locomover, produzir, trocar e se entreter/divertir. Evitando assim o deslocamento diário desnecessário. A localização dos lotes de comércio, serviço e misto foram definidas nas áreas centrais e estão interligadas para um melhor acesso direto entre si, elevando o público nas ruas principais conforme PRINZ (1980) sugere.

Recuo Posterior Hab/lote Renda

Lote (média) Área do lote Taxa de ocupação Taxa de permeabilidade Coeficiente de Aproveitamento Altura Máxima Recuo Frontal Recuo Lateral Recuo Posterior Hab/lote Renda

10 x 20 m 200 m² 0,6 0,4 1 10 m 5,0 m a 7,0 m 1,5 m quando abertura 3m 4 Alta

Serviço (Esquina em vias principais) Lote (média) Área do lote Taxa de ocupação Taxa de permeabilidade Coeficiente de Aproveitamento Altura Máxima Recuo Frontal Recuo Lateral Recuo Posterior

10 x 20 m 200 m² 0,6 0,4 1,25 10 m 0,9 m a 2,4 m Sem recuo 3m

Comércio (Vias principais) 10 x 20 m 200 m² 0,6 0,4 1 10 m 3,0 m a 5,0 m 1,5 m quando abertura 3m 16 Baixa

Lote (média) Área do lote Taxa de ocupação Taxa de permeabilidade Coeficiente de Aproveitamento Altura Máxima Recuo Frontal Recuo Lateral Recuo Posterior

10 x 20 m 200 m² 0,6 0,4 1,25 10 m 0,9 m a 2,4 m Sem recuo 3m

TIPOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

Seu tamanho é o mínimo recomendado pela lei de Uso de Ocupação de solo vigente para o zoneamento 200m², uma vez que quanto maior o lote, mais área desmatada, mais área urbanizada e menos áreas naturais preservadas.

Habitação Unifamiliar

Misto (Vias do parque) Lote (média) Área do lote Taxa de ocupação Taxa de permeabilidade Coeficiente de Aproveitamento Altura Máxima Recuo Frontal Recuo Lateral Recuo Posterior Hab/lote Renda

10 x 20 m 200 m² 0,6 0,4 1 10 m 0,9 m a 2,4 m Sem recuo 3m 4 Média

C5 ECO-LOTEAMENTO | 67


iMPLANTAÇÃO Materiais utilizados Nas vias internas - Piso grama (Drenanto) - Indicados para áreas de tráfegos de veículos e locais onde se é necessário manter um bom escoamento da água e ao mesmo tempo conter a erosão do solo. Protegendo também o gramado contra o esmagamento, alem de promover uma menor absorção e emissão de calor

Nas calçadas - Placas drenantes de concreto (Braston) - Feitos com concreto poroso, sendo assim 100% permeável, permitindo a escoamento da água pra o solo. Além de ser antitérmico, antiaderente e não precisar de argamassa para seu assentamento.

IMPLANTAÇÃO

Nas ciclovias - Cimento Luminescente - tipo especial de cimento que absorve luz ultravioleta do sol durante o dia e a emite na forma de luz durante a noite, nas cores azul e verde. A luminescência do material dura pelo menos 100 anos.

Nos caminhos - Cascalho solto É um material frio que contrasta com as cores verdes do exterior. Não precisa de manutenção. Totalmente permeável.

C5

Fonte: Elaboração própria

68 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Escala 1:5000


CORTES E PERFIS VIÁRIOS

CORTES E PERFIS VIÁRIOS

CORTE LONGITUDINAL ESCALA 1:2500

Fonte: Elaboração própria

ECO-LOTEAMENTO | 69

C5


VISTA ISOMÉTRICA 1 2 5

3 4

VISTA ISOMÉTRICA

Fonte: Elaboração própria

C5 70 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Sem Escala


3D 1

3

2

Pontos de Onibus a cada 400m no perimetro do loteamento

Praça seca a 240 m de todas as casas (FARR, 2013)

4

5

Ruas que incentivam a caminhada, com recuos proximo aos passeios que contem 3,0 m e arvores em canteiros lineares com espaçamento de 4,5m a 9,0m (FARR, 2013)

3D

Sistema de lazer no perimetro da APP dentro dos 650m de distancia de cada habitação incentivando o uso conforme (FARR, 2013)

Pontes de acesso a veiculos emergenciais.

C5 ECO-LOTEAMENTO | 71


REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS AURORA: O debate internacional sobre desenvolvimento sustentável: aspectos e possibilidades. Marília: Unesp, v. 1, dez. 2007. ESTUDOS AVANÇADOS: Trajetória da sustentabilidade: do ambiental ao social, do social ao econômico. São Paulo: Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, v. 26, n. 74, 2012. Quadrimestral. LIVING PLANET REPORT 2014: Species and spaces, people and places. Gland, Switzerland: Wwf, 2014. Anual. LIVING PLANET REPORT 2016: Riscos e resiliência em uma nova era. Gland, Switzerland: Wwf, 2016. Anual. LIVING PLANET REPORT 2018: Aiming higher. Gland, Switzerland: Wwf, 2018. Anual. BOFF, Leonardo. Sustentabilidade: O que é: O que não é. 3. ed. Petropolis, Rj: Vozes, 2014. 200 p. CADERNO do Empreendedor e da Cidade Sustentável. Disponível em: <http://ambientecampinas.wix.com/ mapeamento#!>. Acesso em: 06 maio 2019. CAMPINAS. Disponível em: <http://www.campinas.sp.gov.br/sobre-campinas/campinas.php>. Acesso em: 06 maio 2019. REFEÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAMPOS, Ítallo de Andrade. Soluções Biofílicas como instrumentos de desenvolvimento socioeconômico em Coronel Fabriciano. 2015. 63 f. TCC (Graduação) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Centro Universitário do Leste de Minas Gerais, Coronel Fabriciano, 2015. Disponível em: <https://issuu.com/itcampos/docs/monografia_web>. Acesso em: 09 jun. 2019. LEITE, Maria Angela Fagginpereira. A PAISAGEM, A NATUREZA E A NATUREZA DAS ATITUDES DO HOMEM. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/319046314_A_paisagem_a_natureza_e_a_natureza_das_atitudes_do_homem/fulltext/598d173baca272e57ad1b681/319046314_A_paisagem_a_natureza_e_a_natureza_das_atitudes_do_homem.pdf?origin=publication_detail>. Acesso em: 06 maio 2019. LIGIA, Ana. Biorregião. 2015. Disponível em: <https://www.estudopratico.com.br/biorregiao/>. Acesso em: 06 maio 2019. LIMA, Carolina Ros Fernandes; MONTENEGRO, VictÓria Webster de Freitas. CIDADE EFICIENTE E SUSTENTÁVEL: TECNOLOGIA DA ARQUITETURA - QUALIDADE AMBIENTAL, EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E REÚSO DE ÁGUA - ESTUDOS DE CASO. 2018. 56 f. Monografia (Especialização) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Uniceub, Brasília, 2018.

C5

LIMA, Ivan Oliveira. CONJUNTOS HABITACIONAIS E SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL: O DISTRITO INDUSTRIAL DE CAMPINAS/SP (DIC). 2013. 171 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Geografia, Analise Ambiental e 72 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


Dinâmica Territorial, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2013. LOCKYER, Joshua; VETETO, James R. (Org.). Environmental Anthropology Engaging Ecotopia: Bioregionalism, Permaculture, and Ecovillages. 17. ed. United States: Berghahn, 2013. 329 p. 17 v. MOSTAFAVI, Mohsen; DOHERTY, Gareth (Org.). Urbanismo Ecológico. Brasil: Gustavo Gilli, 2014. 656 p. RESUMO - O Iluminismo - Pensadores e características. Disponível em: <https://www.sohistoria.com.br/resumos/iluminismo.php>. Acesso em: 08 jun. 2019. RIBEIRO, Maíra Casemiro. Caminhos Azuis para São Paulo. 2017. 102 f. TCC (Graduação) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Unesp, Bauru, 2017. SILVA, Elmo Rodrigues da; SCHRAMM, Fermin Roland. A questão ecológica: entre a ciência e a ideologia/utopia de uma época. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 13, n. 2, p.355-382, 1997. Trimestral.

REFEÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

C5 ECO-LOTEAMENTO | 73


C5 74 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.