RASCUNHOS DA ALMA

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Rascunhos da Alma

Rabiscos de uma jornada pessoal

Cada texto é uma janela para o meu universo pessoal, onde compartilho

não apenas observações do mundo ao meu redor, mas também as profundezas do meu coração e alma.

Estimado(a) leitor(a),

É com grande alegria que lhe dou as boasvindas a "Rascunhos da alma".

Neste livro, compartilho pensamentos, sentimentos e experiências que podem ressoar com os seus.

Espero que, ao folhear estas páginas, você encontre não apenas as minhas palavras, mas também um reflexo de suas próprias vivências.

Que esta leitura traga inspiração e emoção.

Com carinho,

Uma carta ao céu

Queria te mostrar o céu. Está uma beleza só! hoje ele está diferente. Como se tivesse sido pintado em um quadro só para você.

Aí me lembrei. Você está morando lá agora. Um código postal celestial, dizem. Parece piada numa cidade onde selos já não valem nada.

Você sempre gostou quando o céu ficava assim, pintado de rosas e laranjas.

Para muitos é apenas mais um pôr-do-sol. Mas para nós, sempre significou mais. Um lembrete, talvez, de que a beleza existe, mesmo na bagunça.

Fico pensando se você pode ver o mesmo céu que vejo agora..

Talvez esteja mais perto do que penso, só um pouco além das nuvens, além do meu alcance.

Fica difícil acreditar que o céu pode ser tão... vasto, quando se sente tudo tão solitário por aqui. Então, por você, olho a vastidão azul e penso que um pedaço dele é seu. E, por mais distante que pareça, espero que ele esteja te tratando bem, como você merece.

Dar voz ao silêncio

Esse sentimento é como um gato agitado, arranhando minhas entranhas, reclamando do espaço que não tem. Que sensação horrível de ser aquela que insiste no contato.

Eu poderia (e deveria!) empurrar tudo goela abaixo com um trago de uísque, engolir a coisa toda pra dentro. Mas, ah, que trágico!

Esse sentimento é tão grande, tão cheio de arestas afiadas que eu acabaria me engasgando. E quem sabe? Poderia ser uma bela forma de me despedir..

A arte de perder o tempo

O espelho reflete um rosto que conheço, mas que não reconheço.. Os anos se acumularam como folhas secas em um outono sem fim. Esperei pelo momento perfeito, pelo dia ideal, pela constelação alinhada que me daria permissão para ser feliz. A ironia é cruel: enquanto aguardava, a vida, essa efêmera e bela obra-prima, escorria entre meus dedos como areia fina. Cada dia, um diamante perdido na busca por um tesouro imaginário. Agora, a realidade me esmaga com a força de um mar revolto... A verdade nua e crua: não há um dia especial, há apenas a sucessão de dias, cada um com seu peso, sua beleza, sua dor. E eu, tola e sonhadora, desperdicei a maior parte deles esperando por um amanhã que nunca chega. O presente, esse 13

instante fugaz eprecioso, tornou-se um passado irreversível, repleto de "quase" e de "se". Aprende-se tarde demais que a vida não é uma sinfonia que se aguarda; ela é uma valsa improvisada, imperfeita, mas lindamente viva.

Superando-me

A derrota amargou a boca, deixou um gosto metálico que se recusava a desaparecer. Vi a vitória escapar pelos dedos, como areia fina, e a decepção se instalou, fria e implacável. Chorei, sim, deixei as lágrimas lavarem a poeira da frustração. Mas, entre soluços e o vazio que me consumia, algo começou a mudar. O foco mudou. Deixei de me concentrar na perda em si, no objeto do desejo que se esvaiu, e passei a observar o caminho percorrido. Vi a garra, a perseverança, a resiliência que me impulsionaram. Vi o crescimento pessoal, a força que nem eu sabia que possuía. A derrota, essa ferida aberta na alma, tornou-se, paradoxalmente, uma cicatriz. Uma marca que não me define, mas que me conta uma história – a história da luta, do aprendizado, da superação.

Resolvi deixar para trás o peso da expectativa, a angústia da incerteza, a prisão da ilusão. Ganhei, ao invés, a liberdade de seguir em frente, mais leve, mais forte, mais consciente do meu valor, independente do resultado. Entendi que nem sempre quem perde, perde. Às vezes, encontra-se, no fundo do poço da derrota, a semente para a vitória.

O que escrevo é prova irrefutável de um amor que resiste, que teima em existir, que pulsa como um coração batendo em uníssono com o seu, mesmo distante. E talvez, a maior prova de amor, seja a capacidade de amar assim, de forma imperfeita, patética, mas verdadeira e eterna. Porque meu coração, apesar de tudo, apesar do tempo, continua pertencendo a você.

Retrato de um “quase”

“Quase” fomos, mas não fomos..Esse “quase”, tão próximo, tão palpável, se tornou a linha tênue que separa o sonho da realidade, o desejo da concretização. Lembro do seu sorriso, uma aquarela de luz e sombra, emoldurado por um instante congelado no tempo. Lembro do seu olhar, um universo profundo que me cativou, me aprisionou em sua gravidade.

A memória teima em reviver os ecos de conversas sussurradas e segredos compartilhados sob o manto da noite. O “quase” ainda me assombra, me persegue como sombras em um corredor infinito. A saudade, essa dor doce e pungente, se instala em meu peito, um pássaro ferido que canta uma canção de perda e esperança.

Não fomos, não somos, e talvez nunca sejamos. Mas o “quase” permanece, um fantasma belo e melancólico que habita meu coração, lembranças que me acalentam e me dilaceram em igual medida, afinal, é o retrato de uma paixão inacabada, um poema sem fim, uma sinfonia interrompida antes do clímax. E talvez, no silêncio da saudade, nesse retrato de um “quase”, eu encontre a beleza daquilo que poderia ter sido, mas que, na sua incompletude, guarda uma poesia singular e inegável.

Ela carregava o mundo nos ombros, mas ninguém via o peso.. Cada passo, uma revolta contra o destino imposto. No espelho, não via correntes, mas asas. E voou, porque ser mulher é reinventar o céu...

Sem máscaras

Respiro fundo, e sinto o ar fresco da liberdade romper a casca de expectativas. Por tanto tempo, me vesti de personagens, construídos a partir de fragmentos de opiniões alheias, uma colagem de desejos distorcidos que outros projetaram em mim. Mas a máscara pesa, sufocando a respiração, obscurecendo o brilho tênue da minha própria luz.

Agora, a cada dia, desprendo um fio, um pedaço de tecido artificial, revelando a pele crua, vulnerável, mas real. Vejo os olhares, alguns curiosos, outros julgadores, mas o eco da sua crítica não me atinge mais. Sei que o seu desconforto provém da sua própria prisão de máscaras, do medo de se mostrar tal qual são.

Sinto a fragilidade, sim, mas também a força inabalável de quem escolheu a verdade sobre a ilusão. A minha verdade, a minha essência, sem a necessidade de aprovação, sem o desejo de pertencer a um grupo, a um molde, a uma expectativa. Este caminho, de autoconhecimento e aceitação, é solitário às vezes, mas a solidão é uma aliada. Ela me permite ouvir o sussurro da minha alma, guiando-me em direção à minha própria luz. E essa luz, mesmo que tênue no início, brilha mais forte a cada dia que me permito ser exatamente quem eu sou, sem disfarces, sem medo. O mundo pode continuar com suas máscaras, eu escolho a liberdade da minha própria face, a beleza única e singular da minha alma despida.

Um desejo guardado

O desejo me consome, uma chama incontrolável que queima por dentro.

Queria correr, sem hesitar, sem pensar, sem medir as consequências, rumo aos seus braços. Deixaria para trás toda a razão, toda a cautela, toda a armadura que construí para me proteger da dor.

Queria me entregar, inteira e sem reservas, ao abraço que me acolheria como um porto seguro em meio à tempestade. Queria gritar, com a força de um trovão, a paixão ainda viva em meu coração, um segredo que se recusa a morrer.

Queria que essas palavras, carregadas de emoção, quebrassem as barreiras que nos separam, que transpassassem o tempo e

a distância, que te alcançassem com a força irresistível de um anseio profundo e inabalável. Queria que você ouvisse o eco desse grito em seu próprio peito, e sentisse a mesma chama incontrolável, o mesmo desejo irreprimível de me encontrar...

Meus sonhos com você

Os sonhos com você invadem minhas noites, cada vez mais vívidos, mais presentes. São fragmentos de um passado que se recusa a desaparecer, pedaços de um quebra-cabeça que busco desesperadamente recompor. Seu sorriso, fugaz e brilhante como um relâmpago em meio à tempestade, me persegue até na vigília. Lembranças sussuram ao meu ouvido como fantasmas , as melodias de um amor que parecia eterno.

E quando a memória me visita, quando o espectro do seu sorriso me toca, meu peito se acelera, um bater frenético de asas de pássaro preso em gaiola.

É uma doce dor , uma saudade pungente

que me lembra da intensidade do que vivemos, e me deixa a vagar entre a esperança e a melancolia. A cada sonho, a cada lembrança, enxergo a certeza de que algo em mim ainda te ama, e te espera.

Preciso saber se ainda existe um fio, por mais tênue que seja, que nos conecta, um resquício de afeto que possa ser reacendido. Não se trata de egoísmo, ou de posse, mas de uma chama quase extinta que ainda pulsa no meu peito, acesa pela esperança de um reencontro. Não peço promessas, apenas uma migalha de verdade, um vislumbre da possibilidade.

Se houver algo, por menor que seja, uma lembrança que te faça sorrir ou um suspiro de saudade, uma ínfima possibilidade de resgatar o que perdemos, eu lutarei..

Atravessarei tempestades, escalarei montanhas, enfrentarei qualquer obstáculo para te trazer de volta. .Diga-me, mesmo que seja um suspiro quase inaudível, se ainda há algo a ser resgatado entre nós..

Até onde eu iria por amor?

Até onde eu iria por amor? A pergunta ecoa em meu peito, um desafio silencioso que me força a confrontar os limites da minha própria alma. Não se trata de uma distância geográfica, ou de um sacrifício material. É algo muito mais profundo, que extrapola a dimensão física e se instala na alma. Eu iria até a beira do abismo, olhar para o vazio e sentir o tremor do medo, mas não recuaria se a sua mão estivesse na minha. Eu enfrentaria a multidão, o julgamento, a incompreensão, o desprezo do mundo, se você estivesse ao meu lado para me dar força. Eu me perderia nos labirintos da minha própria mente, enfrentaria os meus demônios mais terríveis, se você me prometesse me encontrar do outro lado.

Eu me entregaria por completo, sem reservas, sem medo de ser ferida, porque o amor não conhece a cautela, não calcula o custo. Eu me transformaria, me reinventaria, me esvaziaria de mim mesma para me tornar o que você precisa, se isso significasse preservá-la. Até onde eu iria por amor?

Até o infinito. E além.

Preciosidade do hoje

A cidade pulsa, um turbilhão frenético de corpos apressados. Um vai e vem incessante, um mar de rostos voltados para o chão, para os celulares, para qualquer lugar, menos para o outro. Os "ois" e os "tchaus" se perderam no tempo, substituídos pelo silêncio apressado, pela ausência de um simples olhar de conexão. O "obrigado", tão singelo e necessário, evaporou como orvalho ao sol. Sorrisos?

Raridade preciosa em extinção. Gentilezas, palavras amáveis, gestos de carinho... tudo isso parece ter desaparecido, engolido pela voracidade do ritmo cotidiano. Corremos, corremos, sem parar, sem respirar, em busca de um tempo que nunca teremos de volta.

Esquecer que o hoje é único, irrepetível, que essa rua, esse instante, essa respiração, nunca mais serão exatamente iguais, é uma tragédia silenciosa, uma perda quase invisível, que corroi a alma pouco a pouco. E nos perdemos na multidão, fantasmas anônimos, buscando algo inalcançável, enquanto a vida, esta vida tão fugaz, escorre entre os dedos, como areia fina, sem que percebamos sua incomensurável preciosidade.

E então, num instante de lucidez, me pego a questionar: qual o preço dessa velocidade? A que custo essa busca incessante pela eficiência? Será que a conquista de mais um objetivo, a conclusão de mais uma tarefa, vale a pena se, ao final do dia, o saldo é a solidão, a falta de conexão, o vazio existencial?

A pressa nos rouba a capacidade de apreciar a beleza dos pequenos detalhes, de sentir o calor do sol na pele, de ouvir o canto dos pássaros, de contemplar um sorriso genuíno. Nos tornamos máquinas implacáveis, desumanizados pela própria eficiência. Talvez seja necessário parar, respirar fundo, olhar ao redor, e lembrar que a vida não se resume a metas e prazos. Que a verdadeira riqueza reside nos momentos compartilhados, nas conexões humanas, nas pequenas gentilezas que tornam o mundo um lugar mais acolhedor. Que o hoje, este hoje único e irrepetível, merece ser vivido com intensidade, com presença, com amor. E quem sabe, um simples "bom dia", um sorriso trocado, um "obrigado" sincero, possa ser o início de uma revolução. Uma revolução de gentilezas, contra a banalidade da pressa e a indiferença da correria.

“Carrego as cicatrizes de mil batalhas perdidas, um avesso de dores e ressacas, mas aqui estou, ainda em pé, desafiando o mundo a me derrubar outra vez. ”
“Disseram que tenho sorte, mas eu digo- lhes: - O que tenho é audácia!
A sorte pode até bater à porta, mas é a audácia que a convida para entrar.”

Que pena, meu bem..

Por um momento, tudo parece tão

real; a suavidade da sua pele, o calor do seu toque, a intimidade que existe entre nós. A realidade se dissolve, e eu desejo, ardentemente, despir não apenas seu corpo, mas também sua alma, revelando a vulnerabilidade que reside por trás de cada sorriso e cada lágrima.

Que pena, meu bem, que tudo isso é apenas fruto da minha imaginação, onde exploro as profundezas do que poderia ser.

Eras de um amor tatuado

Eu te reconheceria entre os ecos dos destroços, Nas paredes sujas de um apartamento em ruínas,

Eu te encontraria em qualquer esquina perdida do tempo e em cada rosto que o destino me entregasse..

Tu serias minha constante, minha tempestade branda, o amor que desafia até o último tremor da terra esquecida.

Eu te amaria em cada encarnação, em cada desilusão em que o amor escorregou pelas mãos.

Nos becos sombrios onde a solidão mora, eu saberia que é você, mesmo que o mundo nos roubasse a visão e a fala.

Na dança das eras, entrelaçadas por caminhos que o destino insiste em refazer, eu te encontraria!

O amor seria essa constante insana, mesmo quando o universo descansar em silêncio eterno, eu ainda te amaria..nos sussurros da madrugada amarga, na solidão que me abraça..

Te acharia em outras eras,

Em outras pelejas que não conhecemos,

Com a mesma chama nos olhos,

E a mesma sede de algo verdadeiro.

Eu amaria você em cada respiração hesitante,

Enquanto o mundo desmorona ao nosso redor,

Até que a última lembrança se desfizesse no ar,

E as estrelas, cansadas de brilhar,

Se entregassem ao silêncio feroz do esquecimento.

A Sombra do que ficou

Se você aparecer, arrastando os sapatos de volta, dizendo que sente saudade do que tínhamos, vou estar afundada em uma garrafa de whisky barato, rindo da ironia crua que é viver..

Então, quando sua sombra cruzar aquela porta, iluminada por um farol de lembranças, lembrarei de todas as noites em claro e das palavras cortantes que você me lançou como facas cegas.

Eu vou dizer que você sente falta, sim, mas não de mim. Sente a falta do que eu te oferecia enquanto me acabava por dentro..

Sempre foi sobre o que você podia ter enquanto eu me perdia em você, dia após dia.

Agora eu permaneço, rabiscando poesias amargas nas paredes da minha alma, relembrando que às vezes é preciso se perder para realmente se encontrar. Então, vá. Procure-me onde insistiu em me deixar: na poeira da nossa história mal contada.

A Dança do Acaso

Quando se trata de nós duas, parece que o destino não apenas nos observa, mas nos guia com sorrisos secretos e sinais misteriosos.

É como se o universo conspirasse a nosso favor, abrindo caminhos e desvendando oportunidades para que nossos passos nunca vacilem..

Talvez, essa junção de caminhos não seja mero acaso, mas sim uma harmoniosa sinfonia do destino, nos lembrando que estamos exatamente onde deveríamos estar..

Um quase Reencontro

Você não veio.

A esperança que acalentava foi substituída pela dúvida: será que não quis me ver?

O sorriso que antes iluminava meu rosto, cheio de antecipação e alegria, foi lentamente substituído pela apatia. Cada instante em que eu esperava por você, cada olhar para o relógio, fazia meu coração se apertar um pouco mais.

E assim, o dia que deveria ser especial tornou-se uma lembrança melancólica do que poderia ter sido, deixando um vazio que ecoava entre os acordes da nossa música.

O que restou foi apenas a saudade, um sussurro de momentos passados, e um sorriso que, de orelha a orelha, despencou em um mar de desilusão..

Era uma madrugada fria.

A cidade ainda estava adormecida sob o manto silencioso da noite. Eu estava a caminho do trabalho, envolta com meu casaco predileto para enfrentar o ar gélido.

As ruas semidesertas ecoavam apenas o som dos meus passos apressados para pegar o meu ônibus..

Seu olhar capturou o meu, e naquele encontro breve, senti como se todo o frio da madrugada não importasse mais.

Você me assaltou sem arma, apenas com a simplicidade de um sorriso e a intensidade de um olhar que penetrava a alma.. dali em diante meu coração já não era mais meu.. e foi assim que no meio da rua deserta e fria, começou a manhã mais quente da minha vida.

Meu querido amor não correspondido,

Hoje é apenas mais um dia, igualzinho aos outros, em que acordo com o gosto amargo da tua ausência na boca. Pensar em você tornou-se tão automático quanto acender um cigarro ou olhar o relógio..

Escrevo estas palavras para o vento, porque sei que você nunca irá lê-las. Você não vai mais me mandar aquela mensagem casual, aquele "oi, está tudo bem com você?" que era uma ilha de consolo num mar de tédio.

Agora, você não se preocupa mais se eu já bebi água ou se já cheguei em casa. Os detalhes, que pareciam insignificantes, são exatamente os que carregam o peso do mundo.

Você já não pensa em mim, e nós duas somos apenas fragmentos de um passado que você não se lembra, poeira esquecida em algum canto da sua memória.

A ironia é que, apesar de tudo, você ainda está aqui, uma ausência presente que me segue como uma sombra zombeteira.Em uma cidade barulhenta e indiferente, onde todos se empurram com pressa para lugar nenhum, fica você.. E eu, presa a esse amor que ficou aí, intocado e invisível, enquanto os dias continuam a rastejar, um após o outro, como bêbados saindo do bar ao amanhecer.

Já não estou aí.. mas, aqui ficou você!

A Dor como companheira

Certa vez me perguntaram o que eu tinha no lugar do coração. Eu ri, daquele risos que saem meio tortos, e disse: "Tenh dor." Não aquela dor que você pode aponta ou tratar com receitas engarrafadas, ma a dor crua, aquela que gruda no osso e faz morada. Ela é antiga companheira, uma dama persistente que nunca pede licença

Batemos nossas cabeças e brindamos nossas falhas, porque neste nó de ruas e becos, é a dor que me mantém de pé, lembrando que ainda estou viva..

Renascendo das cinzas

Eles pensaram que poderiam me quebrar, me desmontar como quem desmancha um brinquedo velho. Mas, não entendem que o ferro já foi forjado no calor de outras batalhas. Já estive no fundo do poço, de onde a única direção é para cima. Aprendi a rir na cara da dor, e quando o mundo tenta me derrubar, eu renasço, feroz e sem desculpas, cada cicatriz uma medalha conquistada.

Podem tentar quantas vezes quiserem, vou sempre voltar, com mais histórias e mais sede.

Manhãs que Renovam

es de luz lançavam sombras longas pelas calçadas rachadas. No meu apartamento apertado, a garrafa de uísque estava quase no fim, o cigarro queimava lentamente num cinzeiro lotado, e o rádio tocava uma canção triste que ninguém mais parecia lembrar. O relógio na parede marcava o tempo em um ritmo teimoso e implacável, como a batida de um coração cansado.

Passei a noite convivendo com meus demônios habituais. Eles riam e dançavam, sussurrando saudades e arrependimentos. Fiquei deitada na cama, olhando para o teto, vendo o gesso descascar como as lembranças que eu fingia esquecer. O aroma pungente de uma esperança perdida impregnava o ar. A noite parecia eterna, como tantas outras,

lágrimas invisíveis e sonhos tão, quando a exaustão e começou a pesar nas pálpebras, a primeira luz da manhã vazou pela janela suja. Algo mudou bem ali, no espaço entre um gole e outro, entre o fim de um trago e o silêncio que se seguia. Com os primeiros raios dourados, a cidade lentamente acordava de seu próprio pesadelo, despejando suas promessas de um novo dia. A alegria, como um velho amigo que você não vê há tempos, se acomodou devagar no coração. Não era extravagante nem efusiva, mas estava lá, insistente e pacífica. Talvez fosse a promessa de que a luta era, afinal, suportável.

O choro durara longas horas, mas a manhã, em sua indiferença brilhante, prometia outra chance. Pessoas seguiam seus caminhos, cafés abriam suas portas, e eu, ainda vestida de sombras, levantava para encontrar o que quer que viesse...

da não era fácil, mas hav explicavelmente belo na simples persistência da manhã

Tudo há o seu tempo

A verdade é que o que é pra ser seu, vai chegar, e você vai reconhecer. É um jogo sujo da vida e, se você tiver paciência, as peças se encaixam. Então, dê um trago no cigarro, olhe pela janela e confie no relógio que te rege, mesmo que ele esteja torto e atrasado. Porque, no fim das contas, tudo tem seu tempo, e se não tiver, que se dane..

A vida não é um conto de fadas onde o príncipe chega galopando. Aqui, você se afoga ou aprende a nadar.. Olhe ao seu redor: as pessoas estão mergulhadas em suas próprias brigas, afundando em copos vazios e sonhos frustrados. Não espere por mãos que não virão!

O mundo é um mar revolto e, se você não aprender a se sustentar, vai ser apenas mais uma sombra perdida nas águas escuras da indiferença. Então, mergulhe, bata as pernas e encontre sua própria flotação.

A salvação está em você.

O Peso dos Desejos

Na vida, muitas vezes desejamos ardentemente coisas que, uma vez conquistadas, podem não ser o que esperávamos.

Ao deixar que uma pessoa siga sua própria jornada em direção ao que busca, abrimos espaço para que ela descubra por si mesma as verdadeiras consequências de seus desejos.

As vezes, a melhor vingança é deixar a pessoa conseguir o que ela quer.

Áries: A Magia do Caos e do Encanto

Encontrei-a em um dia qualquer como tantos outros, mas esse tinha uma faísca diferente. Entre conversas que não chegavam a lugar algum e risos desconsertados, ela estava lá — ariana, com um brilho que cortava a noite. seus olhos eram fagulhas vivas, prometendo incêndios.

Aproximei-me com minha habitual descrença na humanidade, preparandome para as banalidades costumeiras. Ela não se importava com o que os outros pensavam. falava dos sonhos com audácia, como quem desafia o universo a contradizê-la. e eu, que achava que já tinha visto de tudo, observei cativada como uma adolescente insegura.

Nos dias que seguiram, cada encontro era uma guerra santa. o riso dela, ora cortante, ora doce, ecoava forte, desmontando minhas defesas cuidadosamente erguidas. cada debate era uma tempestade, mas eu preferiria me afogar na fúria dela a navegar em águas calmas.

Me apaixonar por uma ariana era como admirar uma obra de arte em chamas; a beleza estava tanto no calor quanto no perigo iminente. ela não era para os fracos de coração, e talvez fosse isso que me mantivesse presa — ou talvez fosse a vontade desesperada de sentir algo tão ferozmente real novamente.

Rabiscos de Saudade

Quando a saudade bate, é como soco seco no peito, meus olhos chovem, aí o velho mundo parece ainda mais surrado, minha musa se foi. Ela não deixou bilhete, nem adeus, só aquele perfume barato e uma tristeza cansada de quem já viu esse filme.

A mesa do bar virou confessionário onde conto pecados para ninguém, na companhia de outros homens quebrados, cujas musas também se evaporaram.

Mas, no meio do caos, em algum canto empoeirado, uma gota de poesia pinga, como um bar de quinta numa quarta-feira.

E ali, no desespero amargo, escrevo rabiscos de saudade. Um brinde aos fantasmas que dançam neste palco de noites vazias!

Teimosa Sobrevivente

Quando perguntarem por mim, não se ocupe em dourar a pílula. Diga que revivi, não por escolha, mas porque teimosa como uma erva daninha no alto. Aprendi a conversar com a dor, ela nta do meu lado no bar, pede uma dose, e fica ali, sem saber direito quando deve partir. As velhas cicatrizes? Já não ardem mais, são só rabiscos empoeirados num diário esquecido.

Engoli experiências amargas como quem bebe outro gole do uísque mais barato, mas, caramba, meu olhar agora tem uma bagagem de histórias - alguma belas, outras tão esfarrapadas quanto eu Voltei a sorrir, mesmo que a vida me ofereça brindes amargos; uma ou outra gota não vão fazer meu copo transborda

Diz que estou na batalha, do jeito que sei. É, estou por aqui, cambaleando, mas sempre em frente.

Rastros de Nostalgia

Hoje, mais uma vez, você rastejou para os meus pensamentos, apesar dos meus esforços para manter a porta fechada. A vida continua a pregar peças, relembrando seu sorriso que, naquela época, parecia rasgar a monotonia da noite como uma lamparina do inferno.

Não era só a suavidade com que seus dedos se entrelaçavam nos meus, mas a maneira como aquilo parecia engolir minha solidão enlouquecida. Quando sua cabeça repousava no meu ombro, toda a desgraça do universo parecia conspirar para um raro momento de paz, quase como a cidade se calando ao amanhecer.

E agora, aqui estou, sozinha com essa saudade ridícula. Uma parte de mim, estúpida talvez, deseja correr para o passado e reviver cada fragmento miserável e magnífico.. então, o peito aperta e essa maldita nostalgia é cruel! Tento me livrar destas correntes, mas tudo o que consigo é mais whisky e mais um cigarro queimando na mesa.. Talvez amanhã as lembranças tenham misericórdia e voltem a se esconder nas sombras.

Ao meu Eterno amor

A vida é uma dança entre luz e sombra, e ao escolher ficar ao meu lado, você aceita essa complexidade. Você vê meus demônios, as partes de mim que luto para controlar, mas ainda assim decide permanecer. Isso é amor verdadeiro –uma escolha consciente de estar presente, mesmo nos momentos mais sombrios..

Agradeço por essa luz que você traz à minha escuridão!

De mim, para mim

De mim.

Para mim.

Eu te vi recomeçar, e você fez isso como ninguém. Transformou lágrimas em sorrisos, e a dor em força renovada.

Cada passo dado, uma vitória, cada desafio, uma lição.

Nessa jornada, descobri sua luz, brilhando intensamente no meio da tempestade.

E, ao te observar, percebi: o verdadeiro poder está em se permitir ressurgir das cinzas, sempre com a coragem de quem sabe que o melhor ainda está por vir.

O Meu Despertar

Em meio a sombras e luzes esquivas, caminhei por labirintos de pensamentos.

Para fora, o mundo seguia alheio, mas por dentro, transformações sussurrantes.

Cada passo era uma dança hesitante, entre o que fui e o que vislumbrei ser.

O horizonte, feito de sonhos e pó, trazia promessas de novos inícios.

A introspecção, uma brisa suave, acariciava mágoas antigas como mãos gentis desatando nós que, por tanto tempo, haviam prendido.

E assim, no abraço do porvir, a cada crepúsculo, renasci.

Por entre o silêncio e o eco do universo, despertei para o novo, serena.

A Luz vem de mim

No fim do túnel, eu tropecei com a escuridão e ela me deu um soco no estômago. Nada de sons, nada de luz, só um silêncio palpável. Por um instante, fiquei ali, imóvel, enterrada na monotonia do nada. Me bateu o desespero, desses que arranham por dentro e te perguntam: e agora?! Respirar virou exercício de paciência, tentando não perder o controle. Mas aí, bem na beirada da loucura e da ilusão, eu saquei.

Não era o destino que estava apagado; era eu que precisava acender. A luz, sacana e sutil, não era uma promessa externa, mas uma faísca por dentro.

O álcool e as noites mal dormidas não poderiam apagar essa verdade: em algum lugar dentro desse emaranhado de vícios e versos, sou eu quem deve brilhar. A vida não é generosa em presentes, e os túneis muitas vezes só existem pra nos lembrar disso. Mas quer saber? Ao diabo com a escuridão. Talvez a saída seja aprender a dançar na penumbra e deixar que a própria alma ilumine o porvir.

Um trago no copo barato, e acho que entendi Bukowski. A luz, afinal, sempre esteve por nossa conta.

Até logo, talvez..

Às vezes, o que não começa já vem com o cansaço de ter terminado.

é como um cigarro aceso num quarto escuro, onde a fumaça dança, mas logo se dissipa, sem nunca deixar sua marca além do cheiro.

você não merece carregar o fardo das batalhas que ainda luto dentro de mim, cicatrizes de amores passados ainda frescas, recordações que me prendem como correntes invisíveis.

há medo em me perder de novo, nas complexidades de outro coração, como navegar um mar desconhecido com um barco já avariado.

Talvez a paixão precise esperar, até que eu possa olhar no espelho e não ver mais os fantasmas de quem fui, mas sim o esboço do que posso ser. assim, deixo aqui uma meia-admissão, de que nem todo fim precisa ser lamento, apenas um aceno silencioso ao fato de que ainda não estou pronta para me reencontrar nas curvas de um novo amor.

Quem não arrisca..

Você pode passar os dias embriagado pela rotina, agarrado ao sofá, reclamando da sorte, mas a verdade é que, quando a chance aparece, geralmente é disfarçada de desafio. Algumas pessoas nem notam; estão muito ocupadas contando as moedas ou lamentando as cicatrizes.

Quando a oportunidade chega, não dá tempo para hesitar. é preciso agarrar com unhas e dentes, mesmo que a dança te leve para um terreno perigoso. porque no final, quem não se arrisca se contenta com a poeira dos sonhos não vividos. E ela, ah, ela queria mais do que isso...

Ação e reação

Há pessoas que andam pelas ruas como se fossem imunes ao seu próprio veneno, arremessam palavras cortantes e gestos cruéis, e quando a reação chega, elas se fazem de vítimas: “ o que você fez foi injusto”, dizem, como se o mundo devesse ser um palco onde só elas podem atuar.

Mas, a verdade é que a vida não é um teatro; é um ringue, e cada ação provoca uma resposta. A coragem que falta pra olhar no espelho é a mesma que escapa quando alguém reage..

Elas jogam a primeira pedra e depois gritam quando elas mesmas são atingidas. É fácil apontar dedos quando se esquece que a mão também pode voltar ao próprio rosto.

“Não

se trata apenas de cuspir para cima; é sobre a ironia da vida que devolve o gesto... a cidade é pequena e as voltas são grandes. Aquela pessoa que um dia você tratou com desdenho e/ou arrogância pode ser algum dia a única com fogo quando seu cigarro apagar.”

Sombras de momentos nostálgicos

Memórias felizes, essas pequenas maldições disfarçadas. Naquele instante, você estava lá, com o mundo aos seus pés, rindo de qualquer bobagem que faz a vida parecer eterna. Mas, veja bem, a desgraça da felicidade é que ela passa, nos deixa desesperados quando olhamos de volta.

Você tenta capturar o sol com as mãos, mas ele escapa, e tudo que resta é a sombra fria da falta. O riso que ecoava naquelas paredes agora só faz eco dentro da sua cabeça, transformando a alegria em um sussurro amargo. A alegria vira fantasma, cutucando sua pele, lembrando que o tempo não para. É uma dor suave, mas constante, essa de recordar o que foi luz.

Campo Minado

Estar em um ambiente tóxico é como viver numa guerra silenciosa. As pessoas são bombas-relógio, prontas para explodir a qualquer momento, e você é só um pobre diabo tentando sobreviver no meio disso tudo.

A paz de espírito vai escorrendo pelos poros, substituída por uma tensão constante que consome até o último fio de sanidade. As paredes parecem encolher, o ar fica rarefeito, e, de repente, você percebe que está sozinha num campo minado de sorrisos falsos e palavras envenenadas..

Mas, você continua, porque sair é difícil e tem que admitir que também se tornou um pouco mais amarga, um pouco mais deles..

Meus

Obrigada por me deixar ir, porque eu não teria encontrado a saída sozinha. Há um tipo de liberdade que só se alcança quando alguém solta sua mão. Cada silêncio entre nós era um grito abafado, como se respirássemos sob a água, lutando contra uma corrente invisível.

Eu estava presa na rotina vazia, pirâmide de garrafas vazias e cinzeiros transbordando, girando em um ciclo que achava que nunca se romperia.

Mas aí veio o momento — a liberdade cruel e crua. Você me disse adeus sem palavras, apenas com aquele olhar longo. Com um desejo mudo, me afastei. Eu precisava dessa despedida silenciosa, dessa permissão para partir e finalmente enxergar a estrada aberta à frente.

Agora, com passos incertos, avanço sozinha, aprendendo que a coragem se encontra em cada respiração, em cada madrugada inquieta.

“Solte suas amarras”, você me disse. Agora eu entendi. E por isso, obrigada.

À espera do “sim”

p r acaso estiver lendo esse texto, saiba que ao menor sinal do seu "sim" eu atravesso o mundo para te encontrar.

Entre bares e becos, onde a luz tremeluzente de neon encontra a melancolia da meia-idade, eu sigo. Há um certo prazer em esperar pelo improvável, como um bêbado espera pelo próximo gole de uísque barato ou pelo lampejo de inspiração entre amores falidos.

Porque, para mim, você é a tempestade e a calmaria, o desastre e a salvação.

Então, se der qualquer indício, não hesitarei. Eu mergulho na noite, entre as sombras de uma cidade decadente, a procurar o rastro do seu perfume esquecido.

Em um mundo onde se perder é rotina e se achar é acaso, estou disposto a cruzar continentes por um vislumbre da sua alma. É uma aposta alta, um jogo com cartas marcadas, onde sempre vou escolher o risco, mesmo que o prêmio seja uma dor embriagante. Entre a fumaça dos cigarros e copos vazios, eu espero. Porque, se há algo que aprendi desses grandes escritores, é que por vezes o sofrimento é apenas o prelúdio do entendimento. Bas dizer "sim," e, como a vagabund que sou, começo minha jornada que seja a distância.

Na esquina da minha memória

Eu queria muito poder voltar ao passado e mudar o rumo da nossa história, reescrever as linhas tortas que desenhamos sem perceber. Mas, a verdade nua e crua é que, naquele momento, eu não tinha nada a te oferecer além de um coração remendado e sonhos enferrujados. Cada vez que te vejo, a lembrança surge sem pedir licença, um fantasma conhecido que sussurra todas as palavras que ficaram presas na garganta. Vejo aqueles dias como um filme gasto, onde os personagens se recusam a mudar o roteiro. O desenrolar inevitável da trama me faz lamentar pelos becos sem saída que escolhemos.

Mas o passado é um cão velho que não atende a comandos. E eu, com meus bolsos ainda vazios e esperanças desbotadas, só posso seguir em frente, acenando para o que poderia ter sido, enquanto você continua vivendo na esquina da minha memória.

O Amor não é para os fracos

Tudo que amei, amei sabendo que acabaria. Não por pessimismo, mas por reconhecer a beleza no efêmero. Cada amor foi uma chama breve, uma dança sob a luz pálida da lua, destinada a extinguir-se. E ainda assim, mergulhei de cabeça, com a coragem de quem sabe que a eternidade é um luxo que não pertence ao amor. Essas despedidas, embriagadas de memórias, eram certezas anunciadas. Mas amar, mesmo assim, foi o gesto mais honesto que já conheci.

Um silêncio gritante

Te amo no silêncio, num canto escondido da alma onde as palavras não se atrevem a entrar. É um amor que não precisa de anúncio, que encontra conforto em olhares desviados e sorrisos contidos. Aqui, nesse espaço íntimo e sem ruídos, é onde te guardo, longe do caos e das expectativas.

Enquanto o mundo lá fora cacareja suas promessas vazias, meu amor por você rompe a barreira invisível do som e se faz presente na quietude. É nessa tranquilidade que ele cresce, ganhando força na ausência de declarações grandiosas e gestos teatrais.

Cada momento ao seu lado é uma página que viro em segredo, um capítulo que prefiro ler sozinho na penumbra das noites insone.

É um amor que não precisa provar nada a ninguém, que sabe ser mais verdadeiro sem necessidade de testemunhas, sem correntes, sem cenário, sem aplausos.

Apenas eu, você, e o silêncio que diz tudo.

Nos moldes do caos

Fui moldada na dor e no caos, como uma flor que cresce entre rachaduras no concreto. Cada ferida, um verso; cada cicatriz, uma história. Não busco finais felizes, apenas a verdade nua de cada dia que amanhece.

E assim, com uma taça na mão e um rascunho de sonho na outra, sigo dançando com a realidade, tropeçando, levantando, sempre de frente com a vida.

Até aqui, todas as regras foram pulverizadas sob os meus passos. Fui uma anomalia, uma desafiadora dos "não pode" que cercam uma mulher. Enquanto o mundo insistia em me encaixar em moldes rígidos, fiz questão de desconstruí-los, um a um.

Enfrentei de peito aberto aqueles que se autoproclamavam intocáveis... intocáveis que, na verdade, tremiam diante da verdade nua e crua. Não me baixei a ninguém. Cada desafio era uma escada, e cada escada, uma oportunidade de olhar nos olhos de quem tentava me diminuir, sempre com a cabeça erguida em desafio.

Disseram que era impossível, que eu deveria me conter, mas para cada "não pode", respondi com passos firmes na direção contrária...

Porque viver, de verdade, é sentir o gosto áspero das convenções quebradas, é perceber que as barreiras existem para serem derrubadas.

Se o mundo pediu recato, eu servi uma dose de ousadia, sem gelo.

Sobre ser a própria morada

Eles falam que carrego uma energia masculina, mas não sabem que essa força não foi escolhida, foi imposta. A vida não me deu manual de instruções, nem braços para me envolver quando a dor apertava. Fui meu apoio, minha fortaleza. Eu, sozinha, abracei a mim mesma quando o mundo parecia desabar.

Cresci lutando, por mim e para mim. Aprendi desde cedo a me levantar do chão, mesmo quando tudo ao redor implorava por desistência. Ser forte não foi uma opção, foi uma obrigação. Não herdei riqueza nem sobrenome de prestígio, só a urgência de correr atrás do que quero, do que é meu.

As pessoas olham e veem dureza, mas falta-lhes a compreensão do que é sobreviver em um mundo onde a suavidade é um luxo. A força se tornou parte de mim, esculpida pela necessidade e não pela escolha. Sustento-me com a certeza de que, em cada queda, há uma chance de recomeço, porque, afinal, nunca tive quem me erguer — a não ser eu mesma.

A trágica colheita da falsidade

Máscaras caem, eventualmente revelando o que está por trás do sorriso ensaiado. O destino de quem vive de falsidade e manipulação não costuma ser generoso.. Mais cedo ou mais tarde, a vida apresenta a conta, pois a colheita é inevitável. Aqueles que buscam poder a qualquer custo frequentemente encontram uma queda proporcional à sua ambição. No fim, gente fútil, mentirosa e manipuladora descobre que a teia que teceram é a mesma que os aprisiona. E, nessa queda, o espetáculo do desenlace é sempre o mesmo: grandioso, inevitável e solitário.

Ela, Aquariana

Ela era uma aquariana, o que já dizia muito. Não era do tipo que se moldava às expectativas dos outros — ela as desmontava e fazia algo novo. Para ela, a vida era um campo amplo e cheio de possibilidades, e ninguém iria dizer onde pisar.

Ela tinha o olhar de quem vê além, sempre um passo à frente, capturando detalhes que passavam despercebidos pelos demais.

Diziam que era fria. Talvez porque não chorava sobre o leite derramado ou não jogava o coração na mesa como uma carta qualquer. Mas a verdade é que sua intensidade estava nas nuances.

Desapego era seu jogo. Não por falta de sentimento, mas por saber que grudar-se ao que não se move é como arrastar correntes em um mar revolto. O amor? Ah, ela amava. Mas nunca com muros ao redor. Sua liberdade era seu bem mais precioso, e nada valia mais que a sensação de ser dona do próprio destino.

Os sonhos dela eram grandes, não amarrados ao solo, mas flutuando, prontos para serem seguidos. Ela podia parecer um enigma, mas quem mergulhava em sua mente encontrava um universo vibrante, único.

No final, ser aquariana significava ser um pouco de caos e muito de beleza. E ela vivia isso sem desculpas, traçando seu caminho da única forma que sabia: livre e indomável.

A escolha de deixar ir

Não espere nada de mim. Não depois de ter deixado ir o amor mais intenso que já conheci. Era como segurar um raio em uma garrafa — brilhante, mas impossível de conter. Ela tinha olhos que prometiam o mundo e um toque que apagava todo o resto. Vivi dias curtos e noites intermináveis, bebendo em bares iluminados por néon, tentando encontrar algum tipo de redenção ou esquecimento. Mas cada gole só fazia crescer a consciência da falta.

Eu a deixei ir porque não sabia mais como segurá-la sem me queimar. Foi o tipo de escolha que fazemos quando estamos com medo e cansados demais para lutar.

Caminhei naquela linha tênue entre autodestruição, e escolhi o que pareci menor dor.

Agora, caminho pelas ruas com as mãos nos bolsos vazios, evitando os olhares que tentam enxergar além da fachada áspera. O amor nunca mais foi tão brilhante, mas talvez eu não precise de luz. Talvez eu tenha me acostumado à penumbra.

Saudades de um amor não vivido

Havia noites em que eu sonhava com ela, uma figura nebulosa de um amor que nunca se concretizou. Era a perfeição idealizada, a mistura de todos os anseios silenciosos que a alma coleciona ao longo dos anos. Em pensamento, éramos tudo o que a realidade nunca permitiu.

Eu andava pelas ruas sentindo sua presença nos becos e entre os sons da cidade, como uma melodia antiga que teima em não ser esquecida. Ela era o reflexo em janelas embaçadas, a promessa de abraços que nunca aconteceram.

No fundo, sabia que a ideia dela era mais vívida que qualquer toque real já sentido. A beleza dos amores imaginados é que eles nunca decepcionam. Eles vivem no reino do "e se", onde o desbotamento do tempo não tem poder.

Voltei a encarar o teto manchado pela umidade, o cigarro queimando lento no cinzeiro. Lá fora, as buzinas e vozes continuavam o eterno burburinho da vida. Mas dentro de mim, naquele instante, nossas almas dançavam ao som de uma música que só nós duas podíamos ouvir. Assim, me agarro à lembrança de um amor que nunca tive, talvez porque a esperança de sua existência é melhor do que o vazio deixado pela realidade.

Fragmentos de nós

O café esfriou na xícara, assim como nós. No início, havia fogo; agora, apenas cinzas mornas. A rotina se instalou como uma camada de poeira que ninguém se preocupou em limpar. As conversas eram breves, pontuadas por silêncios incômodos que falavam mais do que as palavras já ditas.

As noites juntos se transformaram em uma sucessão de horas arrastadas, onde a televisão suavemente preenchia o vazio que se abriu entre nós. A familiaridade, antes um conforto, tornou-se um fardo, pesado como uma pedra amarrada ao tornozelo.

Nos prendemos às lembranças do que já foi, como dois náufragos segurando uma tábua no mar revolto. Mas, com o tempo, até isso parecia questionável. Amar não deveria ser tão árduo, você começa a pensar.

E então, um dia, você olha para essa pessoa ao seu lado e percebe que os estranhos ao redor têm mais em comum com você do que ela tem agora. Cansados demais para brigar, desinteressados demais para consertar. Dois fantasmas dividindo o mesmo espaço, esperando alguém ter a coragem de apagar as luzes.

Memórias em ruínas

Ela estava ali, sempre fora de alcance, um sonho que eu nunca conseguiria segurar. Eu a observava de longe, cada sorriso dela era uma faca de dois gumes –prazer e dor, algo belo que não era para mim. As palavras que eu queria dizer permaneciam presas na garganta, sufocadas pelo medo da rejeição.

Seguia minha vida em bares enfumaçados e ruas frias, tentando encontrar alívio no fundo de uma garrafa. Mas, no fundo, eu sabia que a bebida nunca teria o sabor dela. Minhas noites eram povoadas por pensamentos dela, o tipo de pensamento que gruda na alma e pesa no peito.

Eu era apenas um figurante na história em que ela era a estrela. E, em certo ponto, você aprende que nem todos os amores são feitos para serem vividos; alguns são apenas para serem sentidos, em silêncio, enquanto o mundo continua girando e você segue cambaleando, um tolo em busca de consolo

Tempo, seu velho maldito

E seus risos ecoam no meu pensamento como velhos discos, e cada esquina me lembra do seu cheiro.. seus fantasmas dançam na minha mente..

MERDA! o tempo não cura tudo, só entorpece (como um gole de vodka num bar qualquer) e cada copo que eu ergo é uma confissão escondida, um lembrete de que você é a batalha que eu nunca superei (sou uma péssima perdedora)

Meu refúgio Secreto

Aquele sorriso é como um golpe, é um trago forte de uísque, remédio para o dia em que o sol insistiu em não acordar.

é um sorriso que não sabe de regras ou protocolos, que arranca a tristeza de dentro da gente e a joga pela janela.

é um sorriso que diz "não sou perfeita, mas vou te salvar de você mesma" ah,se eu pudesse, desenhar o mapa da sua alegria com minhas mãos trêmulas, tornar cada curva uma linha de poesia..

mas tudo que tenho é este momento, este sorriso, que me faz querer ficar, mesmo quando as luzes começam a apagar..

Carta Aberta para Meu Próximo Amor

Ei, amor que está por vir.. Estive pensando sobre você enquanto bebia uma cerveja gelada e olhava para a cidade enlouquecida pela noite. Há algo de cruel e bonito nos dias que passam, e eu sei que você está por aí, navegando em sua própria tempestade, assim como eu.

Quero que saiba que meu coração não está em pedaços, está em MIL pedaços e cada fragmento guarda uma história torta, um amor que rasgou sua passagem por aqui e deixou as marcas.

Amar é um risco, e eu não sou o tipo que joga seguro.. sei que amar dói, mas também sei que há beleza na dor. Em cada lágrima vertida, em cada riso que ecoa, há uma centelha, um vislumbre do que pode ser realmente viver.

Dê-me os seus medos, suas raivas e a poesia crua que escorre de seus olhos.

Mostre-me a verdadeira vida que existe por trás do sorriso ensaiado e da fachada.

Quero saber o que a fez chorar e o que a fez rir até a barriga doer..vamos dançar na chuva e nos perder nas conversas profundas que surgem às 3 da manhã, enquanto o resto do mundo dorme.

Seja bem-vinda ao meu mundo, onde as noites são longas e os dias muitas vezes são roubados pela rotina.

Estou pronta para te encontrar, se você estiver pronta também. E quem sabe, só quem sabe, a gente consiga fazer desse caos algo bonito.

Com todo o meu coração partido,

Alguém que também te espera.

“Já estendi a mão para quem me decepcionou, Já sorri para quem escondia a verdade, Já ofereci consolo a quem me virou as costas,

Já ajudei aqueles que não dariam nada por mim, Já compartilhei momentos com quem me traiu nas sombras..

No final, todos carregamos o que somos.”

Querido(a) leitor(a),

Chegamos ao final e meu coração transborda de alegria e gratidão. Sou profundamente grata a cada leitor(a) que dedicou seu tempo e sua atenção às páginas que escrevi.

A alegria que sinto ao compartilhar os meus escritos é indescritível. Espero que ao longo da leitura, você tenha sentido a mesma paixão e entusiasmo que nutrí, e que cada palavra tenha tocado seu coração de alguma forma.Cada texto foi escrito com muito carinho e cheio de sentimentos! Obrigada por fazer parte dessa caminhada.

Que possamos continuar a celebrar a magia da leitura e a conexão que ela cria entre nós..

Até a próxima!

Com carinho e gratidão, Jéssica Nayanne Gomes Braga Talini

gava o mundo nos ombro via o peso.. so, uma revolta contra o

ho, não via correntes, ma orque ser mulher é reinv

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RASCUNHOS DA ALMA by Jéssica Braga - Issuu