CANTARE ESCOLA DE MÚSICA POPULAR
JÉSSICA CORTEZ FRANCO VICENTE 2022
JÉSSICA CORTEZ FRANCO VICENTE
CANTARE ESCOLA DE MÚSICA POPULAR
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário da Fundação Educacional de Guaxupé - UNIFEG, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.
Orientador: Prof. Dr. Rafael Augusto Silva Ferreira.
GUAXUPÉ - MG 2022
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, professor Dr Rafael Augusto Silva Ferreira, pela dedicação e oportunidade de trabalharmos juntos neste projeto Sempre esteve disposto e com as colocações corretas, não mediu esforços para com o desenvolvimento deste trabalho, como para meu amadurecimento profissional.
À minha família, em especial à minha mãe, Sylvia Angélica Cortez Franco Vicente, que nunca me deixou só; ao meu pai, Nilton Vicente, que sempre acreditou em mim; e à minha gêmea, Jaqueline Cortez Franco Vicente, por compartilhar esta vida comigo desde o início
Aos meus estimados amigos, estes que vivenciaram ao meu lado a experiência de cursar Arquitetura e Urbanismo, e a todos os outros que conquistei em diversos caminhos que percorri.
E por último, àqueles que de alguma forma trocaram vivências e experiências comigo em algum momento da vida, e que fazem parte de mim
“Sem a música, a vida seria um erro” Friedrich Nietzsch
RESUMO
Este trabalho evidencia um estudo a respeito de elementos pertinentes à música, à arquitetura, aos espaços culturais, aos aspectos da acústica, a fim de comprovar a importância do tema e a dimensão que ele possui O presente trabalho expõe um projeto de uma Escola de Música Popular em Monte Santo de Minas-MG, município rico em arte e música e que não possui local adequado para o ensino da mesma. A metodologia utilizada inclui pesquisas, que compõem a fundamentação teórica, estudos de casos, pesquisas em campo, estudo do terreno e seu entorno, expandindo o conhecimento sobre a cidade, e uma análise das opiniões, necessidades e buscas dos músicos aos quais este trabalho se destina O projeto procura incorporar um conforto acústico adequado, uma boa reverberação interna, além de um local fixo e exclusivo para a música na cidade, de modo que esta não se perca e seja preservada no município.
Palavras-chave: Acústica Arquitetônica; Conservatório; Cultura; Escola de Música Popular; Música
ABSTRACT
This academic work brings a study related to matters relevant to music, architecture, cultural space and acoustic aspects, in order to prove the importance of the topic and the magnitude it provides The study shows a project of a Popular Music School in Monte Santo de Minas-MG, a county that even though has abundant art and music, doesn't have an appropriate place to learn those. The methodology that was used includes research, which incorporates the theoretical basis, case studies, field research, study of the terrain and surroundings, and an analysis of thoughts, needs and demands of the musicians in which this study concerns This project aims to incorporate an exclusive place for music in the city, with proper acoustic comfort and a good inner reverberation, with the intention that it stays well-preserved
Keywords: Architectural Acoustics; Conservatory; Culture; Popular Music School; Music
LISTA DE FIGURAS
Figura 01: Escola Estadual Dr. Wenceslau Braz..........................................................................13
Figura 02: Escola Estadual Américo de Paiva..............................................................................13
Figura 03: Esquina da Arte........................................................................................................................19
Figura 04: Teatro Olímpico......................................................................................................................30
Figura 05: Banda Antoniana 33
Figura 06: Componentes do Braz 35
Figura 07: Componentes do Belém 35
Figura 08: Rainhas do Carnaval............................................................................................................36
Figura 09: Escola de Samba do Braz.................................................................................................37
Figura 10: Sociedade Recreativa Belém..........................................................................................37
Figura 11: Escola de Samba Unidos do Boas Novas.................................................................37
Figura 12: Grêmio Recreativo Escola de Samba Anastácia 37
Figura 13: Banda Municipal Hilário Guidorizzi 40
Figura 14: Praça das Artes 41
Figura 15: Conservatório de Tatuí........................................................................................................42
Figura 16: Praça das Artes.........................................................................................................................43
Figura 17: Conservatório de Tatuí........................................................................................................43
Figura 18: Praça das Artes........................................................................................................................44
Figura 19: Conservatório de Tatuí........................................................................................................44
Figura 20: Praça das Artes 45
Figura 21: Conservatório de Tatuí 45
Educacional Alcides
Educacional Alcides
Figura 22: Praça das Artes 46 Figura 23: Conservatório de Tatuí.......................................................................................................46 Figura 24: Monte Santo de Minas.......................................................................................................49 Figura 25: Centro
de Paula Braga.......................................................50 Figura 26: Centro
de Paula Braga......................................................50 Figura 27: Área de intervenção 51 Figura 28: Área de intervenção 51 Figura 29: Área de intervenção 52 Figura 30: Área de intervenção 52
LISTA DE QUADROS
Quadro 01: Estimativa de alunos.........................................................................................................64
Quadro 02: Tabela de aulas - Cordas.................................................................................................65
Quadro 03: Tabela de aulas - Sopro e Canto................................................................................65
Quadro 04: Tabela de aulas - Metais e Teclado.........................................................................66
Quadro 05: Tabela de aulas - Teatro, Dança e História 66
SUMÁRIO Introdução................................................................................................................................................02 Apresentação do Tema..................................................................................................................03 Justificativa............................................................................................................................................04 Objetivo....................................................................................................................................................05 Metodologia 06 Apresentação do Município 07 Problemática............................................................................................................................................18 Problemática.........................................................................................................................................19 Esquina da Arte..................................................................................................................................20 Avaliação Pós-Ocupação...............................................................................................................21 Questionário aplicado 22 Fundamentação Teórica..................................................................................................................26 A música e seu significado.........................................................................................................27 A música e a arquitetura..............................................................................................................29 A acústica nos espaços culturais.............................................................................................31 A música em Monte Santo de Minas...................................................................................33 O Carnaval..............................................................................................................................................34 Escolas de Samba 37 Banda Municipal Hilário Guidorizzi 39 Referência projetual 41 Análise de elementos comuns................................................................................................43 Área de Intervenção...........................................................................................................................48 Área de Intervenção........................................................................................................................49 Levantamento fotográfico 51 Equipamentos urbanos 53 Legislação Urbana 54 Vias 55 Uso do Solo.............................................................................................................................................56 Gabarito de Altura.............................................................................................................................57 Topografia...............................................................................................................................................58
Projeto........................................................................................................................................................60 Programa de Necessidades........................................................................................................61 Fluxograma...........................................................................................................................................63 Estimativa de aulas.........................................................................................................................64 Conceito 65 Partido Arquitetônico 66 Memorial Justificativo 67 Memorial Técnico...............................................................................................................................71 Implantação e áreas externas..................................................................................................75 Paisagismo............................................................................................................................................77 Planta baixa Setor Público.........................................................................................................79 Planta baixa Setor Administrativo 80 Planta baixa Setor Acadêmico 81 Cortes 83 Fachadas.................................................................................................................................................85 Perspectivas..........................................................................................................................................87 Referências................................................................................................................................................91
INTRODUÇÃO
APRESENTAÇÃO DO TEMA
A Escola de Música Popular vem com o objetivo geral o desenvolvimento de um projeto arquitetônico de um Centro Musical em Monte Santo de Minas, fornecendo um ensino musical de qualidade A música faz parte da história do município, tem grande importância cultural e artística que não pode ser perdida. É ponto de referência social e afetivo na memória dos montesantenses. Com isso, a Escola de Música Popular surgiu com o intuito de suprir as necessidades culturais da população de Monte Santo de Minas, em especial a música.
Dito isso, Monte Santo de Minas conta com a Banda Municipal Hilário Guidorizzi inserida na cidade desde 2018, e também com a Associação PróCultura, no entanto, ambos não estão sendo vistos com devida atenção, suas aulas estão sendo ministradas em condições não muito boas. Assim, toda esta bagagem cultural e musical está sendo perdida.
Por meio das análises e dos aspectos necessários para a população, a Escola de Música Popular será criada para suprir o que os usuários sentem falta em questão de infraestrutura musical, por meio desse estudo será possível demonstrar e justificar o edifício
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JUSTIFICATIVA
Monte Santo de Minas possui um grande potencial para continuar sendo um município onde a cultura faz parte do povo, possui diversos espaços culturais, porém carece de um espaço adequado para muitas atividades, incluindo as aulas de música que são disponibilizadas gratuitamente pela Associação PróCultura em parceria da Prefeitura Municipal, bem como as aulas para a Banda Municipal Hilário Guidorizzi.
A Associação Pró-Cultura não possui local físico e fixo, as aulas ocorrem sempre em locais que a Prefeitura Municipal disponibiliza Atualmente estão sendo executadas no CRAS, este, por sua vez, possui uma localização não favorável para a maioria das pessoas que o frequentam, além da troca de locais onde os professores dão suas aulas, ao longo do tempo isto torna-se um problema a longo prazo, pois, o município não dispõe de transporte público, o que dificulta ainda mais a integração e participação social.
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OBJETIVO
OBJETIVO GERAL
Elaborar um anteprojeto de uma Escola de Música Popular na cidade de Monte Santo de Minas-MG, que atenda a necessidade de equipamentos desta categoria no município, melhorando a acessibilidade e permitindo a diversidade e aflorando o interesse dos alunos, além de uma localização privilegiada e acessível para todos, incentivando assim a cultura, a arte local e a integração social.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Os objetivos específicos compreendem a evolução da música em Monte Santo de Minas, buscando entender os conceitos de lazer e cultura, estudando as ligações de espaços culturais em parceria com instituições de ensino, impulsionando a integração das pessoas em um espaço cultural, fomentando também a cultura do município. Além de melhorar a qualidade do ensino musical, fortalecendo a convivência e o aprendizado, definindo assim, um espaço fixo e exclusivo para as aulas de música na cidade
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METODOLOGIA
Será elaborada uma análise aproximada da área de intervenção e seu entorno, além de pesquisas sobre o contexto histórico e social da música no município. Entender as necessidades dos alunos e como as aulas são ministradas, analisar possíveis conexões com outras instituições de ensino, assim como estudos de casos e questionários para a população, artistas, alunos e professores de música, além do estudo de Análise Pós-Ocupação da Esquina da Arte
A
ao projeto.
definida
partir deste diagnóstico, será
sua necessidade e objetivo principal dando início
1ª FASE Escolha do Terreno 2ª FASE Conceito e Partido 3ª FASE Diretrizes Projetuais 5ª FASE Fluxograma e Setorização 6ª FASE Implantação, acessos e zoneamento 7ª FASE Volumetria, estrutura e materiais 4ªFASE Programa de Necessidades e PréDimensionamento 06
APRESENTAÇÃO DO MUNICÍPIO
Posição Nacional
Posição Estadual
Fonte: https://www.ibge.gov.br/
Posição Regional
No mapa observamos a localização do município de Monte Santo de Minas na posição nacional, estadual, e regional.
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A OCUPAÇÃO DA REGIÃO
As primeiras histórias de Monte Santo de Minas remetem-se ao período do desbravamento do sul de Minas Gerais pelos bandeirantes paulistas, mais precisamente à época das famosas lavras de Jacuí Suas primeiras casas foram edificadas em 1820, e os primeiros habitantes do município foram os garimpeiros que iam em busca do ouro pelas terras de São Carlos do Jacuí, e de outros municípios. Atraídos pelas belezas naturais e pela fertilidade do solo, abandonaram, aos poucos, o garimpo e se dedicaram aos trabalhos de agricultura e consequente desbravamento das matas do lugar.
As primeiras penetrações no território municipal se deram por volta de 1820, datas mais remotas de que se tem conhecimento na história do município Como muitos outros povoados mineiros, Monte Santo surgiu com a doação do patrimônio territorial para construção de uma capela, a Enciclopédia dos Municípios Brasileiros¹ informa que a doação foi lavrada no Cartório de Notas de Jacuí, pelos Srs. João Ferreira Costa, Inácio Alves de Lima e José Ferreira. A capela, segundo a mesma fonte, foi levantada no local onde atualmente está a Escola Estadual Américo de Paiva, sob a invocação de São Francisco do Tijuco, cujo primeiro pároco foi o Padre Machado Assim, no entorno desta Capela, foram surgindo as edificações e em 1839 o povoado foi elevado a distrito da paz com a denominação de “Tijuco”.
O autor Luiz Antônio Novelli², fala da primeira denominação do lugar, ocupado em função destas novas penetrações e que viria a se tornar a futura Monte Santo: “Um deles (bairros), denominado ‘Sapé’, possuiria em 1820 pouco mais de meia dúzia de casas de taipa, pois o recenseamento de 1830 nem sequer se dignara em mencioná-lo”
¹ Enciclopédia dos Municípios Brasileiros – Volume XXVI / IBGE – MG / 28 de maio de 1959.
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Segundo Novelli, a construção da capela se deu porque dois habitantes do bairro Sapé, Francisco Mendes Carneiro e Francisco Leal Alemão, dirigiram-se ao vigário de Jacuí e queixaram-se que suas famílias enfrentavam dificuldades para ir à Matriz, pois a distância era grande do bairro até a Vila de Jacuí Para solucionar este problema, o vigário orientou-os para que requeressem ao Bispo de São Paulo, uma Provisão que lhes consentisse elevar uma capela onde moravam. Assim o fizeram e solicitaram ao Bispo que a invocação da capela fosse feita à São Francisco de Paula. Segundo o mesmo autor, o pedido foi ouvido, porém, a localização da capela não era exatamente no local da atual Escola Américo de Paiva, como cita a Enciclopédia mas sim em suas adjacências:
“Localizava-se nas imediações da atual Escola Estadual Américo de Paiva. Demolida algum tempo depois, deu lugar a um cruzeiro que, por longos anos, protegeu os que eram sepultados à sua sombra Nesse mesmo tempo, uma Igreja Matriz era construída pelo então Cel Franc° Coelho Monte Claro, no local onde se acha erguido o Seminário Sacramentino”³
A antiga Matriz de São Francisco de Paula, foi erguida sob a invocação de São Francisco do Tijuco, cujo primeiro pároco foi o Padre Machado. Deste modo, no entorno desta capela, foram surgindo as edificações, e em 1839 o povoado foi elevado a distrito da paz, com a mesma denominação de “Tijuco”, sendo subordinado à Villa de São Carlos de Jacuí.
²NOVELLI, Luiz Antônio. Monte Santo de Minas – história e atualidade – Monte Santo de Minas: Luiz Antônio Novelli, 1978.
³NOVELLI, Luiz Antônio. Monte Santo de Minas – história e atualidade – Monte Santo de Minas: Luiz Antônio Novelli, 1978, p.33.
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A Enciclopédia dos Municípios Brasileiros relata que, em 1855, o povoado foi elevado à categoria de freguesia com nome de São Francisco do Monte Santo, isto por um acordo entre os moradores e missionários católicos que ali estiveram na época e que, através da Lei provincial nº 908, de 8 de junho de 1858, foi criado o distrito que, posteriormente, foi desmembrado de Jacuí pelo Decreto Estadual nº 243, de 21 de novembro de 1890
EVOLUÇÃO ECLESIÁSTICA
A Paróquia foi fundada em 08 de julho de 1858. Em 1887, o Vigário Pe. João Osório Marcondes, solicita a D Lino Deodato Rodrigues Carvalho, Bispo de São Paulo, que se construa uma nova Matriz, por estar em ruínas a antiga Foi depois nomeada uma comissão para dirigir e administrar as obras da nova Matriz, composta pelo presidente Pe. João Osório Marcondes, e de dois cidadãos Luiz Antônio de Paiva e João Antônio de Almeida. Aos 15 de novembro de 1888, D. Lino Deodato Rodrigues Carvalho, concedeu que Pe. João Osório Marcondes desse a Bênção à Nova Matriz, e então no dia 02 de dezembro de 1888, foi inaugurada e dada a Bênção (no local onde atualmente, se encontra o Seminário São Camilo) Neste mesmo ano, foi determinada a realização de casamentos de escravos No ano seguinte, foi realizada a Bênção da Imagem do Santo Padroeiro da cidade e de São Sebastião Em 1886, foi feita a primeira Provisão da Visita Paroquial. A partir de 1918, começa a primeira ideia de construção de uma Nova Matriz para a cidade com localização mais privilegiada e capaz de condizer as exigências necessárias nas realizações da Igreja.
A Igreja foi erguida em quatro anos Para a inauguração (30/09/1937) da Nova Matriz de Monte Santo, foi realizada festa ao Santo Padroeiro, São Francisco de Paula, com a presença do Bispo D. Ranulfo da Silva Farias de São Paulo. A pintura começou em 1939, a primeira visita pastoral na Nova Matriz aconteceu durante o período de 28 de maio a 1° de junho de 1942. Daí por diante foi dada a continuidade nas programações festivais da Igreja, tais como festa do Padroeiro, de São Sebastião, Semana Santa, etc.
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A Capela possui capela-mor, altar-mor (estilo clássico-barroco), Capela das filhas de Maria, Capela de Santa Terezinha, sacristia, coro e na torre um relógio e dois sinos.
Em 1979, é realizada a primeira reforma com serviços de serralheria, sanitária, madeireira, pintura, telefone, eletricista e, com o restante do dinheiro arrecadado, foram comprados novos móveis para a casa paroquial. No ano de 1987, foi realizada a nova reforma na Matriz sob a orientação de Engenheiros, Dr. Hamilton Glueck e Dr. Carlos Eduardo Donabella. A imagem de São Francisco de Paula que estava em cima da cúpula central, foi retirada e relocada na praça por motivos estruturais Em março de 1990, através dos coordenadores Dr Luiz Carlos e Dr André Magalhães, foi iniciada a restauração da pintura sacra da Igreja Matriz, com apoio da Prefeitura O restaurador era o Sr. Vitor Luciano. No mês de junho de 1998, a grande reformada Igreja Matriz começou. Toda a rede elétrica e caixa de disjuntores foram trocadas. Houve grande reforma na cúpula central, onde havia várias infiltrações. Uma das cúpulas menores, que fica acimado calvário precisou ser amarrada com vários cabos de aço, pois segundo os engenheiros, com o passar do tempo talvez pudesse desabar O responsável técnico foi o Sr Adriano de Oliveira Reis Em 2005, recomeçou o restauro das pinturas sacras da Igreja, por um artista italiano
EVOLUÇÃO POLÍTICA
Com o desenvolvimento, passou à categoria de paróquia, com o nome de São Francisco de Paula do Monte Santo e, com esta denominação, é elevado a município pela Lei Estadual nº 23, de 24 de maio de 1892 Em 1911, com a nova divisão administrativa, o município figura integrado pelos distritos de sede e Posses, e tem seu nome alterado para Monte Santo. Em 1923, Monte Santo perdeu o distrito de Posses para o município de Arari, porém figurava com dois distritos: o da sede e o de Milagre. Em 1938, o município aparece somente com o distrito sede. De conformidade com a divisão territorial do Estado (Decretolei estadual nº 1.058 de 31 de dezembro de 1943) o município permanece
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unicamente com o distrito sede e teve seu nome alterado para Monsanto. Em leis estaduais posteriores (336/1948 e 1039/1953) o município volta a possuir dois distritos, o da sede e o de Milagre. Pela primeira lei citada, o município teve seu nome mudado, em 1948, para Monte Santo de Minas
Segundo a Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, o nome Monte Santo de Minas originou-se devido à topografia do terreno em que se encontra edificada a cidade, um planalto entre dois contrafortes da Serra da Mantiqueira. Há também a citação de que o município alguma vez foi conhecido como São Francisco do Tijuco Preto, nome este motivado pela existência de um barro argiloso e pegajoso, de cor preta, no córrego próximo ao povoado e que constituía verdadeiro pesadelo para os carroceiros e tropeiros que vinham de Jacuí
DA PASSAGEM DO SÉCULO XIX / ATÉ OS DIAS DE HOJE
Na década de 1890, foi prefeito da cidade, Venceslau Brás Pereira Gomes, advogado e promotor público que entre os anos de 1914 e 1918, tornou-se o nono presidente do Brasil Em sua administração municipal, destacou-se a introdução do abastecimento de água na cidade A luz elétrica chegou ao município em maio de 1909, segundo o contrato firmado pela Câmara Municipal.
Em 1910, houve a criação do Grupo Escolar Dr. “Wenceslau Braz”, pelo decreto nº 2783. Ainda neste ano, os professores com seus títulos de nomeação compareceram perante o Sr Diretor e deu-se o início do funcionamento, com 394 alunos matriculados O primeiro diretor efetivo da escola, foi o Major Américo Benício de Paiva, que recebeu a direção do Coronel Ernesto Carneiro Santiago. Américo exerceu a direção de 1914 a 1916, e no ano de 1914, realizou-se a inauguração do Grupo Escolar Dr. Wenceslau Braz. No ano de 1824 foi inaugurada a Biblioteca pedagógica “Waldomiro Magalhães” e em 1930 a Biblioteca Infantil “Arthur Diniz”. Em 15/09/1932 houve suspensão das aulas devido à ocupação do prédio escolar pelas forças legais que se achavam em
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operações militares nesta parte do território mineiro. O reinicio das aulas se deu em 01/10/1932. A inauguração da Assistência Médica Escolar começou a funcionar a partir de 1933. Em 1970, na comemoração dos 150 anos de Monte Santo de Minas, a Escola Wenceslau Braz participou do grande desfile que saiu da Praça Joaquim Bernardes e dirigiu-se à praça Cel Silvério de Mello
As estações ferroviárias tiveram um papel preponderante não somente nesta região, como em todo o Estado. No século XIX, foram responsáveis pela dinamização das cidades, ou mesmo pela fundação de núcleos urbanos, vindo a se tornar referências locais importantes. Com a construção da estação ferroviária da Mogiana, em 1913, e a partir da ascensão da cultura do café, houve um rápido crescimento econômico e populacional em Monte Santo de Minas A produção de café passou a ser o esteio da economia regional e do país, e Monte Santo, em função de suas terras férteis, foi diretamente beneficiada. Os tempos áureos do café proporcionaram a construção de majestosas edificações no distrito sede e o desenvolvimento e a solidificação de imponentes fazendas na zona rural, algumas ainda conservadas e em plena atividade.
Escola Estadual Américo de Paiva, 1940
Fonte das imagens: Museu Municipal Doutor Joaquim Ernesto Coelho 13
Grupo Escolar Wenceslau Braz, década de
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Figura 01 Figura 02
Estas sedes de fazendas, ainda hoje se apresentam como símbolos do período econômico, da importância social e política dos seus amigos proprietários Novelli conta que em 1915, o número de cafeicultores em Monte Santo era calculado em 350, com cerca de 10 milhões de pés de café em plena produção.
A migração italiana que começara na década de 1890 em Monte Santo de Minas, se estendera até os anos de 1930, quando também chegavam portugueses, espanhóis e sírio-libaneses em busca de trabalho nas lavouras de café e no comércio urbano. No entanto, a crise de 1929 culminou na miséria de muitas famílias que moravam na cidade, em especial uma parte da colônia italiana que fora influenciada pelas promessas falsas de um banqueiro da região, conhecido por Emílio Forli. Com isto, muitos se deslocaram para a capital São Paulo, a fim de reconstruir suas vidas
Em 1935, inaugurou-se a Escola Estadual Américo de Paiva, dando continuidade ao funcionamento da então “Escola Normal” fundada em 1932, que iniciou suas atividades no prédio da Escola Dr. Wenceslau Braz, passando por um imóvel alugado. Sua construção foi muito aguardada pela comunidade, e desde então recebeu alunos nos mais diversos cursos, sendo: em 1948, além do curso normal ofereceu também o curso ginasial; em 1950 inaugurou o curso técnico no período noturno; e em 1956, inaugurou o curso colegial
Em decorrência da mecanização das lavouras na área rural, a partir dos anos de 1980, houve um deslocamento da população rural para a área urbana de Monte Santo de Minas. Assim, foram criados novos bairros populares na periferia, o que ocasionou uma mudança no cenário da cidade
No entanto, a economia de Monte Santo de Minas manteve-se predominantemente rural, com destaque para a cultura do café Neste ramo , o município compete com as melhores regiões produtoras do Brasil, oferecendo o café arábico que possui grãos de qualidade muito boa. Além disto, houve uma expansão da cultura da cana-de-açúcar, e há grande atenção para a produção do gado de corte, a avicultura, a produção de milho, leite e algumas frutas a exemplo do abacate, banana, laranja, limão e pêssego.
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Para atender a este cenário, houve um crescimento do grau de tecnificação da agricultura local e uma distribuição agrária diversificada, havendo bastantes propriedades rurais de pequeno e médio porte.
Em relação ao ramo industrial, há um parque industrial que atende a empresas diversificadas dos ramos de bebidas, construção, eletrotécnica, química, serviços, entre outros. São identificadas ainda, empresas que também variam em diversas áreas, a exemplo da alimentícia, confecções, processamento de produtos agrícolas e prestação de serviços e comércio.
Sobre a economia local, também ganha destaque o setor turístico, fomentado principalmente pelo evento do carnaval Esta tradição carnavalesca tem mais de 60 anos, porém sofreu algumas interrupções, como por exemplo no período da Segunda Guerra Mundial. Dentro da atividade, há grande notoriedade para as escolas de samba do município, que são: Escola de Samba do Braz, Sociedade Recreativa Belém, Grêmio Recreativo Escola de Samba Anastácia, e Associação Cultural Esportiva Escola de Samba Unidos do Boas Novas, havendo a aglomeração de aproximadamente 10 mil pessoas para o desfrute da programação
Outra festividade que anima a cidade é a Folia de Reis, celebrada entre os dias 01 a 06 de janeiro. Além destas atrações, Monte Santo conta com cachoeiras, morros e trilhas, responsáveis, em grande parte, pelo crescimento do turismo local.
Atualmente, a infraestrutura local dispõe de acesso por rodovia pavimentada federal aos municípios de Itamogi/MG ao Norte (direção a São Sebastião do Paraíso e Passos) e Arceburgo/MG ao Sul (em direção e com acesso à rodovia duplicada SP-340 em Mococa). Através de estradas de terra, pode-se chegar diretamente ao distrito de Milagre/MG, aos outros municípios limítrofes e ao estado de São Paulo a oeste.
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Quanto aos atendimentos de saúde, há maior eficácia nos serviços oferecidos pela Santa Casa de Misericórdia, havendo ainda mais oito centros de saúde. No campo da educação estão disponíveis doze estabelecimentos de ensino.
Os serviços elétricos são representados pela CPFL (Companhia de Luz e Força de Mococa/SP) e os serviços de saneamento pela COPASA
Atualmente, Monte Santo de Minas possui uma população por volta de 21.504 habitantes em uma área de 594,632km², e apenas um distrito, denominado Milagre.
O município de Monte Santo conserva muitas das edificações erigidas durante o período áureo do café Há também, na zona rural, imponentes sedes de fazendas com seus terreiros de café, cuidadosamente conservadas, que complementam o vasto e rico patrimônio cultural de Monte Santo.
CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS
A topografia de Monte Santo de Minas é predominantemente ondulada com formações de serra e planaltos elevados principalmente na parte leste e norte do município, sendo a “Serra do Monte Santo” o final extremo noroeste da Serra da Mantiqueira. Parte do município é de terreno acidentado com algumas formações de colinas e morros, sendo os “Dois Irmãos” os mais marcantes e conhecidos.
O clima é subtropical de altitude e amenom algumas áreas do município a temperatura chega a ser bem fria durante a noite, ocorrendo formação de geada esporádica no inverno No verão o clima é úmido, quente e agradável A temperatura média anual é de 20,6 graus. A precipitação média anual é de 1690mm concentrando- se principalmente entre os meses de dezembro e fevereiro.
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PROBLEMÁTICA
PROBLEMÁTICA
O município não possui local fixo para as aulas de música fornecidas pela Prefeitura Municipal e por outros professores de música, é comprovado que a maioria dos desinteresses dos alunos está também em fatores como a deficiência na infraestrutura, pois, além de prejudicar a qualidade do ensino, uma vez que diminui o interesse do aluno, também contribui para a evasão escolar e a desmotivação do estudante, fazendo com que ele pare de frequentar as aulas.
A Associação Pró-Cultura é uma associação sem fins lucrativos existente em Monte Santo de Minas, com o objetivo inicial de ensinar música para os alunos, hoje essas aulas são ministradas em parceria com a Prefeitura, porém a mesma nunca houve local fixo, uma vez que a própria Associação não possui espaço físico
Esquina da Arte, 2022
Fonte: acervo da autora
Figura 03 19
ESQUINA DA ARTE
A Esquina da Arte, localizada a Rua Doutor Pedro Paulino da Costa, 528, é o local onde atualmente são ministradas as aulas da Banda Municipal. Está situada próxima ao Museu Municipal, ao lado da Praça Joaquim Bernardes, a primeira praça do município, além de outras casas no mesmo estilo arquitetônico, o colonial com alguns traços do barroco
A construção era utilizada como residência da família do Doutor Laércio Goulart Paiva, e em 2011, a Prefeitura fez um contrato com o seu filho para que a construção fosse utilizada para projetos sociais e culturais com crianças, o qual existe até hoje.
LEGENDA:
Fonte: Elaboração própria
SALAS DE AULA DE MÚSICA RECEPÇÃO CIRCULAÇÃO BANHEIROS COZINHA SALA DE AULA DE TEATRO JARDIM
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AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO
A avaliação pós-ocupação, refere-se na prática, a uma série de mecanismos e técnicas que procuram diagnosticar os prós e os contras dos ambientes durante o uso, considerando diversos pontos diferentes, sendo, infraestrutura, sistemas construtivos, conforto ambiental, agentes funcionais, comportamentais e de acessibilidade, partindo do ponto de vista de quem o usufrui
Sendo assim, foi realizada uma APO da Esquina da Arte, edifício em Monte Santo de Minas, o qual é utilizado pelos alunos da Banda Municipal e da Associação Pró-Cultura. Foi utilizado um método de pesquisa para entender a satisfação, o comportamento e o desempenho dos edifícios sentido pelos usuários
O questionário elaborado para a análise de APO foi respondido por onze pessoas, incluindo alunos, funcionários e professores. Há três alunos que frequentam o edifício desde sua inauguração, outros quatro que frequentam nos últimos três anos, um que frequenta há pouco mais de um ano, e três funcionários, sendo um destes professor.
Os pontos analisados são: acessibilidade, funcionalidade, conforto acústico, conforto luminotécnico, ventilação e conforto psicológico
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QUESTIONÁRIO APLICADO
Instrumentos tocados pelos integrantes da Banda Municipal Hilário Guidorizzi:
Flautatransversal 40%
Clarinete 133% Trompete 10%
Saxofone 267%
Instrumentos tocados pelos alunos da Associação Pró-Cultura:
Baixo 62%
Violão 111%
Bateria 10% Dança 309%
Bateria 148%
Teatro 136% Viola 123% Teclado 111%
Há quanto tempo frequenta a Esquina da Arte?
Nosúltimos3anos 333%
Desdeainauguração 167%
Hámaisde3anos 50%
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O que acha dos tamanhos das salas de aula?
Podiamelhorar 364%
O que acha da iluminação?
Ruim 273%
Ótimo 18.2% Bom 182%
Ótima 91%
Podiamelhorar 27.3% Boa 18.2%
O que acha da ventilação?
Podiamelhorar 364%
Ruim 45.5%
Ruim 18.2%
Ótima 182%
Boa 273%
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O que acha do barulho da rua nas aulas?
Bom 273%
Podiamelhorar 36.4%
O que acha do barulho de outras aulas?
Ruim 364%
Podiamelhorar 364%
Ruim 182%
O que acha da temperatura no verão?
Podiamelhorar 27.3%
Ruim 27.3%
Bom 455%
Boa 455%
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
MÚSICA E SEU SIGNIFICADO
A música faz parte da nossa cultura. Há vestígios de que desde a pré-história já se produzia música, provavelmente como consequência da observação dos sons da natureza. O homem descobriu que batendo um objeto no outro, ele produzia alguns sons A música faz parte do cotidiano de todas as pessoas que podem ouvir, mas nem todos que a ouvem, sabem o que é música
A música é qualificada por muitos pesquisadores como uma espécie de modalidade para desenvolver a mente humana, promover o equilíbrio, proporcionando um estado agradável de bem-estar, facilitando a concentração e o desenvolvimento do raciocínio.
Estudos feitos por pesquisadores alemães, concluíram que as pessoas que analisam tons musicais apresentam área do cérebro 25% maior em comparação aos indivíduos que não possuem a música no dia-a-dia, bem como aos que estudaram as notas musicais e as divisões rítmicas, obtiveram notas 100% maiores que os demais colegas em relação a um determinado conteúdo de matemática.
O objetivo do ensino da música na educação básica, ajuda a formar bons ouvintes, que tenham noções daquilo que forma a música (harmonia, melodia e ritmo), bem como as suas propriedades
MÚSICA ERUDITA OU CLÁSSICA
A música clássica passou a ser usada de modo a representar a elevação da música no século XIX, são músicas mais complexas, que não se misturam as tradições populares, uma música culta, que há simetria e equilíbrio Grandes músicos clássicos são: Mozar, Haydn, Bach, Haendel e Beethoven,
A
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ÓPERA
Ópera é o plural de opus, no latim, obra de arte Se deu origem na Itália, e é comumente apresentada em italiano ou latim É o conjunto do teatro, da música e da poesia se completando em uma obra dramática, um teatro onde há cantores com timbres vocais que vão desde os mais graves até os mais agudos. Ela é vista em conjunto com a música instrumental e canto, sendo apresentada com elementos do teatro, como coreografia, vestuário e enredo.
MÚSICA POPULAR
A música popular possui uma letra romântica em sua maioria, jovem, fácil e dançante. Um dos gêneros da música popular mais bem sucedidos foi o rock, seguido da música romântica.
A música popular brasileira foi influenciada por diversas escolas, as mais fortes sendo de Elis Regina, com seu tom sentimental, melancólico, onde a emoção sobressai a técnica E também João Gilberto, voltado para o lado técnico e a interpretação No pop americano, Madona e Michael Jackson foram inspirações para muitos músicos pop do mundo inteiro.
MÚSICA TRADICIONAL
Também conhecida como música folclórica, é aquela que tem como premissa a cultura, identidade e valores de um povo Comumente representada pelas tradições e crenças de uma região específica, ela está ligada à música popular, o tango, o samba, o frevo, a música de viola, o forró, o blues, o reggae, a música sertaneja, entre outras.
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A MÚSICA E A ARQUITETURA
A música combina o som e o silêncio, já a arquitetura é a junção da arte com a técnica de planejar e modificar o espaço. Há alguns elementos presentes em ambos: ritmo, harmonia, textura, dinâmica e proporção.
A conexão da arquitetura com a música permeia todos os seus aspectos, a materialização foi inspirada da musicalidade
Fonte: https://arqsc.com.br/musica-e-arquitetura-muitas-semelhancas-no-fazer/
Não se sabe ao certo como os primeiros espaços com intuito de apresentação cultural surgiram, mas é correto afirmar que eles sempre estiveram presentes na história, pois, o homem encontra a maneira de se expressar, por meio das artes Advindo da curiosidade e comunicação do homem, que encenava como suas vitórias e caças foram realizadas, que pode-se cogitar de onde estes espaços surgiram.
Os teatros ao ar livre dos gregos e romanos, que foram construídos para serem locais de apresentações culturais, possuem valor acústico e artístico considerável, pois eram construídos de modo a aproveitar a topografia, até mesmo para a plateia
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Os teatros gregos eram semicirculares, o que favoreciam a aproximação e captação sonora da plateia em relação ao palco. Já os romanos, mesmo sendo inspirado nos gregos, possuíam sua plateia cercando o palco, elevando a edificação de modo a ser independente e não como aproveitamento da topografia, os quais priorizavam a visibilidade e o entretenimento A herança romana neste caso, pode-se dizer que foi o reforço sonoro, alcançado através das superfícies verticais desta edificação elevada atrás do palco e de reflexões laterais, que hoje são executadas por conchas acústicas.
Na Idade Média, as apresentações artísticas eram comparadas a crimes da época, marginalizadas, a rua foi proibida para a prática cultural, podendo ser efetuada apenas em edificações fechadas sob a proteção de uma pessoa rica que patrocinava estudiosos, artistas, etc
Um dos primeiros espaços físicos destinados a esta prática foi o Teatro Olímpico, em Veneza, época em que o cristianismo se desenvolvia e a igreja possuía aceitação pelo poder público para expressões culturais.
Teatro Olímpico, Veneza, 1585
Fonte: https://www.beijoeciao.com/passeio-teatro-olimpico-vicenza/
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Figura 04
ACÚSTICA NOS ESPAÇOS CULTURAIS
Os centros culturais e de lazer, são locais que sediam múltiplas atividades para um público diverso, em edifícios como os dos Sescs (Serviço Social do Comércio), por exemplo, se vê quarentas atividades distintas da área de cultura, recreação, esporte e saúde Nestes espaços, cada ambiente possui uma acústica diferente, e demanda materiais apropriados e soluções específicas, de modo que o conforto dos usuários e a clareza e reverberação do som seja adequado.
A arquitetura, o edifício cultural e a acústica andam juntos e em conflito ao mesmo tempo, pois, a acústica de uma sala depende da arquitetura, do mesmo modo que uma flauta não soa como um violino, uma sala retangular não soará como uma circular As reflexões sonoras laterais são um dos pontos mais importantes acusticamente, dependem basicamente da largura e da forma da parede.
ASPECTOS TÉCNICOS E ESTÉTICOS
Há três soluções fonoabsorventes que são comumente utilizadas em revestimentos de lazer e cultura
Forros Minerais com aspecto monolítico: é um material que além de reduzir ruídos, possuem uma superfície visualmente limpa, possui facilidade de instalação e manutenção e uma alta resistência ao fogo.
Forros e revestimentos de madeira: são chapas de MDF que atribuem nobreza aos ambientes mais sofisticados, tornando os espaços mais aconchegantes Possui uma aceitação muito forte por parte dos usuários, estúdios e teatros com acabamentos em madeira transmitem uma conexão com os instrumentos musicais feitos do mesmo material.
A
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Placas acústicas: possui uma imensa capacidade de absorver ruídos, e dependendo da espessura apresenta diferentes graus de desempenho. Estas placas dispensam o forro suspenso, pois, podem ser colocadas em lajes.
NBR 10151:2000 - ACÚSTICA
- AVALIAÇÃO DO RUÍDO EM ÁREAS HABITADAS, VISANDO O CONFORTO DA COMUNIDADE
A ABNT define nesta norma condições a serem cumpridas para aprovação do ruído em comunidades, sem levar em conta a existência de reclamações, especificando mecanismos para medições de ruído, correções nos níveis medidos, aplicando medições do nível de pressão sonora correspondente
Os equipamentos utilizados são: medidor de nível de pressão sonora e calibrador acústico. Além de explicar quais são as condições nas quais deverão ser realizadas tais medições, como devem ser realizadas e quais os níveis aceitáveis para diversos tipos de áreas nos diferentes períodos do dia.
NBR 12179:1992 - TRATAMENTO ACÚSTICO
EM RECINTOS FECHADOS
A NBR 12179 define critérios essenciais para o funcionamento de tratamentos acústicos em locais fechados. Ela leva em consideração o nível do som exterior, o nível do som no recinto, plantas e cortes, especificações dos materiais existentes no recinto, sejam de construção ou de utilização.
Se os resultados do tratamento acústico pela utilização de materiais que permitam a impermeabilidade acústica necessária e o condicionamento acústico conforme o que determina suas tabelas, ele é considerado aceito e satisfatório.
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A MÚSICA EM MONTE SANTO DE MINAS
A música se fez e se faz presente em Monte Santo de Minas desde os primórdios, além da Banda Municipal Hilário Guidorizzi, atualmente há mais de cento e cinquenta artistas cadastrados no Departamento de Cultura da Prefeitura Municipal, além disso, sempre há apresentações de bandas e artistas em bares, restaurantes e praças.
Figura 05
Banda Antoniana, do maestro Antonio Masceo e músicos Joti Piovan, Natal Piovan, Florindo Pazzoto, Jovino Leão, Hermeto Leão, Anacleto de Pieri, Tomaz Prícoli, Atilio Zamarian, Luiz Gregório e Pedro Piovan Cerca de 1925 Acervo: Comendador José Olívio Ferracin de Andrade
Fonte: Revista Comemorativa do Bicentenário de Fundação de Monte Santo de Minas - 1820/2020.
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O Carnaval é uma festa popular profana considerada como uma das mais animadas e representativas do Brasil É uma festividade que está intrinsecamente ligada à identidade nacional Trata-se de uma festa que antecede a Quaresma, dura em torno de três a cinco dias, e seu último dia precede a quarta-feira de Cinzas.
O Carnaval de Monte Santo de Minas é um bem imaterial identificado como uma referência significativa num conjunto de expressões artísticas e culturais, contribuindo para a formação do patrimônio e da identidade cultural do município Através de sua história, cujo origem remete à década de 1930, criouse uma tradição de rivalidade, entendida pelos participantes como saudável, entre os blocos carnavalescos Sociedade Recreativa Belém e Escola de Samba do Braz.
A história do Carnaval, além de ser contada nas escolas das redes públicas e particulares do município, através de voluntários que tem o desejo de perpetuar a tradição, chegou também a ser escrita em um livro, que foi produzido através de coleta de relatos orais Intitulado: "Pequena História do Carnaval de Monte Santo", a obra de autoria de Cléa Faria
Segundo Faria (2006), o Carnaval de Monte Santo de Minas existe desde o século XIX, na forma do Entrudo, onde eram lançados nas pessoas os "limões de cheiro", que são bolas finas de cera com água de cheiro dentro. Esta fase durou até as primeiras décadas do século XX.
Na época de ouro do carnaval no município, havia também desfiles a cavalo, eram comuns durante o carnaval Os instrumentos utilizados pelos foliões eram caixas de percussão e os adereços de brincadeira eram serpentinas e lança-perfumes. Depois passou a existir uma pequena orquestra que tocava na rua, eram poucos músicos e entre os instrumentos já existentes, apareceu o saxofone.
O
CARNAVAL
34
Figura 06
Figura 07
Componentes do Braz, 1937
Acervo: Escola de Samba do Braz
Componentes do Belém, 1939
Acervo: Maria Zélia Mafra Pereira de Mello
Natalino Triginelli e Odoni Viani, naturais de Monte Santo de Minas, que naquela época morando na cidade de São Paulo, voltaram para o município para as comemorações do Natal Em conversa, ambos acharam a cidade parada e começaram a pensar em algo para animar o carnaval O nome dos blocos foi escolhido pois seus criadores, Natalino Triginelli morava no bairro do Brás e Odoni Viani morava no bairro do Belém, ambos na cidade de São Paulo, e assim, foram definidos os nomes: Flor do Braz e Coração do Belém.
Os integrantes do bloco do Belém desfilaram pela primeira vez vestidos de ciganos e os integrantes do Braz vestidos de piratas, e esses temas são marcados até os dias de hoje
A rivalidade acontecia com as fantasias e carros alegóricos, onde os dois blocos queriam se mostrar um melhor que o outro. Ambos se deslocavam até a cidade de São Paulo em busca de novidades e para comprar fantasias e tecidos importados para os desfiles Os carros alegóricos eram elaborados com muita criatividade, utilizando-se muitos enfeites, e carregavam belas moças com suas fantasias
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A cada ano, os blocos elegiam a mais bela moça para ser a rainha do carnaval. Por exemplo, em 1937 a rainha do Braz foi a Celuta Nasser, em 1938, a eleita do Belém foi Samira Abrão Ada Viani também foi eleita como rainha do Belém e Noêmia Luz a rainha do Braz
Da esquerda para direita, Celuta Nasser a rainha do carnaval de 1937 e Noêmia Luz. Os demais não foram identificados.
Acervo: Escola de Samba do Braz Figura 08
Em 2014, a Escola de Samba Unidos do Boas Novas surgiu e desfilou pela primeira vez nas ruas de Monte Santo de Minas. E em 2016, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Anastácia.
O Carnaval de Monte Santo de Minas é um bem imaterial registrado pela Lei n° 1261 de 17 de Novembro de 1998 Em 2006 começou a ser construído o Sambódromo Sebastião Antônio da Silva, local onde os desfiles acontecem nos dias de hoje
Atualmente, existem quatro Escolas de Samba, sendo a "Flor do Braz" e o "Coração do Belém", os dois blocos que surgiram em 1934 e existem até o presente momento, salvaguardando a memória, história e o patrimônio de Monte Santo de Minas.
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ESCOLAS DE SAMBA
Figura 09
Figura 10
Sociedade Recreativa Belém, 2020.
Fonte das imagens: Prefeitura Municipal de Monte Santo de Minas
Escola de Samba do Braz, 2020.
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Figura 11
Figura 12
Grêmio Recreativo Escola de Samba Anastácia, 2020.
Fonte das imagens: Prefeitura Municipal de Monte Santo de Minas
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BANDA MUNICIPAL HILÁRIO GUIDORIZZI
Podemos destacar pessoas que se despontaram no cenário da música tendo alguns artista de renome nacional, não poderia deixar também ter a tradicional banda do coreto, uma das cooperações mais antigas do território nacional, que durante anos da sua história fez a alegria do povo de Monte Santo de Minas, denominada Corporação Santa Cecília.
Porém com o passar dos anos as bandas civis sempre tiveram suas dificuldades em manter sua sobrevivência, uma vez que, havia a dependência de um órgão público ou privado para a sua manutenção, principalmente no tocante dos instrumentos de sopro e percussão, quanto a contratação de um profissional técnico ou um maestro responsável para a liderança musical do grupo, formação de novos música, sendo talvez estes um dos principais problemas da atual situação das bandas das cidades interiores.
Preocupados com a cultura musical de Monte Santo de Minas, em Dezembro 2017, a gestão do município teve a iniciativa de retomar esta cultura de bandas de música, realizando a contratação de um profissional professor/maestro de banda para iniciar um trabalho de formação de base, ou seja, formar uma banda de música jovem
Dado início em 2018, realizou – se um processo de licitação para a compra de todos os instrumentos de sopro (flauta transversal, clarinetes, saxofones, trompetes, trombones, tuba) e instrumentos de percussão (bateria acústica, bumbos, caixas e pratos), bem como a divulgação do projeto nas escolas públicas, uma vez que o projeto teve como uma das suas prioridades, oportunizar as crianças do município, ou seja, além de ser um projeto voltado para a formação musical dos jovens
Visou-se também uma ação social para a comunidade, onde as aulas acontecem de forma gratuita, realizando também, o empréstimo do instrumento devidamente documentado, por se tratar de um patrimônio público
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Em 2019 no mês de maio, através da Lei Municipal 2.180/2019 a corporação musical passou a ser denominada de “Banda Municipal Hilário Guidorizzi” em homenagem a um músico de grande importância na cidade, visto que Hilário Guidorizzi teve grande influência no cenário musical de Monte Santo de Minas
Atualmente segue a grande vapor as aulas de música e ensaios, duas vezes por semana na tradicional casa “Esquina da Arte” situado a rua Doutor Pedro Paulino da Costa, nº 10. Composta com 35 integrantes, contando com um professor/maestro responsável em ministrar as aulas de músicas na formação prática dos alunos e a elaboração de arranjos para a formação e ampliação do repertório
Fonte: Prefeitura Municipal de Monte Santo de Minas
Publicado em: http://jfpnoticias.com.br/historico-da-banda-de-musica-hilarioguidorizzi-monte-santo-de-minas/. Acessado em 05/10/2022
Banda Municipal Hilário Guidorizzi
Fonte: Prefeitura Municipal de Monte Santo de Minas
Figura 13 40
PRAÇA DAS ARTES
Figura 14
Fonte: ArchDaily, 2022.
Brasil Arquitetura - 2012
Localizada no Complexo do Theatro Municipal de São Paulo, uma das maiores e mais tradicionais instituições de música do país, se constitui por um teatro multi-uso e diversos espaços com fins musicais, dança, teatro, exposições e manifestações contemporâneas das expressões artísticas
Um espaço cultural que fez parte da revitalização cultural do centro histórico de São Paulo. Seu ponto de partida foi desenhar uma área que abraçasse o prédio tombado do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo sendo um edifício moderno e uma praça aberta.
REFERÊNCIA
PROJETUAL
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CONSERVATÓRIO DE TATUÍ
Fonte: UNA BV Arquitetos, 2022 Figura 15
UNA arquitetos - 2010
Localizada em Tatuí, São Paulo, uma das maiores e mais tradicionais instituições de música do país, se constitui por um teatro multi-uso e diversos espaços com fins musicais e movimentos corporais
Um volume sólido, rompido e composto por aberturas transparentes e envidraçadas, que se transforma em dois corpos distintos Há um vazio central que compartilha com os usuários seus acontecimentos.
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ANÁLISE DE ELEMENTOS COMUNS
Elemento: Praça aberta
É possível visualizar que ambos os projetos possuem uma praça aberta, seja voltada ao público em geral ou aos alunos, professores e funcionários Na Praça das Artes em específico, essa praça aberta convida e incentiva os munícipes e transeuntes a utilizarem a mesma como passarela para chegar as outras duas r
Figura 16
Figura 17
Fonte: ArchDaily, 2022.
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Fonte: UNA BV Arquitetos, 2022.
Elemento: Aberturas
O Conservatório de Tatuí possui uma grande utilização de vidro, que traz como consequência a iluminação natural em diversos ambientes, assim como a Praça das Artes.
Os dois projetos se beneficiam da iluminação natural provinda de diversas aberturas para seu interior, permitindo também que quem está do lado externo enxergue o que está acontecendo no interior dos edifícios.
18
Figura 19
Fonte: UNA BV Arquitetos, 2022.
44
Fonte: ArchDaily, 2022 Figura
Elemento: Divisão em diferentes blocos
Observa-se que os edifícios são divididos em blocos, facilitando assim a organização e melhorando a acústica, pois, cada ambiente necessita de um tratamento específico nas paredes, tetos e pisos para melhor reverberação sonora adequada para cada finalidade. Além de facilitar a locomoção dos usuários sem interferir no funcionamento do outro edifício.
Figura 20
Fonte: ArchDaily, 2022
Figura 21
Fonte: UNA BV Arquitetos, 2022.
45
Elemento: Acústica
Os forros acústicos presentes nos edifícios controlam o volume de ar de cada sala, as mantas acústicas evitam os ruídos e vibrações de uma sala para a outra. No Conservatório de Tatuí podemos observar que há lajes duplas (sendo a superior flutuante sobre material isolante).
Fonte: UNA BV Arquitetos, 2022. Figura
23
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Fonte: ArchDaily, 2022 Figura 22
ÁREA DE INTERVENÇÃO
Localizado em Monte Santo de Minas-MG entre a Avenida Vital Paulino da Costa, a Rua Marechal Deodoro e a Rua Pedro Caeiro, o lote possui área total de 3071,07m²
A área de intervenção escolhida é localizada no Centro da cidade, e é repleta de pessoas que a utilizam como passagem para chegar em seus trabalhos e compromissos, o que leva a ser um local movimentado e ter diariamente centenas de pessoas caminhando por ali, tornando o local propenso a oferecer espaços de convivência, de uso cultural, intelectual ou comercial.
Esta área foi escolhida, pois, possui em suas proximidades o Centro Educacional Alcides de Paula Braga, a maior escola de ensino fundamental do município, existente desde 11/02/2008, que conta com um total de 1.024 alunos matriculados de 5 a 11 anos.
Figura 24 49
Fonte: Google Earth, alterado pela autora
ÁREA DE INTERVENÇÃO
Figura 25
Figura 26
Centro Educacional Alcides de Paula Braga
Fonte: Prefeitura Municipal de Monte Santo de Minas
Área de intervenção
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LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO
Figura 27
Fonte: acervo da autora, maio de 2022
Figura 28
Fonte: acervo da autora, maio de 2022
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Figura 29
Fonte: acervo da autora, maio de 2022
Figura 30
Fonte: acervo da autora, maio de 2022
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Igreja Matriz Área de intervenção Biblioteca Municipal Prefeitura Municipal Rodoviária Esquina da Arte Casa da Cultura EQUIPAMENTOS URBANOS Fonte: Elaboração própria a partir do Google Maps 53
LEGISLAÇÃO URBANA
A área de intervenção escolhida está localizada na região central do município, pertencente a ZRC1.
ZONA RESIDENCIAL COMUM 1
Residencial, com média e alta densidade, permite indústrias de pequeno porte não incômodas em até 150m²
Área mínima: 200m²
Testada mínima: 10m
Índice de aproveitamento básico: 1,5 Índice de aproveitamento máximo: 3
Fonte: Plano Diretor de Monte Santo de Minas
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VIAS
Vias arteriais primárias
Vias arteriais secundárias
Vias coletoras
Vias locais Área de intervenção
Fonte: Elaboração própria a partir do Google Maps
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USO DO SOLO
Predominantemente residencial
Predominantemente comercial
Predominantemente institucional
Áreas verdes Área de intervenção
Fonte: Elaboração própria a partir do Google Maps
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GABARITO DE ALTURA
Fonte: Elaboração própria a partir do Google Maps
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Área de intervenção 2 Pavimentos Vazios urbanos 1 Pavimento
TOPOGRAFIA
Área de intervenção
Fonte: Elaboração própria a partir do mapa disponibilizado pela Secretaria de Obras de Monte Santo de Minas
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PROJETO
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PROGRAMA DE NECESSIDADES
ESPAÇODECHEGADAE CONVIVÊNCIA
ESPAÇOPARALANCHES ENCONTRODACOMUNIDADE, ALUNOSEPROFESSORES
LOCALPARAVENDADE ACESSÓRIOSEINSTRUMENTOS
AMBIENTE FUNÇÃO USUÁRIOS PRAÇAS CAFETERIA LOJADEACESSÓRIOSMUSICAIS SANITÁRIOS
COMUNIDADEEMGERAL COMUNIDADEEMGERAL COMUNIDADEEMGERAL COMUNIDADEEMGERAL
QUANT 1 1 2
ÁREA E S P A Ç O S P Ú B L I C O S 48,60m² 52,39m² 14,56m²
AMBIENTE
SAGUÃO SECRETARIA SALADOSPROFESSORES/ REUNIÕES ESTÚDIODOSPROFESSORES
FUNÇÃO
COORDENAÇÃODOCENTRO
LOCALPARAREUNIÕES ADMINISTRATIVASEPEDAGÓGICAS
LOCALPARAREUNIÕES ADMINISTRATIVASE PEDAGÓGICAS
LOCALDEENCONTRODOS PROFESSORESEARMAZENAMENTO DEMATERIAL ARMAZENAMENTODEMATERIAIS
LOCALDEENCONTRODOS PROFESSORES
ESPAÇOPARALANCHESE ALMOÇOS
USUÁRIOS
QUANT ÁREA CONVÍVIO COORDENAÇÃODAESCOLA
COMUNIDADEEMGERAL FUNCIONÁRIOS
PROFESSORES,FUNCIONÁRIOS, PAISDOSALUNOSEALUNOS
1 1 1 1 1 1 2 1
76,13m² 27,89m² 32,24m² 23,32m² 27,57m² 14,82m² 616m² 10,62m²
PROFESSORES FUNCIONÁRIOS FUNCIONÁRIOS COMUNIDADEEMGERAL FUNCIONÁRIOS S E T O R A D M I N I S T R A T I V O
COPAFUNCIONÁRIOS ALMOXARIFADO SANITÁRIOS DML
ARMAZENAMENTODE MATERIAIS ARMAZENAMENTODE MATERIAISDELIMPEZA
AMBIENTE FUNÇÃO USUÁRIOS QUANT ÁREA
CONVIVÊNCIADOSALUNOS
FOYER
SALASDECORDA
SALASDESOPRO
SALADETECLADO
SALADEPERCUSSÃO
SALADECANTO
SALADETEATRO
SALADEDANÇA
SALADEENSAIO
SALAMULTI-USO
SALADEAULATEÓRICA
DEPÓSITODE INSTRUMENTOS
SANITÁRIOS
ENSINODEPRÁTICAMUSICAL
ENSINODEPRÁTICATEATRAL
ENSINODEPRÁTICAMUSICAL
ENSINODEPRÁTICAMUSICAL
ENSINODEPRÁTICAMUSICAL
ENSINODEPRÁTICADEDANÇA ENSINODEPRÁTICATEATRAL ENSINODEPRÁTICAMUSICAL ENSINODEPRÁTICAMUSICAL ENSINODEPRÁTICAMUSICAL ENSINODEPRÁTICAMUSICAL ENSINODEPRÁTICAMUSICAL LOCALPARAUSODIVERSO
ARMAZENAMENTODE INSTRUMENTOSUTILIZADOSNAS AULASEESTÚDIOS
ENSINODEPRÁTICATEATRAL ENSINODEPRÁTICADEDANÇA
LOCALPARAENSAIOS
LOCALDEUSODIVERSO
ENSINODEPRÁTICATEÓRICA
ALUNOS,PROFESSORESE MÚSICOS ALUNOS ALUNOS ALUNOS ALUNOS ALUNOS ALUNOS ALUNOS ALUNOS
1 3 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2
58,46m² 21,88m² 13,78m² 23,60m² 36,77m² 1919m² 4527m² 4345m² 46,58m² 39,04m² 15,23m² 13,61m² 17,32m²
62
ALUNOSECOMUNIDADEEM GERAL ALUNOS PROFESSORESE FUNCIONÁRIOS E S P A Ç O D E U S O A C A D Ê M I C O
ARMAZENAMENTODE INSTRUMENTOSUTILIZADOSNAS AULASEESTÚDIOS
FLUXOGRAMA Depósito Instrumentos Sala de Dança Salas de Sopro Salas de Corda Sala de Canto Sala de Percussão Sala de Ensaio Sala Multi-Uso Circulação Foyer Sala de Teclado Sala de Aula Teórica Sanitários Loja de Acessórios Musicais Sanitários Cafeteria Caminhos e praças Estúdio Professores Sala dos Professores Reuniões Saguão Sanitários Secretaria DML Almoxarifado Copa Público Acadêmico Administrativo Sala de Teatro ACESSO 63
ESTIMATIVA DE ALUNOS
CORDAS - 126 ALUNOS
9 TURMAS MATUTINO (54 ALUNOS)
12 TURMAS VESPERTINO (72 ALUNOS) 6 por turma
DANÇA - 32 ALUNOS
2 TURMAS MATUTINO (16 ALUNOS)
2 TURMAS VESPERTINO (16 ALUNOS) 8 por turma
PERCUSSÃO - 20 ALUNOS
6 TURMAS MATUTINO (12 ALUNOS)
4 TURMAS VESPERTINO (8 ALUNOS) 2 por turma
HISTÓRIA - 24 ALUNOS
2 TURMAS MATUTINO (12 ALUNOS)
2 TURMAS VESPERTINO (12 ALUNOS) 6 por turma
SOPRO - 66 ALUNOS
4 TURMAS MATUTINO (24 ALUNOS)
7 TURMAS VESPERTINO (42 ALUNOS) 6 por turma
TEATRO - 24 ALUNOS
1 TURMA MATUTINO (8 ALUNOS)
2 TURMAS VESPERTINO (16 ALUNOS) 8 por turma
TECLADO - 20 ALUNOS
4 TURMAS MATUTINO (8 ALUNOS)
6 TURMAS VESPERTINO (12 ALUNOS) 2 por turma
CANTO - 12 ALUNOS
1 TURMA MATUTINO (6 ALUNOS) 1 TURMA VESPERTINO (6 ALUNOS) 6 por turma
Quadro 01
Cordas - Viola, baixo, violão e violino.
Sopro - Saxofone, clarinete, flauta transversal e flauta doce
Percussão - Bateria
Teclado - Teclado
História - História da música
Total de Alunos - Matutino: 140
Total de Alunos - Vespertino: 184
Total de Alunos - Geral: 324
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CONCEITO
O conceito deste projeto é o de conexão, união e acolhimento.
Procura-se este fim em todos seus aspectos, acolhendo os artistas e músicos da cidade, os quais não possuem local adequado para aulas de música, oferecendo a eles espaço para produção, criação, ensino, ensaios ou meramente lazer
Conectar e unir todas as pessoas com este espaço que se integra com a gentileza urbana, oferecendo conforto, descanso ou simplesmente passagem. Bem como oferecer diferentes usos para todos, como alunos e professores de escolas próximas que podem se integrar e fazer uso do espaço.
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PARTIDO ARQUITETÔNICO
Materializando o conceito em arquitetura, os elementos empregados no projeto se dão por meio de um caminho central, que permite a entrada de todos, as praças totalmente abertas os convidam, despertam curiosidade, a circulação proporciona acessibilidade de subida de uma rua à outra, com uma cafeteria aberta a quem quiser saborear um belo café, até mesmo os pais enquanto esperam seus futuros pequenos músicos
O projeto apresenta-se em formas ortogonais simples, com o uso majoritário de linhas retas, características da arquitetura moderna, os três edifícios foram dispostos de modo que conversem entre si, possuindo ritmos, altos e baixos, que convidam e dão a liberdade de serem utilizados para diferentes atividades.
Os materiais empregados são, vidro, madeira e concreto, principalmente pelo fator acústico, mas também com inspiração na arquitetura moderna
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MEMORIAL JUSTIFICATIVO
PARÂMETROS DE IMPLANTAÇÃO
A Escola de Música Popular foi implantada considerando as condicionantes ambientais, trazendo assim uma qualidade no uso, seguindo também uma estrutura que seja boa acusticamente
Foram considerados os eixos norte/sul e os ventos predominantes, de modo que a ventilação seja cruzada e boa em todos os setores, além de considerar as construções do entorno.
Sendo assim, o Setor Público e o Setor Administrativo estão localizados próximo a Avenida Vital Paulino da Costa, onde localiza-se a via de maior trânsito do entorno, facilitando o acesso e a passagem dos monte-santenses Já o Setor Acadêmico onde possui as salas de aula, está implantado próximo a Rua Pedro Caeiro, que é uma via local de menor trânsito, com acesso facilitado para os alunos e professores.
Além disso, o projeto consta com caminhos que permitem a conexão entre as três ruas do entorno, de modo que os moradores possam atravessar as ruas adentrando a Escola
CONSIDERAÇÕES GERAIS
A Escola desenvolvida tem capacidade para 500 alunos, sem contar os visitantes ou moradores, e está localizada em uma das principais avenidas do município
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ÁREA DE INTERVENÇÃO
A área escolhida para a Escola é um vazio urbano, localizado no Centro do município de Monte Santo de Minas, no estado de Minas Gerais O lote é provido de infraestrutura urbana e possui 3071 m², sem nenhuma edificação existente.
ACESSOS
A área de intervenção onde está localizada a Escola de Música Popular, permite o acesso ao lote por três ruas distintas, sendo elas, Avenida Vital Paulino da Costa, Rua Marechal Deodoro e Rua Pedro Caeiro O setor público está próximo a Avenida de maior movimento, facilitando a passagem dos pedestres e convidando-os a entrarem. Já o setor privado está próximo a rua de menor movimento, levando em consideração a segurança e comodidade dos alunos.
PAISAGISMO
No paisagismo há uma grande área verde composta por grama esmeralda, de modo que os espaços são unidos como um todo, trazendo linhas retas que conversam com a volumetria dos edifícios.
A maior parte das espécies se dá por vegetações e árvores com espécies nativas da região, buscando trazer lembranças e memórias afetivas do município, além de árvores coloridas como os ipês, para chamar mais a atenção do público infantil
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VOLUMETRIA
A volumetria foi dada pensando em não agredir ou prejudicar a paisagem urbana, todos os setores são térreos, conversando com o entorno As formas surgiram através da necessidade de uma boa acústica, priorizando ambientes com paredes inclinadas, possibilitando assim a passagem dos usuários por entre os prédios, uma vez que o terreno se beneficia de três ruas de acesso
PRAÇAS
Foram inseridas cinco praças secas, com piso drenante com tom avermelhado, de modo que as pessoas possam se sentar e parar ali para descansar ou conversar, não só utilizar o caminho para passagem.
CAMINHOS
Fazendo o uso de pedras portuguesas, os caminhos do projeto seguem o mesmo estilo das praças existentes no município trazendo essa memória afetiva aos monte-santenses
COBERTURA
As coberturas dos três edifícios são de concreto aparente, de forma a combinar com as paredes dos edifícios e produzir uma acústica adequada para que os barulhos externos e internos não entrem em conflito durante as aulas
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PAREDES
O material adotado para as paredes foi o concreto armado, o qual permite que haja uma grande plasticidade nos espaços, pois a capacidade de maleabilidade do material facilita a construção da quebra do paralelismo do projeto.
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MEMORIAL TÉCNICO
SETOR PÚBLICO
Cafeteria
PISO: Piso em granito flameado
PAREDE: Concreto estrutural aparente
TETO CAFÉ E LOJA: Forro ripado de madeira
ABERTURAS: Vidro
Loja de acessórios musicais
PISO: Piso em granito flameado
PAREDE: Concreto estrutural aparente
TETO CAFÉ E LOJA: Forro ripado de madeira
ABERTURAS: Vidro
Sanitários
PISO: Piso em mármore
PAREDE: Concreto estrutural aparente
TETO: Forro em gesso
ABERTURAS: Vidro
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SETOR ADMINISTRATIVO
Saguão, Secretaria e Sala dos Professores
PISO: Piso em granito flameado
PAREDE: Concreto estrutural aparente
TETO: Forro ripado de madeira
ABERTURAS: Vidro Estúdio dos Professores
PISO: PAREDE: Concreto estrutural aparente
TETO: Forro ripado de madeira
ABERTURAS: Vidro MATERIAL ACÚSTICO: Almoxarifado
PISO: PAREDE: Concreto estrutural aparente
TETO: Forro ripado de madeira
ABERTURAS: Vidro Copa
PISO: PAREDE: Concreto estrutural aparente
TETO: Forro em gesso
ABERTURAS: Vidro
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Sanitários
PISO: Piso em mármore
PAREDE: Concreto estrutural aparente
TETO: Forro em gesso
ABERTURAS: Vidro
DML
PISO:
PAREDE: Concreto estrutural aparente
TETO: Forro em gesso
ABERTURAS: Vidro
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SETOR ACADÊMICO
Salas de aula
PISO: Laje flutuante concretada sobre amortecedores para evitar vibração em outras salas
PAREDE: Concreto estrutural aparente com mantas acústicas nas paredes
TETO: Forro ripado de com manta acústica
ABERTURAS: Vidro duplo
Depósito de instrumentos musicais
PISO: Piso em granito flameado
PAREDE: Concreto estrutural aparente
TETO: Forro de gesso
ABERTURAS: Vidro Foyer e circulação
PISO: Piso em granito flameado
PAREDE: Concreto aparente
TETO: Forro ripado de madeira
ABERTURAS: Vidro
Sanitários
PISO: Piso em mármore
PAREDE: Concreto estrutural aparente
TETO: Forro em gesso
ABERTURAS: Vidro
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2 3 4 4 4 Ru Av.VitalPaulinodaCosta Rua MarechalDeodoro +0,00 +1,20 +3,00 IMPLANTAÇÃO E ÁREAS EXTERNAS 75 Pisodrenante Pedraportuguesa
4 4
0 2 5 10 20 +3,00 +2,20 76
1 setor público 2 setor administrativo 4 praças 3 setor acadêmico acessos uaPedroCaiero
Praçassecas Lajeemconcreto
PAISAGISMO 77
Grama esmeralda
Aroeira
Sibipiruna
Ipê-rosa
Ipê-amarelo
Jabuticabeira
0 2 5 10 20 78
LOJA DE ACESSÓRIOS MUSICAIS CIRC BANH FEM BANH MASC CAFETERIA +1,20 +1,20 +1,20 +1,20 +1,20 0 2,5 5 ÁREA
P R O J E Ç Ã O C O B E R T U R A 79
PLANTA BAIXA SETOR PÚBLICO
TOTAL: 176,89m²
SAGUÃO ESTÚDIO SALA PROF SECRETARIA COPA ARQUIVO DML BAN H MASC BAN H FEM. +1,2 0 +1,20 +1,20 +1,20 +1,20 +1,20 +1,20 +1,2 0 +1,20 0 2,5 5 ÁREA
PLANTA BAIXA SETOR ADMINISTRATIVO 80 PROJEÇÃOCOBERTURA
TOTAL: 295,93m²
SALA CORDAS SALA SOPRO SALA SOPRO SALA TEATR SALA MULTI-USO CIRC +300 +3,00 +300 +300 +30 +3,00 81
SALA PERCUSSÃO DEPÓSITO SALA CANTO FOYER BANH MASC. BANH FEM. SALA TEÓRICA SALA DANÇA A RO C. 0 +3,00 +300 +3,00 +300 +300 +300 +3,00 +300 0 0 2,5 5 ÁREA TOTAL: 464,28m² PROJEÇÃO COBERTURA 82
+1,20 0 5 10 20
Corte AA +1,20 +3,00 0 5 10 20
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Corte BB CORTES
+0,00
Corte CC
+2,50 0 5 10 20 +0,00 +1,10 0 5 10 20
Corte DD
84
Fachada Norte +0,00 0 5 10 20
Fachada Sul
FACHADAS +3,00 0 5 10 20
85
+0,00
Fachada Leste
+2,20 0 5 10 20 +1,20 +3,00 0 5 10 20
Fachada Oeste
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PERSPECTIVAS
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFCAS
Prefeitura Municipal de Monte Santo de Minas - Revista Comemorativa do Bicentenário de Fundação de Monte Santo de Minas - 1820/2020 Disponibilizado pelo Departamento de Cultura em 25/03/2022
Plano Municipal de Turismo de Monte Santo de Minas. Disponibilizado pelo Departamento de Cultura em 25/03/2022
Processo de Registro do Carnaval de Monte Santo de Minas - 2016. Disponibilizado pelo Departamento de Cultura em 25/03/2022
Lista de Bens Inventariados Disponibilizada pelo Departamento de Cultura em 25/03/2022
Enciclopédia dos Municípios Brasileiros – Volume XXVI. Acessado em 28/03/2022
Monte Santos de Minas - história & atualidade de Luiz Antônio Novelli Acessado em 05/04/2022
REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS
https://www.archdaily.com.br/br/929455/centro-linde-para-a-musica-williamrawn-associates. Acessado em 28/04/2022
https://wwwarchdailycombr/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura? ad medium=office landing&ad name=article. Acessado em 28/04/2022
https://www.archdaily.com.br/br/949950/entrevista-marcelo-ferraz? ad medium=office landing&ad name=article Acessado em 28/04/2022
http://www.cefsa.org.br/crescendojuntos/a-importancia-da-musica-na-vidadas-pessoas/. Acessado em 28/04/2022
https://wwwarchdailycombr/br/914375/musica-e-arquitetura-na-infinito-vao90-anos-de-arquitetura-brasileira?
ad medium=office landing&ad name=article. Acessado em 30/04/2022
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/monte-santo-de-minas. Acessado em 05/05/2022
Referências
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https://superabrilcombr/ciencia/para-que-serve-a-musica/ Acessado em 08/05/2022
https://wwwsignificadoscombr/musica/ Acessado em 25/05/2022
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/artes/musica---origem-sons-einstrumentoshtm?cmpid=copiaecola Acessado em 29/06/2022
http://brasilarquitetura.com/. Acessado em 15/07/2022
https://montesantodeminas.mg.gov.br/. Acessado em 18/07/2022
https://wwwfacebookcom/carnavalmontesantodeminas/photos/27936922640 78945. Acessado em: 18/07/2022
http://jfpnoticiascombr/historico-da-banda-de-musica-hilario-guidorizzimonte-santo-de-minas/. Acessado em 05/10/2022
https://blog.owa.com.br/3-solucoes-que-conferem-conforto-acustico-acentros-culturais-e-de-lazer/. Acessado em 06/10/2022
https://www.aecweb.com.br/revista/materias/projeto-acustico-de-auditorios-eempreendimentos-culturais-deve-ter-prioridade/9859. Acessado em 15/10/2022
https://jornal.usp.br/atualidades/as-afinidades-existentes-entre-a-musicapopular-e-a-arquitetura-no-brasil/. Acessado em 16/10/2022
https://arqsc.com.br/musica-e-arquitetura-muitas-semelhancas-no-fazer/. Acessado em 25/10/2022
https://repositorioinstitucional.uniformg.edu.br:21074/xmlui/handle/123456789/ 833 Acessado em 26/10/2022
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