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Museu Jaguaribano: a hist贸ria em nossas m茫os.


CRÉDITOS

Idealização e Coordenação: Professora Anaíla Melo

Organização e Produção: Professora Jemima Silvestre.

Revisão: Professora Lídia Freire e Marília Costa

Fotos: Professora Anaíla Melo


A História está repleta de pessoas que, como resultado do medo, ou por ignorância, ou por cobiça de poder, destruíram conhecimentos de imensurável valor que em verdade pertenciam a todos nós. Nós não devemos deixar isso acontecer de novo. Carl Sagan


PREFÁCIO Dentro da proposta de que para podermos descobrir o futuro é fundamental que conheçamos o passado, a turma do 3º ano de Enfermagem da Escola Estadual de Educação Profissional Professora Elsa Maria Porto Costa Lima visitou em 2011 o Museu Jaguaribano situado na avenida Coronel Alexanzito em no município de Aracati. A aula em campo teve como objetivo descobrir os hábitos sociais e perceber as transformações econômicas, culturais e sociais ocorridas no município até os nossos dias. Numa perspectiva voltada para a vigilância em saúde, que se transforma num contexto social bem menos complexo do que possamos vislumbrar percebemos que a saúde pública aracatiense contou com a ajuda de parceiros importantes que apesar de poucos recursos fizeram a diferença na vida de muitos, para citar Dr. Eduardo Dias, que desenvolveu uma assistência social e assistencial com brilhantismo. A experiência realizada com os alunos, através do acervo do Museu Jaguaribano, nos ofereceu subsídios para compreender que precisamos sim cuidar da nossa comunidade, transformando-nos em agentes na busca de boa sobrevivência e convívio social.

Professora Anaíla Melo


SUMÁRIO 1.A história em nossas mãos: Museu Jaguaribano 2.Jacques Klein - Aracatiense pianista – 1º lugar Internacional em 1953 3.Elementos e Histórias do Instituto do Museu Jaguaribano de Aracati - Âncora - Canhão 4. Ana e Cruel 5. Castro Carreira 6. Barão de Aracati 7. Monsenhor Bruno: o lente do Ceará

8. O namoro e suas restrições 9. Beni Carvalho: um expoente da educação aracatiense 10. Do porto de Aracati para a Literatura Nacional

11. Museu Jaguaribano e suas histórias 12. Monsenhor Bruno 13. Museu Jaguaribano e suas histórias 14. As casas do século XIX do Município de Aracati 15. Ana e Cruel: resistência e história popular 16. Dr. Eduardo Dias 17. Barão de Aracati


A

história em nossas mãos: Museu Jaguaribano

As pessoas, em sua maioria, desconhecem a história de sua própria cidade. A população aracatiense não foge a regra. Os jovens precisam ser instigados para conhecer a cidade onde vivem. Uma boa provocação pode ser uma visita ao Museu Jaguaribano. Ao realizar essa atividade, pode-se conhecer um pouco da história de Aracati por meio de objetos, fotos e relatos do guia do Museu. Ter conhecimento da história é de fundamental importância, pois é necessário conhecer o passado para compreender o presente. Seguindo a linha de pensamento de que somos construtores de história e que hoje estudamos o passado e mais adiante seremos nós os estudados pode-se afirmar que não se conta história, vive-se. A visita é um excelente passeio para a família, pois atinge todas as faixas etárias, desde crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. Além de ser um passeio, também é uma aula de história. Ao visitar o museu vem à tona aquela inquietação de que deveríamos parar a correria do dia a dia e voltar ao passado onde o tempo é apenas o tempo e o relógio uma joia ou artigo de luxo. A oportunidade de conhecer e vivenciar o passado estão bem próximos da população de Aracati, mais precisamente na Rua Grande, assim conhecida. Porém, a maioria da população não dá o devido valor ao patrimônio histórico de Aracati. Os visitantes de outras cidades ficam encantados com a sua riqueza histórica. Faltam apenas os moradores conhecerem e dar valor ao bem que está em nossas mãos, na nossa terra, na Terra dos Bons Ventos onde seus atrativos não são apenas as praias, mas também sua história.

Aline Lima, aluna do 3º ano do curso de Enfermagem da EEEP Elsa Maria Porto Costa Lima


Jacques Klein - Aracatiense pianista – 1º lugar Internacional em 1953

Jacques Klein tornou-se referência mundial em 1953 pela primazia de conquistar o 1º lugar no Concurso Internacional para pianistas. Naquela época, era o mais importante concurso em todo o mundo. Até então nenhum brasileiro tinha conquistado tamanha façanha. O pianista alcançou esse título no auge de seus 23 anos de idade, no ano de 1953.


A partir dessa conquista, sua carreira na Europa tomou rumos de grandes sucessos. Jacques Klein se destacou ainda como professor, dando enorme contribuição para a formação de famosos pianistas. Pode ser difícil de acreditar, mas ele nasceu no município de Aracati no estado do Ceará, em 10 de julho de 1930, filho de Gasparina Pinheiro Klein e Alberto Jacques Klein, um grande comerciante da cidade. O pianista veio a falecer em 23 de outubro de 1982, na cidade do Rio de Janeiro, aos 52 anos, vítima de câncer. Jacques hoje teria 81 anos e muitos dos nossos aracatienses mal sabem da sua existência, talvez nem saibam que o nome da rua Jacques Klein seja uma homenagem ao ilustre pianista, este, que como nós, nasceu em Aracati, rodeado por belezas naturais. É gratificante saber que a nossa cidade é rica em Historia e de gente que contribuiu para isso.

Piano doado pelo irmão Aguiar

Berço de Jacques Klein

Aline Rodrigues, aluna do 3º ano do curso de Enfermagem da EEEP Elsa Maria Porto Costa Lima

Elementos e Histórias do Instituto do Museu Jaguaribano de Aracati

A ideia da visita ao Museu Jaguaribano de Aracati teve entre os objetivos conhecer verdadeiramente as histórias do passado, da cultura,


dos costumes, da religião, do comércio, da moda e, conhecer um pouco das histórias aracatienses por meio dos objetos lá encontrados. A sede do Museu fica na atual rua Coronel Alexanzito, mais conhecida como Rua Grande, antes, a casa de José Pereira da Graça, conhecido como Barão de Aracati (1812-1889). O sobrado é um dos poucos que faz parte do conjunto arquitetônico da cidade que apresenta três andares, é revestido externamente com azulejos

portugueses

e

apresenta

elementos

introduzidos

pelo

neoclassicismo. Em 2004, o prédio foi restaurado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), tendo a aquisição do sobrado do lado direito para implantação da área administrativa do Museu. Dentre

o

acervo

do

Museu

Jaguaribamo

destacam-se

alguns

elementos: ÂNCORA Acolhida no pátio do museu, a âncora de 4 toneladas mede aproximadamente 4 metros. Foi encontrada alojada nas areias da Praia de Maceió-Fortim, sendo na época um distrito de Aracati.

CANHÃO Acolhido também no pátio do museu, o canhão foi encontrado soterrado nas areias da Praia de Maceió-Fortim, juntamente com peças


de artilharia. Não se sabe a quem pertenceu o objeto de guerra, mas acredita-se que foi trazido durante a Primeira Guerra Mundial em 1914.

Anna Gessyka e Adriana Fernandes, alunas do 3º ano do curso de Enfermagem da EEEP Elsa Maria Porto Costa Lima

Ana e Cruel

No 3º andar do Museu Jaguaribano um relato chama a atenção dos visitantes: a história de Ana e Cruel, assim conhecidos e destacados no acervo por serem o casal mais velho de Aracati. Provenientes de família bem simples, Ana e Cruel. eram dignos de confiança da população. Bastante pobres e cordiais, sempre ajudando ao seu próximo, moravam em uma casa de barro, numa rua onde havia apenas casas de alvenaria, no atual Bairro de Fátima.


Relatos de populares registram que o casal comportava-se seguindo a hierarquia de uma família tradicional, tipicamente patriarcal reflexos da sociedade machista, constituída e mantida até os dias atuais. Um exemplo disto é a visão da mulher que só poderia realizar algumas tarefas após o homem tê-la concluído. Para termos ideia a esse respeito, Ana sempre andava sete passos atrás de Cruel. Cruel era chamado assim porque além de ciumento, também era capaz de comer uma grande quantidade de carne, como alguns populares registram “um quarto de bode”. O patriarca da família não precisou mais pedir esmolas nas ruas da sua cidade quando conseguiu a aposentadoria por idade. A partir de então não teve uma vida de luxo, no entanto, levou uma vida melhor em relação a anterior.

Silvio Bruno Matos, aluno do 3º ano do curso de Enfermagem da EEEP Elsa Maria Porto Costa Lima

Castro Carreira No dia 24 de maio de 2011, participei de uma visita ao Museu Jaguaribano localizado na rua Coronel Alexandrino. O prédio é revestido por um piso bem peculiar e elegante, com pedras portuguesas adornadas por relíquias do período da antiguidade e até mesmo no século XXI. Além disso, o vestuário, os santos barrocos, os documentos e objetos pessoais da sociedade aracatiense contam um pouco da história dos nossos heróis. Durante a visita, tomamos contato com a história da grande participação do médico CASTRO CARREIRA na epidemia da febre amarela e da cólera, iniciada em outubro de 1851, deixando 5.000 infectados e 99 mortos. Era bastante difícil encontrar um médico na cidade, que pudesse amenizar essa situação e só existia apenas uma pessoa para dá o suporte as pessoas doentes. Mas, com o decorrer do tempo, os médicos que se encontravam em Fortaleza receberam um pedido de ajuda por meio de cartas, para que retornassem à sua cidade natal, porém foi complicado para as pessoas de Fortaleza deixarem os médicos virem. É neste contexto que entra a contribuição de Castro Carreira, nascido em Aracati, no dia 24 de agosto de 1820. Formado em medicina no Rio de Janeiro no ano de 1844. Em 1845 foi nomeado médico da pobreza, devido à epidemia de febre amarela, prestou serviço a


comunidade menos favorecida. Castro Carreira deixou a cidade em 1852 e foi para a capital federal, deixando sua profissão de médico. Em Niterói, criou enfermarias para tratar dos pacientes com cólera. Também foi senador e escritor financista. Publicou várias obras. Morreu no Rio de janeiro, em 12 julho de 1903. Daiane da Cunha, aluna do 3º ano do curso de Enfermagem da EEEP Elsa Maria Porto Costa Lima

Barão de Aracati

Nossa

visita

ao

Museu

Jaguaribano

de

Aracati

foi

muito

importante para aprofundar o conhecimento a respeito da nossa história. Muitas pessoas acham que em um museu só encontram-se coisas velhas, mas isso não é verdade. Lá estão guardados o patrimônio histórico e cultural da nossa cidade, entre eles a história dos antepassados do município. Uma personagem que chamou minha atenção e que marcou a história no nosso município foi José Pereira. Conhecido por ser o primeiro e único Barão de Aracati, foi um juiz e político eleito deputado pela província do Ceará três vezes. Além disso, era desembargador e ministro do tribunal da justiça. Depois de exercer quase 11 anos a função de juiz do Superior Tribunal, foi aposentado quando recebeu do Imperador D. Pedro II o título de Barão de Aracati, em caráter honorário e que somente aceitou, apesar de ter direito, por ser uma homenagem a sua terra natal. Morou em vários lugares por ter exercido diversas funções em outras províncias. Residiu por um período muito curto na cidade de Aracati. É importante salientar que o sobrado da atual rua Cel. Alexanzito, nº 743, onde funciona o Museu Jaguaribano não pertencia ao Barão do Aracati, pois não há provas do tempo que ele viveu aqui em nossa cidade ,


e se viveu , morou em um período relativamente curto.

Assim, fica a

dúvida de que foi ele mesmo quem construiu o prédio ou até mesmo que viveu lá. O conhecido “sobrado do Barão” esteve um tanto arruinado pela velhice, mas ao passar por diversas reformas e dado como patrimônio histórico foi doado, em 2000 pelo SESI-CE, para tornar-se Museu de Aracati. Eluza santos da Silva, aluna do 3º ano do curso de Enfermagem da EEEP Elsa Maria Porto Costa Lima

Monsenhor Bruno: o lente do Ceará

No dia 24 de maio foi realizada uma aula em campo com os alunos do 3° Ano de Enfermagem ao Museu Jaguaribano de Aracati. Fomos acompanhados pelos professores Walber Galdino e Anaíla Melo Feijão. O objetivo era compreender melhor a história de nossa cultura, voltada para o ser, que dotado de cultura, consegue transformar o meio em que vive e com isso passando a ser história. O orientador do museu nos contou diversas histórias dos moradores ilustres de Aracati. Uma delas me interessou bastante: a que se referia ao Monsenhor Bruno. Monsenhor Bruno nasceu no dia 2 de outubro de 1852, em Aracati. Chamava-se Bruno Rodrigues da Silva Figueiredo e era filho do português Camilo Rodrigues da Silva Figueiredo e de dona Francisca Cândida da Silva Figueiredo. Iniciou os estudos na sua cidade natal e os concluiu no Seminário de Fortaleza, onde se ordenou em 30 de Novembro de 1875. Foi professor do mesmo Seminário desde quando ainda era aluno até 1878. Depois lecionou no Ateneu Cearense e no Instituto de Humanidades, que fundou em companhia de Monsenhor Cruz Saldanha. Dirigiu até 1884.


Competiu num concurso para lente no Liceu do Ceará com o Senador Catunda, tendo obtido notas iguais as deste, não sendo, porém, nomeado. Mudando de residência para Manaus foi nomeado por concurso, para a cadeira de latim no Liceu Amazonense. No dia 29 de setembro de 1930 acabou falecendo. Estefani da Silva Soares, aluna do 3º ano do curso de Enfermagem da EEEP Elsa Maria Porto Costa Lima

O namoro e suas restrições

Hoje em dia vemos casais caminhando nas ruas de mãos dadas, passeando, indo à praia, à festas, até dormindo juntos em casa, mas antigamente não era assim, tudo era completamente diferente. Quando o namorado ia na casa da namorada, eles não tinham privacidade alguma, pois o pai da namorada sempre estava presente, interrompendo quaisquer tipo de intimidades desde simples abraços até algo a mais. Imaginando a reconstituição dos fatos por meio das informações contadas pelos guias do Museu Jaguaribano de Aracati, conseguimos imaginar a partir de alguns móveis como aconteciam os namoros de antigamente. Pode-se dizer que naquele tempo os casais só tinham intimidades na imaginação, mas mesmo assim o amor entre o casal prevalecia. Podemos citar como exemplo a “namoradeira” um móvel parecido com um sofá, onde se sentavam o namorado na ponta, o pai da namorada no meio e a namorada na outra ponta. Ou seja, o pai da namorada


participava de toda a conversa entre os dois e ao mesmo tempo ' controlava ' o nível do namoro entre o casal. Com todas as informações obtidas no museu, pode-se notar tamanha diferença dos namoros de antes comparado com os de hoje, pois os pais eram extremamente cautelosos e cuidadosos em relação aos namoros dos filhos. O casal era livre para ter intimidades somente após o casamento, a não ser que o casal conseguisse despistar os pais e namorarem escondidos.

Felipe Silvério, aluno do 3º ano do curso de Enfermagem da EEEP Elsa Maria Porto Costa Lima

Beni Carvalho: um expoente da educação aracatiense A visita ao Museu Jaguaribano fez com que eu conhecesse a cultura de Aracati desde aqueles que passaram por aqui, os acontecimentos que marcaram a vida de personalidades que se destacaram e até mesmo aqueles que vinham de outro lugar. Tive a oportunidade de conhecer a


estrutura da casa de Pinto Gurgel, seus móveis, seus costumes e o que fazia nas horas vagas. Destaco aqui uma personalidade que marcou a história do Aracati: Benedito Augusto dos Santos, mais conhecido como Beni Carvalho. Nasceu em Aracati, no dia 03 de janeiro de 1886, na Avenida Coronel Alexanzito nº1039 , filho de Benedito Augusto dos Santos e Maria Ermelinda Augusto dos Santos. Sua infância provavelmente foi em Aracati. Aos dezessete anos foi estudar em Fortaleza (1903) onde cursou o Liceu e o Colégio Colombo do professor Francisco Gonçalves. Com 21 anos foi estudar em Recife, estudou Direito, bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais, em 1911 pela Faculdade de Direito em Recife. Logo após a sua formatura, lecionou na Faculdade de Direito do Ceará. Faleceu em janeiro de 1959, no Rio de Janeiro.

Janielle dos Santos Felix, aluna do 3º ano do curso de Enfermagem da EEEP Elsa Maria Porto Costa Lima.

Do porto de Aracati para a Literatura Nacional Romancista,

poeta

e

jornalista

Adolfo

Caminha nasceu em Aracati, Ceará, em 1867 e morreu no Rio de Janeiro em 1897. Foi um dos principais representantes do naturalismo no Brasil. Em 1888, Júlio Ribeiro escandaliza

o

público,

com

continham palavras obscenas. inaugura

no

Brasil

a

seus

livros

que

Adolfo Caminha

ficção

que

tem

no

homossexualismo o tema central, e que, por isso, foi atacado e banido da lembrança crítica por muito tempo. O livro „Bom-Crioulo‟ foi recebido como um escândalo pela crítica literária e pelo público, devido à ousadia na abordagem temática e o


homossexualidade em ambiente militar. Especificamente são focados no livro a masturbação em locais públicos, a desobediência e a ebriedade, três atitudes punidas com chibatadas pela Marinha da época, ambiente em que se passa o respectivo romance realista. Buscando desmoralizar a instituição das forças navais, da qual havia participado, e conhecendo-a, portanto, como poucos, o autor denuncia com afinco inúmeros preconceitos hipócritas. Em outra obra de destaque nacional „A Normalista‟, por exemplo, surgem temas bastante polêmicos considerados interditos pela ordem social e política reinante: o incesto e o adultério, entre os demais. O ousado ficcionista passa a ganhar considerável relevância quando as minorias partem para reivindicar publicamente a legitimidade de suas diferenças. Um romancista, portanto, para a atualidade. Caminha publicou diversas obras entre eles estão: Judite e Lágrimas de um Crente; A Normalista; No País dos Yankees; O Bom- Crioulo.·.

Juliane Coelho, aluna do 3º ano do curso de Enfermagem da EEEP Elsa Maria Porto Costa Lima

Museu Jaguaribano e suas histórias

O museu é o local onde se guarda a história da cidade, os artefatos, os arquivos, e as histórias do povo e da região.


No Museu Jaguaribano de Aracati pode-se reviver a história da guerra,

enchentes,

secas,

sem

falar

das

imagens

que

ficam

dos

antepassados, além dos materiais que ficam guardados para relembrar a vida das pessoas mais velhas da cidade. A população de Aracati e seus bairros históricos revelam seus costumes, a sua religiosidade e a cultura do povo aracatiense. Tendo como grande conquista a fundação do Museu em 10 de novembro em 1968 que só foi inaugurado em 22 de novembro da mesma década e se expirou na paisagem do céu canoense. É importante citar algumas personalidades que contribuíram para o enriquecimento cultural da nossa região. Rosa Freire foi uma animadora que nasceu em Canoa Quebrada e exerceu a profissão de educadora por longo período na sua vida canoense. Foi homenageada de forma que a primeira praça foi batizada em seu nome. Sua mãe era labirinteira e artesã, sem falar de Francisco Fernandes Pinto, que era um artesão que utilizava chifre e casco de tartaruga que na época não era proibido para fabricar anéis, uma família humilde e carente que necessitava da ajuda dos seus parentes; Anália era procurada pela população

como

¨rezadeira

¨

que

curava

diversas

moléstias,

especialmente em crianças. Ela receitava chá e ervas conhecidas. Kauane Pereira da Silva, aluna do 3º ano do curso de Enfermagem da EEEP Elsa Maria Porto Costa Lima

Monsenhor Bruno


Monsenhor Bruno nasceu no dia 2 de outubro de 1852, em Aracati. Chamava-se Bruno Rodrigues da Silva Figueiredo. Era filho do português Camilo Rodrigues da Silva Figueiredo e de Dona Francisca Candida da Silva Figueiredo. Iniciou os estudos na sua cidade natal e os concluiu no Seminário de Fortaleza. Ordenou-se a 30 de Novembro de 1875. Foi professor do mesmo Seminário, época em que era aluno. Lecionou lá até 1878, depois no Ateneu Cearense e no Instituto de Humanidades, que fundou em companhia de Monsenhor Cruz Saldanha. Competiu num concurso para lente do Liceu do Ceará com o Senador Catunda, tendo obtido notas iguais as deste, não sendo, porém, nomeado. Mudando de residência para Manaus foi nomeado por concurso, para a cadeira de latim no Liceu amazonense. Os problemas circulatórios o impediram de andar, e, por isso , era comum celebrar as missas sem sair da liteira.

Kauanne dos Santos, aluna do 3º ano do curso de Enfermagem da EEEP Elsa Maria Porto Costa Lima

Museu Jaguaribano: tesouro das terras de Aracati O museu é o local onde se guarda a historia de um povo e seus costumes e também a lembrança das grandes pessoas e filhos ilustres da terra. No museu de Aracati há um verdadeiro tesouro tanto para os moradores como para os visitantes, pois lá é possível aprender e conhecer um pouco da história e das raízes ta terra dos bons ventos. No museu é possível encontrar um pouco da história de vida das grandes personalidades de nossa terra como: José Pinto Martins, iniciador das charqueadas no Aracati, Coronel Pedro José da Costa Barros, o primeiro presidente da província do Ceará, Dom Manuel do Rego Medeiros, o primeiro sacerdote elevado à dignidade episcopal. Além disso, Aracati ainda é a cidade natal dos ilustríssimos poeta Paula Ney, do


romancista Adolfo Caminha

criador do livro a normalista, do pianista

Jacques Klein,do juiz Barão de Aracati (José Pereira da Graça), de Francisco José do Nascimento (Dragão do

Mar), Castro e

Silva,

Monsenhor Bruno, Henrique Cóe Filho, entre tantos outros que suas histórias permanecem vivas graças ao nosso museu. Podemos encontrar também alguns objetos e monumentos que são de grande importância histórica, como prelo utilizado para publicar o jornal chamado ''o Clarim da Liberdade'' onde seu redator e proprietário foi Joaquim Emílio Ayres, na data de 10 de dezembro de 1831. Por causa desse feito, Aracati é considerada a primeira cidade do interior a publicar um jornal. Há a existência também de uma coluna de mármore branco, escrita em português com o nome dos aviadores alemães Werner Junkers, Herman Muller e Willi Thill que morreram quando e hidro-avião caira ao decolar, fazendo com que os jovens morressem carbonizados. Além disso, registram-se também imagens de santos das igrejas da Matriz e do Rosário, que foram importadas de Portugal, Espanha e Holanda, juntamente com os azulejos dos nossos casarões. Falar sobre o museu é viajar ao passado e relembrar momentos que hoje para nós não sejam de tanta importância, mas que provavelmente fizeram e fazem toda a diferença em nossas vidas. Além de que saber da história da nossa cidade é também saber a sua própria história. Maiara Virginio de Souza, aluna do 3º ano do curso de Enfermagem da EEEP Elsa Maria Porto Costa Lima

As casas do século XIX do Município de Aracati


Ter uma propriedade grande e detalhista era objeto de luxo para a sociedade do século XIX. Cada casa era pensada minuciosamente antes de ser construída. Cada detalhe era significante. As casas continham mais de quatro quartos, salas para cada ocasião, pinturas artesanais na parte inferior da parede, além de suntuosos lustres. O chão do primeiro piso era feito de tijolo batido, os pisos superiores eram de madeira, os quartos não possuíam banheiros. O aspecto da casa representava muito poder naquela época, por isso, tanto motivo de preocupações em suas construções. Cada objeto era um artigo de luxo, na maioria das vezes feitos de madeiras. Em cada cômodo havia uma estrutura definida, com quadros da época.

Escadas do período colonial feita no 3º piso do Museu Jaguaribano

Uma curiosidade da época: os escravos transitavam por uma escada exclusiva o que evitava serem vistos pelas dependências da casa, era afastada dos cômodos principais, um pouco mais simples, e escondida, sendo rodeada de grades de ferro ou não. Dessa

forma,

quanto

mais

poder

aquisitivo

possuíam

os

proprietários, maior seriam suas dependências, sempre construídas nas melhores ruas.


Misaelle Paiva, aluna do 3º ano do curso de Enfermagem da EEEP Elsa Maria Porto Costa Lima

Ana e Cruel: resistência e história popular

Na cidade de Aracati, há alguns anos, residia na comunidade conhecida como Infunca, hoje bairro de Fátima, o casal Ana e Cruel. Humildes e bastante conhecidos na nossa cidade. Ana nasceu onde residia. Apesar da época, não teve filhos, mas era uma senhora que preservava os costumes. Andava sete passos atrás do marido, só comia depois dele, obedecendo assim, uma verdadeira hierarquia, pois naquela época a mulher era muito submissa ao marido. Cruel, nascido em Santa Tereza, morava na cidade junto com sua esposa, conhecido por esgotar fossas e também como aquele que se virava de todas as formas para sobreviver. O casal morava em uma casa muito simples de barro e taipa. Sendo que os dois também eram alcoolatras e fumantes. Por terem sido muito conhecidos antigamente, hoje o museu Jaguaribano guarda algumas fotografias e um pouco da história de Ana e Cruel, que também deram sua colaboração para a sociedade aracatiense.

Thaís Moreira, aluna do 3º ano do curso de Enfermagem da EEEP Elsa Maria Porto Costa Lima


Dr. Eduardo Dias

Eduardo Alves Dias era médico baiano que veio morar em Aracati. Além disso, ele era conhecido por todos em Aracati por seus trabalhos de cirurgião dentista. Com 91 anos ainda exercia sua profissão. Ele era tão querido que muito tempo após seu falecimento recebeu uma justa homenagem: o Hospital Municipal recebeu o nome deste tão ilustre e inesquecível médico Doutor Eduardo Alves Dias. Suas consultas domiciliares para pessoas humildes eram pagas com uma Ave Maria, todas às vezes que as pessoas iam pagar, ele falava: “rezem uma Ave Maria que será suficiente”. Eduardo Dias morreu de velhice e mesmo assim o município nunca esqueceu dele .

Nayanne De Assis Barbosa, aluna do 3º ano do curso de Enfermagem da EEEP Elsa Maria Porto Costa Lima


Barão de Aracati Por meio da visita feita ao Museu Jaguaribano de Aracati, pudemos tomar contato com os fatos que aconteceram há um tempo, além de ter muita história para contar. Entre as várias personalidades célebres que contribuíram para o enriquecimento cultural da nossa região, escolhi falar de uma pessoa que pelos trabalhos valiosos prestados a pátria, seria agraciado com o título Honorífico de Barão de Aracati. Dr. José Pereira da Graça representou o nosso estado, na Câmara Federal, por duas vezes, nos biênios. Dotado de um caráter íntegro, foi merecedor da inteira confiança do governo. Era filho de José Pereira da Graça e Maria Cândida Carneiro Monteiro. Nasceu em 14 de março de 1812, na vila de Aracati, da capitania do Ceará. Fez seus primeiros estudos aqui na cidade de Aracati. Aos 14 anos, em 1826, seu pai, comerciante português, mandou-o para estudar na cidade de Coimbra, Portugal. Ao regressar para seu estado natal, foi nomeado juiz de direito de Aracati e permaneceu no exercício desse cargo durante seis anos até ser transferido para a província do Maranhão. Dr. José Pereira da Graça, casou-se em 1833 com Maria Adelaide de Alencastro, com quem teve dois filhos que nasceram aqui na sua terra natal: Henrique Graça e Alencastro castro. Com o passar dos anos, surgiu a história do Beco do Barão, porém o edifício tornou-se conhecido como “Sobrado do Barão”. Essa denominação não passa de um equívoco, pois o edifício não pertencera ao Barão de Aracati.

Nayara Sousa, aluna do 3º ano do curso de Enfermagem da EEEP Elsa Maria Porto Costa Lima


Agradecimentos

Ao Museu Jaguaribano de Aracati

Ao núcleo gestor e aos professores da EEEP Elsa Maria Porto Costa Lima

As professoras do Laboratório Educacional de Informática

Alunos do 3º ano do curso de Enfermagem da EEEP Elsa Maria Porto Costa Lima



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